Você está na página 1de 15

E-BOOK

BOAS
PRÁTICAS
DE LABORATÓRIO
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

Quando se fala em boas práticas de laboratório, busca-se garantir a uniformidade,


consistência, confiabilidade, reprodutibilidade, qualidade e integridade de experimentos.

Quem já tem experiência em laboratório sabe que minimizar variáveis pode ser um desafio.
Por isso, apresentamos orientações de boas práticas que podem ser aplicadas em uma ampla
gama de laboratórios, independente de sua linha de atuação.

Seja de pesquisa, diagnóstico ou calibração, um laboratório pode ser considerado um presta-


dor de serviço. Laboratórios de pesquisa divulgam os resultados obtidos ao meio acadêmico,
prestando um serviço a este na forma de contribuição para o conhecimento. Laboratórios de
diagnóstico emitem laudos a seus pacientes. Laboratórios de calibração prestam um serviço de
manutenção preventiva e corretiva de instrumentos, com emissão de certificado. Todos estes
tipos de laboratório parecem entregar diferentes produtos a seus clientes; contudo, pode-se
resumir este produto a um só conceito: INFORMAÇÃO.

Sendo um gerador de informação, o laboratório precisa se assegurar de que esta informação


é a mais correta possível. Tudo que possa colocar em dúvida a credibilidade ou exatidão dos
resultados apresentados deve ser evitado. A seguir, apresentamos diversos fatores que auxiliam
na confiabilidade dos experimentos.

INSTRUMENTOS

Instrumentos (termocicladores, blocos térmicos, centrífugas, cromatógrafos, micropipetas,


leitores em geral) devem ser operados por pessoal treinado, e calibrados ou verificados
periodicamente por profissional especializado. Instruções atualizadas sobre o uso e
manutenção do equipamento (incluindo manuais fornecidos pelo fabricante) devem estar
prontamente disponíveis para uso. O manuseio do instrumento deve ser feito com segurança e
de modo a prevenir contaminação ou deterioração.

Um instrumento que merece especial atenção por sua universalidade são as MICROPIPETAS.
Utilize apenas micropipetas de fabricantes qualificados que utilizem procedimentos certificados
pelas normas ISO 9001, ISO 17025 ou ISO 8655 . Esta última, em especial, certifica que a micropi-
peta opera dentro de limites bem estabelecidos de erro na precisão e acurácia, garantindo um
instrumento altamente preciso em sua operação.

A escolha da micropipeta depende do tipo de análise, das propriedades físicas do líquido e


do volume a ser utilizado.

Veja abaixo os volumes indicados das micropipetas para cada tipo de análise:

Recommendations for pipetting di erent volumes


0 µL 10 µL 50 µL 100 µL 200 µL 1000 µL 5000 µL 10 mL Volume of sample

Molecular biology

Microbiology

Clinical assays Cell culture

Immunoassays Analytical chemistry

P2, P10, Air-displacement


P100, P200, P1000 P5000, P10mL
P20 pipettes

Positive-displacement
M10, M25, M50 M100, M250, M1000
pipettes
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

As propriedades físicas do líquido a ser manuseado irão ditar qual o mecanismo ideal da
micropipeta: deslocamento de ar ou deslocamento positivo.

O DESLOCAMENTO DE AR baseia-se em um volume de ar “morto” entre o pistão e a amostra


líquida. Este volume de ar é substituído pelo mesmo volume de amostra durante o processo de
aspiração do líquido. Este é o mecanismo indicado para amostras aquosas em geral.

Air-displacement pipettes
• Recommended for aqueous samples
and for general laboratory work. Air-displacement pipette
• Always have a cushion of air (dead volume)
between the pipette piston and the liquid
• Push-button
sample.
• Large volume
adjustment knob
• The piston is integrated into the lower
part of the pipette. Tip ejector button

Thumbwheel
(also known as
volume adjustment ring)

Volumeter display
Piston

Shaft

Tip ejector

Air cushion

Shaft
(also known as tip holder)
Disposable tip

Disposable tip

Iden ation
mark Sealing ring

Serial number Filter

Level
Sample mark

Se você tem a experiência de pipetar algum tipo específico de líquido e se apressar para
dispensá-lo porque ele está pingando, utilize uma micropipeta de DESLOCAMENTO POSITIVO
para evitar o “pinga-pinga”.

