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01 a 04/08/2012, Gramado, RS
Resumo:
1
Candido Mendes de Almeida faz uma espécie de vade mecum de toda a legislação canônica
ao longo da história do Brasil, com longa introdução argumentando em defesa da Igreja e da
política ultramontana anti-liberal, junto a uma história das relações entre o Estado e a Igreja no
Brasil. As leis canônicas eram de suma importância, pois o Brasil seguindo a tradição
portuguesa, delegava à Igreja católica a tarefa de organizar as etapas da vida dos habitantes
do país (GRINBERG, 2008 : 38).
2
Rui Barbosa (1849-1923) recebe a encomenda para a tradução e introdução do livro de
Saldanha Marinho (1816-1895), a quem nutre admiração, mostrando ser esse um solitário na
literatura liberal no Brasil. O Papa e o Concílio, do teólogo e historiador alemão Johann J. I.
Von Döllinger (1799-1890) - pseudônimo Janus viria para contrarrestar essa carência. Janus
faz um apanhado geral, histórico e teológico, da centralização papal até o Concílio Vaticano I,
escreve Rui que o texto é “sozinho no seu gênero, o primeiro livro que exibe um quadro
científico e completo o desenvolvimento da infalibilidade papal desde a sua germinação inicial
2
modo as várias fontes que tratam historicamente do tema antecipam os
debates políticos ao fornecerem citações diretas desses anais, como é o caso
de Um Estadista do Império, de Joaquim Nabuco (NABUCO, 1997), entre as
principais fontes historiográficas do conflito. Nabuco resgata os discursos do
pai – Nabuco de Araújo, como membro do Conselho de Estado a respeito da
questão. Não menos importante é o manancial de textos a partir da imprensa:
jornais, revistas e panfletos, além dos escritos privados, cartas e documentos,
sem o qual seria difícil repensar a atmosfera de ideias de um período. O jornal
contribui para o conhecimento do problema histórico que se apresenta
(PEREIRA, 1970 : 323), dinamiza e fortalece a contextualização. Não havia
opinião pública a partir da imprensa, como passou a existir no século XX, mas
os canais em que a política espraiava dos gabinetes e espaços
institucionalizados para a sociedade, se davam através dos jornais e revistas.
Um grupo político tinha o seu jornal o qual expunha suas ideias, mas o jornal
ainda não era uma fonte de opinião política por si. Esse arranjo de fontes
diversas funciona para compreender o sistema de pensamento que envolvia os
atores políticos de então, não para fazer das ideias fatos, mas sim tomar os
fatos como se fossem ideias (BACHELARD, 1996 : 22).
no século IX até às vésperas da sua coroação em 1870” (JANUS, V.1 2002 : 20). Os
argumentos de Janus e reforçados na introdução de Rui são usados para mostrar que, ao
contrário do que vinha acontecendo, o Vaticano deveria seguir o ritmo do liberalismo. As
críticas ao catolicismo papal eram duras, e no plano político guardava paralelo com o
cesarismo, à centralização política, fatores contrários aos anseios da democracia parlamentar.
Rui esclarece ainda os conflitos presentes na questão religiosa: a liberdade católica
impossibilita a religião oficial; a incompatibilidade do dogma católico com a Constituição de
1824; a doutrina ultramontana como um empecilho à cidadania; e até mesmo que o estado não
deveria se curvar a fazer acordos com a Igreja romana – era uma questão de soberania. A
tônica liberal mostrava que a Inglaterra poderia ser um bom exemplo, mas o ideal era seguir o
modelo americano, em nenhum lugar era tão ilimitadamente real a emancipação religiosa.
“Igreja livre no Estado livre” era a frase de Cavour, repetida como objetivo, mostrando que não
apenas era uma vantagem à religião católica, mas também representava a necessidade da
época.
