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SENAI – CETEM

“CENTRO DE EXCELÊNCIA EM TECNOLOGIA E


MANUFATURA MARIA MADALENA NOGUEIRA”

INSTALAÇÃO
ELÉTRICA
INDUSTRIAL

SENAI-CETEM
“Centro de Excelência em Tecnologia e Manufatura Maria Madalena Nogueira”
Av. Amazonas, 55 – Centro
Betim – MG – Cep. 32650-720
Tel. 31-3594-1000 – E-mail: cetem@fiemg.com.br
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
____________________________________________________________

Presidente da FIEMG
Olavo Machado Júnior

Gestor do SENAI
Petrônio Machado Zica

Diretor Regional do SENAI e


Superintendente de Conhecimento e Tecnologia
Alexandre Magno Leão dos Santos

Gerente de Educação e Tecnologia


Edmar Fernando de Alcântara

Unidade Operacional

CENTRO DE EXCELÊNCIA EM TECNOLOGIA E MANUFATURA “MARIA


MADALENA NOGUEIRA” - CETEM

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Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
____________________________________________________________

Sumário
APRESENTAÇÃO ...............................................................................................................................6
1. CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA ..................................................................7
1.1. ENERGIA REATIVA ................................................................................................7
1.2. FATOR DE POTÊNCIA (COS ) ............................................................................7
1.3. DIMENSIONAMENTO DOS CAPACITORES..........................................................8
1.4 CAUSAS DO BAIXO FATOR DE POTÊNCIA ........................................................10
NÍVEL DE TENSÃO ACIMA DO NOMINAL. ............................................................................10
MOTORES OPERANDO EM VAZIOS OU SUPERDIMENSIONADOS ........................11
TRANSFORMADORES EM VAZIO OU COM PEQUENAS CARGAS .........................12
1.5 BENEFÍCIOS DA CORREÇÃO DO FATOR POTÊNCIA ........................................13
LOCALIZAÇÃO DOS CAPACITORES .........................................................................13
1.6. CAPACITORES NO SECUNDÁRIO DOS TRANSFORMADORES .......................15
Capacitores nos barramentos secundários (CCMS) ...................................................15
Instalação de capacitores no lado de alta tensão ......................................................16
1.7. TIPOS DOS CAPACITORES ................................................................................16
2. ILUMINAÇÃO DE INTERIORES ..............................................................................17
2.1. LUZ .......................................................................................................................17
2.2. SENSIBILIDADE VISUAL .....................................................................................18
2.3. FLUXO LUMINOSO (Φ) ........................................................................................18
2.4. INTENSIDADE LUMINOSA (I) ..............................................................................18
2.5. ILUMINÂNCIA (E) .................................................................................................18
2.6. LUMINÂNCIA (L) ..................................................................................................19
2.7. FATOR OU ÍNDICE DE REFLEXÃO .....................................................................19
2.8. TEMPERATURA DE COR CORRELATA (TCC) ...................................................19
2.9. ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE CORES (IRC) .....................................................20
2.10. CURVA DE DISTRIBUIÇÃO LUMINOSA (CDL) .................................................20
2.11. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA (ΗΩ) .......................................................................21
2.12 FATORES DE DESEMPENHO ............................................................................21
3. PROJETO DE ILUMINAÇÃO ...................................................................................22
3.1. FUNÇÃO DO AMBIENTE E NÍVEL DE ILUMINAMENTO NECESSÁRIO PARA AS
TAREFAS ....................................................................................................................22
3.2. A AUSÊNCIA DE OFUSCAMENTO ......................................................................22
3.3. A UNIFORMIDADE DA ILUMINAÇÃO ..................................................................22
3.4. MÉTODO DAS CAVIDADES ZONAIS ..................................................................23
3.5. FLUXO LUMINOSO ..............................................................................................24
3.6. O CONCEITO DE CAVIDADE ZONAL..................................................................26
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3.7 MÉTODO DOS LÚMENS .......................................................................................54


4.1 INTRODUÇÃO: ......................................................................................................62
4.2. CONDIÇÕES DE SUPRIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA .................................62
4.2. PLANTA BAIXA DE ARQUITETURA DO PRÉDIO: ..............................................63
4.3. PLANTA BAIXA COM DISPOSIÇÃO FÍSICA DAS MÁQUINAS: ...........................63
4.4. PLANTA DE DETALHES ......................................................................................63
4.5. PLANOS DE EXPANSÃO: ....................................................................................63
5. CONDUTORES ELÉTRICOS .................................................................................67
5.1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................67
5.2. FIOS E CABOS CONDUTORES...........................................................................68
4.3. CRITÉRIOS PARA DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO MÍNIMA DO CONDUTOR
FASE ...........................................................................................................................69
5.4. CRITÉRIO DA CAPACIDADE DE CONDUÇÃO ...................................................71
5.5. CRITÉRIO DA QUEDA DE TENSÃO ....................................................................86
5.6. CÁLCULO DO CONDUTOR NEUTRO SEGUNDO A NORMA NBR 5410. ...........88
6. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO .................................................................................89
SISTEMA DE CONDUTORES VIVOS .........................................................................89
6.1. SISTEMA MONOFÁSICO A DOIS CONDUTORES (F – N) ..................................89
6.2. SISTEMA MONOFÁSICO A TRÊS CONDUTORES .............................................89
6.3. SISTEMA TRIFÁSICO A TRÊS CONDUTORES (3F) ..........................................89
6.4. SISTEMA TRIFÁSICO A QUATRO CONDUTORES (3F - N) ...............................89
7. SISTEMA DE ATERRAMENTO ...............................................................................89
7.1. ESQUEMA TT.......................................................................................................90
6.2. ESQUEMA TN ......................................................................................................90
6.3. ESQUEMA IT ........................................................................................................92
8. CÁLCULO DA DEMANDA .......................................................................................93
8.1. MOTORES ............................................................................................................93
8.2. ILUMINAÇÃO E TOMADAS EM GERAL...............................................................95
8.3. DETERMINAÇÃO DO HORÁRIO DE PONTA DA INDÚSTRIA ............................96
8.4. DIMENSIONAMENTO DO RAMAL DE LIGAÇÃO AÉREO ..................................97
8.6. ELOS FUSÍVEIS PARA PROTEÇÃO DE TRANSFORMADORES........................98
9.1. SISTEMA DE FIXAÇÃO DAS INSTALAÇÕES E DISTRIBUIÇÃO DE CIRCUITOS.
....................................................................................................................................98
10. DIMESNIONAMENTO DE ELETRODUTOS ........................................................ 101
11. PROTEÇÃO ELÉTRICA ...................................................................................... 103
11.1. DISJUNTOR ..................................................................................................... 103
11.1.1. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE UM DISJUNTOR ............................... 103

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11.1.2. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO.............................................................. 105


11.1.3. CLASSIFICAÇÃO DOS DISJUNTORES ........................................................ 105
11.2. FUSÍVEIS ............................................................................................................ 107
11.2.1. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO............................................................... 108
11.2.2. NORMA DOS FUSÍVEIS ................................................................................ 108
11.2.3. AÇÃO DE UM FUSÍVEL LIMITADOR ............................................................ 109
11.2.4. CURVA CARACTERÍSTICA DE UM FUSÍVEL DE AÇÃO RÁPIDA E
RETARDADA............................................................................................................. 109
11.2.5. PRINCIPAIS TIPOS DE FUSÍVEIS EXISTENTES EM UMA INSTALAÇÃO
INDUSTRIAL ............................................................................................................. 109
11.2.6. BASE DE FIXAÇÃO ....................................................................................... 110
11.2.7. VANTAGENS DOS FUSÍVEIS ....................................................................... 111
11.2.8. DESVANTAGENS DOS FUSÍVEIS ................................................................ 111
11.3. RELÉ BIMETÁLICO DE SOBRECARGA .......................................................... 112
11.3.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 112
11.3.2. AÇÃO DAS CORRENTES NAS LÂMINAS..................................................... 112
11.3.3. - RELÉ DE TEMPERATURA À TERMISTOR................................................. 113
11.4. DIMENSIONAMENTOS .................................................................................... 113
PRINCÍPIOS DA REGULAMENTAÇÃO ........................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
O CÁLCULO DO FATOR DE POTÊNCIA PODERÁ SER FEITO DE DUAS FORMAS
DISTINTAS: .................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
CÁLCULO DO EXCEDENTE DE REATIVOS ................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
Avaliação mensal ......................................................................... Erro! Indicador não definido.
Avaliação horária ......................................................................... Erro! Indicador não definido.
FATURAMENTO DO EXCEDENTE .............................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

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Apresentação

“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do


conhecimento”.
Peter Drucker

O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os


perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção,
coleta, disseminação e uso da informação.

O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso, e,


consciente do seu papel formativo, educa o trabalhador sob a égide do conceito
da competência: “formar o profissional com responsabilidade no processo
produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos
técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e
consciência da necessidade de educação continuada”.

Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento, na sua área


tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se
faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia,
da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – Internet - é tão
importante quanto zelar pela produção de material didático.

Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e
laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.

O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada!

Gerência de Educação e Tecnologia

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1. CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA


1.1. ENERGIA REATIVA
A potência elétrica aparente total (kVA), gerada e transmitida às cargas
através dos circuitos elétricos, é composta pela soma vetorial da potência ativa (kW)
e da potência reativa (kvar).
A potência ativa é transformada em trabalho útil (produção de movimento,
calor, luz e etc.).

A potência reativa é uma componente da potência total que não pode ser
transformada em trabalho, mas que está sempre presente nos circuitos elétricos,
associada à criação e manutenção de campos eletromagnéticos em diversos
componentes do sistema, tais como nos transformadores, motores, condutores,
reatores de lâmpadas de descarga e etc...

A energia reativa (kvarh) que transita pelos sistemas elétricos, desde as


usinas geradoras até as instalações consumidoras, exige o aumento da potência
dos geradores e transformadores e reduz a capacidade de condução de corrente
dos sistemas de transmissão e de distribuição.

A energia reativa não é tarifada pelas concessionárias, uma vez que a


utilização de energia é avaliada apenas pela energia ativa (kWh) e demanda de
potência ativa (kW), no entanto, se a energia reativa consumida pela instalação
consumidora não se mantiver dentro do limite de referência do fator de potência
estabelecidos nas “Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica”,
Portaria Nº 456 de 29/11/2000 editada pela ANEEL – Agência Nacional de
Energia Elétrica, o consumidor pagará valores adicionais denominados como
“excedentes” de consumo reativo e de demanda de potência reativa.

Convém registrar que segundo o decreto N 81.621 de 03/05/78, que


aprova o Quadro Geral de Unidades de Medida, o nome e o símbolo da
grandeza “potência reativa” é o var, ambos grafados em letras minúsculas,
sendo definida como: “potência reativa de um circuito percorrido por uma
corrente alternada senoidal com valor eficaz de 1 Ampère, sob uma tensão
elétrica com valor eficaz de 1 Volt, defasada de /2 radianos em relação à
corrente”.

1.2. FATOR DE POTÊNCIA (COS )

O “fator de potência”, também conhecido pela designação “cos ”, é o


número que expressa, a cada instante, a relação entre a potência efetivamente
utilizada (potência ativa em kW) e a potência total requerida (potência aparente
em kVA). A potência total requerida, por sua vez, é igual à soma vetorial da
potência ativa (kW) com a potência reativa (kvar):


 POTENCIA REALMENTE UTILIZADA (kW )
FATOR DE POTENCIA =  
POTENCIA TOTAL REQUERIDA (kVA)

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Estas três potências formam o triângulo de potências apresentado a seguir:

P = Potência
Ativa

Q = Potência Reativa
S
=
S = P  Q = Potência=Aparente
2 2

=
O fator de potência pode ser expresso como sendo o cosseno do ângulo 
=
do triângulo de potências.
=
O fator de potência pode ser também calculado a partir dos consumos de
energia ativa (kWh) e reativa (kvarh), através das expressões:

kWh
FP =
(kWh) 2 + (kvarh) 2

kvarh
FP  cos arctg
kWh

O fator de potência pode ser indutivo (atrasado) ou capacitivo (adiantado),


variando de 0 (potência totalmente reativa, carga puramente indutiva ou
capacitiva) a 1 (potência totalmente ativa, carga puramente resistiva), conforme
abaixo indicado:

fp capacitivo fp indutivo
1
0,92 0,92

0 0

Instalações consumidoras, em geral, possuem cargas predominantemente


indutivas (transformadores, motores, reatores de lâmpadas fluorescentes e
etc...), podendo a potência reativa solicitada pela carga ser fornecida totalmente
pela concessionária ou gerada parcialmente por bancos de capacitores em alta
e/ou baixa tensão instalados no consumidor.

1.3. DIMENSIONAMENTO DOS CAPACITORES

Para dimensionamento e instalação de capacitores devemos coletar algumas


informações que serão necessárias para análise do sistema, tais como:
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 Diagrama unifilar atualizado do sistema;


 Condições operacionais do sistema;
 Levantamento de carga;
 Medições de demanda ativa e reativa.
O diagrama unifilar do sistema com todos os dados dos equipamentos serve
para conhecermos a distribuição da carga e onde serão instalados os capacitores.
As condições operacionais do sistema são necessárias no que tange a mudança da
configuração da rede em situações de manobra e emergência. O levantamento de
carga se faz necessário para conhecermos os tipos, características e condições de
operação das cargas instaladas. As medições de demanda ativa e reativa são
necessárias para conhecermos o comportamento das curvas de demanda da
instalação.
Para determinar a potência reativa dos capacitores necessária para corrigir um
fator de potência inicial para um fator de potência final, devemos analisar as
alterações no triângulo de potência.

TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS

VI (S) = Potência Aparente ( VA )


Q = Potência Reativa ( VAR )
P = Potência Ativa ( Watts )

1 – RELAÇÕES DO TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS


P = VI1 . cos φ1 ( ângulo total )
P = VI2 . cos φ2 ( ângulo do triângulo interno de cor amarela)
Q1 = VI1 sen φ1
Q2 = VI2 sen φ2
2 – REATIVOS DOS CAPACITORES DE CORREÇAO)
Sen 1 Sen  2
Δ Q = Q1 – Q2 = P. - P. = P ( Tan φ1 - Tan φ2 )
Cos 1 Cos  2

Δ Q = P ( Tan φ1 - Tan φ2 ) (VAR) Reativos para correção

A diferença Tan φ1 - Tan φ2 é o fator de multiplicação , utilizado para calcular a


redução dos reativos, nos cálculos do capacitor.
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3 – CAPACITÂNCIA DO CAPACITOR:
1 V2
Xc = ( Reatância Capacitiva ) , w =.2 F e Q = ; Logo:
C XC

Q
C=
2 f . V 2

1.4 CAUSAS DO BAIXO FATOR DE POTÊNCIA

Antes de realizar investimentos para corrigir o fator de potência de uma


instalação, deve-se procurar identificar as causas da sua origem, uma vez que a
solução das mesmas pode resultar na correção, ao menos parcial, do fator de
potência. A seguir, são apresentadas as principais causas que dão origem a um
baixo fator de potência.

Nível de tensão acima do nominal.

O nível de tensão tem influência negativa sobre o fator de potência das


instalações, pois como se sabe a potência reativa (kvar) é, aproximadamente,
proporcional ao quadrado da tensão. Assim, no caso dos motores, que são
responsáveis por mais de 50% do consumo de energia elétrica na indústria, a
potência ativa só depende da carga dele solicitada, e quanto maior for a tensão
aplicada nos seus terminais, maior será a quantidade de reativos absorvida e,
consequentemente, menor o fator de potência da instalação.

A tabela 3.1, apresenta a variação percentual do fator de potência em


função da carga e da tensão aplicada em motores.

