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‭INSTITUTO FEDERAL FLUMINENSE‬

‭Campus Campos Centro‬

‭Engenharia Elétrica – 2023.2‬

‭Disciplina: Geração, Transmissão, Distribuição e Consumo‬

‭Professor: Marcelo José dos Santos‬

‭ANA LUIZA RIBEIRO VELASCO‬

‭MARIA EDUARDA DE ABREU ROSÁRIO‬

‭NATHÁLIA FERREIRA DE SANTANA‬

‭WESLEI DE SOUZA DA SILVA ALVES‬

‭FATORES TÍPICOS DE CARREGAMENTO EM SISTEMAS DE‬


‭DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA‬

‭CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ‬

‭2024‬
‭SUMÁRIO‬

‭ .‬‭INTRODUÇÃO‬‭........................................................................................................‬‭3‬
1
‭2.‬‭ASPECTOS‬‭GERAIS‬‭DOS‬‭SISTEMAS‬‭DE‬‭DISTRIBUIÇÃO‬‭.................................‬‭3‬
‭2.1.‬‭Características‬‭gerais‬‭......................................................................................‬‭3‬
‭2.2.‬‭Sistema‬‭de‬‭Subtransmissão‬‭............................................................................‬‭4‬
‭2.3.‬‭Subestação‬‭de‬‭Distribuição‬‭.............................................................................‬‭4‬
‭2.4.‬‭Sistema‬‭de‬‭Distribuição‬‭Primária‬‭....................................................................‬‭5‬
‭2.5.‬‭Estações‬‭Transformadoras‬‭.............................................................................‬‭6‬
‭2.4.‬‭Sistema‬‭de‬‭Distribuição‬‭Secundária‬‭...............................................................‬‭7‬
‭2.5.‬‭Redes‬‭de‬‭Distribuição‬‭Aéreas‬‭.........................................................................‬‭7‬
‭2.6.‬‭Redes‬‭de‬‭Distribuição‬‭Subterrâneas‬‭.............................................................‬‭10‬
‭3.‬‭CLASSIFICAÇÃO‬‭DAS‬‭CARGAS‬‭........................................................................‬‭12‬
‭3.1.‬‭Localização‬‭geográfica‬‭..................................................................................‬‭12‬
‭3.2.‬‭Tipo‬‭de‬‭utilização‬‭de‬‭energia‬‭.........................................................................‬‭13‬
‭3.3.‬‭Dependência‬‭da‬‭energia‬‭elétrica‬‭...................................................................‬‭13‬
‭3.4.‬‭Efeito‬‭da‬‭carga‬‭sobre‬‭o‬‭sistema‬‭de‬‭distribuição‬‭............................................‬‭14‬
‭3.5.‬‭Tarifação‬‭........................................................................................................‬‭14‬
‭3.6.‬‭Tensão‬‭de‬‭fornecimento‬‭................................................................................‬‭15‬
‭4.‬‭CURVAS‬‭DE‬‭CARGA‬‭............................................................................................‬‭15‬
‭4.1.‬‭Consumidor‬‭residencial‬‭.................................................................................‬‭15‬
‭4.2.‬‭Consumidor‬‭comercial‬‭...................................................................................‬‭16‬
‭4.3.‬‭Consumidor‬‭industrial‬‭....................................................................................‬‭16‬
‭4.4.‬‭Iluminação‬‭pública‬‭.........................................................................................‬‭17‬
‭5.‬‭FATORES‬‭TÍPICOS‬‭DE‬‭CARREGAMENTO‬‭INDIVIDUAL‬‭..............................‬‭17‬
‭5.1.‬‭Demanda‬‭.......................................................................................................‬‭17‬
‭5.2.‬‭Demanda‬‭máxima‬‭.........................................................................................‬‭18‬
‭5.3.‬‭Demanda‬‭média‬‭............................................................................................‬‭18‬
‭5.4.‬‭Fator‬‭de‬‭carga‬‭...............................................................................................‬‭18‬
‭6.‬‭FATORES‬‭TÍPICOS‬‭DE‬‭CARREGAMENTO‬‭COLETIVO‬‭.....................................‬‭19‬
‭6.1.‬‭Demanda‬‭diversificada‬‭..................................................................................‬‭19‬
‭6.2.‬‭Demanda‬‭máxima‬‭diversificada‬‭....................................................................‬‭19‬
‭6.3.‬‭Curva‬‭de‬‭duração‬‭de‬‭carga‬‭...........................................................................‬‭19‬
‭6.4.‬‭Demanda‬‭máxima‬‭não-coincidente‬‭...............................................................‬‭20‬
‭6.5.‬‭Fator‬‭de‬‭diversidade‬‭......................................................................................‬‭20‬
‭6.6.‬‭Fator‬‭de‬‭demanda‬‭.........................................................................................‬‭20‬
‭6.7.‬‭Fator‬‭de‬‭utilização‬‭.........................................................................................‬‭21‬
‭6.8.‬‭Diversidade‬‭da‬‭carga‬‭....................................................................................‬‭21‬
‭7.‬‭CONCLUSÃO‬‭........................................................................................................‬‭21‬
‭8.‬‭REFERÊNCIAS‬‭.....................................................................................................‬‭23‬
‭3‬

‭1.‬ ‭INTRODUÇÃO‬

‭Os‬ ‭sistemas‬ ‭de‬ ‭distribuição‬ ‭de‬ ‭energia‬ ‭elétrica‬ ‭desempenham‬ ‭um‬ ‭papel‬
‭fundamental‬ ‭na‬ ‭entrega‬ ‭confiável‬ ‭e‬ ‭eficiente‬ ‭de‬ ‭eletricidade‬ ‭aos‬ ‭consumidores‬
‭finais.‬ ‭Para‬ ‭garantir‬ ‭o‬ ‭funcionamento‬ ‭adequado‬ ‭desses‬ ‭sistemas,‬ ‭é‬ ‭essencial‬
‭entender‬ ‭e‬ ‭gerenciar‬ ‭uma‬ ‭variedade‬ ‭de‬ ‭fatores‬ ‭típicos‬ ‭de‬ ‭carregamento.‬ ‭Esses‬
‭fatores‬‭incluem‬‭a‬‭demanda‬‭de‬‭energia,‬‭que‬‭varia‬‭ao‬‭longo‬‭do‬‭tempo‬‭e‬‭em‬‭diferentes‬
‭áreas‬‭geográficas,‬‭a‬‭capacidade‬‭dos‬‭condutores‬‭e‬‭equipamentos‬‭de‬‭distribuição,‬‭as‬
‭condições‬ ‭climáticas‬ ‭que‬ ‭podem‬ ‭afetar‬ ‭a‬ ‭carga‬ ‭e‬ ‭a‬ ‭segurança‬ ‭do‬ ‭sistema,‬ ‭entre‬
‭outros.‬ ‭Nesta‬ ‭introdução,‬ ‭exploraremos‬ ‭alguns‬ ‭desses‬ ‭fatores‬ ‭típicos‬ ‭de‬
‭carregamento‬ ‭em‬ ‭sistemas‬ ‭de‬ ‭distribuição‬ ‭de‬ ‭energia‬ ‭elétrica‬ ‭e‬ ‭sua‬ ‭importância‬
‭para garantir um fornecimento confiável de eletricidade.‬

‭2.‬ ‭ASPECTOS GERAIS DOS SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO‬

‭2.1.‬ ‭Características gerais‬

‭Os‬ ‭Sistemas‬ ‭Elétricos‬ ‭de‬ ‭Potência‬ ‭(SEP)‬ ‭são‬ ‭responsáveis‬ ‭por‬ ‭fornecer‬
‭energia‬ ‭elétrica‬ ‭aos‬ ‭usuários‬ ‭no‬ ‭instante‬ ‭em‬ ‭que‬ ‭for‬ ‭solicitada‬ ‭e‬ ‭com‬ ‭qualidade‬
‭adequada.‬ ‭Para‬ ‭isso,‬ ‭o‬ ‭sistema‬ ‭deve‬ ‭ser‬ ‭capaz‬ ‭de‬ ‭produzir‬‭grandes‬‭quantidades‬
‭de‬ ‭energia‬ ‭e‬ ‭transmiti-la‬ ‭com‬ ‭efetividade‬ ‭por‬ ‭longas‬ ‭distâncias‬ ‭até‬ ‭os‬ ‭centros‬
‭consumidores.‬ ‭Dessa‬ ‭forma,‬ ‭o‬ ‭sistema‬ ‭assume‬ ‭grande‬ ‭complexidade,‬ ‭fazendo‬
‭necessária‬ ‭a‬ ‭separação‬ ‭em‬ ‭unidades‬ ‭menores,‬ ‭de‬ ‭características‬ ‭e‬ ‭modos‬ ‭de‬
‭funcionamento‬ ‭diferentes,‬ ‭que‬ ‭possibilitam‬ ‭a‬ ‭operação‬‭e‬‭controle‬‭eficientes.‬‭Esses‬
‭subsistemas são separados em:‬