3
(CARVALHO, 2006 : 187)3; Nelson Werneck Sodré, apesar de dedicar um
capítulo para o estudo do clero, no ensaio Panorama do Segundo Império nem
faz questão de citar a Questão Religiosa (SODRÉ, 1998); em uma passada
sobre as principais obras de Oliveira Viana, nada de muito relevante se
encontra sobre o tema; o mesmo acontece em Os Donos do Poder de
Raymundo Faoro; a não ser coletâneas de história, como a organizada por
Sérgio Buarque de Hollanda e Boris Fausto, História Geral da Civilização
Brasileira, ainda assim há algumas mais recentes que não tratam com
especificidade da Questão Religiosa (GRINBERG; SALLES, 2009). Há outras
abordagens em torno do clero brasileiro, mas sem o viés da ciência política,
Sérgio Miceli é um exemplo, com uma obra importante sobre a elite eclesiástica
(MICELI, 1988). Percebe-se uma clara negligência em análise com interesse
na teoria política. Restam as obras de história da Igreja, do pensamento
católico ou especificamente da Questão Religiosa no Brasil, sobretudo de
autores católicos, como, Antonio Carlos Villaça (VILLAÇA, 1975),(VILLAÇA,
1974)4, Nilo Pereira (PEREIRA, 1970), Riolando Azzi (AZZI, 1991) e Oscar
Lustosa (LUSTOSA, 1977). Há ainda a tese de David Gueiros Vieira, O
Protestantismo, A Maçonaria e a Questão Religiosa no Brasil (VIEIRA, 1980),
excelente trabalho com preocupações mais voltadas à penetração de líderes
presbiterianos no Brasil e a contribuição que tiveram dos maçons 5.
3
Pela primeira vez no Brasil a atuação do clero, ou fração dele, segue completamente a
política da Santa Sé. “A Igreja reapareceu na política quando surgiu em seu próprio seio o
movimento de reforma inspirado no reacionarismo das orientações do pontificado de Pio IX.
Mas então sua participação já tinha sentido totalmente diverso, pois baseava-se na reação
corporativa e ultramontana ao regalismo da política imperial. Não se tratava mais da
participação de padres na política mas de tentativa da hierarquia em definir uma política da
Igreja perante o Estado. A tentativa levou o choque da Questão Religiosa e à prisão dos
bispos”. (CARVALHO, 2006 : 187)
4
A História da Questão Religiosa, de Villaça certamente é a melhor memória já realizada sobre
o tema. O autor teve o cuidado de recolher as bibliografias mais importantes e repetir citações
chaves para o entendimento do processo, e montar uma tese que apresenta a questão
religiosa como um dos pilares para a falência do regime monárquico.
5
David Gueiros Vieira tem uma tese que envolve não apenas maçonaria e igreja católica, mas
também os protestantes, em seu livro apresenta-a assim: “(...) demonstro que houve de fato
certa cooperação entre elementos liberais, maçônicos, republicanos, protestantes e de outros
grupos minoritários, contra o poder político da Igreja Católica Romana no Brasil. Ao mesmo
tempo, creio, apresento suficiente evidência ao demonstrar que esta cooperação às vezes era
local, às vezes de âmbito nacional, mas geralmente, tinha um cunho puramente brasileiro e
ligava-se a problemas internos” (VIEIRA, 1980 : 12)
4
A Igreja no Estado – da proteção à separação
A religião católica foi a maior herança que Portugal deixou ao Brasil. Não
à toa que um dos primeiros atos dos portugueses ao chegarem foi rezar uma
missa, em 26 de abril de 1500. Três datas de destaque para a história da Igreja
no Brasil confundem-se com a história do país: i) chegada dos padres da
Companhia de Jesus, em 1549 na Bahia; ii) expulsão deles pelo decreto de
1759, como uma das marcas da nova administração do Marquês de Pombal; iii)
e a resistência do bispo de Olinda, seguida do bispo do Pará, em 1873. De
Portugal também restou o regime do padroado, que foi reafirmado no Brasil em
18276, quando se deu “o reconhecimento do Brasil como sede da nunciatura de
primeira classe a bula pontifícia de concessão do padroado” (AZZI, 1991 : 145).
Para a Igreja o padroado foi importante na expansão da religião, especialmente
através de Espanha e Portugal, quando desde o século XVII a Santa Sé
outorgou poderes sobre os negócios da Igreja nos territórios d’além mar dessas
monarquias. Além do direito estatal de recolher dízimos e nomear os bispos,
essa forma regalista7 continha o beneplácito, tratava-se da licença do governo
para a publicação de documentos provenientes da Santa Sé.
5
funcionários públicos. Também é sintomática a falta de protagonismo no
processo de abolição, não foi como nos EUA em que a atuação cristã dos
quakers tornou-se decisiva para o fim da escravidão naquele país
(CARVALHO, 1988). De outro modo, assim como houve reação nos anos
1870, poderia ter surgido antes, o fato é que o Brasil jamais foi um país
ortodoxo em matéria religiosa8. Portanto, é mais correto juntar a causa do
regalismo para a fraqueza do catolicismo no Brasil, a três outros motivos.