Neste caso devem ser conduzidos estudos específicos para melhorar os


níveis de tensão, através da utilização de uma relação mais adequada de taps
dos transformadores ou da tensão nominal dos equipamentos.

Tensão Aplicada Carga nos Motores (Em relação à Nominal)


(% de Vnom do Motor)
50% 75% 100%
120% Decresce de 15% a Decresce de 10% a Decresce de 5% a
40% 30% 15%
115% Decresce de 8% a Decresce de 6% a Decresce de 4% a
20% 15% 9%
110% Decresce de 5% a Decresce de 4% Decresce de 3%
6%
100% - - -
90% Cresce de 4% a 5% Cresce de 2% a 3% Cresce de 1%

Tabela: influência da variação da tensão no fator de potência.

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MOTORES OPERANDO EM VAZIOS OU SUPERDIMENSIONADOS


Os motores elétricos de indução consomem praticamente a mesma
quantidade de energia reativa quando operando em vazio ou a plena carga.

Na prática observa-se que para motores operando com cargas abaixo de 50%
de sua potência nominal o fator de potência cai bruscamente. Nestes casos deve-se
verificar a possibilidade, por exemplo, de se substituir os motores por outros de
menor potência, com torque de partida mais elevado e mais eficiente.

VELOCIDADE SÍNCRONA (rpm) / NÚMERO DE PÓLOS DO MOTOR


POTÊNCIA 3600 1800 1200 900 720 600
DO MOTOR 2 4 6 8 10 12
(1) (2)
(HP) kvar %I kvar %I kvar %I kvar %I kvar %I kvar %I
3 1,5 14 1,5 15 1,5 20 2 27 2,5 35 3,5 41
5 2 12 2 13 2 17 3 25 4 32 4,5 37
7,5 2,5 11 2,5 12 3 15 4 22 5,5 30 6 34
10 3 10 3 11 3,5 14 5 21 6,5 27 7,5 31
15 4 9 4 10 5 13 6,5 18 8 23 9,5 27
20 5 9 5 10 6,5 12 7,5 16 9 21 12 25
25 6 9 6 10 7,5 11 9 15 11 20 14 23
30 7 8 7 9 9 11 10 14 12 18 16 22
40 9 8 9 9 11 10 12 13 15 16 20 20
50 12 8 11 9 13 10 15 12 19 15 24 19
60 14 8 14 8 15 10 18 11 22 15 27 19
75 17 8 16 8 18 10 21 10 26 14 32,5 18
100 22 8 21 8 25 9 27 10 32,5 13 40 17
125 27 8 26 8 30 9 32,5 10 40 13 47,5 16
150 32,5 8 30 8 35 9 37,5 10 47,5 12 52,5 15
200 40 8 37,5 8 42,5 9 47,5 10 60 12 65 14
250 50 8 45 7 52,5 8 57,5 9 70 11 77,5 13
300 57,5 8 52,5 7 60 8 65 9 80 11 87,5 12
350 65 8 60 7 67,5 8 75 9 87,5 10 95 11
400 70 8 65 6 75 8 85 9 95 10 105 11
450 75 8 67,5 6 80 8 92,5 9 100 9 110 11
500 77,5 8 72,5 6 82,5 8 97,5 9 107, 9 115 10
5

Tabela 3.2: capacitores para motores de baixa tensão.

(1)
Máxima potência capacitiva recomendada.
(2)
Redução percentual de corrente da linha, após a instalação dos capacitores recomendados.
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VELOCIDADE SÍNCRONA (rpm) / NÚMERO DE PÓLOS DO MOTOR


POTÊNCIA 3600 1800 1200 900 720 600
DO MOTOR 2 4 6 8 10 12
(HP) kva %I kvar %I kvar %I kvar %I kvar %I kvar %I
r(1) (2)

100 20 7 25 10 25 11 25 11 30 12 45 17
125 30 7 30 9 30 10 30 10 30 11 45 15
150 30 7 30 8 30 8 30 9 30 11 60 15
200 30 7 30 6 45 8 60 9 60 10 75 14
250 45 7 45 5 60 8 60 9 75 10 90 14
300 45 7 45 5 75 8 75 9 75 9 90 12
350 45 6 45 5 75 8 75 9 75 9 90 11
400 60 5 60 5 60 6 90 9 90 9 90 10
450 75 5 60 5 75 6 90 8 90 8 90 8
500 75 5 75 5 90 6 120 8 120 8 120 8
600 75 5 90 5 90 5 120 7 120 8 135 8
700 90 5 90 5 90 5 135 7 150 8 150 8
800 90 5 120 5 120 5 150 7 150 8 150 8

Tabela: capacitores para motores de média tensão.


(1)
Máxima potência capacitiva recomendada.
(2)
Redução percentual de corrente da linha, após a instalação dos capacitores recomendados.

TRANSFORMADORES EM VAZIO OU COM PEQUENAS CARGAS


É comum nos momentos de baixa carga encontrar transformadores
operando em vazio ou alimentando poucas cargas. Nestas condições, ou
quando superdimensionados, poderão consumir uma elevada quantidade de
reativos.

O consumo de energia reativa por parte dos transformadores pode ser


obtido através de medidores (analisadores de energia) ou determinado por
cálculos necessitando-se neste caso, obter dos fabricantes os valores da
potência reativa média de transformadores a vazio.

Na falta deste valor, pode-se obter através da Tabela 3.4, a potência


reativa média a vazio de transformadores até 1000kVA.

Desta maneira, a energia reativa absorvida por um transformador operando


em vazio ou com baixa carga pode ser obtida multiplicando-se o valor indicado
na Tabela 3.4, da carga reativa, pelo número de horas do período em que se
configura esta operação em vazio.

Para se eliminar ou reduzir este efeito, deve-se verificar na prática, a


possibilidade de se desenergizar os transformadores, ou a utilização de um
transformador específico (de menor potência) para alimentação das cargas nos
períodos de baixo consumo.

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POTÊNCIA DO CARGA REATIVA MÉDIA EM


TRANSFORMADOR VAZIO DO TRANSFORMADOR
(kVA) (kvar)
10 1,0
15 1,5
30 2,0
45 3,0
75 4,0
112,5 5,0
150 6,0
225 7,5
300 8,0
500 12,0
750 17,0
1.000 19,5

Tabela: solicitação de reativos de transformadores em vazio.

1.5 BENEFÍCIOS DA CORREÇÃO DO FATOR POTÊNCIA

As principais vantagens da correção do fator de potência são caracterizadas a


seguir:
 Eliminação do pagamento pelo fornecimento de energia reativa excedente
nas contas de energia elétrica;
 Redução de perdas, uma vez que as mesmas variam com o quadrado da
corrente elétrica total;
 Liberação da capacidade dos sistemas de geração própria (se houver),
transformadores e da rede de distribuição interna, permitindo a ligação de
novas cargas sem custo adicional;
 Menor manutenção em dispositivos de proteção e manobra gerando
economia a longo prazo e aumento da vida útil;
 Melhoria do nível de tensão nas cargas, em função da redução da queda de
tensão nos alimentadores obtida graças à redução do fluxo de corrente
reativa.

LOCALIZAÇÃO DOS CAPACITORES

Em princípio os capacitores podem ser instalados de acordo com as


alternativas de localização caracterizadas na Figura 4.1 e descritas a seguir:
 No lado de alta tensão dos transformadores (tipo centralizado);
 Nos barramentos secundários dos transformadores (tipo centralizado);
 Nos barramentos secundários onde exista um agrupamento de cargas
indutivas (tipo distribuído);
 Junto às grandes cargas indutivas (tipo individual).

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Os motores síncronos, por sua vez, só se mostram em condições de competir


economicamente com os capacitores nas tensões elevadas, mas a exemplo destes
devem também ser instalados nas barras de carga cujo fator de potência deva ser
melhorado.

Sempre que possível os capacitores devem ser instalados o mais próximo


possível das cargas, para que os benefícios devido a sua instalação se reflitam em
toda a rede elétrica.

AT
A

BT

M M M M
C D
A) na alta-tensão
B) na baixa-tensão
C) em grupos de motores
D) em motores individuais
E) em ramais de baixa-tensão

Quando os valores reais da corrente de magnetização não forem


disponíveis, as Tabelas acima fornecem os valores de potência dos capacitores a
serem instalados nos terminais dos motores de indução, tipo gaiola da classe B, de
torque e corrente de partida normais.

Para que se possa redimensionar o relé térmico do motor, as Tabelas acima


fornecem, ainda, os valores percentuais de redução da corrente de carga dos
referidos motores.

Os valores da potência dos capacitores e da redução de corrente, indicados


nestas tabelas, quando multiplicados respectivamente por 1,1 e 1,05, se aplicam
também aos motores de rotor bobinado.

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______________________________________________________________

1.6. CAPACITORES NO SECUNDÁRIO DOS TRANSFORMADORES


Neste tipo de ligação, os capacitores são instalados no barramento secundário,
através de dispositivos de manobra e proteção, que permitam desligá-los quando a
instalação estiver operando com baixa carga.

Este tipo de instalação, pela utilização do fator de demanda, permite ao


consumidor obter uma apreciável redução dos custos em relação a correção feita
individualmente junto as cargas.

Também neste caso, há que se verificar a ocorrência de sobretensão e


torques transitórios, principalmente nos casos de existência de cargas de grande
inércia e religamentos rápidos.

Nestes casos deve-se estudar a necessidade também de se instalar


bancos automáticos para evitar que ao se desligar um bloco grande de cargas, a
carga restante permaneça conectada a um grande banco de capacitores.

Deve-se considerar, na especificação do montante do banco de


capacitores a ser instalado no barramento secundário de um transformador, a
elevação de tensão no ponto, que pode ser estimada a partir da potência total do
banco e a potência e impedância nominal do transformador segundo a
expressão:

V % 
k var cap
 Z trafo (%)
kVA trafo

Por exemplo, um banco de capacitores de 200kvar instalado no secundário


de um transformador de 1000kVA, de impedância 7%, acarretaria uma elevação
da tensão de 1,4% (1,014pu de Vn).

Convém ainda registrar, que a potência gerada pelo capacitor varia


diretamente com o quadrado da tensão no ponto, conforme a expressão:

 kVAr cap V onde;


2
kVAr gerado

 kVAr  potência nominal do capacitor; e


cap

 V  tensão aplicada ao capacitor em pu.


Considerando o exemplo anterior e supondo que a tensão no ponto, após a
instalação do capacitor, se situe em 1,014 pu, a potência reativa gerada pelo
capacitor será de 205,6kVAr.

Capacitores nos barramentos secundários (CCMS)

A instalação de capacitores em CCMs, é uma solução intermediária em relação


as duas primeiras, e dela se tira partido, quando houver grandes concentrações de
cargas pequenas que inviabilizem a correção do tipo individual.
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Neste método se usufrui da diversidade das cargas, para reduzir a potência do


banco de capacitores e aliviar o circuito alimentador do CCM.

Os mesmos cuidados mencionados nos itens anteriores devem ser


observados para se evitar problemas transitórios e sobretensões quando do
desligamento das cargas.

Instalação de capacitores no lado de alta tensão

Esta solução deverá ser objeto de análise técnica e econômica, devido ao custo
dos equipamentos de manobra e proteção, muito embora em certos casos este
custo possa ser compensado pela economia obtida nos preços dos capacitores que
em alta tensão são mais baratos.

Registre-se, ainda, que os bancos de capacitores instalados em alta tensão


devem, preferencialmente, ser chaveados o mínimo possível, em virtude das
sobretensões e sobrecorrentes transitórias decorrentes destes chaveamentos.

1.7. TIPOS DOS CAPACITORES


Os capacitores de baixa tensão, existentes atualmente no mercado, são
classificados em três grupos:
capacitores a seco, com tecnologia PPM (Polipropileno Metalizado), sem óleo
biodegradável;
capacitores imersos, com tecnologia PPM (Polipropileno Metalizado), imersosem
óleo biodegradável; e
capacitores impregnados, com tecnologia NÃO PPM (Polipropileno + folhas de
alumínio), impregnados em óleo biodegradável.

Com relação à durabilidade frente à exposição a sobretensões e a presença de


harmônicos, os capacitores impregnados são significativamente mais resistentes,
que os imersos em óleo, que por sua vez apresentam desempenho superior aos
capacitores a seco.

Convém registrar que as diferenças técnicas entre os diversos tipos de


capacitores não se resumem, apenas à questão de impregnação ou não do óleo,
devendo-se principalmente à composição dos materiais para a formação da parte
ativa do capacitor (placas e dielétrico), que determinarão a real durabilidade dos
capacitores, em condições adversas de operação.

Cabe mencionar que os compostos de policlorobifenil (PCB’s), comercialmente


conhecidos como óleos ascaréis, tiveram a sua produção e comercialização proibida
em todo o território nacional pela Portaria Interministerial n 19 (Ministérios do
Interior, Indústria e Comércio e Minas e Energia) de 29/01/1981, devido a suas
características tóxicas para pessoas e o meio ambiente.

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Desta forma os capacitores (ou transformadores de potência) ainda em operação,


devem ser recolhidos e incinerados segundo procedimentos específicos. Estes
procedimentos envolvem o recolhimento do óleo ascarel em tambores e o
retalhamento dos capacitores que posteriormente são incinerados em fornos a uma
temperatura de 1.000C, sendo os gases tóxicos resultantes da combustão tratados
e filtrados antes de serem liberados para a atmosfera.

A NBR 8371 - Ascarel para Transformadores e Capacitores - Características e


Riscos (junho/97), contém os procedimentos a serem adotados, contemplando os
aspectos de manuseio, acondicionamento, operação e manutenção de
equipamentos, transporte, eliminação e destinação final do óleo e do equipamento.

As unidades capacitivas de alta tensão são monofásicas e constituídas por


armadura de alumínio e filme de polipropileno impregnados com óleo
biodegradável, sendo formadas pela associação série/paralelo de células
capacitores.

2. ILUMINAÇÃO DE INTERIORES

2.1. LUZ

Luz é a radiação eletromagnética capaz de produzir sensação visual.

Essa faixa de radiação eletromagnética tem com comprimento de onda entre 380 a
780nm (nanômetros), ou seja, da cor ultravioleta à vermelha, passando pelo azul,
verde, amarelo e roxo. As cores azul, vermelho e verde, quando somadas em
quantias iguais, definem o aspecto da luz branca.

Figura 1 – Espectro visível

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2.2. SENSIBILIDADE VISUAL


A curva de sensibilidade indica como varia a sensibilidade do olho humano aos
diferentes comprimentos de onda.

Figura 2 – Curva de sensibilidade visual

Visão escotópica (noturna): baixos níveis de luminância (0,001 cd/m2) Visão fotópica
(diurna): altos níveis de luminância (> 3 cd/m2)
Sensibilidade visual depende do comprimento de onda e da luminosidade. Sendo
assim:
Quanto menor o comprimento de onda (violeta e azul), maior será a intensidade de
Sensação luminosa com pouca luz.
Quanto maior comprimento de onda (laranja e vermelho), menor será a
intensidade de sensação luminosa com pouca luz.

2.3. FLUXO LUMINOSO (Φ)


É a quantidade total de luz emitida por uma fonte. É medido em lumens (lm).

2.4. INTENSIDADE LUMINOSA (I)


Expressa em candelas (cd), é a intensidade do fluxo luminoso projetado em uma
determinada direção.

2.5. ILUMINÂNCIA (E)

É o fluxo luminoso que incide sobre uma superfície, situada a uma certa distância
da fonte, por unidade de área. No SI a unidade de medida para iluminância é
lumen/m² ou lux (lx).