Esta também é a micropipeta ideal para aquelas amostras que levam um longo tempo para
serem aspiradas devido à sua viscosidade, como glicerol, sangue, óleos etc. O deslocamento
positivo utiliza pistões descartáveis, e não há volume de ar “morto”. O pistão entra em contato
direto com a amostra.

Este é o mecanismo recomendado para amostras problemáticas, que são difíceis de aspirar ou
com tendência a pingar: líquidos viscosos, densos, voláteis, radioativos, corrosivos, contaminan-
tes, quentes ou frios.
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

Positive-displacement
pipettes
• Recommended for problem samples
(viscous, dense, volatile, radioactive, Positive-displacement pipette
corrosive, contaminating, hot and cold).

• ect contact of the piston


• Push-button
with the sample (no air cushion).
• Volume adjustment
knob
• he disposable piston is part of the tip
• Ejector of capillary
(not integrated into the pipette). and piston

1 Volumeter display
Shaft 5
0

T051401

Disposable
piston
Shaft
(also known as
1 capillary holder)
Disposable 5
capillary
0
Disposable
capillary and piston

Piston seal

T051401

Sample
Serial number

Quando a origem dos erros de pipetagem é identificada, percebe-se que boa parte deles se
deve a líquidos problemáticos, conforme gráfico a seguir:

The source of pipette errors

55% Human errors


50% Liquids stick to tip
44% Viscosity reduces accuracy
36% Immersed tips carry over liquid
28% Surface tension reduces accuracy
19% Pipettes take up more liquid
8% Liquids evaporate
6% Liquid temperature
7% Other

Errors due to problem liquids

Sources: July 2014, The Scientist,


http://www.the-scientist.com/?articles.view/articleNo/40635/title/Pipette-Usage-and-Trends/
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

Por isso, tenha em mente as propriedades do líquido a ser manipulado antes de selecionar a
micropipeta ideal.

Veja abaixo um resumo das diferentes propriedades da amostra e o mecanismo ideal de


micropipeta para cada uma.

SAMPLE TYPES EXAMPLES RECOMMENDED PIPETTES

Aqueous Air-displacement

Biological DNA, RNA, proteins Air-displacement

Viscous Glycerol, surfactants, oil

Volatile Ethanol, hexane, formaldehyde

Radioactive isotopes, blood, infectious bacteria


Hazardous or viruses
Positive-displacement

Acids such as hydrochloric acid or sulfuric acid,


Corrosive bases such as ammonium hydroxide, salts such
as sodium chloride

Para procedimentos de pipetagem repetitiva ou pipetagem em larga escala, é crucial não só


obter resultados confiáveis, mas ter eficiência no procedimento. Uma das maneiras de se
aumentar a confiabilidade e a eficiência é utilizar MICROPIPETAS ELETRÔNICAS, que podem
ser programadas para diferentes ciclos de pipetagem ao toque de um botão, evitando lesões
por esforço repetitivo.

O uso de micropipetas eletrônicas também reduz a variabilidade entre usuários, pois o motor
da micropipeta utiliza a mesma força de pipetagem todas as vezes e mantém a mesma veloci-
veloci
dade ao aspirar e dispensar as amostras.

Para maior reprodutibilidade, ao ajustar o volume de sua


micropipeta, termine o ajuste no SENTIDO HORÁRIO, ou
seja, no sentido que diminui o volume. Isto se deve ao arran-
jo dos componentes e engrenagens internos, e o ajuste no
sentido horário evita que alguma engrenagem deixe de se
movimentar, o que poderia causar variações no volume de
líquido aspirado. Se sua intenção for aumentar o volume,
gire o seletor de volume um pouco acima do volume dese-
jado, e finalize o ajuste voltando o seletor até o volume
desejado.
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

Push-button

Considere opções de micropipetas Thumbwheel


com TRAVA DE VOLUME, para que o
volume não seja alterado acidental- Volume
mente entre pipetagens.
indicator

Maior uniformidade e precisão também são alcançadas quando se faz uma PRÉ-ASPIRAÇÃO
do líquido. Basta aspirar a amostra uma vez, dispensá-la e aspirá-la novamente. Este
procedimento de pré-aspiração assegura que a superfície de contato entre o líquido e o interior
da ponteira seja idêntica para todas as alíquotas.