Primeiro, à formação antropológica do Brasil, com uma diversidade imensa de
ritos e crenças – concorria-se não apenas com religiões africanas e elementos
indígenas, mas também com cultos gnósticos, destacadamente a maçonaria9.
Segundo, ao vazio doutrinal deixado pela expulsão da Cia. de Jesus e a forte
penetração do jansenismo 10, sem contar que o clero no Brasil era heterodoxo 11,
inclusive em atitudes morais – o celibato foi voto costumeiramente quebrado
pelos padres, os seculares muitas vezes mantinham mulher e filhos. E terceiro,
a distância que guardava a Santa Sé do clero brasileiro, isso se relaciona com
8
O sincretismo religioso no Brasil veio das relações privadas, desde o período colonial, como
explica Gilberto Freyre: “A história social da casa-grande é a história íntima de quase todo
brasileiro: de sua vida doméstica, conjugal, sob o patriarcalismo escravocrata e polígamo; da
sua vida de menino; do seu cristianismo reduzido à religião de família e influenciado pelas
crendices da senzala” (FREYRE, 1954, 36).
9
“Alguns sobrados, em vez de conservarem capela ou oratório, foram-se tornando até uma
espécie de templos maçônicos, como, no Recife, a casa de Antônio Gonçalves da Cruz,
decorada com retratos de revolucionários franceses e norte-americanos, em lugar de estampas
de santos e mártires da Igreja” (FREYRE, 1990 : 124).
10
A atitude ultramontana, que reatou de maneira mais sólida os laços entre o clero brasileiro e
Roma, só teria maior repercussão no Brasil a partir da segunda metade do século XIX, antes a
presença jansenista era clara. O jansenismo é eclético, e foi o componente do catolicismo
iluminista, semelhante ao luteranismo, dava ênfase a Santo Agostinho, era anti-escolástico e
anti-jesuíta, pregava a autonomia e liberdade das igrejas locais e adotava a política conciliarista
(AZZI, 1991). O regente Pr. Feijó (1784-1843) foi um representante mais famoso do jansenismo
no Brasil, por ele fazia-se uma Igreja nacional do Brasil, separada de Roma; foi também contra
a presença de padres estrangeiros no Brasil e escreveu Demonstração da necessidade de
abolição do celibato clerical, de 1828 reclamando o fim do celibato na igreja brasileira, não
escrevia ao papa fazendo um pedido ou sugestão, escrevia para a Assembleia Geral do Brasil.
Feijó aos olhos ultramontanos foi quase um cismático. (CALDEIRA, 1999)
11
E se a própria direção da igreja no Brasil não seguia uma ordem rígida, não podia se esperar
que com o povo fosse diferente. A propósito, o que muitos não compreendiam da repressão
dos bispos contra aqueles que professavam a religião e frequentavam a maçonaria, era que
doutrinariamente era expressa a proibição dessa associação secreta para os católicos, desde a
Bula In Eminenti, do Papa Clemente XII, em 1738 - primeira condenação formal da maçonaria.
Zacarias de Góis e Vasconcelos quando defendia os bispos, comentou: “Senhores, consta que
na Europa não existe esse rigor da parte das autoridades eclesiásticas, mas por quê? Porque
ali, quem é católico não vai à maçonaria, e quem é maçom não vai a uma irmandade”
(VILLAÇA, 1974).
6
o ambiente teológico do clero nacional – reconhecidamente fraco e pouco
próximo da pregação romana12.
12
A maior parte dos padres frequentava seminários com cursos precários no Brasil. Diferente
foi com os principais bispos brasileiros que enfrentaram o jansenismo e o regalismo, esses
estudaram na Europa, e absorveram melhor as necessidades da Igreja para o século XIX,
como D. Vital e D. Macedo Costa que estudaram na Meca do ultramontanismo, o seminário de
Saint-Sulpice, em Paris (VIEIRA, 1980).
13
“Temia-se no adventício acatólico o inimigo político capaz de quebrar ou de enfraquecer
aquela solidariedade que em Portugal se desenvolvera junto com a religião católica” (FREIRE,
1954 : 133). Ou seja, religião como um escudo da formação política.