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Figura 3 – Iluminância

2.6. LUMINÂNCIA (L)

Medida em candelas por metro quadrado (cd/m²), é a intensidade luminosa


produzida ou refletida por uma superfície aparente. A luminância pode ser
considerada como a medida física do brilho de uma superfície iluminada ou de uma
fonte de luz, sendo através dela que os seres humanos enxergam.

2.7. FATOR OU ÍNDICE DE REFLEXÃO

Relação entre o fluxo luminoso refletido e o incidente. Varia em função das cores e
acabamentos das superfícies e suas características de refletância. Por ser um índice
não possui unidade de medida.

2.8. TEMPERATURA DE COR CORRELATA (TCC)

As fontes de luz podem emitir luz de aparência de cor entre “quente” e “fria”. As
cores “quentes” possuem uma aparência avermelhada ou amarelada e as cores
“frias” são azuladas. No entanto, as aparências “quente” e ”fria” têm sentido inverso
ao da TCC, pois quanto mais alta a TCC, mais fria é a sua aparência e quanto mais
baixa a TCC, mais quente é a sua aparência. A temperatura de cor correlata é
expressa em kelvin (K).

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Figura 5 – Temperatura de cor correlata

2.9. ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE CORES (IRC)

O IRC mede quanto a luz artificial se aproxima da natural. Quanto maior o IRC,
melhor, sendo este um fator preponderante para comparação de fontes de luz com a
mesma TCC, ou para a escolha da lâmpada.

IRC = 70 / 85 / 100

Figura 6 – Índice de reprodução de cor

Figura 7 – Tabela IRC x usos

2.10. CURVA DE DISTRIBUIÇÃO LUMINOSA (CDL)

É a representação da Intensidade Luminosa em todos os ângulos em que ela é


direcionada num plano.

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Figura 8 – Curva de Distribuição de Intensidades Luminosas para uma lâmpada


fluorescente isolada (A) ou associada a um refletor (B)

2.11. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA (ΗΩ)

É calculada pela divisão entre o Fluxo Luminoso emitido (lm) e a Potência


consumida pela lâmpada (W). É dada em lúmen por watt (lm/W).

2.12 FATORES DE DESEMPENHO

2.12.1. Eficiência da luminária (ηL)

É a relação entre o fluxo luminoso emitido por uma luminária, medido sob condições
práticas especificadas, e a soma dos fluxos luminosos individuais das lâmpadas
operando fora das luminárias em condições também específicas.
Como as lâmpadas são geralmente instaladas em luminárias, o fluxo luminoso final
é menor que o irradiado pela lâmpada.

2.12.2. Eficiência do recinto (ηR)


São valores apresentados em tabelas, onde estão relacionados valores de
Coeficiente de Reflexão do teto, parede e piso, com a Curva de Distribuição
Luminosa da Luminária utilizada e o índice do recinto.
Dependendo das características físicas do recinto, o Fluxo Luminoso irradiado por

uma luminária poderá se propagar com maior ou menor facilidade, devido às


características de reflexão e absorção dos materiais e da trajetória até o plano de
trabalho.

2.12.3. Fator de utilização (Fu)


Avalia o Fluxo Luminoso Final que incidirá sobre o plano de trabalho. Indica,
portanto, a Eficiência Luminosa do conjunto lâmpada, luminária e recinto.
Alguns catálogos fornecem tabelas de Fator de Utilização para suas luminárias.
Cada tabela é específica para uma luminária e já considera a perda na
emissão do Fluxo Luminoso.
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212.4. Fator de depreciação (Fd)

Ao longo da vida útil da lâmpada ocorre uma diminuição do fluxo luminoso emitido,
devido à depreciação normal do fluxo da lâmpada e devido ao acúmulo de poeira
sobre a lâmpada e o refletor.
O Fator de Depreciação deve ser considerado no cálculo para que não haja uma
diminuição do nível de Iluminância Média ao longo da vida útil da lâmpada.
Para compensar parte desta depreciação, estabelece-se um fator de depreciação
que é utilizado no cálculo do número de luminárias. Este fator evita que o nível de
iluminância atinja valores abaixo do mínimo recomendado.

3. PROJETO DE ILUMINAÇÃO
Um projeto de iluminação pode ser resumido em:
• Escolha da lâmpada e da luminária mais adequada;
• Cálculo da quantidade de iluminação;
• Disposição das luminárias no recinto;
• Cálculo de viabilidade econômica.

3.1. FUNÇÃO DO AMBIENTE E NÍVEL DE ILUMINAMENTO NECESSÁRIO PARA


AS TAREFAS
Quanto maior a exigência visual da tarefa a ser realizada, maior deve ser o nível de
iluminância média (NBR 5413). Influenciam na iluminância média:
• A forma e as dimensões físicas do ambiente;
• A disposição do mobiliário e da estrutura;
• Os materiais e cores empregados nos acabamentos e mobiliário;
• O índice de reprodução de cores;
• As características e o posicionamento de lâmpadas e luminárias;
• A limpeza e manutenção do ambiente.

3.2. A AUSÊNCIA DE OFUSCAMENTO


O ofuscamento gera uma redução na capacidade de visualização dos objetos e
desconforto visual. Pode ser de dois tipos:
• Ofuscamento Direto: ocorre pela visualização direta da fonte de luz (lâmpada
ou luminária). Pode ser neutralizado pela utilização de aletas ou difusores nas
luminárias.
• Ofuscamento Indireto: ocorre quando a reflexão da luz sobre o plano de
trabalho atinge o campo visual. Pode ser causado pelo excesso de luz no ambiente
ou pelo mau posicionamento das luminárias.

3.3. A UNIFORMIDADE DA ILUMINAÇÃO


Diferenças muito grande entre as luminâncias dos diferentes planos podem causar
fadiga visual. Para que esse desconforto seja evitado, é recomendado que:

• As luminâncias de piso, parede e teto estejam na proporção de 1:2:3;


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• E que o plano de trabalho apresente, no mínimo, 1/3 da iluminação da tarefa.

Figura 10 – Uniformidade de iluminação – Proporção

3.4. MÉTODO DAS CAVIDADES ZONAIS


Introdução
Convém ler calma e atentamente essa introdução e até recomendo sua releitura
antes de iniciar os itens subseqüentes. Isto porque esta parte pretende apresentar
uma visão geral do que virá a seguir numa forma compacta e não muito detalhada
pois nosso enfoque tem por objetivo fornecer as informações necessárias para se
executar um projeto de iluminação para interiores.

Os cálculos de um projeto seriam extremamente simples se toda a luz produzida por


uma lâmpada atingisse a área de trabalho sem que apresentasse perdas na
luminária, não houvesse reflexão e absorção de parte dessa luz pelas superfícies
(parede, teto, piso) do recinto, as superfícies permanecessem sempre limpas, as
lâmpadas queimadas fossem imediatamente substituídas, e outras situações ideais
que sabemos não existir na realidade. Existem fatos e mais fatos que afetam o fluxo
luminoso que atinge o plano de trabalho, ou seja, o plano para o qual pretendemos
obter um determinado nível médio de iluminância.

Vamos começar com o fato da luz ser refletida pelas superfícies do recinto, pois
essa compreensão é o que nos dará a base do entendimento do significado da tal
cavidade zonal. Os materiais e cores das superfícies de um recinto refletem a luz
diferentemente um dos outros. Sua medida se faz pelo Coeficiente de Reflexão que
é a relação entre o fluxo luminoso refletido pelo fluxo luminoso incidente. Esses
coeficientes são normalmente encontrados em tabelas, cujos valores são função das
cores e materiais utilizados.

Suponhamos que o teto seja pintado de branco e seu coeficiente de reflexão


(refletância base) seja 50%. Isso significa que 50% do fluxo luminoso é refletido e os
outros 50% serão absorvidos pelo teto. Suponhamos também que as paredes sejam
pintadas de cinza-claro com correspondente refletância base de 55%. Se a
montagem da luminária for no teto a refletância será os mesmos 50% pois o teto
coincide com o plano das luminárias. E se o teto estiver a uns 10 metros acima das
luminárias e o recinto for bem largo? Intuitivamente, tenho certeza, você me
responderá: hum!!! agora o teto refletirá bem menos. Continue com esse raciocínio
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para os casos de recinto largo e outro estreito de modo a considerar o efeito das
paredes. Lembre-se que no recinto existe um piso (chão) e, portanto, ele também
contribuirá com sua respectiva reflexão.

Nesse ponto você começa a perceber a influência que as dimensões dos espaços
(cavidades) entre os planos teto-luminárias e plano de trabalho-piso têm no fluxo
refletido. Esses novos valores corrigidos para as refletâncias base serão chamados
de refletância efetiva da cavidade do teto (ρc) e refletância efetiva da cavidade do
piso (ρp). Para o espaço (cavidade) do recinto, ou seja, entre o plano das luminárias
e o plano de trabalho não haverá necessidade de corrigir a refletância base da
parede. O coeficiente a ser usado nas tabelas é aquele correspondente às próprias
refletâncias típicas obtidas em função das cores e materiais da parede.

Para o exemplo acima de teto com refletância 50%, parede com refletância 55% e,
após calcular um índice (índice da cavidade do teto) função das dimensões do
espaço entre o teto e o plano das luminárias, obtém-se pela consulta direta de
gráficos um valor efetivo da refletância da cavidade do teto de (por exemplo) 30%.
Se não entendeu o exemplo não se preocupe, basta saber que as cavidades do teto
e do piso apresentam uma refletância efetiva obtida como função da refletância
(base) das paredes, teto e piso e dimensões da respectiva cavidade.

O conhecimento dos valores das refletâncias efetivas das cavidades do teto e piso
bem como do índice da cavidade do recinto tem como finalidade obter dos catálogos
de luminárias dos fabricantes um fator conhecido por Fator de Utilização da
luminária (FU). Esse fator representa, portanto, a eficiência luminosa do conjunto
lâmpada-luminária-recinto.

Que eficiência luminosa, não? 50% do fluxo luminoso das lâmpadas são para
atender o nível de iluminamento exigido; os outros 50% são perdidos. Isso sem falar
no gasto em energia elétrica. Portanto, pense, pesquise e analise o que se pode
fazer para executar um bom projeto do ponto de vista técnico-econômico.

3.5. FLUXO LUMINOSO


Normalmente o projeto de iluminação de interiores utiliza o Método do Fluxo
Luminoso onde procura-se determinar o fluxo luminoso total emitido pelas fontes e
necessário para se atingir um determinado nível de iluminância (lux) média no plano
de trabalho e definido por:

 (lumen )
E (lux ) 
A(m 2 ) eq.1

Onde φ é o fluxo luminoso (lúmen) que incide sobre a superfície de trabalho A(m2).

Mas nem todo o fluxo luminoso produzido pela lâmpada atinge o plano de trabalho
devido às perdas na luminária e nas superfícies (parede, teto, piso) do recinto a ser
iluminado. Para levar em conta essas perdas, a equação eq.1 acima deve ser
multiplicada por um fator chamado de Fator de Utilização (FU) e seus valores são
normalmente fornecidos nos catálogos dos fabricantes.

O Fator de Utilização leva em conta os seguintes aspectos:


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Tipo de luminária – a forma (desenho) da luminária afeta o FU;


Refletância das superfícies do recinto – quanto maior a refletância do teto, parede e
piso do recinto maior será a porcentagem dos lumens da lâmpada que atinge a área
de trabalho. Também, quanto mais limpa for a superfície maior será a refletância;
Altura de montagem das luminárias – quanto maior a altura de montagem maior
será a correspondente área da parede que irá absorver a luz proveniente da
luminária;
Área do recinto – quanto maior a área do recinto maior será a quantidade
necessária de luminárias. Contudo, a luz proveniente de uma luminária se sobrepõe
às das outras luminárias e conseqüentemente aumenta o nível total de luz. Além
disso, menor será a superfície de parede por unidade de área que absorverá luz;
Dimensões do recinto – as dimensões do recinto afeta diretamente o FU.

A consideração de FU na eq.1 irá determinar os lumens produzidos pelas lâmpadas


no interior das luminárias, para um sistema novo de iluminação ao ser energisado.
Por esta razão será necessário prever um nível de iluminação extra, acima daquele
calculado, para compensar as diversas outras perdas e assegurar que o nível
mínimo de iluminamento especificado para o projeto seja atingido após um
determinado período de tempo.

Esta depreciação, ou redução lenta da luz, é definida como Fator de Perda de Luz
(LLF), e é a razão da iluminância quando atinge seu menor nível, e antes de
qualquer ação corretiva, pelo nível inicial da iluminância. Então, LLF e outros fatores
são também adicionados na eq.1 para aumentar o grau de exatidão do projeto
desde seu início de operação e no planejamento de um programa de manutenção
adequado.

Existem vários fatores que influenciam na depreciação do fluxo luminoso médio total
de modo que esses fatores (Fd) multiplicados entre si fornecem o Fator de Perda de
Luz (Fp) da instalação, ou seja, Fp=Fd1xFd2xFd3x...

Dentre esses fatores de depreciação podemos citar: temperatura ambiente, que irá
influenciar no fluxo luminoso produzido pelas lâmpadas de descarga; qualidade do
equipamento auxiliar das lâmpadas; diminuição da refletância das luminárias devido
ao seu envelhecimento; diminuição da refletância das superfícies (parede, teto, piso)
do recinto devido ao acúmulo de poeira; lâmpadas queimadas; acúmulo de pó sobre
as luminárias; diminuição do fluxo luminoso da lâmpada durante sua vida útil, etc.
Dos itens acima devemos considerar apenas os mais significativos para cada caso
particular de instalação:

Depreciação do recinto com a sujeira (RSDD) – esse fator leva em conta a poeira e
sujeira que se acumula em todas as superfícies do recinto. No Anexo A
reproduzimos a tabela do IES Handbook (1) em que lista vários fatores de
depreciação com a sujeira (RSDD) para luminária do tipo direta, semi-direta, indireta,
semi-indireta. Normalmente, com a limpeza e pintura feitas periodicamente irão
diminuir o impacto causado pelo RSDD.

Depreciação da luminária com a poeira (LDD) – este fator leva em conta a


contaminação pela poeira, óleo, fumaça e outras sujeiras nas superfícies, nas lentes
e lâmpadas da luminária os quais causam redução em seu nível de luz produzido.
Embora alguns fabricantes forneçam esses fatores para seus produtos, o LDD é um
fator difícil de ser determinado experimentalmente e no Anexo B reproduzimos as
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tabelas recomendadas pela IES Handbook. A primeira tabela B.1 determina a


categoria da luminária e tem como base a localização e abertura pelos quais a
poeira poderia entrar. A segunda tabela B.2 avalia o grau de sujeira (limpo, muito
limpo, etc). Por fim, os gráficos da última tabela B.3 determina o Fator de
Depreciação da Luminária com a poeira, levando em conta o tempo decorrido entre
as manutenções de limpeza.

Fator de depreciação da lâmpada (LLD) – com o envelhecimento da lâmpada, a


quantidade de luz produzida diminui continuamente. Este fator representa a fração
dos lumens iniciais produzidos durante o tempo de vida da lâmpada. Para utilizar
um valor adequado do LDD deve-se fazer com que o programa de manutenção
coincida com a época de reposição das lâmpadas. Portanto, atenção ao obter esse
dado do fabricante e identificar se o fluxo fornecido é para uma lâmpada nova ou
trata-se do fluxo médio mantido durante sua vida. Se o valor fornecido refere-se à de
uma lâmpada nova então será necessário utilizar o fator de depreciação. Caso
contrário não será necessário fazer essa correção.

