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BOAS
PRÁTICAS
DE LABORATÓRIO
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO
Quem já tem experiência em laboratório sabe que minimizar variáveis pode ser um desafio.
Por isso, apresentamos orientações de boas práticas que podem ser aplicadas em uma ampla
gama de laboratórios, independente de sua linha de atuação.
INSTRUMENTOS
Um instrumento que merece especial atenção por sua universalidade são as MICROPIPETAS.
Utilize apenas micropipetas de fabricantes qualificados que utilizem procedimentos certificados
pelas normas ISO 9001, ISO 17025 ou ISO 8655 . Esta última, em especial, certifica que a micropi-
peta opera dentro de limites bem estabelecidos de erro na precisão e acurácia, garantindo um
instrumento altamente preciso em sua operação.
Veja abaixo os volumes indicados das micropipetas para cada tipo de análise:
Molecular biology
Microbiology
Positive-displacement
M10, M25, M50 M100, M250, M1000
pipettes
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO
As propriedades físicas do líquido a ser manuseado irão ditar qual o mecanismo ideal da
micropipeta: deslocamento de ar ou deslocamento positivo.
Air-displacement pipettes
• Recommended for aqueous samples
and for general laboratory work. Air-displacement pipette
• Always have a cushion of air (dead volume)
between the pipette piston and the liquid
• Push-button
sample.
• Large volume
adjustment knob
• The piston is integrated into the lower
part of the pipette. Tip ejector button
Thumbwheel
(also known as
volume adjustment ring)
Volumeter display
Piston
Shaft
Tip ejector
Air cushion
Shaft
(also known as tip holder)
Disposable tip
Disposable tip
Iden ation
mark Sealing ring
Level
Sample mark
Se você tem a experiência de pipetar algum tipo específico de líquido e se apressar para
dispensá-lo porque ele está pingando, utilize uma micropipeta de DESLOCAMENTO POSITIVO
para evitar o “pinga-pinga”.
Esta também é a micropipeta ideal para aquelas amostras que levam um longo tempo para
serem aspiradas devido à sua viscosidade, como glicerol, sangue, óleos etc. O deslocamento
positivo utiliza pistões descartáveis, e não há volume de ar “morto”. O pistão entra em contato
direto com a amostra.
Este é o mecanismo recomendado para amostras problemáticas, que são difíceis de aspirar ou
com tendência a pingar: líquidos viscosos, densos, voláteis, radioativos, corrosivos, contaminan-
tes, quentes ou frios.
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO
Positive-displacement
pipettes
• Recommended for problem samples
(viscous, dense, volatile, radioactive, Positive-displacement pipette
corrosive, contaminating, hot and cold).
1 Volumeter display
Shaft 5
0
T051401
Disposable
piston
Shaft
(also known as
1 capillary holder)
Disposable 5
capillary
0
Disposable
capillary and piston
Piston seal
T051401
Sample
Serial number
Quando a origem dos erros de pipetagem é identificada, percebe-se que boa parte deles se
deve a líquidos problemáticos, conforme gráfico a seguir:
Por isso, tenha em mente as propriedades do líquido a ser manipulado antes de selecionar a
micropipeta ideal.
Aqueous Air-displacement
O uso de micropipetas eletrônicas também reduz a variabilidade entre usuários, pois o motor
da micropipeta utiliza a mesma força de pipetagem todas as vezes e mantém a mesma veloci-
veloci
dade ao aspirar e dispensar as amostras.
Push-button
Maior uniformidade e precisão também são alcançadas quando se faz uma PRÉ-ASPIRAÇÃO
do líquido. Basta aspirar a amostra uma vez, dispensá-la e aspirá-la novamente. Este
procedimento de pré-aspiração assegura que a superfície de contato entre o líquido e o interior
da ponteira seja idêntica para todas as alíquotas.
Assegure que sua micropipeta terá uma longa vida útil através de manutenções regulares.
Você sabia que é possível fazer uma inspeção de apenas dois minutos em sua micropipeta para
diagnosticar possíveis problemas e decidir se ela requer reparo especializado?
O primeiro passo é determinar a idade da micropipeta e verificar quando foi a última manu-
tenção especializada / calibração. Então, avalie a aparência geral da micropipeta: cheque se o
seletor de volume está torto ou corroído, se o ejetor de ponteira está corroído ou quebrado, e
se o cone apresenta danos físicos ou químicos. Estes danos podem ser devidos à imersão ou
exposição a líquidos corrosivos, quedas ou autoclavagem indevida. Verifique o manual de sua
micropipeta para determinar como descontaminá-la devidamente.
Anualmente, contate seu provedor de micropipetas para uma manutenção completa e cali-
bração profissionais, que inclui troca e manutenção de componentes internos.
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO
E D C B A
CONSUMÍVEIS
Mais vantagens de se utilizar ponteiras originais são a garantia de que elas não contêm coran-
tes, aditivos, inibidores de PCR e compostos pirogênicos, além de terem superfície interna
desenvolvida para ser hidrofóbica. Esta característica previne a retenção de líquido dentro da
ponteira, assegurando dispensa completa.
