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CURSO DE PORTUGUÊS

B&E ASSESSORIA
Gênero textual: Artigo de opinião
1
Considerando os dois textos (“Violência versus compaixão” de Alba
Zaluar – Texto 01 – e “Crimes e castigos”, de Hélio Schwartsman” –
Texto 02), responda:

1) Os Textos 01 e 02 abordam um mesmo tema? Qual é ele?


2) O objetivo geral dos dois textos também é o mesmo? Identifique-o.
Respostas das questões 01 e 02 2
1) A proposta de diminuição penal no Brasil, de 18 para 16
anos.
2) Os dois textos foram escritos para manifestar o ponto de
vista de seus autores a respeito do tema abordado.
Continuação das perguntas 3
3) Qual é a posição defendida pela autora do texto 01? Que
argumento(s) ela apresenta para defender tal posição?
Resposta da questão 03 4
3) Segundo a autora, a redução da maioridade penal diminuiria os efeitos da
manipulação perversa do Estatuto da Criança e do Adolescente que leva,
hoje, à exploração de jovens para cometerem crimes porque, se capturados,
terão penas mais leves. Faz uma ressalva, porém: essa redução não surtirá
efeito enquanto “não houver atendimento médico e psicológico a
adolescente” submetidos a penas mais severas. O segundo argumento da
autora parte do pressuposto de que o sistema de punição específico para
menores homicidas é tão inadequado que não tem “meios de lhes devolver a
consciência moral mal formada ou desmantelada ao longo de suas abusadas
vidas”. Por esse motivo, a única saída seria prendê-los (aos 16 anos) para
evitar que continuem cometendo atrocidades.
Continuação das perguntas 5
4) Qual a posição defendida pelo autor do texto 2? Que
argumentos ele utiliza para defendê-la?
Resposta da questão 04 6
4) Hélio Schwartsman é contrário à redução da maioridade penal.
Schwartsman começa por admitir que há alguma lógica na ideia da redução da
maioridade penal, mas argumenta que a proposta não se associa à concepção de
um novo corpo jurídico, se sim à alteração de um sistema de leis preexistentes. O
autor argumenta , ainda, que o sistema jurídico brasileiro tradicionalmente encara
o jovem infrator como um ser em formação, e, por isso, aposta na esperança de que
seu comportamento possa ser recuperado. Além disso, acredita que uma redução
da maioridade penal “dificilmente levaria a uma diminuição do envolvimento de
jovens em crimes”. Poderia, aliás, ter um efeito terrível, porque as quadrilhas
tenderiam a cooptar “soldados” ainda mais novos. Lembra, por fim, que o Estado
não pode ceder à lógica da vingança, que “a lei precisa ser concebida para a regra”
e não deve nascer das pressões sociais desencadeadas por crimes bárbaros.
Continuação das perguntas 7
5) Releia o seguinte trecho do texto 2:

É claro que não sou um daqueles tarados que colocam a maioridade penal aos 18
anos como um fim em si mesmo. Não é desprovida de sentido a argumentação dos
que defendem a redução afirmando que, nos dias de hoje, com a intensa circulação
de informações, os jovens amadurecem mais cedo para algumas coisas. Se a lei já
lhes faculta votar aos 16, por que não responder penalmente por seus atos?
Eu poderia, é certo, contra-argumentar. O jovem de 16 pode votar se quiser,
enquanto o do de 18 ou mais está obrigado a fazê-lo. De todo modo, um garoto de 16
não pode dirigir veículos, abrir ou fechar negócios e nem candidatar-se à maioria
dos cargos públicos eletivos.
Continuação da questão 05 8
A leitura do trecho acima permite identificar a estratégia
argumentativa utilizada por Hélio Schwartsman. Qual é ela?
Por que ela pode ser eficaz para convencer os leitores?
Resposta da questão 05 9
5) O autor primeiro antecipa argumentos contrários à posição que defende (nos
quais seus leitores poderiam pensar) e, em seguida, apresenta argumentos para
demonstrar por que seu ponto de vista é mais consistente, fragilizando a
suposta argumentação alheia. Trata-se, portanto, da estratégia de contra-
argumentação.
Ao antecipara possíveis argumentos contrários à posição que defende,
Schwartsman pode responder diretamente a pessoas que consideram tais
argumentos válidos. Isso dá ao autor a possibilidade de apontar falhas nesses
argumentos ou apresentar outros que sejam mais convincentes. Ao fim de uma
contra-argumentação, o leitor faria do autor do texto a imagem de alguém
razoável, que leva em consideração a opinião alheia e que é capaz de
apresentar bons motivos para refutá-la.
Continuação das perguntas 10
Em diferentes momentos, o autor do texto 02 se manifesta na 1ª pessoa. Observe:

É claro que não sou um daqueles tarados que colocam a maioridade penal aos 18 anos como
um fim em si mesmo.
Eu poderia, é certo, contra-argumentar.
O ponto que eu quero defender, contudo, não é este.