Queima de lâmpadas – projetistas de iluminação geralmente supõem que uma


lâmpada queimada será imediatamente substituída. Contudo sabemos que não é
isso que ocorre e num dado instante de tempo um determinado número de
lâmpadas encontra-se queimadas. Por exemplo, se num tempo qualquer 5% das
lâmpadas estão queimadas então esse fator de perda de luz seria 0.95. Lembre-se
que o tempo de vida 100% é definido quando 50% de uma grande amostra de
lâmpadas estão queimadas.

A determinação do LDD a ser usado num projeto é muito importante, mesmo para
áreas limpas como as de um moderno escritório. A utilização de lâmpadas
fluorescentes de alta performance, cuja vida chega a atingir 30.000 horas, pode
ocasionar atrasos ou mesmo esquecimento na limpeza das luminárias. E com o
tempo, o acúmulo de poeira e óleo nas superfícies da luminária pode reduzir
significativamente os lumens emitidos, mesmo nesses ambientes relativamente
limpos.

Por isso é conveniente que no estágio de projeto se pesquise e compare os diversos


modelos existentes pois os diversos tipos de projeto de luminárias, tipos de
lâmpadas e acabamento dos refletores influem no modo em que, com o passar do
tempo, a sujeira adere à luminária.

Estudos feitos pela National Association of Lighting Manegement Companies


(NALMCO) (2) concluíram que os valores dos fatores relacionados com a sujeira e
recomendado pela IESNA estão superestimados para uso em ambientes limpos
como escolas e escritórios. Para algumas situações e um período entre
manutenções de 18 meses o NALMCO indica um LDD de 0.92 verso os 0.84 – 0.85
recomendados pelo IESNA. Para um período de 36 meses o NALMCO indica 0.89
verso os 0.75 – 0.80 da IESNA. Segundo a Lighting Control Association (3), os
resultados dos estudos acima foram incorporados ao IESNA Recommended Practice
on Maintenance e serão publicados no IES Handbook.
3.6. O CONCEITO DE CAVIDADE ZONAL
Existem dois métodos tradicionais de cálculo para cavidades zonais:
o primeiro método, que é aquele abordado neste artigo, é o preconizado pelo
Illuminating Engineering Society/IEC/CIE;
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o segundo método é o preconizado pela Britsh Zonal Cavities – BZC.

Os dois sistemas são incompatíveis entre si e cada um deles apresenta formas


diferentes para calcular os fatores de utilização das cavidades.

No método da IES/IEC/CIE a tabela do Fator de Utilização começa em 0 (zero) e vai


até 10 (dez), conforme fig.1.

Figura 1

No método BZC, começa em 0.6 e vai até 5, conforme mostrado na fig.2. A mistura
dos métodos de cálculo pode ser fatal.

Figura 2
Observe nas duas figuras acima que para o método IES os piores comportamentos
da luminária são verificados nos valores mais altos de K (índice do recinto). Já no
sistema BZC é exatamente o contrário, ou seja, nos valores mais altos de K
verificam-se os melhores comportamentos da luminária dentro do local.

Esse erro vem sendo cometido até por profissionais de iluminação, que não
possuem aprimorados conhecimentos sobre o assunto e, portanto, não conseguem
perceber o erro, nem a diferença. Deve-se, então, tomar cuidado nas “fórmulas
mágicas” dos vários “manuais de iluminação” existentes e que não esclarecem esse
aspecto.

O método das cavidades zonais, também chamado de Método dos Lumens é o


método usualmente aceito para cálculos do nível médio de iluminação para áreas
internas, a menos que a distribuição das luminárias seja bastante assimétrica. Este
método leva em consideração o efeito que as refletâncias internas têm no nível de
iluminação. O cálculo do iluminamento obtido por esse método é um valor médio que
será representativo somente se as luminárias forem adequadamente espaçadas
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para se conseguir uma iluminação uniforme.

O conceito do método das cavidades zonais baseia-se na divisão do recinto (fig.3) a


ser iluminado em três regiões ou cavidades:
cavidade do teto: que é a cavidade entre o teto e as luminárias (CT);
cavidade do recinto: que fica entre o plano das luminárias e o plano de trabalho
(CR);
cavidade do piso: que é a existente abaixo do plano de trabalho (CP)

Figura 3

Quando as luminárias estiverem montadas no teto a cavidade do teto será o próprio


teto. Quando se deseja calcular a iluminância ao nível do chão, a cavidade do piso é
o próprio chão.

Uma vez compreendido esse conceito, é possível calcular relações numéricas


(índices das cavidades) entre as cavidades, as quais serão usadas para determinar
a refletância efetiva das cavidades do teto e piso e então achar o Fator de Utilização.
Convém relembrar que considera-se Fator de Utilização o grau de reflexão, isto é, a
parte do fluxo luminoso que retorna ao ambiente e atinge o plano de trabalho. Neste
caso leva-se em consideração as cores e materiais do recinto, o índice das
cavidades e o projeto (desenho) das luminárias. Este fator é normalmente obtido dos
catálogos de luminárias dos fabricantes e consiste no produto da eficiência do
recinto (fluxo luminoso devido à reflexão do recinto) pela eficiência da luminária
(fluxo luminoso produzido pela luminária). Ele indica, portanto, a eficiência luminosa
do conjunto lâmpada-luminária-recinto.

Índice das Cavidades


Com base nas dimensões do recinto e das cavidades zonais determina-se os
respectivos índices das cavidades usando-se a fórmula:

5h ( L  D )
índice da cavidade 
LD
onde com h:
h=hCT para o índice da cavidade do teto (ICT);
h=hCR para o índice da cavidade do recinto (ICR)
h=hCP para o índice da cavidade do piso (ICP)

L= comprimento do recinto (m);


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D= largura do recinto (m).

No caso de recinto com forma irregular a fórmula do índice de cavidade deve ser
mudada para:

índice do recinto = 2,5 x altura da cavidade x perímetro da cavidade


área da base da cavidade

A refletância média ponderada para a cavidade do teto é baseada nas refletâncias


da parede e teto dessa zona e é chamada de refletância efetiva do teto (ρc). Da
mesma forma, para a cavidade do piso temos a refletância efetiva do piso (ρp).

A zona entre o plano de trabalho e o plano da luminária é a zona relacionada com a


respectiva parede cuja quantidade de luz refletida varia significativamente
dependendo das dimensões desse espaço. Por exemplo, as paredes de um espaço
alto e estreito absorvem mais luz que outro mais baixo e largo. O primeiro é também
mais sensível para as características da cor e material (reflexão) das paredes.

A tabela 1 abaixo mostra os coeficientes de reflexão ρ (%).de alguns materiais e


cores:

Tabela 1 – Coeficiente de reflexão de alguns materiais e cores

O trabalho agora consiste em obter as refletâncias efetivas do teto e piso com base
nos coeficientes de reflexão da tabela acima. Isto é feito através da tabela C.1 do
Anexo C onde, com base no coeficiente de reflexão (%) do piso ou teto, no
coeficiente de reflexão da parede e nos índices da cavidade do piso ou teto obtém-
se a refletância efetiva do piso (ρp) ou teto (ρc).

Exemplo: calcular as refletâncias efetivas do teto ou piso, dados:


cor do teto: branca (ρc = 80%)
cor do piso: cinza médio (ρp= 20%)
cor da parede: azul claro (ρw = 50%)
dimensões do recinto: L = 10,5 m; D = 5,5 m;

29
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______________________________________________________________

Solução:
5 x 2.5 x(10 .5  5.5)
  3.5
índice da cavidade do recinto (ICR) 10 .5 x5.5

ANEXO A

TABELA A.1

Muito limpo Limpo Médio Sujo Muito sujo


(Very clean) (Clean) (Médium) (Dirty) (Very dirty)
Sujeira Nenhuma Muito pouca Perceptível Acumula Acúmulo
gerada mas não rapidamente constante
pesada

30
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______________________________________________________________

Ambiente Nenhuma (ou Alguma (ou Alguma Grande Toda


sujo nenhuma quase entra quantidade quantidade
entra) nenhuma entra está incluida
entra)
Remoção Excelente Melhor do Inferior à Somente com nenhuma
ou que a média ventiladores
filtração média ou sopradores
Aderência Nenhuma Leve Suficiente Alta – Alta
para ser provavelmente
visível após devido a óleo
alguns meses umidade ou
estática
Exemplos Prédios Escritórios Escritórios Processament Similar ao sujo
administrativ em prédios de fundição, o de borracha porém as
os, afastados velhos ou laminação luminárias na
da produção; próximos à processame área de
contaminação
laboratórios; produção nto de papel
salas limpas
TABELA A.2
ANEXO B

31
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

TABELA B.2

32
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

TABELA B.3

33
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

34
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

CAA01-E232
Luminária de embutir, com corpo em
chapa de aço fosfatizada e pintada
eletrostaticamente, refletor e aletas
parabólicas em alumínio anodizado de
alta pureza e refletância.

35
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

CAA01-S232
Luminária de sobrepor, com corpo em
chapa de aço fosfatizada e pintada
eletrostaticamente, refletor e aletas
parabólicas em alumínio anodizado de
alta pureza e refletância.

36
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

37
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

CAA01-S416
Luminária de sobrepor, com corpo em
chapa de aço fosfatizada e pintada
eletrostaticamente, refletor e aletas
parabólicas em alumínio anodizado de
alta pureza e refletância.

38
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

CAA02-S232
Luminária de sobrepor, com corpo em
chapa de aço fosfatizada e pintada
eletrostaticamente, refletor e aletas
parabólicas em alumínio anodizado de
alta pureza e refletância.

39
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

CAA14-S232
Luminária de sobrepor, com corpo em
chapa de aço fosfatizada e pintada
eletrostaticamente, refletor e aletas
parabólicas em alumínio anodizado de
alta pureza e refletância. Curva
fotométrica aberta tipo "bat wing".

40
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

CAA17-E232
Luminária de embutir, com corpo em
chapa de aço fosfatizada e pintada
eletrostaticamente, refletor e aletas
parabólicas em alumínio anodizado de
alta pureza e refletância, com sistema
de retorno de ar com controle de
vazão.

41
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

CAN02-S232
Luminária de sobrepor, com corpo em
chapa de aço fosfatizada e pintada
eletrostaticamente, refletor facetado em
alumínio anodizado de alta pureza e
refletância.

42
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

CAN03-E416
Luminária de embutir, com corpo em
chapa de aço fosfatizada e pintada
eletrostaticamente, refletor facetado em
alumínio anodizado de alta pureza e
refletância.

43
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

CAN06-S232
Luminária de sobrepor, com corpo em
chapa de aço fosfatizada e pintada
eletrostaticamente, refletor facetado em
alumínio anodizado de alta pureza e
refletância.

44
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

CAN07-S232
Luminária de sobrepor, com corpo em
chapa de aço fosfatizada e pintada
eletrostaticamente, refletor facetado em
alumínio anodizado de alta pureza e
refletância.

45
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

CAN08-S232
Luminária de sobrepor, com corpo em
chapa de aço fosfatizada e pintada
eletrostaticamente, refletor facetado em
alumínio anodizado de alta pureza e
refletância.

46
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

CCN10-S232
Luminária de sobrepor, com corpo em
chapa de aço fosfatizada e pintada
eletrostaticamente.

47
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

FCN05-S228
Luminária de sobrepor, com corpo e
refletor facetado em chapa de aço
fosfatizada e pintada
eletrostaticamente.

48
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

DRN08-E226
Luminária cilíndrica de embutir, com
corpo em chapa de aço fosfatizada e
pintada eletrostaticamente, refletor
repuxado em alumínio anodizado e
difusor recuado em vidro transparente
temperado.

49
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

CES05-P1250
Luminária pendente, com alojamento
cilíndrico em chapa de aço fosfatizada
e pintada eletrostaticamente, refletor
repuxado em alumínio anodizado e
difusor em vidro temperado
transparente.

50
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

CES02-P1250
Luminária pendente, com alojamento
retangular em chapa de aço fosfatizada
e pintada eletrostaticamente, cúpula e
difusor prismáticos em acrílico.

51
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

CES04-P1250
Luminária pendente, com alojamento
retangular em chapa de aço fosfatizada
e pintada eletrostaticamente, refletor
repuxado em alumínio anodizado e
difusor em vidro temperado
transparente.

52
Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

CES06-P1400
Luminária pendente, com alojamento
retangular em chapa de aço fosfatizada
e pintada eletrostaticamente, refletor
repuxado em alumínio anodizado e
difusor em vidro temperado
transparente.

53
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______________________________________________________________

3.7 MÉTODO DOS LÚMENS


Este método foi desenvolvido para o cálculo de iluminação de ambientes internos,
em função das dificuldades do método do ponto a ponto. Ele considera as
características próprias de cada luminária e lâmpada elétrica e, também, as cores
das paredes e do teto (índices de reflexão). O método emprega tabelas e gráficos
obtidos a partir da aplicação do método do ponto a ponto para diferentes situações.
Basicamente, busca-se determinar o número de luminárias necessárias para se
produzir uma determinada iluminância em uma área, baseando-se no fluxo médio.
A seqüência de cálculo é a seguinte:
determinação do nível de iluminância;
escolha da luminária e lâmpadas;
determinação do índice do local;
determinação do coeficiente de utilização da luminária;
determinação do coeficiente de manutenção;
cálculo do fluxo luminoso total (lumens);
cálculo do número de luminárias;
ajuste final do número e espaçamento das luminárias.

Determinação do nível de iluminância.


O nível de iluminância deve ser escolhido de acordo com as recomendações da
NBR-5413 da ABNT. A Tabela 1 (resumida – para maiores informações deve-se
consultar a norma) traz um exemplo de níveis de iluminância para diferentes
atividades.
Tabela 1: Iluminância para cada grupo de atividades visuais (resumida).
Faixa Iluminância (Lux) Tipo de atividade
A Iluminação geral para 20 – baixa 30 – Áreas públicas com arredores
áreas usadas média 50 – alta 50 escuros. Orientação simples
interruptamente ou com – baixa 75 – média para permanência curta.
tarefas visuais simples. 100 – alta 100 – Recintos não usados para
baixa 150 – média trabalho contínuo, depósitos.
200 – alta

B Iluminação geral para 200 – baixa 300 – Tarefas com requisitos visuais
áreas de trabalho. média 500 – alta limitados, trabalho bruto de
500 – baixa 750 – maquinaria, auditórios.
média 1000 – alta Tarefas com requisitos visuais
1000 – baixa 1500 normais, trabalho médio de
– média 2000 – maquinaria, escritórios.
alta Tarefas com requisitos
especiais, gravação manual,
inspeção, .indústria de
roupas.

54
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______________________________________________________________

C Iluminação geral para 2000 – baixa 3000 Tarefas visuais exatas e


tarefas visuais difíceis. – média 5000 – prolongadas, eletrônica de
alta 5000 – baixa tamanho pequeno. Tarefas
7500 – média visuais muito exatas,
10000 – alta 10000 montagem de micro-
– baixa 15000 – eletrônica. Tarefas visuais
média 20000 - alta muito especiais, cirurgias.

Escolha da luminária.
A luminária pode ser escolhida em função de diversos fatores:
distribuição adequada de luz;
rendimento máximo;
estética e aparência geral;
facilidade de manutenção, incluindo a limpeza;
fatores econômicos.

Esta escolha depende basicamente do projetista e do usuário. A tendência atual é


buscar luminárias que proporcionem melhor eficiência de luminosidade, reduzindo
as necessidades de consumo de energia.

Determinação do índice do local (K).


Este índice é calculado relacionando as dimensões do local que vai ser iluminado.
Pode ser calculado pela seguinte expressão:

sendo:C = comprimento do recinto;L = largura do recinto;h = distância da luminária


ao plano de trabalho.

Determinação do coeficiente de utilização (u) da luminária.


