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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL

CAMPUS DE ARAPIRACA
MATEMÁTICA - LICENCIATURA

MARCONE BARBOSA FRANÇA

DEPENDÊNCIA DO SMARTPHONE: UM ESTUDO DA NOMOFOBIA NOS


LICENCIANDOS EM MATEMÁTICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
ALAGOAS – UFAL, CAMPUS DE ARAPIRACA

ARAPIRACA
2020
Marcone Barbosa França

Dependência do smartphone: um estudo da nomofobia nos licenciandos em matemática da


Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Campus de Arapiraca

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC),


apresentado ao Curso de Matemática - Licenciatura
da Universidade Federal de Alagoas – UFAL,
Campus de Arapiraca, para a obtenção do Título de
Licenciado em Matemática.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ademária Aparecida de


Souza.

Coorientadora: Prof.a Esp. Thainnã Thatisuane


Oliveira Sena.

Arapiraca
2020
Universidade Federal de Alagoas – UFAL
Biblioteca Campus Arapiraca - BCA
Bibliotecário Responsável: Nestor Antonio Alves Junior

CRB - 4 / 1557

F815d França, Marcone Barbosa


Dependência do smartphone: um estudo da nomofobia nos licenciandos em
matemática da Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Campus Arapiraca / Marcone
Barbosa França. – Arapiraca, 2020.
61 f.: il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Matemática) - Universidade


Federal de Alagoas, Campus Arapiraca, Arapiraca, 2020.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ademária Aparecida de Souza.


Coorientadora: Prof.ª Esp. Thainnã Thatisuane Oliveira Sena.

Referências: f. 53-59.
Anexos: f. 60-61.

1. Comunicação. 2. Nomofobia. 3. Dependência do celular. I. Souza, Ademária


Aparecida de. II. Sena, Thainnã Thatisuane Oliveira. III. Título.

CDU 51
Marcone Barbosa França

Dependência do smartphone: um estudo da nomofobia nos licenciandos em matemática da


Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Campus de Arapiraca

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apresen-


tado ao Curso de Matemática Licenciatura da Uni-
versidade Federal de Alagoas – UFAL, Campus de
Arapiraca, para a obtenção do Título de Licenciado
em Matemática.

Data de aprovação: 30/06/2020.

Banca Examinadora

Prof.ª Dr.ª Simone Silva da Fonseca


Universidade Federal de Alagoas – UFAL
Campus de Arapiraca
Examinadora
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por
ser essencial em minha vida, autor de meu
destino, meu guia, socorro presente na hora da
angústia; ao meu pai Manoel, no qual tenho
grande respeito e admiração; minha mãe
Ivondi, sempre protetora; e as minhas irmãs
Germana, que agora é uma estrelinha, e
Camylla, que sempre apoiaram e incentivaram
minhas escolhas.
AGRADECIMENTOS

O desenvolvimento deste trabalho de conclusão de curso contou com a ajuda de diversas


pessoas, dentre as quais agradeço:
A professora Ademária por aceitar orientar este trabalho, fruto da disciplina
probabilidade e estatística, a qual incentivou tanto a mim quanto a outros alunos a pesquisar
enquanto se ministrava a disciplina.
A Thainnã Sena, pelas correções, sugestões e auxílios na escrita deste trabalho, que se
iniciou com um artigo e ganhou amplitude até se tornar está monografia.
Aos professores do curso de licenciatura em matemática que através de seus
ensinamentos permitiram que eu pudesse hoje está concluindo este trabalho.
A todos que participaram da pesquisa, pela colaboração e disposição no processo de
obtenção de dados.
Aos meus colegas e amigos do curso, pelas aprendizagens e conhecimentos adquiridos.
Aos meus pais e as minhas irmãs, que me incentivaram a cada momento e não
permitiram que eu desistisse.
“A persistência é o menor caminho do êxito.”

(Charles Chaplin)
RESUMO

Em tempo de conectividade é crescente o número de pessoas que estão utilizando smartphones,


uma vez que o mesmo possui cada vez mais utilidades e aplicabilidades no cotidiano, seja pela
facilidade de comunicação, troca de informações, acesso à internet, conectividade, agilidade ou
entretenimento. Embora o celular viabilize uma série de benefícios, a utilização em excesso
desses aparelhos e a preocupação demasiada e constante por não estar conectado à internet
também pode provocar sérios transtornos psicológicos, físicos e sociais. Nesse aspecto, o
presente trabalho tem como objetivo investigar o comportamento dos licenciandos do curso de
Matemática da Universidade Federal de Alagoas – Campus de Arapiraca, quanto ao uso de
celulares e o impacto causado em sua vida pessoal e acadêmica. Para tal, foi adotada uma
abordagem quali-quantitativa de natureza aplicada, no que tange aos objetivos, foi descritiva e
a metodologia empregada para o tratamento dos dados foi a estatística descritiva. A população
alvo da pesquisa é composta por 121 alunos do curso de licenciatura em matemática da UFAL
Campus de Arapiraca, para a amostra foram selecionados 80 alunos com nível de confiança de
95% e um erro amostral de 6,5%, por meio do método de amostragem aleatória estratificada e
para cada estrato utilizou-se a amostragem aleatória simples. Foi aplicado um questionário
composto por 28 questões fechadas para os alunos selecionados na amostra dos 1°, 3°, 5° e 7°
períodos do curso de Matemática. Os resultados da pesquisa apontam que 69% dos discentes
afirmaram usar o celular de maneira exagerada e que passam muito tempo usando telefone
celular e que 30% dos entrevistados dormem menos de 4 horas, sendo o aparelho celular o
causador desses acontecimentos. Além disso, 41% dos mesmos tentaram usar em uma menor
quantidade de tempo o aparelho, porém não conseguiram por causa da impulsividade e da
sensação de alívio (21%) que tal aparelho proporciona, por consequência 31% dos mesmos
afirmaram que a própria vida não teria graça caso não tivesse o aparelho celular. Diante desse
cenário dinâmico das inovações tecnológicas, é necessário ter consciência e cautela a essas
facilidades, rapidez e comodidades que os smartphones proporcionam aos usuários.

Palavras-chave: Comunicação; Nomofobia; Dependência de celular.


ABSTRACT

In terms of connectivity, the number of people using smartphones is increasing, since it has
more and more utilities and applications in everyday life, whether due to the ease of
communication, information exchange, internet access, connectivity, agility or entertainment.
Although the cell phone offers a series of benefits, the excessive use of these devices and the
constant and excessive concern about not being connected to the internet can also cause serious
psychological, physical and social disorders. In this regard, the present work aims to investigate
the behavior of undergraduate students in the Mathematics course at the Federal University of
Alagoas - Campus de Arapiraca, regarding the use of cell phones and the impact caused on their
personal and academic life. To this end, a qualitative and quantitative approach of an applied
nature was adopted, with regard to the objectives, it was descriptive and the methodology used
for the treatment of the data was descriptive statistics. The target population of the research is
composed of 121 students of the degree course in mathematics at UFAL Campus of Arapiraca,
for the sample 80 students were selected with a 95% confidence level and a sample error of
6.5%, using the method stratified random sampling and for each stratum simple random
sampling was used. A questionnaire consisting of 28 closed questions was applied to students
selected from the sample of the 1st, 3rd, 5th and 7th periods of the Mathematics course. The
survey results show that 69% of students said they use their cell phones in an exaggerated
manner and that they spend a lot of time using a cell phone and that 30% of the interviewees
sleep less than 4 hours, with the cell phone being the cause of these events. In addition, 41% of
them tried to use the device in a lesser amount of time, but failed because of the impulsiveness
and the feeling of relief (21%) that such device provides, consequently 31% of them stated that
life itself it wouldn't be funny if you didn't have your cell phone. In view of this dynamic
scenario of technological innovations, it is necessary to be aware and cautious of these facilities,
speed and amenities that smartphones provide to users.

Key words: Communication; Nomophobia; Cell dependency.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Pintura rupestre.......................................................................................................16


Figura 2- Escrita cuneiforme..................................................................................................17
Figura 3- Prensa tipográfica...................................................................................................18
Figura 4- Quantidade de celulares e densidade nos últimos anos.............…….............…....20
Figura 5- Eniac: o primeiro computador do mundo...............................................................21
Figura 6- Primeiro smartphone: Nokia modelo 9000 communicator.....................................22
Figura 7- Usuários de WhatsApp….............………..….…….….…....……................….....23
Figura 8- Uso de celulares ............................…..………...……….….…….........….............25
Figura 9-Idade com que teve o primeiro smartphone…….........……………..…..................26
LISTA DE TABELAS

Tabela 1- População alvo da pesquisa composta pelos alunos devidamente matriculados no 1°


semestre de 2019 do curso de Matemática – Licenciatura da Universidade Federal de Alagoas
– Campus de Arapiraca............................................................................................................. 39
Tabela 2- Amostra da pesquisa composta pelos alunos devidamente matriculados no 1°
semestre de 2019 do curso de Matemática – Licenciatura da Universidade Federal de Alagoas
– Campus de Arapiraca............................................................................................................. 40
Tabela 3- Avaliação espontânea dos itens de 1 a 3 pelos alunos do curso de Matemática da
Universidade Federal de Alagoas – Campus de Arapiraca para identificar possível nomofobia
ou risco de dependência do smartphone ................................................................................... 43
Tabela 4- Avaliação espontânea dos itens de 4 a 6 pelos alunos do curso de Matemática da
Universidade Federal de Alagoas – Campus de Arapiraca para identificar possível nomofobia
ou risco de dependência do smartphone ................................................................................... 45
Tabela 5- Avaliação espontânea dos itens de 7 a 9 pelos alunos do curso de Matemática da
Universidade Federal de Alagoas – Campus de Arapiraca para identificar possível nomofobia
ou risco de dependência do smartphone ................................................................................... 46
Tabela 6- Avaliação espontânea dos itens de 10 a 12 pelos alunos do curso de Matemática da
Universidade Federal de Alagoas – Campus de Arapiraca para identificar possível nomofobia
ou risco de dependência do smartphone ................................................................................... 48
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Percentual de alunos que já receberam a informação mais de uma vez que passam
tempo demais ao smartphone no curso de Matemática da Universidade Federal de Alagoas –
Campus de Arapiraca................................................................................................................ 42
Gráfico 2- Percentual de alunos que dormem menos que quatro horas porque ficou usando o
smartphone no curso de Matemática – Licenciatura da Universidade Federal de Alagoas –
Campus de Arapiraca................................................................................................................ 44
Gráfico 3- Percentual de alunos que usa smartphone durante mais tempo e/ou gasto mais
dinheiro nele do que eu pretendia inicialmente no curso de Matemática da Universidade federal
de Alagoas – Campus de Arapiraca .......................................................................................... 47
Gráfico 4- Percentual de alunos que “navegar no smartphone tem causado prejuízos para a
minha saúde física. Por exemplo, uso o smartphone quando atravesso a rua, ou enquanto dirijo
ou espero algo, e esse uso pode ter me colocado em perigo” no curso de Matemática da
Universidade federal de Alagoas – Campus de Arapiraca.........................................................49
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................……………..….………..……….….…….……….………...12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA……….………………..…….…….…….…….……15
2.1 A EVOLUÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO………………………………...15
2.2 TECNOLOGIA E AS NOVAS MÍDIAS DIGITAIS………..…………….…..………22
2.3 VÍCIO TECNOLÓGICO: CONTEXTUALIZANDO NOMOFOBIA…………....…26
2.4 INCÊNDIOS x CHOQUES ELÉTRICOS……...…….…...…..…....……………..…..30
2.5 EXIBICIONISMO NAS REDES SOCIAIS…….....………..……..….…..…….……..31
2.6 CELULARES x TRÂNSITO……...……………………………………………….…...33
2.7 CELULARES NA EDUCAÇÃO………….….….….….….…………..……..….……..34
3 METODOLOGIA…………………………………….....…………………..…………..38
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES…………………….….…......……………....………42
4.1 USO EXCESSIVO DO CELULAR...……….…….....………………….….……..……42
4.2 CONSEQUÊNCIAS NO USO DO SMARTPHONE…….…..……………….……….43
4.3 SMARTPHONE VERSUS DROGAS..………….…………….…………………….…46
4.4 SMARTPHONE VERSUS PERIGO DE VIDA….……………..…..…..…….………48
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS…………..…….……………………………............……50
REFERÊNCIAS,,,,………………………………………………..……................….….53
ANEXO A - QUESTIONÁRIO DOS ALUNOS SOBRE NOMOFOBIA…......…….60
12

