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DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA

Prof. Márcia Betânia


BM – 3º Soldado
CONCEITO E TERMINOLOGIA:

Conjunto de normas jurídicas nacionais e internacionais: dignidade


para todo e qualquer ser humano.
CARACTERÍSTICAS DOS DH:

▪ UNIVERSALIDADE
▪ TRANSNACIONALIDADE
▪ INDIVISIBILIDADE
▪ IMPRESCRITIBILIDADE
▪ INVIOLABILIDADE
▪ HISTORICIDADE
▪ VEDAÇÃO AO RETROCESSO OU REGRESSO
▪ PREVALÊNCIA DA NORMA MAIS BENÉFICA
▪ INALIENABILIDADE
RELATIVISMO CULTURAL

X
UNIVERSALISMO

RELATIVISMO CULTURAL
Solução: buscar núcleo que é igual a todos em todos os
lugares.
Direitos Humanos

Direitos Fundamentais

Possuem o mesmo conteúdo, mas a diferença está no


âmbito da positivação.
Direitos civis e políticos Direitos sociais, culturais e Direitos difusos e coletivos
econômicos

Constituição Americana – 1787 Const.Mexicana – 1917 DUDH – 1948 (MARCO


Declaração Francesa dos Direitos Const. De Weimar - 1919 TEÓRICO)
do Homem - 1789

Votar e ser votado Jornada de Trabalho Meio Ambiente

Negativo (Estado se abster) Positivo Toda a sociedade


(Estado prestar)
DUDH
(Resolução 217-A, aprovada em 1948).

POSSUI FORÇA VINCULANTE


OU MERA RECOMENDAÇÃO

DUDH trata de:


- direitos civis e políticos – 1ª dimensão.
- direitos sociais, econômicos e culturais – 2ª dimensão.
- MARCO TEÓRICO DE 3ª DIMENSÃO – art. 1º espírito de
fraternidade
PREÂMBULO:
- reconhece a dignidade da pessoa humana como núcleo
dos DH
- indica o final da 2ª GM como marco para ser
desenvolvido o pensamento de DH
- relação amistosa entre as nações.
- direitos iguais e inalienáveis.
- dignidade como fundamento da liberdade, justiça e paz
- responsabilidade do Estado em promover a proteção de
DH em regime de cooperação.
- necessidade de promover a educação em DH.
ARTIGOS 1º AO 21: direitos civis e políticos

Direitos absolutos? Atenção: DH não são absolutos!


Podem ser relativizados! Ex: pena
de morte, prisão.

MAS!!!!! A doutrina entende que as vedações dos art. 4º e o


5º são absolutas!
Art. 4º- veda escravidão ou servidão, tráfico escravos
Art. 5º - veda tortura, penas ou tratamento ou castigo cruel,
desumano ou degradante
GARANTIAS PROCESSUAIS
ART. 8º ao 11
- devido processo legal.
-vedação à prisão/detenção/exílio arbitrários.
- igualdade processual (paridade de armas).
- imparcialidade do julgador.
- publicidade dos atos.
- presunção de inocência.
- irretroatividade da lei penal.
CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS
HUMANOS
PACTO DE SAN JOSE DA COSTA RICA- 1969
(DEC. 678/1992)
Sistemas de DH:
1. -Sistema global: ONU
- -Sistema regional: Europeu, Africano, OEA

- Principal documento: Pacto de San Jose da Costa Rica –


1969 (direitos civis e políticos) 1ª DIMENSÃO
ARTIGOS:
❖Direitos absolutos, direitos relativos e suspensão de direitos.
❖Garantias processuais: audiência de custódia
❖Deveres
ATENÇÃO: art. 26: 2ª dimensão: Direitos econômicos, sociais e
culturais

- Desenvolvimento progressivo: os Estados-partes se


comprometem, mediante cooperação internacional.

- MECANISMOS DE FISCALIZAÇÃO
❖Comissão Interamericana de DH
❖Corte Interamericana de DH.
CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA PREVENIR E PUNIR A
TORTURA
DECRETO No 98.386, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1989
É um dos principais diplomas de proteção aos Direitos Humanos do
sistema regional americano.
Art. 2 - Conceito de TORTURA:
➢inflição de dor ou sofrimento físico ou mental, de forma dolosa.
➢finalidade de obter informações, castigar ou intimidar – investigação
criminal.
➢métodos tendentes a anular a personalidade da vítima, ou a diminuir
sua capacidade física ou mental, embora não causem dor física ou
angústia psíquica.