Parte do fluxo emitido pelas lâmpadas é perdido nas próprias luminárias. Assim
sendo, apenas uma parte do fluxo atinge o plano de trabalho. O coeficiente de
utilização (u) de uma luminária é, pois, a relação entre o fluxo luminoso útil recebido
pelo plano de trabalho e o fluxo total emitido pela luminária:

Este índice pode ser obtido através do uso de tabelas desenvolvidas pelos
fabricantes para cada tipo de luminária a partir do índice do local (K) e dos
coeficientes de reflexão do teto e paredes. As Tabelas 2 e 3 mostram exemplos
dessas tabelas para luminárias de lâmpadas incandescente e fluorescente. A Tabela
4 apresenta os valores de reflexão normalmente adotados para as cores de paredes
55
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______________________________________________________________

e tetos.

Tabela2: Fator de utilização (u) – luminárias de lâmpadas incandescentes.

Teto 70 50 30
Parede 50 30 10 50 30 10 30 10
K Plano 10 10 10
de
trabalho
0,60 0,31 0,26 0,23 0,30 0,26 0,22 0,26 0,22
0,80 0,36 0,31 0,27 0,35 0,30 0,27 0,30 0,27
1,00 0,43 0,38 0,34 0,42 0,37 0,34 0,37 0,34
1,25 0,48 0,43 0,40 0,47 0,43 0,39 0,42 0,39
1,50 0,52 0,47 0,44 0,50 0,47 0,44 0,46 0,44
2,00 0,57 0,53 0,50 0,56 0,53 0,50 0,53 0,50
2,50 0,61 0,58 0,55 0,60 0,57 0,55 0,57 0,55
3,00 0,63 0,61 0,58 0,63 0,60 0,58 0,60 0,58
4,00 0,67 0,65 0,63 0,66 0,64 0,63 0,64 0,63
5,00 0,69 0,68 0,66 0,69 0,67 0,66 0,67 0,66

Tabela 3: Fator de utilização (u) – luminárias de lâmpadas fluorescentes.

Teto 70 50 30
Parede 50 30 10 50 30 10 30 10
K Plano 10 10 10
de
trabalho
0,60 0,39 0,33 0,28 0,38 0,32 0,28 0,32 0,28
0,80 0,48 0,42 0,37 0,47 0,41 0,37 0,41 0,37
1,00 0,55 0,48 0,44 0,53 0,48 0,43 0,47 0,43
1,25 0,61 0,55 0,50 0,59 0,54 0,50 0,53 0,50
1,50 0,65 0,60 0,55 0,64 0,59 0,55 0,58 0,55
2,00 0,71 0,67 0,63 0,70 0,66 0,62 0,64 0,61
2,50 0,75 0,71 0,68 0,74 0,70 0,67 0,69 0,66
3,00 0,78 0,75 0,71 0,76 0,73 0,70 0,72 0,70
4,00 0,82 0,79 0,76 0,80 0,77 0,75 0,76 0,74
5,00 0,84 0,81 0,79 0,82 0,80 0,78 0,78 0,77

Tabela 4: Índices de reflexão

Branco 0,7 (70%)


Teto Claro 0,5 (50%)
Médio 0,3 (30%)
Clara 0,5 (50%)
Parede Média 0,3 (30%)
Escura 0,1 (10%)

Nas Tabelas 2 e 3 as primeira colunas apresentam valores do índice do local (K). Na


primeira linha dessas tabelas, tem-se o índice de reflexão do teto (em porcentagem).
Na segunda e terceiras linhas têm-se o índice de reflexão (em porcentagem) da
parede e do plano de trabalho respectivamente. A interseção desses índices
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______________________________________________________________

proporciona a obtenção do índice de utilização (u).

Coeficiente de manutenção (d).


Com o passar do tempo as luminárias vão se empoeirando, resultando em
diminuição do fluxo emitido. Isto pode ser parcialmente reduzido através de uma
manutenção eficiente, porém mesmo assim o rendimento da instalação diminuirá.
Assim, é necessário considerar essa perda na determinação do número das
luminárias. Isso é efetuado através da determinação do coeficiente de manutenção
(d). Este coeficiente deve ser calculado para cada ambiente e leva em
consideração, além do período de manutenção das luminárias, as condições gerais
de limpeza do local em estudo.
Para determinação do índice (d) lança-se mão de curvas como a mostrada na
Figura 4.
Figura 4: Curvas para determinação do coeficiente de manutenção.

Cálculo do fluxo luminoso total.


A partir da determinação dos diversos índices, pode-se calcular o fluxo luminoso
total a ser produzido pelas lâmpadas através da seguinte relação:

Sendo:φTotal = fluxo luminoso total produzido pelas lâmpadas;E = iluminância


2
determinada pela norma;S = área do recinto [m ];u = coeficiente de utilização;d =
coeficiente de manutenção.

Cálculo do número de luminárias.


Conhecendo-se o fluxo luminoso total, calcula-se o número n de luminárias
necessárias para o local em estudo, através da seguinte relação:

sendo φluminária o fluxo luminoso emitido por uma luminária. Este fluxo dependerá
do tipo e do número de lâmpadas instaladas por luminária.
O número de luminárias encontrado dificilmente será inteiro, devendo-se, portanto,
57
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______________________________________________________________

adotar o número inteiro mais próximo. Este número também dificilmente


proporcionará uma distribuição estética e simétrica das luminárias no ambiente.
Assim, deve-se ajustar o número de luminárias de maneira conveniente para o
recinto em estudo.

Espaçamento das luminárias.


Deve-se buscar um espaçamento adequado entre as luminárias. Normalmente
o fabricante fornece fatores que determinam os espaçamentos máximos que devem
ser adotados entre as luminárias.

Exemplo 1 de aplicação do método dos Lumens


Elaborar o projeto de iluminação de um escritório de 25 m de comprimento, 10 m de
largura e 4 m de altura. O teto e as paredes são brancas. O plano de trabalho está a
0,8 m do piso. Considere manutenção anual das luminárias, ambiente de limpeza
médio e nível de iluminância baixo. Utilize luminárias com duas lâmpadas
fluorescentes de 32 W. a) determinação do nível de iluminamento. Através dos
dados da Tabela 1, adotou-se o nível de iluminância de 500 lux. b) determinação do
índice do local (K) Tem-se que:

c) Determinação do coeficiente de utilização (u) da lâmpada.


Como serão utilizadas lâmpadas fluorescentes, utilizaremos os dados da Tabela 3.
Para uso da Tabela 3, é necessário obter o nível de reflexão das paredes e do
teto, além do valor de K.
Dos dados do problema e utilizando a Tabela 4, obtém-se: teto branco – nível de
reflexão: 70% paredes brancas (claras) – nível de reflexão: 50% K = 2,0
Levando esses dados na Tabela 3 obtém-se: u = 0,71

d) Determinação do coeficiente de manutenção (d).


Para se obter o coeficiente de manutenção (d), utiliza-se as curvas da Figura 4.
Pelo problema, o ambiente apresenta nível de limpeza médio e as luminárias são
limpadas a cada um ano. Levando esses dados na Figura 4, obtém-se: d = 0,77.

e) Determinação do fluxo luminoso total ( φTotal)

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______________________________________________________________

f) Determinação do número de luminárias. Foi solicitado que se utilizem luminárias


de duas lâmpadas fluorescentes de 32 W. Tem-se que uma lâmpada fluorescente de
32 W produz um fluxo luminoso de 2800 lm. Assim, uma luminária com duas
lâmpadas terá um fluxo de 2 x 2800 = 5600 lm. Portanto, pode-se calcular o número
de luminárias (n):

g) Ajuste do espaçamento de luminárias.

Nessa etapa procura-se ajustar as luminárias as dimensões do local, levando-se em


conta as diversas possibilidades existentes. Busca-se uma melhor possibilidade de
manutenção e operação do sistema, bem como uma melhor estética. No presente
caso, adotou-se o número de luminárias como sendo de 40 para uniformizar a
instalação e chegou-se na configuração apresentada na Figura 5

Figura 5: Distribuição das luminárias do Exemplo 1

Exemplo 2 de aplicação do método dos Lumens

Elaborar o projeto de iluminação da área de inspeção de uma indústria de vidros.


Esta área de inspeção possui 30 m de comprimento, 15 m de largura e 7 m de
altura. O teto é claro e as paredes têm cor média. As mesas utilizadas para inspeção
têm 1 m de altura. Considere manutenção semestral das luminárias, ambiente limpo
e nível de iluminância baixo. Utilize luminárias com uma lâmpada de vapor de
mercúrio de alta pressão de 400 W, capazes de produzir um fluxo luminoso de

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Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

22.300 lm.

a) Determinação do nível de iluminamento.


Através dos dados da Tabela 1, adotou-se o nível de iluminância de 1000 lux.
b) determinação do índice do local (K)
Tem-se que:

c) Determinação do coeficiente de utilização (u) da lâmpada.


Para determinação do coeficiente de utilização (u), utilizam-se os dados da Tabela 5
(lâmpadas de vapor de mercúrio de alta pressão).

Tabela 5: Fator de utilização (u) – luminárias de lâmpadas de vapor de


mercúriode alta pressão.
Teto 70 50 30
Parede 50 30 10 50 30 10 30 10
K Plano 10 10 10
de
trabalho
0,60 0,33 0,27 0,23 0,32 0,27 0,23 0,26 0,23
0,80 0,40 0,34 0,30 0,39 0,34 0,30 0,33 0,30
1,00 0,46 0,40 0,36 0,44 0,40 0,36 0,39 0,36
1,25 0,51 0,46 0,42 0,50 0,45 0,42 0,44 0,41
1,50 0,55 0,50 0,46 0,53 0,49 0,46 0,49 0,46
2,00 0,60 0,57 0,53 0,59 0,56 0,53 0,55 0,52
2,50 0,64 0,61 0,58 0,62 0,60 0,57 0,58 0,56
3,00 0,66 0,63 0,61 0,65 0,62 0,60 0,61 0,59
4,00 0,69 0,67 0,65 0,68 0,66 0,64 0,65 0,63
5,00 0,71 0,69 0,67 0,70 0,68 0,66 0,67 0,65

Para uso da Tabela 5, é necessário obter o nível de reflexão das paredes e do teto,
além do valor de K.
Dos dados do problema e utilizando a Tabela 4, obtém-se: teto claro – nível de
reflexão: 50% paredes de cor média – nível de reflexão: 30% K = 1,5
Levando esses dados na Tabela 5 obtém-se: u = 0,49

d) Determinação do coeficiente de manutenção (d).


Para se obter o coeficiente de manutenção (d), utiliza-se as curvas da Figura 4. Pelo
problema, o ambiente é considerado limpo e as luminárias são limpas a cada seis
meses. Levando esses dados na Figura 4, obtém-se: d = 0,9.

e) Determinação do fluxo luminoso total ( φTotal)

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______________________________________________________________

Substituindo os
valores do problema em questão, teremos:

f) Determinação do número de luminárias.


Foi solicitado que se utilizem luminárias de uma lâmpada de vapor de mercúrio de
alta pressão de 400 W. Tem-se que uma lâmpada de vapor de mercúrio de 400 W
produz um fluxo luminoso de 22.300 lm. Portanto, pode-se calcular o número de
luminárias (n):

g) Ajuste do espaçamento de luminárias.


Nessa etapa procura-se ajustar as luminárias as dimensões do local, levandose em
conta as diversas possibilidades existentes. Busca-se uma melhor possibilidade de
manutenção e operação do sistema, bem como uma melhor estética. No presente
caso, adotou-se o número de luminárias como sendo de 48 para uniformizar a
instalação e chegou-se na configuração apresentada na Figura 6

Figura 6: Distribuição das luminárias do Exemplo 2

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______________________________________________________________

4. ELEMENTOS DE UM PROJETO INDUSTRIAL


4.1 INTRODUÇÃO:
Para elaborar um projeto elétrico industrial, devemos ter conhecimento de
dados relativos à:

4.2. CONDIÇÕES DE SUPRIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA


A concessionária local deve prestar ao interessado as informações que lhe são
peculiares, tais como:

Garantia de suprimento de carga, dentro de condições satisfatórias;

(b) Variações de tensão de suprimento;

(c) Tipo de sistema de suprimento:

A alimentação na indústria é na grande maioria dos casos, de responsabilidade da


concessionária de energia elétrica. Por isso, o sistema de alimentação quase fica
sempre limitado as disponibilidade das linhas de suprimento existente na área
do projeto.
Quando a indústria é de certo porte e a linha de produção exige uma elevada
continuidade do serviço, faz-se necessário realizar investimentos adicionais,
buscando recursos alternativos de suprimento, tais como construção de um novo
alimentador e/ou aquisição de geradores de emergência. As indústrias de uma
maneira geral são alimentadas por um dos seguintes sistemas:
(c.1) Sistema de suprimento radial simples: É aquele em que o fluxo de potência tem
um sentido único da fonte para a carga. Entretanto, apresenta baixa confiabilidade
devido à falta de recursos para manobra, quando da perda do alimentador. Em
compensação seu custo é mais reduzido em relação a outros sistemas.
(c.2) Sistema de suprimento com recurso: É aquele que o sentido do fluxo de
potência pode variar de acordo com as condições de carga do sistema. Estes
sistemas apresentam maior confiabilidade, pois a perda eventual de um dos
alimentadores não deve afetar a continuidade do fornecimento exceto durante o
período do fornecimento da manobra das chaves. Estes sistemas apresentam
custo mais elevado devido ao emprego de equipamento mais caro e,
sobretudo pelo dimensionamento dos alimentadores que devem ter capacidade
individual suficiente para suprir a carga quando da saída de um deles. Este tipo de
sistema pode ser alimentado por uma ou mais fontes de suprimento da
concessionária, que melhorará sobremaneira a continuidade do sistema.

SUBESTAÇÃO 1

SUBESTAÇÃO 2
Figura 1 – Sistema de suprimento com recurso

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Instalação Elétrica Industrial – Técnico em Eletrotécnica
______________________________________________________________

4.2. PLANTA BAIXA DE ARQUITETURA DO PRÉDIO:


Contém toda a área de construção indicando com detalhes divisionais os
ambientes de produção industrial, escritório, dependências em geral e outros
que compõem o conjunto arquitetônico.

4.3. PLANTA BAIXA COM DISPOSIÇÃO FÍSICA DAS MÁQUINAS:


Contém a projeção aproximada de todas as máquinas, devidamente posicionada
com indicações dos motores e dos locais dos painéis de controle.

4.4. PLANTA DE DETALHES


Devem conter todas as particularidades do projeto de arquitetura que venham a
contribuir na definição do projeto elétrico, tais como:

Vistas e corte do galpão industrial.

Detalhes de colunas e vigas de concreto ou outras particularidades da


construção.

Detalhes de montagem de certas máquinas de grandes dimensões


.
4.5. PLANOS DE EXPANSÃO:
É importante na fase de projeto conhecer os planos expansionistas dos
dirigentes da empresa e, se possível, obter detalhes do aumento efetivo da carga a
ser adicionada, bem como o local de sua instalação.

Em qualquer projeto de instalação industrial devemos considerar os seguintes


aspectos:

1- Flexibilidade – É a capacidade de admitir mudanças na localização das


máquinas sem comprometer seriamente as instalações existentes;

2- Acessibilidade – Exprime a facilidade de acesso a todas as máquinas e


equipamento de manobras existentes;

3- Confiabilidade – Representa o desempenho do sistema quanto as interrupções


temporárias e permanentes, bem como assegurar a proteção e a integridade física
daqueles que operam.

3.2. Concepção do Projeto

Esta fase do projeto requer muita experiência profissional do projetista. Com base na
sua decisão o projeto tomará forma e corpo que conduzirão ao dimensionamento
dos materiais e equipamentos, filosofia de proteção, etc. De um modo geral,
como orientação, pode-se seguir os passos apontados a seguir para a
concepção do projeto elétrico.