1 INTRODUÇÃO

A comunicação está cada vez mais acessível e em proporções abrangentes. De acordo


com Kim (2018), no cenário das inovações tecnológicas, os smartphones estão trazendo
modificações revolucionárias na forma como as pessoas interagem uma com as outras,
ocasionando uma nova postura social na qual o mundo real e o virtual muitas vezes são
confundidos e são vividos simultaneamente.
Nos últimos anos vem ocorrendo uma democratização em relação a produtos
tecnológicos, fazendo com que pessoas de condições humildes consumam tais produtos a um
preço acessível. Em contrapartida houve um aumento nas vendas de aparelhos smartphones e a
ampliação de tecnologias no mesmo, fazendo com que a população consumidora queira adquiri-
los por suas inúmeras ferramentas. Embora esses aparelhos tragam inúmeros benefícios, o uso
em excesso provoca sérios transtornos sociais, físicos e psicológicos. Segundo, King e Nardi
(2014), o uso exagerado de smartphone provoca alterações comportamentais, emocionais e
sinais semelhantes aos de usuários de drogas, demonstrando, assim, os efeitos nocivos que a
dependência digital pode ocasionar.
De acordo com números divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações
(ANATEL, 2019), o Brasil tem 228,64 milhões de celulares cadastrados; ultrapassando a
população nacional, que é aproximadamente 211 milhões de habitantes. Conforme relata o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2020), com o crescimento no número de
pessoas utilizando os celulares, a comunicação está facilitada, mas também pode levar à
dependência digital se não usada corretamente. É o caso da nomofobia conhecida como o
transtorno da web do século 21, segundo King et al. (2014) essa patologia, surgiu para indicar
a aflição e angústia pelo medo de ficar off-line, ou seja, sem contato ou acesso a telefone celular,
internet e computadores.
Segundo Yildirim e Correia (2015) e Nardi e Cardoso (2014), o uso excessivo das novas
tecnologias pode interferir nas interações sociais e causar outros problemas psicológicos, tais
como: síndrome do pânico, fobia social, alteração no humor, depressão, ansiedade, dentre
outras. Qualquer pessoa está sujeita à nomofobia independentemente da idade, entretanto os
jovens tendem a ser mais viciados em celulares. De acordo com Forgays, Hyman e Schreiber
(2014), os estudantes universitários são mais propensos a sofrer os efeitos negativos do uso
excessivo do smartphone, visto que estes nasceram no mundo tecnológico.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2017), o aumento no número de
pessoas com depressão, aumentou 18% entre 2005 e 2015; em 2005, cerca de 263 milhões de
13

pessoas sofriam com o transtorno; em 2015, o número saltou para 322 milhões. Um dos fatores
para esse acréscimo está associado ao medo de ficar sem o aparelho celular e também pelo
distanciamento da realidade e dos contatos sociais, ocasionando o isolamento.
Pesquisas envolvendo o uso indevido de smartphones no Brasil ainda são limitadas,
assim justifica-se o interesse do presente trabalho de uma maior investigação das suas
implicações no âmbito universitário a fim de acompanhar as interferências e mudança na vida
dos acadêmicos. É importante destacar que o problema não é, necessariamente, da tecnologia
em si, mas da maneira que a mesma é utilizada. Quando utilizada com cautela não se anula os
grandes benefícios que as inovações tecnológicas proporcionaram para o mundo.
A justificativa pessoal para a escolha deste tema veio através de conversas com um
amigo de turma, que me apresentou o tema junto com algumas publicações na internet. No
mesmo ano decidi me aprofundar em relação ao tema e fiz um artigo que foi submetido ao VI
Emaal, Encontro de Matemática do Agreste Alagoano. Também no mesmo ano foi decidido se
aprofundar ainda mais neste objeto de pesquisa e fazer está monografia de TCC.
Diante desse contexto, o presente estudo buscou responder ao seguinte questionamento:
Como é usado o celular pelos universitários do curso de Matemática- Licenciatura da
Universidade Federal de Alagoas – Campus de Arapiraca e qual o impacto causado em sua
vida pessoal e acadêmica?
O objetivo geral do presente trabalho é investigar o comportamento dos licenciandos do
curso de Matemática da Universidade Federal de Alagoas – Campus de Arapiraca, quanto ao
uso de celulares e o impacto causado em sua vida pessoal e acadêmica.
Para a realização do estudo, considerou-se os objetivos específicos: i) Entender como
os alunos têm se comportado com o uso do celular; ii) Verificar se existe diferença no uso do
celular em relação ao gênero; iii) Descrever o comportamento ou sentimento dos alunos quando
não estão de posse destes dispositivos móveis. iv) Investigar as consequências
do uso inadequado dos smatphones.
O trabalho está dividido em quatro seções, começando com a introdução, na qual há
uma breve apresentação em relação a pesquisa, justificativa e os objetivos da proposta. A
segunda seção é destinada a fundamentação teórica do trabalho, sob sete aspectos, são eles: 1)
A evolução dos meios de comunicação; 2) Tecnologia e as novas mídias digitais; 3) Vício
tecnológico: contextualizando nomofobia; 4) Incêndios X Choques elétricos; 5) Exibicionismo
nas redes sociais; 6) Celulares X Trânsito e 7) Celulares na educação. Na terceira seção, é
detalhado o caminho metodológico traçado, explicitando a forma como se deu a coleta de dados
e os instrumentos utilizados para a análise das informações colhidas. Por último, na quarta seção
14

são apresentados os resultados que a pesquisa encontrou no curso de licenciatura em


matemática e suas implicações.
15

2 A EVOLUÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÕES E SEUS IMPACTOS NA


SOCIEDADE

Esta seção está dividida em subseções para facilitar a compreensão e a leitura dos
mesmos. Na primeira subseção foi feito uma investigação em relação a diversos estágios na
comunicação, evoluindo de figuras rupestres feitas em paredes à comunicação via web. Na
segunda subseção é sob as tecnologias e as novas mídias digitais, em que diversos aparelhos,
inclusive os telefones, possuem as mais diversas aplicações para facilitar a vida das pessoas. Já
na terceira subseção fala-se sob os vícios tecnológicos e a consequente nomofobia.
Por causa do consumo em excesso de aparelhos celulares muitas pessoas podem
provocar acidentes, como é mencionado nas subseções 4 e 6. Além disso, muitas pessoas fazem
uso do anonimato para se expor e/ou para prejudicar alguma outra pessoa, como visto na
subseção 5.
Por fim, na última subseção fala-se sob o uso de celulares na educação, em que muitos
profissionais desta área necessitam se especializar para fazerem um trabalho melhor e mais
moderno.

2.1 A EVOLUÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Segundo Coutinho (2014), A história sobre os meios de comunicação é bem difícil de


ser traçada, em termos exatos em relação ao tempo, devido à escassez de documentos que
comprovem os fatos concernentes a esta época. Contudo, diversos estudos foram e continuam
sendo realizados nesta área, tendo revelado importantes fatos da história da comunicação
humana.
A evolução dos meios de comunicação está atrelada ao desenvolvimento da
humanidade. A comunicação existe desde os primeiros habitantes da terra, durante a pré-
história, e ela sempre se mostrou como algo essencial a vida e, de acordo com Ipanema (1967,
p.4), “à sobrevivência humana e a sua expansão dominadora”.
Segundo Pinheiro (2005, p.11), a palavra comunicação “vem do latim communicare,
que significa tornar comum, compartilhar, trocar opiniões, associar, conferenciar”. A
comunicação ocorre por meio de simbologia ou símbolos entre comunicador e intérprete, para
que isso ocorra é necessário a emissão e o recebimento de informações que provoquem
significados.
16

Segundo Ipanema (1967), a comunicação foi utilizada como forma de interação entre
diferentes pessoas e camadas sociais, através da necessidade humana de se expressar.
Consoante Costella (2001), a comunicação teve início no momento em que os seres humanos
passaram a se comunicar por meio de gritos e gestos, com os quais conseguiam expor suas
intenções. Com o passar dos anos, a comunicação foi ganhando maior complexidade devido às
pinturas rupestres, artes baseadas em desenhos gravadas nas paredes e tetos de cavernas (Figura
1).

Figura 1 - Pintura Rupestre

Fonte: Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/artes/arte-rupestre. Acesso em: 24 nov. 2019.

Mesmo com o passar dos anos os símbolos e as pinturas continuaram sendo relevantes
para as mais diversas civilizações. Entre estas civilizações destacam-se os sumérios, que deram
origem a escrita cuneiforme na mesopotâmia (Figura 2). De acordo com Pozzer (1999), o nome
cuneiforme vem do latim cuneus (canto), por ser o resultado do corte de um estilete sob a argila
mole, com três dimensões (altura, largura e profundidade). Segundo Oliveira (2018), o objetivo
principal dessa escrita, ao ser criada a 3.000 a.C., era contabilizar os impostos, o registro de
animais, e o controle sobre os meios de produção e subsistência.
17

Figura 2- Escrita Cuneiforme

Fonte: Disponível em: https://www.estudopratico.com.br/escrita-cuneiforme/. Acesso: 02 dez. 2019.

Segundo Coutinho (2014), com o surgimento da escrita e do papel, em


aproximadamente 3.500 a. C. pelos chineses, foram dadas as prerrogativas para que diversos
meios de comunicação pudessem aparecer, como a carta e o jornal manuscrito. Esses meios
foram bastante utilizados pelas civilizações antigas, destacando-se: os romanos, os egípcios, os
gregos e as culturas do oriente.
A criação do alfabeto pelos fenícios, por volta de 2.300 a. C., facilitou as formas de
comunicação a diversas civilizações, algumas fizeram pequenas adaptações para satisfazer o
interesse local, como ocorreu com a Grécia, que introduziu algumas letras, entre elas destacam-
se: alfa, beta e gama.
Com o desenvolvimento da escrita surgiu-se uma nova preocupação e por consequência
uma grande evolução quanto a entrega de mensagens a destinatários. De acordo com Cembrani
(2017), a princípio, os homens utilizaram seus conhecimentos para domesticar algumas aves,
destinadas ao envio de mensagens, aves estas conhecidas como pombo-correio; com o passar
do tempo, as cartas passaram a ser encaminhadas através de mensageiros, o que permitia enviar
mensagens a localidades mais distantes.
A comunicação humana é responsável por possibilitar o desenvolvimento das relações
sociais ao longo de toda a existência humana, representando, nesse caso, um dos fenômenos
mais importantes nas relações humanas na qual existe uma compatibilidade direta entre o
desenvolvimento humano e os meios de comunicação. Para que isso ocorra é necessário, no
entanto, que exista um esforço coletivo para que ocorra uma organização junto com a criação
de identidades.
18

A partir deste processo de organização e da formação de identidades específicas nos


meios de comunicação, percebe-se um desenvolvimento quanto ao setor de serviços, o
comércio. Nesse aspecto, Perles (2007, p. 12), afirma que:

Não importa a natureza da informação, a tecnologia necessária para


transformá-la, editá-la, transportá-la ou armazená-la é a mesma, embora em
certa medida persistam métodos e qualificações diferenciados para os
processos de concepção e produção de serviços e produtos. Serviços e
produtos estes que passaram a submeter-se aos processos de apropriação
típicos das estruturas econômico-financeiras da sociedade.

Através de diversos movimentos históricos percebe-se o quanto o setor de comércios se


manifestou e ao lado encontra-se o desenvolvimento da comunicação. Entre os fatos que
impulsionaram o desenvolvimento deste, destaca-se a criação do sistema de prensa tipográfica,
aumentando, nesse caso, a fabricação de documentos escritos, como livros e jornais (Figura 3).
Fazendo com que ocorra a popularização da imprensa e a democratização dos livros, pelo fato
de os mesmos tornarem-se mais baratos, conforme Monteiro e Rocha (2011).