‭●‬ ‭Geração: converte diferentes tipos de energia em energia elétrica;‬


‭●‬ ‭Transmissão:‬ ‭transporta‬ ‭a‬ ‭energia‬ ‭elétrica‬ ‭dos‬ ‭centros‬ ‭de‬ ‭produção‬ ‭até‬ ‭às‬
‭cargas consumidoras;‬
‭●‬ ‭Distribuição:‬‭recebe‬‭a‬‭energia‬‭elétrica‬‭dos‬‭agentes‬‭supridores‬‭(transmissoras,‬
‭geradores‬ ‭ou‬ ‭outras‬ ‭distribuidoras),‬ ‭e‬ ‭distribui‬ ‭às‬ ‭unidades‬ ‭consumidoras,‬
‭sejam elas residenciais, comerciais, rurais ou industriais.‬

‭Veja‬ ‭a‬ ‭seguir‬ ‭o‬ ‭diagrama‬ ‭unifilar‬ ‭típico‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭sistema‬ ‭elétrico‬ ‭de‬ ‭potência,‬
‭com os blocos relacionados à geração, transmissão e distribuição:‬
‭4‬

‭Figura 1: exemplo de um sistema elétrico de potência. Fonte: Introdução aos sistemas de Distribuição‬
‭de Energia elétrica, Nelson Kagan, Carlos César Barioni de Oliveira, Ernesto João Robba.‬

‭O‬‭sistema‬‭de‬‭Distribuição‬‭em‬‭especial‬‭pode‬‭ser‬‭analisado‬‭em‬‭cinco‬‭partes,‬‭já‬
‭ilustradas no diagrama unifilar anterior. Essas são:‬

‭●‬ ‭Sistema de Subtransmissão;‬


‭●‬ ‭Subestações de Distribuição;‬
‭●‬ ‭Sistema de distribuição Primária;‬
‭●‬ ‭Estações Transformadoras;‬
‭●‬ ‭Redes de Distribuição Secundária.‬

‭2.2. Sistema de Subtransmissão‬

‭Esse‬ ‭trecho‬ ‭do‬ ‭sistema‬ ‭é‬ ‭responsável‬ ‭por‬ ‭transmitir‬ ‭a‬ ‭energia‬ ‭oriunda‬ ‭das‬
‭estações‬ ‭de‬ ‭subtransmissão‬ ‭para‬ ‭as‬ ‭subestações‬ ‭de‬ ‭distribuição‬ ‭e‬ ‭aos‬
‭consumidores.‬ ‭Os‬ ‭níveis‬ ‭de‬ ‭tensão‬ ‭típicos‬ ‭desse‬ ‭sistema‬ ‭são‬ ‭138KV‬ ‭e‬ ‭69KV‬‭.‬‭Os‬
‭consumidores‬ ‭supridos‬ ‭por‬ ‭esse‬ ‭sistema‬ ‭geralmente‬ ‭são‬ ‭grandes‬ ‭instalações‬
‭industriais ou comerciais.‬

‭2.3. Subestação de Distribuição‬

‭As‬ ‭Subestações‬ ‭de‬ ‭distribuição‬ ‭têm‬ ‭a‬ ‭função‬ ‭de‬ ‭transformar‬ ‭a‬ ‭tensão‬ ‭de‬
‭subtransmissão‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭tensão‬ ‭de‬‭distribuição‬‭primária,‬‭que‬‭geralmente‬‭é‬‭23KV‬‭ou‬
‭13,8KV‬‭.‬ ‭Nelas‬ ‭estão‬ ‭presentes‬ ‭equipamentos‬ ‭de‬ ‭proteção,‬ ‭manobras‬ ‭e‬
‭transformadores‬ ‭para‬ ‭rebaixar‬ ‭a‬ ‭tensão‬ ‭recebida.‬ ‭Veja‬ ‭na‬ ‭figura‬ ‭abaixo‬ ‭a‬
‭representação de uma subestação de distribuição:‬
‭5‬

‭Figura 2: representação de uma subestação de distribuição. Fonte:‬


‭https://diariodoeletrotecnico.blogspot.com/2016/06/subestacao.html‬

‭Onde:‬

‭1. Rede primária;‬

‭2. Cabo de aterramento;‬

‭3. Linhas/Barramentos;‬

‭4. Para-raios;‬

‭5. Chave seccionadora;‬

‭6. Disjuntor;‬

‭7. Transformador de Corrente;‬

‭8. Transformador de Tensão;‬

‭9. Transformador de Potência;‬

‭10. Cubículo de Controle;‬

‭11. Grande/Cerca de Segurança;‬

‭12. Rede Secundária.‬

‭2.4. Sistema de Distribuição Primária‬

‭As‬ ‭redes‬ ‭de‬ ‭distribuição‬ ‭primária‬ ‭-‬ ‭ou‬ ‭de‬ ‭média‬ ‭tensão‬ ‭-‬ ‭derivam-se‬ ‭das‬
‭subestações‬ ‭de‬ ‭distribuição,‬ ‭levando‬ ‭a‬ ‭energia‬ ‭elétrica‬ ‭aos‬ ‭consumidores‬ ‭a‬ ‭ela‬
‭conectados‬‭(consumidores‬‭industriais,‬‭conjuntos‬‭comerciais‬‭e‬‭residenciais‬‭de‬‭médio‬
‭porte),‬ ‭ou‬ ‭a‬ ‭estações‬ ‭transformadoras,‬ ‭responsáveis‬ ‭pelo‬ ‭suprimento‬ ‭da‬ ‭rede‬ ‭de‬
‭baixa‬ ‭tensão.‬ ‭Nesse‬ ‭sistema‬ ‭os‬ ‭níveis‬ ‭de‬ ‭tensão‬ ‭típicos‬ ‭são‬ ‭13,8KV‬ ‭ou‬ ‭34,5KV‬‭,‬
‭transportando‬ ‭geralmente‬‭até‬‭12MVA.‬‭A‬‭figura‬‭abaixo‬‭ilustra‬‭o‬‭esquema‬‭de‬‭ligação‬
‭desse sistema:‬
‭6‬

‭Figura 3: demonstração de uma rede de distribuição primária. Fonte:‬


‭https://heldwein.prof.ufsc.br/files/2012/09/Aula-05-Sistemas-de-distribuicao.pdf‬

‭OBS: Os módulos de tensão das linhas nas imagens não estão de acordo com o‬
‭padrão brasileiro.‬

‭Ademais,‬ ‭as‬ ‭redes‬ ‭de‬ ‭distribuição‬ ‭primárias‬ ‭podem‬ ‭ser‬ ‭tanto‬ ‭aéreas‬ ‭como‬
‭subterrâneas.‬‭A‬‭primeira‬‭é‬‭a‬‭mais‬‭utilizada‬‭no‬‭Brasil,‬‭devido‬‭aos‬‭menores‬‭custos‬‭de‬
‭instalação‬ ‭e‬ ‭manutenção,‬‭enquanto‬‭a‬‭segunda‬‭geralmente‬‭é‬‭utilizada‬‭em‬‭locais‬‭de‬
‭maior‬ ‭densidade‬ ‭de‬ ‭carga,‬ ‭como‬ ‭zonas‬ ‭centrais‬ ‭de‬ ‭metrópoles,‬ ‭ou‬ ‭como‬ ‭recurso‬
‭paisagístico.‬

‭2.5. Estações Transformadoras‬

‭As‬ ‭Estações‬ ‭Transformadoras‬ ‭são‬ ‭compostas‬ ‭por‬ ‭transformadores‬ ‭que‬


‭modificam‬ ‭a‬ ‭média‬ ‭tensão‬ ‭do‬ ‭sistema‬ ‭de‬ ‭distribuição‬ ‭primário‬‭(13,8‬‭a‬‭34,5KV)‬‭em‬
‭baixa‬ ‭tensão‬ ‭(220V)‬ ‭do‬ ‭sistema‬ ‭de‬ ‭distribuição‬ ‭secundário.‬ ‭Os‬ ‭transformadores‬
‭geralmente‬‭são‬‭trifásicos,‬‭com‬‭o‬‭enrolamento‬‭do‬‭primário‬‭em‬‭delta‬‭e‬‭secundário‬‭em‬
‭estrela‬ ‭aterrada.‬ ‭Essa‬ ‭configuração‬ ‭se‬ ‭dá‬ ‭pois‬ ‭do‬ ‭lado‬ ‭do‬ ‭primário,‬ ‭ligado‬ ‭em‬
‭triângulo,‬ ‭é‬ ‭necessária‬ ‭a‬ ‭manutenção‬ ‭do‬ ‭equilíbrio‬ ‭de‬ ‭tensões‬ ‭e‬ ‭correntes‬ ‭do‬
‭sistema;‬ ‭enquanto‬ ‭no‬ ‭secundário,‬‭a‬‭ligação‬‭em‬‭estrela‬‭proporciona‬‭uma‬‭referência‬
‭de‬ ‭terra‬ ‭para‬ ‭o‬ ‭sistema,‬ ‭melhorando‬ ‭a‬ ‭estabilidade‬ ‭e‬ ‭a‬ ‭segurança‬ ‭do‬ ‭sistema‬
‭elétrico.‬
‭7‬

