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PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL

PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL


Para a construção de um time competitivo e de sucesso, vários são os
fatores que devem ser levados em consideração nesse processo, como
o aspecto tático, técnico, psicológico e físico.

Por ser um esporte que demanda grande quantidade energética e possui


como característica intermitente de intensidade, a preparação física é um
dos principais elementos para o desempenho ótimo de atletas de futebol.

Atualmente, o papel do preparador físico está diretamente ligado à


colaboração com o treinador com determinação de cargas de treinos,
na preparação e manutenção do condicionamento físico dos atletas,
na recuperação após lesões e no auxílio para otimização das diversas
dimensões do treino.

O preparador físico, por sua vez, deve Técnico


possuir conhecimentos acerca de
todo o processo de treinamento,
incluindo conhecimentos sobre bio-
mecânica, fisiologia, planejamento Físico Desempenho Tático
e periodização do treinamento
e outros conhecimentos, como
psicológico e sobre relacionamento
interpessoal com atletas e comissão. Psicológico
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Como começou no Brasil?


A Preparação Física no Brasil data do início do século
passado (por volta do ano de 1904), quando treinado-
res de equipes paulistas começaram a utilizar em seus
treinamentos corridas de 100, 200, 400 e 800 metros,
além da luta greco-romana, ginástica alemã e o uso
de halteres. Porém, o principal objetivo era a melhora
da capacidade de força dos atletas e não a velocidade
(GONÇALVES, 1998).
Preparação física de goleiros na década de 60

Durante longo período de tempo, a Preparação Física


dos atletas era de responsabilidade exclusiva do treinador ou de outro membro envolvido
com o clube, como o massagista. No entanto, foi no ano de 1958, quando a Confedera-
ção Brasileira de Desportos (CBD) convidou um professor, ex-atleta de futebol que atuava
como treinador para ser auxiliar do técnico e preparador físico da seleção de futebol. Essa
foi a primeira vez em que um profissional foi designado como preparador físico no Brasil.
Com o resultado da Seleção naquele ano de Copa do Mundo, foram surgindo os primeiros
preparadores físicos nos clubes brasileiros (BARROS, 1990).

CBD integra auxiliar Atualmente


na Seleção Departamentos de Preparação
1958 Física Estruturados

1904 1966
Treinadores de Críticas ao Insucesso
Equipes Paulistas da Seleção
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Com o avanço do conhecimento sobre a Preparação Física, principal-


mente na Europa, e com o insucesso da equipe brasileira no mundial de
1966, o método com que se realizava a preparação física no futebol é
colocado em cheque, e já se constava que somente o aspecto técnico
não era suficiente para se vencer um mundial. O resultado fez com que
uma análise crítica fosse realizada sobre todo o processo de preparação
física (GONÇALVES, 1998).

Enquanto se observava isso no Brasil, na Europa já era notado que as


equipes eram treinadas com um novo método de preparação, deno-
minado de “treinamento em circuito”, e quatro seleções europeias - In-
glaterra, Alemanha Ocidental, Portugal e União Soviética - ocuparam,
respectivamente, os primeiros lugares da Copa do Mundo de 1966.

A Copa da Inglaterra em 1966 foi um marco para a prepa-


ração física no futebol. O time inglês apresentava o sistema
de marcação homem a homem, que exigia maior preparo
físico dos atletas, e que se mostrou efetivo com a conquista
do mundial. Assim, o preparo físico das equipes tornou-se
um importante e indispensável componente para o planeja-
1 mento e treinamento das equipes no futebol (CUNHA, 2003).
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Antes de mais nada, a caracterização do Futebol