Assegure que sua micropipeta terá uma longa vida útil através de manutenções regulares.
Você sabia que é possível fazer uma inspeção de apenas dois minutos em sua micropipeta para
diagnosticar possíveis problemas e decidir se ela requer reparo especializado?

O primeiro passo é determinar a idade da micropipeta e verificar quando foi a última manu-
tenção especializada / calibração. Então, avalie a aparência geral da micropipeta: cheque se o
seletor de volume está torto ou corroído, se o ejetor de ponteira está corroído ou quebrado, e
se o cone apresenta danos físicos ou químicos. Estes danos podem ser devidos à imersão ou
exposição a líquidos corrosivos, quedas ou autoclavagem indevida. Verifique o manual de sua
micropipeta para determinar como descontaminá-la devidamente.

O próximo passo é checar suas funções. Avalie a movimentação do seletor de volume, do


êmbolo e do ejetor de ponteiras. Movimentos irregulares podem ser sinal de corrosão ou danos
internos.

Igualmente importante é a realização de um teste de vazamento. Encaixe uma ponteira de


qualidade, ajuste a micropipeta ao volume máximo (nominal), faça uma pré-aspiração de água
várias vezes e aspire o volume indicado. Segure a micropipeta na posição vertical por 20 segun-
dos e observe se ocorre algum vazamento ou gotejamento. Se houver, isso pode ser sinal de que
há danos mecânicos ou químicos que estejam afetando o encaixe da ponteira, impedindo a sela-
gem perfeita.

Micropipetas devem ser inspecionadas semanalmente para assegurar o seu bom


funcionamento, e o teste de vazamento deve ser feito diariamente. Evite utilizar micropipetas
que apresentem irregularidades constatadas nesta inspeção, pois a precisão e acurácia podem
estar seriamente comprometidas. Ao sinal de qualquer problema que indique dano ou corrosão,
contate seu provedor de micropipetas para agendar um serviço de verificação e calibração.

Anualmente, contate seu provedor de micropipetas para uma manutenção completa e cali-
bração profissionais, que inclui troca e manutenção de componentes internos.
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

Há três razões principais para a avaliação profissional anual:

1) Mantém a integridade e reprodutibilidade de seus dados,


pois sua micropipeta estará dentro das especificações;
2) Controla os custos, pois evita repetição desnecessária de
experimentos;
3) Aumenta a vida útil de sua micropipeta (há casos de
micropipetas em uso por mais de 30 anos!).

E D C B A

Seguindo estas orientações e utilizando micropipetas de qualidade certificada, seus experi-


mentos terão muito mais confiabilidade e suas micropipetas durarão por décadas!

CONSUMÍVEIS

A escolha da PONTEIRA adequada é tão


importante quanto a escolha da
micropipeta. É muito importante utilizar
PONTEIRAS ORIGINAIS ou recomendadas
pelo fabricante da micropipeta. Ponteiras
genéricas podem conter distorções ou
problemas de ajuste à micropipeta, não
fornecendo selagem adequada. Já as
ponteiras originais têm ajuste perfeito à
micropipeta do mesmo fabricante e
proporcionam maior uniformidade nos
volumes trabalhados.

Ao encaixar a ponteira, segure a micropipeta na


posição vertical e posicione-a sobre a ponteira, sem
“martelar” a micropipeta. PRESSIONE E GIRE a
micropipeta sobre a ponteira para capturá-la.
Quando se utilizam ponteiras originais, não é neces-
sário forçar o encaixe. “Martelar” a micropipeta não
assegura encaixe perfeito, além de poder danificar o
instrumento.

Press down with Avoid hammering


a rotating motion the tip into the pipette
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

Além de poderem comprometer a preci-


são e acurácia, ponteiras genéricas podem
ser fabricadas com material de baixa quali-
dade e apresentar contaminantes. A utiliza-
ção de ponteiras originais garante que o
material utilizado atende aos mais altos
padrões de qualidade, com fabricação
totalmente rastreável, e que ele seja livre de
contaminantes.