‭Figura 4: configuração dos enrolamentos dos transformadores. Fonte:‬


‭https://www.adolphoeletricista.com.br/sistema-estrela‬‭/‬

‭2.4. Sistema de Distribuição Secundária‬

‭No‬ ‭sistema‬ ‭de‬ ‭distribuição‬ ‭secundária,‬ ‭as‬ ‭tensões‬ ‭geralmente‬ ‭assumem‬


‭valores‬ ‭de‬ ‭220/127V‬ ‭ou‬ ‭380/220V‬‭.‬ ‭Pode‬ ‭assumir‬ ‭centenas‬ ‭de‬ ‭metros‬ ‭de‬
‭comprimento,‬ ‭suprindo‬ ‭consumidores‬ ‭de‬ ‭baixa‬ ‭tensão,‬ ‭consumidores‬ ‭residencias,‬
‭pequenos comércios e pequenas indústrias. Veja a representação abaixo:‬

‭Figura 5: demonstração do sistema de distribuição secundária. Fonte:‬


‭https://ensinandoeletrica.blogspot.com/2021/05/saiba-como-e-constituida-rede-eletrica.html‬

‭2.5. Redes de Distribuição Aéreas‬

‭As‬ ‭redes‬ ‭aéreas‬ ‭podem‬ ‭ser‬ ‭de‬ ‭distribuição‬ ‭primária‬ ‭ou‬ ‭secundária.‬ ‭São‬
‭construídas‬ ‭utilizando‬ ‭postes‬ ‭de‬ ‭concreto‬ ‭(geralmente‬ ‭em‬ ‭zonas‬ ‭urbanas)‬ ‭ou‬
‭madeira‬ ‭tratada‬ ‭(em‬ ‭zonas‬‭rurais),‬ ‭que‬‭em‬‭seu‬‭topo‬‭abrigam‬‭cruzetas‬‭também‬‭de‬
‭concreto‬ ‭ou‬ ‭madeira,‬ ‭nas‬ ‭quais‬ ‭são‬ ‭fixados‬ ‭os‬ ‭isoladores‬ ‭dos‬ ‭cabos.‬ ‭Os‬ ‭cabos‬
‭podem‬ ‭ser‬ ‭de‬ ‭alumínio‬ ‭ou‬ ‭cobre;‬ ‭com‬ ‭alma‬ ‭de‬ ‭aço‬ ‭ou‬ ‭sem‬ ‭alma‬ ‭de‬ ‭aço;‬ ‭nús‬ ‭ou‬
‭8‬

‭protegidos.‬‭As‬‭especificações‬‭exatas‬‭irão‬‭depender‬‭das‬‭características‬‭da‬‭rede‬‭e‬‭da‬
‭disponibilidade‬ ‭de‬ ‭investimento.‬ ‭Veja‬ ‭abaixo‬ ‭a‬ ‭representação‬ ‭dos‬ ‭componentes‬
‭citados:‬

‭●‬ ‭Postes‬

‭Figura 6: Postes. Fonte:‬


‭https://www.romagnole.com.br/uploads/fb69dfcdcb44bed96b313d7c0b143e81.pdf‬

‭●‬ ‭Cruzeta‬

‭Figura 7: Cruzeta. Fonte: Catálogo do Fabricante -‬


‭https://www.aswbrasil.com.br/cruzetas-polimericas/‬
‭9‬

‭●‬ ‭Isoladores‬

‭Figura 8: Isoladores. Fonte: Catálogo do Fabricante -‬


‭http://www.sarel.com.br/catalogo/files/assets/common/downloads/Sarel.pdf‬

‭Além‬ ‭dos‬ ‭componentes‬ ‭citados,‬ ‭as‬ ‭redes‬ ‭aéreas‬ ‭também‬ ‭possuem‬


‭dispositivos‬ ‭de‬ ‭proteção‬ ‭como‬ ‭elo‬ ‭fusíveis‬ ‭e‬ ‭de‬ ‭seccionamento‬ ‭como‬ ‭chaves‬
‭seccionadoras e chaves de transferência. Veja a seguir:‬

‭●‬ ‭Elos‬ ‭Fusíveis:‬ ‭muito‬ ‭utilizados‬ ‭na‬ ‭derivação‬ ‭entre‬ ‭a‬ ‭rede‬ ‭de‬ ‭média‬
‭tensão‬‭e‬‭o‬‭primário‬‭dos‬‭transformadores‬‭de‬‭baixa‬‭tensão.‬‭Em‬‭conjunto‬
‭com‬‭os‬‭elo‬‭fusíveis‬‭são‬‭utilizadas‬‭bases‬‭de‬‭acoplamento,‬‭que‬‭fixam‬‭os‬
‭fusíveis às cruzetas.‬

‭Figura 9: Elos fusíveis. Fonte: Operação de chaves fusíveis, YouTube.‬


‭10‬

‭●‬ ‭Chaves‬ ‭seccionadoras:‬ ‭destinadas‬ ‭à‬ ‭isolação‬ ‭de‬ ‭blocos‬ ‭de‬ ‭carga‬ ‭ou‬
‭em‬‭manobras‬‭de‬‭transferência‬‭de‬‭cargas.‬‭Podem‬‭ser‬‭encontradas‬‭nas‬
‭configurações normalmente fechadas ou normalmente abertas.‬

‭Figura 10: Chaves seccionadoras. Fonte: Catálogo do fabricante -‬


‭https://schak.com.br/chave-seccionadora-media-tensao‬

‭2.6. Redes de Distribuição Subterrâneas‬

‭Quando‬ ‭a‬ ‭densidade‬ ‭de‬ ‭carga‬ ‭atinge‬ ‭valores‬ ‭elevados,‬ ‭a‬ ‭partir‬ ‭de‬
‭28MVA/km²,‬ ‭a‬ ‭área‬ ‭em‬ ‭estudo‬ ‭deverá‬ ‭ser‬ ‭alimentada‬ ‭por‬‭um‬‭sistema‬‭subterrâneo‬
‭de‬ ‭distribuição.‬ ‭Neste‬ ‭sentido,‬ ‭o‬ ‭sistema‬ ‭de‬ ‭distribuição‬ ‭subterrâneo‬ ‭é‬‭largamente‬
‭utilizado‬‭em‬‭grandes‬‭centros‬‭comerciais‬‭ou‬‭residenciais,‬‭nos‬‭quais‬‭a‬‭construção‬‭de‬
‭linhas‬ ‭aéreas‬ ‭é‬ ‭dificultada‬ ‭pela‬ ‭multiplicidade‬ ‭e‬ ‭pelo‬ ‭peso‬ ‭excessivo‬ ‭dos‬
‭equipamentos.‬ ‭Nestes‬ ‭centros,‬ ‭não‬ ‭só‬ ‭a‬ ‭densidade‬ ‭impõe‬ ‭a‬ ‭utilização‬ ‭desse‬
‭sistema,‬ ‭como‬ ‭a‬ ‭importância‬ ‭da‬ ‭carga‬ ‭ligada‬ ‭justifica‬ ‭um‬ ‭maior‬ ‭investimento‬ ‭em‬
‭infraestrutura para proporcionar alta qualidade de serviço.‬

‭Embora‬‭o‬‭custo‬‭inicial‬‭de‬‭uma‬‭instalação‬‭subterrânea‬‭seja‬‭significativamente‬
‭maior‬ ‭do‬ ‭que‬ ‭o‬ ‭de‬ ‭uma‬ ‭instalação‬ ‭aérea‬ ‭convencional,‬ ‭os‬ ‭custos‬ ‭de‬ ‭manutenção‬
‭podem‬ ‭ser‬ ‭até‬ ‭80%‬ ‭menores.‬ ‭Além‬ ‭disso,‬ ‭as‬ ‭instalações‬ ‭subterrâneas‬ ‭oferecem‬
‭vantagens‬ ‭como‬ ‭maior‬ ‭confiabilidade;‬ ‭estética‬ ‭mais‬ ‭agradável,‬ ‭especialmente‬ ‭em‬
‭áreas‬ ‭urbanas‬ ‭históricas,‬ ‭centros‬ ‭de‬ ‭cidade‬ ‭e‬ ‭condomínios;‬ ‭e‬ ‭oferecem‬ ‭uma‬
‭11‬

‭redução‬ ‭significativa‬ ‭das‬ ‭interrupções‬‭de‬‭energia‬‭devido‬‭a‬‭fatores‬‭como‬‭descargas‬


