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Livro Eletrônico

Aula 07

Conhecimentos Bancários p/ BRB (Escriturário) Prof. Eduardo Pereira


- Pós-Edital
Eduardo Pereira
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Mercado de Câmbio ...................................................................................................................... 4

Mercado de Câmbio ............................................................................... Error! Bookmark not defined.

Agentes Autorizados ...................................................................................................................................... 5

Ofertantes e Demandantes de Moeda Estrangeira ....................................................................................... 7

Taxa de Câmbio e Regime Cambial ...................................................................................................... 9

Taxa de Câmbio e o Comercio Exterior ........................................................................................................ 11

Contrato de Câmbio ........................................................................................................................... 15

Questões Propostas .................................................................................................................... 19

Gabarito ..................................................................................................................................... 25

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Aula 07

Material elaborado de acordo com o Edital Normativo Nº 1/CP – BRB, publicado em 02 de


maio de 2019.

Conforme disposto em nosso cronograma, liberamos a Aula 07!

Nº CONTEÚDO
AULA 07

Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a operar. Operações básicas.


07

Características dos contratos de câmbio. Taxas de câmbio. Remessas.

Não esqueça, se houver qualquer dúvida, é só chamar no Fórum de Dúvida ou


pelo e-mail (pereirapinto@gmail.com).

Posteriormente, na mesma Aula, publicarei material em pdf com o comentário


das questões propostas.

Abraço e bons estudos!

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MERCADO DE CÂMBIO

Atualmente, o mercado de câmbio é disciplinado pela Resolução 3568/2008 e suas


alterações.

Segundo a referida Resolução, o mercado de câmbio brasileiro compreende as operações de


compra e venda de moeda estrangeira e as operações com ouro-instrumento cambial,
realizadas com instruções autorizadas pelo Banco Central do Brasil a operar no mercado de
câmbio, bem como as operações em moeda nacional entre residentes, domiciliados ou com
sede no País e residentes, domiciliados ou com sede no exterior.

Incluem-se no mercado de câmbio brasileiro as operações relativas aos recebimentos,


pagamentos e transferências do e para o exterior mediante a utilização de uso internacional,
e de empresas facilitadoras de pagamentos internacionais bem como as operações
referentes às transferências financeiras postais internacionais, inclusive vales postais e
reembolsos postais internacionais.

No Brasil, as operações de câmbio não podem ser praticadas livremente e devem ser
conduzidas através de uma instituição autorizada a operar no mercado de câmbio – os
chamados agentes autorizadas.

As pessoas físicas e as pessoas jurídicas podem comprar e vender moeda estrangeira ou


realizar transferências internacionais em reais, de qualquer natureza, sem limitação de valor,
sendo contraparte na operação agente autorizado a operar no mercado de câmbio,
observada a legalidade da transação, tendo como base a fundamentação econômica e as
responsabilidades definidas na respectiva documentação.

Logo, legalmente, para comprar ou vender moeda estrangeira é necessário recorrer a uma
instituição autorizada a operar pelo Banco Central do Brasil. O agente autorizado será a
contraparte da operação, seja ela de compra ou venda.

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REIAS REIAS

Moeda Estrangeira Moeda Estrangeira

COMPRADOR Agente VENDEDOR


Autorizado Oferta moeda estrangeira.
Demanda moeda estrangeira. pelo BCB

Entendido o conceito de mercado de câmbio e a importância dos agentes autorizados, vamos


ver quem são de fato tais agentes e as operações que podem realizar.

Agentes Autorizados

As autorizações para a prática de operações no mercado de cambio podem ser concedidas


pelo Banco Central do Brasil a bancos múltiplos, bancos comerciais, caixas econômicas,
bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, bancos de câmbio, sociedades de
crédito, financiamento e investimento, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários,
sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e sociedades corretoras de câmbio.

Note que cabe ao Banco Central do Brasil autorizar as instituições a operar no mercado de
câmbio.

