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PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
1904 1966
Treinadores de Críticas ao Insucesso
Equipes Paulistas da Seleção
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O futebol é caracterizado por ser um esporte intermitente, com distâncias percorridas entre
9.5–10.7 km por atleta (BRAZ et al. 2010; BRADLEY et al., 2014), com uma intensidade média cor-
respondendo entre 70% e 75% do consumo máximo de oxigênio (VO2max). Entre as ações de
cada atleta, o número de ações curtas de alta intensidade no futebol está em torno de 1000
ações (SILVA et al., 2014). Mohr, Krustrup e Bangsbo (2005) identificaram que cada jogador realiza
entre 1000 e 1400 ações, principalmente de curta duração, variando entre 4-6 segundos, o que
pode promover danos musculares de graus variados, desencadeando respostas inflamatórias
(ANDERSSON et al., 2010; ASCENSÃO et al., 2008).
Fadiga/Queda de Desempenho
Picos de
Divididas
Velocidade
Saltos
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Depleção do Glicogênio
Dentre as demandas energéticas do futebol, o carboidrato é um dos
substratos energéticos utilizados pelo atleta durante o jogo. Em condi-
ções normais de repouso, o carboidrato, ingerido na alimentação do
atleta, é armazenado nos músculos e no fígado na forma de um açúcar
mais complexo, o glicogênio, sendo criado um estoque energético até
que seja utilizado na forma de ATP (WILMORE et al, 2013). Tal fonte energé-
tica (glicogênio) é um dos substratos mais importantes para a produção
de energia. A diminuição dos estoques energéticos ao longo da partida
é percebida pela diminuição de distâncias percorridas observadas ao
final de um jogo de futebol (MOHR et al, 2005; DI SALVO et al., 2009).
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Dano Muscular
Durante as partidas oficiais, repetidas vezes ocorrem mudanças de direção,
acelerações, frenagens, sprints, saltos, chutes e choques com adversários.
Essas atividades que são realizadas em alta intensidade envolvem muitas
ações musculares excêntricas que têm potencial para induzir dano muscu-
lar (Byrne et al., 2004). Mudanças de direção, acelerações e desacelerações
são particularmente prejudiciais para o músculo.
Mudanças Mudanças
de Direções de Direções
=
Choques com Alta Acelerações
Adversários Intensidade
Frenagens
Saltos
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Em alguns clubes, o responsável por esse trabalho é o fisiologista do time junto com o prepa-
rador físico. O método de controle de carga em uma equipe pode ser dividido em três eixos:
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Além do controle de carga, a avaliação da condição física dos atletas também possui im-
portante função. As avaliações das capacidades físicas no futebol podem ser utilizadas para
prevenção, treinamento e reabilitação dos atletas nas diferentes categorias, o que permite
uma melhor interpretação no nível da equipe e de cada atleta individualmente.
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Recuperação
Dentre os vários aspectos que perpassam a restauração psicofisiológica, o sono tem sido
notadamente reconhecido como a melhor estratégia de recuperação disponível para o
atleta (DAVENNE 2009), e se constitui, assim, fator relevante na obtenção do alto rendimento
esportivo. Conciliar rotinas de treinamento, competição, familiar e, às vezes, de estudo propor-
ciona reflexões não apenas sobre a gestão, mas também sobre a alocação temporal. Essas
peculiaridades são relevantes para compreensão do atleta de futebol – em formação ou
profissional - mediante uma perspectiva da sua gestão do tempo.
No atual cenário futebolístico competitivo, a exigência por grandes resultados aliada à alta
intensidade das competições demanda cada vez mais eficácia nas estratégias de recupe-
ração adotadas por atletas e equipes para a devida elaboração da periodização do treina-
mento desportivo. No esporte de rendimento, o sucesso é alcançado
mediante uma ótima preparação e adequada recuperação
entre os períodos de treinamento e competição.
Desempenho
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Características da Recuperação
Recuperação inclui ações propositais (recuperação proativa), assim como processos psico-
lógicos e biológicos automatizados de restauração do estado inicial (recuperação passiva)
Recuperação pode ser descrita em vários níveis (fisiológico, psicológico, sociocultural e am-
biental).
Recuperação é intimamente ligada a situações cotidianas (ex: sono, contato social, alimen-
tação adequada).
Fonte: Kellmann et al., 2009. p. 31.
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Para fins de registro e controle é aconselhável uma “planilha” que consiga aten-
der a todas essas demandas de registro. Logo, em caso de dúvida da comissão
técnica, o profissional responsável poderá responder de forma eficiente e rápida.
Para que a detecção seja eficaz, algumas características físicas devem ser
observadas na seleção do jovem talento, além do que a aptidão física deve
ser desenvolvida pelo atleta durante sua carreira nas categorias de base
do futebol. O talento pode não ser evidente quando o atleta está no início
de sua carreira nas categorias de base, antes mesmo de sua detecção,
mas alguns indicadores devem ser observados para “prever” os possíveis
atletas que terão sucesso em categorias subsequentes.
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