‭atmosféricas, vandalismo e outras ações externas.‬

‭Assim,‬ ‭muitas‬ ‭cidades‬ ‭ao‬ ‭redor‬ ‭do‬ ‭mundo‬ ‭estão‬ ‭investindo‬ ‭em‬ ‭redes‬
‭subterrâneas‬‭para‬‭melhorar‬‭a‬‭estética‬‭urbana‬‭e‬‭evitar‬‭a‬‭presença‬‭de‬‭cabos‬‭aéreos.‬
‭No‬‭Brasil,‬‭aproximadamente‬‭1%‬‭da‬‭distribuição‬‭de‬‭energia‬‭elétrica‬‭é‬‭feita‬‭por‬‭redes‬
‭subterrâneas,‬ ‭com‬ ‭maior‬ ‭participação‬ ‭nas‬ ‭principais‬ ‭metrópoles,‬ ‭como‬ ‭São‬‭Paulo,‬
‭Rio‬ ‭de‬ ‭Janeiro‬ ‭e‬ ‭Porto‬ ‭Alegre.‬ ‭Comparativamente,‬ ‭na‬ ‭Alemanha,‬ ‭onde‬ ‭cerca‬ ‭de‬
‭80%‬ ‭da‬ ‭rede‬ ‭é‬ ‭subterrânea,‬ ‭o‬ ‭tempo‬ ‭médio‬ ‭sem‬ ‭energia‬ ‭por‬ ‭ano‬ ‭é‬‭de‬‭apenas‬‭23‬
‭minutos, em comparação com até 16 horas no Brasil.‬

‭Quanto‬ ‭à‬ ‭sua‬ ‭construção,‬ ‭os‬ ‭Sistemas‬ ‭de‬ ‭distribuição‬ ‭subterrâneos‬


‭normalmente‬‭utilizam‬‭dutos‬‭feitos‬‭de‬‭polietileno‬‭de‬‭alta‬‭densidade.‬‭Esses‬‭dutos‬‭são‬
‭enterrados‬ ‭individualmente‬ ‭no‬ ‭solo‬ ‭em‬ ‭diferentes‬ ‭profundidades,‬ ‭geralmente‬
‭variando‬‭de‬‭0,7‬‭a‬‭2,0‬‭metros.‬‭Outra‬‭opção‬‭é‬‭instalar‬‭esses‬‭dutos‬‭dentro‬‭de‬‭bancos‬
‭de‬ ‭concreto‬ ‭subterrâneos,‬ ‭proporcionando‬ ‭uma‬ ‭camada‬ ‭adicional‬ ‭de‬ ‭proteção‬
‭mecânica‬‭para‬‭os‬‭cabos.‬‭Já‬‭os‬‭cabos‬‭elétricos‬‭usados‬‭são‬‭revestidos‬‭com‬‭materiais‬
‭especiais‬ ‭para‬ ‭protegê-los‬ ‭da‬ ‭umidade.‬ ‭Além‬ ‭disso,‬ ‭são‬ ‭aplicados‬ ‭materiais‬ ‭nos‬
‭espaços‬‭entre‬‭os‬‭condutores‬‭e‬‭a‬‭blindagem‬‭metálica‬‭para‬‭evitar‬‭a‬‭entrada‬‭de‬‭água‬
‭ao longo do cabo. Veja na ilustração abaixo a instalação desse sistema:‬
‭12‬

‭Figura 11: Representação do sistema subterrâneo. Fonte:‬‭https://www.cabelauto.com.br/?p=1895‬

‭3.‬ ‭CLASSIFICAÇÃO DAS CARGAS‬

‭As‬ ‭cargas‬ ‭dos‬ ‭consumidores‬ ‭atendidos‬ ‭por‬ ‭um‬ ‭sistema‬ ‭de‬ ‭potência‬
‭compartilham‬‭certas‬‭características‬‭distintivas,‬‭incluindo‬‭sua‬‭localização‬‭geográfica,‬
‭o‬ ‭propósito‬ ‭para‬ ‭o‬ ‭qual‬ ‭a‬ ‭energia‬ ‭é‬ ‭utilizada,‬‭a‬‭magnitude‬‭de‬‭sua‬‭dependência‬‭da‬
‭energia‬ ‭elétrica,‬ ‭o‬ ‭impacto‬‭das‬‭cargas‬‭no‬‭sistema,‬‭os‬‭padrões‬‭tarifários‬‭e‬‭a‬‭tensão‬
‭de‬ ‭fornecimento.‬ ‭Com‬ ‭base‬ ‭nessas‬ ‭características,‬ ‭é‬ ‭viável‬ ‭estabelecer‬ ‭critérios‬
‭para classificar as cargas desses usuários.‬

‭3.1.‬ ‭Localização geográfica‬

‭Levando‬‭em‬‭consideração‬‭que‬‭o‬‭sistema‬‭de‬‭distribuição‬‭deve‬‭atender‬
‭consumidores‬ ‭de‬ ‭energia‬ ‭elétrica‬ ‭situados‬ ‭nas‬ ‭cidades‬ ‭e‬ ‭áreas‬‭rurais,‬‭logo,‬
‭há‬ ‭a‬ ‭divisão‬ ‭da‬ ‭área‬ ‭atendida‬ ‭pelo‬ ‭sistema‬ ‭em‬ ‭zonas,‬ ‭sendo‬ ‭elas:‬ ‭zona‬
‭urbana, zona suburbana e zona rural.‬

‭Na‬ ‭zona‬ ‭urbana,‬ ‭geralmente‬ ‭observa-se‬ ‭uma‬ ‭densidade‬ ‭de‬ ‭carga‬


‭elevada,‬‭com‬‭consumidores‬‭principalmente‬‭constituídos‬‭por‬‭escritórios‬‭e‬‭lojas‬
‭comerciais.‬ ‭Esses‬ ‭estabelecimentos‬ ‭possuem‬ ‭períodos‬ ‭de‬ ‭funcionamento‬
‭bem‬ ‭definidos‬ ‭e‬ ‭compartilham‬ ‭hábitos‬ ‭de‬ ‭consumo‬ ‭comuns.‬ ‭Além‬ ‭disso,‬ ‭a‬
‭13‬

‭área‬‭urbana‬‭está‬‭quase‬‭totalmente‬‭desenvolvida,‬‭com‬‭o‬‭surgimento‬‭de‬‭novos‬
‭consumidores‬ ‭sendo‬ ‭raro.‬ ‭O‬ ‭crescimento‬ ‭de‬ ‭carga‬ ‭nessa‬ ‭região‬ ‭é‬
‭principalmente‬ ‭vegetativo,‬ ‭decorrente‬ ‭da‬ ‭introdução‬‭de‬‭novos‬‭equipamentos‬
‭elétricos.‬

‭Por‬ ‭outro‬ ‭lado,‬ ‭na‬ ‭zona‬ ‭suburbana,‬ ‭a‬ ‭densidade‬ ‭de‬ ‭carga‬ ‭é‬ ‭menor,‬
‭com‬ ‭predominância‬ ‭de‬ ‭consumidores‬ ‭residenciais,‬ ‭embora‬ ‭possam‬ ‭existir‬
‭também consumidores comerciais e industriais.‬

‭Por‬‭fim,‬‭a‬‭zona‬‭rural‬‭se‬‭caracteriza‬‭por‬‭uma‬‭densidade‬‭de‬‭carga‬‭muito‬
‭baixa,‬ ‭com‬ ‭consumidores‬ ‭predominantemente‬ ‭residenciais‬‭e‬‭agroindustriais,‬
‭cujos‬ ‭hábitos‬ ‭de‬ ‭consumo‬ ‭diferem‬ ‭significativamente‬ ‭dos‬ ‭observados‬ ‭nas‬
‭áreas urbanas e suburbanas.‬

‭3.2.‬ ‭Tipo de utilização de energia‬

‭A‬ ‭finalidade‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭qual‬ ‭o‬ ‭usuário‬ ‭consome‬ ‭a‬ ‭energia‬ ‭elétrica‬ ‭pode‬
‭tornar-se um critério para a classificação das cargas. Sendo elas:‬

‭●‬ ‭Cargas residenciais;‬


‭●‬ ‭Cargas‬‭comerciais‬‭de‬‭iluminação‬‭e‬‭condicionamento‬‭do‬‭ar‬‭em‬‭prédios,‬
‭lojas, edifícios de escritórios etc.;‬
‭●‬ ‭Cargas‬ ‭industriais‬ ‭trifásicas‬ ‭em‬ ‭geral,‬‭com‬‭predomínio‬‭de‬‭motores‬‭de‬
‭indução;‬
‭●‬ ‭Cargas rurais de agroindústrias.‬
‭●‬ ‭Cargas municipais e governamentais (serviços e poderes públicos);‬
‭●‬ ‭Carga de iluminação pública.‬

‭Estes‬ ‭critérios‬ ‭de‬ ‭classificação‬ ‭são‬ ‭importantes‬ ‭em‬ ‭estudos‬ ‭de‬


‭planejamento,‬ ‭pois‬ ‭permitem‬ ‭identificar,‬ ‭no‬ ‭caso‬‭geral,‬‭hábitos‬‭de‬‭consumo,‬
‭instantes que há maior demanda e variações de tensão produzidas.‬

