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Afro-brasileiras e Africanas
Universidade Estadual do Piauí – UESPI
ISBN: 978-85-8320-162-5
RESUMO
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Anais do IV Encontro Internacional de Literaturas, Histórias e Culturas Afro-brasileiras e Africanas
Universidade Estadual do Piauí – UESPI – Teresina – Piauí - Brasil
18 a 20 de novembro de 2015
A música reggae tocada pelas bandas teresinenses, se destacam por ter em sua
maioria letras que retratam o movimento rastafári, tendo assim influências da Jamaica,
mas também buscam retratar a realidade vivida de acordo com o contexto local,
focando-se por exemplo, em personagens nativos do Brasil , como o índio, assim como
as plantas e ervas utilizadas por este, como o Rapé.
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Etnomusicologia: Estudo antropológico das formas musicais de uma cultura (em si mesmas e em seus
aspectos socioculturais). Seus principais autores são: Murray Schafer, Oliveira Pinto, José Wisnik,
Menezes Bastos e José Jorge de Carvalho.
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Através dos meus estudos procuro mostrar que certos hábitos e rituais tem
relação com tradições históricas que muitas vezes é desconhecida por grande parte de
indivíduos. Assim, na busca de entender e explicar as práticas rastafáris relacionando,
por exemplo, o uso de dreadlocks com o voto bíblico de nazireado (Voto (promessa)
que se fazia a Deus, relacionado a proibição de cortar os cabelos, encontrado no
versículos do Números 6 do livro Números da Bíblia), as restrições alimentares à lei de
Moisés e o uso da maconha à uma prática religiosa ancestral para a qual eles encontram
justificativa numa livre interpretação da escrita bíblica (como, por exemplo, no Salmos
18:9), (BROOKS, 2001).
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O reggae torna-se o porta voz dos rastas, ele destaca-se por questionamentos à
sociedade, tanto a música como o movimento rastafári buscam a conscientização do
homem através das esferas políticas, espirituais e ecológicas. Tais movimentos culturais
contribuíram para uma identidade, para a autoestima da comunidade negra que sofria
com explorações de trabalho e péssima qualidade de vida. (Martins dos Reis, 2012).
Ambos inspiraram jamaicanos a um mundo novo.
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O Ska é um gênero musical que teve a sua origem na Jamaica no final da década de 1950, combinando
elementos caribenhos como o mento, o calipso e estadunidenses como o jazz. Foi o precursor do
rocksteady e do reggae. Rocksteady é como o ska com metade da velocidade, com o trombone substituído
pelo piano e pelo baixo proeminente.
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O reggae traz em suas letras o desapego à vida mundana e a crítica a este estilo
de vida no qual, nesta perspectiva, os indivíduos cada vez mais não trocam informações
pessoalmente, não trocam abraços e nem afetos, onde está fortemente presente a correria
do dia-a-dia, a falta de tempo para o lazer, assim como o distanciamento da natureza e o
desprezo pela sua preservação. O reggae pretende-se como mensagem de que o ser
humano erra, mas também mostra a luz. Através de suas letras enviam-se mensagens de
respeito e amor pela natureza, pela humanidade, assim como a incessante busca por
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positivas vibrações. A música faz parte de uma gama de elementos que compõem a
identidade rasta.
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natural, além de acreditar que só Jah pode curar doentes, por isso, não costumam ir a
hospitais. (CABÚS, 2012).
Os rastas assim, são vistos como desviantes das condutas sociais, partindo do
ponto de que a maconha é proibida em nosso país. O desvio é uma consequência da
aplicação da aplicação por outros de regras e sanções a um infrator. O desviante assim,
seriam pessoas a qual esse rótulo foi aplicado com sucesso, ou seja, o comportamento
desviante é aquele que as pessoas rotulam como tal. (Becker, 2008).
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O movimento rastafári tem como seu grande objetivo a busca pelas positivas
vibrações, carregar-se consigo os pensamentos positivos seria uma ação continua. O
pensamento positivo exprime uma tendência fundamental da Nova Era, preparando
assim um novo curso espiritual da história. A busca por pensamentos positivos, leva
agir positivamente, buscando enxergar a realidade de forma otimista, transformando tal
realidade com a força do espírito. Almejar e alcançar as positivas vibrações, significa
tornar-se senhor do mundo através da força do espírito. (TERRIN, 2004).
De acordo com Leila Amaral a Nova Era seria uma experiência religiosa que
busca a transformação individual pela via do encontro, da vivência, pela
experimentação, essa experiência busca um crescente voluntarismo e isso, acarreta um
aspecto positivo, pois por um lado pode enfraquecer os laços, de outro, leva a libertação
de laços e lealdades compulsórias, caminhando assim para a constituição de um ideal de
comunidade. A ideia é através de vivências, ter uma maior consciência do movimento
do espírito, tentando alcançar uma realidade para além dos limites da civilização, do
âmbito social, cultural e religioso, estando em comunicação com o espírito do mundo.
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REFERÊNCIAS
_____. Esboço de uma Teoria da Música: para além de uma Antropologia sem
música e de uma Musicologia sem Homem.In: Anuário Antropológico, n. 93. Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro. 1995, 9- 73.
GEERTZ, C. O antropólogo como autor. Obras e vidas. Rio de Janeiro. Ed. UFRJ,
2002.
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