Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
www.neip.info
NATUREZA E PROTESTO:
[1]
Por Lucas Kastrup Rehen
Introdução
Este trabalho tem por objetivo apresentar os principais elementos da filosofia religiosa
rastafari - nascida nas montanhas jamaicanas na década de trinta e que se expandiu por todo o
mundo a partir dos anos setenta - buscando entender principalmente o lugar que a cannabis ocupa
nesta prática religiosa. O ponto central é apontar para a peculiaridade do uso ritual e cotidiano da
O presente trabalho está dividido em duas partes. Na primeira elaboro um breve histórico
[2]
“rastafarianismo” . Em seguida destaco a questão da utilização da cannabis (conhecida também
entre os rastafaris pelos nomes de “ganja”, “marijuana”, “erva”, “sensimilla”, etc) e proponho
[3]
entender esse uso como um “fato social total” cuja lógica cultural e simbólica opera nos mais
variados campos de interação e sociabilidade do grupo. Ainda nessa segunda parte, atenho-me ao
fato de que é possível analisar o ethos e a visão de mundo rastafari, assim como o papel
desempenhado pela cannabis, mediante duas idéias “nativas” de grande relevância etnográfica, a
saber: 1- a concepção rastafari acerca da idéia de uma suposta “essência natural humana” e 2- a
postura política, autodenominada pelos rastafaris como “rebelde” e que diz respeito, pelo menos a
princípio, a uma forte crítica ao “pensamento Ocidental moderno”.
2004 com um grupo de sete peregrinos rastafaris, nascidos na Guina Inglesa e que se encontravam
http://www.neip.info/downloads/texto_lucas.htm 11/08/2017
NATUREZA E PROTESTO: Página 2 de 12
[4]
de passagem pelo Brasil . Nesta ocasião eles residiam na cidade de São Paulo, ministrando
cursos para construção de instrumentos musicais e artesanato, promovendo reuniões e rituais com
[5]
Retomei o tema no segundo semestre de 2005 quando realizei novas entrevistas com o
mesmo grupo de guianeses, desta vez focando abertamente na questão da cannabis - tema que não
havia sido a minha principal preocupação no trabalho anterior, quando investiguei outros aspectos
da cosmologia rastafari. Desde então entrei em contato com outros adeptos desse movimento,
desta vez brasileiros (principalmente do Rio de Janeiro, Niterói, São Miguel Paulista, Porto Alegre
e Fortaleza) com os quais conversei informalmente e pude traçar um certo panorama geral sobre a
[6]
visão de mundo rastafari . Embora existam diferenças perceptíveis, percebi inúmeras
de “reinvenção” e ressignificação dessa prática religiosa esteja presente em nossas terras, assim
como na relação Jamaica / Guiana - tema que trabalhei anteriormente (ver Rehen 2004). Trata-se
de uma religião oriunda da ilha jamaicana e que sofreu um grande movimento de expansão, sendo,
1- Breve Histórico
forte movimento de consciência negra, auto-identificado como anticolonialista e que lutava contra
as péssimas condições dos operários negros nas fábricas e contra certos traços políticos e sociais
chamado de “garveyta”, foi liderado por Marcus Mosiah Garvey, líder sindical e descendente dos
Entre outras coisas, Marcus Garvey tinha como ideal o projeto da “repatriação”, que seria o
regresso de todos os negros e afro-descendentes de volta para a África. Para esse fim construiu a
linha de navegação “The Black Star Line”, mas não obteve êxito.
http://www.neip.info/downloads/texto_lucas.htm 11/08/2017
NATUREZA E PROTESTO: Página 3 de 12
Makonnem que recebeu os títulos de Haile Selassie I (Poder da Santíssima Trindade), Majestade
Imperial da Etiópia, Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Ras Tafari reinou na Etiópia de 1930 até
1974. Este é um país de maioria cristã copta, portanto não católica e, da mesma forma não
“rastafari”, sendo reconhecida historicamente como uma das primeiras nações cristãs de todo o
Garvey havia profetizado: “Olhem para a África, onde um rei está para ser coroado e o dia
da redenção se aproxima”. A notícia da coroação do rei africano, trazendo títulos bíblicos e sendo
reconhecido como o descendente da dinastia do rei Salomão - conforme postulava a Igreja Copta
da Etiópia - trouxe uma renovação para a identidade da população negra e rural nas montanhas
sendo uma resposta quase imediata para a profecia de Marcus Garvey. Para os rastafaris, Haile
Selassie I é também conhecido como “Luz do Mundo”, “Cabeça do Criador” e “Cristo na Terra”.