‭3.3.‬ ‭Dependência da energia elétrica‬

‭Considerando‬‭os‬‭danos‬‭que‬‭a‬‭interrupção‬‭no‬‭fornecimento‬‭de‬‭energia‬
‭elétrica‬ ‭pode‬ ‭causar‬ ‭aos‬ ‭consumidores,‬ ‭as‬ ‭cargas‬ ‭podem‬ ‭ser‬ ‭classificadas‬
‭em sensíveis, semissensíveis e normais.‬

‭As‬‭cargas‬‭sensíveis‬‭referem-se‬‭àquelas‬‭em‬‭que‬‭a‬‭interrupção,‬‭mesmo‬
‭que‬ ‭momentânea,‬ ‭resulta‬ ‭em‬ ‭prejuízos‬ ‭significativos‬ ‭devido‬ ‭à‬ ‭perda‬ ‭de‬
‭14‬

‭produção‬‭já‬‭realizada‬‭ou‬‭à‬‭danificação‬‭das‬‭instalações.‬‭Por‬‭exemplo,‬‭em‬‭um‬
‭hospital,‬ ‭uma‬ ‭interrupção‬ ‭breve‬ ‭coloca‬ ‭vidas‬ ‭humanas‬ ‭em‬ ‭risco,‬ ‭o‬ ‭que‬
‭geralmente demanda a presença de sistemas de no-break.‬

‭As‬ ‭cargas‬ ‭semissensíveis‬ ‭são‬ ‭aquelas‬ ‭em‬‭que‬‭interrupções‬‭de‬‭cerca‬


‭de‬‭10‬‭minutos‬‭não‬‭causam‬‭prejuízos‬‭tão‬‭graves‬‭quanto‬‭as‬‭cargas‬‭sensíveis,‬
‭mas‬ ‭interrupções‬ ‭prolongadas‬ ‭terão‬ ‭efeitos‬ ‭similares.‬ ‭Por‬ ‭exemplo,‬ ‭em‬ ‭um‬
‭edifício‬ ‭comercial‬ ‭com‬ ‭ventilação‬ ‭centralizada,‬ ‭uma‬ ‭interrupção‬ ‭no‬
‭fornecimento de energia pode exigir a suspensão de todas as atividades.‬

‭Por‬ ‭fim,‬ ‭as‬ ‭cargas‬ ‭normais‬ ‭são‬ ‭aquelas‬ ‭em‬ ‭que‬ ‭a‬ ‭interrupção‬ ‭no‬
‭fornecimento‬ ‭de‬ ‭energia‬ ‭não‬ ‭resulta‬ ‭nos‬ ‭prejuízos‬ ‭mencionados‬
‭anteriormente,‬‭embora‬‭qualquer‬‭interrupção‬‭sempre‬‭acarreta‬‭inconvenientes.‬
‭Em‬‭uma‬‭residência,‬‭por‬‭exemplo,‬‭além‬‭de‬‭impedir‬‭o‬‭consumidor‬‭de‬‭desfrutar‬
‭de‬ ‭seu‬ ‭tempo‬ ‭de‬ ‭lazer,‬ ‭uma‬ ‭interrupção‬ ‭pode‬ ‭causar‬ ‭perdas‬ ‭financeiras‬
‭devido‬‭à‬‭deterioração‬‭de‬‭alimentos‬‭ou‬‭produtos‬‭armazenados‬‭em‬‭geladeiras‬
‭ou freezers.‬

‭Para‬ ‭a‬ ‭concessionária‬ ‭de‬ ‭energia,‬ ‭qualquer‬ ‭interrupção‬ ‭no‬


‭fornecimento‬ ‭acarreta‬ ‭prejuízos‬ ‭à‬ ‭sua‬ ‭reputação,‬ ‭faturamento‬ ‭e‬ ‭possíveis‬
‭penalidades impostas pelos órgãos reguladores.‬

‭3.4.‬ ‭Efeito da carga sobre o sistema de distribuição‬

‭De‬ ‭acordo‬ ‭com‬ ‭o‬ ‭padrão‬ ‭de‬ ‭operação,‬ ‭as‬ ‭cargas‬ ‭podem‬ ‭ser‬
‭categorizadas em: transitórias cíclicas, transitórias acíclicas e contínuas.‬

‭As‬ ‭cargas‬ ‭transitórias‬‭cíclicas‬‭e‬‭transitórias‬‭acíclicas‬‭são‬‭aquelas‬‭que‬


‭não‬‭operam‬‭de‬‭forma‬‭contínua.‬‭No‬‭entanto,‬‭a‬‭primeira‬‭opera‬‭com‬‭um‬‭ciclo‬‭de‬
‭trabalho‬ ‭periódico,‬ ‭enquanto‬ ‭a‬ ‭segunda‬ ‭opera‬ ‭com‬ ‭um‬ ‭ciclo‬ ‭de‬ ‭trabalho‬
‭irregular.‬

‭3.5.‬ ‭Tarifação‬

‭O‬‭modo‬‭como‬‭é‬‭faturada‬‭a‬‭energia‬‭fornecida‬‭é‬‭um‬‭critério‬‭de‬‭classificação‬‭de‬
‭cargas.‬‭Assim,‬‭os‬‭usuários‬‭são‬‭divididos‬‭em‬‭categorias,‬‭por‬‭faixa‬‭de‬‭tensão,‬‭a‬‭cada‬
‭uma‬ ‭delas‬ ‭correspondendo‬ ‭tarifação‬ ‭diferenciada.‬ ‭A‬ ‭classificação‬ ‭usual‬ ‭de‬
‭consumidores por este critério é:‬

‭●‬ ‭Residenciais;‬
‭15‬

‭●‬ ‭Comerciais;‬
‭●‬ ‭Industriais;‬
‭●‬ ‭Poderes públicos;‬
‭●‬ ‭Serviços públicos;‬
‭●‬ ‭Iluminação pública;‬
‭●‬ ‭Rural.‬
‭3.6.‬ ‭Tensão de fornecimento‬

‭Neste‬ ‭caso,‬ ‭o‬ ‭critério‬ ‭de‬ ‭classificação‬ ‭baseia-se‬ ‭na‬‭classe‬‭de‬‭tensão‬


‭nominal‬ ‭de‬ ‭fornecimento.‬ ‭Assim,‬ ‭genericamente,‬ ‭tem-se:‬ ‭consumidores‬ ‭em‬
‭baixa‬ ‭tensão‬ ‭ou‬ ‭secundários,‬ ‭consumidores‬ ‭em‬ ‭média‬ ‭tensão‬ ‭ou‬‭primários,‬
‭consumidores‬‭em‬‭tensão‬‭de‬‭subtransmissão‬‭e‬‭consumidores‬‭em‬‭alta‬‭tensão‬
‭ou em tensão de transmissão.‬

‭4.‬ ‭CURVAS DE CARGA‬

‭Os‬ ‭tipos‬ ‭de‬ ‭carga‬ ‭que‬ ‭comumente‬ ‭se‬ ‭encontram‬ ‭são:‬ ‭residenciais,‬
‭comerciais,‬ ‭industriais‬ ‭e‬ ‭iluminação‬ ‭pública.‬ ‭Cada‬ ‭um‬ ‭desses‬ ‭segmentos‬
‭caracteriza-se‬ ‭por‬ ‭possuir‬ ‭um‬ ‭fator‬ ‭de‬ ‭potência‬ ‭típico‬ ‭e‬ ‭um‬ ‭determinado‬
‭comportamento frente às variações de tensão e temperatura.‬

‭4.1. Consumidor residencial‬

‭A‬ ‭curva‬ ‭de‬ ‭carga‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭consumidor‬ ‭residencial‬ ‭caracteriza-se‬ ‭por‬ ‭um‬
‭consumo‬ ‭praticamente‬ ‭constante‬ ‭durante‬ ‭o‬ ‭dia‬ ‭inteiro‬ ‭com‬ ‭um‬ ‭aumento‬‭no‬‭fim‬‭da‬
‭tarde‬‭e‬‭um‬‭pico‬‭de‬‭demanda,‬‭provocado‬‭pelo‬‭uso‬‭do‬‭chuveiro‬‭elétrico‬‭(entre‬‭18‬‭e‬‭21‬
‭horas).‬‭Na‬‭figura‬‭abaixo,‬‭tem-se‬‭a‬‭curva‬‭de‬‭carga‬‭de‬‭um‬‭dia‬‭útil‬‭de‬‭um‬‭consumidor‬
‭real, que consome cerca de 330 kWh por mês.‬

‭Figura 12: Curva de carga de um consumidor residencial. Fonte: Aislan Antonio Francisquini‬
‭(2006).‬
‭16‬