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3.2.1. Divisão das cargas em blocos

Com base na planta baixa com os lay-out das máquinas deve-se dividir a carga em
blocos. Cada bloco de carga deve possuir um terminal com alimentação e proteção
individualizadas. A escolha do bloco é feita, em princípio, considerando-se os
setores individuais de produção, bem como as grandezas da carga de que são
constituídos para avaliação da queda de tensão.

Observações:

- Nesta fase do projeto temos que já ter definido a tensão de alimentação na baixa
tensão, sendo as mais utilizadas: 220 V, 380 V, 440 V.

- Quando um determinado setor de produção está instalado em recinto


fisicamente isolado de outros setores, deve-se considerar como um bloco de carga
individualizado;

- Podem-se agrupar vários setores de produção num só bloco de carga, desde que a
queda de tensão nos terminais das mesmas seja permissível. Isto se dá muitas
vezes quando da existência de máquinas de pequena potência.

3.2.2. Localização do quadro de distribuição terminal

Os quadros de distribuição terminal devem ser localizados em pontos que


satisfaçam de um modo geral as seguintes condições:
No baricentro elétrico do bloco de cargas – O baricentro elétrico é calculado
considerando um sistema de coordenadas cartesianas, concentradas em cada
ponto, de cargas puntiformes com suas respectivas distâncias à origem.
Próximo à linha geral dos dutos de alimentação;
Afastado da passagem sistemática de funcionários;
Em ambientes bem iluminados;
Em locais de fácil acesso;
Em locais não sujeitos a gases corrosivos, inundações, trepidações, etc.;
Em locais de temperaturas adequadas.

3.2.3. Localização da subestação de transformação:

É comum o projetista receber as plantas já com as indicações do local da


subestação.
Nestes casos, a escolha é feita em função do arranjo arquitetônico da
construção e muitas vezes da exigüidade da área. Pode ser também uma decisão
visando a segurança da indústria, principalmente quando o seu produto é de alto
risco.
Observa-se, portanto, que nem sempre o local escolhido para a subestação é o
local mais adequado, às vezes, muita afastada do centro de carga, acarretando
alimentadores longos.

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3.2.4. Sistema primário de distribuição interna


Quando uma indústria possui duas ou mais subestações de transformações,
alimentada de um ponto suprimento da concessionária, devido a indústria ser
formadas por duas ou mais unidades de produção, localizadas em galpões
fisicamente separados.
Em tais casos, é necessário localizar próximo a via pública a Cabine de Medição,
que contém equipamentos e instrumentos de medida de energia de
propriedade da concessionária.
Pode-se proceder a energização destas subestações utilizando-se um dos
seguintes esquemas:

3.2.4.1. Sistema radial simples;

3.2.4.2. Sistema radial com recurso – Este sistema pode ser projetado de
acordo com a ilustração abaixo.

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3.2.4.3. Sistema secundário de distribuição

A figura abaixo mostra o traçado de um circuito terminal de motor.

Figura 4 – Sistema secundário de distribuição. QGF (quadro geral de força) e CCM


(centro de comando).

A distribuição secundária em baixa tensão numa instalação industrial pode ser


dividida em:

A- Circuitos terminais de motores


O circuito terminal de motores consiste em dois ou três condutores
conduzindo corrente numa dada tensão. Os circuitos terminais de motores
devem obedecer algumas regra básicas, tais como:
 Conter dispositivos de seccionamento na sua origem para fins de
manutenção. O seccionamento deve desligar tanto o motor como seu dispositivo
de comando. Podem ser utilizados:
1. seccionadores;
2. interruptores;
3. disjuntores;
4. contactores;
5. fusíveis com terminais apropriados para retirada sob tensão;
6. tomada de corrente.

• Conter um dispositivo de proteção contra curto-circuito na sua origem;

• Conter um dispositivo de comando capaz de impedir uma partida automática


do motor devido a queda ou falta de tensão, se a partida for capaz de provocar
perigo. Nesse caso recomenda-se a utilização de contatores;

• Conter um dispositivo de acionamento do motor, de forma a reduzir a queda de


tensão na partida a um valor igual a 10%, ou de conformidade com as exigências da
carga;
• De preferência, cada motor deve ser alimentado por um circuito terminal
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individual;
• Quando um circuito terminal alimentar mais de um motor ou outras cargas, os
motores devem receber proteção de sobrecarga individual. Nesse caso, a proteção
contra curto-circuito deve ser feita por um dispositivo único e localizado no início
do circuito terminal capaz de proteger condutores de alimentação do motor de
menor corrente nominal e que não atue indevidamente sob qualquer condição de
carga normal do circuito;

• Quanto a maior potência de um motor alimentado por um circuito terminal


individual, mais é recomendável que as cargas de outras naturezas sejam
alimentadas por outros circuitos.

B- Circuito de distribuição

Compreende-se por circuito de distribuição, também chamados de alimentadores,


os condutores que derivam do Quadro Geral de Força (QGF) e alimentam um
os mais centros de comando (CCM ou QDL). Os circuitos de distribuição
devem ser protegidos no ponto de origem através de disjuntores ou fusíveis de
capacidade adequada à carga e às correntes de curto-circuito.
Os circuitos devem dispor, no ponto de origem, de um dispositivo de seccionamento,
dimensionado para suprir a maior demanda do centro de distribuição e proporcionar
condições satisfatórias de manobra.

5. CONDUTORES ELÉTRICOS

5.1. INTRODUÇÃO

O dimensionamento de um condutor deve ser precedido de uma análise


detalhada de sua instalação e da carga a ser suprida.

Um condutor mal dimensionado, além de implicar a operação inadequada da carga,


representa um elevado risco de incêndio para o patrimônio, principalmente
quando associado um deficiente projeto de proteção. Os fatores que envolvem
o dimensionamento de um condutor são:
 Tensão nominal;
 Freqüência nominal;
 Potência ou corrente da carga a ser suprida
 Fator de potência da carga;
 Tipo de sistema:
 monofásico, bifásico ou trifásico;
 Método de instalação dos condutores;
 Tipo de carga: iluminação, motores, capacitores, etc.;
 Distância da carga ao ponto de suprimento;
 Corrente de curto-circuito.

Para que os condutores estejam adequadamente dimensionas é necessário que se


projetem os elementos de proteção a eles associados de maneira que a sobrecarga
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e sobrecorrente presumidas do sistema não afetem a sua isolação.

5.2. FIOS E CABOS CONDUTORES


A maioria absoluta das instalações elétricas industriais emprega o cobre como
elemento condutor dos fios e cabos elétricos. O uso do condutor de alumínio nesse
tipo de instalação é muito reduzido, apesar de o preço de mercado ser
significativamente inferior aos correspondentes condutores de cobre.

A própria norma brasileira NBR 5410 restringe a aplicação dos condutores de


alumínio quando somente permite o seu uso para seções iguais ou superiores a 10
mm2.

De fato, os condutores de alumínio necessitam de cuidados maiores na


manipulação e instalação, devido às suas características mecânicas. No entanto, o
que torna decisiva a restrição ao seu maior uso é a dificuldade de assegurar uma
boa conexão com os terminais dos aparelhos consumidores, já que a maioria destes
é própria para conexão com condutores de cobre.

De maneira geral os cabos são isolados com diferentes tipos de compostos


isolantes, sendo os mais empregados o PVC (cloreto de polivinila), o EPR (borracha
de etileno-propileno) e o XLPE (polietileno reticulado).

Os condutores são chamados de isolados quando dotados de uma camada


isolante, de capa de proteção.

Por outro lado, são denominados de unipolares os condutores que possuem


uma camada isolante, protegida por uma capa, normalmente constituída de material
PVC. Quando um cabo é constituído por condutores isolados e o conjunto é
protegido por uma capa externa, é denominado de multipolar.

Certos condutores, devido à sua qualidade e ao forte esquema de marketing, já


tornaram suas marcas extremamente populares, como é o caso dos fios e cabos
Pirastic (condutor isolado em PVC) e, também, do Sintenax (condutor unipolar com
isolação em PVC), ambos de fabricação Pirelli.

As figuras abaixo mostram cabo de cobre isolado de PVC e um cabo de cobre


unipolar e um tripolar.

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Tipos de fios e cabos condutores.

A isolação dos condutores isolados é designada pelo valor da tensão nominal entre
fases que suportam, padronizadas pela NBR 6148 em 750 V. Já. A isolação dos
condutores unipolares é designada pelos valores nominais das tensões que
suportam respectivamente entre fase e terra e entre fases, padronizadas pela
NBR 6251 em 0,6/1 kV para fios e cabos de baixa tensão e em 3,6/6 kV – 6/10 –
8,7/15 e 12/20 kV para cabos de média tensão.

4.3. CRITÉRIOS PARA DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO MÍNIMA DO


CONDUTOR FASE
A seção mínima dos condutores elétricos deve satisfazer, simultaneamente, aos três
critérios seguintes:

1- SEÇÃO MÍNIMA;
2- CAPACIDADE DE CONDUÇÃO DE CORRENTE;
3- LIMITE DE QUEDA DE TENSÃO;
4- SOBRECARGA;
5- CAPACIDADE DE CONDUÇÃO DA CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO POR
TEMPO LIMITADO;
6- CONTATOS INDIRETOS;

Durante a elaboração de um projeto, os condutores são inicialmente


dimensionados pelos três primeiros critérios. Assim, quando o dimensionamento
das proteções é baseado, entre outros parâmetros, nas intensidades das correntes
de falta, é necessário confrontarmos valores destas e os respectivos tempos de
duração com os valores máximos admitidos pelo isolamento dos condutores
utilizados, cujos gráficos estão mostrados na Figuras 9 e 10, respectivamente
para isolações de PVC 70oC e XLPE 90oC.

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Corrente máxima de curto circuito para fios e cabos isolados com PV

Corrente máxima de curto circuito para fios e cabos isolados com XLPE

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5.4. CRITÉRIO DA CAPACIDADE DE CONDUÇÃO

Na norma NBR 5410, a partir do item 6.2.3, são estabelecidos os critérios para o
dimensionamento de condutores elétricos, através do critério de máxima capacidade de
corrente.

Todo condutor ao ser submetido a uma corrente elétrica, em função do efeito Joule, existe
um certo aquecimento deste condutor.

Este critério visa estabelecer a máxima capacidade de corrente de cada condutor, de forma
que o aquecimento gerado, não venha comprometer a vida útil dos isolamentos e do próprio
condutor.

Abaixo segue um roteiro para orientar o aluno, a dimensionar os condutores, através do


critério de máxima capacidade de corrente, utilizado a norma NBR 5410.

Calcular a corrente do circuito que se quer dimensionar.


Através da tabela 33 da norma, deve estabelecer o “Método de referencia” da instalação.
Este método deve estar de acordo com o tipo de instalação.
Estabelecer o tipo de isolamento do condutor elétrico (PVC, EPR ou XLPE).
Caso a temperatura ambiente seja diferente de 30 °C para as linhas não-subterrâneas ou de
20 °C para temperatura do solo, estabelecer através da tabela 40, o fator de correção de
temperatura da corrente elétrica.
Nas tabelas 42 a 45, devem ser estabelecidos os fatores de correção da corrente elétrica
conforme o agrupamento.
Multiplicar todos os fatores de correção (temperatura e agrupamento).
Dividir a corrente do circuito pelo resultado da multiplicação dos fatores de correção acima.
Confrontar o valor resultante através das tabelas 36 a 39, conforme o caso e estabelecer a
bitola do condutor correspondente.

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5.5. CRITÉRIO DA QUEDA DE TENSÃO

A queda de tensão provocada ela passagem de corrente nos condutores dos circuitos de
uma instalação deve estar dentro de limites pré-fixados, a fim de não prejudicar o
funcionamento dos equipamentos de utilização ligados aos circuitos terminais. A queda de
tensão (total) é considerada entre a origem da instalação e o último ponto de utilização de
qualquer circuito terminal.
Segundo a norma NRB 5410, item 6.2.7, os limites fixados para a queda de tensão são:
a) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT, no caso de
transformador de propriedade da(s) unidade(s) consumidora(s);
b) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT da empresa
distribuidora de eletricidade, quando o ponto de entrega for aí localizado;
c) 5%, calculados a partir do ponto de entrega, nos demais casos de ponto de entrega com
fornecimento em tensão secundária de distribuição;
d) 7%, calculados a partir dos terminais de saída do gerador, no caso de grupo gerador
próprio.
O problema do cálculo da seção pelo critério da queda de tensão, pode ser posto da
seguinte forma:
Conhecemos as características dos equipamentos a alimentar, bem como as da linha
elétrica (tipo de condutor, maneira de instalar, corrente de projeto, fator de potência e
distância de sua origem ás cargas);
Desejamos determinar a seção dos condutores para permitir a circulação de projeto I, com
um fator de potência cos Ф, de modo que, na extremiade do circuito, a queda de tensão não
ultrapasse um valor pré-fixado;
Ou, determinada a seção por outro critério (geralmente pelo critério da capacidade de
condução de corrente), desejamos verificar se a queda está dentro do limite pré-fixado.
A tabela abaixo dá as quedas de tensão ΔU em V/A.km para os condutores isolados
considerando circuitos monofásicos e trifásicos, as maneiras de instalar mais comuns e
fatores de potência 0,8 e 0,95; no caso de condutores são indicados separadamente os
valores para condutos magnéticos (nos quais, por efeito magnético, é maior a queda de
tensão) e para condutos não magnéticos. A queda de tensão pode ser obtida pela
expressão:

ΔV = ΔU x I x L sendo:

ΔV – queda de tensão em volts (V).


ΔU – queda de tensão em V/A.km.
I – Corrente de projeto em amperes (A).
L – comprimento do circuito em km.

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5.6. CÁLCULO DO CONDUTOR NEUTRO SEGUNDO A NORMA NBR 5410.


Num circuito trifásico com neutro e cujos condutores de fase tenham uma seção superior a
25 mm2, a seção do condutor neutro pode ser inferior à dos condutores de fase, sem ser
inferior aos valores indicados na tabela abaixo, em função da seção dos condutores de
fase, quando as três condições seguintes forem simultaneamente atendidas:

a) o circuito for presumivelmente equilibrado, em serviço normal;

b) a corrente das fases não contiver uma taxa de terceira harmônica e múltiplos superior
a 15%; e

c) o condutor neutro for protegido contra sobrecorrentes conforme 5.3.2.2.

NOTA Os valores da tabela 48 são aplicáveis quando os condutores de fase e o


condutor neutro forem do mesmo metal.

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6. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

SISTEMA DE CONDUTORES VIVOS

6.1. SISTEMA MONOFÁSICO A DOIS CONDUTORES (F – N)

É o sistema comumente utilizado em instalações residenciais e em prédios


comerciais e residenciais com um número reduzido de unidades de consumo e de
pequena carga.

6.2. SISTEMA MONOFÁSICO A TRÊS CONDUTORES


É empregado em pequenas instalações residenciais e comerciais, onde há carga de
iluminação e motores. Seu uso é limitado.

6.3. SISTEMA TRIFÁSICO A TRÊS CONDUTORES (3F)

É o sistema secundário que pode ser conectado em triângulo ou estrela com o ponto neutro
isolado.

6.4. SISTEMA TRIFÁSICO A QUATRO CONDUTORES (3F - N)

É o sistema secundário de distribuição mais comumente empregado nas instalações


elétricas industriais. Normalmente é utilizada a configuração estrela com o ponto neutro
aterrado.