Outro ponto importante é saber quais tipos de operações os agentes podem realizar.

Os agentes autorizados a operar no mercado de câmbio podem realizar as seguintes


operações:

I - bancos, exceto de desenvolvimento, e a Caixa Econômica Federal: todas as operações do


mercado de câmbio;

II - bancos de desenvolvimento e sociedades de crédito, financiamento e investimento:


operações específicas autorizadas pelo Banco Central do Brasil;

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III - sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades distribuidoras de


títulos e valores mobiliários e sociedades corretoras de câmbio:

c) operações de câmbio com clientes para liquidação pronta de até US$100.000,00 (cem mil
dólares dos Estados Unidos) ou o seu equivalente em outras moedas; e

d) operações no mercado interbancário, arbitragens no País e, por meio de banco autorizado


a operar no mercado de câmbio, arbitragem com o exterior;

Existem duas situações especiais:

I - agências de turismo, observado o prazo de validade da autorização: compra e venda de


moeda estrangeira em espécie, cheques e cheques de viagem relativos a viagens
internacionais. CUIDADO!!! Na prática, hoje, o Banco Central do Brasil não autoriza mais as
agências de turismo.

II - A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) está autorizada à prática das


modalidades de vale postal internacional e de reembolso postal internacional, podendo
conduzir sob o mecanismo de vale postal internacional operações com clientes, para
liquidação pronta, não sujeitas ou vinculadas a registro no Banco Central do Brasil e de até
US$50.000,00 (cinquenta mil dólares dos Estados Unidos) ou o seu equivalente em outras
moedas. Os correios só podem operar em modalidades de vale postal internacional e de
reembolso postal internacional.

(FCC/2011/Banco do Brasil – Escriturário)

No mercado de câmbio, estão autorizados a operar como agente:

A) as associações de poupança e empréstimo.


B) as cooperativas de crédito.
C) as empresas de arrendamento mercantil.
D) as agências de fomento.

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E) os bancos múltiplos.

Comentário: Questão bem acessível. Sabemos que os bancos de maneira geral, exceto
os de desenvolvimento, podem realizar todas as operações no mercado de câmbio.
Logo, dentre as opções, o banco múltiplo é um agente autorizado pelo Banco Central
do Brasil.

Resposta: “E”

Ofertantes e Demandantes de Moeda Estrangeira

Como em qualquer mercado, no mercado de câmbio temos os demandantes (compradores)


e os ofertantes (vendedores) de moeda estrangeira.

REIAS REIAS

Moeda Estrangeira Moeda Estrangeira

COMPRADOR Agente VENDEDOR


Autorizado Oferta moeda estrangeira.
Demanda moeda estrangeira. pelo BCB

Os vendedores de moeda estrangeira (também designados como “produtores”) são aqueles


que utilizam o mercado de câmbio para ofertar moeda estrangeira em troca de reais (moeda
nacional). São exemplos de ofertantes de moeda estrangeira: os exportadores; os
tomadores de empréstimos; os investidores estrangeiros; os turistas estrangeiros; e os que
recebem transferências do exterior.

Todo estrangeiro quando chega no País, seja ele turista ou investidor, é um ofertante de
moeda estrangeira. Tomemos o exemplo da General Motors. Quando decidiu investir no País,
a montadora teve que utilizar o mercado de câmbio para vender dólares (oferta).

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Outro exemplo de ofertante é o exportador. Um exportador de soja, por exemplo,


geralmente recebe o pagamento em dólares. Para realizar a conversão, oferta a moeda
estrangeira no mercado de câmbio.

Uma empresa que contrai empréstimo no exterior, é uma ofertante de moeda estrangeira.

Já como exemplos demandantes de moeda estrangeira (demandantes) temos: os


importadores; os tomadores de empréstimos, quando remetem ao exterior o principal e os
juros; os tomadores de investimento, quando remetem ao exterior os rendimentos do
capital investido (lucros/dividendos); e os que fazem transferência para o exterior.

