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I – DO ASSISTENTE
1
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de . Curso de processo penal, 17 ª ed. Atlas, 2013, pág. 482.
2
FILHO, Eduardo Espínola. Código de processo penal anotado, Borsoi, 1960, volume III, pág. 269 a 270.
1
ingressa no feito, acrescentando que a posição da vítima, no processo penal, atuando como
assistente da acusação, não mais pode ser analisada como mero intuito de conseguir a
sentença condenatória, para que sirva de título executivo judicial a ser deduzido no civil, em
ação civil ex delicto, tendo como objetivo a reparação do dano.
Seria o assistente uma parte adjunta ou adesiva, para alguns. Para tanto,
explico que Antônio Alberto Machado8 chama o assistente de parte adesiva ou adjunta pelo
fato de ter assegurados alguns direitos típicos de autor, sem, no entanto, sê-lo.
3
NUCCI, Guilherme de Souza. Código de processo penal comentado, 10ª ed. Revista dos Tribunais, pág.
597.
4
GRINOVER, Ada Pellegrini; GOMES FILHO, Antônio Magalhães; Scarance Fernandes, Antônio. Recursos
no processo penal, ed. Revista dos Tribunais, pág. 88.
5
MARQUES, José Frederico.Elementos de direito processual penal. Forense, 1999, pág. 249.
6
MARQUES, José Frederico Marques. Estudos de direito processual penal. Forense, 1960, pág. 157.
7
MARQUES, José Frederico Marques. Elementos de direito processual penal. 2ª ed v.II, Millenium, 2000,
pág. 52.
8
MACHADO, Antônio Alberto. Curso de processo penal. 2ª edição, Atlas, 2009, pág. 88.
9
ZIYADE, Fátima. O assistente da acusação. Livraria do Advogado, 1993, pág. 25.
10
BARBOSA, Marcelo Fontes. Considerações sobre a natureza jurídica da assistência de acusação no
processo penal brasileiro, JTACrSP 15/35.
2
para reforçar a acusação pública, figurando em posição secundária o interesse mediato na
reparação do dano causado pelo delito.
11
PIMENTEL, Manoel Pedro. A figura do assistente do Ministério Público no direito processual penal
brasileiro, Justitia, v. 88, 1975, pág. 14.
12
CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 13ª edição. Saraiva, 2006, pág. 185.
13
SILVÉRIO JÚNIOR, João Porto. A incompatibilidade do assistente de acusação com o processo
acusatório de 1988. In. Revista Jurídica, n. 345, pág. 93, julho 2006.
14
RT 376/230; 533/393, dentre outros.
3
Em caso recente, na Justiça Federal, há notícia de intervenção do Banco
Central como assistente de acusação em furto qualificado ocorrido.
Aliás, Eugênio Pacelli de Oliveira15 defendeu que se o ofendido for pessoa física
ou jurídica de direito privado, seu agir processual será como fiscal da lei, enquanto se for
pessoa de direito público não ocorre intervenção processual dessa natureza, mas como de
participação assistencial por ser função de custos legis atribuída já a outro órgão estatal que é
o Ministério Público.
Por sua vez, não há cabimento, como se vê da leitura do artigo 270, na atuação
do corréu como assistente.
15
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. 2ª ed.. Del Rey, 2003, pág. 443 – 447.
16
RT 577; 386, do despacho o despacho de indeferimento ou reclamação ou correição(RT 505:392).
17
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Código de Processo Penal Interpretado. Ed. Atlas, pág. 361.
4
Naquele ordenamento processual, compete ao assistente: a) intervir no
inquérito e na instrução, oferecendo provas e requerendo diligências que se afigurem
necessárias; b) deduzir acusação independente da acusação do Ministério Público e, no caso
de procedimento dependente de acusação particular, ainda que aquele não a deduza; c)
interpor recurso das decisões que os afetem, mesmo que o Ministério Público não o tenha
feito.
18
Fernandes, Antônio Scarance. O papel da vítima no processo penal. Malheiros, 1995, pág. 128.
5
III – MODALIDADES DE INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE
Se deixar de comparecer aos atos processuais, sem justificação, não mais será
intimado, uma vez que sua presença é dispensável.
19
MIRABETE, Jùlio Fabbrini, Processo Penal. 1991. Ed. Atlas, pág. 337.
6
No entanto não pode o assistente aditar a denuncia. Isso é faculdade do
Estado-Acusação e não de um terceiro que intervém no feito.
20
Súmula 210 do STF e ainda HC 102085 – RS, Relatora Ministra Cármen Lùcia, 10.06.2010.
7
Para Paulo Lúcio Nogueira22, falece legítimo interesse ao assistente para
recorrer no caso de condenação, visto que o seu propósito já foi obtido.
21
RT, 588: 341, 534: 340, 520:436, 518:389, RTJ 56/877, RT 462/381, dentre outros.
22
NOGUEIRA, Paulo Lúcio. Curso completo de processo penal. 3ª edição. 1987, Ed. Saraiva, pág. 134.
23
RT, 455:418, 462:421; RTJ, 69:365.
24
MORAES, Maurício Zanoide de. Interesse e legitimação para recorrer no processo penal brasileiro. Ed.
Revista dos Tribunais, pág. 335.
25
GRECO FILHO, Vicente. Manual de processo penal. Ed. Saraiva, pág. 226.
26
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Código de processo penal comentado. Volume I. 9ª edição.
2005. Ed. Saraiva, pág. 665.
27
NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. 5ª edição. Ed. RT, 2006, pág. 960 –
961.
28
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de processo penal. 10ª ed. Ed. Saraiva, 2008, pág. 385-
386.
8
Para Júlio Fabbrini Mirabete29 o instituto da assistência, embora se prenda ao
interesse civil do ofendido na reparação do dano, tem ainda um interesse ligado à precípua
finalidade da ação penal vinculado ao poder-dever de punir do Estado, que lhe permite
recorrer, de forma supletiva, da sentença para justa aplicação da lei penal.
29
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Processo penal. 1991. Ed. Atlas, pág. 336.
9
O Ministro Marco Aurélio restou vencido naquele julgamento, pois a Primeira
Turma, com base no voto do Ministro Dias Tófoli, relator do recurso, entendeu que é
admissível o recurso autônomo do assistente de acusação.
O artigo 598 do Código de Processo Penal não pode ter uma interpretação
isolada. O intérprete assim deve cotejá-lo com os artigos 63, 271 e 584, § 1º, todos do Código
de Processo Penal, senda onde se leva a crer que o ofendido entra no processo para preservar
o seu direito à satisfação do dano ex delicto. Havendo sentença condenatória, cessará o seu
interesse, uma vez que o seu direito à satisfação está garantido, como disse Fernando
Tourinho.32
30
TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 7ª ed.. 2012. Ed.
JusPodivum, pág. 534.
31
ALMEIDA, Canuto. M. de. A ação penal no novo código penal, in Conferências sobre o novo Código
Penal na Faculdade de Direito de São Paulo, v. I, pág. 175.
32
Tourinho Filho, Fernando da Costa.Processo Penal, v. II, 12ª edição, 1990, pág. 429.
10
Ora, o que parece justificar a validade da atuação do assistente, na ação penal
pública é o fato de poder ele sustentar idêntica demanda contra o mesmo réu, em razão dos
mesmos fatos e em outro juízo.
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