7. SISTEMA DE ATERRAMENTO
De acordo com a NBR 5410, as instalações de baixa tensão devem obedecer, no que
concerne aos aterramentos funcionais e de proteção, a três esquemas de aterramento
básicos, sendo designados por uma simbologia que utiliza duas letras fundamentais:

1ª letra: indica a situação da alimentação em relação à terra

T – um ponto diretamente aterrado

I – nenhum ponto aterrado ou aterrado através de impedância

2ª letra: indica as características de aterramento das massas

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T – massas diretamente aterradas independente do eventual aterramento da


alimentação;

N – massas ligadas diretamente ao ponto de alimentação aterrado, geralmente o neutro.

7.1. ESQUEMA TT

Existe um ponto da alimentação diretamente aterrado, estando as massas da instalação


ligadas a um eletrodo de aterramento independente do eletrodo de aterramento da
alimentação. Trata-se de um esquema concebido de forma que o percurso da corrente
proveniente de uma falta fase-massa inclua a terra e que a elevada impedância desse
percurso limite o valor daquela corrente. Porém pode trazer perigopara as pessoas que
toquem numa massa acidentalmente energizada.

ESQUEMA TT

6.2. ESQUEMA TN
Existe um ponto de alimentação diretamente aterrado, sendo as massas da instalação
ligadas a esse ponto através de condutores de proteção. O esquema é concebido de
modo que o percurso de uma corrente de falha fase-massa seja constituído
exclusivamente por elementos condutores e, portanto, possua baixíssima impedância.
a) esquema TN-S, no qual o condutor neutro e o condutor de proteção são distintos

b) esquema TN-C-S, em parte do qual as funções de neutro e de proteção são combinadas


em um único condutor;

c) esquema TN-C, no qual as funções de neutro e de proteção são combinadas em um único


condutor, na totalidade do esquema.

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ESQUEMA TN-S

ESQUEMA TN-C-S

ESQUEMA TN-C

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6.3. ESQUEMA IT
Não existe nenhum ponto da alimentação diretamente aterrado; ela é totalmente
isolada da terra ou aterrada através de uma impedância de valor elevado. As massas são
ligadas à terra por meio de eletrodos de aterramento próprios. Nesse esquema, a
corrente resultante de uma falta fase-massa não possuirá intensidade suficiente para
trazer perigo para as pessoas que toquem na massa energizada, devido às capacitâncias
da linha em relação à terra e a eventual impedância existente entre a alimentação e
a terra.

ESQUEMA IT
1) O neutro pode ser ou não distribuído;

A = sem aterramento da alimentação;

B = alimentação aterrada através de impedância;

B.1 = massas aterradas em eletrodos separados e independentes do eletrodo de


aterramento da alimentação;

B.2 = massas coletivamente aterradas em eletrodo independente do eletrodo de aterramento


da alimentação;

B.3 = massas coletivamente aterradas no mesmo eletrodo da alimentação.

considerado. O fator de simultaneidade é sempre inferior que a unidade. A Tabela 1 fornece


os fatores de simultaneidade para diferentes potências de motores em agrupamento
e outros aparelhos.

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A seção do condutor de proteção pode ser determinada através da tabela abaixo. Quando
a aplicação da tabela conduzir a seções não padronizadas, devem ser escolhidos
condutores com a seção padronizada mais próxima. A tabela abaixo é valida apenas se o
condutor de proteção for constituído do mesmo metal que os condutores de fase. Quando
este não for o caso, ver IEC 60364-5-54.

8. CÁLCULO DA DEMANDA

8.1. MOTORES

Dm – demanda dos motores, em kVA


Pm – potência nominal, em cv
Fu – fator de utilização
Fp – fator de potência
Fs – fator de simultaneidade
η - rendimento
N – quantidade de motores de mesma potência

(a) Fator de simultaneidade

É a relação entre a demanda máxima do grupo de aparelhos e a soma das demandas


individuais dos aparelhos do mesmo grupo, num intervalo de tempo considerado. O fator de
simultaneidade é sempre inferior que a unidade. A Tabela 1 fornece os fatores de
simultaneidade para diferentes potências de motores em agrupamento e outros aparelhos.

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(b) Fator de utilização

É o fator pelo qual deve ser multiplicada a potência nominal do aparelho para se
obter a potência média absorvida pelo mesmo, nas condições de utilização. A Tabela2
fornece os fatores de utilização dos principais equipamentos utilizados nas instalações
elétricas industriais.

(c) Rendimento

É a relação entre a potência fornecida ao eixo e a potência elétrica de entrada, ou seja,


(Veja Tabela 3),

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(d) Fator de potência

Relação entre a potência ativa e a potência aparente do motor. Veja Tabela 3.

Motores Monofásicos – rendimento e fator de potência

8.2. ILUMINAÇÃO E TOMADAS EM GERAL


Primeiros 20 kW: 100% Acima de 20 kW: 70%
Obs.: A utilização do procedimento acima é válida quando não conhecemos a seqüência de
funcionamento do sistema. Neste projeto, entretanto, conhecemos a seqüência de
funcionamento dos equipamentos e da iluminação da indústria, como ilustrado na
Figura . Portanto, calcularemos a demanda de acordo com essa seqüência.

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Motores elétricos trifásicos: rendimento e fator de potência SIEMENS

Potência II Polos IV Polos VI Polos VIII Polos


CV kW η Cos φ η Cos φ η Cos φ η Cos φ
1,0 0,75 80,1 0,81 82,7 0,68 80,0 0,63 70,0 0,60
1,5 1,10 82,5 0,87 81,5 0,68 77,0 0,68 77,0 0,60
2,0 1,50 84,0 0,84 84,2 0,76 83,0 0,65 82,5 0,61
3,0 2,20 85,1 0,86 85,1 0,79 83,0 0,69 84,0 0,61
4,0 3,00 85,1 0,92 86,0 0,79 85,0 0,71 84,5 0,62
5,0 3,70 87,6 0,85 87,5 0,78 87,5 0,73 85,5 0,62
6,0 4,50 88,0 0,90 88,5 0,81 87,5 0,75 85,5 0,62
7,5 5,50 88,8 0,85 89,5 0,81 88,0 0,71 85,5 0,62
10,0 7,50 89,5 0,85 90,0 0,83 88,5 0,74 88,5 0,66
12,5 9,00 89,5 0,90 90,0 0,82 88,5 0,76 88,5 0,74
15,0 11,00 90,2 0,88 91,0 0,82 90,2 0,77 88,5 0,74
20,0 15,00 90,2 0,85 91,0 0,87 90,2 0,79 89,5 0,81
25,0 18,50 91,0 0,88 92,4 0,89 91,7 0,82 89,5 0,76
30,0 22,00 91,0 0,90 92,4 0,85 91,7 0,81 91,0 0,73
50,0 37,00 91,7 0,92 93,0 0,88 93,0 0,78 91,0 0,75
60,0 45,00 92,4 0,92 93,0 0,90 93,0 0,80 91,7 0,77
75,0 55,00 93,0 0,94 93,6 0,89 93,6 0,86 91,7 0,78
100,0 75,00 93,0 0,94 94,1 0,90 93,6 0,87 93,0 0,78
125,0 90,00 93,6 0,94 94,5 0,90 94,1 0,87 93,0 0,80
150,0 110,00 94,5 0,90 94,5 0,90 94,1 0,86 93,6 0,82
175,0 130,00 94,7 0,90 95,0 0,86 95,0 0,85 - -
200,0 150,00 95,0 0,90 95,0 0,86 95,0 0,85 - -
250,0 185,00 95,4 0,91 95,0 0,87 - - - -

8.3. DETERMINAÇÃO DO HORÁRIO DE PONTA DA INDÚSTRIA

1. Primeiro horário de ponta: 05:00 às 11:00 hs


2. Segundo horário de ponta: 11:00 às 19:00 Hs
3. Terceiro horário de ponta: 19:00 às 23:00 Hs
4. Triângulo das potências - Cálculo da demanda provável da indústria

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P → Potência ativa (kW)


Q → Potência reativa (kVAR)
S → Potência aparente (kVA)
θ → ângulo do fator de potência

Observações:
(a) Para iluminação e aquecimento: FP = 1
(b) Para instalação de motores: FP = 0,92 (valor mínimo)
(c) Cálculo da demanda levando em consideração o horário de ponta da
indústria e escolha do transformador.

8.4. DIMENSIONAMENTO DO RAMAL DE LIGAÇÃO AÉREO


Tabela 4 – Dimensionamento do ramal de ligação de entrada Aérea

8.5. DIMENSIONAMENTO DO RAMAL DE ENTRADA SUBTERRÂNEO


Tabela 5 – Dimensionamento do ramal de entrada subterrâneo

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8.6. ELOS FUSÍVEIS PARA PROTEÇÃO DE TRANSFORMADORES

9. CONDUTOS ELÉTRICOS
Em um sistema elétrico existem diversas maneiras de se transportar
os condutores elétricos. Estas canalizações são destinadas a conter
exclusivamente condutoras elétricas denominamos de conduto elétrico.

9.1. SISTEMA DE FIXAÇÃO DAS INSTALAÇÕES E DISTRIBUIÇÃO DE


CIRCUITOS.

Após a definição das iluminações e lay-out dos equipamentos, motores e


tomadas, devemos iniciar a distribuição dos circuitos, além de prever na
planta, a forma de fixação das instalações como por exemplo, as luminárias.
As luminárias devem fixadas em suportes que também permitam a distribuição
dos circuitos.
Nas oficinas, onde a instalação deva ser aparente, podemos utilizar um
sistema com perfilados dotados de terminais (tomadas) para ligação das
luminárias aos circuitos elétricos. No interior dos perfilados são lançados os
condutores elétricos os quais são compostos dos circuitos elétricos.
Veja as ilustrações abaixo para entendimento melhor do sistema.

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Os condutores dos circuitos elétricos também podem ser lançados em


eletrodutos, eletrocalhas e leitos para cabos.
Estes sistemas visam proporcionar uma melhor organização dos cabos,
proteção mecânica e de agentes externos como ação de produtos químicos.

Seguem abaixo exemplos de eletrocalhas e leitos para cabos.

Eletrocalha lisa.

Eletrocalha Perfurada

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Leito para cabos.

Quando é necessária a distribuição de circuitos em alta potência, podemos


além de utilizar cabos apropriados, também a utilização de barramentos
especiais projetados para usos específicos. Algumas empresas já fornecem os
barramos em peças modulares, que facilitam a montagem dos mesmos e
proporcionam uma grande robustez á instalação.

Barramento KB$EB25 marca Telemecanique

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Barramento blindado tipo KU marca Telemecanique.

10. DIMESNIONAMENTO DE ELETRODUTOS

Segundo a norma técnica NBR 5410.

É vedado o uso, como eletroduto, de produtos que não sejam expressamente


apresentados e comercializados como tal.

NOTA Esta proibição inclui, por exemplo, produtos caracterizados por seus
fabricantes, como mangueiras.

Nas instalações elétricas abrangidas por esta Norma só são admitidos


eletrodutos não-propagantes de chama.

Só são admitidos em instalação embutida os eletrodutos que suportem os


esforços de deformação característicos da técnica construtiva utilizada.

Em qualquer situação, os eletrodutos devem suportar as solicitações


mecânicas, químicas, elétricas e térmicas a que forem submetidos nas
condições da instalação.
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Nos eletrodutos só devem ser instalados condutores isolados, cabos


unipolares ou cabos multipolares.

NOTA Isso não exclui o uso de eletrodutos para proteção mecânica, por
exemplo, de condutores de aterramento.

As dimensões internas dos eletrodutos e de suas conexões devem permitir


que, após montagem da linha, os condutores possam ser instalados e retirados
com facilidade. Para tanto:

a) a taxa de ocupação do eletroduto, dada pelo quociente entre a soma das


áreas das seções transversais dos condutores previstos, calculadas com base
no diâmetro externo, e a área útil da seção transversal do eletroduto, não deve
ser superior a:
53% no caso de um condutor;

31% no caso de dois condutores;

40% no caso de três ou mais condutores;

b) os trechos contínuos de tubulação, sem interposição de caixas ou


equipamentos, não devem exceder 15 m de comprimento para linhas internas
às edificações e 30 m para as linhas em áreas externas às edificações, se os
trechos forem retilíneos. Se os trechos incluírem curvas, o limite de 15 m e o
de 30 m devem ser reduzidos em 3 m para cada curva de 90°.

NOTA Quando não for possível evitar a passagem da linha por locais que
impeçam, por algum motivo, a colocação de caixa intermediária, o
comprimento do trecho contínuo pode ser aumentado, desde que seja utilizado
um eletroduto de tamanho nominal imediatamente superior para cada 6 m, ou
fração, de aumento da distância máxima calculada segundo critérios da alínea
b). Assim, um aumento, por exemplo, de 9 m implica um eletroduto com
tamanho dois degraus acima do inicialmente definido, com base na taxa de
ocupação máxima indicada na alínea a).

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11. PROTEÇÃO ELÉTRICA

O Dimensionamento dos dispositivos de proteção de um circuito só está


adequadamente protegido contra sobrecorrentes quando todos os seus
elementos, tais como condutores, chaves e outros, estiverem com suas
capacidades térmicas e dinâmicas iguais ou inferiores aos valores
limitados pelos dispositivos de proteção correspondentes. Desse modo,
torna-se importante analisar as sobrecorrentes e os tempos associados à
resposta efetiva da proteção.

11.1. DISJUNTOR
São dispositivos de proteção capazes de proteger circuitos elétricos,
tendo como função básica o desligamento do circuito e como função
secundária permitir a operação manual, através de alavanca liga/desliga.

11.1.1. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE UM DISJUNTOR


(a) Estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições normais de um
circuito;

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(b) Conduzir por tempo especificado e interromper em condições anormais as


correntes de curto-circuito;

(c) Sua operação é repetitiva, ou seja, podem ser religados após ter
atuado, sem necessidade de troca;

(d) A característica tempo x corrente na maioria das vezes podem ser ajustadas.

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11.1.2. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO


Devido às suas principais características o disjuntor é um equipamento
complexo devido principalmente a sua capacidade de interrupção.
Apresentaremos de um esquema simplificado o princípio de funcionamento de
um disjuntor.

Um mecanismo é movimentado por uma força externa (alavanca ou motor),


acionando um bloco de contato, ao mesmo tempo em que distende um jogo de
molas (M). Ao fim do curso dos contatos. Uma trava mantém os
contatos fechados e o conjunto de molas serão distendidas. Qualquer
comando no disparador retira a trava, liberando o mecanismo, que
provocara a separação brusca dos contatos, por efeito de liberação das
molas. Na interrupção da corrente que ocorre durante o período de
abertura tem um valor máximo eficaz denominado “capacidade de
interrupção do disjuntor” que é um valor sempre em kA, que representa o
maior valor eficaz simétrico que o disjuntor pode interromper com plena
segurança para o operador e equipamento.

11.1.3. CLASSIFICAÇÃO DOS DISJUNTORES


Os disjuntores são classificados em três tipos:

1o. DISJUNTOR Standard

2o. DISJUNTOR Limitador

3o. DISJUNTOR Seletivo

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(a) Disjuntor Standard


O princípio de funcionamento do disjuntor Standard é o mesmo apresentado
anteriormente, onde a sua capacidade de interrupção (velocidade de
abertura dos contatos é exercida exclusivamente pelas forças das molas de
disparo). Os disjuntores Standard mais modernos têm um tempo total de
corte bastante reduzido (20 ms). Entretanto, devemos observar as
informações dos fabricantes para cada tipo de disjuntor em suas funções
específicas.