Retomemos o exemplo da GM. Quando “entra” no País para investir, ela é uma ofertante de
moeda estrangeira. Depois de instalada, a medida que a empresa gera lucros, surge a
necessidade de remeter os dividendos para a matriz (Estados Unidos). Agora, como
remetente de dividendos para a matriz, a GM utiliza o mercado de câmbio para comprar
(demandar) moeda estrangeira.

(FCC/2006/Banco do Brasil – Escriturário)

É agente econômico que demanda divisa estrangeira no mercado de câmbio


brasileiro:

A) a empresa brasileira que recebe empréstimo do exterior.


B) o exportador.
C) a empresa estrangeira que está abrindo filial no Brasil.
D) o investidor estrangeiro que quer adquirir ações na Bolsa de Valores de São Paulo.
E) a filial de empresa estrangeira que deseja remeter lucros para a matriz.

Comentário: São demandantes de divisas estrangeiras (moeda estrangeira) aqueles que


precisam realizar algum pagamento ou remessa em moeda estrangeira. Veja que a filial
de empresa estrangeira que deseja remeter lucros para a matriz é um demandante de
moeda estrangeira, precisa, por exemplo, utilizar o mercado de câmbio para converter

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seu lucro obtidos em reais em moeda estrangeira para remeter a matriz. É,


essencialmente, o exemplo que utilizamos da GM.

Resposta: “E”

TAXA DE CÂMBIO E REGIME CAMBIAL

Definimos o mercado de câmbio como as operações de compra e venda de moeda


estrangeira e as operações com ouro-instrumento cambial, realizadas com instruções
autorizadas pelo Banco Central do Brasil a operar no mercado de câmbio.

Entendemos a dinâmica do mercado (oferta e demanda) e os principais atores: ofertantes,


demandante e, principalmente, os agentes autorizados a operar no mercado de câmbio pelo
Banco Central do Brasil. Mas ainda não tratamos da formação do preço da moeda
estrangeira.

O que é o preço da moeda estrangeira? O preço da moeda estrangeira é a taxa


de câmbio. Veja que a taxa de câmbio é a taxa de troca, no caso brasileiro, é a
quantidade de reais necessária para comprar uma unidade de moeda
estrangeira.

No Brasil, a taxa de câmbio mais difundida é a taxa de câmbio real/dólar. Por exemplo, em
07 de fevereiro de 2019 a taxa de câmbio real/dólar foi de R$ 3,71 – logo, eram necessários
R$ 3,71 para comprar US$ 1,00. Embora seja a mais utilizada, a taxa de câmbio para várias
moedas estrangeira.

Assim, como definido acima, a taxa de câmbio expressa a quantidade de moeda nacional para
comprar uma unidade de moeda estrangeira.

Mas como é definida a taxa de câmbio?

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A definição da taxa de câmbio depende do regime cambial adotado pelo País. Há


basicamente dois regimes: (I) o regime de câmbio fixo; e (II) o regime de câmbio flutuante.
Na prática há um terceiro, o regime de câmbio flutuante sujo.

Câmbio Fixo

Na taxa de câmbio fixa, as taxas de câmbio são determinadas/fixadas pelo Banco Central,
que assume o compromisso de manter a paridade cambial fixa. Continuamente, o Banco
Central entra no mercado vendendo ou comprando divisas (moeda estrangeira) para garantir
que o câmbio mantenha-se no patamar desejado e, para tanto é necessário de reservas
internacionais.

Para manter o câmbio fixo é primordial a existência de reservas internacionais.


As reservas internacionais são os ativos do País mantidos em moeda
estrangeira, geralmente o dólar.

O Brasil, por exemplo, já adotou o câmbio fixo. Em 1º de julho de 1994, data de criação do
plano real, a taxa de câmbio era um para um – é necessário R$ 1,00 para comprar US$ 1,00.

