Você está na página 1de 5

Melquisedeque da Silva Romano - RA: 33441252

Disciplina: História do Brasil contemporâneo - 110.061009


Professor(a): Maria Cecília Martinez
Turma: 027206A07

TEMA 1

“Movimento político-militar que se desenvolveu durante o período de 1920 a 1935,


aproximadamente, sob a liderança dos “tenentes”, nome com que ficaram
conhecidos os oficiais revolucionários da época, nem todos verdadeiros tenentes,
mas em sua grande maioria oficiais de baixa patente. Constituiu um dos principais
agentes históricos responsáveis pelo colapso da Primeira República, ou seja, está
inserido no processo de crise da sociedade agroexportadora e do Estado oligárquico
no Brasil que culminou com a Revolução de 1930.” (FORJAZ, Maria Cecilia)

Partindo da afirmação acima, analise como o movimento tenentista representou a


demonstração de um importante ponto de estrangulamento da Primeira República.

R:

O processo que compreende o tempo do Tenentismo no Brasil é marcado


pela existência de um desgaste do pacto político que constitui o estado brasileiro e
também da articulação e melhora nas perspectiva das classes urbanas e médias,
por isto o Tenentismo, tanto no momento histórico mesmo que fracassado como
também pós acontecimento é uma das mais claras representações de uma crise
política para as oligarquias de café e o corpo político que compunha o estado,
devemos pensar então alguns aspectos que nos possibilitem compreender como se
apresenta essa crise política.

A mim pensar o movimento tenentista em certo aspecto é muito mais pensar


sua presença e constituição de memória “post factum”, mas antes exatamente de
pensarmos aquilo que se somará ao imaginário militar acerca do tenentismo
precisamos compreender alguns aspectos do momento histórico e até mesmo
anteriores, como primeiro aspecto a noção de que o militarismo brasileiro é muito
bem aproximado de uma ação política mais direta, carregando consigo um caráter
liberal a moda brasileira, como segundo ponto se faz necessário compreender que o
tenentismo é composto pelas classes baixas do exército e da sociedade sendo
assim também um grupo de caráter urbano, assim o movimento tenentista em um
terceiro e último aspecto, dispondo assim de um caráter político essencial,
reivindicações que demonstram uma exaustão com o estado e projeto brasileiro, no
momento do tenentismo em diferente formas e reivindicações relacionadas a uma
classe pequeno burguesa, herdeira de uma cultura urbanizada, constituindo um
discursos político reformador da república, buscando representar uma estrutura
corrompida e a necessidade de modificação da mesma, pelas mãos dos militares.

Nessa fase heroica, de 1922 a 1927, o tenentismo,


como movimento de conspiração, pegou em armas para a lutar
contra a oligarquias dominantes. Nesse período, surgiu como
única alternativa aos anseios das classes médias populares.
As mudanças tinham de ser feitas pelas armas, o que teria
transformado os militares rebeldes em vanguarda política da
luta contra o domínio oligárquico da burguesia cafeeira e seus
aliados. Entretanto, esse foi um liberalismo de fachada.
Fundamentalmente, o tenentismo se manteve fiel à defesa da
ordem e das instituições. Não tinha uma proposta militarista no
sentido de um governo militar, mas era elitista; proponha a
moralização política contra as oligarquias cafeeiras. Os jovens
oficiais seriam os responsáveis por essa moralização, através
da Revolução e da entrega do poder para políticos
considerados por eles como “honestso”. Nesse sentido,
destaca-se seu caráter elitista, que pregava a mudança a partir
de cima, sem participação das classes populares (Prestes,
1990) Apud. (LANNA, 2011)

O que propriamente se constitui para o autor da citação acima é uma disputa


pelo pedaço do bolo que é o estado, em vista de um desgastes político da relação
política entre as oligarquias de café e o composto estado brasileiro e um amplo
crescimento político, social e até econômico das classes médias, assim o tenentismo
representa um longa crise no modelo político econômico no Brasil, retrato de um
direcionamento constante a um modelo urbano e cada vez mais próximos do
conceito de moderno, uma necessidade de classe da constituição de uma etapa do
capitalismo mais urbana, com um estado burguês nas mão dessa elite específica,
por isso em minha leitura o aspecto de Post Factum do tenentismo se torna
importante, pois é no estender desta crise política que se dá a revolução, se
constituindo como uma escalada da burguesia em contraponto as oligarquias
cafeeiras é assim que a memória do tenentismo é incorporada como memória
heroica pós “revolução” de 30 e até a atualidade, tendo em vista que o senso
comum percebe o exército como força de manutenção de um ideal de brasil de
regulador em momentos de crise

Referência Bibliográfica

LANNA JR, Mario Cleber Martins. “Tenentismo e crises políticas na primeira


república”. In: FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucília de Almeida Neves (org.). O
Brasil Republicano- vol. I. Rio de Janeiro; Civilização Brasileira, 2010, pp. 315- 350.

