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Enel Brasil

GERAÇÃO DISTRIBUÍDA
_______________________________________________________________

CONTRIBUIÇÕES PARA CONSULTA PÚBLICA CP 10/2018:


APRIMORAMENTO DAS REGRAS APLICÁVEIS À MICRO E MINIGERAÇÃO
DISTRIBUÍDA – RESOLUÇÃO NORMATIVA 482/2012 ANEEL.

ENEL

Julho de 2018

Geração Distribuída – Enel Brasil


Sumário
1 OBJETIVO ................................................................................................... 4

2 DESENVOLVIMENTO ................................................................................. 4

2.1 Regulação de Geração Distribuída no Brasil ........................................ 4

2.1.1 Visão Geral ..................................................................................... 4

2.1.2 Sistema de Compensação .............................................................. 4

2.1.3 Responsabilidades ......................................................................... 6

2.1.3.1 Fluxo............................................................................................ 6

2.1.3.2 Medição ....................................................................................... 6

2.1.3.3 Análise da Relação Custo / Benefício ......................................... 7

2.2 Impactos do Cenário Atual da Regulação Brasileira de Geração


Distribuída (Vantagens e Desvantagens)........................................................ 7

2.3 Tarifa Binômia ....................................................................................... 8

2.4 Uma visão na ótica Italiana (Aspectos positivos e negativos) ................. 12

3 CONTRIBUIÇÕES ..................................................................................... 15

3.1 QUESTÃO 1 ........................................................................................ 15

3.2 QUESTÃO 2 ........................................................................................ 15

3.3 QUESTÃO 3 ........................................................................................ 16

3.4 QUESTÃO 4 ........................................................................................ 19

3.5 QUESTÃO 5 ........................................................................................ 20

3.6 QUESTÃO 6 ........................................................................................ 20

3.7 QUESTÃO 7 ........................................................................................ 22

3.8 QUESTÃO 8 ........................................................................................ 24

3.9 QUESTÃO 9 ........................................................................................ 25

3.10 QUESTÃO 10 .................................................................................. 25

3.11 QUESTÃO 11 ................................................................................. 26

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3.12 QUESTÃO 12 ................................................................................. 27

3.13 QUESTÃO 13 ................................................................................. 29

3.14 QUESTÃO 14 ................................................................................. 30

3.15 QUESTÃO 15 ................................................................................. 30

3.16 QUESTÃO 16 ................................................................................. 31

Geração Distribuída – Enel Brasil


1 OBJETIVO

Trazer contribuições referentes a Consulta Pública nº. 010/2018, da ANEEL,


para aprimoramento das regras aplicáveis à micro e minigeração distribuída no
Brasil, as quais são regulamentadas pela Resolução Normativa nº. 482/2012.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Regulação de Geração Distribuída no Brasil

2.1.1 Visão Geral

Conforme disposto na regulamentação, a micro e a minigeração distribuída


consistem na produção de energia elétrica a partir de pequenas centrais
geradoras que utilizam fontes renováveis de energia elétrica ou cogeração
qualificada, conectadas à rede de distribuição por meio de instalações de
unidades consumidoras.

Para efeitos de diferenciação, a microgeração distribuída refere-se a uma central


geradora de energia elétrica, com potência instalada menor ou igual a 75
quilowatts (kW), enquanto que a minigeração distribuída diz respeito às centrais
geradoras com potência instalada superior a 75 kW e menor ou igual a 5 MW.
(ANEEL, Cadernos Temáticos ANEEL Micro e Minigeração Distribuída - Sistema
de Compensação de Energia Elétrica 2ª Edição, 2016)

2.1.2 Sistema de Compensação

Esse sistema permite que a energia excedente gerada pela unidade


consumidora com micro ou minigeração seja injetada na rede da distribuidora, a
qual funcionará como uma bateria, armazenando o excedente.

Quando a energia injetada na rede for maior que a consumida, o consumidor


receberá um crédito em energia (kWh) a ser utilizado para abater o consumo em
outro posto tarifário (para consumidores com tarifa horária) ou na fatura dos
meses subsequentes. Os créditos de energia gerados continuam válidos por 60
meses.

Há ainda a possibilidade de o consumidor utilizar esses créditos em outras


unidades previamente cadastradas dentro da mesma área de concessão e
caracterizada como autoconsumo remoto, geração compartilhada ou integrante

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de empreendimentos de múltiplas unidades consumidoras (condomínios), em
local diferente do ponto de consumo, definidas da seguinte forma:

• Geração compartilhada: caracterizada pela reunião de consumidores,


dentro da mesma área de concessão ou permissão, por meio de consórcio
ou cooperativa, composta por pessoa física ou jurídica, que possua
unidade consumidora com microgeração ou minigeração distribuída em
local diferente das unidades consumidoras nas quais a energia excedente
será compensada;
• Autoconsumo remoto: caracterizado por unidades consumidoras de
titularidade de uma mesma Pessoa Jurídica, incluídas matriz e filial, ou
Pessoa Física que possua unidade consumidora com microgeração ou
minigeração distribuída em local diferente das unidades consumidoras,
dentro da mesma área de concessão ou permissão, nas quais a energia
excedente será compensada;
• Empreendimento com múltiplas unidades consumidoras (condomínios):
caracterizado pela utilização da energia elétrica de forma independente,
no qual cada fração com uso individualizado constitua uma unidade
consumidora e as instalações para atendimento das áreas de uso comum
constituam uma unidade consumidora distinta, de responsabilidade do
condomínio, da administração ou do proprietário do empreendimento,
com microgeração ou minigeração distribuída, e desde que as unidades
consumidoras estejam localizadas em uma mesma propriedade ou em
propriedades contíguas, sendo vedada a utilização de vias públicas, de
passagem aérea ou subterrânea e de propriedades de terceiros não
integrantes do empreendimento.

Importante ressaltar que, para unidades consumidoras conectadas em baixa


tensão (grupo B), ainda que a energia injetada na rede seja superior ao consumo,
será devido o pagamento referente ao custo de disponibilidade – valor em reais
equivalente a 30 kWh (monofásico), 50 kWh (bifásico) ou 100 kWh (trifásico). De
forma análoga, para os consumidores conectados em alta tensão (grupo A) será
devida apenas a parcela da fatura correspondente à demanda contratada.

(ANEEL, Cadernos Temáticos ANEEL Micro e Minigeração Distribuída - Sistema


de Compensação de Energia Elétrica 2ª Edição, 2016)

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2.1.3 Responsabilidades

2.1.3.1 Fluxo

A Figura abaixo ilustra as etapas e prazos do procedimento de acesso que


devem ser seguidos pelo consumidor (em azul) e pela distribuidora (em
vermelho).

(ANEEL, Cadernos Temáticos ANEEL Micro e Minigeração Distribuída - Sistema


de Compensação de Energia Elétrica 2ª Edição, 2016)

2.1.3.2 Medição

O sistema de medição deve atender às mesmas especificações exigidas para


unidades consumidoras conectadas no mesmo nível de tensão da Microgeração
ou minigeração distribuída, acrescido da funcionalidade de medição bidirecional
de energia elétrica (medição de consumo e de geração).

A distribuidora é responsável por adquirir e instalar o sistema de medição, sem


custos para o acessante no caso de microgeração distribuída, assim como pela
sua operação e manutenção, incluindo os custos de eventual substituição.

(ANEEL, Cadernos Temáticos ANEEL Micro e Minigeração Distribuída - Sistema


de Compensação de Energia Elétrica 2ª Edição, 2016)

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2.1.3.3 Análise da Relação Custo / Benefício

A iniciativa de instalação de micro ou minigeração distribuída é do consumidor.


A ANEEL não estabelece o custo dos geradores nem eventuais condições de
financiamento.

(ANEEL, Cadernos Temáticos ANEEL Micro e Minigeração Distribuída - Sistema


de Compensação de Energia Elétrica 2ª Edição, 2016)

2.2 Impactos do Cenário Atual da Regulação Brasileira de Geração


Distribuída (Vantagens e Desvantagens)

De forma geral, a presença de pequenos geradores próximos às cargas pode


proporcionar diversos benefícios para o sistema elétrico, dentre os quais se
destacam a postergação de investimentos em expansão no sistema de
transmissão; o baixo impacto ambiental; a melhoria do nível de tensão da rede
no período de carga pesada e a diversificação da matriz energética.

Por outro lado, há algumas desvantagens associadas ao aumento da quantidade


de pequenos geradores espalhados na rede de distribuição, tais como: o
aumento da complexidade de operação da rede, a dificuldade na cobrança pelo
uso do sistema elétrico, a eventual incidência de tributos e a necessidade de
alteração dos procedimentos das distribuidoras para operar, controlar, proteger
e planejar suas redes.

A Figura abaixo apresenta os resultados das simulações realizadas, sendo que


o impacto tarifário acumulado médio no país seria de 1,1% em 2024, quando
comparado com o ano de 2016. Os maiores impactos seriam na Ampla com 2,4%
e na Cemig com 2,6%. Deve-se reforçar que esse seria o valor acumulado no
período de 2017 a 2024, e não anual.

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(ANEEL, Nota Técnica nº 0056/2017-SRD/ANEEL - Projeções, 2017)

2.3 Tarifa Binômia

A Consulta Pública Aneel nº 10/2018 visa discutir o aprimoramento das regras


do Sistema de Compensação de Energia Elétrica, estabelecido pela Resolução
Normativa - REN nº 482/2012 e do acesso da micro e mini Geração Distribuída
(GD). Na atual metodologia, a compensação da energia injetada na rede pelo
consumidor se dá pela aplicação da tarifa monômia praticada pela
concessionaria à diferença direta entre consumo e produção (conhecido como
Netmetering), resultando assim em uma fatura de energia decorrente apenas do
consumo líquido de energia. Portanto, o que se tem é a energia produzida
acarretando redução não só no consumo energético do consumidor, mas
também em todas as demais componentes tarifárias intrínsecas ao serviço de
distribuição de energia elétrica, como o fio e perdas.

Assim como no caso da presente consulta, a ANEEL abriu anteriormente uma


Consulta Pública para colher subsídios para avaliar uma atualização do modelo
tarifário aplicado ao grupo B, tendo como foco uma possível utilização de uma
tarifa binômia. Ainda que o objeto das duas consultas seja diferente, há pontos
de convergência que devem ser considerados nesta consulta.

Como já afirmado, atualmente todas as unidades consumidoras de baixa tensão


são faturadas por meio de uma tarifa monômia, sendo as componentes das
tarifas calculadas em R$/MWh. A utilização da tarifa monômia exime os
consumidores de contratarem demanda junto à distribuidora e de a controlarem.

Na contribuição sobre a tarifa binômia para baixa tensão mostra-se a importância


da sua implementação para todas as unidades consumidoras de baixa tensão.
Logicamente essa implementação seguiria um cronograma respeitando uma
regra de transição gradual. O principal objetivo para o aperfeiçoamento proposto
foi a melhoria da eficiência de alocação na utilização da infraestrutura de rede,
instituindo-se assim uma cobrança mais justa pela disponibilização dos ativos,
pela sua operação e manutenção por parte da concessionária e pelo seu uso
correspondente por parte dos consumidores.

Adicionalmente, a contribuição tem como motivação para essa posição a busca


pela eficiência, a mitigação das variações de receita advindas de variação de

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mercado e também a eliminação de subsídios cruzados (que não são
diretamente considerados nas análises de impacto regulatório e/ou na política
setorial que se deseja fomentar e que podem trazer distorções ou iniquidades).
Esse último aspecto mencionado (subsídios cruzados) tem estrita relação com o
objeto desta Consulta Pública e merece uma análise e um tratamento particular.

Com relação ao subsídio cruzado, na NT Nº 62/2018 que embasou a Consulta


Pública nº 10/2018, a própria Aneel reconhece que a ausência de necessidade
de contratação de demanda reduz consideravelmente o tempo de retorno do
investimento. Isso se deve ao fato de a compensação de energia em
consumidores de baixa tensão que possuem GD se dá em todas as
componentes tarifárias (TUSD + TE), o que confere um grande benefício aos
optantes pela GD. Nessa situação, a redução do tempo de retorno do
investimento só é verdade porque a cobrança é inferior ao custo efetivo que o
consumidor impõe à rede.

Esse benefício, que não é mensurado diretamente na análise de impacto


regulatório, onera os demais consumidores sob dois aspectos. O primeiro é que
a utilização do Net Metering (com abatimento da TUSD+TE, por consequência
direta da tarifa ser monômia) não permite que os custos de disponibilização dos
ativos sejam cobertos pelos usuários da GD. Ainda que esses consumidores
paguem pelo consumo mínimo, há muito se tem como certo que essa
aproximação de pagamento pela demanda não é suficiente para cobertura dos
custos fixos de distribuição, sobretudo porque são consumidores de maior porte.

Outro aspecto relevante é que a geração distribuída, que é predominantemente


solar, não atua diretamente na otimização da expansão do sistema de
distribuição, uma vez que ela não atua no horário de ponta, que geralmente se
dá no período da noite.

Conforme pode ser verificado na Figura 1, o horário onde há maior intensidade


de geração solar fotovoltaica, em geral entre 9 e 15 horas, não coincide com os
horários de maior solicitação do sistema. Ainda que a geração distribuída traga
alguns outros benefícios ambientais não há benefícios na redução da ponta, e
consequentemente na postergação de investimentos em distribuição, nem
redução de qualquer outro tipo de custo de natureza operacional.

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Figura 1 - Curva Agregada de Consumidores-Tipo

A Figura 2 ilustra um caso bem simplificado, o de um consumidor que consegue


gerar durante um mês 1.000 kWh e que consome 1.000 kWh. Pelo sistema de
Net Metering, o saldo líquido do consumo é zero, sendo este consumidor
faturado pelo consumo mínimo de 100 kWh. Apesar de esse consumidor pagar
pelo consumo mínimo, não cobrindo a sua participação pelos custos fixos
incorridos pela distribuidora, o seu impacto individual na ponta do sistema é
relevante, bem maior do que a maioria dos consumidores comuns.