‭4.2. Consumidor comercial‬

‭A‬ ‭curva‬ ‭de‬ ‭carga‬ ‭de‬ ‭consumidores‬ ‭comerciais‬ ‭é‬ ‭caracterizada‬ ‭por‬ ‭ter‬ ‭uma‬
‭demanda‬ ‭durante‬ ‭o‬ ‭horário‬ ‭comercial‬ ‭com‬ ‭um‬ ‭leve‬ ‭declínio‬ ‭no‬‭horário‬‭de‬‭almoço.‬
‭Fora‬ ‭do‬ ‭horário‬ ‭comercial‬ ‭a‬ ‭demanda‬ ‭desses‬ ‭consumidores‬ ‭é‬ ‭praticamente‬ ‭para‬
‭iluminação‬ ‭e‬ ‭refrigeração.‬ ‭Um‬ ‭exemplo‬ ‭de‬ ‭curva‬ ‭de‬ ‭carga‬ ‭para‬ ‭um‬ ‭consumidor‬
‭comercial real é mostrado na figura abaixo:‬

‭Figura 13: Curva de carga de um consumidor comercial. Fonte: Aislan Antonio Francisquini‬
‭(2006).‬

‭4.3. Consumidor industrial‬

‭Devido‬ ‭à‬ ‭enorme‬ ‭variação‬ ‭de‬ ‭atividades‬ ‭do‬ ‭setor‬ ‭industrial,‬ ‭as‬ ‭curvas‬
‭representativas‬ ‭são‬ ‭estimadas‬ ‭por‬ ‭ramo‬ ‭de‬ ‭atividade‬ ‭e‬ ‭por‬ ‭localização.‬ ‭Na‬ ‭figura‬
‭abaixo é mostrada essa variação ao longo de um dia útil.‬

‭Figura 14: Curva de carga de um consumidor industrial. Fonte: Aislan Antonio Francisquini‬
‭(2006).‬
‭17‬

‭4.4. Iluminação pública‬

‭Abaixo‬‭é‬‭possível‬‭ver‬‭um‬‭exemplo‬‭de‬‭gráfico‬‭com‬‭uma‬‭curva‬‭referente‬‭a‬‭um‬
‭sistema‬‭de‬‭iluminação‬‭pública,‬‭na‬‭linha‬‭vertical‬‭do‬‭gráfico‬‭é‬‭o‬‭consumo‬‭em‬‭kW‬‭e‬‭na‬
‭linha horizontal são os horários de funcionamento do sistema.‬

‭Figura 15: Curva de carga de um sistema de iluminação pública. Fonte:‬


‭https://www.seunipro.com/aracaju-sera-a-primeira-capital-do-brasil-com-o-maior-sistema-de-iluminac‬
‭ao-em-led/‬

‭5.‬ ‭FATORES TÍPICOS DE CARREGAMENTO INDIVIDUAL‬

‭5.1.‬ ‭Demanda‬

‭Baseando-se‬‭nas‬‭normas‬‭técnicas,‬‭pode-se‬‭definir‬‭que:‬‭“A‬‭demanda‬‭de‬‭uma‬
‭instalação‬ ‭é‬ ‭a‬ ‭carga‬ ‭nos‬ ‭terminais‬ ‭receptores‬ ‭tomada‬ ‭em‬ ‭valor‬ ‭médio‬ ‭num‬
‭determinado‬ ‭intervalo‬ ‭de‬ ‭tempo”.‬ ‭Nessa‬ ‭definição‬ ‭entende-se‬ ‭por‬ ‭“carga”‬ ‭a‬
‭aplicação‬‭que‬‭está‬‭sendo‬‭medida‬‭em‬‭termos‬‭de‬‭potência,‬‭aparente,‬‭ativa‬‭ou‬‭reativa,‬
‭ou‬ ‭ainda,‬ ‭em‬ ‭termos‬ ‭do‬ ‭valor‬ ‭eficaz‬ ‭da‬ ‭intensidade‬ ‭de‬ ‭corrente,‬ ‭conforme‬ ‭a‬
‭conveniência.‬‭O‬‭período‬‭no‬‭qual‬‭é‬‭tomado‬‭o‬‭valor‬‭médio‬‭é‬‭designado‬‭por‬‭“intervalo‬
‭de‬ ‭demanda”.‬ ‭Quando‬ ‭o‬ ‭intervalo‬ ‭de‬ ‭demanda‬ ‭tende‬ ‭a‬ ‭zero,‬ ‭pode-se‬ ‭definir‬ ‭a‬
‭“demanda‬ ‭instantânea”.‬ ‭Para‬ ‭cada‬ ‭aplicação‬ ‭pode-se‬ ‭levantar,‬ ‭num‬ ‭determinado‬
‭período,‬‭por‬‭exemplo,‬‭o‬‭dia,‬‭a‬‭curva‬‭da‬‭demanda‬‭instantânea‬‭em‬‭função‬‭do‬‭tempo,‬
‭obtendo-se‬ ‭a‬ ‭“curva‬ ‭instantânea‬ ‭de‬ ‭demanda‬ ‭no‬ ‭período”.‬ ‭Evidentemente,‬ ‭nessa‬
‭curva‬ ‭ocorrerão‬ ‭flutuações‬ ‭muito‬ ‭grandes‬ ‭na‬ ‭demanda,‬ ‭sendo,‬ ‭portanto,‬ ‭prática‬
‭comum‬ ‭tomar-se‬ ‭a‬‭curva‬‭de‬‭demanda‬‭do‬‭período‬‭considerando-se‬‭um‬‭intervalo‬‭de‬
‭demanda não nulo, usualmente 10 ou 15 minutos‬
‭18‬

‭5.2.‬ ‭Demanda máxima‬

‭De‬ ‭acordo‬ ‭com‬ ‭normas‬ ‭técnicas,‬ ‭define-se:‬ ‭“A‬ ‭demanda‬ ‭máxima‬ ‭de‬ ‭uma‬
‭instalação‬‭ou‬‭sistema‬‭é‬‭a‬‭maior‬‭de‬‭todas‬‭as‬‭demandas‬‭que‬‭ocorreram‬‭num‬‭período‬
‭especificado‬‭de‬‭tempo”.‬‭Não‬‭se‬‭deve‬‭confundir‬‭o‬‭período‬‭durante‬‭o‬‭qual‬‭a‬‭demanda‬
‭foi‬ ‭observada‬ ‭com‬ ‭o‬ ‭intervalo‬ ‭de‬ ‭demanda.‬ ‭Assim,‬ ‭é‬ ‭evidente‬ ‭que‬‭quando‬‭se‬‭fala‬
‭em‬‭demanda‬‭máxima‬‭é‬‭imprescindível‬‭que‬‭se‬‭especifique‬‭o‬‭período‬‭durantes‬‭o‬‭qual‬
‭a‬ ‭demanda,‬ ‭com‬ ‭intervalo‬ ‭de‬ ‭demanda‬ ‭pré‬ ‭fixado,‬ ‭foi‬ ‭observada,‬ ‭ou‬‭seja‬‭deve-se‬
‭dizer:‬ ‭demanda‬ ‭máxima‬ ‭diária,‬ ‭mensal,‬ ‭ou‬ ‭anual,‬ ‭conforme‬ ‭o‬ ‭período‬ ‭de‬
‭observação tenha sido o dia, o mês ou o ano, respectivamente.‬

‭5.3.‬ ‭Demanda média‬

‭A‬ ‭demanda‬ ‭média‬ ‭corresponde‬ ‭à‬ ‭média‬‭das‬‭demandas‬‭durante‬‭um‬‭período‬


‭específico‬ ‭(dia,‬ ‭semana,‬ ‭mês‬ ‭etc.).‬ ‭Deve‬ ‭incluir‬ ‭intervalo‬ ‭de‬ ‭demanda,‬ ‭período‬ ‭e‬
‭unidades.‬

‭5.4.‬ ‭Fator de carga‬

‭Define-se‬ ‭fator‬ ‭de‬ ‭carga‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭sistema,‬ ‭ou‬ ‭de‬ ‭parte‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭sistema,‬ ‭como‬
‭sendo‬‭a‬‭relação‬‭entre‬‭as‬‭demandas‬‭média‬‭e‬‭máxima‬‭do‬‭sistema,‬‭correspondentes‬‭a‬
‭um‬‭período‬‭de‬‭tempo‬‭T.‬‭O‬‭fator‬‭de‬‭carga,‬‭que‬‭é‬‭adimensional,‬‭é‬‭sempre‬‭menor‬‭que‬
‭um.‬‭Observa-se‬‭que‬‭a‬‭um‬‭fator‬‭de‬‭carga‬‭unitário‬‭corresponde‬‭um‬‭sistema‬‭que‬‭está‬
‭operando,‬ ‭durante‬ ‭o‬ ‭período‬ ‭de‬ ‭tempo‬ ‭T,‬ ‭com‬ ‭demanda‬ ‭constante.‬ ‭Para‬ ‭tanto‬
‭temos:‬

‭𝐷‬‭𝑚‬‭é‭𝑑‬ 𝑖𝑎‬‭: demanda média do sistema no período T;‬

‭𝐷‬‭𝑚‬‭á‭𝑥‬ ‬‭: demanda máxima do sistema no período T;‬

‭𝑑‬(‭𝑡‬)‭: demanda instantânea do instante t;‬

‭𝑓‬‭𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎‬‭: fator de carga do sistema no período‬‭T.‬