Claro, com o dólar tão barato é fácil imaginar que houve uma forte demanda por dólar,
situação que faria o câmbio subir. Para manter o câmbio fixo, o Banco Central teve que
intervir no mercado e vender dólares.

A grande pergunta é a seguinte: de onde o governo tirou dólares? Para conseguir manter o
câmbio fixo, o Banco Central deve ter ao seu dispor uma determinada reserva de moeda
estrangeira (reservas cambiais). No caso do Brasil, o volume de dólares necessários para
manter o câmbio fixo era conseguido através de empréstimos feito pelo governo federal
junto ao Fundo Monetário Nacional (FMI).

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Com os empréstimos, o governo, através do Banco Central do Brasil, conseguia intervir


continuamente no mercado de câmbio para deixar o câmbio fixo. Claro, é impossível manter
o câmbio fixo indefinidamente as custas de empréstimo, por isso, de 1995 a 1998 o governo
adotou um regime de bandas cambiais, a taxa de câmbio podia flutuar dentro de
determinados intervalos e, posteriormente, deixou o câmbio flutuar.

Câmbio Flutuante

A taxa de câmbio flexível comporta-se como qualquer mercado em que não haja
intervenção governamental (o Banco Central não intervém no mercado) – o preço é dado
pelas interações da oferta e da demanda.

Assim, um aumento na demanda pela moeda estrangeira, dada uma oferta constante, eleva
seu preço. Num sistema de taxas completamente flexíveis ou flutuante puro, o Banco Central
não faz nada para afetar diretamente o nível da taxa de câmbio. A taxa de câmbio é
determinada pelo mercado.

De acordo com o Banco Central do Brasil, o Brasil adota o regime de câmbio flutuante. Logo,
o Banco Central Não interfere no mercado para determinar a taxa de câmbio, mas para
manter a funcionalidade do mercado de câmbio.

Veja bem, o Banco Central do Brasil não irá intervir no mercado de câmbio para determinar
um valor fixo para a taxa de câmbio real/dólar (RS 3,50, por exemplo). No entanto, em
momentos de muita volatilidade do mercado de câmbio, para manter sua funcionalidade,
o Banco Central intervém no mercado por meio da venda ou compra de divisas ou
utilizando swaps cambiais.

Taxa de Câmbio e o Comercio Exterior

As variações da taxa de câmbio impactam diretamente o nível de importações e exportações


(comércio exterior) de um país. O preço da moeda estrangeira, também tem impactos sobre
a inflação.

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Movimentações da Taxa de Câmbio

Num regime de câmbio flutuante, como o adotado pelo Brasil, há muita oscilação na taxa de
câmbio. Como vimos, em algumas situações o Banco Central do Brasil pode intervir para
suavizar a oscilação decorrentes, por exemplo, de fluxos de capitais especulativos.

O gráfico abaixo cobre o movimento da taxa de câmbio real/dólar de 2002 a 2006. Note que
houve bastante volatilidade. Em 2002, por exemplo, a taxa de câmbio saiu de R$ 2,00 para
R$ 4,00 (o movimento foi provocado pela fuga de capitais diante da iminente vitória do
Presidente Lula). Em menos de um ano a taxa de câmbio praticamente dobrou. É fácil
observar que, naquela época, a nossa moeda (reais) perdeu valor frente ao dólar, o real
ficou mais fraco, o real se desvalorizou.

Aqui temos que ter muita atenção. É contrário ao senso comum, se a taxa de câmbio sobre,
como em 2002, dizemos que houve uma desvalorização/depreciação cambial –
desvalorização do real. A pergunta agora é a seguinte: com o real (RS) fraco
(desvalorizado/depreciado) é bom de exportar ou importar? As importações tendem a
diminuir pois o produto importado fica muito caro. Já as exportações tendem a aumentar –
para o estrangeiro o nosso produto fica muito mais barato.