Mais vantagens de se utilizar ponteiras originais são a garantia de que elas não contêm coran-
tes, aditivos, inibidores de PCR e compostos pirogênicos, além de terem superfície interna
desenvolvida para ser hidrofóbica. Esta característica previne a retenção de líquido dentro da
ponteira, assegurando dispensa completa.

Evite também reutilizar ponteiras, pois isto pode causar diferenças na precisão e acurácia de
até 4%. Quando as ponteiras são submetidas à esterilização pelo usuário para fins de
reutilização, isto pode causar deformações que prejudicam a selagem adequada da ponteira à
micropipeta. Fornecedores qualificados podem oferecer ponteiras já esterilizadas para sua
comodidade, com total controle sobre as condições de esterilização para evitar deformações.
As ponteiras esterilizadas de fábrica são livres de DNA, RNA, DNases, RNases, proteases e
metais.

PIPETMAN PIPETMAN MICROMAN


with with with capillary
standard tip piston

O uso de PISTÕES CAPILARES ou PONTEIRAS


Protected
air space COM FILTRO é recomendado para amostras
biológicas (DNA, RNA e proteínas). Amostras
biológicas podem liberar aerossóis que acabam por
Piston
contaminar o interior da micropipeta; esta
Filter
Aerosol
barrier
seal
contaminação pode acabar passando para a
Non-protected amostra seguinte. A presença do filtro na ponteira
air space
(aerosol) cria uma barreira contra este tipo de contaminação.

Risk of aerosol Reduced risk of No risk of aerosol


contamination aerosol contamination contamination
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

PLÁSTICOS

Muitos experimentos comuns em laboratórios, como cultura de células, ensaios imunológicos,


colorimétricos e de análise de ácidos nucleicos requerem a utilização de consumíveis plásticos,
como frascos, tubos e placas. Muitos se esquecem, mas é fundamental utilizar plásticos
confiáveis nos experimentos, de modo a aumentar a confiabilidade dos resultados. A seguir,
apresentamos diversos fatores relacionados aos plásticos que devem ser levados em conta para
não afetar negativamente seus experimentos.

Engana-se quem pensa que “plástico é tudo igual”. “Plástico” é um termo geral para descrever
diversos compostos que diferem em suas propriedades. O policarbonato, por exemplo, é um
material rígido e transparente que suporta velocidades de centrifugação altas, mas é incompatí-
vel com álcoois e acetona. Já o polipropileno é compatível com estes dois compostos, porém é
mais maleável e não pode ser centrifugado a velocidades tão altas quanto o policarbonato.
Outro material, o polietileno, é altamente resistente a impacto, mas possui baixa temperatura de
fusão, o que o torna incompatível com certas aplicações.

Estes são apenas alguns exemplos da variedade de materiais sob a denominação “plástico”.
Na tabela abaixo, diferentes materiais são listados quanto a suas propriedades físicas.

Resin Quick Reference Chart


Resin FEP PPCO PC HDPE PP PS PSF

Autoclavable Yes Yes Yes N Yes N Yes

Microwaveable Marginal1 Marginal Yes No Yes N Yes

Dry heat (oven) Yes No Yes No No No Yes

Radiation No No Yes Yes No Yes Yes

Freeze Yes Yes Yes Yes No No Yes

Flexability Excellent Moderate Rigid Rigid Rigid Rigid Rigid

Clarity Translucent Translucent Clear Translucent Translucent Clear Clear

Recycling

Non-cytotoxic Yes Yes Yes Yes Yes Yes Yes


Food and
Yes Yes Yes Yes2 Yes Yes Yes
beverage use
1=The resin will absorb and retain significant amounts of heat resulting in an unexpectedly hot surface
2=Acceptable for: Non acid, aquious products; may contain salt sugar or both (ph about 5.0); dairy products and modifications; oil-in-water emulsions, high or low fat; moist bakery products with surface
containing no free fat or oil; dry solids with the surfaces containing no free fats or oil
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

Em relação à resistência a compostos químicos, a lista é bastante extensa, e uma amostra


desta tabela é mostrada abaixo. (Consulte-nos caso deseje ver a tabela completa.)