‭𝐷‬‭𝑚‬‭é‭𝑑‬ 𝑖𝑎‬ ∫‭𝑑‬(‭𝑡‬).‭𝑑𝑡‬


‭𝑓‬‭𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎‬ = ‭𝐷‬‭𝑚‬‭á‭𝑥‬ ‬
= ‭𝐷‬‭𝑚‬‭á‬‭𝑥.‭‬ ‬‭𝑇‬

‭Nota-se,‬‭portanto,‬‭que‬‭o‬‭fator‬‭de‬‭carga‬‭pode‬‭ser‬‭expresso‬‭pela‬‭relação‬‭entre‬
‭o‬‭consumo‬‭real‬‭de‬‭energia‬‭e‬‭o‬‭consumo‬‭que‬‭haveria‬‭se‬‭a‬‭carga‬‭solicitasse‬‭durante‬
‭19‬

‭todo‬‭o‬‭tempo‬‭uma‬‭potência‬‭constante‬‭e‬‭igual‬‭a‬‭demanda‬‭máxima.‬‭Como‬‭o‬‭custo‬‭da‬
‭energia‬ ‭elétrica‬ ‭é‬ ‭função‬ ‭dos‬ ‭custos‬ ‭fixos,‬ ‭que‬ ‭por‬ ‭sua‬ ‭vez‬ ‭independem‬ ‭da‬
‭quantidade‬ ‭de‬ ‭energia‬ ‭que‬ ‭está‬ ‭sendo‬ ‭consumida,‬ ‭o‬ ‭custo‬ ‭por‬ ‭kWh‬ ‭cai‬ ‭quando‬ ‭o‬
‭custo‬ ‭fixo‬ ‭é‬ ‭rateado‬ ‭em‬ ‭uma‬ ‭quantidade‬ ‭maior‬ ‭de‬ ‭kWh‬ ‭vendido.‬ ‭Desta‬ ‭forma‬
‭nota-se‬ ‭que‬ ‭o‬ ‭fator‬ ‭de‬ ‭carga‬ ‭deve‬ ‭ser‬ ‭o‬ ‭mais‬ ‭próximo‬ ‭possível‬ ‭da‬ ‭unidade.‬ ‭Para‬
‭melhorar‬ ‭o‬ ‭fator‬ ‭de‬ ‭carga,‬ ‭algumas‬ ‭concessionárias‬ ‭fornecedoras‬ ‭de‬ ‭energia‬
‭elétrica‬ ‭oferecem‬ ‭tarifas‬ ‭mais‬ ‭baixas‬ ‭nas‬ ‭horas‬ ‭de‬ ‭off-peak‬ ‭(fora‬ ‭do‬ ‭período‬ ‭de‬
‭ponta da carga).‬

‭6.‬ ‭FATORES TÍPICOS DE CARREGAMENTO COLETIVO‬

‭6.1.‬ ‭Demanda diversificada‬

‭É‬ ‭a‬ ‭soma‬ ‭das‬ ‭demandas‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭grupo‬ ‭de‬ ‭indivíduos‬ ‭que‬ ‭são‬ ‭feitas‬‭em‬‭um‬
‭determinado‬ ‭instante‬‭de‬‭tempo‬‭de‬‭um‬‭intervalo‬‭específico.‬‭A‬‭demanda‬‭em‬‭questão‬
‭é representada pela seguinte equação matemática:‬
‭𝑛‬
‭𝐷‬‭𝑑𝑖𝑣‬(‭𝑡‬) = ‭‬ ∑ ‭𝐷‬‭𝑖‬‭‬(‭𝑡‬)
‭𝑖‬=‭1‬

‭Onde,‬ ‭𝑡‬ ‭é‬ ‭o‬ ‭instante‬ ‭de‬ ‭tempo‬ ‭que‬ ‭a‬ ‭soma‬ ‭será‬ ‭feita,‬ ‭𝑛‬ ‭é‬ ‭a‬ ‭quantidade‬ ‭de‬
‭cargas a serem somadas,‬‭𝐷‬‭𝑖‬ ‭é a demanda de cada‬‭carga.‬

‭6.2.‬ ‭Demanda máxima diversificada‬

‭É‬ ‭a‬ ‭maior‬ ‭das‬ ‭demandas‬ ‭diversificadas‬ ‭que‬ ‭ocorreram‬ ‭em‬ ‭um‬ ‭período‬ ‭de‬
‭tempo.‬ ‭Sendo‬ ‭assim,‬ ‭assumindo‬ ‭que‬ ‭o‬ ‭instante‬ ‭de‬ ‭tempo‬ ‭no‬ ‭qual‬ ‭a‬ ‭demanda‬
‭diversificada foi máxima como‬‭𝑡𝑎‬‭, temos:‬
‭𝑛‬
‭𝑚‬‭á‭𝑥
‬‬
‭𝐷‬‭𝑑𝑖𝑣‬ (‭𝑡𝑎‬) = ‭‬ ∑ ‭𝐷‬‭𝑖‬‭‬(‭𝑡𝑎‬)
‭𝑖‬=‭1‬

‭6.3.‬ ‭Curva de duração de carga‬

‭É‬ ‭um‬ ‭gráfico‬ ‭feito‬ ‭pela‬ ‭associação‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭período‬ ‭de‬ ‭tempo(dividido‬ ‭em‬
‭porcentagem)‬ ‭com‬ ‭a‬ ‭demanda‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭determinado‬ ‭local.‬ ‭A‬ ‭principal‬ ‭função‬ ‭que‬
‭essa‬ ‭curva‬ ‭exerce‬ ‭é‬ ‭mostrar‬‭quanto‬‭tempo‬‭a‬‭demanda‬‭fornecida‬‭não‬‭é‬‭menor‬‭que‬
‭um‬ ‭determinado‬ ‭valor.‬ ‭A‬ ‭figura‬ ‭a‬ ‭seguir‬ ‭demonstra‬ ‭um‬ ‭exemplo‬ ‭de‬ ‭um‬
‭transformador‬ ‭que‬ ‭opera‬ ‭em‬ ‭12‬ ‭kW‬ ‭ou‬ ‭acima‬ ‭durante‬ ‭22%‬ ‭do‬ ‭período‬
‭determinado(15 minutos).‬
‭20‬

‭Figura 16: Curva de duração de carga. Fonte:‬‭LIVRO_UNICO.pdf‬


‭(cm-kls-content.s3.amazonaws.com)‬‭.‬

‭6.4.‬ ‭Demanda máxima não-coincidente‬


‭𝑚‬‭á‭𝑥
‬‬
‭É‬ ‭denominada‬ ‭como‬ ‭a‬ ‭soma‬ ‭das‬ ‭demandas‬ ‭máximas‬ ‭individuais(‬‭𝐷‬‭𝑖‬ ‭).‬

‭Nesta‬‭demanda‬‭em‬‭questão,‬‭não‬‭é‬‭definido‬‭um‬‭período‬‭específico,‬‭com‬‭isso,‬‭temos‬
‭a seguinte expressão:‬
‭𝑛‬
‭𝑚‬‭á‭𝑥
‬‬ ‭𝑚‭á‬ ‭𝑥
‬‬
‭𝐷‬‭𝑛𝑐𝑜𝑖𝑛𝑐‬ = ∑ (‭𝐷‬‭𝑖‬ )
‭𝑖‬=‭1‬

‭6.5.‬ ‭Fator de diversidade‬

‭O‬ ‭fator‬ ‭de‬ ‭diversidade‬ ‭é‬ ‭resultado‬ ‭da‬ ‭razão‬ ‭entre‬ ‭a‬ ‭demanda‬ ‭máxima‬
‭𝑚‬‭á‭𝑥
‬‬ ‭𝑚‬‭á‭𝑥
‬‬
‭não-coincidente(‬‭𝐷‬‭𝑛𝑐𝑜𝑖𝑛𝑐‬‭)‬ ‭pela‬ ‭demanda‬ ‭máxima‬ ‭diversificada(‬‭𝐷‬‭𝑑𝑖𝑣‬ ‭)‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭conjunto‬

‭de‬‭cargas‬‭semelhantes.‬‭Como‬‭a‬‭demanda‬‭máxima‬‭não-coincidente‬‭não‬‭está‬‭contida‬
‭em‬ ‭um‬ ‭intervalo‬ ‭de‬ ‭tempo(portanto‬ ‭é‬ ‭só‬ ‭avaliado‬ ‭seu‬ ‭máximo‬ ‭sem‬ ‭imposições)‬
‭implica‬ ‭que‬ ‭o‬ ‭fator‬ ‭de‬ ‭diversidade‬ ‭será‬ ‭sempre‬ ‭maior‬ ‭que‬ ‭a‬ ‭unidade,‬ ‭como‬ ‭é‬
‭possível observar na equação a seguir:‬
‭𝑚‬‭á‭𝑥
‬‬
‭𝐷‭𝑛‬ 𝑐𝑜𝑖𝑛𝑐‬
‭𝑓‬‭𝑑𝑖𝑣‬ = ‭‬ ‭𝑚‭á‬ ‬‭𝑥‬
‭𝐷‬‭𝑑𝑖𝑣‬

