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Avaliacao de Maquinas e Equipamentos Uma Abordagem Pelos Metodos Da Depreciacao e Comparativo 111616150
Avaliacao de Maquinas e Equipamentos Uma Abordagem Pelos Metodos Da Depreciacao e Comparativo 111616150
julho de 2013
Resumo
No ramo de Engenharia de Avaliações é comum a avaliação de máquinas e equipamentos, que,
primordialmente, deve ser realizada por um Engenheiro Mecânico. Assim, o objeto de pesquisa do
presente trabalho acadêmico é a forma de se avaliarem esses bens sob a ótica dos métodos de
depreciação e comparativo. Faz-se necessário, sem dúvida, amplo conhecimento daquilo que se
avalia, a fim de se emitir laudo confiável, objetivo e exato. Considerando, ainda, que nunca será
possível apontar um valor que seja padronizado para tais bens, também é papel do avaliador
julgar, através do método comparativo com bens existentes no mercado, se seu parecer não
extrapola aqueles valores aceitáveis. Para desenvolver o presente artigo, foi de fundamental
importância o conteúdo que a literatura da área oferece, incluindo normas técnicas, realizando
uma revisão dele, somado à experiência obtida com a prática no ramo. Como resultado, conclui-se
a eficiência da utilização dos dois métodos analisados – depreciação e comparativo – para a
avaliação de bens, destacando-se as máquinas e equipamentos industriais.
Palavras-chave: Máquinas. Equipamentos. Depreciação. Avaliação. Engenharia.
1. Introdução
De acordo com a norma ABNT 14653-1, perícia é a “atividade técnica realizada por profissional
com qualificação específica, para averiguar e esclarecer fatos, verificar o estado de um bem, apurar
as causas que motivaram determinado evento, avaliar bens, seus custos, frutos ou direitos”. A
norma ainda define a pessoa do Engenheiro de Avaliações, normalmente intitulado de perito, como
o “profissional de nível superior, com habilitação legal e capacitação técnico-científica para realizar
avaliações, devidamente registrado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
– CREA”. A partir dessas definições, tem-se a ideia da importância da presença e do processo de
trabalho do profissional avaliador, já que são especificamente definidos, e o motivo de se realizar
uma perícia.
Não obstante, deve-se registrar, ainda, a existência do “Manual de Fiscalização de Engenharia de
Avaliações” (CREA-PR), o qual define os objetivos da Engenharia de Avaliações, bem como seus
princípios e bases legais, que deverão ser sempre levados em conta em um procedimento avaliativo.
No ramo da Engenharia de Avaliações, observa-se com grande frequência a necessidade de se
avaliarem máquinas e equipamentos, seja para compra, venda, alienação, mensuração de avarias ou
levantamento de patrimônio industrial, para efeitos de contabilidade industrial. Para tanto, o mais
indicado é que o avaliador, nesse caso, seja um profissional da área mecânica, ou possua formação
similar, já que essas transações, muitas vezes, envolvem grandes valores, o que exige grande
conhecimento técnico. O profissional em questão é, geralmente, um engenheiro mecânico, podendo
este, para melhor desempenho, possuir especialização na área em questão.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013
Avaliação de máquinas e equipamentos – Uma abordagem pelos métodos da depreciação e comparativo
julho de 2013
Quando se fala em avaliação de bens, uma interpretação primária e superficial – portanto restrita –
gera o entendimento de que o fruto desse processo é a obtenção do valor de um bem, o que não está
errado. Porém, esse trabalho altamente complexo pode ser utilizado objetivando-se finalidades
secundárias, sendo suas aplicações diversas, tais como:
a) comercialização (venda e locação);
b) atualização do valor de ativos;
c) avaliação para fins de seguros, hipotecários, garantias;
d) análise de carteira de portfólios imobiliários;
e) análise de investimentos imobiliários (lastro);
f) determinação do valor de mercado;
g) análises de viabilidades de empreendimentos;
h) análise de highest and best use;
i) desapropriações e servidões administrativas;
j) indenizações;
k) partilha de bens;
l) revisionais e renovatórias de valor de locação;
m) lançamentos fiscais (planta genérica de valores), entre outros.