O desempenho de atletas de futebol está totalmente relacionado as suas competências físicas,
desde a resistência até a flexibilidade, que devem ser treinadas adequadamente para que o
desempenho máximo seja alcançado. A função do preparador físico é otimizar o máximo o
desempenho de cada uma das características físicas, aumentando o desempenho global do
atleta. Porém, antes de entender o processo de preparação física, é necessário compreender
melhor o futebol, suas ações e suas demandas energéticas.
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O futebol é caracterizado por ser um esporte intermitente, com distâncias percorridas entre
9.5–10.7 km por atleta (BRAZ et al. 2010; BRADLEY et al., 2014), com uma intensidade média cor-
respondendo entre 70% e 75% do consumo máximo de oxigênio (VO2max). Entre as ações de
cada atleta, o número de ações curtas de alta intensidade no futebol está em torno de 1000
ações (SILVA et al., 2014). Mohr, Krustrup e Bangsbo (2005) identificaram que cada jogador realiza
entre 1000 e 1400 ações, principalmente de curta duração, variando entre 4-6 segundos, o que
pode promover danos musculares de graus variados, desencadeando respostas inflamatórias
(ANDERSSON et al., 2010; ASCENSÃO et al., 2008).

Fonte: Braz et al (2010)


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O processo mencionado anteriormente pode ser responsável


por gerar distúrbios bioquímicos, metabólicos e físicos, os
quais podem demorar desde horas até dias para uma
devida recuperação (NÉDÉLEC, 2012). Além disso, o atu-
Calendário al calendário brasileiro de competições exige ainda
que alguns atletas joguem mais de 60 partidas por
ano, muitas delas em um estado de recuperação

+  > Lesões incompleto, o que potencializa o risco de lesões (de


diferentes graus) nos atletas.

Como será abordado adiante, a alta quantidade de


Troca de
Treinadores
jogos e a frequente troca de treinadores nos clubes
brasileiros podem proporcionar o aumento do número de
lesões. Dessa forma é necessário que o atleta esteja preparado
para receber toda essa sobrecarga sobre seu organismo com o
objetivo de manter pelo maior tempo possível o máximo de desem-
penho o máximo de desempenho sem sofrer lesões.
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Respostas Fisiológicas Pós-Jogo


O Futebol é caracterizado por demandar dos atletas ações
físicas que incluem sprint (corridas de curta duração e alta
intensidade), mudanças de direções, picos de velocida-
des, saltos e divididas. Todas essas ações fazem com que
ocorra fadiga muscular e consequentemente diminuição
do desempenho. Essa fadiga pode ser determinada pela
Mudanças
combinação de fatores centrais e periféricos (NUNES, 2012).
Sprints
de Direções

Fadiga/Queda de Desempenho
Picos de
Divididas
Velocidade

Saltos
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Desidratação Pós Jogo


Constantemente durante as partidas de futebol é ob-
servado um balanço fluido negativo. Valores superam
os 2% da massa corporal dos atletas, já que são pou-
cas as oportunidades para se reidratarem durante os
jogos. No Brasil, devido ao seu território continental, os
atletas são expostos a diferentes condições climáticas
e atmosféricas que podem acelerar o processo de
desidratação, deixando os atletas mais vulneráveis a
possíveis lesões.

Faz-se importante realizar um trabalho consistente


de reidratação destes atletas, pois quanto maior a
perda hídrica decorrente de treinos e jogos, menor
será esse volume de líquido intra-
celular. Isso pode reduzir as taxas
de síntese de glicogênio e proteína,
enquanto o contrário favorece
a estimulação desse processo
(KELLER et al., 2003).
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Depleção do Glicogênio
Dentre as demandas energéticas do futebol, o carboidrato é um dos
substratos energéticos utilizados pelo atleta durante o jogo. Em condi-
ções normais de repouso, o carboidrato, ingerido na alimentação do
atleta, é armazenado nos músculos e no fígado na forma de um açúcar
mais complexo, o glicogênio, sendo criado um estoque energético até
que seja utilizado na forma de ATP (WILMORE et al, 2013). Tal fonte energé-
tica (glicogênio) é um dos substratos mais importantes para a produção
de energia. A diminuição dos estoques energéticos ao longo da partida
é percebida pela diminuição de distâncias percorridas observadas ao
final de um jogo de futebol (MOHR et al, 2005; DI SALVO et al., 2009).
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A mensuração do glicogênio muscular é usualmen-


te realizada através do método de biópsia. Porém,
uma vez que esse método ocasiona uma pequena
lesão no atleta, uma forma inovadora e não invasiva
para mensurar o glicogênio muscular dos atletas
pode ser pelo pelo MuscleSound®. Esse método
utiliza alta frequência de tecnologia de ultrassom e
software baseado em nuvem, para medir de forma
não invasiva a mudança no teor de glicogênio do
músculo. Esta metodologia é baseada em medição
do teor de água associado ao glicogênio no mús-
culo. Tal método já é validado pela comunidade e
possui alta correlação com a biópsia que foi (é) por
muitos anos o método “padrão ouro”.