Se a desvalorização favorece as exportações, por que não deixar o câmbio


permanentemente depreciado? Lembre que os produtos importados ficam mais caros.
Também ficam mais caros alguns produtos que tem o seu preço cotado em dólar (como é o
caso do petróleo, da soja etc). Como principalmente estes últimos são utilizados como
matéria prima para muitos produtos finais, um câmbio permanentemente depreciado geraria
pressão sobre os preços (a nossa famosa inflação).

O movimento inverso, de queda da taxa de câmbio é chamado de valorização/apreciação


cambial. De 2003 a 2008, como mostra o gráfico abaixo, houve uma que considerável da taxa
de câmbio – fruto da entrada de moeda estrangeira. No final de 2008, era necessário apenas

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R$ 1,60 para compra US$ 1,00. Com o câmbio tão barato/valorizado/apreciado fica muito
mais barato viajar para o exterior e importar produtos.

(I) Desvalorização/Depreciação: Quando é preciso mais R$ para comprar US$ | Eleva as


exportações
(II) Valorização/Apreciação: Quando é preciso menos R$ para comprar US$ | Eleva as
importações

(FCC/2006/Banco do Brasil – Escriturário)

Em relação ao mercado de câmbio, é correto afirmar que:

A) o ingresso ou saída de capitais estrangeiros no país não influencia o valor da taxa de


câmbio.
B) é condição necessária, para que a política de câmbio flexível praticada pelo Banco
Central tenha credibilidade, que o país tenha um elevado volume de reservas
internacionais.
C) o Banco Central do Brasil não intervém no mercado de câmbio, deixando que a
cotação do dólar flutue livremente.
D) a taxa de câmbio, no Brasil, é definida como o preço da divisa estrangeira expressa
em moeda nacional.

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E) os importadores são ofertantes nesse mercado.

Comentário: Como vimos, atualmente o Brasil adota um regime de câmbio flutuante.


Logo, a taxa de câmbio (preço da divisa estrangeira expressa em moeda nacional) é
determinado pelo oferta e demanda de moeda estrangeira (ingresso e saídas de
recursos). Como a taxa de câmbio acaba impactando importações e exportações, em
situações muito pontuais, para manter a funcionalidade do mercado, há intervenção do
Banco Central do Brasil no mercado de câmbio.

Resposta: “D”

(CESGRANRIO/2015/Banco do Brasil – Escriturário)

Uma desvalorização cambial da moeda brasileira (real) frente à moeda norte-


americana (dólar), implica a(o):

A) diminuição do número de reais necessários para comprar um dólar


B) diminuição do estoque de dólares do Banco Central do Brasil
C) diminuição do preço em reais de um produto importado dos EUA
D) estímulo às exportações brasileiras para os EUA
E) aumento das cotações das ações das empresas importadoras na bolsa de valores

Comentário: Lembre que o movimento de desvalorização cambial da moeda brasileira


frente ao dólar, implica na necessidade de mais reais para comprar dólares – a nossa
moeda fica mais fraca. Logo, as importações ficam desfavorecidas. Num cenário de
desvalorização, as exportações são favorecidas pois os nossos produtos ficam mais
baratos em moeda estrangeira.

Resposta: “D”

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CONTRATO DE CÂMBIO

Sabemos que: “As pessoas físicas e as pessoas jurídicas podem comprar e vender moeda
estrangeira ou realizar transferências internacionais em reais, de qualquer natureza, sem
limitação de valor, sendo contraparte na operação agente autorizado a operar no mercado
de câmbio, observada a legalidade da transação, tendo como base a fundamentação
econômica e as responsabilidades definidas na respectiva documentação.

As operações de compra e venda de moeda estrangeira podem ocorrer entre os agentes


autorizados a operar no mercado de câmbio ou entre estes e seus cliente. Pode haver uma
operação de compra e venda de moeda estrangeira na qual as partes sejam dois bancos (Itaú
vendendo dólar para o Bradesco, por exemplo) – exemplo de mercado interbancário de
câmbio. Ou, uma operação de compra de venda de dólar de uma pessoa física com uma
corretora de câmbio (agente autorizado).