Com o advento do estilo musical reggae, que uniu instrumentos convencionais da música
pop mundial, como baixo, bateria, teclados e guitarras e os mesclou aos tambores e à estrutura
rítmica e melódica dos cantos tipicamente rastafaris - processo que teve início cerca de trinta anos
após a coroação de Ras Tafari- o “rastafarianismo” ganhou força, se expandiu e desde então
passou a ser reinterpretado localmente por diversas comunidades espalhadas pelo mundo.
que preza pela auto-subsistência de seus seguidores, enfatizando os aspectos positivos de uma vida
rural, de alimentação vegetariana e consumo da cannabis, entre outras condutas identificadas por
eles como possuindo uma característica essencialmente “natural”. Por outro lado, a busca pela
“naturalidade” pode ser compreendida como uma forte crítica aos moldes ocidentais (racistas) de
Desta forma existe um duplo motor na práxis rastafari. O primeiro diz respeito a uma
cultura que prioriza o contato com a natureza e identifica sua própria tradição religiosa como
http://www.neip.info/downloads/texto_lucas.htm 11/08/2017
NATUREZA E PROTESTO: Página 4 de 12
sendo “natural” e, o segundo, relacionado ao paradoxo vivido pelos rastafaris com relação ao
Cabe ressaltar que os próprios rastafaris não apresentam em seus discursos essa operação
práticas que eles constroem e pelos quais suas identidades estão sendo construídas. Isto é, essa
abstração, que desmembra a experiência rastafari a partir de dois pontos distintos, “a idéia de
sociais vem desempenhando desde a origem de suas disciplinas que a relação dos homens com a
natureza varia consideravelmente - histórica e culturalmente - sendo assim não existem categorias
comunicação do homem com o meio, consigo mesmo e com os outros homens. Noções de Bem /
Mal, Sagrado / Profano, entre outras, fazem sentido dependendo do contexto cultural em que os
embaraçados dos rastafaris, conhecidos como dreadlocks ou “madeixas que chocam” (segundo
algumas traduções) e que são um belo exemplo da dualidade “Natureza / Protesto”. Por um lado, o
ato de deixar os cabelos crescerem e não penteá-los é, para os rastafaris, um sinal de sua
de sua própria “natureza inalterada”. Por outro lado, como o próprio nome diz, são “madeixas que
chocam” e os dreadlocks, olhando por essa ótica, são um signo de protesto e contestação. O
desapego material simbolizado nos emaranhados dos cabelos é o mesmo desapego aos produtos
industrializados e à tecnologia em geral, desapego este que corrobora com todas as práticas da
cotidianas tidas como naturais, sendo do domínio do sagrado: canto, dança, alimentação
vegetariana, consumo da cannabis, contato com a terra (plantio e colheita de alimentos) , não
cortar ou pentear os cabelos, louvar a África e Ras Tafari I, etc. 2- Atividades de cunho político:
uma das características mais marcantes nesse tópico é o fato de que os rastafaris, quando inseridos
http://www.neip.info/downloads/texto_lucas.htm 11/08/2017
NATUREZA E PROTESTO: Página 5 de 12
nas cidades, abdicam do direito ao voto. Segundo eles: “nenhum governo é legítimo”, com
Sustento que todos os elementos do ethos rastafariano podem ser analisados mediante a
abstração “Natureza / Protesto”. A cannabis é um objeto que encarna essas duas dimensões na
medida em que ela é para os rastas um dos grandes símbolos sagrados da natureza, sendo ao
mesmo tempo uma bandeira para a transformação do modelo jurídico, moral e comportamental
Uma das frases mais usadas pelos rastafaris para designar a cannabis é chamá-la de “a cura
sua origem com Marcus Garvey, que rejeitou a dominação branca - fumar a “ganja” é também
protestar e rejeitar as leis de uma hegemonia colonialista, que proíbe legalmente o uso da
não apenas como sacramento, mas como contestação, posso citar um fenômeno histórico similar,
descrito por MacRae e Simões (2000). Eles mostraram que a cannabis, a partir dos anos 60,
começou a ser consumida por camadas médias urbanas brasileiras e logo em seguida, com o
surgimento da ditadura militar, teve seu uso – já não mais restrito às camadas baixas e marginais
processo de militância ideológica por liberdade de expressão, por igualdade e justiça social. Assim
como essa geração brasileira, - que lutou por uma causa antiditatorial - os adeptos do
É por esse status privilegiado da cannabis dentro da cosmologia rastafari que entendo seu