O tempo necessário para a reposição de glicogênio


na forma muscular é por volta de 2 a 3 dias, quando
se tem à disposição uma dieta rica em carboidratos e
quando o processo de recuperação é respeitado. No
entanto, conhecendo o calendário do futebol brasileiro
é muito improvável que o tempo de total recuperação
atlético se contemple. Por consequência, nos períodos
congestionados, quando se tem 2 a 3 jogos oficiais
em um período de 7 dias, os atletas provavelmente
iniciam a partida com um déficit de glicogênio, o que
pode resultar em diminuição do desempenho.
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Dano Muscular
Durante as partidas oficiais, repetidas vezes ocorrem mudanças de direção,
acelerações, frenagens, sprints, saltos, chutes e choques com adversários.
Essas atividades que são realizadas em alta intensidade envolvem muitas
ações musculares excêntricas que têm potencial para induzir dano muscu-
lar (Byrne et al., 2004). Mudanças de direção, acelerações e desacelerações
são particularmente prejudiciais para o músculo.

Em virtude de tais eventos ocorridos numa partida de futebol, algumas


proteínas atravessam a barreira da membrana sarcoplasmática. Com a
membrana celular danificada, ocorre um aumento de sua permeabilidade,
o que permite um extravasamento de proteínas que acabam chegando até
a corrente sanguínea (BRANCACCIO, 2008). Torna-se possível assim a ava-
liação do dano muscular do atleta e o acompanhamento da adaptação
ao treinamento (ALVES et al, 2015) e, se houver necessidade, pode-se ocorrer
uma intervenção no treinamento pelo preparador físico e fisiologista.

Mudanças Mudanças
de Direções de Direções

=
Choques com Alta Acelerações
Adversários Intensidade

Frenagens
Saltos
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Resposta do Sistema Imunológico no Futebol.

Alguns estudos têm demonstrado que as respostas


imunológicas ao exercício são variadas e decorren-
tes da duração e intensidade do exercício (GLEESON
et al, 1995; GABRIEL et al, 1997). No futebol, devido a
intensidade dos treinamentos e jogos, são neces-
sárias pelo menos 72 horas para que as variáveis
do sistema imunológico estejam nos níveis ideais
(MALM et al, 2004). Portanto é importante um con-
trole na carga de treinamento, preferencialmente,
junto com um acompanhamento nutricional para
que se evitem maiores imunossupressões no orga-
nismo do atleta, bem como possíveis infecções que
podem atrapalhar o rendimento nos treinamentos
e nos jogos.
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Controle de Carga de Treinamento


Sabendo sobre a importância da preparação física
para o desempenho dos atletas e considerando o
calendário brasileiro de competições, deve-se Preparação
Controle de Física
dar atenção a um importante fator no planeja- Carga Recuperação
mento e execução dos treinamentos a fim de
se evitar lesões, sendo esse fator o controle de
carga de treinamentos e a recuperação após
jogos e treinos.

A alta densidade de jogos e a constante troca


Prevenção
de treinadores nos clubes brasileiros são fatores de Lesões
que podem proporcionar o aumento do número de
lesões. A grande demanda de jogos devido ao calendário
esportivo, associado ao curto prazo de recuperação entre os
jogos é um dos fatores principais no aumento de lesões que ainda pode ser agravado pela
troca do treinador do clube, onde a troca do treinador afeta principalmente a condição psico-
física do atleta, não porque um treinador é melhor que o outro, mas decorrente da mudança
de trabalho proposto (RAJIČ; GRUBIĆ, 2018). Para tentar evitar o aumento de lesões, equipes
devem ter um responsável pelo controle da carga de treinamento.