Figura 2 - Faturamento pelo Net Metering

Na prática, a unidade consumidora do exemplo supracitado gera energia no


momento de maior ociosidade do sistema (quando o sinal de preço deveria ser
mais baixo, pois o posto é fora ponta) e consome no momento de menor
ociosidade do sistema (quando o sinal de preço seria mais elevado, pois o posto
é de ponta).

O mais grave e perverso dessa sistemática é que esse consumidor está sendo
subsidiado ou pela concessionária (no período entre os ciclos de revisões
tarifárias) ou pelos demais consumidores, dado que a redução do mercado entre
os ciclos tem efeito de elevação das tarifas para manter a cobertura da receita
requerida da distribuidora.
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Adicionalmente, esse subsídio se dá para os consumidores de maior renda (mais
propensos a instalação de GD por conta do consumo mais elevado e de
condições financeiras favoráveis para bancar o investimento em GD) e não para
os consumidores de menor renda (com baixo consumo, que não justifica o
investimento, ou sem condições financeiras para bancar o investimento em GD),
o que suscita uma solução específica.

Nesse sentido, o entendimento da prática mais justa é que esses consumidores


paguem pelo seu real custo imputado ao sistema de distribuição, sem que o
desenvolvimento da Geração Distribuída no Brasil seja prejudicado. Acrescenta-
se nesse entendimento que a adoção de uma tarifa binômia para as unidades
consumidoras que utilizam geração distribuída tende a contribuir como incentivo
a adoção de tecnologias de armazenamento de energia.

Com base no conhecimento dos reais custos é que se pode implementar uma
política de incentivos mais efetiva. O que não é razoável é manter subsídios
ocultos e que incorrem em iniquidades, onde os consumidores de menor
consumo subsidiam os de maior consumo.

Destaca-se também que apesar do número de unidades de Geração Distribuída


não ter acompanhado os valores projetados, a potência instalada surpreendeu e
atingiu um patamar superior ao previsto nas previsões da Agência, realizadas
em 2015 e revisadas em 2017. Assim, torna-se ainda mais urgente que os custos
reais sejam refletidos na tarifa de todos os consumidores, “tendo em vista que
os impactos da GD sobre a rede e os demais consumidores têm relação direta
com a potência total instalada”.

Assim, considera-se essencial a implementação da tarifa binômia, podendo se


iniciar pela geração distribuída. Para todos os novos optantes, a sugestão é que
já seja obrigatório a instalação de medidores inteligentes com a funcionalidade
de medição binômia. Para os demais consumidores, que já se utilizam da
geração distribuída, sugere-se uma regra de transição, onde após um período
de anos, a ser definido via estudos, o faturamento se dê de forma binômia.

Ainda, que o Poder Concedente entenda que deverá ser feito algum tipo de
incentivo para viabilizar a consolidação da GD no Brasil, na linha do que fora
apresentado pelo Diretor da ABRADEE, Marco Delgado, no Seminário
Internacional de Micro e Minigeração Distribuída realizado pela ANEEL, entende-
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se que o subsídio cruzado traz distorções negativas para o setor, e que esses
incentivos devem ser custeados pelos mecanismos existentes e adequados para
esse caso.

2.4 Uma visão na ótica Italiana (Aspectos positivos e negativos)

Principais diferenças entre regulamentação italiana e brasileira:

O regulamento italiano promove sistemas eficientes com autoprodução e


consumo (especialmente produção de fontes renováveis) para reduzir a
quantidade de energia que flui através da rede: por essa razão, a coincidência
entre o ponto de injeção e o ponto de retirada de energia é estabelecido.
Portanto, o “perímetro geográfico” de cada área do cliente é sempre estritamente
limitado, com algumas exceções para as administrações públicas. Também são
permitidas “configurações de autoconsumo” específicas para usuários
industriais, com perímetros circunscritos e uma conexão elétrica direta entre
usinas e unidades de consumo que devem pertencer ao mesmo assunto. Assim,
geralmente, as configurações permitidas estão relacionadas a um esquema de
“um gerador e um consumidor final”. Essas configurações particulares têm, como
um benefício, a isenção do pagamento de alguns dos principais encargos do
sistema e dos componentes tarifários, mas possuem algumas das obrigações
típicas de uma empresa de distribuição.

Sugestões para o novo regulamento

Com base na experiência adquirida ao longo de vários anos de aplicação da


regulação italiana, apontamos alguns aspectos positivos e negativos que o
regulador brasileiro deve considerar.

• Aspectos Positivos:

Introdução (em acordo com o Governo, por exemplo na Itália, Ministério do


Desenvolvimento Econômico) de procedimentos de autorização simplificada
com a minimização da documentação a ser fornecida pelo solicitante, pelo
menos para usinas de fontes renováveis (particularmente para fotovoltaico) de

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pequeno porte, com consequente redução do tempo necessário para a conexão
destes sistemas. É importante, no entanto, que a distribuidora possa monitorar
o andamento dos procedimentos (em particular, monitorar o tempo necessário
para obter as licenças) e verificar o início real e a conclusão do canteiro de obras
das usinas. Em especial, a verificação do início dos procedimentos de
autorização e a verificação periódica da obtenção dessas licenças revelaram-se
ferramentas particularmente eficazes para contrariar o fenómeno da “saturação
virtual” (ver aspectos negativos) da rede de distribuição.

Fornecer ao desenvolvedor uma única interface de autorização: por exemplo, a


"Conferência Unificada" italiana, na qual participam todos os órgãos públicos
envolvidos no processo (da administração local aos órgãos técnicos) para
economizar tempo e simplificar o procedimento de conexão.

Com intuito de lidar com a enorme quantidade de pedidos de conexão devido a


políticas de incentivo nos últimos anos (especialmente durante 2011 e 2010), o
regulador italiano decidiu introduzir “período aberto” específico, ou seja,
“períodos preestabelecidos” - ativado pelo distribuidor - durante que o
desenvolvedor poderia solicitar a conexão para sua usina de energia. Este
procedimento permite que o distribuidor planeje eficientemente a rede de
distribuição a ser implementada. Aliás, essa “ferramenta”, hoje em dia, não é
mais utilizada devido à diminuição fisiológica das solicitações de conexão,
portanto, é possível buscar um desenvolvimento mais racional da rede de
distribuição, evitando duplicações e redundâncias.

• Aspectos negativos:

Evitar comportamentos "especulativos", como a saturação virtual da rede, que


desenvolvedores injustos causam ao exigir um grande número de conexões de
nova geração que "virtualmente" ocupam a capacidade da rede, sem nunca
serem concluídas, com o objetivo de revender para outras partes a reserva de
capacidade de acesso à rede. Desta forma, em áreas com saturação virtual da
rede pública, esses pedidos são capazes de manter o sistema "bloqueado"
porque a distribuidora aparentemente não possui capacidade de rede adicional
disponível.

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Para contrariar este fenómeno, é útil fornecer um limiar de potência (por
exemplo, 1 MW) acima do qual, se o procedimento para a autorização de
construção e operação da instalação de produção não for completada num
determinado prazo (exemplo: 120 dias úteis) a reserva de capacidade na rede
perde validade ou, pelo menos, perde a prioridade e a análise técnica deve ser
realizada novamente. Para a aplicação deste mecanismo "Use it or Lose it",
quanto menor o limite definido, melhor.

Após a declaração de início das obras da usina, o atual regulamento italiano não
prevê novas ações, caso o desenvolvedor não conclua esse trabalho. A única
ação disponível para as empresas de distribuição é solicitar às autoridades
públicas competentes uma confirmação da validade da autorização. O
desenvolvedor deve enviar um cronograma a cada seis meses para informar o
distribuidor sobre o andamento do trabalho, mas nenhuma ação está prevista
caso esse cronograma não seja fornecido. Nesse caso, pode ser útil prever o
lapso da prática de conexão.

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3 CONTRIBUIÇÕES
Das questões levantadas pela regulação para a contribuição da ENEL na
consulta pública.

3.1 QUESTÃO 1

Na lista abaixo, indique os valores a serem considerados nas premissas


para realização da AIR, inserindo, no campo “Observações”, informações
adicionais tais como referências e métodos de cálculo.

Variável Unidade Valor

Tamanho típico de um sistema solar


fotovoltaico típico de pequeno porte para kWp 7,9
compensação local

Custo de Instalação de um sistema solar


6500 -
fotovoltaico de pequeno porte para R$/kWp
7000
compensação local

Custo de manutenção de um sistema solar


fotovoltaico de pequeno porte para % anual do custo de
3-4
compensação local (incluindo troca do instalação
inversor)

Taxa de crescimento anual do mercado % de crescimento ao


140%
potencial ano

3.2 QUESTÃO 2

Os cenários propostos para a AIR são suficientes? Outras alternativas


devem ser adicionadas ao estudo? Quais?

Sim, outras alternativas poderiam ser adicionadas ao estudo, de modo a garantir


que a distribuidora não seja onerada em sua receita com a redução do mercado
faturado, oriunda da massificação da geração distribuída.

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Em síntese, o incentivo à geração distribuída tende a onerar a receita da
distribuição, uma vez que o risco de mercado é estabelecido no contrato de
concessão por meio das métricas de cálculo do processo tarifário. Por outro lado,
entende-se que o incentivo em prol das novas tecnologias, pode configurar-se,
em grande escala, como um evento não gerenciável à atividade de distribuição,
caracterizando-se como excepcional.

No atual contexto, com poucas instalações detentoras de geradores distribuídos,


a queda de mercado e redução da receita não é um problema grave, havendo
um incentivo para o desenvolvimento do tema, entretanto, tão logo ocorra a
massificação, um mecanismo de subvenção tarifária deverá ser objeto de
estudo, à exemplo de países como a Alemanha cujo o incentivo foi aportado pelo
Governo Federal com a instituição da lei Feed–in–Law.

Assim, no que tange à subvenção, conclui-se que hoje, o agente que financia
esta movimentação, ainda que de forma indireta, é a própria distribuidora que no
ato do processo tarifário, recebe como tarifa um valor calculado por meio do
mercado faturado das últimas doze competências anteriores à data da
publicação da Resolução Homologatória. Logo, com a redução da demanda e
do consumo faturado de cada instalação como mini ou micro geração, a
arrecadação tenderá a ser inferior à receita requerida do processo tarifário
anterior, comprometendo, além do resultado econômico, sobretudo o fluxo de
caixa da concessão.

Destarte, na atual estrutura tarifária, a Conta de Desenvolvimento Energético


(CDE) é a componente tarifária responsável pela subvenção econômica dos
agentes que consomem energia de fontes incentivadas. Neste sentido, as
políticas de incentivo às fontes provenientes de mini e micro geração, como as
fontes eólicas e as placas solares fotovoltaicas, deveriam ser tratadas no âmbito
da definição do rito orçamental do referido encargo bem como da forma de rateio
das cotas da CDE.

3.3 QUESTÃO 3

Além dos impactos apresentados na seção de Análise, deveriam ser


considerados outros custos ou benefícios da geração distribuída?

Geração Distribuída – Enel Brasil


Antes de serem considerados custos adicionais que melhor detalham a geração
distribuída, é necessário desmistificar alguns conceitos associados ao tema em
questão. Inicialmente, não é verdade que para todos os casos, os custos de
expansão reduzirão ao passo que geradores distribuídos se conectam à rede de
distribuição.

Variáveis como as perdas técnicas e níveis de tensão podem sofrer reduções


nos casos do contra fluxo de energia, maximizando o custo marginal de compra
de energia, se ocorrer em grande escala. Assim, sobre a expansão do sistema
de distribuição, podem existir casos em que a conexão de geradores distribuídos,
exija o reforço antecipado na rede de distribuição, seja recondutorando a rede
elétrica, com cabos de menor impedância, ou com a conexão de bancos de
capacitores shunt para correção do fator de potência.

Sobre estas variáveis, fazemos as seguintes ressalvas:

• Perdas técnicas: embora a inserção de geradores distribuídos venha a


reduzir o montante de energia suprida e consequentemente o fluxo
passante que transita nos segmentos de rede, verifica-se que nas regiões
de clima frio, a tendência é que ocorra o aumento da corrente passante
nas redes de baixa tensão, em horários que tradicionalmente não há
carga ligada, como por exemplo no período diurno. O segmento
“transformador de distribuição” contribui com a maior parcela na
composição das perdas técnicas, devido às perdas em vazio, assim como
as perdas na “rede secundária”. Em síntese, há um limite técnico, acima
da corrente nominal que se ultrapassado, exigirá novos investimentos,
comprometendo a qualidade do produto.
• Fator de potência: Ainda que não seja apurado o fluxo de energia ativa
para o consumidor em um determinado tempo, em razão da energia
compensada, é facilmente previsível que o fator de potência na fronteira
seja degradado em patamares indutivos inferiores ao limite de referência
de 0,92. Isto ocorre porque neste período, em que as energias injetadas
e consumidas se compensam, a rede de distribuição fornecerá para o
suprimento a energia reativa, herdando a responsabilidade de correção
do fator de potência com a conexão de bancos de capacitores chaveados.

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Este contexto, implica em grande desafio para operação do sistema pois, se por
um lado, os bancos de capacitores são equipamentos da eletrotécnica, robustos
para o tratamento do reativo excedente, por outro lado, a aleatoriedade da
produção da energia pelos sistemas fotovoltaicos causará variação do fator de
potência de modo muito dinâmico, não sendo viável realizar a compensar, por
meio de chaveamento, em um intervalo tão curto. Devido a este limite
tecnológico, países como a Alemanha exigem a correção do fator de potência
nas próprias instalações do cliente.