Figura 3 - Prensa Tipográfica

Fonte: Disponível em: https://letterpresscommons.com/press/columbian/. Acesso: 02 dez. 2019.

A prensa tipográfica foi inventada por volta de 1450, com a invenção da prensa e do
molde de tipos, os manuscritos viveram um processo de declínio. Segundo Monteiro e Rocha
(2011), “elas não foram extintas, mas passaram para segundo plano”. De acordo com Perles
(2007), a imprensa brasileira se iniciou em 1808, quando a coroa portuguesa passou a residir
no Brasil como refúgio do império napoleônico, com a criação da gazeta do Rio de Janeiro, na
19

qual publicava notícias e documentos de interesse da corte. Ao passar dos anos foram surgindo
novos periódicos, ocasionando, assim, o jornalismo panfletário.
De acordo com Cembrani (2017), em meados do século XVIII teve início os estudos
sobre eletricidade, fato este que ocasionou a criação do telégrafo, permitindo a comunicação de
pessoas ponto a ponto por meio de desenhos, códigos e telegramas. Em 1876, veio a ser criado
o telefone por Alexander Graham Bell, objeto este que permitia a comunicação por meio de
ondas sonoras. Ao decorrer dos anos os telefones passaram por uma série de modificações, em
ordem cronológica, tem-se: telefones públicos, analógicos, digitais.
Todas essas inovações pelas quais o telefone passou, e ainda passa, está relacionada ao
consumo de tais produtos, onde a cada instante é feito novas inovações para que eles estejam
mais completos, para que as pessoas sejam induzidas a consumi-los pensando que o aparelho a
qual detém está ultrapassado, antigo, como é retratado na Figura 4, consoante dados da Anatel.
Conforme Rodrigues et al. (2015, p.3),

De acordo com a Anatel (2005), na época de 1990 havia 667 aparelhos de


celulares e um ano depois passou para 6700 celulares no país. A partir de
então, o número de aparelhos celulares no Brasil continuou crescendo e em
2015 a Anatel contabilizou 281,7 milhões de linhas de celulares ativas no
Brasil.
20

Figura 4 - Quantidade de celulares e densidade nos últimos anos

Fonte: Anatel (2018).

Em gradação a criação do jornal e do telefone, a sua expansão, deu-se a criação de meios


de comunicação conhecidos como de massa, são eles: o rádio, o cinema e a televisão. Segundo
Cembrani (2017), a criação do rádio se deu em 1896, pela inserção de voz humana houve um
grande dinamismo neste meio de comunicação devido às notícias de diversas partes do mundo
e também a reprodução de canções e rádio novelas. De acordo com Meneguel (1998), as
primeiras transmissões de rádio no Brasil aconteceram em 1922 e ficou até à década de 1930
de forma experimental, sendo utilizada somente pela elite.
Em 1924, Philo Fransworth (1906-1971) cria a televisão, meio de comunicação na qual
fazia a junção do som e a imagem, a princípio a sua imagem era na forma preto e branco, mas
a partir de 1943 a imagem passou a ser a cores. De acordo com Lins (2013), este meio de
comunicação chega ao Brasil somente em 1950, por meio de Assis Chateaubriand, através da
criação da TV Tupi.
Segundo Mattos (2002), a diversificação da televisão e dos diversos meios de
comunicação no Brasil se deu devido ao investimento na industrialização, após a segunda
21

guerra mundial, que passou a exercer influência significativa na economia brasileira. Com a
expansão da indústria, os meios de comunicação tornaram-se a cultura procurada pela
população.
No século XX houve grandes inovações tecnológicas, ocasionando descobertas na
comunicação. Nesse sentido, em 1946, John Eickert e John Mauchly inventaram o primeiro
computador que funcionavam por meio de válvulas e permitia resolver inúmeros cálculos e
problemas abstratos (Figura 5). Com o passar dos anos estes aparelhos foram aperfeiçoados em
computadores pessoais, ocasionando uma maior popularização.

Figura 5-Eniac: o primeiro computador do mundo

Fonte: Disponível em: https://blog.hdstore.com.br/eniac-primeiro-computador-do-mundo/. Acesso em:


02 dez. 2019.

Em 1947, tem-se a criação do celular, nos Estados Unidos, pelo laboratório Bell. De
acordo com Pinheiro (2005, p, 29), estes aparelhos permitiam “a comunicação por meio de
ondas eletromagnéticas, os primeiros aparelhos permitiam, basicamente, a realização de
ligações de forma portátil”. Com o passar dos anos novas funções foram adicionadas ao
aparelho, acrescentados de novos designs, tamanhos, pesos e processamento.
Em 1996, foi-se criado o primeiro celular com acesso à internet, disponibilizado pela
Nokia, o modelo 9000 communicator (Figura 6). Segundo Coutinho (2014), ao serem lançados,
eles foram autodenominados de telefones inteligentes, os smartphones, como agora são
conhecidos, apresentam alta tecnologia e uma grande capacidade de processamento de dados.
22

Atualmente, os smatphones apresentam todas as características de um computador portátil,


além de serem cada vez mais útil devido a criação e a disponibilidade de programas.

Figura 6 - Smartphone: Nokia modelo 9000 communicator

Fonte: Disponível em: http://nokiamuseum.info/nokia-9000/. Acesso em: 02 dez. 2019.

De acordo com o que foi exposto, percebe-se que a comunicação foi transformada em
harmonia com os interesses e necessidades das civilizações, assim como também vem
acompanhada pelo desenvolvimento das inovações. Contudo, existem impactos ocasionados
pela tecnologia e pelas novas mídias digitais. Um dos benefícios da internet é que ela propicia
mais liberdade, fazendo com que o mundo seja pequeno, beneficiando diversas pessoas; o lado
negativo é a opressão gerada sob as pessoas desinformadas ou que não saibam utilizar o recurso
de forma adequada. Baseado nisso, é necessário ter consciência sob os benefícios e os
malefícios ocasionados pelas criações da modernidade, para melhor ser preparado e não ser
pego pelas armadilhas.

2.2 TECNOLOGIA E AS NOVAS MÍDIAS DIGITAIS

Devido ao crescimento da globalização, os seres humanos estão cada vez mais expostos
a produtos midiáticos que impulsionam e fortalecem o consumo tecnológico. Uma das
consequências do desenvolvimento tecnológico é a alteração de comportamentos e hábitos pela
sociedade, onde a mesma necessita está conectada para se sentir incorporada ao mundo
interativo.
Castells (2009, p.55) destaca que, “com a difusão da Internet, uma nova forma de
comunicação interativa surge, caracterizada pela capacidade de enviar mensagens de muitos
para muitos, em tempo real ou não [...]”. A informação passou a ser, na atualidade, uma moeda
de poder e de troca, fazendo com que computadores, telefones e celulares se tornem
23

indispensáveis no dia a dia das pessoas por causa da praticidade e da autonomia que eles
proporcionam.
Por causa do dinamismo proporcionado pelas tecnologias móveis houve uma
modificação nas formas de comunicação e participação das pessoas aparelhadas pelas redes
sociais, ocasionando, assim, pontos positivos e negativos. Bozza (2016) corrobora que as redes
sociais são importantes ferramentas de interação social que permitem que as pessoas se
comuniquem de forma rápida, quase instantânea, e que conheçam novas pessoas, mesmo que
em espaços bastante distantes. Fazendo, assim, com que pessoas das mais diversas idades
conheçam novos grupos de indivíduos que detenham de interesses comuns, expandindo, nesse
caso, a utilização de sites de relacionamentos para as mais variadas idades.
Na Figura 7 são mostrados os resultados de uma pesquisa realizada na Argentina, devido
à dificuldade de se encontrar dados existentes no Brasil, na qual os usuários de WhatsApp são
das mais variadas idades, com um menor consumo em relação aos idosos acima de 60 anos.

Figura 7 - Usuários de WhatsApp (Usuarios de WhatsApp)

Fonte: Disponível em: http://www.defensorcordoba.org.ar/archivos/noticias/2016-7-19-


11.9.17.400_NoticiaArchivo.jpg. Acesso em: 05 dez. 2019.

Existem desvantagens ocasionadas pela má aplicação deste recurso, entre elas, destaca-
se a exposição da própria intimidade como condição para se pertencer a uma rede social.
Segundo Bozza (2016), existe outra grande preocupação que é em relação ao anonimato,
fazendo com que alguns sujeitos apresentem atos abusivos, violentos ou mal-intencionados por
causa da sensação de invisibilidade presente no ciberespaço.
24

De acordo com Brasil ([2019]), “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o


anonimato”. Entretanto, esta sensação de invisibilidade presente na internet ocasiona a
desinibição. Segundo Mason (2008, p.12),

[...] o anonimato associado com a Comunicação Mediada por Computador


(CMC) mostra muitos aspectos de papéis aceitos socialmente, levando a
Internet a agir como uma arena potencial para atos agressivos e dando
liberdade aos adolescentes para serem mais rudes, ríspidos, desagradáveis em
suas críticas; e instilando raiva, ódio, ou até mesmo ameaçando indivíduos.

Ainda de acordo com Mason (2008), o anonimato presente no ciberespaço pode driblar
a responsabilidade de pessoas que utilizam o mesmo para o cometimento do mal; reduzindo,
desse modo, o medo de serem pegos e punidos. Entretanto, a internet mesmo proporcionando
uma infinitude de conhecimentos e uma autonomia social, permitindo que pessoas de
localidades longínquas se conheçam, tem como malefício (ou falha) o anonimato presente nela,
o que gera a sensação de insegurança e impunidade.
Conforme a União Internacional de Telecomunicações (UIT) (EDGARD JÚNIOR,
2015), a quantidade de celulares existentes em nosso planeta está se equiparando à população
mundial. Essa adoção se deu pelo multiuso destinado a estes aparelhos, o que em outras épocas
era objeto de comunicação a longa distância entre pessoas conhecidas, atualmente, o aparelho
detém de diversos aplicativos capazes de estabelecer comunicação com pessoas conhecidas e
desconhecidas. Além de permitir a comunicação os apps (aplicativos) são ferramentas de
entretenimento, permitindo a seus detentores ouvirem as músicas prediletas, assistir filmes, tirar
fotos, jogar, entre outras coisas.
25

Figura 8 - Uso dos celulares (Uso de celulares)

Fonte: http://www.defensorcordoba.org.ar/archivos/noticias/2016-7-19-
11.9.8.149_NoticiaArchivo.jpg. Acesso em: 05 dez. 2019.

Proveniente dos avanços tecnológicos, os smartphones tornaram-se indispensáveis aos


afazeres sociais, ocasionando um aumento eu seu uso (consumo), principalmente entre crianças
e adolescentes. Conforme a Entertainment Software Association, (ESA) (2019), as empresas
produtoras de aparelhos celulares investem demasiadamente bilhões de dólares na evolução do
aparelho e na criação de aplicativos capazes de fazer com que o mesmo se adeque à necessidade
de cada ser humano. Fazendo, enfim, com que pessoas das mais variadas idades estejam
conectadas a qualquer hora e em qualquer lugar.
26

Figura 9 - Idade com que teve o primeiro telefone (Edad al primer teléfono)

Fonte: Disponível em: http://www.defensorcordoba.org.ar/archivos/noticias/2016-7-19-


11.8.54.31_NoticiaArchivo.jpg. Acesso em: 05 dez. 2019.

A era da informação, também conhecida como era digital ou tecnológica, proporcionou


diversos benefícios sociais aos seres humanos, assim como também trouxe alguns malefícios.
Destes, além da exposição da intimidade e do anonimato, existem algumas doenças que estão
sendo estudados pela medicina, entre elas a nomofobia, na qual seus sintomas são: angústia,
ansiedade, irritabilidade, medo, estresse, crises de pânico, tristeza, solidão, depressão.
Segundo Teixeira (2006), no passado acreditava-se que a partir dos anos 2000 não
haveria novas doenças e que com o avanço da ciência e da tecnologia elas seriam, apenas, parte
da história. No entanto, a realidade é outra, como as tecnologias avançam, as doenças avançam
também, e que muitas vezes andam aliadas.