Em alguns clubes, o responsável por esse trabalho é o fisiologista do time junto com o prepa-
rador físico. O método de controle de carga em uma equipe pode ser dividido em três eixos:
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1. Monitoramento: consiste em verificar as respostas do atleta sob as


cargas de treino executadas e que foram previamente planejadas
Quantificação
pelo treinador (SILVA et al, 2015);

2. Quantificação: condiz com o somatório do registro da carga de


treinamento que foi planejada e aplicada pelo treinador e efetiva-
mente executado pelo atleta (BORRESEN; LAMBERT, 2009);

3. Regulação: são ajustes nas cargas que ocorrem durante o pro-


cesso de treinamento em relação às respostas do atleta, a fim de
Controle
de Carga otimizar o desempenho (BORRESEN; LAMBERT, 2009).

Recapitulando todas as demandas exigidas durante jogos


e treinos de futebol, em que um atleta percorre em
média de 9.5 a 10.7 quilômetros (BRADLEY et al., 2011),
a intensidade média corresponde entre 70-75% do
Monitoramento Regulação consumo máximo de oxigênio (VO2max), considera-
-se de grande importância o planejamento e exe-
cução de cargas de treinos a fim de preparar o atleta
para suportar as cargas do jogo oficial, amenizando os
prejuízos causados pelo esforço físico e evitando o aumento de lesões.

Além do controle de carga, a avaliação da condição física dos atletas também possui im-
portante função. As avaliações das capacidades físicas no futebol podem ser utilizadas para
prevenção, treinamento e reabilitação dos atletas nas diferentes categorias, o que permite
uma melhor interpretação no nível da equipe e de cada atleta individualmente.
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Para cada variável diferente que pode influenciar o de-


sempenho de atletas, existem testes específicos a serem
aplicados. Por exemplo, para análise da capacidade aeró-
bica podemos utilizar o Yo-Yo Test. Esse teste é utilizado em
um espaço de 20 metros de comprimento com a largura
ser determinada pela quantidade de atletas que irão re-
alizar o teste. O teste consiste em corridas de 40 metros
de ida e volta (2 x 20m) tendo um aumento progressivo
na velocidade, controladas por sinais de áudio. As corridas
são realizadas até o atleta não conseguir acompanhar a
velocidade indicada por duas vezes.

Para se analisar a velocidade máxima dos atletas é realiza-


do um teste em um espaço de 20 metros de comprimento
com fotocélulas localizadas no ponto “zero”, 10 metros e nos
20 metros. Após um sinal sonoro o atleta tem que acelerar o
mais rápido possível a fim de obter o menor tempo possível
Yo Yo Test dinâmico distribuído pelo campo.
nessa determinada distância.

Clique aqui e
assista ao vídeo
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Já para análise de força pode ser utilizado o teste de salto


com contra movimento. O atleta é orientado a colocar
as mãos no quadril, e assim deve permanecer por todo o
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período. O avaliado se agacha até uma angulação de 90
graus imediatamente antes de saltar o mais alto possível.
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Meios de controle de treinamentos e jogos


No futebol existem diferentes meios e equi-
pamentos para o controle de carga em
treinamentos e jogos. O GPS é um sistema
de navegação que compreende 27 satélites
em órbita equipados com relógios atômicos,
o que possibilita a quantificação de variáveis
de movimento de atletas através de cálculos
de velocidade instantâneos (LARSSON, 2003).

Desenvolvimentos recentes em novos dispo-


sitivos permitem o uso do Sistema Global de
Navegação por Satélites (GNSS em inglês).
Variáveis derivadas desse sistema posicional
incluem componentes básicos de locomo-
ção, como distância total, zonas de velocida-
Utilização de GPS no monitoramento de carga durante treinos. de, velocidade máxima e acelerações. Desse
modo, através de um algoritmo específico
é possível se ter uma unidade arbitrária que
lhe auxiliará no acompanhamento dos jogos
e treinamentos.
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Apesar da frequência cardíaca ser influenciada


por diferentes fatores, como condições ambien-
tais, nível de treinamento e estado de hidratação
é um método válido para estimar a intensidade
durante a prática esportiva. Uma das formas de
monitoramento da carga interna durante treinos
e jogos é através do impulso de treino (TRIMP).