Centrifuge Ware Chemical Resistance Table


Chemical, Concentration Resin O-rings Closures
FEP PPCO PC PE PP PSF PS SILI Viton® PP ETFE PE PPE
1-(4-Chlorophenyl)ethanone, pure S S M S M M U U U M S S –
1,3-Butadiene, pure S U U U U U U U S U S U U
1,4-Dioxane, pure S M U M M U U U U M M M U
1:3 Mixture Of Nitric And
S U U U U U U U M U S2 U U
Hydrochloric Acids, pure
1-Pentanol, pure S S M M M M S2 U S M S M M
1-Phenylethanone, pure S M U M M U U U U M S M U
1-Undecanol, pure S S2 M S M M M – S M S2 S –
2,2,4-Trimethylpentane, pure S U U U U M U U – U S2 U –
2,2'-Oxybispropane, pure S U U U U U U U U U S2 U –
2,4,6-Trinitrophenol, pure S M U U M U U U S M M U S2
2-Hydroxy-1,2,3-
Propanetricarboxylic Acid Tributyl S M U M M U U U U M S2 M U
Ester, pure
2-Hydroxybenzaldehyde, pure S S2 M S M M U U M M U S –
2-Isopropoxypropane, pure S U U U U U U U U U S2 U –
2-Methoxyethanol, pure S S U S M U U U U M S2 S –
2-Methoxyethyl Oleate, pure S S2 U S M U U U – M S S –
2-Propanol, pure S S U S S M S2 S2 S S S S S2
2-Propanone, pure S M U U M U U U U M M U U
2-Propenenitrile, pure S U U S U U U U U U S2 S U
3-Phenyl-2-propenal, pure S U M U U M U U U U S2 U –
4'-Chloroacetophenone, pure S S M S M M U U U M S S –
Acetaldehyde, pure S M U U M U U U U M M U U
Acetic Acid Benzyl Ester, pure S S2 U M S U U U S S S2 M –
Acetic Acid Phenylmethyl Ester,
S S2 U M S U U U S S S2 M –
pure
Acetic Anhydride, pure S M U U M U U U U M S U U
Acetone, pure S M U U M U U U U M S2 U U
Acetonitrile, pure S U U S M U U U U M S2 S U
Acetophenone, pure S M U M M U U U U M S M U
Acrylonitrile, pure S U U S U U U U U U S2 S U
Adipic Acid, pure S S S S S S S – S2 S S S –
Alanine, pure S S S S S S S S2 S S S S S
Allyl Alcohol, pure S S M U S M U – S S S2 U –
Aluminum Chloride, pure S S S2 S S S S U S S S S S
Aluminum Hydrate, pure S S U S S M M S2 S S S S S
Aluminum Hydroxide, pure S S U S S M M S2 S S S S S

Key:
S = Satisfactory, S1 = Satisfactory, may cause discoloration, S2 = Satisfactory below 26°C only
M = Marginal; may be satisfactory for use in a centrifuge depending on length of exposure and speed.
Testing under operation conditions is suggested before actual run, U = Unsatisfactory; not recommended

Quando se fala em cultura de células, é importante também considerar como o plástico foi
tratado quimicamente , de forma a se adequar às características do tipo celular que se deseja
cultivar. Veja abaixo uma tabela ilustrativa de como os diversos tratamentos se adequam a cada
tipo celular:

Select Your Surface


Thermo Scientific Nunclon Nunclon Poly- Nunclon Untreated
Cell Culture Surfaces Delta Vita Collagen I D-Lysine Sphera UpCell Surface
Hepatocytes • • • •
Endothelial • • •
Cells
Neuronal Cells • • •
Neuronal Cells
Neurosphere •
Epithelial Cells • • • •
Tumor Cells • • • • • •
Cell Types

Macrophages, Dendritic • •
Cells, Neutrophils
Blood Cells
Lymphocytes • •
Platelet • • •
MSC • • •
HSC •
Stem Cells
ESC •* •**
EB

* Requires matrix coating.


** Requires conditioned media from feeder cells and ROCK inhibitor.
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

Com relação a placas para ensaios como cultura de células, ELISA e ensaios luminescentes
ou fluorescentes, o tipo de plástico do qual é feita a placa também deve ser levado em conta,
devido a suas propriedades químicas e capacidade de aderência a material biológico. Os
principais materiais são poliestireno (PS) e polipropileno (PP), e a escolha do material deve ser
baseada na aplicação desejada. Um resumo pode ser encontrado na tabela abaixo.