2.3 VÍCIO TECNOLÓGICO: CONTEXTUALIZANDO NOMOFOBIA

O crescimento das inovações tecnológicas provocou uma alteração no comportamento


e nos hábitos da sociedade atual, proporcionando, dessa forma, uma comunicação imediata e
ágil para pessoas que buscam praticidade e autonomia, de acordo com King et al. (2014). Entre
outros avanços, o smatphone é um dos produtos que mais se destacam, devido as propagandas
apresentadas em relação ao mesmo e as inovações tecnológicas incorporadas. Sendo as crianças
e os adolescentes seus principais consumidores, conforme Krajewska-Kułak et al. (2012).
Segundo Park et al. (2013), nos dias atuais é comum se vê smartphones com as mais
diversas funções, facilitando a comunicação instantânea, fazendo com que pessoas das mais
27

diversas regiões estejam conectadas a qualquer hora, além de proporcionar o acesso à


informação. Desse modo, devido a sua aplicação no âmbito social, pessoal e profissional, os
smartphones são vistos como ferramentas facilitadoras e de fundamental importância para a
realização das mais diversas atividades.
Assim, segundo King et al. (2014), apesar dos seus benefícios, o uso em excesso de
smartphones pode causar dependências que provocam alterações emocionais, assim como
sintomas físicos e psicológicos, entre eles destacam-se: alterações respiratórias, aumento de
ansiedade, medo, depressão, pânico.
Neste caso, existe uma doença recente, pouco debatida na mídia e na literatura, e com
poucos materiais disponíveis, decorrente das mudanças e avanços tecnológicos na sociedade,
que é a nomofobia. De acordo com King e Nardi (2014), ela é uma palavra moderna que não se
originou do latim e nem do grego, a sua origem veio a partir da existência dos computadores,
dos telefones celulares e dos transtornos originados desses dispositivos.
Segundo Mazieiro e Oliveira (2016), até o ano de 2008, não existia nenhuma
denominação para os sentimentos e sensações causados pela ausência de celular/computador.
De acordo com King et al. (2014), o termo nomofobia foi criada no Reino Unido, Inglaterra,
que se originou da expressão “no mobile phonephobia” que significa “fobia de ficar sem
telefone”.
Sendo objeto de tal estudo a angústia associada com o medo que as pessoas têm de
estarem off-line, ou seja, o medo de ficarem incomunicáveis em relação ao telefone celular;
internet e computador. Segundo Mazieiro e Oliveira (2016), esta pesquisa constatou que 53%
dos usuários sofriam de dependência crônica por causa do uso do aparelho e que os homens
eram mais suscetíveis a ter nomofobia do que as mulheres, indicando sentimento de ansiedade
quando não utiliza o aparelho.
De acordo com Silva, Nascimento e Ferro (2010), a nomofobia é “o medo de ficar sem
o celular, a pessoa fica tão dependente do telefone que literalmente não pode ficar a metros de
distância do mesmo”. Nomofobia, é portanto, o medo ou a angústia de não se comunicar com
as novas tecnologias, isto é, a fobia de não está com telefone celular, computador ou internet.
Nessa perspectiva, a Fundação Comunitária Tricodiana de Educação, FTCE (2016, p.2),
também define a nomofobia como “uma compulsão caracterizada pelo medo irracional de
permanecer isolado e desconectado do mundo virtual”.
Ela é caracterizada pelo uso constante de novas tecnologias e pela ausência de
comunicação face a face, interferindo, assim, as relações sociais. Causando, nesse caso,
comportamentos confusos se sentimentos ruins que levam seus dependentes a terem certo grau
28

de alienação, ao isolamento social e a problemas econômicos e financeiros, devido a compra de


acessórios e aparelhos mais recentes.
Bragazzi e Puente (2014) afirmam que existem algumas características presente nas
pessoas nomofóbicas, que usa de forma excessiva o aparelho celular, são elas: usar
regularmente o aparelho celular; levar sempre o carregador ao conduzi-lo; ficar ansioso ou
nervoso ao não ter o telefone por perto ou não ter conexão com a internet; olhar constantemente
a tela do telefone para verificar se recebeu ligações e/ou mensagens; preferir utilizar o aparelho
para se comunicar, evitando, dessa forma, o contato físico; fazer dívidas e despesas altas por
causa do aparelho.
Além desses problemas psicológicos, existem alguns relacionados ao corpo, problemas
físicos, como por exemplo: dor no pescoço e costas; câncer de pele e câncer de olho. Segundo
Silva, Nascimento e Ferro (2010), existem casos em que ocorre adição de problemas físicos
junto com problemas mentais, tendo como resultado a destruição do organismo, como ocorre
em câncer de pele + depressão e nomofobia + má postura.
Segundo Lopes (2017), ao usarem o celular e/ou computador, os nomofóbicos
apresentam sensações de bem esta equivalente aos de um dependente de drogas, por causa de
comportamentos similares, entre eles, destacam-se: mudanças repentinas de comportamento;
falta de motivação para trabalhar e estudar; troca do dia pela noite; inquietação, irritabilidade,
ansiedade, cacoetes; insônia; perda de interesse por atividades rotineiras.
Conforme Susan Greenfield (2008), neurocientista e professor de farmacologia na
Universidade de Oxford, aponta que a utilização em larga escala do celular faz com que o
cérebro libere substâncias como a dopamina. Ainda assim, nas ideias de Duhigg (2012), toda
droga ou todo vício, ela é utilizada por causa de uma deixa (um motivo) e, por consequência,
uma recompensa (satisfação), tendo como intermédio dos dois o hábito (rotina), esse ciclo é
conhecido como loop do hábito.
De acordo com Greenfield (2008), à satisfação proporcionada pelos aparelhos celulares,
incluindo o uso da internet, e da rotina que as pessoas adotaram ao mesmo, existe uma grande
possibilidade de as pessoas passarem a viver suas vidas exclusivamente em ambientes virtuais.
E por consequência, existiria uma desterritorialização de vivência e a diminuição de contatos
pessoais, sobre isso, Teixeira (2006, p. 5) afirma que:

Na base estão certas desterritorialização das vivências, enquanto


desvalorização e desinteresse pela inferioridade, e a diminuição dos contatos
interpessoais diretos. Predomina a exterioridade do existir. A experiência é de
29

falta de sentido e de vazio existencial, com predomínio do efêmero e


superficial, com falta de interioridade e reflexão, levando à perda da vivência
de profundidade e reflexão com banalização do amor e do compromisso em
favor da superficialidade nas relações amorosas, ritmo de vida veloz,
importância maior do "estar-a-par" em vez de compreender, inundação
tecnológica interposta entre as pessoas (tele móvel, computador),
generalização das relações de exterioridade pouco significativas. Tudo isso
pode proporcionar diminuição de investimento em trocas afetivas profundas e
uma auto centração feita no enaltecimento de si próprio no qual o ser é igual
ao parecer. A falta de interioridade nas vivências associa-se facilmente à má
fé sartreano, que leva à passividade e perpetua as dificuldades em lidar com
os problemas. Acresce no contexto socioeconômico a presença de estruturas
de alienação, de violência e de opressão. A alienação é vivida com indiferença,
solidão e falta de comunicação interpessoal. A exterioridade e a exibição
tornam-se facilmente mais importantes do que a história e o projeto existencial
como procura de significado para a existência.

Neste caso, percebe-se a dificuldade da nova geração em se ter relações sociais


concretas, gerando, nesse caso, um egocentrismo. Em relação a isso, Flankl (2005, p.18) diz
que:

A sociedade atual: ela gratifica e satisfaz virtualmente qualquer necessidade,


com exceção de uma só, a necessidade de um sentido de vida. Podemos dizer
que certas necessidades são criadas artificialmente pela sociedade de hoje, e,
no entanto, a necessidade de um sentido permanece insatisfeita.

Em paralelo ao exposto por Flankl (2005), é correto afirmar que a sociedade atual está
sob um alicerce frágil, na qual a importância se dar sob bens não duráveis e que em muitas
vezes não preenchem em nada a existência humana. Pode-se concluir, então, que a forma de as
pessoas terem suas relações sociais de modo virtual e, muitas vezes, vazias; associado ao grande
desenvolvimento tecnológico na criação de softwares e equipamentos é puro marketing
capitalista para que as pessoas não se sintam satisfeitas.
Por causa da necessidade de inovar para satisfazer seus consumidores, satisfação muitas
vezes vazias, os aparelhos celulares estão concentrando o máximo possível de aplicações,
fazendo com que as pessoas fiquem presas ao mesmo. Segundo Duhigg (2012), isso, na maioria
das vezes, fazem com que elas mudem seus hábitos para se auto preencherem, gerando, assim,
um anseio por estímulo.
Por causa da adoção do hábito de utilizar o telefone em "quase tudo", muitas pessoas se
sentem sozinhas, vazias, e muitas pessoas até com depressão. Segundo Mazieiro e Oliveira
(2016, p. 3):
30

É considerada um transtorno da sociedade virtual e digital contemporânea e


se refere a ansiedade, ao desconforto, ao nervosismo ou à angustia causados
pela falta de contato com o computador ou com o telefone celular. Em geral,
a nomofobia é um medo patológico de permanecer sem contato com a
tecnologia.

Além desses problemas, a nomofobia pode resultar em atitudes suicidas, na qual a


sociedade tem grande possibilidade de viver sob um ambiente virtual por causa da ausência de
comunicação face a face, reduzindo as relações sociais concretas. Por consequência, algumas
pessoas podem sentir-se ansiosas, triste ou com um vazio persistente, podendo ocasionar, por
conseguinte, a depressão.
Existem algumas analogias entre depressão e suicídio, embora não exista estudos
científicos que comprovem a seguinte relação. Segundo Coutinho e Kay (2009), o suicídio, em
alguns casos, ocorre por causa da vulnerabilidade ocasionada pela depressão, sendo responsável
por 30% dos casos de morte no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)
(2017), o suicídio somado com a depressão vitima cerca de 850.000 pessoas por ano.
Congruente a dados do ministério da saúde, a faixa etária mais propensa a tentativas de
suicídio é entre 20 e 24 anos, com predominância sob o sexo masculino, segundo Azevedo e
Dutra (2012). Havendo, nesse caso, relação com a pesquisa mencionada em parágrafos
anteriores, na qual se deduzia que o sexo masculino estava mais suscetível a ter nomofobia.
No passado, acreditava-se que a partir dos anos 2000 não haveria novas doenças e que
com o avanço da ciência e da tecnologia elas seriam, apenas, parte da história. Entretanto, a
realidade é outra, à medida que as tecnologias avançam, as doenças avançam também.

2.4 INCÊNDIOS x CHOQUES ELÉTRICOS

Os atuais celulares, smartphones, consomem mais energia que os aparelhos advindos de


gerações anteriores, fazendo com que muitas pessoas utilizam enquanto o mesmo carrega.
Segundo Baeta (2019), em 2018 foram registrados 41 acidentes envolvendo smartphones no
Brasil, dos quais 23 foram fatais.
Em Montes Claros (MG), no dia 6 de dezembro, o jovem Wender Santos Bezerra morreu
vítima de seu telefone, na ocasião o mesmo ouvia música em seu aparelho enquanto o mesmo
carregava. A morte de Wender é uma história envolvendo, entre outras, mortes por aparelho
telefone;

Uma mulher de 26 anos morreu em setembro na Rússia após seu celular, que
estava carregando, cair na banheira. Na Tailândia, um homem de 40 anos foi
31

encontrado morto em novembro, supostamente eletrocutado enquanto usava o


celular deitado na cama (TILT, 2019).

Isso ocorre por causa do alto consumo de carga na bateria, como mencionado
anteriormente, que é composta por substâncias que podem ser inflamáveis e tóxicas, podendo
ocasionar queimaduras químicas e explosões. Consoante Baeta (2019), existem alguns cuidados
que podem ser adotados, tais como: usa sempre carregadores oficiais do aparelho, não utiliza o
aparelho enquanto ele está conectado na tomada com o carregador, recarregar o aparelho em
uma superfície não inflamável, não recarregar a bateria em ambientes úmidos, não deixar o
aparelho recarregando a noite toda, entre outros.
De acordo com Gris (2018), eletrônicos em geral quando utilizado junto a um acessório
necessita que o mesmo tenha procedência e qualidade, pois recentemente têm-se casos de
pessoas que estão perdendo as próprias vidas. Em relação a aparelhos celulares, é destacada a
incidência de incêndios e de choques elétricos.
Os choques elétricos ocorrem porque as pessoas colocam os celulares para serem
carregados em lugares úmidos, como no banheiro; em relação aos incêndios, é ocasionado
devido ao carregamento do aparelho celular durante a incidência de raios ou em uma extensão
conectada com vários aparelhos, sobrecarregando, assim a rede e ocasionando em uma situação
de perigo que pode chegar a uma explosão.