14
Para alguns intérpretes, no Brasil criou-se mais que regalismo, tivemos um verdadeiro
galicanismo. Em O Poder Ultramontano, Joaquim Nabuco situa com nitidez o problema: “O
pensamento dos autores da Constituição foi fundar entre nós uma igreja nacional, que vivendo
na unidade católica tivesse uma certa independência da centralização romana, que sujeita ao
papa nos pontos de doutrina não o fosse nas decisões contrárias ao espírito do cristianismo,
aos cânones recebidos, aos costumes do nosso país, esse era o privilégio da igreja galicana.
Para isso, o legislador constituiu o Imperador como a primeira autoridade eclesiástica do país,
neste sentido – que lhe pertence não só a escolha do pessoal, a formação da hierarquia da
igreja, como o julgamento supremo de todas as leis e decretos dos papas e dos concílios”
(NABUCO apud VILLAÇA, 1974 : 139).
7
com tantos protestos de tolerância, que tem proferido de ilustres autores de
semelhante proposta..." (DAGCIB, 1823 - Tomo II)
8
criticavam o liberalismo na Constituição de 1824, ao passo que reclamavam
liberdade à Igreja contra o regime do padroado.
15
Syllabus significa no latim "resumo", trata-se de uma lista de 80 proposições condenando os
principais erros da época segundo a igreja, dirige-se especialmente contra a democracia,
contra a separação da igreja e do estado, contra o socialismo, contra o liberalismo e todas as
formas de modernismo.
9
Vaticano I, de 1870 – a controvérsia entre conciliarismo e papismo estava
resolvida, é infalível o que o Papa declarar ex cathedra, no exercício de seu
poder de Pastor e de Doutor de todos os cristãos, enquanto Chefe da Igreja.
16
D. Frei Antonio Vital Maria Gonçalves de Oliveira Júnior (1844-1878) era pernambucano,
filho de dono de engenho de açúcar, fez seus primeiros estudos religiosos no Seminário de
Olinda, e seguiu para S. Sulpice, em Paris, onde resolveu ser capuchinho (ramo franciscano).
Em 1868 regressa ao Brasil, vai para São Paulo até ser nomeado Bispo da diocese de Olinda,
em 21 de maio de 1871. Preso em 1874, fica na prisão até 17 de Setembro de 1875, quando
Dom Pedro II decreta a anistia que liberta D. Vital e os demais presos envolvidos na Questão
Religiosa. Anistiado Dom Vital faz algumas viagens à Europa, e em fevereiro de 1878, aos 33
anos de idade, falece em Paris.
17
Dom Antônio de Macedo Costa (1830-1891) nasceu na Bahia, realizou estudos eclesiásticos
na França, no período de 1852 a 1854 no Seminário de Saint Celestin, em Bourges; e de 1854
a 1857 no Seminário de S. Sulpice, em Paris. Era considerado o mais culto dos clérigos
brasileiros, doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em 1859. No
ano seguinte é nomeado Bispo do Pará. Assim como Dom Vital, foi condenado a prisão em 28
de abril de 1874, e em 1875 lhe concederam anistia. Em 1890 é transferido para a
Arquidiocese de Salvador, mas falece um ano depois, em 20 de março de 1891.
18
Além do conjunto de documentos da Santa Sé que referendavam uma condenação da
maçonaria, a atitude dos Bispos também se baseava nas reformas do antigo Direito canônico
quanto às penalidades e censuras, a partir de 1869 com a encíclica Apostolicae sedis. A
mesma foi chamada de Código Penal eclesiástico, era o instrumento canônico necessário para
a interdição aos maçons na Igreja. (GÉRSON, 1978)
10
36,37). O clero revoltoso, também agia frente aos liberais, quando em 1867 o
Partido Liberal paulista fazia campanha para a separação da Igreja e do
Estado, no Pará, Dom Macedo Costa analisando essa postura anti-eclesiástica,
começou a pedir aos fiéis que não votassem nos políticos do partido (VIEIRA,
310). Dom Macedo queria livrar a Igreja do controle do Estado, para isso
desafiava o governo e os partidos.