A Percepção Subjetiva do Esforço (PSE) é a integração


de diferentes sinais periféricos e centrais que aca-
bam tendo como resposta uma percepção geral
ou local de determinado estímulo (BORG, 1982). Fos-
ter e colaboradores (2001) elaboraram um método
através da PSE que propunha o instrumento como
uma maneira de quantificar a carga, sendo um meio
fácil e prático para ser utilizado na quantificação de
Monitoramento de carga através da
Frequência Cardíaca durante treinamentos
cargas de treinamento no futebol.

Para se fazer o cálculo da carga de treinamento,


é multiplicado a PSE da sessão de treino pelos mi-
nutos trabalhados durante a sessão. Dessa forma,
pensando na carga de treinamento da semana,
com o cálculo “PSExMin” poderemos analisar
como a carga foi distribuída durante a semana
Percepção de esforço (PSE) é outro método
de controlar cargas de treinamentos e também sua variação da carga (“Monotonia”).
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Recuperação
Dentre os vários aspectos que perpassam a restauração psicofisiológica, o sono tem sido
notadamente reconhecido como a melhor estratégia de recuperação disponível para o
atleta (DAVENNE 2009), e se constitui, assim, fator relevante na obtenção do alto rendimento
esportivo. Conciliar rotinas de treinamento, competição, familiar e, às vezes, de estudo propor-
ciona reflexões não apenas sobre a gestão, mas também sobre a alocação temporal. Essas
peculiaridades são relevantes para compreensão do atleta de futebol – em formação ou
profissional - mediante uma perspectiva da sua gestão do tempo.

No atual cenário futebolístico competitivo, a exigência por grandes resultados aliada à alta
intensidade das competições demanda cada vez mais eficácia nas estratégias de recupe-
ração adotadas por atletas e equipes para a devida elaboração da periodização do treina-
mento desportivo. No esporte de rendimento, o sucesso é alcançado
mediante uma ótima preparação e adequada recuperação
entre os períodos de treinamento e competição.

Uma perspectiva contemporânea destaca a relação


existente entre estresse e recuperação. Uma parte
Sono
crucial desse balanço estresse-recuperação é o Recuperação
gerenciamento do “ciclo sono e vigília” (CSV) do
atleta, especialmente durante períodos de treina-

Desempenho
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mento intenso e de competição (HALSON, 2008). No en-


tanto, enquanto a atenção dada à relação entre sono e
desempenho atlético já está bem estabelecida, evidências
subjacentes ao papel do sono na recuperação ainda são
pouco entendidas.

Tal fato é surpreendente de ambas as perspectivas – cientí-


fica e aplicada - dado que atletas frequentemente relatam
que o sono pode ser uma ótima estratégia de recuperação,
sendo considerado pela maioria dos especialistas do es-
porte como um dos modos mais eficazes de recuperação
- física e mental - e com uma forte relação proposta entre
sono e treinamento (HALSON, 2008; VENTER, 2014).

A recuperação é um processo individual, personalizado


e ativo, configurado por vários aspectos – psicológicos,
fisiológicos, social, de humor, comportamental e regene-
rativo – orientado para ação, a fim de reestabelecer as
habilidades de desempenho por um devido período de
tempo (KELLMAN & KALLUS, 2001; SAMULSKI, 2009).
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Características da Recuperação

Recuperação é um processo dependente do tempo.

Recuperação é dependente do tipo e duração do estressor.

Recuperação depende da redução, mudança ou eliminação do agente estressor.

Recuperação é um processo específico e depende da avaliação individual.

Recuperação termina quando o estado psicofísico de eficiência é restabelecido e a home-


ostase é alcançada.

Recuperação inclui ações propositais (recuperação proativa), assim como processos psico-
lógicos e biológicos automatizados de restauração do estado inicial (recuperação passiva)

Recuperação pode ser descrita em vários níveis (fisiológico, psicológico, sociocultural e am-
biental).

O processo de recuperação envolve vários subsistemas orgânicos.

Vários subprocessos de recuperação podem ser dissociados.