Objetivando avaliar os impactos na qualidade do fornecimento de energia


elétrica, relativos aos níveis de tensão e perdas ôhmicas, provocados devido à
conexão de geradores distribuídos, apresentamos no Anexo I desta contribuição,
Trabalho Computacional Sobre Geração Distribuída, um elenco de simulação de
fluxo de carga no software OpenDSS, considerando um sistema fictício,
conforme Nota Técnica 0057/2014–SRD/ANEEL.

Aspectos técnicos relevantes:

✓ Desequilíbrio de tensão
✓ Sobretensão
✓ Carregamento dos cabos
✓ Deterioração nos valores de fator de potência
✓ Aumento das perdas técnicas em geração distante da carga
✓ Transitórios de nuvens

Além do acima citado, existem outros impactos relevantes, tais como:

✓ A criação e atualização de normas e padrões técnicos,


✓ Homologação de inversores de potência maior que 10 kW,
✓ Revisão dos processos e sistemas devido a nova modalidade de
negócio.
✓ Integração e tratamento de dados adicionais na medição (bidirecional)
criaram necessidade de novos investimentos em tecnologia.
✓ Necessidade de mais pessoas na área de comissionamento e vistoria.
✓ Novas demandas de maior complexidade geram aumento do prazo
das análises em estudos para novas conexões.

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✓ Execução de obras de adequação para a conexão de novas centrais
geradoras que não estavam previstas no planejamento da
distribuidora.
✓ Aumento na complexidade da operação, coordenação da proteção e
manobras devido a imprevisibilidade da geração. Aumento do risco de
acidentes.
✓ Gestão de receita e perdas: Aumento da vulnerabilidade com a
possibilidade instalações ou alterações indevidas em unidades
consumidoras.
✓ Possível redução da vida útil de equipamentos e preocupações
adicionais com a segurança do sistema e pessoas elevam o custo de
manutenção.
✓ Risco de sub ou sobre contratação de energia.

Sugere-se incluir na análise, ainda que, ao fim, não seja considerado na


valoração do mecanismo de compensação, as dimensões socioeconômica e
ambiental. Naturalmente a quantificação desses atributos é uma tarefa
complexa, mas sua abordagem, ainda que de forma qualitativa, pode auxiliar a
Agência na valoração adequada do mecanismo de compensação.

3.4 QUESTÃO 4

Na hipótese de a AIR (ANÁLISE DE IMPACTO REGULATÓRIO) indicar a


necessidade de atuação da Agência em duas fases (uma válida para os
primeiros anos e uma outra regra a ser aplicada depois de determinado
período), quais ações a ANEEL precisaria tomar no sentido de dar maior
segurança regulatória aos micro e minigeradores que se instalarem
durante a primeira fase?

De forma a preservar a estabilidade regulatória e o ambiente de investimentos,


é essencial assegurar de forma explícita na própria regulação a garantia das
regras vigentes para os micro e minigeradores atualmente instalados, e uma
regra de transição clara entre as duas fases.

O primeiro ponto é estabelecer que toda solicitação de acesso feita em data


anterior à data de publicação ou estabelecida para a mudança garanta que o

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empreendimento esteja enquadrado na regra antiga, e que a nova regra não
retroaja para empreendimentos já conectados e que tenham feito a solicitação
de conexão, mesmo que o parecer demande algum ajuste. Isto deve estar claro
e explícito.

O segundo ponto é estabelecer a regra para a mudança de titularidade da UC


com geração após a nova regra: se isso implicaria em mudança da regra de
enquadramento. Tendo em vista que investimentos em empreendimentos que
se enquadram em alguns dos modelos regulatórios permitidos possuem a
rentabilidade atrelada ao longo prazo de duração de projeto, é importante
garantir que a condição regulatória do momento da conexão/solicitação de
acesso se perpetue.

3.5 QUESTÃO 5

A faixa de custo de capital para pessoa física entre 6,24% e 34,5% a.a. está
adequada? Se não, qual faixa poderia ser adotada e por quê? A faixa de
custo de capital para pessoa jurídica entre 5,65% e 10,14% a.a. está
adequada? Se não, qual faixa poderia ser adotada e por quê?

Pessoa Jurídica: hoje a principal linha de crédito para empresas é obtida


através do FNE Sol do BNB, cujas taxas para pessoa jurídica variam entre 6,5%
a.a. e 11% a.a. No entanto, essa linha não atende a todas regiões ficando outras
empresas sujeitas a taxas de 14% a 19% ao ano. Neste caso, deve-se assumir
taxas de 6,5% a 19% ao ano para CNPJ’s.

Pessoa Física: Desde abril de 2018 o FNE Sol permite o financiamento de


pessoas físicas pela mesma taxa adotada junto à pessoa jurídica – início em
6,5%. Quando se considera todas as regiões as taxas de juros chegam a 42,6%
ao ano, sugere-se, portanto, este limite superior.

3.6 QUESTÃO 6

A compensação local (na própria unidade consumidora onde a energia é


gerada) tem características e impactos diferentes da geração remota

Geração Distribuída – Enel Brasil


(autoconsumo remoto, geração compartilhada). Como devem ser tratadas
essas particularidades? Justifique.

O Brasil é um pais de grandes extensões territoriais e em desenvolvimento. Em


função do cenário socioeconômico e geográfico, tem-se como consequência
características particulares das redes elétricas:

✓ Longos alimentadores na rede de distribuição


✓ Grandes blocos de carga (Metrópoles)
✓ Rede radial
✓ Rede afunilada (condutores menos robustos nas extremidades dos
alimentadores)
✓ Possibilidade de expansão da rede

Em função do Brasil ser um pais tropical com bons níveis de irradiação solar,
observa-se um direcionamento acentuado das renováveis para a geração de
energia fotovoltaica.

Associado a tipologia de rede do Brasil, essas tratativas de empreendimentos


de maior porte (Autoconsumo remoto e/ou geração compartilhada)
demandam grandes espaços físicos e para tornar o investimento viável, as
empresas de solução buscam terrenos em áreas rurais, onde os terrenos são
mais baratos. Assim, esses empreendimentos acabam se concretizando
longe da carga e muitas vezes necessitando de adequação da rede. Por mais
que possa existir uma participação financeira do cliente, esse custo é também
da sociedade.

O Ofício Circular n° 0010/2017-SRD/ANEEL traz ainda a possibilidade de


geração sem carga, desde que informado pelo acessante a natureza do
empreendimento. Se a natureza do empreendimento é de geração, por que
caracterizá-lo como consumidor e não autoprodutor, cobrando uma tarifa de
uso do sistema de distribuição?

Na Espanha por exemplo, a isenção de custos é dada para o gerador


distribuído que possui baixa potência (autoconsumo local) e que também se
encontre em centros urbanos (carga).

Visto o exposto acima, é notório que o incentivo para o autoconsumidor


(compensação local) deve ser maior que o incentivo dado aos

Geração Distribuída – Enel Brasil


empreendimentos de maior potência que trazem menor benefício para a rede
e para a sociedade.

A geração com autoconsumo:

✓ Necessita de menos adequações da rede,


✓ Utiliza menos o “fio” (ativos elétricos da distribuidora) para transporte
de energia e consequentemente degrada menos os componentes da
rede elétrica.
✓ Em grande maioria dos casos, diminui perdas

Geração Local Geração remota

• Menor probabilidade de • Maior probabilidade de obras

obras de reforço. Acesso de reforço

mais viável • Acesso mais complexo

• Redução de perdas técnicas, • Aumento de perdas técnicas

na grande maioria dos casos da distribuidora e o


empreendedor não está
sensível a este requisito de
perdas.

• É uma unidade consumidora • É uma geração de pequeno


porte com as facilidades de
unidade consumidora com
minigeração

Gerações distante da carga devem receber um incentivo diferenciado, de modo


a contemplar os impactos que estes provocam na rede. Das seis alternativas
colocadas pela ANEEL, um cliente que deseja colocar uma geração distante de
cargas, em local remoto, deverá receber uma compensação menor.

3.7 QUESTÃO 7

Atualmente, a ANEEL monitora a evolução da micro e minigeração


distribuída (por meio do SISGD) e a quantidade de energia compensada (via

Geração Distribuída – Enel Brasil


Sistema de Acompanhamento de Informações de Mercado para Regulação
Econômica - SAMP). Como aprimorar esse monitoramento? Quais outros
dados (payback dos sistemas, número de reclamações, redução de
mercado das distribuidoras, gases de efeito estufa, etc.) precisariam ser
monitorados? Como?

Inicialmente, salienta-se que variáveis como o payback dos sistemas renováveis


e gases do efeito estufa podem ser passíveis de monitoramento, entretanto, para
construção de um banco de dados consistente e de utilidade para os agentes, é
pertinente analisar, em caráter inicial, qual o objetivo fundamental que justifique
a necessidade do registro das informações. Os dados de mercado, por exemplo,
são variáveis utilizadas nos processos tarifários das distribuidoras, logo, a sua
apuração é necessária.

Sobre a ótica da regulação econômica, uma das informações que poderiam ser
computadas e que contribuiria para o aprimoramento da estrutura tarifária é a
apuração do fluxo e do contra fluxo de energia das instalações com geradores
distribuídos. Esta apuração, poderia ser realizada na medida em que medidores
inteligentes, habilitados ao registro dos dados, fossem instalados no sistema. Os
dados contribuiriam com o aperfeiçoamento da estrutura tarifária que constitui
de três macro etapas, sendo: (i) apuração dos custos médios dos ativos
imobilizados em serviço, (ii) caracterização das curvas de carga e, (iii)
composição dos fluxos passantes nos diferentes níveis de tensão. Sobre a última
etapa, salienta-se que as tipologias contribuiriam principalmente com a apuração
mais detalhada dos fluxos de energia, estimados via algoritmo de fluxo de carga.
Além de contribuir com outros processos como o cálculo das perdas técnicas no
software OpenDSS.

Por fim, cabe destacar que a forma atual que a ANEEL monitora a evolução do
micro e minigeração distribuída, por meio do SISGD, está causando dificuldades
tendo em vista que o sistema não permite upload massivo de informações, tendo
que ser preenchido campo a campo por cada unidade consumidora que possui
geração distribuída.

Geração Distribuída – Enel Brasil


3.8 QUESTÃO 8

As especificidades das tecnologias e a evolução do mercado de GD têm


indicado que o sistema de compensação deva ser aplicado somente a
fontes renováveis. Quais aspectos corroboram ou contrapõem essa
afirmação?

A instalação de usinas flexíveis a gás natural, que podem atuar como seguro
instantâneo para o sistema elétrico, pode ser um dos caminhos para um futuro
ainda mais renovável. A experiência em outros países mostra que o gás natural
tem papel importante nessa transição energética. As usinas podem ser
despachadas em questão de segundos, mitigando desta forma a
imprevisibilidade e intermitência de usinas solares e eólicas e fazendo com que
o sistema opere em seu ótimo, a todo instante. Hoje a tecnologia mais difundida
na GD é a fotovoltaica, que não gera nos horários de ponta. A cogeração
qualificada é capaz de atuar na ponta evitando ou reduzindo o despacho de
térmicas, que quando comparadas a cogeração qualificada são muito mais
poluidoras, caras e com ciclo aberto sendo menos eficientes.

A valoração do atributo ambiental associado à redução de emissões deve ser


avaliado de forma ampla tanto para as fontes centralizadas como distribuídas,
conforme previsto nas discussões da CP 33/2017.

Geração Distribuída – Enel Brasil


3.9 QUESTÃO 9

No caso da geração compartilhada, como garantir que os arranjos


(consórcio e cooperativa) não se configurem como comercialização?

Esses tipos de compartilhamentos são frágeis e não deve ser a distribuidora a


responsável pela fiscalização desta operação. Não obstante, salienta-se que não
há garantias de que a comercialização da energia esteja sendo realizada fora
das regras estabelecidas pelo órgão regulador.

Ao se dissociar o percentual de compensação de créditos dos


consorciados/cooperados do percentual de contas, existe uma desvinculação
natural do valor da cota (R$) pelo crédito de energia (MWh). Este é um
instrumento mitigatório da interpretação do uso de consórcio como instrumento
de venda de energia, sendo possível a realização de contratos de aluguel que
remetam a performance da usina.

3.10 QUESTÃO 10

Como permitir uma maior disseminação da micro ou minigeração


distribuída localizada junto a condomínios comerciais ou residenciais para
compensação local?

Geração Distribuída – Enel Brasil


O caso é mais complexo que aparenta, pois para condomínios já existentes é
necessária aprovação representativa dos proprietários e, também, que exista
espaço físico disponível e adequado.

3.11 QUESTÃO 11

Como identificar a tentativa de divisão de centrais de geração em


unidades de menor porte para enquadramento nos limites da REN nº
482/2012? Seria possível a inserção de critérios objetivos de
identificação no texto da regulamentação, sem permitir o mau uso da
norma por agentes mal intencionados? Quais critérios?

Atualmente não existe um procedimento padrão ou forma prática de


identificar a tentativa de divisão de centrais geradoras para formar outras de
menor porte para enquadramento nos limites de potência para micro ou
minigeração distribuída, conforme descrito no item 6.1 do perguntas e
respostas de Geração Distribuída da ANEEL de 25/05/2017.

“Posso dividir uma central gerada para formar outras de menor porte e fazer
jus ao Sistema de Compensação de Energia Elétrica?

Não. O art. 4º, §3º da Resolução Normativa nº 482/12 veda explicitamente


a divisão de central geradora em unidades de menor porte para se
enquadrar nos limites de potência para micro ou minigeração distribuída,
devendo a distribuidora identificar esses casos, solicitar a readequação
da instalação e, caso não atendido, negar a adesão ao Sistema de
Compensação de Energia Elétrica.