2.5 EXIBICIONISMO NAS REDES SOCIAIS

A utilização das redes sociais é bastante procurada por causa da facilidade de


entretenimento, comunicação e compartilhamento de informações oferecidas. As pessoas mais
jovens, em geral, preferem utilizar as redes sociais em vez do e-mail, sendo tendência para as
demais faixas etárias.
Segundo Morais (2014), esse consumismo ocorre por causa da quebra de barreiras
geográficas na qual a distância não é um fator limitante para a comunicação e a troca de
informações entre culturas diferentes, pois, de acordo com a maioria dos jovens, à medida que
as redes sociais se expande, maior será o número de seguidores. Uma vez que a popularidade
está diretamente relacionada ao número de amigos virtuais.
À medida que as amizades virtuais crescem a confiança em relação aos seguidores
aparecem, ocasionando a exposição de sentimentos. Segundo Ciribeli e Paiva (2011), isso
ocorre devido à falta de contato físico, facilitando, desse modo, a exposição de sentimentos
íntimos.
32

O ambiente virtual pode se tornar bastante transparente por causa do exibicionismo


digital proporcionada pelos seus usuários. A maioria das exibições está relacionada ao consumo
em busca de notoriedade, mostrando um bem a qual foi adquirido ou uma viagem realizada,
despertando, assim, a cobiça de alguns seguidores. Portanto, antes de se expor deve-se analisar
se compensa abrir mão da privacidade.
As redes sociais apresentam alguns fatores problemáticos, entre eles destacam-se a
gravação de tudo que é compartilhado. Segundo o Centro de Estudos, Respostas e Tratamento
de Incidentes de Segurança no Brasil - CERT.br (2012), existem alguns riscos proporcionados
pelas redes sociais, destacando-se: a) Invasão de privacidade; b) Furto de identidade; c) Invasão
de perfil; d) Uso indevido de informações; e) Recebimento de mensagens contendo códigos
maliciosos; f) Recebimento de mensagens contendo phishing; g) Instalação de programas
maliciosos; h) Acesso a conteúdo impróprios ou ofensivos; i) Contato com pessoas mal-
intencionadas; j) Disponibilização de informações para criminosos.
Existem diversas pessoas no Brasil e no mundo que tiveram a privacidade invadida, seja
por meio de exposição direta em seus ambientes virtuais, seja por causa do furto ou da não
permissão na divulgação de informações confidenciais e intimas. Segundo Campi (2016), um
dos casos mais famosos foi o envolvendo a modelo e atriz Pamela Anderson, tendo vídeos com
cenas de sexo ao lado de seu ex-marido Tommy Lee; outro caso foi o envolvendo Paris Hilton,
socialite e herdeira da rede de hotéis Hilton, sendo exposto um vídeo na qual ela fazia sexo oral
em seu ex-namorado, o mesmo vendeu o conteúdo para tabloides, posteriormente a mesma teve
fotos íntimas roubadas de seu aparelho celular.
A invasão de privacidade é denominada de cyberbullying, de acordo com Morais
(2014). Este termo é similar ao bullying, mas com comportamentos ofensivos e mal
intencionados feitos virtualmente.
33

2.6 CELULARES x TRÂNSITO

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) (2009), a cada 27


minutos morre uma pessoa em acidente de trânsito; a cada 7 minutos acontecem um
atropelamento; a cada 57 segundos acontecem um acidente de trânsito. Mostrando, desta forma,
o quão dinâmico e perigoso é o trânsito.
Dirigir um veículo não é uma tarefa simples, pois é necessário que o motorista tenha
condições para realizar diversas tarefas ao mesmo tempo, tais como: habilidade de captação de
informações, tomada de decisões e a utilização de atividades motoras. Se por distração o
motorista não obedecer às seguintes condições, existe mais probabilidade de acontecer algum
acidente, pois motoristas distraídos demoram a reagir diante de imprevistos, às vezes superando
bêbados.
Entre as diversas distrações, destaca-se o aparelho celular. De acordo com Feitoza
(2019), as distrações causadas por celulares e outros aparelhos eletrônicos correspondem a 3ª
maior causa de morte no trânsito. Segundo Hoffmann (2003), isso ocorre porque o condutor
está atento ao seu mundo interior e aos problemas particulares, diminuindo, então, a capacidade
para perceber e analisar os estímulos exteriores.
Segundo o Denatran (1997), a multa aplicada ao utilizar o aparelho telefone enquanto
se conduz veículo automotor é classificada como gravíssima, sendo penalizada com sete pontos
na carteira de habilitação ou perda da permissão para dirigir, acrescida do valor de 293,47 reais.
Tal penalidade pode ainda ser acrescida com outra infração, conduzir veículo com somente uma
das mãos, cuja penalidade é a perda de cinco pontos na carteira de habilitação mais uma multa
no valor de 130,16 reais.
A rigorosidade prevista na norma de trânsito tem como objetivo diminuir, e até
extinguir, o uso de celulares enquanto se dirige, por meio de penalidades financeiras e por:

Mania de checar o celular a toda hora aumenta em 400% o risco de acidente,


de acordo com uma pesquisa na Universidade de Utah (USA). Estima-se que
mais de 20% dos acidentes de trânsito envolvam o uso do celular. Todavia,
não é possível precisar esse dado porque os motoristas não costumam revelar
a causa do acidente, relata o capitão da Polícia Rodoviária Estadual, Ricardo
Pereira, dificultando uma estatística mais próxima da realidade
(CZERWONKA, 2014, p. 20).

Conclui-se que, ao falar ao telefone o condutor reage de forma mais lenta e com sérias
limitações, dando menos atenção aos retrovisores, a sinalização e ao próprio fluxo de veículos
no trânsito, segundo Morais (2011).
34

2.7 CELULARES NA EDUCAÇÃO

O uso excessivo de telefones podem ocasionar fenômenos maléficos a vida das pessoas,
tais como: exibicionismo, acidentes no trânsito, incêndios e choques elétricos. Entretanto,
mesmo com estes malefícios ocasionados pelo uso do smartphone, existem alguns benefícios
proporcionados pelos mesmos, principalmente como ferramentas de estudo. Devido a sua
acessibilidade os mesmos podem ser transportados para os mais diversos locais, fazendo com
que a leitura fique mais acessível.
Na educação tem-se crescido o número de adeptos a inclusão de ferramentas
tecnológicas como forma de agilizar o trabalho em diversas áreas profissionais, principalmente
na docência. Na educação básica, uma das facilidades encontradas no mundo tecnológico é a
proximidade entre pais de estudantes e a organização escolar, incluindo professores,
coordenadores e diretores.
Muitas escolas estão passando por um processo de digitalização, por causa da inclusão
de diversas ferramentas na aplicação de aulas. No entanto, existem desafios a serem enfrentados
como a resistência de professores em adotar tais recursos por causa da desconfiança e da
dificuldade de adaptação dos próprios educadores. Nesse caso, segundo Feitosa e Pimentel
(2017, p. 72), as instituições de ensino e seu corpo docente “devem estar preparados para essa
nova realidade, […] e ir ao encontro dessa nova geração que vive na busca do conhecimento”.
O Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024), instituído pela Lei nº 13.005, de 25
de junho de 2014, (BRASIL, 2014) cita o quão é necessário o uso de tecnologias e aplicação de
métodos inovadores como formas de atingir algumas das metas no fomento a educação.
Entretanto, existem algumas dificuldades na aplicação destas tecnologias no ambiente
educacional, de acordo com Coll, Mauri, Onrubia (2010, p. 71), por causa do “ panorama tão
homogêneo quanto às vezes se supõe, […] porque na maioria dos cenários de educação formal
e escolar as possibilidades de acesso e uso dessas tecnologias ainda são limitadas ou ainda
inexistentes”.
A sociedade, segundo Lira (2016, p. 60), vem passando por alterações nas estruturas
escolares que se caracterizam como “desafios para a educação, que requerem novas concepções
para as abordagens dos conteúdos, outras tecnologias de ensino e perspectivas para a ação dos
professores, alunos e demais profissionais da educação”. Nesse caso, trabalhar com o celular
exige do professor conhecimento amplo dessa ferramenta para utilizá-lo adequadamente como
aparato pedagógico. De acordo com Moran (2007, p. 90) “o domínio pedagógico das
35

tecnologias na escola é complexo e demorado. […]. Há um espaço entre conhecer, utilizar e


modificar processos”.
De acordo com Demo (2009), o professor precisa ser sempre um aprendiz. Nesse caso,
segundo Bertoncello; Bortolozzi e Vosgerau (2009), o professor deve ter conhecimento do
conteúdo, metodologia de ensino, saber lidar com as emoções, ter compromisso com a produção
do conhecimento por meio de pesquisa e extensão e, além disso, é necessário que o profissional
rompa paradigmas na forma tradicional de ensinar, aprender, pesquisar e avaliar as inovações
tecnológicas.
Sob a ótica de Monero e Pozzo (2010, p.97) as tecnologias digitais “já estão dentro de
nossas salas de aula, pois começam a ser incorporadas na mente de nossos alunos, mesmo que
isso não seja de todos por igual, devido à brecha digital que sem dúvida está sendo aberta na
nossa sociedade”. Em consonância com isso, segundo a pesquisa TIC Domicílios (CGI, 2016),
apesar de haver avanço no uso de celulares como ferramenta pedagógica, apenas 31% dos
alunos afirmaram utilizar a internet em atividades escolares, sendo 30% entre alunos de escolas
públicas e 36% de instituições privadas.
No entanto, a incorporação de celulares como recurso metodológico no espaço escolar
tem gerado discussões, restrições e até proibições estabelecidas por leis federais, estaduais e
municipais. De acordo com Pinheiro (2014, p. 163), “proibir não resolve o problema, orientar
para o uso adequado, esta é a melhor forma de avançar e evoluir, sem riscos”.
O uso de tecnologia traz diversos benefícios aos alunos por despertar a criatividade, o
interesse, além de trazer novas formas de se comunicar, pensar, estudar e aprender. Mas para
fazer com que seu uso seja mais proveitoso é necessário fazer com que o conteúdo seja atraente
e de forma crítica, significativa e reflexiva. Consoante Silva, Prates e Ribeiro (2016), existe a
necessidade de o professor contextualizar o momento tecnológico em que se vive, caso
contrário, o mesmo terá uma metodologia ultrapassada e que não motive seus alunos.
O uso de novas tecnologias faz com que os professores busquem novas alternativas de
ensino, ocasionando o desenvolvimento socioeducativo, melhor acesso à informação e uma
melhor comunicação. Segundo Diniz (2001), existem algumas vantagens no uso de tecnologias
na educação, são elas: otimização de tempo, por causa do uso de diversas ferramentas como
simulados online, aplicativos e softwares de ensino, não necessitando serem criados; facilidade
no manuseio, pelo fato de serem intuitivas e de fácil interpretação; facilidade no planejamento
de aulas, muitos recursos vêm com atividades preparadas e que podem ser modificadas
rapidamente, além de possuir correção automática; aumento de possibilidades, as atividades são
36

variáveis, fazendo com que os professores possam atender necessidades específicas; motiva os
alunos; melhora a relação do professor com os alunos.
Existem muitos educadores tradicionais que se queixam dos aparelhos celulares,
afirmando que os mesmos distraem os alunos e impede-os de prestar atenção nas aulas e
explicações dos professores por causa das redes sociais e de aplicativos de mensagens
instantâneas. Entretanto, de acordo Antônio (2010), “O que causa a distração nos alunos é o
desinteresse pela aula e não a existência pura e simples de um telefone celular”.
Existem culturas em que os aparelhos celulares já são utilizados como ferramentas de
informação e mídia e na aprendizagem, por disponibilizar atividades educativas na ausência de
recursos tecnológicos nas instituições de ensino, pois

[…] sempre foi muito comum à falta de recursos tecnológicos nas escolas,
principalmente nas escolas públicas. Com o telefone celular passamos a ter
muitos desses recursos disponíveis não apenas pela escola, mas também pelos
alunos! Isso deveria ser comemorado, mesmo que não concordemos que os
alunos prefiram ganhar celulares dos seus pais do que enciclopédias, pois com
os celulares eles também ganham diversas possibilidades de aprendizagem
que antes não tinham porque a própria escola não dispunha desses recursos.
(ANTÔNIO, 2010).