uso como um “fato social total”. Esta idéia se tornará mais clara na medida em que observarmos
os aspectos mais gerais de suas técnicas de uso, as interpretações e as associações - ora feitas
pelos “nativos”, ora por mim - que correlacionam o consumo da cannabis com outros aspectos da
Destaco agora uma das definições de Marcel Mauss sobre o que denominou por “fato
social total”: “Nesses fenômenos sociais ‘totais’, como nos propomos chamá-los, exprimem-se, de
uma só vez, as mais diversas instituições: religiosas, jurídicas e morais-estas sendo políticas e
http://www.neip.info/downloads/texto_lucas.htm 11/08/2017
NATUREZA E PROTESTO: Página 6 de 12
consumo (...); sem contar os fenômenos estéticos em que resultam esses fatos e os fenômenos
A crença em Jah Rastafari como “Senhor da Criação” e o uso da “ganja” foram dois dos
aspectos mais constantes entre os diferentes grupos de rastafaris que conheci. Outras prescrições
variam consideravelmente, alguns rastas misturam tabaco com cannabis, outros comem sal ou
bebem leite, fatos estes que tradicionalmente são considerados tabu na visão de mundo rastafari.
Durante o tempo em que estive em contato com os rastafaris da Guiana, pude observar
“cálice”) que vem precedido e acompanhado por orações e evocações das palavras “Jah, Rastafari,
Selassie I” repetidas por todos os fiéis, conferindo assim um caráter sacramental ao ato. Nos
outros casos a cannabis pode ser usada ao longo de conversas, passeios, no desenvolvimento de
trabalhos artísticos e em inúmeras situações sociais. Os rastas sentem-se livres para se divertirem
enquanto consomem a “ganja”, mas sentem-se bastante ofendidos quando fumam em companhia
considerados “profanos”.
em outros discursos desse tipo, a identidade rastafari pode ser percebida como uma construção
experiências pessoais e contextos específicos para a sua utilização. Uma pequena demonstração
dessas múltiplas identidades dos usuários da cannabis pode ser encontrada através dos nomes
O grupo de meus entrevistados, rastafaris guianeses, chama a cannabis por nomes tais
como “ganja” e “erva”, além de uma variedade de outras nomenclaturas que são derivadas destas
http://www.neip.info/downloads/texto_lucas.htm 11/08/2017
NATUREZA E PROTESTO: Página 7 de 12
rastafari posso afirmar que a “ganja” é o termo mais adotado e aparece como um divisor de águas,
definindo o caráter sagrado da planta - “ganja” é um “sacramento religioso” que está associado a
consumida como recreação por pessoas “não-rastas” e pode então ser chamada pelos próprios
Já o termo “erva” (ou “herb”) é utilizado quando os rastafaris querem reafirmar o aspecto
medicinal das supostas propriedades curativas da cannabis e esse é um aspecto que também está
ligado à auto-suficiência do estilo de vida rastafari, fundamentado, entre outras coisas, na crítica
ao modelo de vida moderno . Eles não acreditam na cura através da medicina ocidental e sim
que deve estar associado à música e orações. Ainda sobre essa noção da “erva” como medicina, os
rastas afirmam que a cannabis pode curar muitas doenças, especialmente “pressão alta, stress,
divino e “natural” dessa planta afastando-a de uma possível interpretação pejorativa, tal como
“droga”. Além disso, é através da cannabis que os rastafaris defendem uma medicina natural
alternativa e contestam a medicina “ocidental”. Com uma só prática eles evocam a “natureza” e o
referir a cannabis em seu dia-a-dia e segundo ele o nome “maconha”, assim como“dagga” trazem
uma “conotação negativa afirmada por policiais, juízes e repórteres”. São palavras de um
informante: “o rasta tenta manter uma postura positiva, usando nomes que transmitem
mesma comunidade unidos em torno da “ganja”, para discutirem seus problemas em comum e
http://www.neip.info/downloads/texto_lucas.htm 11/08/2017
NATUREZA E PROTESTO: Página 8 de 12
os rastafaris a afirmarem os aspectos positivos do que é “ser um rasta”, especialmente quando eles
afirmam estar vivendo em um sistema político injusto e perseguidor. Neste caso, a “ganja” adquire
insistiu em afirmar que não se trata da consciência “alterada” . Em outras palavras, a “Babilônia”
– termo usado para designar o modo de vida ocidental - é quem altera a pureza original e quando
um rastafari fuma a “ganja” ele acredita estar restituindo o “estado mental correto” e original.