Um avaliador deve sempre levar em consideração os riscos que podem surgir durante o processo
avaliativo, portanto ele deve tentar prevê-los, de maneira a não ser surpreendido. Quando está
realizando seu planejamento de avaliação, o profissional deve tentar mitigar os possíveis riscos e
elaborar planos de ação, caso eles surjam. Assim, uma matriz de planejamento pode ser criada para
facilitar o gerenciamento de riscos do processo.
Outro ponto a ser relevado é a importância do mercado em um processo de avaliação de bens.
Como se sabe, a economia mundial é altamente instável, ocasionando alterações nas cotações de
moedas e nos índices de inflações dos diversos países. Assim, diante da incerteza gerada pelos
fatores econômicos e financeiros que cerceiam o mercado de compra e venda de bens, alguns
“mitos sobre avaliações” são propostos por Demodaran (1996):
a) Uma vez que os modelos de avaliação são quantitativos, a avaliação é objetiva;
b) Uma avaliação bem pesquisada e bem executada é atemporal;
c) Uma boa avaliação apresenta uma estimativa precisa do valor;
d) Quanto mais quantitativo o modelo, melhor a avaliação;
e) O mercado está, em geral, errado;
f) O produto da avaliação é o que importa, o processo avaliatório, não.
Por serem denominados “mitos”, subentende-se que não são verdade, apesar de, no senso comum,
serem tidos, erroneamente, como algo em que se acredita.
Portanto, com base nas alíneas acima, a materialidade de informações antigas deve ser analisada, a
fim de que se conclua se elas poderão ou não ser utilizadas em trabalhos subsequentes. Outro ponto
é a fonte dessas informações, que deve ter sua confiabilidade questionada, para que elas sejam tidas
como fidedignas, além de representativas.
Doravante, ao consultar a literatura a respeito da temática em questão, notou-se a escassez de
estudos e livros focados nos métodos que possibilitem realizar a avaliação de máquinas e
equipamentos. Desse modo, a revisão da literatura foi o caminho mais apropriado e escolhido para
desenvolver esse estudo, com o intuito de que seja possível esclarecer e apresentar as possibilidades
de desenvolvimento do trabalho pelo engenheiro mecânico que se direciona ao ramo de avaliações.
Nesse sentido, diante da justificativa da realização desse estudo, objetivou-se: apresentar os
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métodos da depreciação e comparativo na avaliação de máquinas e equipamentos.
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g) credibilidade na avaliação executada, já que o bem avaliando está devidamente caracterizado,
fundamentado, inclusive com a correta identificação de mercado no qual está inserido;
h) credibilidade e confiabilidade, visto que o profissional avaliador não tem interesse na negociação
do bem avaliando, e não participa da transação comercial propriamente dita;
i) indicam viabilidades de uma negociação do bem, bem como o melhor momento de fazê-lo
(venda, compra ou locação);
j) indicam potencialidades ou retrações do mercado que impactam em desvalorização ou
valorização do bem, independentemente de questões físicas;
k) segurança na indicação e estudos de viabilidade de investimentos;
l) confiabilidade e fundamentação do valor calculado na Avaliação com a apresentação clara e
transparente de todas as etapas de estudo e cálculos que validam o valor arbitrado;
m) indicam se o bem avaliando possui características que o posicionam no nível superior ou inferior
das médias calculadas para o mercado estudado e, ainda, se há potencialidade de investimentos para
que este bem aumente seu posicionamento nesse mercado, o que pode oferecer melhores retornos
ao investidor ou comprador.
Assim, ressalta-se, mais uma vez, a importância e responsabilidade do profissional de avaliação,
que efetuará um trabalho minucioso, a fim de gerar e disponibilizar informações claras, concisas e
fidedignas ao que se avalia.
3. Depreciação
A partir da aquisição de um bem, quer ele seja novo ou usado, inicia-se um processo de “perda de
valor” dele. Isso pode ser decorrência da sua utilização (ou má utilização, o que desvaloriza ainda
mais esse bem), falta de um plano de manutenção sobre essa máquina ou equipamento,
modificações que ele venha a sofrer ou obsolescência, entre fatores que podem agravar o fenômeno.