É sabido que os adolescentes aprendem a usar aparelhos celulares de forma rápida em


relação a seus pais ou professores. Neste caso, a formação de grupos de trabalho para que eles
ensinem e aprendam, uns com os outros, a usar os recursos de seus aparelhos é bastante
proveitosa.
Para Oliveira, Alves e Porto (2017, p. 101) o “acesso prático a internet, faz com que
algumas experiências antes vivenciadas somente dentro do quadrado da sala de aula tomem
outras perspectivas”. Além disso, segundo Hitzschky et al. (2016, p. 213) a utilização de
“dispositivos móveis no ambiente educacional possibilita a exploração de um leque ilimitado
de ações pedagógicas, permitindo uma ampla diversidade de atividades que professores e
alunos podem realizar”.
Os alunos estão inseridos em uma realidade onde as tecnologias digitais fazem parte de
suas vidas. Nesse sentido, segundo Kenski (2003), cabe a organização escolar fazer uso das
ferramentas tecnológicas que estão inseridas no cotidiano dos alunos e aplicá-las em sala de
aula, seja na exposição de um vídeo, na pesquisa de materiais na internet, no acesso a sites
educativos, na utilização de plataformas digitais e na criação de páginas nas redes sociais para
divulgar os conhecimentos adquiridos.
Portanto, conclui-se que antigamente somente o professor tinha o conhecimento e
37

transmitia a seus alunos sem muita participação ou reflexão no conteúdo. Na


contemporaneidade, o professor ainda continua sendo o responsável pelo conhecimento na sala
de aula, com o desafio de mediar e orientar o uso de tecnologias, além, de possuir um papel
significativo na busca de novas alternativas para desenvolver a aprendizagem de seus alunos.
38

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Na presente seção estão descritos os procedimentos metodológicos empregados no


seguinte estudo, bem como os critérios adotados para selecionar os sujeitos da pesquisa, a
descrição do instrumento utilizado, os procedimentos para a sua aplicação e a forma como os
dados deverão ser analisados.
A pesquisa foi realizada entre os dias 9 e 18 de julho de 2019, em todas as turmas
ímpares do curso de Matemática- Licenciatura, mais especificamente no 1º, 3º, 5º e 7º períodos,
da Universidade Federal de Alagoas - Campus de Arapiraca. A fim de melhor investigar a
relação entre os universitários e a nomofobia, ocasionadas pelo uso exagerado de aparelhos
celulares, optou-se pela realização de uma pesquisa multi- metodológica, utilizando, assim,
pesquisas de natureza qualitativa e quantitativa.
Para se fazer uma pesquisa qualitativa é necessário que o investigador pressuponha
profundidade nos resultados e a não utilização de análises estatísticas, tendo como objetivo
investigar uma situação relacionada a um contexto específico, tendo um poder de generalização
menor. Assim, de acordo com Marconi e Lakatos (2005, p.269), esta pesquisa “[…] fornece
análise mais detalhada sobre investigações, hábitos, atitudes e tendências de comportamentos”.
Seguindo a mesma ótica, Minayo (2002, p. 21-22) destaca alguns aspectos
característicos da pesquisa qualitativa, tendo feito a seguinte enumeração:

[…] responde a questões particulares; [preocupa-se com] um nível de


realidade que não pode ser quantificado; trabalha com um universo de
significados, motivos, aspirações, crenças, valores, atitudes, o que
corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos
fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

Enquanto as pesquisas qualitativas são focadas em situações cujo objeto de estudo seja
temas particulares, as pesquisas quantitativas são mais focadas na generalização do tema,
limitando-se somente a interpretações gráficas e a aplicação de fórmulas matemáticas. Para
Goldenberg (2002, p. 61), “as abordagens quantitativas sacrificam a compreensão do
significado em troca do rigor matemático”.
Richardson (2007, p. 70), acrescenta ainda que, “[…] o método quantitativo representa,
em princípio, a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de análise e
interpretação, possibilitando, consequentemente, uma margem de segurança quanto as
inferências”. Nas ideias de Marconi e Lakatos (2005, p.284) existem algumas características
que devem ser observadas numa pesquisa quantitativa, sendo destacadas estas: “evidência a
39

observação e valorização dos fenômenos; estabelece ideias; demonstra o grau de


fundamentação; revisa ideias resultantes de análises; propõe novas observações e valorização
para esclarecer, modificar e/ou fundamentar respostas e ideias”.
Segundo Souza e Kerbauy (2017), a aplicação de dados quantitativos ocasiona em uma
abordagem em que é necessário recorrer à estatística para a interpretação de dados, enquanto
isso, a aplicação de dados qualitativos é baseada nas interpretações das realidades sociais. Ainda
de acordo com Souza e Kerbauy (2017), existem uma complementaridade entre as duas formas
de pesquisas a qual deve ser reconhecida, fazendo com que alguns propósitos não sejam
alcançados por meio de uma única abordagem.
A população alvo foi composta pelos 121 alunos devidamente matriculados no 1°
semestre de 2019 do curso de licenciatura em matemática da UFAL Campus de Arapiraca
(TABELA 1).

Tabela 1- População alvo da pesquisa composta pelos alunos devidamente matriculados no 1° semestre
de 2019 do curso de Matemática – Licenciatura da Universidade Federal de Alagoas –
Campus de Arapiraca

Período
Gênero
1° 3° 5° 7° Total
Masculino 27 17 15 11 70
Feminino 20 9 10 12 51
Total 47 26 25 23 121
Fonte: Dados da pesquisa (2019).

Para o cálculo de tamanho da amostra foi utilizada a expressão descrito por Reis (2009).
A primeira estimativa do tamanho da amostra n0 é dada pela expressão n0 = 1/E02 em que E0 é
o erro amostral tolerável e n0 é a primeira estimativa do tamanho de amostra. Se o tamanho da
(𝑁×𝑛∘)
população, N, for conhecido pode-se corrigir a primeira estimativa por: 𝑛 = (𝑁+𝑛∘), onde N é

igual ao tamanho da população e n é o tamanho da amostra.


Para se chegar ao valor da amostra é necessário seguir dois caminhos: primeiro deve-se
descobrir a primeira estimativa do tamanho da amostra, para isso é necessário estipular o erro
amostral, na pesquisa foi utilizado 𝐸 ∘= 6,5%, do resultado encontrado aconselha-se fazer
arredondamento, converter em número inteiro não negativo; no segundo passo deve-se
substituir os valores da primeira amostra 𝑛 ∘e da população-alvo 𝑁, do resultado encontrado é
recomendável fazer arredondamentos numerais, como é mostrado abaixo em II).
40

1 1
I) 𝑛 ∘= 𝐸∘2 ⇒ 𝑛 ∘= (0,065)2 ⇒ 𝑛 ∘= 236,68. ..

𝑁×𝑛∘ 121×237
II) 𝑛 = 𝑁+𝑛∘ ⇒ 𝑛 = 121+237 ⇒ 𝑛 = 80
Para o presente trabalho adotou-se um nível de confiança de 95% e E0= 6,5%, obtendo
uma amostra de n= 80 alunos, baseado no resultado acima.
Foi utilizada a amostragem aleatória estratificada proporcional, aplicada nos períodos
ímpares (1°, 3°, 5° e 7°) em que uma amostra de 80 alunos ficou distribuída da seguinte forma:
31 alunos no 1° período, 17 no 3°, 17 no 5° e 15 alunos no 7° período do curso de Matemática
– Licenciatura (TABELA 2).

Tabela 2- Amostra da pesquisa composta pelos alunos devidamente matriculados no 1° semestre de


2019 do curso de Matemática – Licenciatura da Universidade Federal de Alagoas – Campus
de Arapiraca
Período
Gênero
1° 3° 5° 7° Total
fa(%)* fa(%)* fa(%)* fa(%)* fa(%)*
Masculino 18 (58) 11 (65) 10 (59) 7 (47) 46 (58)
Feminino 13 (42) 6 (35) 7 (41) 8 (53) 34 (42)
Total 31 (100) 17 (100) 17 (100) 15 (100) 80 (100)
fa(%) *, fa – frequência absoluta e (%) porcentagem.
Fonte: Dados da pesquisa (2019).

A presente pesquisa utilizou-se o questionário com 26 questões elaborado por Khoury


(2016) por ser um instrumento validado para avaliar a dependência de smartphone na população
de estudantes universitários brasileiros. Acrescentou-se duas questões ao questionário
relacionadas ao perfil (idade e gênero, elaborada pelo próprio pesquisador).
Para a aplicação do questionário foram elaboradas 80 fotocópias, sendo encaminhadas
aos alunos sorteados das turmas do 1°, 3°, 5° e 7° períodos, primeiro semestre de 2019, do curso
de matemática na Universidade Federal de Alagoas, Campus Arapiraca. Nesta ocasião, todas
as salas encontravam-se com professores, pediu-se licença aos mesmos para aplicar o
questionário e depois de aproximadamente 20 minutos os mesmos foram recolhidos.
No que se refere ao universo e a amostra, no presente estudo existem limitações em
relação a entrevistados de outros cursos, além da matemática, fazendo com que está pesquisa
seja restrita a um caso particular em relação ao que dispõem a Universidade Federal de Alagoas,
Campus de Arapiraca.
Para a análise dos dados, foram utilizadas técnicas estatísticas descritivas por meio de
41

planilha eletrônica Excel, devido a sua simplicidade na construção de gráficos e tabelas. Além
disso, estes dados quantitativos contaram com interpretações teóricas junto a relações
cotidianas dos entrevistados.
42

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 USO EXCESSIVO DO CELULAR

Quando perguntado se alguém mais de uma vez mencionou que o discente passa tempo
demais utilizando o smartphone, a maioria das respostas dos alunos 55 (69%) foram positivas.
Segundo Vicentin (2008), a democratização dos smartphones e a inovação dos “telefones
inteligentes” estão fazendo com que o número de usuários destes aparelhos cresça de forma
constante.

Gráfico 1- Percentual de alunos que já receberam a informação mais de uma vez que passam tempo
demais ao smartphone no curso de Matemática da Universidade Federal de Alagoas –
Campus de Arapiraca.

Fonte: Dados da pesquisa (2019).

Quando questionados se houve aumento considerável em relação ao tempo gasto


destinado ao consumo de smartphones nos últimos três meses, 30 (38%) afirmam que sim e 50
(62%) responderam não, em relação aos entrevistados do sexo masculino 19 (41%)
concordaram com a assertiva para 11 (32%) das mulheres (Tabela 3). Observa-se ainda na
tabela 3 que 20 (25%) dos respondentes tentaram passar menos tempo utilizando o aparelho,
porém não conseguiram. Quando perguntado aos alunos se eles não conseguem controlar o
impulso de utilizar o smarphone, 17 (21%) concordaram e 63 (79%) não concordaram.
43

Tabela 3- Avaliação espontânea dos itens de 1 a 3 pelos alunos do curso de Matemática da Universidade
Federal de Alagoas – Campus de Arapiraca para identificar possível nomofobia ou risco de
dependência do smartphone
Masculino Feminino Geral
Variáveis Sim Não Sim Não Sim Não
fa (%)* fa (%)* fa (%)* fa (%)* fa (%)* fa (%)*
1) Eu tenho aumentado
consideravelmente o tempo gasto
19 (41) 27 (59) 11 (32) 23 (68) 30 (38) 50 (62)
usando o smartphone nos últimos 3
meses.
2) Eu tenho tentado passar menos
tempo usando o smartphone, mas 8 (17) 38 (83) 12 (35) 22 (65) 20 (25) 60 (75)
não tenho conseguido.