Nesses termos, a norma veda a divisão de uma central geradora em


centrais de menor porte que resulte em: a) alteração do enquadramento
como minigeração distribuída para o enquadramento como
microgerações distribuídas; ou b) alteração de uma condição de não
enquadramento para uma condição de enquadramento na Resolução
Normativa n° 482/2012. Destacamos que a identificação dessas tentativas
de divisão de central geradora deve ser realizada pela distribuidora e não
se limita à verificação da titularidade das unidades ou da contiguidade das
áreas nas quais as centrais de geração se localizam. Ou seja, é vedada a

Geração Distribuída – Enel Brasil


divisão de uma central geradora em centrais de menor porte por meio
físico (por cercas, ruas, etc.), ainda que de titulares diferentes, quando
essa divisão resulta em alteração de enquadramento”.

As concessionárias encontram dificuldades para qualificar a tentativa de


divisão de centrais de geração em unidades menores por não existir uma
regra que trate especificamente deste tema e que indique como isso poderia
ser identificado.

O estabelecimento de regras bem definidas pela ANEEL pode dar respaldo


e segurança para as distribuidoras quanto a identificação e tratativa para
possível interrupção do processo de adesão ao sistema de compensação.
Seria benéfico também para as empresas que atuam no setor, visto que com
regras impostas pela ANEEL, não haveria risco de possíveis exigências por
parte das distribuidoras que impactassem no tempo de aprovação do
processo.

A possibilidade do faturamento como optante B também abre margem para


um maior número dessas tentativas. Logo, clientes optantes B, não deveriam
poder aderir a modalidade de geração distribuída, pois possuem consumo
elevado e demandam do fio pagando apenas o custo de disponibilidade.

3.12 QUESTÃO 12

Os modelos de autoconsumo remoto e de geração compartilhada têm


permitido a expansão eficiente do sistema de distribuição?

Temos que a expansão eficiente do sistema de distribuição se dá com a


mitigação de critérios técnicos e econômicos por parte da distribuidora, além da
avaliação dos benefícios tarifários para os consumidores.

Em contraposição para a instalação de autoconsumo remoto é levado em conta


o mínimo custo para aquisição de terreno e das obras de conexão. Dessa forma,
com os critérios descasados, não é possível alcançar um ótimo na expansão do
sistema de distribuição por meio de obras de conexão de autoconsumo remoto.

As Consultas de Acesso e Solicitações de Acesso são apresentadas à


distribuidora pelos empreendedores, de forma aleatória. Principalmente na
etapa de Consulta de Acesso, não há garantia de que o empreendimento irá se
Geração Distribuída – Enel Brasil
conectar, razão pela qual as soluções, normalmente são elaboradas para cada
geração de forma individualizada, com uma consequente expansão não racional
das instalações de distribuição, com várias linhas de uso individualizado para as
minigerações previstas para os anos de entrada declarados pelos acessantes
(minigeradores).

Principalmente para geradores com compensação remota, caso o número


destes acessos venha a aumentar, a ordem cronológica das Solicitações de
Acesso não permite que a distribuidora tenha um planejamento eficiente de sua
infraestrutura elétrica para atendimento a minigeração, resultando em
alternativas que não correspondem ao mínimo custo global, quando se pensa na
totalidade de minigeração que poderia se implantar em uma região de forma
conjunta.

Para o planejamento otimizado, racional e eficiente da infraestrutura elétrica do


sistema de distribuição para escoamento da minigeração é necessário que:

• A distribuidora conheça previamente os empreendimentos de geração


candidatos a se conectarem em uma mesma região elétrica.
• A mitigação do risco de desistência por parte dos minigeradores das
Solicitações de Acesso apresentadas e consequente investimento não
remunerado.

A experiência da Enel é que a maioria das Consultas de Acesso formuladas


por empreendedores de minigeração não evoluem para a fase de Solicitação
de Acesso.

Considerando o atual modelo de remuneração das instalações elétricas das


distribuidoras, orientado ao índice de aproveitamento das instalações, não há
como se pensar em um planejamento otimizado e racional para conexão de
minigeração com compensação remota.

Uma sugestão seria a participação do ONS e/ou EPE nos estudos de


escoamento de concentrações de geração distribuída em uma mesma área
geográfica, através de subestações de transmissão com tensões secundárias
compatíveis com as tensões de distribuição, dando notoriedade ao resultado
desses estudos para os empreendedores e consumidores.

Geração Distribuída – Enel Brasil


3.13 QUESTÃO 13

Quais são os custos para conexão de minigeração para compensação


remota (sem carga associada) na regra de participação financeira
atualmente vigente? Como esses custos de conexão se comparam com
aqueles atribuídos a usinas com características semelhantes mas não
enquadradas como GD (usinas que comercializam energia na Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica - CCEE)?

Na Enel Goiás foi calculado um custo marginal médio para obras de conexão por
MW instalado por meio de uma amostra de informações de acesso elaboradas.

Este cálculo não contempla apenas as minigerações para compensação remota


e sem o cálculo da compensação financeira – são os custos totais das obras
associadas para conexões das gerações no estado de Goiás, entretanto dão
uma ordem de grandeza e mostram que o custo marginal para conexão da GD
não é baixo se comparado ao do Produtor Independente.

Média do Custo Marginal


Média de Custo de Desvio Padrão de Custo
Tipo pedido (R$/MW
Conexão (R$) de Conexão (R$)
MW instalado)

R$ R$ R$
MiniGD 2,2
1.215.710,19 4.182.815,51 557.575,36

Produtor
R$ R$ R$
Independen 15,5
11.668.166,01 20.621.009,07 754.148,25
te
Esses custos são referentes à recondutoramentos, adequação da proteção ao
longo do alimentador e da proteção do disjuntor de saída desse alimentador na
subestação, para potências de geração acima de 1 MW proveniente de fontes
fotovoltaicas e qualquer potência de minigeração para máquinas girantes. Os
custos são semelhantes, pois, eletricamente não há diferenças entre uma
geração destinada à comercialização de energia com uma que participa do
programa de compensação.

Entretanto, apesar do custo ser praticamente o mesmo, o autoprodutor sem


carga possui alto valor de investimento na rede, o que não acontece com a
minigeração sem carga. Logo, esse investimento para adequar a rede para o
minigerador é pago pela sociedade através da revisão tarifária.

Geração Distribuída – Enel Brasil


Além disso a compensação remota expõe as distribuidoras ao risco de utilização
de demanda à revelia pois apesar de declararem a atividade de “geração”, as
mesmas são enquadradas como unidades consumidora, sob as penalidades de
um consumidor. Por mais que ofício nº010/2017 da ANEEL oficialize essa
modalidade, o aumento à revelia é um risco que a distribuidora não tem
capacidade de monitorar em larga escala.

3.14 QUESTÃO 14

Caso queira contribuir com os dados técnicos para realização das


simulações, utilize este espaço para apresentar sugestões de métodos
diferentes ou valores que possam ser utilizados para os parâmetros do
método atualmente escolhido.

3.15 QUESTÃO 15

O modelo atual de compensação de energia exige a instalação de um


medidor bidirecional para o faturamento. Posicionado após o quadro geral
da unidade consumidora, esse medidor mede apenas a energia gerada
injetada e o consumo da rede. Assim sendo, a energia total gerada (que
inclui a parcela da geração consumida instantaneamente) não é medida,
ficando assim desconhecida pela distribuidora. A falta dessa informação
pode ter impactos nas estatísticas nacionais, no processo de planejamento
realizado pela Empresa de Pesquisa Energética – EPE e, eventualmente, na
operação do sistema, comprometendo as séries históricas de dados e
levando a uma subestimação do consumo e da geração. Nesse sentido, a
ANEEL gostaria de avaliar a possibilidade e a viabilidade econômica de
coleta agregada dos dados de geração total dos micro e minigeradores,
através das seguintes perguntas:

a. Os dados de geração total são coletados pelos fabricantes de


inversores?

Não. Os fabricantes e integradores não acompanham o desempenho de


sistemas de micro e minigerações instalados. Poucas são as unidades que
possuem monitoramento, com a aquisição de dados de diversas grandezas.
Geração Distribuída – Enel Brasil
Essa iniciativa depende do cliente que deseja acompanhar o desempenho do
seu sistema. O custo de implantação e a necessidade da disponibilidade de
rede de internet para o monitoramento sejam as razões para que essa
funcionalidade não esteja presente na maioria das instalações.

b. Em caso afirmativo, há algum impedimento/dificuldade para a


disponibilização desses dados agregados de geração às
distribuidoras?

A disponibilização seria através de link de internet, porém, quando


acessados, não possuem nenhuma restrição ao visitante. Deveria, portanto,
haver níveis de segurança, onde a distribuidora teria acesso apenas aos
dados elétricos.

c. Quais os custos associados a essa disponibilização?

d. Há outra alternativa viável para a obtenção dos dados de geração


total?

3.16 QUESTÃO 16

Quais são os custos médios arcados pela distribuidora para análise de uma
solicitação de acesso típica de microgeração? E de minigeração? Favor
apresentar dados reais.

Como os valores são sujeitos a variações de acordo com a distribuidora devido


a fatores socioeconômicos, segue o resumo de cada uma das distribuidoras do
Grupo Enel.

• Microgeração na Enel Distribuição Rio:


✓ Comercial
O custo associado a captação dos projetos em loja e o analista da
comercial que faz a gestão dessas ordens e encaminha para a análise
técnica é de R$23,00.
✓ Análise Técnica
O custo associado pela avaliação do corpo técnico dos parâmetros da
solicitação, conforme determinado pelo formulário de acesso a
Microgeração distribuída, disponível no módulo 3 do PRODIST, seção
3.7.
Geração Distribuída – Enel Brasil
Através do custo médio de um colaborador, somado a todos os
encargos tributários e benefícios, tomando por base o valor associado
ao custo mensal com uma produtividade média 70 projetos por mês.
Pode-se concluir que o custo é de R$150,00 por análise técnica. Essas
que análises costumam retornar em alguns casos diversas vezes.
Dados levantados na Enel Distribuição Rio apontam que de 100% das
análises técnicas realizadas, 60% são referentes a aprovação na
primeira análise. O que mostra um grande número de análises feitas
além dos clientes contabilizados como conectados pela ANEEL.
✓ Vistoria
O custo associado a verificação da conformidade projeto informado
com a instalação realizada pelo cliente é de R$ 181,00.
Além dos custos associados as tratativas das solicitações que
viabilizam a conexão do cliente, existem também custos atrelados a
padronização de normas, homologação de inversores, estimativas e
consolidação de dados para tomada de decisão.

Geração Distribuída – Enel Brasil


ANEXO I

Trabalho Computacional e Relatório Técnico

Geração Distribuída – Enel Brasil


Objetivo

Este trabalho tem por objetivo avaliar os impactos na qualidade do fornecimento de energia
elétrica, relativos aos níveis de tensão e perdas ôhmicas, provocados devido à conexão de um
conjunto de mini aerogeradores eólicos da Bergey, localizados no final de um alimentador,
disponibilizado pela ANEEL para testes. Neste alimentador, foram modelados os circuitos de
média tensão desde o barramento de saída da subestação de distribuição até as unidades
consumidoras de média e baixa tensão, compreendendo os equipamentos existentes na rede
como os cabos, transformadores de distribuição e reguladores de tensão.

Estruturalmente, os assuntos abordados foram divididos em duas categorias, na primeira, foram


discutidos os aspectos técnicos de um projeto eólico convencional na região da America Latina
e Caribe e na segunda, avaliados os impactos da qualidade do fornecimento para a rede elétrica,
cujos resultados foram obtidos por meio de estudos de fluxo de carga.

Destaca-se que as conexões eólicas utilizadas no cálculo de fluxo de carga referem-se a um


caso hipotético cujos parâmetros de simulação foram obtidos com informações do Observatório
de Energias Renováveis para América Latina e Caribe. Tem-se como expectativa neste
documento, avaliar as implicações da minigeração em uma rede “pouco robusta”, como é o caso
do alimentador em estudo.

Motivação

A Resolução Normativa nº 482, de 17/04/2012 estabeleceu as condições gerais para o acesso


de microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica. Este
dispositivo regulamentou o processo de Sistema de Compensação de Energia, que permite ao
consumidor instalar pequenos geradores em sua unidade consumidora e trocar energia com a
distribuidora local.

Presumi-se que com a redução das barreiras e incentivo para instalação de geração distribuída
de pequeno porte, as distribuidoras passarão a operar as suas redes sob condição de geração
“descentralizada”, impactando no médio e longo prazo, parâmetros elétricos regulamentados
pela ANEEL, como os processos de conformidade dos níveis de tensão e as perdas técnicas das
redes de distribuição, que compõem uma parcela das tarifas de energia elétrica.

Software para Simulação - OpenDSS

O aplicativo escolhido para rodar o fluxo de carga foi o software Open Distribution System
Simulator (OpenDSS) da EPRI pois, seu algoritmo foi originalmente desenvolvido para analisar
a conexão de geração distribuída às redes de distribuição. Sua área de atuação engloba além
do cálculo de fluxo de carga, simulação de geradores eólicos e painéis solares, estimação de
estado na distribuição, estudos de distorções harmônicas e inter-harmônicas.

Este software foi desenvolvido em código aberto e está adaptado para rodar o fluxo de carga
tanto em redes radiais como em malha. Como método iterativo, o programa empregou dois
algoritmos, sendo o método de “Newton Raphson” e o “Normal” de injeção de corrente.

Devido a sua eficiência, este software foi proposto pela ANEEL, na Audiência Pública nº 26/2014,
para ser utilizado no processo de definição das perdas técnicas de energia elétrica a serem
reconhecidas nas tarifas de energia elétrica para o 4º CRTP.

Para fins de simulação, optou-se por rodar o fluxo de carga em conformidade com os dispositivos
apresentados pela ANEEL na Nota Técnica 0057/2014–SRD/ANEEL, de 11/06/2014, que
resumidamente propôs que o cálculo fosse realizado para redes desequilibradas com o algoritmo
injeção de corrente, por ser mais rápido, ao passo que o Newton é um pouco mais robusto para
os circuitos de difícil solução.