Agora, a questão é saber como as operações são formalizadas?

Contrato de câmbio é o instrumento específico firmado entre o vendedor e o


comprador de moeda estrangeira, no qual são estabelecidas as características
e as condições sob as quais se realiza a operação de câmbio.

Logo, o documento que formaliza uma operação de câmbio (de compra ou venda) é o
contrato de câmbio. Atualmente, o contrato de câmbio pode ter assinatura eletrônica. No
mesmo dia de sua celebração, o contrato de câmbio deve ser registrado no Sistema de
Câmbio.

São os seguintes os tipos de contratos de câmbio e suas aplicações:

I - compra: destinado às operações de compra de moeda estrangeira realizadas pelas


instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio;

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II - venda: destinado às operações de venda de moeda estrangeira realizadas pelas


instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio.

Note que o contrato de câmbio será de compra ou venda pela “visão” da instituição
autorizada.

Vejamos um exemplo.

Pelo exemplo podemos verificar que o contrato de câmbio é um ato bilateral (no exemplo, o
contrato é feito entre o exportador e o banco) e oneroso, pelo qual o vendedor (exportador)
vende ao banco (comprador) as divisas estrangeiras, cuja entrega poderá ser à vista ou a
prazo.

Informações Gerais do Contrato de Câmbio

O modelo do Contrato de Câmbio é disponibilizado pelo Banco Central do Brasil. Como já


destacamos, após celebrado do contrato deve ser registrado no Sistema de Câmbio.

Abaixo exemplo de Contrato de Câmbio e suas principais características.

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(I) As operações de câmbio podem ser


contratadas para liquidação no prazo máximo de
mil e quinhentos dias, contados da data de sua
contratação.
(II) admita-se a alteração dos termos do
contrato de câmbio, inclusive com relação à
prorrogação dos prazos para embarque e para
liquidação.
(III) As operações de câmbio são livremente
canceladas por consenso entre as partes.
(IV) É vedada a alteração, no contrato de câmbio,
dos dados referentes às identidades do comprador
ou do vendedor, ao valor em moeda nacional, ao
código da moeda estrangeira e à taxa de câmbio

Exceção

Você deve estar se pensando: quando vou na “casa de câmbio” comprar dólar para ir a Rivera
comprar alfajor, não faço um contrato de câmbio. De fato, não faz.

Como sempre há uma exceção:

Sem prejuízo do dever de identificação dos, nas operações de compra e de venda de


moeda estrangeira até US$3.000,00 (três mil dólares dos Estados Unidos), ou do
seu equivalente em outras moedas, é dispensada a apresentação da
documentação referente aos negócios jurídicos subjacentes às operações de
câmbio, bem como a guarda de cópia dos documentos de identificação do cliente.

(FCC/2006/Banco do Brasil – Escriturário)

O contrato de câmbio:

A) é um ato unilateral e não oneroso.

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B) tem por objetivo a compra ou a venda de moeda estrangeira.


C) implica a entrega de moeda estrangeira ao exportador.
D) não tem prazo limite para sua liquidação.
E) implica a concessão de bonificações ao importador.

Comentário: O contrato de câmbio, bilateral e oneroso, com prazo limite de liquidação


de 1500 dias, tem por objetivo a formalização da compra ou venda de moeda
estrangeira.

Resposta: “B”

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QUESTÕES PROPOSTAS

Questão 01 (FCC/2010/Banco do Brasil – Escriturário)

No mercado de câmbio no Brasil são realizadas operações

A) no segmento flutuante, relativas a importação e exportação de mercadorias e serviços.


B) de troca de moeda nacional exclusivamente pelo dólar norte-americano ou vice-versa.
C) no mercado à vista apenas por pessoa jurídica.
D) pelos agentes autorizados pelo Banco Central do Brasil.
E) dispensadas da regulamentação e fiscalização pelo Banco Central do Brasil.