Recuperação é intimamente ligada a situações cotidianas (ex: sono, contato social, alimen-
tação adequada).
Fonte: Kellmann et al., 2009. p. 31.
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Portanto, a recuperação é um processo tem-


poral, individual, e que deve estar inserida no
planejamento da periodização do treinamen-
to desportivo, devidamente contemplada nas
rotinas de treinamento, viagens e competição,
a fim de reestabelecer as habilidades de de-
sempenho por um devido período de tempo.

Faz-se importante diferenciar recuperação de


desempenho, pois a primeira se refere ao nível,
no qual os indicadores retornam à linha de base
após um período distinto de exercício, destaca-
da pela análise no curso de tempo a partir de
um prévio estressor (FULLAGAR et al., 2015).

Crioterapia utilizada como método de recuperação após


jogos.
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Monitoramento Contínuo dos Futebolistas


É de grande importância o monitoramento de forma contínua nos atletas, pois
através das coletas realizadas periodicamente, tem-se a oportunidade de criar
e mapear dados de identificação de cada atleta e como o mesmo responde aos
diferentes estímulos ao qual é exposto durante todos os treinos.

O monitoramento contínuo e longitudinal de medidas de sono, estresse e recupe-


ração (dentre várias outras) no futebol pode ser útil para a detecção de alterações
disfuncionais nas fases mais precoces. Assim, as informações obtidas a partir
dessas avaliações podem ser usadas para otimizar os programas de formação
e de recuperação individual, com vistas à melhora do desempenho (Brink et al.,
2010). Caso contrário, o estresse crônico do exercício (exaustivo) pode causar uma
inibição da resistência e da disposição do atleta a suportar mais a dor, atingindo
um estado de fadiga.

Para fins de registro e controle é aconselhável uma “planilha” que consiga aten-
der a todas essas demandas de registro. Logo, em caso de dúvida da comissão
técnica, o profissional responsável poderá responder de forma eficiente e rápida.

De posse dos dados, pode-se gerar informação e conhecimento. Por exemplo, de


como foi a carga individualizada de forma semanal, mensal e até anual, o que
serve de parâmetro para futuras pesquisas aplicadas no seu próprio grupo ou
para fins de produção e compartilhamento de conhecimento com a comunidade
do futebol.
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Preparação Física na Detecção de Talentos


A participação de crianças em escolas de futebol formal vem crescendo a cada dia. Tal fato
se deve à popularização e ao crescimento no número de escolas de formação para o futebol
que vem aumentando consideravelmente nos últimos anos no Brasil. Uma solução contem-
porânea para suprir a carência de espaços populares para a prática de atividades de lazer.
Em consequência disso, percebe-se a inserção de crianças cada vez mais novas na prática
especializada desta modalidade.

Com o aumento do número de crianças


e adolescentes praticantes de futebol em
escolinhas formais e a consequente espe-
cialização, vários clubes se voltam a esse
ambiente na perspectiva de detectar novos
talentos para o desporto. Na detecção de
talentos, vários são os fatores observados
em jovens atletas para serem selecionados
Aumento da participação de crianças em escolinhas de futebol. e fazerem parte das categorias de base de
um clube.
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Para que a detecção seja eficaz, algumas características físicas devem ser
observadas na seleção do jovem talento, além do que a aptidão física deve
ser desenvolvida pelo atleta durante sua carreira nas categorias de base
do futebol. O talento pode não ser evidente quando o atleta está no início
de sua carreira nas categorias de base, antes mesmo de sua detecção,
mas alguns indicadores devem ser observados para “prever” os possíveis
atletas que terão sucesso em categorias subsequentes.

Na detecção de talentos são observados alguns preditores físicos que


podem contribuir na detecção de talentos. Dentre eles, alguns estudos
sugerem que algumas características antropométricas, como altura,
massa muscular, composição corporal, diâmetro ósseo, circunferência
dos membros, podem ser determinantes para seleção de atletas como
talentos para o futebol.

A altura está fortemente relacionada aos fatores genéticos, enquanto a


massa muscular e composição corporal relacionadas ao treinamento
e à alimentação (BORMS, 1996; BOUCHARD et al, 1997). Além disso, atletas
com idade biológica mais avançada (desenvolvimento físico e cognitivo)
possuem a tendência de levar vantagens nas categorias de base devido
às capacidades físicas já desenvolvidas.