desenvolveram uma linguagem própria para conversarem entre si, podemos encontrar na palavra
“apreciar” (do inglês “appreciate”) um bom exemplo do que eles entendem como sendo o estado
mental “alterado” pela Babibônia - e não pela “ganja”. “Appreciate” recebe na linguagem
particular dos rastafaris o nome de “appreci-love”, já que o anterior “appreciate” faz lembrar
sentido da palavra “apreciar” está mais próximo do significado da palavra “amar” como
contraponto de “odiar” e esses artifícios para a reinvenção de uma linguagem própria obedecem à
mesma lógica que supõe o “estado mental correto”, induzido pela “ganja”. A linguagem rastafari é
entendida por eles como uma “linguagem correta”, que traz a forma “correta” de expressão - assim
como a “ganja” traz o “estado correto da consciência” - preservando o que seria o sentido original
mentalidade foram realizadas pela Babilônia e agora estão sendo resgatadas por eles e mantidas
http://www.neip.info/downloads/texto_lucas.htm 11/08/2017
NATUREZA E PROTESTO: Página 9 de 12
Uma passagem clássica do antropólogo Gilberto Velho, no livro Nobres e Anjos (1998)
torna-se importante para explicitar que tipo de fenômeno propicia as interpretações que os rastas
fazem sobre as modificações sofridas no campo psíquico após o efeito do consumo da cannabis.
Segundo a lógica social rastafari, os efeitos da “ganja” não equivaleriam a um “estado alterado de
consciência”, mas ao “estado correto e original da consciência”, sendo este um valor cultural. Para
Velho:
mesmo tempo psíquico e social. Saber o que ocorre na esfera subjetiva após o consumo da
específicas, que são vividas como espontâneas e naturais, tamanha é a força da instituição cultural
Quando um rasta fala que ao fumar alcançou seu “verdadeiro” estado de consciência, ele
está operando com categorias de pensamento particular de sua realidade cultural, na qual foi
socializado, isto é, onde apreendeu as técnicas de uso e de interpretação dos fenômenos que
http://www.neip.info/downloads/texto_lucas.htm 11/08/2017
NATUREZA E PROTESTO: Página 10 de 12
Estudos mais aprofundados sobre o uso da cannabis entre os rastafaris jamaicanos podem
estimular outras conclusões sobre o ethos rastafari. Sabe-se que em diversas montanhas
jamaicanas apenas os homens fumam a “ganja”, restringindo mulheres e crianças para o consumo
cotidiano de suas comunidades. Quando indaguei meu entrevistado mais uma vez sobre esse fato,
tive a resposta de que algumas mulheres costumam fumar escondidas na ausência de seus maridos.
O evento descrito acima parece estimulante para várias áreas de pesquisa antropológica,
pois apresenta a noção rastafari (jamaicana) do corpo e de suas “funções” e a relação bipolar que
fazem entre natureza e hierarquia: “decisão-cérebro-homem / emoção-coração-mulheres e
crianças”. Este exemplo aponta para a classificação “nativa” acerca dos papéis sociais entre os
Esse mesmo evento fala também do consumo infantil da “ganja” - na forma de chá e junto
com as mulheres - e também comprova a minha hipótese introdutória de que o uso cannabis, entre
os rastafaris, não é uma realidade estática e reduzida sendo um objeto de estudo privilegiado capaz
instituição religiosa rígida e/ou estatuto de normas. As alteridades que influenciam o consumo da
“ganja” aqui e ali e entre os rastafaris por todo o planeta nos mostram a existência de um espaço
para reinvenções locais em uma cosmologia permanentemente “em construção” (Araújo 1999).