Questão 02 (FCC/2006/Banco do Brasil – Escriturário)

A contratação do câmbio de exportação

A) deve ser feita obrigatoriamente após o embarque da mercadoria para o exterior.


B) fixa o valor da taxa de câmbio para esse contrato.
C) pode ser feita antes do embarque da mercadoria para o exterior, mas somente de forma
parcial.
D) deve ser feita obrigatoriamente antes do embarque da mercadoria para o exterior, de
forma a possibilitar ao exportador obter financiamento com base no contrato.
E) equivale a uma compra e venda mercantil efetuada entre o banco e a empresa
exportadora.

Questão 03 (FCC/2006/Banco do Brasil – Escriturário) Atualizada

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É uma instituição financeira que está impedida de atuar no mercado de câmbio no Brasil:

A) banco comercial.
B) Sociedades corretoras de câmbio.
C) sociedade de capitalização.
D) banco de investimentos.
E) banco múltiplo.

Questão 04 (FCC/2006/Banco do Brasil – Escriturário)

A empresa Exporta Tudo acaba de fechar mais um contrato de exportação, mas precisa de
um financiamento para comprar as matérias-primas e produzir os bens negociados. A
operação por meio da qual o banco poderá viabilizar esse financiamento para a Exporta Tudo
recebe a denominação de

A) Assunção de Dívida.
B) Adiantamento sobre Contratos de Câmbio (ACC).
C) Swap.
D) Hedge sem Caixa.
E) Debêntures.

Questão 05 (FCC/2011/PGE-MG – Economista)

No domínio dos regimes cambiais,

A) o regime de câmbio flutuante ocorre entre bandas estabelecidas pelo Banco Central
B) o regime de câmbio fixo resulta no ajustamento da taxa de câmbio pelas forças de
mercado.
C) uma insuficiência de oferta de divisas é resolvida pela ação do Banco Central, no regime
de câmbio flutuante puro.
D) o enfrentamento de crises é facilitado com o câmbio fixo, mesmo sem reservas cambiais.
E) o regime de câmbio flutuante não requer a intervenção do Banco Central.

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Questão 06 (CESGRANRIO/2018/Banco do Brasil – Escriturário)

A reação dos mercados de câmbio ontem deu uma boa sinalização de qual pode ser o
caminho caso Washington intensifique o tom em relação às relações comerciais dos Estados
Unidos com o restante do mundo. As moedas emergentes recuaram a mínimas em dez dias,
segundo dados do Deutsche Bank, sob peso da queda de divisas correlacionadas às matérias-
primas – como o rand sul-africano e o real brasileiro (...). No Brasil, o dólar fechou em alta de
0,90%, para R$3,290, no maior nível desde o último 9 de fevereiro. Na máxima, a cotação
beirou os R$3,30 ao tocar R$3,2966.

CASTRO, J. Dólar deve subir no curto prazo, dizem analistas. Valor Econômico, 15 mar. 2018,
p.C2. Adaptado

Em países que adotam o regime de câmbio flutuante, as mudanças diárias observadas nas
taxas de câmbio estão relacionadas a diversos fatores.

Considerando-se, no entanto, exclusivamente, a matéria jornalística, o principal fator que


explica a desvalorização do real brasileiro no movimento diário do mercado de câmbio
descrito no texto foi a(o)

A) aumento da oferta de divisas no mercado de câmbio


B) forte intervenção do Banco Central do Brasil no mercado de câmbio
C) situação política corrente no Brasil
D) piora das condições macroeconômicas no Brasil
E) incerteza futura e maior percepção de risco por parte dos investidores

Questão 07 (CESGRANRIO/2012/Banco do Brasil – Escriturário)

O mercado cambial é o segmento financeiro em que ocorrem operações de negociação com


moedas internacionais. A operação que envolve compra e venda de moedas estrangeiras em
espécie é denominada

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A) câmbio manual
B) câmbio sacado
C) exportação
D) importação
E) transferência

Questão 08 (CESGRANRIO/2010/Banco do Brasil – Escriturário)

O mercado de câmbio envolve a negociação de moedas estrangeiras e as pessoas


interessadas em movimentar essas moedas. O câmbio manual é a forma de câmbio que

A) envolve a compra e a venda de moedas estrangeiras em espécie.