A explicitação da 1ª pessoa do singular reforça a ideia de que o autor expressa seu


ponto de vista, fazendo com que os argumentos sejam subjetivos? O uso da 1ª
pessoa pode ter algum efeito sobre os leitores? Por quê?
Resposta da questão 06 11
6) As várias marcas da 1ª pessoa do singular apontam para o fato de que o autor
expressa um ponto de vista próprio. No entanto, isso não torna a argumentação
“pessoal” ou subjetiva, pois ela é fundamentada objetivamente.

A explicitação de um “eu” aproxima os interlocutores do texto: autor e seus


leitores. Ao marcar sua posição nesse diálogo, o autor “convida” o leitor a refletir
com ele, a acompanhá-lo em seu raciocínio. Essa estratégia pode fazer com que o
leitor se sinta mais à vontade diante do texto e, de certo modo, identifique-se
mais facilmente com a posição do autor, já que o ‘acompanhou” ao longo da
construção dos argumentos que sustentam o ponto de vista defendido no texto.
Artigo de opinião: Definição e usos 12
Ao lado de textos jornalísticos de caráter mais expositivo, como a notícia
e a reportagem, jornais e revistas também abrem espaço para textos
argumentativos como os artigos de opinião.

O artigo de opinião é um gênero discursivo claramente argumentativo


que tem por objetivo expressar o ponto de vista do autor que o assina
sobre alguma questão relevante em termos sociais, políticos, culturais,
etc. O caráter argumentativo do texto de opinião é evidenciado pelas
justificativas de posições arroladas pelo autor para convencer os leitores
da validade da análise que faz.
Características: Artigo de opinião 13
1) Gênero argumentativo
2) Expressão de um ponto de vista
3) Análise de questões sociais, políticas, culturais, e etc.
4) Justificativas da posição assumida
Estrutura e linguagem: Artigo de opinião 14
No artigo de opinião, comumente encontra-se a seguinte estrutura:

1. Um parágrafo inicial que contextualiza o tema abordado para que o leitor


possa se “localizar” e recuperar as informações de que já dispões sobre o
assunto.
2. Parágrafos de desenvolvimento que constroem a cadeia argumentativa.
3. O encerramento do texto com uma conclusão da análise efetuada. Costuma
trazer uma explicitação da tese do autor.

A linguagem do artigo de opinião pode ser formal ou informal, dependendo do


público-alvo.
Gênero textual: Editorial 15
Além do artigos em que uma articulista apresenta sua opinião
sobre importantes acontecimentos contemporâneos, os jornais
também são o espaço de circulação de um outro gênero
argumentativo, encarregado de explicitar a posição do próprio
veículo de comunicação: o Editorial. O texto apresentado a
seguir, nos dois slides seguintes, exemplifica esse gênero
discursivo.
A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) planeja estabelecer

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um prazo para o banimento total das gorduras trans das Américas.
Elas são os novos vilões da alimentação. Formadas principalmente
no processo de hidrogenação industrial, estão presentes em
alimentos como sorvetes, salgadinhos, biscoitos e certas frituras.
Não cabe às autoridades sanitárias ou políticas decidir o que um
cidadão vai ou não comer. A julgar pelas evidências científicas à
mão, o churrasco deveria ser proscrito. Só que, num Estado
democrático, o poder público não pode nem cogitar de fazê-lo. O
que lhe compete é informar e orientar. O caso das gorduras trans,
porém, é diferente.
O organismo humano não tem nenhuma necessidade desse gênero
de ácido graxo, relativamente raro na natureza e que não
acrescenta nenhum sabor especial aos alimentos. Seu consumo
tende a elevar os níveis do mau colesterol (LDL) e reduzir os do
bom (HDL).
17
Ingerir mais de 2 𝑔 diários é hábito que favorece o infarto e outras
moléstias associadas ao metabolismo de lipídios. Há até mesmo
estudos que sugerem uma correlação dessas gorduras com a
ocorrência de diabetes e morte súbita.
Reduzir drasticamente a quantidade de gorduras trans na dieta
não é difícil. Elas podem ser substituídas por outros tipos de ácidos
graxos sem prejuízo de sabor ou consistência. Ao menos no início,
pode haver uma elevação de custos, que tende a desaparecer à
medida que aumentar a demanda pelas alternativas.
Diante desse quadro, o eventual banimento das gorduras trans não
representaria um caso de ingerência indevida das autoridades na
vida do cidadão. É razoável assumir como universal o pressuposto
de que, sem ter de abrir mão de praticamente nada, todos desejam
viver mais e de forma mais saudável.
(Folha de São Paulo, 2007)
Questões 01 e 02 18
1) Qual a questão abordada pelo texto?