Geração Distribuída – Enel Brasil


Sob os aspectos da modelagem, os mesmos serão abordados nos tópicos seguintes.

Aspectos Técnicos do Projeto de Mini Eólica

O recurso eólico para minigeração e microgeração normalmente é avaliado, através da


elaboração de mapas ou atlas eólicos da região. Infelizmente, muitas vezes no atual cenário
econômico, a opção pela obtenção de dados mais certeiros, como aqueles originados em
campanhas de medidas, pode ser uma alternativa relativamente cara, inviabilizando o projeto.
Assim, para casos genéricos, a estimação muitas vezes é realizada por meio de dados mensais,
como os mapas ou atlas eólicos, disponibilizados em sites de fontes meteorológicas e outros.
Em caráter ilustrativo, para região em estudo, foi utilizada como premissa a tabela abaixo,
extraída do endereço eletrônico http://eosweb.larc.nasa.gov/sse do site da NASA.

Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual
Velocidade Média do Vento 5,20 5,40 5,80 6,10 5,80 5,00 4,80 3,90 4,40 5,00 4,80 5,40 5,13
Horas de Pico de Sol 3,30 4,10 4,20 4,60 5,20 6,10 6,20 6,20 5,60 5,10 4,50 3,90 4,92

Observa-se na tabela supracitada, extraída do referido site, que a velocidade média do vento e
as horas de pico de sol foram apresentadas com parâmetros mensais, para que se possa verificar
o comportamento sazonal dos recursos a serem explorados. Sequencialmente, baseado no
método sugerido por Bergey, foram avaliadas as condições do local a fim de se calcular a energia
diária gerada pelo aerogerador para cada mês. As tabelas abaixo apresentam a primeira etapa
do projeto.

Em observância ao gráfico Neto W @ V A relativo à distribuição por frequência de velocidades,


destaca-se que tal parâmetro indica para cada intervalo de vento a porcentagem do tempo em
que o vento sopra e a sua respectiva velocidade dentro do intervalo considerado. Por meio desta
informação, compõe-se um histograma com as ocorrências de cada intervalo. A forma deste
histograma foi obtida através da função de distribuição de probabilidades do vento de Weibull,
cuja expressão é apresentada abaixo:

Geração Distribuída – Enel Brasil


 
k 1
  
k

     
k  v   v 
P (v )  exp    (I)
 c  c   c  
           
 0,89    0,89     0,89  

Onde:

• v: velocidade do vento obtida por meio de campanhas de medidas ou mapas eólicos


• k: parâmetro de distribuição de Weibull1 equivalente a 2.
• c: velocidade média de altura da barra (m/s)
• P(v): probabilidade de que ocorra uma velocidade de vento.

Neste cálculo foram consideradas como variáveis de entrada as células representadas com a
cor azul. Verificam-se primeiramente aquelas de natureza ambiental, que podem ser facilmente
obtidas, como: (i) a velocidade média do vento, constante da tabela 1; (ii) a altitude do lugar, cuja
referência é o nível do mar (iii); a altura do anemômetro e da torre. As variáveis de natureza
técnica foram àquelas detalhadas nos modelos matemáticos supracitado.

Aplicando-se o mesmo processo para o cálculo mensal, obtivemos os valores para energia diária
gerada.
janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro
Veloc. Média Altura Barra (m/s) = 5,91 6,14 6,59 6,94 6,59 5,68 5,46 4,43 5,00 5,68 5,46 6,14
Fator Densidade de ar = -2,8%
Potencia de Saída Média (W) = 294 317 363 396 363 270 247 147 201 270 247 317
Energía Diaria Generada (kWh) = 6,3 6,9 7,8 8,6 7,8 5,8 5,3 3,2 4,3 5,8 5,3 6,9
Energia Anual Gerada (kWh) = 2.316 2.501 2.862 3.121 2.862 2.131 1.945 1.156 1.582 2.131 1.945 2.501
Energia Mensal Gerada = 193 208 238 260 238 178 162 96 132 178 162 208
Porcentagem de tempo de utilização = 86,9% 87,8% 89,3% 90,2% 89,3% 85,9% 84,8% 77,9% 82,2% 85,9% 84,8% 87,8%

Geração Distribuída – Enel Brasil


Exemplo de Cálculo para Mensal
Probabilidade de vento (f)
janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro
4,43% 4,12% 3,58% 3,24% 3,58% 4,78% 5,18% 7,74% 6,13% 4,78% 5,18% 4,12%
8,28% 7,73% 6,77% 6,17% 6,77% 8,89% 9,56% 13,72% 11,15% 8,89% 9,56% 7,73%
11,09% 10,44% 9,28% 8,52% 9,28% 11,79% 12,56% 16,82% 14,28% 11,79% 12,56% 10,44%
12,62% 12,01% 10,89% 10,12% 10,89% 13,25% 13,90% 16,92% 15,26% 13,25% 13,90% 12,01%
12,86% 12,43% 11,55% 10,91% 11,55% 13,28% 13,68% 14,71% 14,35% 13,28% 13,68% 12,43%
12,03% 11,83% 11,35% 10,92% 11,35% 12,17% 12,25% 11,34% 12,15% 12,17% 12,25% 11,83%
10,45% 10,51% 10,45% 10,29% 10,45% 10,32% 10,12% 7,83% 9,40% 10,32% 10,12% 10,51%
8,50% 8,76% 9,08% 9,18% 9,08% 8,17% 7,76% 4,89% 6,68% 8,17% 7,76% 8,76%
6,51% 6,90% 7,50% 7,81% 7,50% 6,06% 5,55% 2,77% 4,39% 6,06% 5,55% 6,90%
4,70% 5,14% 5,89% 6,35% 5,89% 4,23% 3,72% 1,43% 2,67% 4,23% 3,72% 5,14%
3,21% 3,64% 4,42% 4,94% 4,42% 2,78% 2,34% 0,68% 1,51% 2,78% 2,34% 3,64%
2,08% 2,45% 3,17% 3,69% 3,17% 1,72% 1,39% 0,29% 0,80% 1,72% 1,39% 2,45%
1,28% 1,57% 2,18% 2,65% 2,18% 1,01% 0,77% 0,12% 0,39% 1,01% 0,77% 1,57%
0,75% 0,96% 1,44% 1,83% 1,44% 0,56% 0,41% 0,04% 0,18% 0,56% 0,41% 0,96%
0,42% 0,56% 0,91% 1,22% 0,91% 0,30% 0,20% 0,01% 0,08% 0,30% 0,20% 0,56%
0,22% 0,31% 0,55% 0,78% 0,55% 0,15% 0,09% 0,00% 0,03% 0,15% 0,09% 0,31%
0,11% 0,16% 0,32% 0,48% 0,32% 0,07% 0,04% 0,00% 0,01% 0,07% 0,04% 0,16%
0,05% 0,08% 0,18% 0,29% 0,18% 0,03% 0,02% 0,00% 0,00% 0,03% 0,02% 0,08%
0,02% 0,04% 0,10% 0,16% 0,10% 0,01% 0,01% 0,00% 0,00% 0,01% 0,01% 0,04%
0,01% 0,02% 0,05% 0,09% 0,05% 0,01% 0,00% 0,00% 0,00% 0,01% 0,00% 0,02%
99,61% 99,63% 99,65% 99,63% 99,65% 99,59% 99,55% 99,33% 99,47% 99,59% 99,55% 99,63%

Neto W @ V
janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
0,15 0,14 0,13 0,11 0,13 0,16 0,18 0,25 0,21 0,16 0,18 0,14
2,25 2,12 1,88 1,73 1,88 2,39 2,55 3,42 2,90 2,39 2,55 2,12
6,99 6,65 6,03 5,61 6,03 7,34 7,70 9,37 8,45 7,34 7,70 6,65
14,84 14,34 13,33 12,59 13,33 15,32 15,78 16,98 16,55 15,32 15,78 14,34
25,53 25,12 24,08 23,19 24,08 25,84 26,01 24,07 25,80 25,84 26,01 25,12
36,17 36,36 36,15 35,61 36,15 35,74 35,01 27,11 32,52 35,74 35,01 36,36
41,59 42,86 44,44 44,93 44,44 39,96 37,95 23,93 32,68 39,96 37,95 42,86
42,04 44,55 48,44 50,45 48,44 39,15 35,88 17,93 28,35 39,15 35,88 44,55
38,18 41,74 47,87 51,54 47,87 34,32 30,23 11,65 21,70 34,32 30,23 41,74
31,73 35,91 43,68 48,78 43,68 27,44 23,13 6,69 14,93 27,44 23,13 35,91
23,05 27,10 35,15 40,87 35,15 19,10 15,35 3,24 8,82 19,10 15,35 27,10
14,53 17,79 24,75 30,07 24,75 11,49 8,77 1,31 4,44 11,49 8,77 17,79
8,28 10,60 15,90 20,25 15,90 6,23 4,49 0,47 1,99 6,23 4,49 10,60
4,41 5,92 9,63 12,90 9,63 3,14 2,13 0,15 0,81 3,14 2,13 5,92
2,22 3,13 5,56 7,86 5,56 1,49 0,95 0,04 0,31 1,49 0,95 3,13
1,06 1,58 3,08 4,61 3,08 0,67 0,40 0,01 0,11 0,67 0,40 1,58
0,48 0,76 1,64 2,61 1,64 0,29 0,16 0,00 0,04 0,29 0,16 0,76
0,21 0,35 0,84 1,42 0,84 0,12 0,06 0,00 0,01 0,12 0,06 0,35
0,09 0,15 0,41 0,75 0,41 0,04 0,02 0,00 0,00 0,04 0,02 0,15
293,79 317,19 362,98 395,86 362,98 270,25 246,75 146,61 200,63 270,25 246,75 317,19

Do cálculo supracito, observa-se que a Energia Máxima Diária calculada foi de 8,6 kWh do mês
de maio. Segundo histórico de pesquisas do Observatório de Energias Renováveis para América
Latina e Caribe desde o final do ano de 2006 até 2011 houve um crescimento de
aproximadamente 30% da geração de minieolica.

Open DSS – Configuração da Rede Elétrica

Mediante o estudo apresentado para o projeto de minieolica, propõem-se calcular o fluxo de


carga para uma injeção de potência similar àquela calculada para o gerador da Bergey. Para
intensificar a análise, os valores de geração serão intensificados a fim de se averiguar a condição
operativa da rede elétrica.

A figura a seguir apresenta a topologia do circuito apresentado pela ANEEL na Nota Técnica nº
0057/2014–SRD/ANEEL, de 11/06/2014, para fins de estudo de fluxo de carga. Destaca-se que
se trata de um alimentador de distribuição em 13,8 kV com dois circuitos de baixa tensão
associados e dois reguladores de tensão. A carga foi representada pelo modelo ZIP como 50%
de potência constante e 50% de impedância constante para a parte ativa, e como 100% de
impedância constante para a parte reativa.

Geração Distribuída – Enel Brasil


Nas tabelas a seguir, serão apresentados os parâmetros elétricos da rede em estudo,
estabelecidos em conformidade com a referida nota técnica. Abaixo, constam os códigos
programados no OPENDSS para o circuito em análise.

Geração Distribuída – Enel Brasil


Apresentam-se abaixo os códigos configurados no software Open DSS e suas definições.

! Barramento
New circuit.exemplo basekv=13.8 Bus1=1 pu=1.00 R1=0 X1=0.0001

! Definição dos parâmetros dos cabos

New Linecode.336.4 nphases=3 BaseFreq=60 R1=0.222 X1=0.402 Units=km normamps=322


New Linecode.3/0 nphases=3 BaseFreq=60 R1=0.443 X1=0.428 Units=km normamps=204
New Linecode.1/0 nphases=3 BaseFreq=60 R1=0.705 X1=0.450 Units=km normamps=151

New Linecode.336.4_2 nphases=2 BaseFreq=60 R1=0.222 X1=0.402 Units=km normamps=322


New Linecode.3/0_2 nphases=2 BaseFreq=60 R1=0.443 X1=0.428 Units=km normamps=204
New Linecode.1/0_2 nphases=2 BaseFreq=60 R1=0.705 X1=0.450 Units=km normamps=151

New Linecode.336.4_1 nphases=1 BaseFreq=60 R1=0.222 X1=0.402 Units=km normamps=322


New Linecode.3/0_1 nphases=1 BaseFreq=60 R1=0.443 X1=0.428 Units=km normamps=204
New Linecode.1/0_1 nphases=1 BaseFreq=60 R1=0.705 X1=0.450 Units=km normamps=151

Em caráter ilustrativo informa-se que no OPENDSS, para se definir o barramento de saída de cada
alimentador, deve-se atribuir um nome para o mesmo por meio do objeto “Circuit”. Esse objeto é uma
equivalente Thevenin de dois terminais, com o terminal 2 ligado ao terra caso nada seja especificado.