Evite também reutilizar ponteiras, pois isto pode causar diferenças na precisão e acurácia de
até 4%. Quando as ponteiras são submetidas à esterilização pelo usuário para fins de
reutilização, isto pode causar deformações que prejudicam a selagem adequada da ponteira à
micropipeta. Fornecedores qualificados podem oferecer ponteiras já esterilizadas para sua
comodidade, com total controle sobre as condições de esterilização para evitar deformações.
As ponteiras esterilizadas de fábrica são livres de DNA, RNA, DNases, RNases, proteases e
metais.
PLÁSTICOS
Engana-se quem pensa que “plástico é tudo igual”. “Plástico” é um termo geral para descrever
diversos compostos que diferem em suas propriedades. O policarbonato, por exemplo, é um
material rígido e transparente que suporta velocidades de centrifugação altas, mas é incompatí-
vel com álcoois e acetona. Já o polipropileno é compatível com estes dois compostos, porém é
mais maleável e não pode ser centrifugado a velocidades tão altas quanto o policarbonato.
Outro material, o polietileno, é altamente resistente a impacto, mas possui baixa temperatura de
fusão, o que o torna incompatível com certas aplicações.
Estes são apenas alguns exemplos da variedade de materiais sob a denominação “plástico”.
Na tabela abaixo, diferentes materiais são listados quanto a suas propriedades físicas.
Recycling
Key:
S = Satisfactory, S1 = Satisfactory, may cause discoloration, S2 = Satisfactory below 26°C only
M = Marginal; may be satisfactory for use in a centrifuge depending on length of exposure and speed.
Testing under operation conditions is suggested before actual run, U = Unsatisfactory; not recommended
Quando se fala em cultura de células, é importante também considerar como o plástico foi
tratado quimicamente , de forma a se adequar às características do tipo celular que se deseja
cultivar. Veja abaixo uma tabela ilustrativa de como os diversos tratamentos se adequam a cada
tipo celular:
Macrophages, Dendritic • •
Cells, Neutrophils
Blood Cells
Lymphocytes • •
Platelet • • •
MSC • • •
HSC •
Stem Cells
ESC •* •**
EB
Com relação a placas para ensaios como cultura de células, ELISA e ensaios luminescentes
ou fluorescentes, o tipo de plástico do qual é feita a placa também deve ser levado em conta,
devido a suas propriedades químicas e capacidade de aderência a material biológico. Os
principais materiais são poliestireno (PS) e polipropileno (PP), e a escolha do material deve ser
baseada na aplicação desejada. Um resumo pode ser encontrado na tabela abaixo.
A aplicação desejada também determina a cor ideal das placas a serem utilizadas. Veja na
tabela abaixo a correspondência de cores com o tipo de experimento:
Para encontrar o tipo de placa ideal para seu experimento, consulte a ferramenta online
disponível em: https://goo.gl/RVt61r
O material do qual são feitos os tubos e placas para PCR e qPCR também devem ser levados
em conta. Diferentes materiais apresentam propriedades que afetam o limite de sua espessura.
O limite de espessura do policarbonato é de até 1,0 mm, o do poliestireno, 0,9 mm, e o do
polipropileno, 0,5 mm. Nos ensaios de PCR e qPCR, a parede do tubo deve ser fina o suficiente
para permitir a troca de calor, pois estes ensaios dependem de ciclos de temperatura. Portanto,
o polipropileno é o material ideal para a composição do fundo dos tubos e placas. Isto se deve
não só à sua espessura, mas também à sua flexibilidade e baixa aderência a DNA e proteína.
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO
A melhor taxa de transferência de calor ocorre a uma espessura de 0,25 mm. Fornecedores
de plásticos genéricos oferecem produtos com espessura maior que essa, impactando
negativamente na troca de calor de seu experimento. Por isso, ao fazer PCR ou qPCR, utilize
tubos e placas de fornecedores preocupados com a qualidade e composição de seus produtos.
Uma ressalva a ser feita é que o polipropileno é um material maleável, com temperatura de
amolecimento de aproximadamente 90 °C. Como os experimentos de PCR e qPCR atingem
temperaturas de 95 °C, placas feitas inteiramente deste material podem sofrer deformação em
suas bordas durante os ciclos de temperatura. Esta deformação pode levar ao descolamento do
selante e acarretar na evaporação e perda das amostras, além de variação nos resultados de
quantificação.
Para compensar este efeito do polipropileno sem alterar a espessura da parede dos tubos, a
solução é utilizar uma placa feita de dois componentes: polipropileno e policarbonato. O
polipropileno continua sendo o material dos tubos para permitir a troca de calor ideal. Já o
policarbonato, por ter temperatura de amolecimento em torno de 145 °C, é utilizado na borda
da placa, para aguentar os ciclos de temperatura do ensaio sem deformar.
Por isso, tenha em mente que o tipo de placa ideal para ensaios de PCR e qPCR é a placa de
2 componentes (policarbonato na borda e polipropileno nos tubos).