3) Eu não consigo controlar o


impulso de utilizar o smartphone. 11 (24) 35 (76) 6 (18) 28 (62) 17 (21) 63 (79)

fa(%) *, fa – frequência absoluta e (%) porcentagem.


Fonte: Dados da pesquisa (2019).

Ao serem indagados se os mesmos necessitam gastar cada vez mais tempo no


smartphone para alcançar a mesma satisfação que antes, 28 (35%) dos entrevistados
concordaram com a assertiva, sendo 19 (42%) dos entrevistados do sexo masculino e 9 (28%)
do sexo feminino. Para passar mais tempo no consumo de celulares, muitos utilizam-no
enquanto fazem a refeição, de acordo com 48 (56%) de todos os entrevistados.

4.2 CONSEQUÊNCIAS NO USO DO SMARTPHONE

Na variável em que se questionava a quantidade de horas dormidas, como resposta: 24


(30%) dos alunos afirmaram que já chegaram a dormir menos de 4 horas por dia e 56 (70%)
afirmaram que não (GRÁFICO 2). Segundo Freitas, Gozzoli e Konno (2017, p. 15) “o uso de
smartphones à noite interrompe o sono e está associado a um maior desgaste e menor
engajamento durante as atividades do dia seguinte. Quanto maior o uso do celular, maior a
deterioração da qualidade do sono”. Isso ocorre particularmente pela conectividade presente na
atual cultura.
44

Gráfico 2- Percentual de alunos que dormem menos que quatro horas porque ficou usando o smartphone
no curso de Matemática – Licenciatura da Universidade Federal de Alagoas – Campus de
Arapiraca.

Fonte: Dados da pesquisa (2019).

O desenvolvimento tecnológico vem proporcionando alterações de comportamentos e


hábitos na população, fazendo parte da nova cultura da sociedade moderna na qual ocorrem
mudanças constantes no modo de viver em sociedade. De acordo com Strey e Kapitanski (2011,
p. 55),

Nunca se falou tanto em tecnologia como nas últimas décadas. Seu


desenvolvimento tem permitido a existência não de uma nova ciência, mas de
uma nova cultura. O progresso e as inovações tecnológicas provocam
mudanças rápidas no modo de vida da sociedade, nas formas de educar e
aprender, nas concepções de ensino e nas qualificações. Além de simples
mudanças, essa chegada tecnológica tem se caracterizado como um fenômeno
que muitas vezes, impõe à sociedade moderna hábitos e comportamentos
diferentes, transformando a relação do ser humano com o outro, com o meio
ambiente e consigo próprio.

Quando questionado se o entrevistado se sente incomodado ou para baixo quando para


de usar o smartphone por um certo período de tempo, 31 (39%) afirmaram que sim, sendo 22
(47%) em relação aos entrevistados do sexo masculino e 9 (26%) em relação aos entrevistados
do sexo feminino. Observa-se ainda que 27 (34%) dos respondentes afirmaram que suas
atividades de lazer foram reduzidas e que 30 (38%) dos mesmos se sentiam cansados durante o
dia devido ao uso de smartphone na madrugada.
45

Ao serem interrogados se o uso do smartphone virou um hábito e consequentemente


houve uma redução no tempo de sono e em sua qualidade, 30 (38%) afirmam que sim e 50
(62%) responderam que não (Tabela 4). Para 27 (34%) dos respondentes sentem dores e/ou
incômodo nas costas, ou desconforto nos olhos, por causa do uso excessivo do smartphone.
Quando perguntado se a ideia de utilizar o smartphone vem como primeiro pensamento ao se
acordar pela manhã, 46 (58%) responderam concordar e 34 (42%) não concordaram.

Tabela 4 - Avaliação espontânea dos itens de 4 a 6 pelos alunos do curso de Matemática da Universidade
Federal de Alagoas – Campus de Arapiraca para identificar possível nomofobia ou risco de
dependência do smartphone
Masculino Feminino Geral
Variáveis Sim Não Sim Não Sim Não
fa (%)* fa (%)* fa (%)* fa (%)* fa (%)* fa (%)*
4) Eu tornei o uso do smartphone
um hábito e minha qualidade e 21 (45) 25 (55) 9 (26) 25 (74) 30 (38) 50 (62)
tempo total de sono diminuíram. .
5) Eu sinto dores ou incômodos
nas costas, ou desconforto nos 15 (33) 31 (67) 12 (35) 22 (65) 27 (34) 53 (66)
olhos, devido ao uso excessivo do
smartphone.
6) A ideia de utilizar o smartphone
vem como primeiro pensamento 25 (54) 21 (46) 21 (62) 13 (38) 46 (58) 34 (42)
na minha cabeça quando acordo
de manhã.
fa(%) *, fa – frequência absoluta e (%) porcentagem
Fonte: Dados da pesquisa (2019).

Além disso, quando questionado se os entrevistados se sentiam dispostos a utilizar o


smartphone mesmo quando cansados, 48 (60%) afirmaram que sim e 32 (40%) responderam
que não (Tabela 5). Assim, muitos dos sujeitos questionados utilizam os aparelhos celulares
mesmo notando redução nas interações interpessoais, 36 (45%) dos respondentes reconheceram
que sim, em relação aos entrevistados do sexo masculino 24 (52%) concordaram com a variável
em relação a 12 (35%) dos entrevistados do sexo feminino. Quando perguntado se a vida seria
sem graça caso não tivesse o smartphone, 25 (31%) responderam concordar e 55 (69%) não
concordaram.
46

Tabela 5- Avaliação espontânea dos itens de 7 a 9 pelos alunos do curso de Matemática da Universidade
Federal de Alagoas – Campus de Arapiraca para identificar possível nomofobia ou risco de
dependência do smartphone
Masculino Feminino Geral
Variáveis Sim Não Sim Não Sim Não
fa (%)* fa (%)* fa (%)* fa (%)* fa (%)* fa (%)*
7) Eu me sinto disposto a usar o
smartphone mesmo quando me 30 (65) 16 (35) 18 (53) 16 (47) 48 (60) 32 (40)
sinto cansado.
8) Embora o uso de smartphone
tenha trazido efeitos negativos nos
meus relacionamentos 24 (52) 22 (48) 12 (35) 22 (65) 36 (45) 44 (55)
interpessoais, a quantidade de
tempo que eu gasto nele mantém-se
a mesma.
9) Minha vida seria sem graça se eu
14 (31) 32 (69) 11 (32) 23 (68) 25 (31) 55 (69)
não tivesse o smartphone.
fa(%) *, fa – frequência absoluta e (%) porcentagem.
Fonte: Dados da pesquisa (2019).

Além destas consequências, o uso exagerado de smartphone vem causando efeitos


negativos em relação ao desempenho profissional e estudantil de diversas pessoas, em relação
a está variável 33 (41%) de todos os entrevistados disseram que sim, sendo 21 (46%) em relação
aos do sexo masculino e 12 (35%) dos pertencentes do sexo feminino. Também vem
provocando diminuição na interação entre familiares pertencentes da mesma casa, fenômeno
conhecido como desterritorialização (TEXEIRA, 2006), neste quesito 22 (28%) de todos os
entrevistados disseram que sim.

4.3 SMARTPHONE VERSUS DROGAS

Além desses problemas, existem alguns outros relacionados a orçamentos financeiros,


onde diversas pessoas gastam quantias consideráveis da renda a qual possuem na compra de
aparelhos celulares e de seus acessórios; sintoma parecido aos de usuários de drogas, que
gastam parcela significativa de seu dinheiro na manutenção do vício. Existia uma assertiva a
qual perguntava ao entrevistado se o mesmo gastava mais tempo e dinheiro do que o necessário
com o telefone, como resposta: 20 (25%) de todos os entrevistados concordaram com a assertiva
(GRÁFICO 3). Em relação aos entrevistados do sexo masculino, apenas 8 (17%) concordaram
com a pergunta; em relação a 12 (32%) das entrevistadas do sexo feminino, superando assim
os homens.
47

Gráfico 3- Percentual de alunos que usa smartphone durante mais tempo e/ou gasto mais dinheiro nele
do que eu pretendia inicialmente no curso de Matemática da Universidade federal de Alagoas
– Campus de Arapiraca

Fonte: Dados da pesquisa (2019).

De acordo com Lopes (2017), pessoas nomofóbicas têm a química cerebral alterada
(afetada) como ocorre com pessoas viciadas em drogas, levando ao desenvolvimento de
transtornos como deficit de atenção. Entre outros sintomas, estas pessoas ao terem o aparelho
celular fora do alcance costumam ter sentimentos de ansiedade, bastando tê-lo em mãos para o
alívio ressurgir. Além disso, pessoas nomofóbicas apresentam maiores níveis de depressão,
ansiedade, insônia e impulsividade.
Além disso, quando questionado se os entrevistados sentiam algum tipo de desconforto,
de ansiedade ou de inquietude, 35 (44%) afirmaram que sim e 55 (56%) responderam que não
(Tabela 6). Tem-se que 39 (49%) dos entrevistados acreditam que estão ficando mais conectado
ao smartphone, ao passar do tempo. Quando perguntado se os mesmos se sentem inquietos ou
irritados quando não tem acesso ao smartphone, 39 (49%) responderam concordar e 41 (51%)
não concordam.
48

Tabela 6- Avaliação espontânea dos itens de 10 a 12 pelos alunos do curso de Matemática da


Universidade Federal de Alagoas – Campus de Arapiraca para identificar possível nomofobia
ou risco de dependência do smartphone
Masculino Feminino Geral
Variáveis Sim Não Sim Não Sim Não
fa (%)* fa (%)* fa (%)* fa (%)* fa (%)* fa (%)*
10) Eu me sinto desconfortável/
ansioso/ inquieto quando eu fico
22 (48) 24 (52) 13 (38) 21 (62) 35 (44) 45 (56)
sem usar o smartphone durante um
certo período de tempo
11) Eu acho que eu tenho ficado
cada vez mais tempo conectado ao 29 (63) 17 (37) 10 (30) 24 (70) 39 (49) 41 (51)
smartphone
12) Eu me sinto inquieto e irritado
quando não tenho acesso ao 23 (50) 23 (50) 16 (47) 18 (53) 39 (49) 41 (51)
smartphone
fa(%) *, fa – frequência absoluta e (%) porcentagem.
Fonte: Dados da pesquisa (2019).

Outra variável questionada era saber se os discentes se sentem mais satisfeitos utilizando
smartphone do que passar com algum amigo, como resposta 22 (28%) de todos os entrevistados
concordaram com a assertiva, sendo 16 (36%) em relação aos entrevistados do sexo masculino
e 6 (18%) em relação ao sexo feminino. Por consequência, muitos se sentem ansiosos ou
irritados quando não estão em posse de seus aparelhos celulares ou quando interrompe o uso
por um certo período de tempo, 20 (24%) de todos os entrevistados concordaram, sendo 14
(30%) em relação aos entrevistados do sexo masculino e 6 (18%) do sexo feminino. Quando
perguntado aos discentes se eles tem vontade de usar novamente o smartphone assim que cessa
seu consumo, 22 (28%) de todos os entrevistados disseram que sim.

4.4 SMARTPHONE VERSUS PERIGO DE VIDA

A evolução tecnológica vem mudando o cotidiano de muitas pessoas por causa de suas
constantes adaptações, o que antes eram grandes computadores usados em casas e escritórios,
hoje são pequenos aparelhos capazes de serem guardados em bolsos.
A sua popularização ocorreu por causa da praticidade e da agilidade que foi incorporado
ao aparelho, junto à facilidade de créditos a população em geral. Embora tais aparelhos facilitem
o modo de viver das pessoas, os mesmos têm causado prejuízos a saúde física 73 (91%) dos
respondentes (GRÁFICO 4).
49

Gráfico 4- Percentual de alunos que “navegar no smartphone tem causado prejuízos para a minha saúde
física. Por exemplo, uso o smartphone quando atravesso a rua, ou enquanto dirijo ou espero
algo, e esse uso pode ter me colocado em perigo” no curso de Matemática da Universidade
federal de Alagoas – Campus de Arapiraca

Fonte: Dados da pesquisa (2019).