Geração Distribuída – Enel Brasil


! Definição das Cargas MT

New Load.M2a Bus1=2.1.0 Phases=1 Conn=Wye Model=8 kV=(13.8 3 sqrt /) kW=400.0 pf=0.92 daily=day
status=variable zipv=(1, 0, 0, 1, 0, 0, 0.8)
New Load.M5c Bus1=5.3.0 Phases=1 Conn=Wye Model=8 kV=(13.8 3 sqrt /) kW=400.0 pf=0.92 daily=day
status=variable zipv=(1, 0, 0, 1, 0, 0, 0.8)
New Load.M6 Bus1=6.3.0 Phases=1 Conn=Wye Model=8 kV=(13.8 3 sqrt /) kW=400.0 pf=0.92 daily=day
status=variable zipv=(1, 0, 0, 1, 0, 0, 0.8)
New Load.M7c Bus1=7.3.0 Phases=1 Conn=Wye Model=8 kV=(13.8 3 sqrt /) kW=40.0 pf=0.92 daily=day
status=variable zipv=(1, 0, 0, 1, 0, 0, 0.8)
New Load.M8 Bus1=8 Phases=3 Conn=Wye Model=8 kV=13.8 kW=300.0 pf=0.92 daily=day
status=variable zipv=(1, 0, 0, 1, 0, 0, 0.8)
New Load.M9 Bus1=9 Phases=3 Conn=Wye Model=8 kV=13.8 kW=600.0 pf=0.92 daily=day
status=variable zipv=(1, 0, 0, 1, 0, 0, 0.8)
New Load.M11a Bus1=11.1.0 Phases=1 Conn=Wye Model=8 kV=(13.8 3 sqrt /) kW=20.0 pf=0.92
daily=day status=variable zipv=(1, 0, 0, 1, 0, 0, 0.8)
New Load.M15a Bus1=15.1.0 Phases=1 Conn=Wye Model=8 kV=(13.8 3 sqrt /) kW=200.0 pf=0.92
daily=day status=variable zipv=(1, 0, 0, 1, 0, 0, 0.8)
New Load.M13 Bus1=13 Phases=3 Conn=Delta Model=8 kV=13.8 kW=600.0 pf=0.92 daily=day
status=variable zipv=(1, 0, 0, 1, 0, 0, 0.8)

! Definição das Cargas BT

New Load.B12 Bus1=12 Phases=3 Conn=Delta Model=8 kV=0.38 kW=75.0 pf=0.92 daily=day
status=variable zipv=(1, 0, 0, 1, 0, 0, 0.8)
New Load.B17a Bus1=17.1.0 Phases=1 Conn=wye Model=8 kV=(0.38 2 /) kW=10.0 pf=0.92 daily=day
status=variable zipv=(1, 0, 0, 1, 0, 0, 0.8)
New Load.B18b Bus1=18.2.0 Phases=1 Conn=Wye Model=8 kV=(0.38 2 /) kW=10.0 pf=0.92 daily=day
status=variable zipv=(1, 0, 0, 1, 0, 0, 0.8)

! Definição do Regulador de Tensão

new transformer.reg10a phases=1 windings=2 buses=[10.1 10r.1] conns=[wye wye] kvs=[7.97


7.97] kvas=[1000 1000] XHL=.5 %loadloss=.3 %noloadloss=.1
new regcontrol.creg10a transformer=reg10a winding=2 vreg=105 band=2 ptratio=79.7

new transformer.reg9a phases=1 windings=2 buses=[9.1.2 9r.1.2] conns=[Delta Delta] kvs=[13.8


13.8] kvas=[600 600] XHL=.5 %loadloss=.3 %noloadloss=.1
new regcontrol.creg9a transformer=reg9a winding=2 vreg=105 band=2 ptratio=138
new transformer.reg9c phases=1 windings=2 buses=[9.3.2 9r.3.2] conns=[Delta Delta] kvs=[13.8
13.8] kvas=[600 600] XHL=.5 %loadloss=.3 %noloadloss=.1
new regcontrol.creg9c like=creg9a transformer=reg9c
new line.jumper phases=1 bus1=9.2 bus2=9r.2 r0=1e-3 r1=1e-3 x0=0 x1=0 c0=0 c1=0

O regulador de tensão padrão foi emulado no OpenDSS pelo objeto “RegControl”, que se encontra
associado a um dos enrolamentos de um transformador e tem por finalidade monitorar a tensão neste
enrolamento. Esse equipamento ajusta o tap no enrolamento monitorado.

!Definição dos Segmentos MT

New Line.MT1 Phases=1 Bus1=1.1.2.3 Bus2=2.1.2.3 Linecode=336.4 Length=2.75 units=km


New Line.MT2 Phases=2 Bus1=2.1.2 Bus2=3.1.2 Linecode=3/0_2 Length=2.75 units=km
New Line.MT3 Phases=1 Bus1=2.3 Bus2=4.3 Linecode=336.4_1 Length=2.5 units=km
New Line.MT4 Phases=3 Bus1=2.1.2.3 Bus2=8.1.2.3 Linecode=336.4 Length=3 units=km
New Line.MT5 Phases=1 Bus1=4.3 Bus2=5.3 Linecode=1/0_1 Length=2 units=km
New Line.MT6 Phases=1 Bus1=4.3 Bus2=6.3 Linecode=3/0_1 Length=3.25 units=km
New Line.MT7 Phases=1 Bus1=6.3 Bus2=7.3 Linecode=1/0_1 Length=2.5 units=km
New Line.MT8 Phases=3 Bus1=8.1.2.3 Bus2=9.1.2.3 Linecode=1/0 Length=3 units=km
New Line.MT9 Phases=1 Bus1=9.1 Bus2=10.1 Linecode=1/0_1 Length=2.25 units=km

Geração Distribuída – Enel Brasil


New Line.MT10 Phases=1 Bus1=10r.1 Bus2=15.1 Linecode=1/0_1 Length=4.25 units=km
New Line.MT11 Phases=1 Bus1=15.1 Bus2=11.1 Linecode=1/0_1 Length=6.5 units=km
New Line.MT12 Phases=3 Bus1=9r.1.2.3 Bus2=13.1.2.3 Linecode=1/0 Length=4.25 units=km

! Definição dos Segmentos BT

New Line.BT1 Phases=3 Bus1=16.1.2.3 Bus2=12.1.2.3 Linecode=1/0 Length=0.25 units=km


New Line.BT2 Phases=1 Bus1=3c.2.0 Bus2=18.2.0 Linecode=1/0 Length=0.25 units=km
New Line.BT3 Phases=1 Bus1=3c.1.0 Bus2=17.1.0 Linecode=1/0 Length=0.25 units=km

O OPENSDSS apresenta a possibilidade de caracterizar um segmento de linha definindo sua


geometria que utiliza os dados do raio médio geométrico para estabelecer a impedância da linha.
Entretanto, para simplificar o estudo em pauta, os valores de impedância foram atribuídos á
sequencia positiva do segmento, referenciando-o ao objeto “LineCode”.

!Transformadores

!Trafo trifásico

New Transformer.TR1 Phases=3 Windings=2 Xhl=2.72 %loadloss=.5 %noloadloss=.2


~ wdg=1 bus=9 conn=delta kv=13.8 kva=150 %r=0.635 tap=1
~ wdg=2 bus=16 conn=wye kv=0.38 kva=150 %r=0.635 tap =1.05

!Trafo monofásico a três fios

New Transformer.TR2 phases=1 Windings=3


~ Xhl=2.04 Xht=2.04 Xlt=1.36 %loadloss=.5 %noloadloss=.2
~ wdg=1 Bus=3.1.2 kV=13.8 kVA=45 %R=1.2 Conn=delta
~ wdg=2 Bus=3c.1.0 kV=0.190 kVA=45 %R=1.2 Conn=wye
~ Wdg=3 Bus=3c.0.2 kV=0.190 kVA=45 %R=1.2 Conn=wye

Os transformadores considerados nesta simulação referem-se aqueles que prevalecem na rede


de distribuição. Esse equipamento foi definido como um elemento de fornecimento de energia,
contendo dois enrolamentos conectados em delta-estrela, estrela-estrela, delta aberto.

Segundo a ANEEL, os parâmetros de cada enrolamento podem ser especificados de duas


maneiras: um enrolamento por vez; ou através de vetores que contêm todas as informações dos
enrolamentos de uma única vez. Nesta simulação optou-se pela primeira alternativa.

Open DSS – Geração Distribuída

A ideia inicial deste trabalho era utilizar um alimentador real da Eletropaulo para se verificar quais
eram os impactos na qualidade do fornecimento de energia elétrica devido à conexão de
minigeradores. Contudo, foi verificado que no atual sistema de distribuição não há uma
quantidade significativa de geradores na baixa tensão conectados na rede, o que sugere que, as
concessionárias brasileiras tenham no médio e curto prazo, uma significativa margem de
segurança para conectar quaisquer unidades geradoras de baixa potência instalada, sem que
prejudique os níveis de tensão e perdas estabelecidos pelo regulador. Devido a esta
circunstância, foi utilizado o circuito apresentado pela ANEEL.

Para análise, foram realizadas 9 simulações de fluxo de carga, cujos os resultados encontram-
se no anexo deste trabalho. Na primeira rodada, não foi considerada a presença de geração
distribuída no alimentador, pois o objetivo foi verificar qual era a condição operativa de um
alimentador “convencional”. Nas rodadas seguintes, adotou-se a premissa que 3 aerogeradores
eólicos da Bergey, cuja energia máxima diária calculada foi de 8,6 kWh, seria conectado no
barramento 12.1.2.3 (vide diagrama unifilar).

A escolha deste barramento foi aleatória, sendo que esta análise poderia ser conduzida em
qualquer outra barra. Cada simulação foi contemplada com um aumento de geração que 0 a 185
KW.

Geração Distribuída – Enel Brasil


Os resultados a seguir abordam as perdas ativas e reativas no sistema para cada rodada de
fluxo de carga.

kW kvarh Losses kvarh % kWh Losses kWh %


s/ GD 21225 1721 8,11% 47311 1469 3,10%
25 20802 1631 7,84% 46668 1371 2,94%
50 20896 1598 7,65% 45974 1347 2,93%
75 21523 1632 7,58% 45437 1401 3,08%
100 22253 1727 7,76% 44955 1532 3,41%
125 22972 1877 8,17% 44534 1736 3,90%
150 23685 2076 8,77% 44188 2002 4,53%
175 23874 2244 9,40% 42782 2261 5,28%
185 24175 2390 9,89% 42647 2455 5,76%

% Perda Aparente kvarh % Perda Ativa kW


9,89% 5,76%
9,40% 5,28%
8,77%
8,11% 7,84% 7,76% 8,17% 4,53%
7,65% 7,58%
3,90%
3,41%
3,10% 2,94% 2,93% 3,08%

s/ GD 25 50 75 100 125 150 175 185 s/ GD 25 50 75 100 125 150 175 185

A seguir, são apresentados os resultados das potências nos elementos de fornecimento e de conversão de
energia do circuito, na linha MT12, que interligou a barra 9R à 13, do novo gerador.

GD 50 kW GD 75 kW GD 100 kW
Bus (node ref) Phase Magnitude, kV (pu) Angle
ELEMENT = "Line.MT12" ELEMENT = "Line.MT12" ELEMENT = "Line.MT12"
9R ( 26) 1 8.9614 ( 1.125) /_ 3.1 9R ( 26) 1 8.959 ( 1.124) /_ 3.1 9R ( 26) 1 8.9562 ( 1.124) /_ 3.2
9R ( 27) 2 7.8755 ( 0.9885) /_ -119.8 9R ( 27) 2 7.8734 ( 0.9882) /_ -119.8 9R ( 27) 2 7.8711 ( 0.9879) /_ -119.7
9R ( 28) 3 8.737 ( 1.097) /_ 115.3 9R ( 28) 3 8.7346 ( 1.096) /_ 115.4 9R ( 28) 3 8.7318 ( 1.096) /_ 115.4
------------ ------------ ------------
13 ( 29) 1 8.9205 ( 1.12) /_ 3.1 13 ( 29) 1 8.9181 ( 1.119) /_ 3.1 13 ( 29) 1 8.9153 ( 1.119) /_ 3.2
13 ( 30) 2 7.8347 ( 0.9833) /_ -119.9 13 ( 30) 2 7.8327 ( 0.9831) /_ -119.8 13 ( 30) 2 7.8303 ( 0.9828) /_ -119.8
13 ( 31) 3 8.6972 ( 1.092) /_ 115.3 13 ( 31) 3 8.6948 ( 1.091) /_ 115.3 13 ( 31) 3 8.6921 ( 1.091) /_ 115.4

Observa-se que:

• As perdas ativas e reativas não reduzem nas mesmas proporções, pois estão
relacionadas com a intensidade da carga e geração.

• As curvas grafadas com a cor vermelha mostram a condição de redução de perdas


(aparente e ativa), enquanto, as curvas grafadas com a cor azul representam a
intensificação das perdas no sistema simulado. Observa-se que entre o cenário de
geração de 75 a 100 kW ocorreu o contrafluxo de potência reativa e, de forma análoga,
para o cenário de geração entre 50 e 75 kW ocorreu o contrafluxo de potência ativa.
Conclui-se, pelo gráfico e pela relação R.I2, que quando a potência produzida pelo
gerador superar a carga local, ocorre à inversão no sentido de fluxo da corrente.

• Uma vez que, as correntes nas linhas podem ser expressas em função dos parâmetros
do estado da rede (V, ângulo) e que as correntes em regime permanente podem ser
expressas em função das injeções de potência ativa (P) e reativa (Q) em cada barra,
entende-se:

• Como a geração distribuída foi modulada para injeção de potência ativa com
fator de potência unitário, verificou-se que os níveis de tensão no barramento
tiveram uma pequena redução. Como existe uma forte correlação entre a
geração de energia reativa e os níveis de tensão, conclui-se que para se manter

Geração Distribuída – Enel Brasil


o nível de tensão na barra, o novo gerador deveria injetar potência reativa para
se fazer a compensação.

• Como há uma forte correlação entre a potência ativa gerada e a abertura angular
do sinal de tensão, não foi possível verificar distintos valores de ângulos para
geração distribuída de 50 a 100 kW.

• A simulação abordou uma injeção de potência trifásica, entretanto, caso fosse uma
injeção trifásica haveria relativo desequilíbrio de tensão nas barras do sistema.

• Conforme se pode observar nos resultados anexos das potências nos elementos de
fornecimento e de conversão de energia do circuito, conclui-se que a planta de GD em
uma barra qualquer pode afetar não só a corrente na linha na barra, como também todas
as correntes nas linhas do sistema.