‭6.6.‬ ‭Fator de demanda‬

‭O‬‭fator‬‭de‬‭demanda‬‭mostra‬‭em‬‭porcentagem‬‭a‬‭quantidade‬‭de‬‭equipamentos‬
‭que‬ ‭estão‬ ‭conectados‬ ‭em‬ ‭um‬ ‭determinado‬ ‭intervalo‬ ‭de‬ ‭tempo‬ ‭onde‬ ‭ocorre‬ ‭a‬
‭demanda‬ ‭máxima.‬ ‭Desta‬ ‭forma,‬ ‭o‬ ‭resultado‬ ‭será‬ ‭o‬ ‭equivalente‬ ‭a‬ ‭quantidade‬ ‭de‬
‭21‬

‭energia‬ ‭que‬ ‭está‬ ‭sendo‬ ‭usada‬ ‭em‬ ‭relação‬ ‭à‬ ‭carga‬ ‭nominal‬ ‭da‬ ‭instalação‬ ‭em‬
‭questão.‬
‭𝑚‭á‬ ‬‭𝑥‬
‭𝐷‬
‭𝑓‬‭𝑑𝑒𝑚‬ = ‭‬ ‭𝐷‬
‭𝑛𝑜𝑚‬

‭𝑚‬‭á‭𝑥
‬‬
‭Onde,‬ ‭𝐷‬ ‭é‬ ‭a‬ ‭demanda‬ ‭máxima‬ ‭no‬‭intervalo‬‭definido‬‭e‬ ‭𝐷‬‭𝑛𝑜𝑚‬ ‭é‬‭a‬‭demanda‬

‭nominal da carga.‬

‭6.7.‬ ‭Fator de utilização‬

‭É‬‭a‬‭razão‬‭entre‬‭a‬‭demanda‬‭máxima‬‭de‬‭uma‬‭carga‬‭e‬‭a‬‭capacidade‬‭do‬‭sistema‬
‭em‬ ‭determinado‬ ‭período.‬ ‭Esse‬ ‭fator‬ ‭é‬ ‭utilizado‬ ‭para‬ ‭analisar‬ ‭o‬ ‭quanto‬ ‭da‬
‭capacidade do sistema está sendo transferida para a carga.‬
‭𝑚‭á‬ ‬‭𝑥‬
‭𝐷‬
‭𝑓‬‭𝑢𝑡𝑖𝑙‬‭‬ = ‭‬ ‭𝐶‬ ‭‬
‭𝑠𝑖𝑠𝑡‬

‭𝑚‬‭á‭𝑥
‬‬
‭Onde,‬‭𝐷‬ ‭é a potência demandada pela carga(kVA)‬‭e‬‭𝐶‬‭𝑠𝑖𝑠𝑡‬ ‭é a capacidade‬

‭de fornecimento do sistema.‬

‭6.8.‬ ‭Diversidade da carga‬

‭É‬ ‭obtido‬ ‭pela‬ ‭diferença‬ ‭entre‬ ‭a‬ ‭demanda‬ ‭máxima‬ ‭não-coincidente‬ ‭e‬ ‭a‬
‭demanda‬ ‭máxima‬ ‭diversificada.‬ ‭Resultado‬ ‭equivale‬ ‭ao‬ ‭quanto‬ ‭de‬ ‭erro‬‭existe‬‭entre‬
‭uma‬ ‭demanda‬ ‭que‬ ‭está‬‭contida‬‭em‬‭um‬‭intervalo‬‭definido‬‭de‬‭outra‬‭que‬‭por‬‭sua‬‭vez‬
‭não está.‬
‭𝑚‭á‬ ‭𝑥
‬‬ ‭𝑚‭á‬ ‭𝑥
‬‬
‭𝐷‬‭𝑣𝑐‬‭‬ = ‭‬‭𝐷‬‭𝑛𝑐𝑜𝑛𝑐‬‭‬ − ‭‬‭𝐷‬‭𝑑𝑖𝑣‬

‭7.‬ ‭CONCLUSÃO‬

‭Em‬ ‭conclusão,‬ ‭os‬ ‭fatores‬ ‭típicos‬ ‭de‬ ‭carregamento‬ ‭em‬ ‭sistemas‬ ‭de‬
‭distribuição‬ ‭de‬ ‭energia‬ ‭elétrica‬ ‭desempenham‬ ‭um‬ ‭papel‬ ‭crucial‬ ‭na‬ ‭operação‬
‭confiável‬ ‭e‬ ‭eficiente‬ ‭desses‬ ‭sistemas.‬ ‭Desde‬ ‭a‬ ‭gestão‬ ‭da‬ ‭demanda‬ ‭variável‬ ‭até‬ ‭a‬
‭capacidade‬‭dos‬‭equipamentos‬‭e‬‭a‬‭consideração‬‭das‬‭condições‬‭climáticas,‬‭entender‬
‭e‬ ‭gerenciar‬ ‭esses‬ ‭fatores‬ ‭é‬ ‭essencial‬ ‭para‬ ‭garantir‬ ‭um‬ ‭fornecimento‬ ‭de‬ ‭energia‬
‭seguro‬ ‭e‬ ‭contínuo‬ ‭aos‬ ‭consumidores‬ ‭finais.‬ ‭Além‬ ‭disso,‬ ‭o‬ ‭avanço‬ ‭da‬ ‭tecnologia‬‭e‬
‭das‬‭práticas‬‭de‬‭gestão‬‭de‬‭energia‬‭oferece‬‭oportunidades‬‭para‬‭otimizar‬‭ainda‬‭mais‬‭o‬
‭desempenho‬ ‭desses‬ ‭sistemas,‬ ‭aumentando‬ ‭sua‬ ‭resiliência‬ ‭e‬ ‭eficiência.‬ ‭Em‬ ‭um‬
‭cenário‬ ‭em‬ ‭constante‬ ‭evolução,‬ ‭a‬ ‭atenção‬‭contínua‬‭a‬‭esses‬‭fatores‬‭é‬‭fundamental‬
‭22‬

‭para‬ ‭atender‬ ‭às‬ ‭demandas‬ ‭crescentes‬‭de‬‭energia‬‭e‬‭garantir‬‭a‬‭sustentabilidade‬‭e‬‭a‬


‭confiabilidade dos sistemas de distribuição de energia elétrica.‬
‭23‬

‭8.‬ ‭REFERÊNCIAS‬

‭OLIVEIRA,‬ ‭Carlos‬ ‭César‬ ‭Barioni‬ ‭de;‬ ‭ROBBA,‬ ‭Ernesto‬ ‭João;‬ ‭KAGAN,‬ ‭Nelson‬
‭Introdução‬‭aos‬‭sistemas‬‭de‬‭distribuição‬‭de‬‭energia‬‭elétrica.‬‭São‬‭Paulo:‬‭Editora‬
‭Edgard Blucher, 2017‬

‭Metodologia‬ ‭para‬ ‭modelagem‬ ‭de‬ ‭curvas‬ ‭típicas‬ ‭de‬ ‭demanda‬ ‭elétrica‬


‭utilizando‬ ‭redes‬ ‭neurais‬ ‭artificiais‬ ‭considerando‬ ‭variáveis‬ ‭climáticas.‬
‭Disponível em:‬

‭https://cursos.unipampa.edu.br/cursos/ppgee/files/2015/03/Disserta%C3%A7%C3%‬
‭A3o_Marthielo_Marques.pdf‬‭. Acesso em: 21 de março‬‭de 2024.‬

‭Sistema de distribuição.‬‭Disponível em:‬

‭https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/engenhariaeletrica/apostila_sdee_0‬
‭1‬‭. Acesso em: 21 de março de 2024.‬

‭Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.‬‭Disponível em:‬


‭https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/201702/INTERATIVAS_2_0/GERACAO_T‬
‭RANSMISSAO_E_DISTRIBUICAO_DE_ENERGIA_ELETRICA/U1/LIVRO_UNICO.p‬
‭df‬‭. Acesso em 21 de março de 2024.‬

‭Aracaju será a primeira capital do Brasil com maior sistema de‬


‭iluminação em LED.‬‭Disponível em:‬

‭https://www.seunipro.com/aracaju-sera-a-primeira-capital-do-brasil-com-o-maior-sist‬
‭ema-de-iluminacao-em-led/‬‭. Acesso em 21 de março de‬‭2024.‬

‭Agrupamento de cargas e definições complementares.‬ ‭Disponível em:‬


‭https://www.osetoreletrico.com.br/wp-content/uploads/documentos/fasciculos/ed-109‬
‭_Fasciculo_Cap-II-Analise-de-consumo-de-energia-e-aplicacoes.pdf‬‭.‬‭Acesso em 21‬
‭de março de 2024.‬

‭Aspectos gerais de sistema de distribuição.‬‭Disponível‬‭em:‬


‭https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/engenhariaeletrica/apostila_sdee_0‬
‭1‬‭Acesso em 21 de março de 2024.‬

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