TEMA 4

“Assinala-se também que um dos maiores legados da política de contenção foi a


criação da “doutrina de segurança nacional”. Trata-se de um conjunto de
construções teóricas que visavam a orientar a política norte-americana e de seus
aliados frente à disputa no contexto do mundo bipolar. Seu objetivo era difundir a
ideia da caracterização da União Soviética como uma ameaça à “segurança
nacional”, conceito de extrema ambiguidade, que abrange, desde a proteção da
integridade territorial, a expansão do capitalismo, até mesmo a defesa do american
way of life." (FERREIRA, Luciano)

Partindo do trecho de Ferreira, análise como a Doutrina de Segurança Nacional foi a


base sobre a qual foram tecidos os fundamentos de todas as ações durante o
período da ditadura.

R:

Pensando a acerca da Doutrina de Segurança Nacional nos depararemos


com um conceito muito próprio do mundo bipolar como o trecho mesmo cita, assim o
conceito de guerra total permite a constituição de uma Doutrina de Segurança
Nacional, pois é responsável pelo crescimento de uma constante paranoia de
estado, tal conceito herdeiro de um momento de guerra fria e importado dos estados
unidos prevê a existência de ameaças externas infiltradas e organizadas em vários
aspectos da sociedade travando uma guerra silenciosa para a infiltração no poder:

“A teoria da guerra total baseia-se na estratégia


da guerra fria, que define a guerra moderna como total
e absoluta. em vista do imenso poder destrutivo das
armas nucleares e do inevitável confronto das duas
superpotências - os Estado Unidos e a União Soviética
- , a teoria conclui que a guerra não mais se limita ao
território dos países beligerantes ou a setores
específicos da economia ou população.”

Assim como na guerra fria o estado ditatorial brasileiro identifica a


necessidade de se travar uma guerra em amplo aspecto, e como propõe a pergunta,
em muitíssimas frentes de batalha diferente, assim: A Doutrina de Segurança
Nacional foi formulada pela ESG, em colaboração com a IPES e o IBAD durante 225
anos (ALVES, 2005) buscando treinar militares para essa guerra total, para tal se
cunha o Manual Básico da ESG que de forma geral propõe a centralização completa
da política, econômica, cunhando estratégias psicossocial e militar modelo
constituído pelo Golbery, assim A Doutrina de Segurança Nacional Sequestra muitos
aspectos da realidade brasileira, centraliza o poder político, tomando controle do
executivo, judiciário e definindo meios e métodos para a manutenção e repressão
ao “outro lado” da guerra, qualquer um que se coloque como opositor do regime,
nesse mesmo aspecto se apresenta o controle psicossocial em que é pelo uso da
propaganda e agitação que se cria uma narrativa de perigo, pelo medo, neste caso
dos infiltrados comunistas se constitui um controle da comunicação - censura - e até
mesmo dos aspectos psicológicos da sociedade, por meio da família, escolas e etc.

Por fim a estratégia econômica e militar, a primeira constitui na centralização


tanto da empresa privada como da pública, de forma ter informações internas e
alianças que permitam o desenvolvimento econômico, assim um crescimento das
empresas capitalistas e expansão no território nacional buscando “integração
nacional” em que a presença de grandes empresas dariam fim a movimentos
opositores ao regime, fundando uma relação entre a burguesia brasileira que toma
proveito do fascismo para a ampliação dos lucros e o estado vice-versa. E a
estratégia militar consiste na centralização de todos os braços militares, marinha,
aeronáutica e exército, capilarizando o poder do estado ditatorial e mantendo o
poder de coerção militar.

Assim, como propõe a questão a ditadura expandiu de forma vertiginosa seus


tentáculo sobre amplo aspecto da realidade brasileira, por meio do medo e da
narrativa do perigo constante de uma ameaça de modificação daquilo que com o
tempo se constituiu como o ideal de Brasil, assim A Doutrina de Segurança Nacional
tem tudo a ver com as políticas anticomunistas norte-americanas, são importadas e
formatadas para a manutenção de um golpe e do fascismo em um território, pela
opressão física e também psicológica, com um estado de alerta que pode justificar
qualquer barbaridade cometida pelo “bem” de um estilo de vida, de um país.

Referência Bibliográfica

ALVES, Maria Helena Moreira. Estado e Oposição no Brasil. Bauru: EDUSC, 2005.
P. 39 – 62

Você também pode gostar