11
Os regalistas, representados no gabinete, por Visconde do Rio Branco, e
também, no Conselho de Estado que discutiu a Questão, sustentavam a
constitucionalidade do padroado19. Pimenta Bueno, o Marquês de São Vicente,
não só nos debates no Conselho de Estado, como no seu tratado de Direito
Público Brasileiro (1857) afirmava que o Estado tem o direito de fiscalizar o
culto, sua doutrina e disciplina (VILLAÇA, 1976 : 55). Em resumo, o parecer
dos conselheiros mostrava que, a Igreja extrapolara suas atribuições, pois agira
contra as liberdades civis daqueles que queriam exercer o culto, devido ao fato
de a Igreja ser do Estado, e devesse seguir suas leis. Das leis da Santa Sé
apenas aquelas que recebessem o beneplácito, por ser legítima a relação
diferenciada de Roma com o Estado brasileiro. Conforme o padroado aos
bispos não lhes era permitido agir de tal maneira, pois não fora dado o
beneplácito para a incompatibilidade de alguém frequentar o culto maçom e o
católico.
19
O Conselho de Estado pleno de 1873 era formado pelos senadores: Visconde de Abaeté,
Marquês de Sapucaí, Marquês de S. Vicente, Visconde de Souza Franco, Nabuco de Araújo,
Visconde de Muritiba, Visconde de Inhomirim, Visconde de Bom Retiro, Visconde de Jaguari,
Visconde de Niterói e Duque de Caxias, com Dom Pedro II presidindo (GÉRSON, 1978 : 172).
A prova de que o Conselho de Estado era majoritariamente regalista, foi o parecer do Conselho
de Estado elaborado por Bom Retiro, com todo o rol de argumentos regalistas teve aceitação
majoritária. A maioria do Conselho foi pelo processo (São Vicente, Souza Franco, Inhomirim,
Bom Retiro, Caxias). “Abaeté, que negava provimento ao recurso, aderia, no caso de vencer a
opinião contrária, e do bispo não cumprir a decisão, e do bispo não cumprir a decisão, ao
processo de responsabilidade. Muritiba, Niterói, Sapucaí e Jaguari eram opostos a qualquer
coerção. Nabuco, contrário ao processo, era voto único em dar como existentes as antigas
temporalidades” (NABUCO, 1997 : 952). Contudo, o voto mais regalista foi o de Nabuco de
Araújo – elogiado por Caxias e São Vicente, entre outros pontos era pela revogação do decreto
de 1857.
12
Para os ultramontanos o incomodo era ter que reconhecer a maçonaria,
quando a recíproca não existia. A atitude dos bispos foi mais de reação para a
defesa do dogma religioso, que ação contra as sociedades secretas. O bispo
de Olinda chamava o conflito de questão maçônica, pois o problema era a
maçonaria e não a religião católica. Antes das interdições, para não criar
problemas com o governo, na imprensa avisavam o que viria a acontecer,
como na publicação da “Carta pastoral contra as ciladas da maçonaria”, de 2
de fevereiro de 1872, tanto nesse texto público, que fora elaborado depois que
Dom Vital recebera um Breve do próprio Papa dando apoio às suas ações,
como na carta ao conselheiro do Império, os movimentos eram de defesa 20.
13
ambos ultramontanos. A obra de Cândido Mendes de Almeida sobre o direito
eclesiástico não deixa dúvidas de sua adesão ao catolicismo tradicional.
Quanto a Zacarias, há historiografia que questiona sua participação no
processo, para Brasil Gérson o ex-líder do partido progressista estava na
defesa dos Bispos, contra o governo, mais por mágoa do Visconde do Rio
Branco, do que por seus vínculos religiosos ou ideológicos (GÉRSON, 1978). A
oposição partidária poderia confluir como fator, mas questiona-se sua
preponderância dada a importância histórica e conjuntural do processo, todos
sabiam que os participantes ficariam marcados pelas posições que ocupassem.
14
todo o apoio ao maçom Rio Branco. Não tinha nada de pessoal contra d. Vital.
Mas não abria mão de duas coisas. Não aceitava violação das leis do Império”
(CARVALHO, 2007 : 153).
21
Aristides Lobo escreve para Quintino Baciúva em 23 de fevereiro de 1874, e em um trecho
sobre a aliança diz o seguinte: “...Sei que vocês estão em apuros. Pois bem, a aliança dos
republicanos está patente: é a igreja. No estado atual das coisas essa gente aceita tudo, não
põe dúvida em pleitear a causa da liberdade dos cultos. Convencido disto, eu acho que cumpre
provocar essa aliança. Reflete. Teu Aristides” (NABUCO, 1997 : 966).