Os atletas que apresentam os parâmetros físicos bem desenvolvidos ge-


ralmente são atletas que nasceram no início do ano (primeiro trimestre)
e possuem vantagem devido ao fenômeno denominado como Efeito da
Idade Relativa (EIR) (BARNSLEY et al., 1992; HELSEN et al., 2005). Crianças que
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nasceram tardiamente, em relação às crianças


que nasceram no início do ano, levam desvanta-
gens em relação à força, massa corporal e altura,
e tendem a compensar treinando e desenvolven-
do com maior habilidade suas capacidades de
agilidade e potência muscular. Deixando claro,
novamente, que a detecção do talento não deve
ser tendenciosa e excludente. Caso contrário, os
atletas mais velhos podem levar vantagem.

Como a capacidade física está intimamente re-


lacionada aos fatores fisiológicos e, como alguns fatores fisiológicos
também são observados na detecção do jovem atleta de futebol, é
importante comentar sobre esse assunto. No estudo de Jankovic e
colaboradores (1997) foram investigados o VO2max., potência anae-
róbia, força de tronco e volume do coração (absoluto e relativo) em
atletas de futebol em formação entre 15 e 17 anos de competições na
Croácia, Alemanha, Itália e Inglaterra. Os pesquisadores concluíram
que os atletas que tinham sucesso em curto prazo tinham melhores
respostas fisiológicas nestes aspectos investigados.

Apesar de importantes, essas variáveis não devem ser vistas iso-


ladamente. Ainda que estudiosos indiquem um forte componente
genético no desempenho, o futebol é um esporte multifatorial.
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Logo, a influência de programas de treinamento sistemáticos não


pode ser subestimada nem negligenciada.

As pesquisas científicas e o banco de dados da preparação física


no futebol profissional vêm crescendo muito. Nas categorias de
base as investigações ainda são escassas, porém cada vez mais
os cientistas têm ganhado espaço e investigado os atletas em
formação no futebol.

O futebol é considerado um esporte acíclico sob o aspecto físico


com exigências motoras intensas e intermitentes, com altas inten-
sidades e durações variadas e que depende dos três sistemas de
produção de energia (aeróbio, anaeróbio lático e anaeróbio aláti-
co), sendo que, em situações de jogo o sistema anaeróbio alático
é determinante e o sistema aeróbio é predominante (CHAOUACHI
et al., 2010). Além disso, o atleta de futebol ao longo do jogo realiza
vários estímulos em que a capacidade de força é exigida (saltos,
mudanças de direção, chutes, etc.).

Diante disso, a utilização de testes físicos nas categorias de base


do futebol torna-se uma estratégia de avaliação e acompanha-
Testes físicos nas categorias de base são uma
mento do desenvolvimento e evolução destes atletas, para que
alternativa viável de acompanhamento do
os profissionais envolvidos possam planejar adequadamente e desenvolvimento de atletas.

prescrever de maneira adequada as cargas de treinamento, bem


como, terem diretrizes durante a formação nas categorias de base
(NASCIMENTO et al, 2014)
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REFERÊNCIAS
ANDERSSON, H. et al. Plasma antioxidant responses and oxidative stress following a soccer game in elite female
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tch‐analysis of oxidative stress and muscle damage markers throughout recovery. Clin Biochem 2008: 41: 841–851.

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Perfil do autor

Igor Soalheiro Graduado em Educação Física pela Universidade


Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi estagiário em Fisiologia
no América-MG. Foi fisiologista (2018) da equipe profissional
do Clube de Regatas Brasil (CRB) e atualmente é fisiologista
da equipe profissional do Vila Nova-GO.

Hebert Bernardino Graduado em Educação Física (2005) pela


Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Mestre em
Ciências do Esporte pela Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG). Tutor no curso de Graduação em Educação Física pela
UFJF. Coordenador técnico - Futebol UFJF. Especialista em
Futebol Universidade Federal de Viçosa (2009). Atualmente é
pesquisador na área do Treinamento Físico e Esportivo.
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