Conclusão

Conforme abordado anteriormente, a ideia inicial deste trabalho era utilizar um alimentador real
da Eletropaulo para se verificar quais eram os impactos na qualidade do fornecimento de energia
elétrica devido à conexão de minigeradores. Contudo, foi verificado que no atual sistema de
distribuição não há uma quantidade significativa de geradores na baixa tensão conectados na
rede, o que sugere que, as concessionárias brasileiras tenham no médio e curto prazo, uma
significativa margem de segurança para conectar quaisquer unidades geradoras de baixa
potência instalada, sem que prejudique os níveis de tensão e perdas estabelecidos pelo
regulador.

Em caráter técnico, pode-se compreender que:

• A instalação de geradores em sistemas de distribuição altera os fluxos de correntes na


rede.

• Partindo-se da premissa que com a inversão do fluxo de corrente, as perdas se elevam


no sistema, conclui-se que o condutor também sofra um sobreaquecimento, podendo
atingir o limite térmico dos cabos me condição de alta intensidade de perdas.

• Ciente que a instalação dos geradores pode provocar aumento excessivo dos fluxos de
correntes em toda a rede sugere-se, que há um valor máximo de potência ativa que pode
ser injetada, que por sua vez varia para cada barra do sistema.

• Além das cargas, observou-se que os geradores também podem provocar perdas no
sistema, assim, em sistemas com múltiplas unidades geradoras, há uma
responsabilidade “compartilhada”, associada à corrente injetada na linha.

Em caráter geral, pode-se compreender que:

• A geração distribuída pode vir a colaborar com o provimento de serviços ancilares, como
a injeção e compensação de energia reativa.

• Diversificação da matriz energética com baixo impacto ambiental.

• Aumento da complexidade de operação, necessitando a revisão da forma operativa e


dos procedimentos de proteção do segmento de distribuição.

• Maior dificuldade para controlar a tensão sob condição de carga leve.

• Aumento da complexidade operativa devido a intermitência da geração, devido à


dificuldade de previsão de disponibilidade da fonte (radiação solar, vento, água, biogás),
assim como alta taxa de falhas dos equipamentos;

Geração Distribuída – Enel Brasil


Anexo Open DSS – Máxima e Mínima Geração Simulada

ENERGY METER VALUES

Registers:
Reg 1 = kWh
Reg 2 = kvarh
Reg 3 = Max kW
Reg 4 = Max kVA
Reg 5 = Zone kWh
Reg 6 = Zone kvarh
Reg 7 = Zone Max kW
Reg 8 = Zone Max kVA
Reg 9 = Overload kWh Normal
Reg 10 = Overload kWh Emerg
Reg 11 = Load EEN
Reg 12 = Load UE
Reg 13 = Zone Losses kWh
Reg 14 = Zone Losses kvarh
Reg 15 = Zone Max kW Losses
Reg 16 = Zone Max kvar Losses
Reg 17 = Load Losses kWh
Reg 18 = Load Losses kvarh
Reg 19 = No Load Losses kWh
Reg 20 = No Load Losses kvarh
Reg 21 = Max kW Load Losses
Reg 22 = Max kW No Load Losses
Reg 23 = Line Losses
Reg 24 = Transformer Losses
Reg 25 = Line Mode Line Losses
Reg 26 = Zero Mode Line Losses
Reg 27 = 3-phase Line Losses
Reg 28 = 1- and 2-phase Line Losses
Reg 29 = Gen kWh
Reg 30 = Gen kvarh
Reg 31 = Gen Max kW
Reg 32 = Gen Max kVA
Reg 33 = 13.8 kV Losses
Reg 34 = 0.38 kV Losses
Reg 35 = 0.329 kV Losses
Reg 36 = Aux1
Reg 37 = Aux6
Reg 38 = Aux11
Reg 39 = Aux16
Reg 40 = 13.8 kV Line Loss
Reg 41 = 0.38 kV Line Loss
Reg 42 = 0.329 kV Line Loss
Reg 43 = Aux2
Reg 44 = Aux7
Reg 45 = Aux12
Reg 46 = Aux17
Reg 47 = 13.8 kV Load Loss
Reg 48 = 0.38 kV Load Loss
Reg 49 = 0.329 kV Load Loss
Reg 50 = Aux3
Reg 51 = Aux8
Reg 52 = Aux13
Reg 53 = Aux18
Reg 54 = 13.8 kV No Load Loss
Reg 55 = 0.38 kV No Load Loss
Reg 56 = 0.329 kV No Load Loss
Reg 57 = Aux4
Reg 58 = Aux9
Reg 59 = Aux14
Reg 60 = Aux19
Reg 61 = 13.8 kV Load Energy
Reg 62 = 0.38 kV Load Energy
Reg 63 = 0.329 kV Load Energy
Reg 64 = Aux5
Reg 65 = Aux10
Reg 66 = Aux15
Reg 67 = Aux20

Geração de 185 kW

Meter Reg 1 Reg 2 Reg 3 Reg 4 Reg 5 Reg 6 Reg 7 Reg 8 Reg 9 Reg 10 Reg 11 Reg 12 Reg 13 Reg 14 Reg 15 Reg 16

mt1 42647 24175 2865 3219 44602 18995 2930 3188 1111 106 8689 30 2513 2390 151 167

Geração de 25 kW

mt1 46668 20802 3093 3396 45839 19527 2991 3252 0 0 5673 0 1429 1631 127 154

Geração Distribuída – Enel Brasil


NODE-GROUND VOLTAGES BY CIRCUIT ELEMENT – G: 185 kW

Power Delivery Elements

Bus (node ref) Phase Magnitude, kV (pu) Angle


ELEMENT = "Transformer.REG10A"
ELEMENT = "Vsource.SOURCE" 10 ( 22) 1 7,7703 ( 0,9753) /_ -1,0
1 ( 1) 1 8,0078 ( 1,005) /_ -0,5 10 ( 0) 2 0( 0) /_ 0,0
1 ( 2) 2 8,0056 ( 1,005) /_ -119,5 ------------
1 ( 3) 3 7,8895 ( 0,9902) /_ 120,0 10R ( 23) 1 7,7665 ( 0,9748) /_ -1,0
------------ 10R ( 0) 2 0( 0) /_ 0,0
1 ( 0) 1 0( 0) /_ 0,0
1 ( 0) 2 0( 0) /_ 0,0
1 ( 0) 3 0( 0) /_ 0,0 ELEMENT = "Transformer.REG9A"
9 ( 19) 1 7,7941 ( 0,9782) /_ -1,0
ELEMENT = "Line.MT1" 9 ( 20) 2 7,8623 ( 0,9868) /_ -119,6
1 ( 1) 1 8,0078 ( 1,005) /_ -0,5 ------------
1 ( 2) 2 8,0056 ( 1,005) /_ -119,5 9R ( 26) 1 7,777 ( 0,9761) /_ -1,1
1 ( 3) 3 7,8895 ( 0,9902) /_ 120,0 9R ( 27) 2 7,8623 ( 0,9868) /_ -119,6
------------
2 ( 7) 1 7,9357 ( 0,996) /_ -0,8 ELEMENT = "Transformer.REG9C"
2 ( 8) 2 7,9665 ( 0,9999) /_ -119,6 9 ( 21) 1 7,6967 ( 0,966) /_ 119,5
2 ( 9) 3 7,8049 ( 0,9796) /_ 119,6 9 ( 20) 2 7,8623 ( 0,9868) /_ -119,6
------------
ELEMENT = "Line.MT2" 9R ( 28) 1 7,6792 ( 0,9638) /_ 119,4
2 ( 7) 1 7,9357 ( 0,996) /_ -0,8 9R ( 27) 2 7,8623 ( 0,9868) /_ -119,6
2 ( 8) 2 7,9665 ( 0,9999) /_ -119,6
------------ ELEMENT = "Line.JUMPER"
3 ( 10) 1 7,935 ( 0,9959) /_ -0,8 9 ( 20) 1 7,8623 ( 0,9868) /_ -119,6
3 ( 11) 2 7,9654 ( 0,9997) /_ -119,6 ------------
9R ( 27) 1 7,8623 ( 0,9868) /_ -119,6
ELEMENT = "Line.MT3"
2 ( 9) 1 7,8049 ( 0,9796) /_ 119,6 ELEMENT = "Transformer.TR1"
------------ 9 ( 19) 1 7,7941 ( 0,9782) /_ -1,0
4 ( 12) 1 7,7607 ( 0,974) /_ 119,3 9 ( 20) 2 7,8623 ( 0,9868) /_ -119,6
9 ( 21) 3 7,6967 ( 0,966) /_ 119,5
ELEMENT = "Line.MT4" 9 ( 0) 4 0( 0) /_ 0,0
2 ( 7) 1 7,9357 ( 0,996) /_ -0,8 ------------
2 ( 8) 2 7,9665 ( 0,9999) /_ -119,6 16 ( 32) 1 0,21778 ( 0,9926) /_ -28,9
2 ( 9) 3 7,8049 ( 0,9796) /_ 119,6 16 ( 33) 2 0,21803 ( 0,9938) /_ -148,4
------------ 16 ( 34) 3 0,21926 ( 0,9994) /_ 91,3
8 ( 13) 1 7,8827 ( 0,9894) /_ -1,0 16 ( 0) 4 0( 0) /_ 0,0
8 ( 14) 2 7,9267 ( 0,9949) /_ -119,7
8 ( 15) 3 7,7649 ( 0,9746) /_ 119,5 ELEMENT = "Transformer.TR2"
3 ( 10) 1 7,935 ( 0,9959) /_ -0,8
ELEMENT = "Line.MT5" 3 ( 11) 2 7,9654 ( 0,9997) /_ -119,6
4 ( 12) 1 7,7607 ( 0,974) /_ 119,3 ------------
------------ 3C ( 39) 1 0,18753 ( 0,987) /_ 29,8
5 ( 16) 1 7,7223 ( 0,9692) /_ 119,3 3C ( 0) 2 0( 0) /_ 0,0
------------
ELEMENT = "Line.MT6" 3C ( 0) 1 0( 0) /_ 0,0
4 ( 12) 1 7,7607 ( 0,974) /_ 119,3 3C ( 35) 2 0,18754 ( 0,987) /_ -150,2
------------
6 ( 17) 1 7,7129 ( 0,9681) /_ 119,2 =================== =========== ==

ELEMENT = "Line.MT7" Power Conversion Elements


6 ( 17) 1 7,7129 ( 0,9681) /_ 119,2
------------ Bus (node ref) Phase Magnitude, kV (pu) Angle
7 ( 18) 1 7,7081 ( 0,9675) /_ 119,2
ELEMENT = "Generator.B5"
ELEMENT = "Line.MT8" 12 ( 4) 1 0,21255 ( 0,9688) /_ -12,6
8 ( 13) 1 7,8827 ( 0,9894) /_ -1,0 12 ( 5) 2 0,21359 ( 0,9735) /_ -132,0
8 ( 14) 2 7,9267 ( 0,9949) /_ -119,7 12 ( 6) 3 0,21475 ( 0,9788) /_ 107,4
8 ( 15) 3 7,7649 ( 0,9746) /_ 119,5 12 ( 0) 4 0( 0) /_ 0,0
------------
9 ( 19) 1 7,7941 ( 0,9782) /_ -1,0 ELEMENT = "Load.M2A"
9 ( 20) 2 7,8623 ( 0,9868) /_ -119,6 2 ( 7) 1 7,9357 ( 0,996) /_ -0,8
9 ( 21) 3 7,6967 ( 0,966) /_ 119,5 2 ( 0) 2 0( 0) /_ 0,0

ELEMENT = "Line.MT9" ELEMENT = "Load.M5C"


9 ( 19) 1 7,7941 ( 0,9782) /_ -1,0 5 ( 16) 1 7,7223 ( 0,9692) /_ 119,3
------------ 5 ( 0) 2 0( 0) /_ 0,0
10 ( 22) 1 7,7703 ( 0,9753) /_ -1,0
ELEMENT = "Load.M6"
ELEMENT = "Line.MT10" 6 ( 17) 1 7,7129 ( 0,9681) /_ 119,2
10R ( 23) 1 7,7665 ( 0,9748) /_ -1,0 6 ( 0) 2 0( 0) /_ 0,0
------------
15 ( 24) 1 7,7217 ( 0,9692) /_ -1,1 ELEMENT = "Load.M7C"
7 ( 18) 1 7,7081 ( 0,9675) /_ 119,2
ELEMENT = "Line.MT11" 7 ( 0) 2 0( 0) /_ 0,0
15 ( 24) 1 7,7217 ( 0,9692) /_ -1,1
------------ ELEMENT = "Load.M8"
11 ( 25) 1 7,7156 ( 0,9684) /_ -1,1 8 ( 13) 1 7,8827 ( 0,9894) /_ -1,0
8 ( 14) 2 7,9267 ( 0,9949) /_ -119,7
ELEMENT = "Line.MT12" 8 ( 15) 3 7,7649 ( 0,9746) /_ 119,5

Geração Distribuída – Enel Brasil


9R ( 26) 1 7,777 ( 0,9761) /_ -1,1 8 ( 0) 4 0( 0) /_ 0,0
9R ( 27) 2 7,8623 ( 0,9868) /_ -119,6
9R ( 28) 3 7,6792 ( 0,9638) /_ 119,4 ELEMENT = "Load.M9"
------------ 9 ( 19) 1 7,7941 ( 0,9782) /_ -1,0
13 ( 29) 1 7,7364 ( 0,971) /_ -1,1 9 ( 20) 2 7,8623 ( 0,9868) /_ -119,6
13 ( 30) 2 7,8212 ( 0,9817) /_ -119,6 9 ( 21) 3 7,6967 ( 0,966) /_ 119,5
13 ( 31) 3 7,6383 ( 0,9587) /_ 119,4 9 ( 0) 4 0( 0) /_ 0,0