Plásticos de qualidade são à prova de vazamentos, duráveis, resistentes, com materiais de alta
pureza, econômicos e ecológicos, além de atender a altos padrões e controles de qualidade.
Escolha fornecedores certificados que ofereçam uma variedade de opções de plásticos com
todas estas características, além do suporte técnico para auxiliar na escolha do melhor produto.
REAGENTES
SEGURANÇA
A segurança também deve estar presente na bancada de trabalho: trabalhe sobre uma
superfície limpa e descontaminada. Proteja a bancada de compostos contaminantes ou
corrosivos. Utilize capela para manipulação de compostos voláteis.
GERENCIAMENTO DO LABORATÓRIO
Ao longo deste e-book, algumas certificações ISO foram mencionadas. Elas são normas de
padronização que podem ser aplicadas a um determinado serviço ou produto. Uma ISO pode
ser aplicada tanto a empresas quanto a laboratórios, pois trata de conceitos universais, como
rastreabilidade e qualificação de fornecedores e produtos.
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO
Você sabia que existe uma ISO específica para laboratórios de ensaio e calibração? Ela é a
ISO 17025, e busca qualificar estes estabelecimentos no quesito confiabilidade de seus serviços.
Seu laboratório não precisa necessariamente ter esta certificação, mas alguns de seus princípios
podem ser aplicados para seu benefício.
Um ponto que pode ser beneficiado com os princípios da ISO 17025 é a melhoria da
organização interna do laboratório, desde aspectos documentais, de execução de serviços e
definição de responsabilidades para cada um dentro do laboratório. Isto aumenta
significativamente a produtividade da equipe do laboratório. Faz aumentar a confiabilidade e
reduz as incertezas em resultados laboratoriais.
Um dos alicerces dos sistemas de gestão de qualidade, abordado na ISO 17025, é o ciclo
PDCA, abreviação para Plan-Do-Check-Action (Planejar-Fazer-Verificar-Agir). Este ciclo é
aplicado nos sistemas de gestão de qualidade de empresas e laboratórios para que estes
organizem seus processos, de modo a atingir procedimentos operacionais padrão (POPs).
Sendo assim, durante um experimento, pode-se pensar da seguinte maneira: a fase “Plan”
corresponde ao desenho do experimento e delineamento dos objetivos a serem alcançados. O
passo “Do” refere-se à própria execução do experimento, utilizando como base o que foi
planejado na fase anterior. Em seguida, o “Check” permite fazer a verificação do que foi
observado durante o experimento e avaliação de possíveis obstáculos e falhas, que serão alvo
da fase “Action” para ajustar o protocolo de acordo.
Para que utilizar um reagente de procedência duvidosa se isto põe em risco a confiabilidade
do experimento? Utilizar reagentes de fornecedores confiáveis também faz parte do
gerenciamento de risco. Da mesma forma, ajustes de protocolos devem ser feitos
cautelosamente, de modo que haja o entendimento tanto dos benefícios potenciais quanto dos
riscos associados.
Um ponto importante abordado pela certificação ISO é a rastreabilidade. Quantas vezes você
já pegou um protocolo cheio de alterações e não sabia quem fez ou por que fez? Neste quesito,
a rastreabilidade se refere ao controle das alterações, sendo estas claramente marcadas,
justificadas, datadas e com identificação do usuário que as elaborou.
A apresentação dos resultados também é essencial. Você já se perdeu com tantos gráficos,
abreviações, ou ficou sem saber em qual planilha estão os dados que você precisa? Logo,
preocupe-se em manter um registro facilmente identificável de seus resultados.
Pode parecer estranho, mas muitos laboratórios não se preocupam em utilizar controles
positivos em seus experimentos! Este é mais um ponto de melhoria, pois garante que o método
desenvolvido foi validado e que o resultado daquele experimento é o mais fiel possível. Da
mesma forma, é essencial que os experimentos contenham no mínimo duplicatas e, idealmente,
triplicatas, para que se possa aumentar a confiabilidade do resultado obtido. Afinal, publicações
de alto nível não aceitam resultados de apenas uma replicata, não é mesmo?
Esperamos que este e-book tenha ajudado a fazer uma reflexão sobre as possíveis melhorias
que podem ser implementadas em seu laboratório. Agradecemos às marcas Gilson
(micropipetas e ponteiras), Thermo (plásticos) e 4titude (tubos e placas para PCR e qPCR) pela
parceria com a Sinapse e por fornecer produtos de qualidade sob certificação ISO.
Caso precise de mais informações sobre micropipetas, plásticos, reagentes e outros fatores
que possam melhorar o funcionamento de seu laboratório, conte com a Sinapse! Ter a
certificação ISO 9001:2015 garante que temos foco no cliente, buscamos a melhoria contínua
dos nossos procedimentos, atendemos aos requisitos regulatórios, avaliamos os nossos
fornecedores e, acima de tudo, buscamos a satisfação do cliente.
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