(b) Disjuntor Limitador

À medida que o nível de curto-circuito aumenta num sistema elétrico,


disjuntores com capacidades maiores deverão ser projetados para atender a
condição do sistema. Entretanto, existem sistemas elétricos com níveis de
curto-circuito tão elevados que não se encontra comercialmente disjuntores
Standard com esta característica, pois necessitaríamos um mecanismo e
técnicas de disparo economicamente inviáveis na sua construção. Para
aumentar a capacidade de interrupção sem aumentar exageradamente o
tamanho do disjuntor, introduziu-se uma série de modificações construtivas,
visando aproveitar o fluxo magnético de interrupção/extinção. Basicamente
é um disjuntor Standard com estas modificações construtivas, sendo a mais
significativa a alteração no formato das peças de contato.

(c) Disjuntor Seletivo

Para garantir a seletividade em disjuntores instalados em série na condição de


curto-circuito, é necessário que o “tempo total de interrupção” do
disjuntor mais próximo do defeito, seja menor que o tempo mínimo de
impulso do disjuntor imediatamente a montante. Sendo esta condição difícil
de ser obtida com a utilização de disjuntores Standard ou seletivo. Com o
advento da eletrônica, conseguiu-se obter a seletividade entre disjuntores. A
técnica de regular o tempo de atuação do disparador eletromagnético,
intercalando-se um circuito RC, que retarda o sinal de desligamento.
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Os disjuntores são utilizados principalmente quando:

a) Espera-se ocorrência periódica de curto-circuito;

b) Deseja-se o desligamento de todas as fases com o desligamento


automático;

c) For necessário o religamento imediato após o desligamento, desde


que eliminado o defeito;

d) É desejado o comando a distância

11.2. Fusíveis
São dispositivos usados com o objetivo de limitar o efeito de uma perturbação,
proporcionando a sua interrupção. Os fusíveis são os elementos mais frágeis
que são propositadamente intercalados num determinado ponto do
circuito elétrico para interromper corrente de sobrecargas violentas. Após a
interrupção temos que assegurar que a d.d.p que poderão aparecer na
extremidade do elo fundido não venha estabelecer condições de circulação de
correntes através do invólucro ou pela interrupção do elo.
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Apresentaremos os dois tipos de normalmente encontrados de sobrecarga:

1) Tipo 1: Sobrecarga moderada ---------- IN até IRBL = X.IN


2) Tipo 2: Sobrecarga violenta ------------- IRBL até 100IN

11.2.1. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

Apresentaremos agora o funcionamento do fusível de alta capacidade de


interrupção:

O condutor e o elemento fusível são percorridos por uma corrente admissível


que os aquece. A temperatura do condutor deverá assumir um valor constante
em toda a sua extensão. Devido a resistência do elo fusível este sofre um
aquecimento maior, atingindo na parte central uma temperatura TB, o qual a
partir deste valor é transferida par ao meio ambiente. A temperatura TA não
deve ultrapassar a um determinado valor para não prejudicar a vida útil do
isolamento do elemento condutor.

11.2.2. NORMA DOS FUSÍVEIS

As normas de fusíveis definem para diversos tipos, diversas faixas de corrente


nominais, os seguintes parâmetros:

(a) Tempo convencional: tc:


(b) Corrente convencional de não fusão (Inf): é o maior valor de corrente, para
o qual o dispositivo não atua em menos de 2 horas
(c) Corrente convencional de fusão (If): é o menor valor de corrente para o
qual o dispositivo atua em 1 hora.
(d) Corrente nominal (IN): corrente elétrica que poderá percorrer
permanentemente no elemento sem provocar sua fusão.

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11.2.3. AÇÃO DE UM FUSÍVEL LIMITADOR


Alguns fusíveis tais como o NH, HH, Diazed de elevada capacidade de
interrupção, apresentam características de limitação de corrente para
determinados níveis de corrente de curto-circuito, que é uma característica
importante na proteção de condutores e equipamentos, pois a limitação da
intensidade da corrente de curto-circuito implica em valores mais reduzidos
das solicitações térmicas e dinâmicas. Estas limitações são conseguidas
com a utilização de elos especialmente projetados.

11.2.4. CURVA CARACTERÍSTICA DE UM FUSÍVEL DE AÇÃO RÁPIDA E


RETARDADA

Devido às características próprias dos diversos tipos de carga (resistiva,


capacitiva e indutiva), os fusíveis são fabricados em conformidade
com estas peculiaridades, para poder desempenhar com mais eficiência
possível nas suas funções de proteção.

Para atender a estas condições de carga, os fusíveis são fabricados com duas
características distintas de ação: RÁPIDA e RETARDADA.

Os fusíveis de característica rápida são utilizados nos circuitos que operam em


condições de corrente nominal, como é o caso de circuitos que suprem cargas
resistivas.

Os fusíveis de efeito retardado é o mais adequado aos circuitos sujeitos a


sobrecarga periódica, tais como motores e capacitores.

11.2.5. PRINCIPAIS TIPOS DE FUSÍVEIS EXISTENTES EM UMA


INSTALAÇÃO INDUSTRIAL

Os principais tipos de fusíveis utilizados são

a) Tipo Cartucho - São limitadores de corrente usados especialmente para


proteger circuitos elétricos em geral, tais como: os condutores, os aparelhos
elétricos, os consumidores/instalações residenciais, etc. Exemplos: Diazed,
Silized e Neozed. Os tipos Diazed e Neozed têm ação retardada, sendo que
esses são utilizados em painéis e aquele é utilizado na proteção dos circuitos
de comando. O Silized é ultra-rápido - esse é ideal para a proteção de
aparelhos equipados com semicondutores (tiristores e diodos).

b) Tipo Faca - São dispositivos limitadores de corrente, utilizados


preferencialmente em instalações industriais, protegendo circuitos elétricos
em geral, tais como: os condutores, os aparelhos, os consumidores/prediais,
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os motores, etc. Exemplo são os fusíveis NH. Esses fusíveis possuem


características retardadas em função das partidas de motores trifásicos com
rotor em curto-circuito que estão sujeitos a sobrecarga de curta duração.
Exemplo: motores trifásicos com rotor em

Estes são os principais tipos de fusíveis existentes, onde os mais utilizados


quase que na sua maioria são os de elevada capacidade de interrupção
(Tipo Faca), devido principalmente as suas principais características:
elevada capacidade de interrupção, limitadores de corrente, curvas típicas
de atuação (fusão).
Através de estudos realizados, foi verificado que a maioria dos motores
existentes num sistema industrial, são motores de pequenas potências (P<20
cv). Desse modo, os fusíveis de encaixe calibrado, são os mais utilizados,
devido basicamente a quatro fatores:

(1) Atender eletricamente qualquer tipo de instalação existente (curto-circuito,


tensão nominal, etc.);

(2) Custo relativamente baixo;

(3) Ocupar pouco espaço nos quadros de força;

(4) Corrente nominais comercialmente encontrados: 2 – 4 – 6 – 10 – 16 – 20 –


25 - 35 – 50 – 63 A).

11.2.6. BASE DE FIXAÇÃO


•Tipos Diazed, Silized e Neozed: sua fixação compõe-se dos seguintes
elementos: base, parafuso de ajuste, anel de proteção e tampa. Podem ser
fixados diretamente no trilho ou no espelho do painel, sempre com o auxílio de
dois parafusos.

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•Tipo NH - é utilizado com uma base de fixação, sendo individuais ou


em conjunto com chaves seccionadoras, sendo essas, para abertura em sobre
carga ou simples. Após retirado o fusível, a base constitui uma separação
visível das fases, tornando dispensável, em alguns casos, a utilização de um
seccionador adicional.

OBS.:

1) Para as bases com fusíveis tipo NH é recomendável a utilização de


um punho apropriado para instalar ou sacar o fusível. Observamos que o
equipamento deve ser desligado antes de instalar e/ou retirar o fusível;

2) Os tipos de fusíveis Diazed, Silized e Neozed são utilizados para correntes


menores e os tipo NH são para correntes maiores;

3) Material de enchimento - os corpos dos fusíveis de alta capacidade de


interrupção são sempre cheios com quartzo granulado de alta pureza química.

11.2.7. VANTAGENS DOS FUSÍVEIS


a) Elevada capacidade de interrupção;
b) Para altas correntes funcionam como fusíveis limitadores;
c) Custo inicial da instalação relativamente baixo.

11.2.8. DESVANTAGENS DOS FUSÍVEIS


a) Intervalo de fabricação
b) O fusível não pode ser testado e nem calibrado;
c) Favorece funcionamento bifásico em sistema trifásico;
d) Perigo ao recolocar o fusível;
e) Reserva;
f) Custo alto de manutenção.

Os fusíveis são utilizados principalmente quando:

a) A ocorrência de curto-circuito é remota;


b) As correntes de curto circuito são tão elevadas que o uso de disjuntores
torna-se quase impossível devido ao elevadíssimo custo;
c) É desejado a a limitação da corrente com pouco investimento;
d) Existir pouco espaço.

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11.3. RELÉ BIMETÁLICO DE SOBRECARGA

11.3.1. INTRODUÇÃO
Os fusíveis, conforme visto anteriormente, são dispositivos de proteção para
atuar (interromper o circuito) quando da ocorrência de um defeito em
determinado ponto do sistema, sem do este defeito um curto circuito (fase-
terra, fase-fase, trifásico).

Existem determinados tipos de cargas, onde somente os fusíveis não resolvem


os problemas, pois no caso de circuitos alimentando motores, as
sobrecargas mais freqüentes são as moderadas (cobrindo a faixa de corrente
nominal até a corrente com rotor bloqueado) em que os fusíveis normalmente
não são projetados para atuar nesta faixa.

Para cobrir parcialmente a faixa de sobrecarga moderada, apesar de não ser


um elemento ideal, mas de custo relativamente baixo, utiliza-se o RELÉ
BIMETÁLICO DE SOBRECARGA.

Os relés bimetálicos de sobrecarga foram desenvolvidos a partir do


comportamento de lâminas bi metálicas, onde o seu princípio de
operação está fundamentado nas diferentes dilatações que apresentam
determinados metais, quando submetidos a uma variação de temperatura.

O elemento bimetálico é composto de duas lâminas de metais diferentes,


ligados intimamente através de solda sob pressão ou eletroliticamente. As
lâminas se curvam e esta mudança de posição é usada para atuar num
mecanismo de disparo do relé ou disjuntor.

11.3.2. AÇÃO DAS CORRENTES NAS LÂMINAS

Existem diversas maneiras de se aquecer o elemento bimetálico, dependendo


basicamente da corrente nominal do relé e da opção do fabricante.
Apresentamos a seguir algumas maneiras de se aquecer o elemento
bimetálico:

a) Aquecimento direto: as lâminas estão diretamente acopladas no


circuito de força, sendo percorrido pela corrente do sistema.

b) Aquecimento indireto: as lâminas são envolvidas por enrolamento


de aquecimento.

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c) Aquecimento misto: as lâminas são aquecidas pela passagem da


corrente e adicionalmente por enrolamento de aquecimento.

d) Aquecimento intercalando TC: dependendo do tipo de proteção em que o


TC é empregado, estes poderão possuir várias curvas de saturação.
Normalmente os TC’s utilizados para fins de proteção opera linearmente até
aproximadamente 20 vezes a corrente nominal. Para motores, normalmente
utilizam-se os TC’s que opera linearmente até aproximadamente 8 vezes o
valor nominal.

11.3.3. - RELÉ DE TEMPERATURA À TERMISTOR


Relés de temperatura à termistor são dispositivos de proteção ideais
para motores e autotrafo de partida, utilizados em sistemas elétricos
industriais. Pois os sensores, quando solicitados de fábrica, são
intercalados nos pontos de maior aquecimento do enrolamento. Estes
sensores sentem diretamente a temperatura através de variação de
resistência dos elementos semicondutores e transmitem estas
informações ao relé de temperatura que, dependendo do valor de ajuste,
desliga ou não o sistema controlado.

Os relés de temperatura à termistor são utilizados em sistemas de proteção


contra sobrecarga moderadas, assim como o relé bimetálico de sobrecarga,
com grande vantagem sobre este, pois são sensores de temperatura e não de
corrente elétrica.

Os termistores são detectores térmicos compostos de semicondutores


que varia a sua resistência em função da temperatura. São estes
elementos que são intercalados nos enrolamentos dos equipamentos que se
deseja proteger, fabricados em dois tipos:

• NTC: coeficiente de temperatura negativa

• PTC: coeficiente de temperatura positiva


Os termistores PTC são construídos a partir de materiais semicondutores
especiais, em que estes elementos apresentam grande faixa de liberação
elétrons-buracos em razão do decréscimo de temperatura. Portanto quanto
maior a temperatura maior será a resistência do PTC.

11.4. DIMENSIONAMENTOS
Disjuntores

A seleção e ajuste dos disjuntores deve ser feita com base nos
requisitos previstos pela NBR 5410.
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a) Proteção contra sobrecargas

1ª Condição: Iaj ≥ I p

Iaj → Corrente de ajuste do disjuntor


I p → Corrente de projeto do circuito

2ª Condição: Iaj ≤ Inc

Iaj → Corrente de ajuste do disjuntor


Inc → Corrente nominal do condutor

3ª Condição:

Iadc ≤ 1, 45 × Inc
Iadc = K × Iaj → Corrente convencional de atuação do disjuntor
K → Fator de multiplicação (tabelado e depende do fabricante do disjuntor)

4a Condição: Tad > Tpm

Tad → Tempo de atuação do disjuntor


Tpm → Tempo de partida do motor
b) Proteção contra curto-circuitos

5ª Condição:

Icc ≤ Ird
Ird → Capacidade de interrupção do disjuntor
Icc → Corrente de curto-circuito no ponto considerado da instalação

6ª Condição: Tad ≤ Tcc

Tad → Tempo de atuação do disjuntor


Tcc → Tempo de suportabilidade da isolação do condutor

Relés térmico de sobrecarga

Os relés térmicos de sobrecarga seguem os mesmos critérios de


dimensionamento dos disjuntores descritos no item (a) da seção

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Fusíveis

(a) Circuitos terminais de motores em regime S1

Inf ≤ I pm × K
I pm = Inm × Rcpm → Corrente de partida do motor
Inf → Corrente nominal do fusível
Inm → Corrente nominal do motor
Rcpm → Relação entre a corrente de partida e a corrente nominal do motor
K → fator de multiplicação
• Para: I pm ≤ 40A →K = 0, 5
• Para: 40 < I pm ≤ 500A →K = 0, 4
• Para: I pm > 500A →K = 0, 3

(b) Circuito de distribuição de motores

I nf ≤ I pnm × K + ∑ Inm
I pnm → Corrente de partida do maior motor
∑ Inm → Soma das correntes dos demais motores

(c) Circuito de distribuição de aparelhos

I nf ≥ α × ∑ I na
α = 1 a 1,15
∑ I na → Soma das correntes nominais dos aparelhos

(d) Circuito de distribuição de cargas mistas (aparelhos e motores)

I nf ≤ I pnm × K + ∑ Inm + ∑ Ina

(e) Circuito de distribuição de capacitores ou banco

Inf ≤ 1, 65 × Inca
Inca → Corrente nominal do capacitor ou banco

(f) Comportamento do fusível perante a corrente de partida do motor

Taf > Tpm


Taf → Tempo de atuação do fusível
Tpm → Tempo de partida do motor

(g) Proteção da isolação dos condutores

Taf < Tcc


Taf → Tempo de atuação do fusível

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Tcc → Tempo de suportabilidade da isolação do condutor

(h) Proteção dos dispositivos de comando e manobra

• Contator: Inf ≤ Infc


• Relé térmico: Inf≤ Infr
• Chave seccionadora interruptora: Inf ≤ Infch

Inf → Corrente nominal do fusível


Infc → Corrente nominal do fusível a ser pré-ligado ao contator.

NOTAS DE AULA
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