Material Chemical Resistance Binding Capacity Plastic Characteristics Applications


Polystyrene (PS) Low Low to very high depending Hard, clear Homogeneous assays, ELISA, cell culture,
on surface treatment fluorescence, luminescence
Polypropylene (PP) High Very low Softer, more opaque Storage, fluorescence, luminescence

A aplicação desejada também determina a cor ideal das placas a serem utilizadas. Veja na
tabela abaixo a correspondência de cores com o tipo de experimento:

Plate Color Key Application


Clear Colorimetric Assays, Cell Culture, ELISA
Black Fluorescent Assays
Natural Storage
White Luminescent Assays

Para encontrar o tipo de placa ideal para seu experimento, consulte a ferramenta online
disponível em: https://goo.gl/RVt61r

O material do qual são feitos os tubos e placas para PCR e qPCR também devem ser levados
em conta. Diferentes materiais apresentam propriedades que afetam o limite de sua espessura.
O limite de espessura do policarbonato é de até 1,0 mm, o do poliestireno, 0,9 mm, e o do
polipropileno, 0,5 mm. Nos ensaios de PCR e qPCR, a parede do tubo deve ser fina o suficiente
para permitir a troca de calor, pois estes ensaios dependem de ciclos de temperatura. Portanto,
o polipropileno é o material ideal para a composição do fundo dos tubos e placas. Isto se deve
não só à sua espessura, mas também à sua flexibilidade e baixa aderência a DNA e proteína.
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

A melhor taxa de transferência de calor ocorre a uma espessura de 0,25 mm. Fornecedores
de plásticos genéricos oferecem produtos com espessura maior que essa, impactando
negativamente na troca de calor de seu experimento. Por isso, ao fazer PCR ou qPCR, utilize
tubos e placas de fornecedores preocupados com a qualidade e composição de seus produtos.

Uma ressalva a ser feita é que o polipropileno é um material maleável, com temperatura de
amolecimento de aproximadamente 90 °C. Como os experimentos de PCR e qPCR atingem
temperaturas de 95 °C, placas feitas inteiramente deste material podem sofrer deformação em
suas bordas durante os ciclos de temperatura. Esta deformação pode levar ao descolamento do
selante e acarretar na evaporação e perda das amostras, além de variação nos resultados de
quantificação.

Para compensar este efeito do polipropileno sem alterar a espessura da parede dos tubos, a
solução é utilizar uma placa feita de dois componentes: polipropileno e policarbonato. O
polipropileno continua sendo o material dos tubos para permitir a troca de calor ideal. Já o
policarbonato, por ter temperatura de amolecimento em torno de 145 °C, é utilizado na borda
da placa, para aguentar os ciclos de temperatura do ensaio sem deformar.

Por isso, tenha em mente que o tipo de placa ideal para ensaios de PCR e qPCR é a placa de
2 componentes (policarbonato na borda e polipropileno nos tubos).

O polipropileno é quimicamente inerte e resistente a solventes, sendo ideal para a produção


dos tubos para PCR e qPCR com espessura fina. Existe uma propensão do DNA a se ligar ao
polipropileno, apesar de o material ser hidrofóbico, mas isto não apresenta problemas em
experimentos de amplificação como os citados anteriormente. No entanto, com a progressiva
miniaturização dos volumes de reação e a introdução de novas tecnologias como NGS,
consumíveis de baixa retenção de DNA se tornaram essenciais para ensaios mais sensíveis.
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

Por isso, para passos de incubação ou transferência na construção da biblioteca e preparação


das amostras para NGS, utilize placas “low-binding”, que são feitas com polímeros de baixa
retenção ao DNA, para garantir que sua amostra de DNA não fique aderida à placa durante
estes procedimentos.

Plásticos de qualidade são à prova de vazamentos, duráveis, resistentes, com materiais de alta
pureza, econômicos e ecológicos, além de atender a altos padrões e controles de qualidade.
Escolha fornecedores certificados que ofereçam uma variedade de opções de plásticos com
todas estas características, além do suporte técnico para auxiliar na escolha do melhor produto.