2) O texto traz algumas informações básicas sobre tal questão. Identifique-as.


Respostas das questões 01 e 02 19
1) O texto discute a proposta, feita pela Organização Pan-Americana de Saúde
(Opas), de banir totalmente as gorduras trans dos alimentos industrializados.
2) O texto informa que as gorduras trans são formadas principalmente no
processo de hidrogenação industrial e estão presentes em alimentos como
sorvetes, salgadinhos, biscoitos e certas frituras. Diz também que são um
gênero de ácido graxo, raro na natureza e que não acrescentam sabor especial
aos alimentos. Por fim, informa que seu consumo eleva os níveis do mal
colesterol (LDL) e reduz os do bom (HDL), ressaltando que a ingestão de mais
de 2g diários favorece a ocorrência de infarto e de outras moléstias associadas
ao metabolismo de lipídios.
Questões 03 e 04 20
1) O texto apresenta uma opinião clara sobre a questão abordada?
Qual?
2) Quais os argumentos apresentados para sustentar a posição
defendida no texto?
Respostas das questões 03 e 04 21
3) Sim. Defende-se a eliminação da gordura trans dos alimentos industrializados,
de acordo com a proposta feita pela Organização Pan-Americana de Saúde.

4) As informações contidas na resposta da questão 2 encontram-se em forma de


argumentos. Além delas, também sustentam a posição do texto as seguintes
passagens: “sugerem uma correlação dessas gorduras com a ocorrência de
diabetes e morte súbita”; “é razoável assumir como universal o pressuposto de
que, sem ter de abrir mão de praticamente nada, todos desejam viver mais e de
forma saudável”.
Questões 05 22
5) Releia o seguinte trecho do texto:

Não cabe às autoridades sanitárias ou políticas decidir o que um cidadão vai ou


não comer. A julgar pelas evidências científicas à mão, o churrasco deveria ser
proscrito. Só que, num Estado democrático, o poder público não pode nem
cogitar de fazê-lo. O que lhe compete é informar e orientar. O caso das gorduras
trans, porém, é diferente.

O trecho acima tem uma evidente função argumentativa na defesa do


banimento das gorduras trans dos alimentos industrializados. Explique.
Resposta da questão 05 23
5) O autor do texto assume como verdade que, “num Estado democrático, o poder
público não pode nem cogitar” de decidir “o que um cidadão vai ou não
comer”. Sabe que esse é um argumento contrário à tese do banimento das
gorduras trans, defendida no texto. Procura, portanto, antecipar o argumento
contrário, para demonstrar por que ele não se aplica nesse caso específico. A
última observação feita (“O caso das gorduras trans, porém, é diferente”) abre
caminho, no texto, para que se expliquem os motivos pelos quais esse
banimento não constitui uma “ingerência indevida das autoridades na vida do
cidadão”.
Questões 06 24
6) O último parágrafo traz uma conclusão decorrente da
argumentação feita ao longo do texto. Identifique-a.
Resposta da questão 06 25
6) “É razoável assumir como universal o pressuposto de que, sem ter
de abrir mão de praticamente nada (ou seja, somente pela
eliminação da gordura trans dos alimentos industrializados), todos
desejam viver mais e de forma mais saudável”.
Editorial: Definição e usos 26
O editorial é outro gênero do discurso que se caracteriza pela manifestação explícita
de uma opinião e pela apresentação de argumentos que a sustentam.
O editorial é um gênero discursivo que tem a finalidade de manifestar a opinião de
um jornal (ou algum órgão de imprensa) sobre acontecimentos importantes no
cenário nacional ou internacional. Não é assinado, porque não deve ser associado a
um ponto de vista individual. Deve ser enfático, equilibrado e informativo. Além de
apresentar os argumentos que sustentam a posição assumida pelo jornal, costuma
também resumir opiniões contrárias para refutá-las.
Estrutura e linguagem: Editorial 26
A estrutura do editorial tem 3 partes:

1. Introdução que contextualiza a questão a ser analisada.


2. Desenvolvimento, no qual são apresentados argumentos que sustentam a
análise.
3. Conclusão que decorre da argumentação feita.

A linguagem do editorial é explicitamente formal, adotando o padrão culto da


língua escrita. O texto é impessoal, diferentemente do artigo de opinião, em que a
presença de marcadores de 1ª pessoa do singular é natural.

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