15
“Se a religião faz parte da felicidade temporal (já dizia Montesquieu), quem
é que não vê, que o poder civil deve concorrer para a manutenção e
incremento da religião? Mas, como o cuidado da religião foi entregue
exclusivamente por Jesus Cristo ao poder da igreja, é claro que o poder civil
não pode concorrer para nenhum fim espiritual, senão sob a direção do
poder da igreja” (O Catholico, 10/10/1869)
16
um erro doutrinário, inadmissível para uma instituição que se sabia divina
(MACEDO, 1997 : 103).
22
Queda do Gabinete Zacharias, foi a inversão da condição política. A situação virou oposição.
Nessa ocasião, pela primeira vez o Imperador passa a ser atacado, entra na roda das críticas,
achava-se que ele não deveria destituir a Câmara. A seguir são dez anos de gabinetes
saquaremas: 1868-1878 (sucessivamente, Itaboraí, São Vicente, Rio Branco e Caxias). Há
várias razões para a radicalização da esquerda liberal, que procurará desestabilizar a política
conservadora: como da recepção da literatura whig, da Inglaterra no Brasil, em que
transparece a explicação da história da Inglaterra como uma progressiva vitória liberal. Os
liberais históricos passaram a comparar D. Pedro II a Georg III. Há ainda a passagem da 2ª lei
eleitoral na Inglaterra, acabando com a ideia de que o país tinha governo misto, tendo dois
autores fundamentais Bagehot e Stuart Mill. Eles serão exaustivamente citados pelos “novos”
liberais (LYNCH, 2007).
17
regime. O que vale a pena verificar é em que medida a questão religiosa
consta na desconfiguração da prática política do II Reinado (ALONSO, 2002 :
51), como contribuiu para agravar a crise do Império, sem que seja necessário
olhar o processo como o fatalismo do regime imperial, apenas por sabermos
como a história irá se desenrolar, e sem achar que o regime já estava no
precipício. A literatura política costumou apresentar o II Reinado na história,
como algo fadado ao fracasso, isso é perceptível em várias obras,
especialmente luzias. E até Oliveira Viana, ao caracterizar o Ocaso do Império
como fruto da crise de 1968, também entra nesse engodo. Não se trata
propriamente de um erro, refere-se a um recurso metodológico para descrição
da história. Porém, se a observação recai sobre o próprio tempo, no contexto
político a queda da monarquia não estava dada nos anos de 1870, o conjunto
de fatores que promoviam uma crise, poderia simplesmente corresponder ao
fim de um ciclo. A visão do plano inclinado da monarquia é a posteriori. O
Império poderia se regenerar. Joaquim Nabuco, e seu intento em promover
uma monarquia federativa, é o exemplo mais completo – ao ver que a tradição
política criada na monarquia era a verdadeira alavanca do liberalismo
(NABUCO in GOUVÊA, 1989 : 384), e não sua antítese.
18
líder do Partido Progressista de 1868, e ultramontano (VIEIRA, 1980 : 241) 23.
As duas formas de classificação podem ser manejadas, conforme o foco, na
política institucional (saquaremas/luzias), ou, na ideológica (católicos-
conservadores, liberais e cientificistas).
23
Zacarias de Góis e Vasconcelos (1815-1877) era a arma dos ultramontanos para combater
os políticos infiéis. O político baiano atacava os liberais históricos, como Tavares Bastos,
Macedo Soares, Ottoni; era defensor da Igreja Católica; era contra o casamento civil. Por um
jornalista do periódico O Apóstolo, de 1865, chegou a ser tratado como o O’Connell brasileiro
(VIEIRA, 1980 :241,242)
24
“Une sortie complète de la religion est possible. Cela ne signifie pas que le religieux doive
cesser de parler aux individus. Sans doute même y a-t-il lieu de reconnaître l’existence d’une
strate subjective inéliminable du phénomène religieux, où indépendamment de tout contenu
dogmatique arrêté, il est expérience personnelle” (GAUCHET, 1985).
19
a forma indireta de fazer política; III) As consequências da separação Igreja-
Estado no Brasil. No presente texto apenas abordaremos esse último aspecto.
20
dado desse processo, os efeitos da relação entre religião e política seriam
diversos.