De acordo com o gráfico 4, 73 (91%) das pessoas entrevistadas já chegaram a causar


prejuízos a incolumidade física devido ao uso de telefones celulares, geralmente pela falta de
atenção que os mesmos proporcionam, como ocorrem no trânsito.
Existem poucas explorações na literatura, principalmente nacional, sobre temas
relacionados a nomofobia e de relatos da mesma no cotidiano, principalmente no âmbito
universitário. O uso excessivo de aparelhos tecnológicos, incluindo celulares e computadores,
decorre do não conhecimento sobre o termo nomofobia. Sendo assim, a falta de informação e
de maiores investigações sobre o tema faz com que as pessoas não se reconheçam como
dependentes do smartphone ou de qualquer outro dispositivo móvel, ocasionando uma série de
consequências pessoais, profissionais e acadêmicas.
50

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, a sociedade exige que o ser humano seja mais rápido e eficiente e, para
poder atender a essas expectativas é necessário que os mesmos façam uso da tecnologia. Por
consequência, a atual geração seria dependente ao novo modelo imediatista informacional e
social que foi criado.
Esta pesquisa buscou responder ao seguinte questionamento: Como é usado o celular
pelos universitários do curso de Matemática- Licenciatura da Universidade Federal de Alagoas
– Campus de Arapiraca e qual o impacto causado em sua vida pessoal e acadêmica?
Através desta problemática foi traçado um objetivo geral que era investigar o
comportamento dos licenciandos do curso de Matemática da Universidade Federal de Alagoas
– Campus de Arapiraca, quanto ao uso de celulares e o impacto causado em sua vida pessoal e
acadêmica. No entanto, para se chegar a tal objetivo foram feitas subdivisões denominadas
objetivos específicos: i) Entender como os alunos têm se comportado com o uso do celular; ii)
Verificar se existe diferença no uso do celular em relação ao gênero; iii) Descrever o
comportamento ou sentimento dos alunos quando não estão de posse destes dispositivos
móveis. iv) Investigar as consequências do uso inadequado dos smatphones
Em relação ao primeiro objetivo específico a ser investigado, entre os comportamentos
dos alunos entrevistados tem-se que a maioria dos mesmos vem aumentando o consumo de
aparelhos celulares 55 (69%) e no tempo gasto destinado ao mesmo 30 (38%). Muitos dos
discentes tentam passar menos tempo utilizando o aparelho 20 (25%), porém não controlam o
impulso sob o mesmo 17 (21%), fazendo com que muitos gastem cada vez mais tempo no
consumo para ter a mesma satisfação antiga 28 (35%), utilizando-o até mesmo enquanto fazem
as refeições 45 (56%).
Em relação ao segundo objetivo específico, pode-se concluir que os homens estão mais
suscetíveis a contrair a nomofobia em relação a mulheres, como demonstra inúmeras variáveis.
Dos entrevistados, muitos preferem está com o aparelho celular do que com um amigo, sendo
16 (36%) em relação a homens e 6 (18%) em relação a mulheres; vem provocando efeitos
negativos nos relacionamentos interpessoais, 24 (52%) em homens e 12 (35%) em mulheres;
se sentem incomodado ou para baixo quando não usa o smartphone por um certo período de
tempo, 22 (47%) em homens e 9 (26%) em mulheres; vem causando efeitos negativos no
desempenho estudantil e profissional, sendo 21 (46%) em homens e 12 (35%) em mulheres.
Em relação ao terceiro objetivo específico, pode-se concluir que a ausência de aparelhos
celulares vem provocando comportamentos e sentimentos adversos, como: a irritabilidade e a
51

sensação de desconforto, como descreve 28 (35%) de todos os entrevistados, sentimento


parecidos aos de usuários de drogas.
Em relação ao quarto objetivo específico, que trata das consequências provocadas pelo
smartphone, pode-se concluir que o uso do smartphone virou um hábito na vida de muitos
estudantes e, por consequência, vem reduzindo o tempo e a qualidade no sono 30 (38%), e
ocasionando cansaços durante o dia 30 (38%). Além disso, muitas pessoas vêm reduzindo a
qualidade de lazer 27 (34%) e vem diminuindo as relações interpessoais 36 (45%), provocando
efeitos negativos no desempenho profissional e estudantil 33 (41%).
Através destes dados, pode-se concluir que o aumento no consumo de aparelhos
celulares está associado ao grande processo evolutivo em que tal aparelho vem passando,
suprindo muitas das necessidades humanas. Além disso, tais dispositivos são capazes de
influenciar a rotina das mais diversas pessoas, independente da cultura e do meio à qual esteja
engajado, tornando, assim, um hábito na vida de milhares de pessoas.
Todavia, o uso de telefone celular está bastante engajado no cotidiano dos discentes do
curso de Matemática – Licenciatura da Universidade Federal de Alagoas – Campus de
Arapiraca, fazendo, no entanto, que os mesmos tenham sintomas pela sua ausência, tais como
abstinência, perda de controle, angústia e desconforto. Embora haja limitações teóricas e
empíricas sobre o tema nomofobia, ainda assim pode-se concluir que a evolução no campo
tecnológico obriga os seres humanos a adaptar o modo de viver.
A dependência de aparelhos tecnológicos junto com o uso obsessivo do smatphone faz
com que as pessoas sejam escravas das inúmeras ferramentas e possibilidades proporcionadas
pelo mesmo. Por consequência, não sabem a hora de cessar seu consumo, o que permite, entre
outros, que funções essenciais à vida não sejam feitos de maneira correta, como o ato de
dormir, onde alguns dos alunos entrevistados diziam que ficavam até tarde da noite no
telefone, como fruto de tal ação, os mesmos sentiam dores musculares e nos olhos,
prejudicando, desta forma, seu desempenho acadêmico e profissional.
O uso abusivo do telefone celular corresponde a um problema complexo e cada vez
mais crescente com características bem particulares, como depressão e fobia social. Algumas
pessoas passam horas utilizando o aparelho smartphone, ocasionando, dessa forma mudanças
comportamentais, destacando-se: alternância constante no humor, conflito no trabalho e nas
relações sociais, irritação quando o acesso é restringido, entre outros.
Entre as funções essenciais à vida humana, de forma geral, as pessoas devem valorizar
mais o seu mundo real, o que atualmente vem sendo esquecido, de modo a não esquecer o que
realmente importa em sua existência, tais como família, educação, profissão. Assim, o mundo
52

virtual deve andar em paralelo com o mundo real de modo a intensificar o primeiro e não o
afastar.
Embora o ser humano seja o principal responsável pelo desenvolvimento de novas
tecnologias, o mesmo, entretanto, sofre pelas consequências da má utilização, tanto em forma
biológica, como social. Dentre estes sofrimentos existem alguns que merecem ser destacados
pelos resultados ocasionados, destacando-se: as crises e escândalos associados pela divulgação
de certas coisas na internet.
Espera-se que esta pesquisa permita um maior entendimento da importância de se
investigar o tema em diferentes contextos e possibilitem que sejam traçadas novas formas de
pesquisas direcionadas a identificação da nomofobia. Uma vez que há pouco tempo os
problemas causados pela dependência do uso do celular ganhou maior notoriedade,
necessitando de maiores investigações a fim de se entender melhor porque as pessoas estão
cada vez mais dependentes, quais as consequências acarretadas e como fazer para apaziguar tal
situação.
Por causa das variações geográficas, culturais e das particularidades dos indivíduos
pesquisados, é necessário ressaltar que os resultados encontrados neste estudo não podem ser
generalizados, por causa da realidade de outros contextos, cursos e localidades, as quais não
foram refletidos.
Esta pesquisa apresenta limitações próprias de uma amostra, tendo sido desenvolvido
apenas nos cursos de licenciatura em matemática da Universidade Federal de Alagoas no
primeiro semestre de 2019, seus resultados podem não expressar a realidade de alunos de outros
cursos e em localidades diferentes. Por isso, tais resultados não devem ser generalizados.
Neste caso, é importante destacar que os resultados apresentados são considerados como
um esforço inicial de pesquisa em um campo ainda pouco explorado pela área da educação,
principalmente nos cursos de licenciatura, no Brasil. Para estudos futuros, seria interessante a
aplicação de outros instrumentos e a realização de entrevistas mais aprofundadas, o que
permitiria um melhor aprofundamento e entendimento do tema investigado.
A realização desta pesquisa não pretendeu trazer respostas irrefutáveis, nem tampouco
conclusões definitivas sobre o assunto, mas servir de direção a um conjunto de possibilidades
que o tema permite abordar e que venha a auxiliar no direcionamento de novas pesquisas a
serem realizadas.
53

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60

ANEXO A - TESTE SE VOCÊ PODE SER UM VICIADO EM SMARTPHONE


Questionário extraído da dissertação de mestrado na Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) por Khoury (2016).

Idade: _____Sexo: _____

1. Já me disseram mais de uma vez que 10. Eu me sinto incomodado ou para baixo
passo tempo demais no smartphone quando eu paro de usar o smartphone por
( ) Sim ( ) Não certo período de tempo
( ) Sim ( ) Não
2. Eu me sinto desconfortável/ ansioso/
inquieto quando eu fico sem usar o 11. Eu não consigo controlar o impulso de
smartphone durante certo período de utilizar o smartphone
tempo ( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
12. Eu me sinto mais satisfeito utilizando
3. Eu acho que eu tenho ficado cada vez o smartphone do que passando tempo com
mais conectado ao smartphone meus amigos
( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

4. Eu me sinto inquieto e irritado quando 13. Eu sinto dores ou incômodos nas


não tenho acesso ao smartphone costas, ou desconforto nos olhos, devido
( ) Sim ( ) Não ao uso excessivo do smartphone
( ) Sim ( ) Não
5. Eu me sinto disposto a usar o smartphone
mesmo quando me sinto cansado 14. A ideia de utilizar o smartphone vem
( ) Sim ( ) Não como primeiro pensamento na minha
cabeça quando acordo de manhã
6. Eu uso smartphone durante mais tempo ( ) Sim ( ) Não
e/ou gasto mais dinheiro nele do que eu
pretendia inicialmente 15. O uso de smartphone tem causado
( ) Sim ( ) Não efeitos negativos no meu desempenho na
escola ou no trabalho
7. Embora o uso de smartphone tenha ( ) Sim ( ) Não
trazido efeitos negativos nos meus
relacionamentos interpessoais, a 16. Eu me sinto ansioso ou irritável
quantidade de tempo que eu gasto nele quando meu smartphone não está
mantém-se a mesma disponível e sinto falta de algo ao parar o
( ) Sim ( ) Não uso do smartphone por certo período de
tempo
8. Em mais de uma ocasião, eu dormi ( ) Sim ( ) Não
menos que quatro horas porque fiquei
usando o smartphone 17. Minha interação com meus
( ) Sim ( ) Não familiares diminuiu por causa do
meu uso do smartphone
9. Eu tenho aumentado consideravelmente ( ) Sim ( ) Não
o tempo gasto usando o smartphone nos
últimos 3 meses 18. Minhas atividades de lazer diminuíram
( ) Sim ( ) Não por causa do uso do smartphone
( ) Sim ( ) Não
61

19. Eu sinto uma grande vontade de usar o


smartphone novamente logo depois que eu
paro de usá-lo
( ) Sim ( ) Não

20. Minha vida seria sem graça se eu não


tivesse o smartphone
( ) Sim ( ) Não

21. Navegar no smartphone tem causado


prejuízos para a minha saúde física. Por
exemplo: uso o smartphone quando
atravesso a rua ou enquanto dirijo ou
espero algo e esse uso pode ter me
colocado em perigo:
( ) Sim ( ) Não

22. Eu tenho tentado passar menos


tempo usando o smartphone, mas não
tenho conseguido:
( ) Sim ( ) Não

23. Eu tornei o uso do smartphone um


hábito e minha qualidade e tempo total de
sono diminuíram
( ) Sim ( ) Não

24. Eu preciso gastar cada vez mais tempo


no smartphone para alcançar da mesma
satisfação de antes
( ) Sim ( ) Não

25. Eu não consigo fazer uma refeição sem


utilizar o smartphone
( ) Sim ( ) Não

26. Eu me sinto cansado durante o dia


devido ao uso do smartphone tarde da
noite/de madrugada
( ) Sim ( ) Não

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