REAGENTES

É importante que os reagentes utilizados no experimento sejam provenientes de fornecedores


qualificados. O ideal é buscar fornecedores com certificações como ISO 9001, pois isto garante
que a qualidade, transporte e armazenamento dos produtos sejam conforme normas
estabelecidas. Além disso, certificações como a ISO 9001 permitem rastreabilidade de toda a
trajetória do reagente, desde sua produção até a entrega ao cliente.

Distribuidores certificados preocupam-se em trabalhar apenas com fabricantes que executem


intenso controle de qualidade e validação da performance de seus produtos. Isto não se limita à
fabricação do produto, mas também a suporte técnico adequado e divulgação de notas
técnicas de uso dos produtos.

SEGURANÇA

Lembre-se de sempre utilizar equipamento de proteção individual adequado ao procedimento


realizado: jaleco, luvas, óculos de proteção, máscara, propés etc.

A segurança também deve estar presente na bancada de trabalho: trabalhe sobre uma
superfície limpa e descontaminada. Proteja a bancada de compostos contaminantes ou
corrosivos. Utilize capela para manipulação de compostos voláteis.

Pense também na segurança de seus instrumentos, reagentes e consumíveis! Providencie uma


infraestrutura controlada para ensaios sensíveis ou de calibração, de forma a não haver
vibrações, poeira, excesso de calor, umidade ou ventilação. Considere a separação entre áreas
destinadas a diferentes experimentos para evitar contaminação cruzada.

GERENCIAMENTO DO LABORATÓRIO

Ao longo deste e-book, algumas certificações ISO foram mencionadas. Elas são normas de
padronização que podem ser aplicadas a um determinado serviço ou produto. Uma ISO pode
ser aplicada tanto a empresas quanto a laboratórios, pois trata de conceitos universais, como
rastreabilidade e qualificação de fornecedores e produtos.
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

Você sabia que existe uma ISO específica para laboratórios de ensaio e calibração? Ela é a
ISO 17025, e busca qualificar estes estabelecimentos no quesito confiabilidade de seus serviços.
Seu laboratório não precisa necessariamente ter esta certificação, mas alguns de seus princípios
podem ser aplicados para seu benefício.

Um ponto que pode ser beneficiado com os princípios da ISO 17025 é a melhoria da
organização interna do laboratório, desde aspectos documentais, de execução de serviços e
definição de responsabilidades para cada um dentro do laboratório. Isto aumenta
significativamente a produtividade da equipe do laboratório. Faz aumentar a confiabilidade e
reduz as incertezas em resultados laboratoriais.

Um dos alicerces dos sistemas de gestão de qualidade, abordado na ISO 17025, é o ciclo
PDCA, abreviação para Plan-Do-Check-Action (Planejar-Fazer-Verificar-Agir). Este ciclo é
aplicado nos sistemas de gestão de qualidade de empresas e laboratórios para que estes
organizem seus processos, de modo a atingir procedimentos operacionais padrão (POPs).

A fase “Plan” (Planejar) é composta do estabelecimento de metas, identificação de potenciais


problemas e planos de ação. O próximo passo é “Do” (Fazer), momento no qual o plano é
executado e dados são coletados para uma análise posterior. Esta análise é o “Check” (Verificar),
em que os processos são analisados e verifica-se se o que foi feito foi condizente com o que foi
planejado. De acordo com o resultado, podem ser observadas falhas no processo, abordadas na
fase “Action” (Agir), para que se consiga tomar ações corretivas ou de melhoria.

Sendo assim, durante um experimento, pode-se pensar da seguinte maneira: a fase “Plan”
corresponde ao desenho do experimento e delineamento dos objetivos a serem alcançados. O
passo “Do” refere-se à própria execução do experimento, utilizando como base o que foi
planejado na fase anterior. Em seguida, o “Check” permite fazer a verificação do que foi
observado durante o experimento e avaliação de possíveis obstáculos e falhas, que serão alvo
da fase “Action” para ajustar o protocolo de acordo.

Um princípio fundamental de qualquer ISO é o de gerenciamento de risco. O que aconteceria


se o principal freezer do laboratório descongelasse? Deu até um arrepio, não é mesmo? Por isso,
devem-se buscar formas de mitigar os diferentes riscos existentes, desde o armazenamento,
manuseio, transporte e utilização dos instrumentos, reagentes, consumíveis e amostras do
laboratório. O ideal é que se façam auditorias periódicas dentro do laboratório, para avaliar os
pontos de melhoria e os pontos que precisam de ações corretivas.