25
A política liberal no lema de Cavour - Igreja livre no Estado livre – tem a semente da
secularização como ideologia liberal, e os católicos compreendiam que esse lema poderia
guardar um presente de grego, para prejuízo da sociedade, como mostra a edição de 2 de
fevereiro de 1874 do jornal O Catholico do Recife: “Para este fim inculcam o afamado princípio
– livre Igreja no livre Estado – se lhes perguntardes, em que sentido pretendem separar de fato
a política da religião, responder-vos-ão, que no de separar a Igreja, em que atua-se a política.
Ora, os fatos mostram que o Estado livre da ingerência da Igreja é autorizado a violar, com o
pretexto de legítimos direitos, os direitos verdadeiros da mesma Igreja. E a que não se estende
a autoridade e o domínio do Estado, se para eles o Estado é tudo? O Estado pois em virtude
da fórmula de separação pouco a pouco constituirá a Igreja livre, tirando-lhe quanto é em si,
tudo o que pode convir a uma sociedade visível, e rechaçando-a na sociedade dos espíritos,
onde ele confirma não ter nenhum direito, e por isso está disposto a deixá-la independente” (O
CATHOLICO, 2/1/1874).
21
Outro ponto importante para medir as consequências da separação entre
Igreja e Estado no Brasil é traçar um quadro comparativo com demais países.
Segue abaixo o ano da separação entre igreja e estado em alguns países26:
26
México – a Constituição de 1857 revogou a anterior de 1824 em que a Igreja católica era
oficial, e manteve-se a laicidade do Estado na Constituição de 1917, até hoje em vigor, com a
última reforma datada de 09/02/2002; Brasil – Decreto n. 119-A do governo republicano em 7
de janeiro de 1890, a separação foi confirmada na Constituição dos Estados Unidos do Brasil
de 1891 - uma das poucas no mundo a não fazer menção a Deus; França – Lei de separação
de 1905; Portugal – disposição constitucional de 1911; Rússia – Revolução russa de 1917;
Chile – disposição constitucional de 1925; Colômbia – em 1853 a Constituição da
Confederação da Nova-Granada trata sobre a separação entre Igreja e Estado. No entanto, a
Constituição de 1886 retomou a ligação com a Igreja católica, oficializando-a, e em 1887 uma
concordata com o Vaticano. Até 1973, com a mudança na Constituição, a religião católica era a
única reconhecida. E foi com a Constituição de 1991 que a Colômbia finalmente se constituiu
como estado laico.
Demais países que não estão no quadro: Alemanha - O Império Germânico de 1871 tinha
como base o reconhecimento da liberdade religiosa aos indivíduos. A constituição de Weimar
de 1919 definiu a liberdade de religião no art. 136. Contudo, ainda vigora uma estreita relação
entre Estado e religião, como nas verbas destinadas às igrejas, em que o fisco federal faz a
arrecada e redistribui às igrejas. Vale ainda frisar que o partido da premier Angela Merkel é o
CDU – União Democrática Cristã; Argentina – A Constituição republicana federal de 1853
manteve o padroado. Na atual constituição, de 1994, o art. 2º dispõe que o governo federal
mantém o culto católico apostólico romano. Apenas caiu em 1994 a obrigatoriedade de o
presidente ter que professar a fé católica (art. 76 CNA); Espanha – A Concordata assinada em
27 de agosto de 1953 entre a Espanha e a Santa Sé começava assim: “A Religião Católica,
Apostólica e Romana continua a ser a única da nação espanhola”, o que ratificava a Carta
espanhola de 1945. Em 1967 a Espanha outorgou a liberdade aos outros cultos. A atual
Constituição espanhola manteve a liberdade de culto, mas também consta que a manutenção
das relações de cooperação com a Igreja católica, conforme a Concordata de 1979 assinada
com o Vaticano; Inglaterra – ainda mantém uma Igreja oficial, a Igreja Anglicana da Inglaterra.
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ter incitado o povo contra a lei do registro civil; ii) “A Matança no Pará”, 1874,
em que os revoltosos gritavam “mata os maçons” e “mata os portugueses”; iii) o
“Quebra Quilos”, Pernambuco e Paraíba, 1872, apesar de ter um fundo
econômico e contra a adoção de um sistema métrico pelo Império, conta-se
que quando os sertanejos souberam da prisão do Bispo de Olinda começaram
a incitar ódio aos maçons e prometiam marchar até a Corte para libertar o
Bispo Dom Vital. Ainda assim, nos falta material historiográfico para uma
afirmação mais certeira.
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