EXCEÇÃO: dor ou sofrimento conseqüência de medidas


legais ou inerentes a elas, desde que não impliquem em situações
coibidas pelo artigo.
Art. 3. Serão responsáveis pelo delito de tortura:
a) Os empregados ou funcionários públicos que, atuando
nesse caráter, pratiquem, ordenem, instiguem ou induzam
a tortura, ou, podendo impedi-la, não o façam;
b) As pessoas que, por instigação dos funcionários ou
empregados públicos a que se refere a alínea anterior,
ordenem sua comissão, instiguem ou induzam a ela,
praticando diretamente ou nela sejam cúmplices.
ATENÇÃO!
Art. 4. Não cabe alegar obediência hierárquica.

Art. 5. NENHUMA circunstância excepcional, qualquer que


seja, quer se trate de estado de guerra ou de ameaça de
guerra, de instabilidade política interna ou de outro estado
de exceção, poderá ser invocada para justificar a tortura,
nem mesmo a periculosidade do investigado.
Art. 6. Os Estados Partes tomarão as efetivas a fim de prevenir e punir a
tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradante
no âmbito de sua jurisdição.

•Delitos com penas severas.

Art. 7. Os Estados Partes tomarão medidas para que, no treinamento de


agentes de polícia e de outros funcionários públicos responsáveis pela
custódia de pessoas privadas de liberdade, provisória ou definitivamente,
e nos interrogatórios, detenção ou prisões, se ressalte de maneira
especial a vedação
Art. 11. não devolver, não extraditar, não expulsar para outro Estado onde
possa ocorrer tortura.
Art. 8. Investigação imparcial de todas as denúncias de violação
de direitos e em todas as esferas e jurisidições.
Esgotada a jurisdição interna, o caso poderá ser submetido a
instâncias internacionais.

Art. 9. Garantia de compensação adequada para as vítimas do


delito de tortura.

IMPORTANTE:
Art. 10. Declaração obtida sob tortura não pode
ser usada como prova, SALVO se for utilizada para
provar que a tortura ocorreu.
Art. 11 ao 14. EXTRADIÇÃO
Procedimento por intermédio do qual um Estado solicita a outro a entrega
de uma pessoa condenada ou suspeita pela prática de crimes para que
responda penalmente.

Por ser um ato de soberania, são fixados tratados internacionais


bilaterais ou multilaterais entre países para viabilizar o procedimento de
extradição.
São elencados crimes e requisitos para que a extradição seja operada.

MAS!!!! No caso da tortura, a Convenção fixa que esse crime é


extraditável ainda que não exista tratado bilateral prevendo a
possibilidade.
A EXTRADIÇÃO PODE SER NEGADA?

Quando houver suspeita fundada de que a pessoa corra


perigo de vida ou possa ser submetida à tortura,
tratamento cruel, desumano ou degradante, no estado
que a está requerendo.

Quando um Estado Parte não conceder a extradição, submeterá o caso


às suas autoridades competentes, como se o delito houvesse sido
cometido no âmbito de sua jurisdição, para fins de investigação e,
quando for cabível, da ação penal, de conformidade com sua legislação
nacional. A decisão tomada por essas autoridades será comunicada ao
Estado que houver solicitado a extradição.
Art. 15. As disposições referentes à extradição não podem limitar o
direito ao asilo, quando este for cabível.

Para relembrar:
Asilo Político é uma instituição jurídica que visa a
proteção a qualquer cidadão estrangeiro que se
encontre perseguido em seu território por delitos
políticos, convicções religiosas ou situações raciais.
DIREITOS HUMANOS E RESPONSABILIDADE DO
ESTADO.

Assumido o compromisso internacional, se o Estado não


efetivar esses direitos, pode ser responsabilizado
internacionalmente.
Direitos humanos na Constituição Brasileira.

Dignidade da Pessoa Humana foi instituída como


fundamento do Estado.

- CONSTITUIÇÃO CIDADÃ!
-Quais são dos Direitos Fundamentais.
-Cláusulas pétreas.
- Competência para julgamento de violações.
Constituição Federal e Tratados Internacionais de
Direitos Humanos

Fases de Incorporação:
ASSINATURA INTERNACIONAL

APROVAÇÃO PELO CONGRESSO

RATIFICAÇÃO E DEPÓSITO

PROMULGAÇÃO INTERNA
Hierarquia dos Tratados Internacionais de Direitos
Humanos

Normas de DH são tipicamente constitucionais - dignidade


humana.

EC nº 45/2004 art. 5ª, §3º, da CRFB, que:


§ 3º- TIDH aprovados 2,2,3/5 serão equivalentes às
emendas constitucionais.
E OS OUTROS??

➢TIDH com quórum de norma infraconstitucionais: possuem


status de norma supralegal: acima das leis, abaixo da
Constituição Federal.

➢Demais tratados internacionais, independentemente do


quórum de aprovação: possuem status de norma
infraconstitucional.

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