B) envolve a troca de títulos ou documentos representativos da moeda estrangeira.
C) pratica a importação e a exportação por meio de contratos.
D) pratica a troca de moeda estrangeira por uma mercadoria.
E) exerce a função de equilíbrio na balança comercial externa.

Questão 09 (CESPE/2016/TCE-PA)

A respeito das políticas fiscal, monetária e cambial, julgue o item que se segue.

Ao intervir no mercado de câmbio comprando divisas, o Banco Central do Brasil favorece a


indústria importadora, já que o valor dos produtos importados é reduzido quando convertido
em reais.

Questão 10 (CESPE/2016/FUNPRESP)

Julgue o item subsequente, com relação à taxa de câmbio e aos regimes cambiais.

O Brasil adota limites de flutuação cambial fixados pelo Banco Central do Brasil conforme o
fluxo de capitais externos.

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Questão 11 (INAZ do Pará/2014/BANPARÁ)

O contrato de câmbio é um documento que formaliza a operação de compra ou venda de


moeda estrangeira que deve ser registrado no:

A) SISCOMEX
B) Registro de Exportação
C) Banco do Brasil
D) Banco Central
E) Sistema Integrado de Registro de Operações de Câmbio

Questão 12 (CESPE/2014/Caixa – Técnico Bancário)

Acerca das características do mercado de câmbio, das instituições autorizadas a operar nesse
mercado e das operações nele realizadas, julgue os itens a seguir.

O BCB pode conceder autorização para a prática de operações no mercado de câmbio aos
bancos de desenvolvimento, às sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e às
sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários, entre outras instituições.

Questão 13 (CESPE/2010/Caixa – Técnico Bancário)

Assinale a opção correta a respeito das operações realizadas no mercado de câmbio


brasileiro.

A) As operações de câmbio não podem ser canceladas, mesmo que exista consenso entre as
partes, com exceção das operações de câmbio simplificado e interbancárias.
B) Os agentes autorizados a operar no mercado de câmbio devem observar as regras para a
perfeita identificação dos seus clientes, bem como verificar as responsabilidades das
partes e a legalidade das operações.

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C) Os agentes autorizados a operar no mercado de câmbio não podem realizar operações de


compra e de venda de moeda estrangeira com instituição bancária do exterior, em
contrapartida aos reais em espécie recebidos do exterior ou para lá enviados.
D) Nas operações de compra e venda de moeda estrangeira, em qualquer valor, não há
necessidade de identificação do comprador ou do vendedor, podendo o contravalor ser
pago ou recebido diretamente em espécie.
E) No contrato de câmbio, podem ser alterados os dados referentes às identidades do
comprador ou do vendedor, ao valor em moeda nacional, ao código da moeda estrangeira
e à taxa de câmbio.

Questão 14 (CESPE/2004/BASA – Técnico Bancário)

Denomina-se mercado de câmbio o espaço onde se realizam as operações de câmbio entre


os agentes de câmbio e entre estes e seus clientes.

Questão 15 (CESPE/2004/BASA – Técnico Bancário)

Para atuarem como agentes no mercado de câmbio, os bancos, as corretoras, as


distribuidoras, as agências de turismo e os meios de hospedagem devem estar autorizados
pelo Banco do Brasil S.A.

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GABARITO

1.D 2. B 3. C 4. B 5. E

6. E 7. A 8. A 9. ERRADO 10. ERRADO

11. E 12. CERTO 13. B 14. CERTO 15. ERRADO

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