Considerações finais
considerações acerca da relação entre cura, religiosidade e protesto. Como vimos, as respostas
http://www.neip.info/downloads/texto_lucas.htm 11/08/2017
NATUREZA E PROTESTO: Página 11 de 12
mais imediatas fornecidas pelos entrevistados giram em torno dessas proriedades da cannabis,
Outra questão que conduziu este artigo, foi a de que o uso dessa planta, assim como toda a
práxis rastafari, está fundamentada em duas idéias principais: “Natureza” e “Protesto” e que
ambas articulam-se na vivência rastafari - ainda que estejam subentendidas no nível do discurso
** *
O fato de uma dada coletividade utilizar um psicoativo, neste caso a cannabis, atribuindo
um determinado sentido contextual e um valor cultural para seu uso, elimina a classificação do
estudo etnográfico dos rastafaris nos revela que entre eles, o consumo dessa substância é uma das
normas sociais vigentes e está longe de ser um fator patológico. Engloba todas as atividades
sociais e é condição sui generis para sua perpetuação. É neste sentido que a análise aqui
empreendida pretende ser uma contribuição para o estudo antropológico sobre psicoativos.
Referências bibliográficas
BARKER, A.J. A Conquista da Etiópia: sonho de um império.Rio de Janeiro: Editora Renes Ltda,
1979.
HAUSMAN, Gerald. The Kebra Nagast: the lost bible of Rastafarian wisdom and faith from Ethiopia
and Jamaica. New York: St. Martin´s Press, 1997.
MACRAE, E. & SIMÕES, J. A. Rodas de fumo: o uso da maconha entre camadas médias
urbanas. Salvador: Edufba, 2000.
MARTIN CLARET. Bob Marley por ele mesmo. São Paulo: s/d.
REHEN, Lucas Kastrup. Peregrinação Rastafari: uma perspectiva antropológica sobre a Fundação
Congo Nya no Brasil. Monografia de conclusão do curso de Graduação em Ciências Sociais, UERJ, 2004.
REHEN, Lucas Kastrup. Rastafari: A “Natureza” como construção da identidade religiosa. Trabalho
apresentado no simpósio “Drogas: Controvérsias e Perspectivas”, USP, setembro 2005.
VELHO, Gilberto. Nobres & Anjos: um estudo de tóxicos e hierarquia. Rio de Janeiro: Editora
Fundação Getúlio Vargas, 1998.
WHITE, Timothy. Queimando Tudo: a biografia definitiva de Bob Marley. Rio de Janeiro: Record,
1999.
http://www.neip.info/downloads/texto_lucas.htm 11/08/2017
NATUREZA E PROTESTO: Página 12 de 12
[1]
Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, PPCIS-UERJ.
[2]
Utilizo aqui o termo rastafarianismo entre aspas, porque ele não é utilizado pelos grupos de rastafaris por mim
estudados. Eles falam simplesmente Rastafari e acreditam que esta é uma filosofia universal, enquanto o nome
“rastafarianismo” poderia supor uma idéia de separação ( ou facção religiosa ).
[3]
Ver Marcel Mauss (1974)
[4]
Rehen (2004), em monografia para a conclusão de curso para a graduação em Ciências Sociais, UERJ. Com o
título de “Peregrinação Rastafari: Uma perspectiva antropológica sobre a Fundação CongoNya no Brasil”.
[5]
Nesta ocasião apresentei o trabalho “Rastafari: A ‘natureza’ como construção da identidade religiosa”, no
simpósio “Drogas: Controvérsias e Perspectivas”. Organizado na USP pelo Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre
Psicoativos (NEIP), setembro 2005.
[6]
Minha experiência como músico da banda de reggae Ponto de Equilíbrio - que possui adeptos da filosofia rastafari
entre seus integrantes - auxiliou-me bastante no contato com rastafaris em todo o território brasileiro. Devo muito de
minha inserção neste universo filosófico-religioso às viagens e turnês da banda.
http://www.neip.info/downloads/texto_lucas.htm 11/08/2017