Para que utilizar um reagente de procedência duvidosa se isto põe em risco a confiabilidade
do experimento? Utilizar reagentes de fornecedores confiáveis também faz parte do
gerenciamento de risco. Da mesma forma, ajustes de protocolos devem ser feitos
cautelosamente, de modo que haja o entendimento tanto dos benefícios potenciais quanto dos
riscos associados.

Uma das maneiras de se minimizar o risco na execução de protocolos é buscar normas


técnicas, application notes, manuais de instrução, artigos científicos e outros tipos de
publicações especializadas como referência. Isto visa a comprovar que aquele procedimento
tem um embasamento técnico e que não “surgiu do nada”. Outra maneira de se minimizar o
risco em laboratórios é o treinamento de pessoal para realizar ensaios específicos e interpretar
seus resultados. Assim, tem-se a confiança de que o resultado foi gerado através da operação
correta dos instrumentos e protocolos necessários.
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

Um ponto importante abordado pela certificação ISO é a rastreabilidade. Quantas vezes você
já pegou um protocolo cheio de alterações e não sabia quem fez ou por que fez? Neste quesito,
a rastreabilidade se refere ao controle das alterações, sendo estas claramente marcadas,
justificadas, datadas e com identificação do usuário que as elaborou.

Ainda no quesito rastreabilidade, é importante ter o controle de registro de todos os passos


executados durante o protocolo. Por exemplo, podem-se utilizar formulários padrão para
determinados ensaios, e proteger planilhas digitais para evitar perda de dados. Isto é útil não só
para o próprio usuário elaborar seus relatórios, mas também para futuros pesquisadores que
eventualmente irão utilizar o mesmo protocolo. Por isso, não é ideal levar o caderno do
laboratório para casa, nem confiar na memória!

A apresentação dos resultados também é essencial. Você já se perdeu com tantos gráficos,
abreviações, ou ficou sem saber em qual planilha estão os dados que você precisa? Logo,
preocupe-se em manter um registro facilmente identificável de seus resultados.

Pode parecer estranho, mas muitos laboratórios não se preocupam em utilizar controles
positivos em seus experimentos! Este é mais um ponto de melhoria, pois garante que o método
desenvolvido foi validado e que o resultado daquele experimento é o mais fiel possível. Da
mesma forma, é essencial que os experimentos contenham no mínimo duplicatas e, idealmente,
triplicatas, para que se possa aumentar a confiabilidade do resultado obtido. Afinal, publicações
de alto nível não aceitam resultados de apenas uma replicata, não é mesmo?

Lembre-se: como um laboratório presta um serviço de geração de INFORMAÇÃO, esta deve


ser clara, objetiva e rastreável, de modo que todos que forem precisar dela se beneficiem com
o cuidado tomado ao obtê-la e registrá-la.

Esperamos que este e-book tenha ajudado a fazer uma reflexão sobre as possíveis melhorias
que podem ser implementadas em seu laboratório. Agradecemos às marcas Gilson
(micropipetas e ponteiras), Thermo (plásticos) e 4titude (tubos e placas para PCR e qPCR) pela
parceria com a Sinapse e por fornecer produtos de qualidade sob certificação ISO.

Caso precise de mais informações sobre micropipetas, plásticos, reagentes e outros fatores
que possam melhorar o funcionamento de seu laboratório, conte com a Sinapse! Ter a
certificação ISO 9001:2015 garante que temos foco no cliente, buscamos a melhoria contínua
dos nossos procedimentos, atendemos aos requisitos regulatórios, avaliamos os nossos
fornecedores e, acima de tudo, buscamos a satisfação do cliente.

Curta nossa Fanpage


facebook.com/SinapseBiotecnologia

Inscreva-se em nosso canal do YouTube


youtube.com/SinapseBiotecnologia

Siga-nos no Instagram
@sinapsebiotec

Siga-nos no Twitter
@sinapsebiotec

Compre Online:
www.sinapsebiotecnologia-loja.com.br

Você também pode gostar