ELEMENT = "Line.BT1" ELEMENT = "Load.M11A"


16 ( 32) 1 0,21778 ( 0,9926) /_ -28,9 11 ( 25) 1 7,7156 ( 0,9684) /_ -1,1
16 ( 33) 2 0,21803 ( 0,9938) /_ -148,4 11 ( 0) 2 0( 0) /_ 0,0
16 ( 34) 3 0,21926 ( 0,9994) /_ 91,3
------------ ELEMENT = "Load.M15A"
12 ( 4) 1 0,21255 ( 0,9688) /_ -12,6 15 ( 24) 1 7,7217 ( 0,9692) /_ -1,1
12 ( 5) 2 0,21359 ( 0,9735) /_ -132,0 15 ( 0) 2 0( 0) /_ 0,0
12 ( 6) 3 0,21475 ( 0,9788) /_ 107,4
ELEMENT = "Load.M13"
ELEMENT = "Line.BT2" 13 ( 29) 1 7,7364 ( 0,971) /_ -1,1
3C ( 35) 1 0,18754 ( 0,987) /_ -150,2 13 ( 30) 2 7,8212 ( 0,9817) /_ -119,6
3C ( 0) 2 0( 0) /_ 0,0 13 ( 31) 3 7,6383 ( 0,9587) /_ 119,4
3C ( 36) 3 5,3968E-007 (2,84E-006) /_ -120,5
------------ ELEMENT = "Load.B12"
18 ( 37) 1 0,1837 ( 0,9668) /_ -150,7 12 ( 4) 1 0,21255 ( 0,9688) /_ -12,6
18 ( 0) 2 0( 0) /_ 0,0 12 ( 5) 2 0,21359 ( 0,9735) /_ -132,0
18 ( 38) 3 0,0013088 (0,006888) /_ -175,6 12 ( 6) 3 0,21475 ( 0,9788) /_ 107,4

ELEMENT = "Line.BT3" ELEMENT = "Load.B17A"


3C ( 39) 1 0,18753 ( 0,987) /_ 29,8 17 ( 40) 1 0,1837 ( 0,9668) /_ 29,3
3C ( 0) 2 0( 0) /_ 0,0 17 ( 0) 2 0( 0) /_ 0,0
3C ( 36) 3 5,3968E-007 (2,84E-006) /_ -120,5
------------ ELEMENT = "Load.B18B"
17 ( 40) 1 0,1837 ( 0,9668) /_ 29,3 18 ( 37) 1 0,1837 ( 0,9668) /_ -150,7
17 ( 0) 2 0( 0) /_ 0,0 18 ( 0) 2 0( 0) /_ 0,0
17 ( 41) 3 0,0013082 (0,006885) /_ 4,3

NODE-GROUND VOLTAGES BY CIRCUIT ELEMENT

Power Delivery Elements

Bus (node ref) Phase Magnitude, kV (pu) Angle


ELEMENT = "Transformer.REG10A"
ELEMENT = "Vsource.SOURCE" 10 ( 22) 1 7.777 ( 0.9761) /_ -1.3
1 ( 1) 1 8.0064 ( 1.005) /_ -0.5 10 ( 0) 2 0( 0) /_ 0.0
1 ( 2) 2 8.0075 ( 1.005) /_ -119.5 ------------
1 ( 3) 3 7.889 ( 0.9902) /_ 120.0 10R ( 23) 1 8.5016 ( 1.067) /_ -1.3
------------ 10R ( 0) 2 0( 0) /_ 0.0
1 ( 0) 1 0( 0) /_ 0.0
1 ( 0) 2 0( 0) /_ 0.0 ELEMENT = "Transformer.REG9A"
1 ( 0) 3 0( 0) /_ 0.0 9 ( 19) 1 7.8029 ( 0.9793) /_ -1.3
9 ( 20) 2 7.8775 ( 0.9887) /_ -119.9
ELEMENT = "Line.MT1" ------------
1 ( 1) 1 8.0064 ( 1.005) /_ -0.5 9R ( 26) 1 8.8901 ( 1.116) /_ 2.8
1 ( 2) 2 8.0075 ( 1.005) /_ -119.5 9R ( 27) 2 7.8775 ( 0.9887) /_ -119.9
1 ( 3) 3 7.889 ( 0.9902) /_ 120.0
------------ ELEMENT = "Transformer.REG9C"
2 ( 7) 1 7.9391 ( 0.9964) /_ -0.9 9 ( 21) 1 7.7107 ( 0.9678) /_ 119.2
2 ( 8) 2 7.9741 ( 1.001) /_ -119.7 9 ( 20) 2 7.8775 ( 0.9887) /_ -119.9
2 ( 9) 3 7.8103 ( 0.9803) /_ 119.5 ------------
9R ( 28) 1 8.664 ( 1.087) /_ 115.5
ELEMENT = "Line.MT2" 9R ( 27) 2 7.8775 ( 0.9887) /_ -119.9
2 ( 7) 1 7.9391 ( 0.9964) /_ -0.9
2 ( 8) 2 7.9741 ( 1.001) /_ -119.7 ELEMENT = "Line.JUMPER"
------------ 9 ( 20) 1 7.8775 ( 0.9887) /_ -119.9
3 ( 10) 1 7.9384 ( 0.9964) /_ -0.9 ------------
3 ( 11) 2 7.973 ( 1.001) /_ -119.7 9R ( 27) 1 7.8775 ( 0.9887) /_ -119.9

ELEMENT = "Line.MT3" ELEMENT = "Transformer.TR1"


2 ( 9) 1 7.8103 ( 0.9803) /_ 119.5 9 ( 19) 1 7.8029 ( 0.9793) /_ -1.3
------------ 9 ( 20) 2 7.8775 ( 0.9887) /_ -119.9
4 ( 12) 1 7.7661 ( 0.9747) /_ 119.3 9 ( 21) 3 7.7107 ( 0.9678) /_ 119.2
9 ( 0) 4 0( 0) /_ 0.0
ELEMENT = "Line.MT4" ------------
2 ( 7) 1 7.9391 ( 0.9964) /_ -0.9 16 ( 32) 1 0.22457 ( 1.024) /_ -30.9
2 ( 8) 2 7.9741 ( 1.001) /_ -119.7 16 ( 33) 2 0.22475 ( 1.024) /_ -150.5
2 ( 9) 3 7.8103 ( 0.9803) /_ 119.5 16 ( 34) 3 0.22602 ( 1.03) /_ 89.2
------------ 16 ( 0) 4 0( 0) /_ 0.0
8 ( 13) 1 7.8915 ( 0.9905) /_ -1.1
8 ( 14) 2 7.9404 ( 0.9966) /_ -119.9 ELEMENT = "Transformer.TR2"
8 ( 15) 3 7.7769 ( 0.9761) /_ 119.4 3 ( 10) 1 7.9384 ( 0.9964) /_ -0.9
3 ( 11) 2 7.973 ( 1.001) /_ -119.7
ELEMENT = "Line.MT5" ------------
4 ( 12) 1 7.7661 ( 0.9747) /_ 119.3 3C ( 39) 1 0.18765 ( 0.9876) /_ 29.7

Geração Distribuída – Enel Brasil


------------ 3C ( 0) 2 0( 0) /_ 0.0
5 ( 16) 1 7.7277 ( 0.9699) /_ 119.2 ------------
3C ( 0) 1 0( 0) /_ 0.0
ELEMENT = "Line.MT6" 3C ( 35) 2 0.18766 ( 0.9877) /_ -150.3
4 ( 12) 1 7.7661 ( 0.9747) /_ 119.3
------------ =================== =========== ==
6 ( 17) 1 7.7183 ( 0.9687) /_ 119.2
Power Conversion Elements
ELEMENT = "Line.MT7"
6 ( 17) 1 7.7183 ( 0.9687) /_ 119.2 Bus (node ref) Phase Magnitude, kV (pu) Angle
------------
7 ( 18) 1 7.7135 ( 0.9681) /_ 119.2 ELEMENT = "Generator.B5"
12 ( 4) 1 0.22178 ( 1.011) /_ -31.1
ELEMENT = "Line.MT8" 12 ( 5) 2 0.22194 ( 1.012) /_ -150.7
8 ( 13) 1 7.8915 ( 0.9905) /_ -1.1 12 ( 6) 3 0.22313 ( 1.017) /_ 89.1
8 ( 14) 2 7.9404 ( 0.9966) /_ -119.9 12 ( 0) 4 0( 0) /_ 0.0
8 ( 15) 3 7.7769 ( 0.9761) /_ 119.4
------------ ELEMENT = "Load.M2A"
9 ( 19) 1 7.8029 ( 0.9793) /_ -1.3 2 ( 7) 1 7.9391 ( 0.9964) /_ -0.9
9 ( 20) 2 7.8775 ( 0.9887) /_ -119.9 2 ( 0) 2 0( 0) /_ 0.0
9 ( 21) 3 7.7107 ( 0.9678) /_ 119.2
ELEMENT = "Load.M5C"
ELEMENT = "Line.MT9" 5 ( 16) 1 7.7277 ( 0.9699) /_ 119.2
9 ( 19) 1 7.8029 ( 0.9793) /_ -1.3 5 ( 0) 2 0( 0) /_ 0.0
------------
10 ( 22) 1 7.777 ( 0.9761) /_ -1.3 ELEMENT = "Load.M6"
6 ( 17) 1 7.7183 ( 0.9687) /_ 119.2
ELEMENT = "Line.MT10" 6 ( 0) 2 0( 0) /_ 0.0
10R ( 23) 1 8.5016 ( 1.067) /_ -1.3
------------ ELEMENT = "Load.M7C"
15 ( 24) 1 8.4572 ( 1.061) /_ -1.4 7 ( 18) 1 7.7135 ( 0.9681) /_ 119.2
7 ( 0) 2 0( 0) /_ 0.0
ELEMENT = "Line.MT11"
15 ( 24) 1 8.4572 ( 1.061) /_ -1.4 ELEMENT = "Load.M8"
------------ 8 ( 13) 1 7.8915 ( 0.9905) /_ -1.1
11 ( 25) 1 8.4511 ( 1.061) /_ -1.4 8 ( 14) 2 7.9404 ( 0.9966) /_ -119.9
8 ( 15) 3 7.7769 ( 0.9761) /_ 119.4
ELEMENT = "Line.MT12" 8 ( 0) 4 0( 0) /_ 0.0
9R ( 26) 1 8.8901 ( 1.116) /_ 2.8
9R ( 27) 2 7.8775 ( 0.9887) /_ -119.9 ELEMENT = "Load.M9"
9R ( 28) 3 8.664 ( 1.087) /_ 115.5 9 ( 19) 1 7.8029 ( 0.9793) /_ -1.3
------------ 9 ( 20) 2 7.8775 ( 0.9887) /_ -119.9
13 ( 29) 1 8.8495 ( 1.111) /_ 2.8 9 ( 21) 3 7.7107 ( 0.9678) /_ 119.2
13 ( 30) 2 7.8369 ( 0.9836) /_ -119.9 9 ( 0) 4 0( 0) /_ 0.0
13 ( 31) 3 8.6244 ( 1.082) /_ 115.4
ELEMENT = "Load.M11A"
ELEMENT = "Line.BT1" 11 ( 25) 1 8.4511 ( 1.061) /_ -1.4
16 ( 32) 1 0.22457 ( 1.024) /_ -30.9 11 ( 0) 2 0( 0) /_ 0.0
16 ( 33) 2 0.22475 ( 1.024) /_ -150.5
16 ( 34) 3 0.22602 ( 1.03) /_ 89.2 ELEMENT = "Load.M15A"
------------ 15 ( 24) 1 8.4572 ( 1.061) /_ -1.4
12 ( 4) 1 0.22178 ( 1.011) /_ -31.1 15 ( 0) 2 0( 0) /_ 0.0
12 ( 5) 2 0.22194 ( 1.012) /_ -150.7
12 ( 6) 3 0.22313 ( 1.017) /_ 89.1 ELEMENT = "Load.M13"
13 ( 29) 1 8.8495 ( 1.111) /_ 2.8
ELEMENT = "Line.BT2" 13 ( 30) 2 7.8369 ( 0.9836) /_ -119.9
3C ( 35) 1 0.18766 ( 0.9877) /_ -150.3 13 ( 31) 3 8.6244 ( 1.082) /_ 115.4
3C ( 0) 2 0( 0) /_ 0.0
3C ( 36) 3 5.4001E-007 (2.842E-006) /_ -120.6 ELEMENT = "Load.B12"
------------ 12 ( 4) 1 0.22178 ( 1.011) /_ -31.1
18 ( 37) 1 0.18381 ( 0.9674) /_ -150.7 12 ( 5) 2 0.22194 ( 1.012) /_ -150.7
18 ( 0) 2 0( 0) /_ 0.0 12 ( 6) 3 0.22313 ( 1.017) /_ 89.1
18 ( 38) 3 0.0013096 (0.006893) /_ -175.7
ELEMENT = "Load.B17A"
ELEMENT = "Line.BT3" 17 ( 40) 1 0.18381 ( 0.9674) /_ 29.3
3C ( 39) 1 0.18765 ( 0.9876) /_ 29.7 17 ( 0) 2 0( 0) /_ 0.0
3C ( 0) 2 0( 0) /_ 0.0
3C ( 36) 3 5.4001E-007 (2.842E-006) /_ -120.6 ELEMENT = "Load.B18B"
------------ 18 ( 37) 1 0.18381 ( 0.9674) /_ -150.7
17 ( 40) 1 0.18381 ( 0.9674) /_ 29.3 18 ( 0) 2 0( 0) /_ 0.0
17 ( 0) 2 0( 0) /_ 0.0
17 ( 41) 3 0.0013089 (0.006889) /_ 4.2

Geração Distribuída – Enel Brasil

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