Assim, o fator “desvalorização” deve ser abordado de forma correta e que se aproxime da exata,
para que o bem venha a ser avaliado, e seu preço se aproxime do real, refletindo a situação do bem.
A norma NBR 14653-1, base para avaliação de bens, estabelece modalidades de depreciação,
iniciando pela depreciação “propriamente dita”, como se observa:
a) Depreciação – perda de valor de um bem, devido a modificações em seu estado ou qualidade;
b) Decrepitude – desgaste de suas partes construtivas, em consequência de sue envelhecimento
natural, em condições normais de utilização e manutenção;
c) Deterioração – desgaste de seus componentes em razão de uso ou manutenção inadequados;
d) Mutilação – retirada de sistemas ou componentes originalmente existentes;
e) Obsoletismo – superação tecnológica ou funcional.
Segundo o Engenheiro Hélio Roberto Ribeiro Caires apud Gatto (2007), o fenômeno da
depreciação se dá por dois grandes grupos: de ordem física e de ordem funcional.
O desgaste físico é consequência da utilização do equipamento, o que gera um desgaste constante
(decrepitude), ou decorrente do mau uso ou avarias bruscas.
O desgaste funcional é oriundo de três formas de uso incorretos – inadequação, superação e
anulação. A primeira é motivada por falhas na concepção do projeto; a segunda seria o que se
define como obsoletismo, e a terceira ocorre quando o bem não possui condições de se adaptar a
novas funções que venha a desempenhar.
Para melhor entendimento, a Figura 2 esquematiza o que foi descrito acima.
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Outra definição para “valor de sucata” é proposta por Abunahman (2006), que ensina que é “o valor
do bem determinado na base do que ele se auferiria, caso o mesmo tivesse que ser vendido como
sucata ou apenas para aproveitamento de algumas de suas partes constitutivas, sem ter
possibilidades comerciais de voltar à utilização primitiva para o qual o bem foi produzido”. Ambas
as definições consideram o valor ao fim da vida útil do equipamento, isto é, em condição de
desativação dele.
O critério de Kuentzle também é conhecido como “método da parábola”. Nele, a depreciação não é
constante, como na linha reta, mas ao plotar um gráfico comparativo com os dois métodos, além de
outros, como na Figura 1, verifica-se que seus ponto de extremidade são os mesmos. Apesar de não
estar explícito na Figura 1, o comportamento da depreciação pelo método de Kuentzle se assemelha
ao de Cole ou ao de percentagem constante, linhas 2 e 3, respectivamente, no gráfico.
No critério do arquiteto George Kuentzle, a depreciação é maior nos primeiros anos de utilização do
bem e vai aumentando progressivamente, até que se atinja o fim de sua vida-útil, quando terá
apenas seu valor de sucata como residual.
O método de Ross consiste em um “meio-termo” entre os dois métodos explicitados anteriormente.
Assim, no gráfico da Figura 1, ele se situa entre as linhas estabelecidas pelos métodos linear e Cole
(linhas 1 e 2, respectivamente).
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(2007), tem como princípios básicos:
a) a depreciação é perda de valor que não pode ser recuperada com gastos de manutenção;
b) as reparações podem apenas dilatar a durabilidade;
c) um bem regularmente conservado deprecia-se de modo regular, enquanto que um bem mal
conservado deprecia-se mais rapidamente.
Assim, depreende-se que qualquer ação preventiva e de conservação aplicada sobre uma máquina
ou equipamento industrial será benéfico para esse, fazendo com que possa ter seu tempo limite para
funcionamento (vida útil) aumentado, mas não poderá, de forma alguma, anular os efeitos da
depreciação, apenas reduzi-los.
A fim de zelar pela conservação dos bens industriais, tais como máquinas e equipamentos –
binômio comumente citado na Engenharia de Avaliações –, algumas estratégias de manutenção
foram desenvolvidas. Ainda como efeito secundário, do ponto de vista da unidade produtora, o
volume de produção terá seu valor aumentado, com a utilização dos mesmos equipamentos, ao
passo que as despesas serão menores nos períodos de produção. Algumas dessas ferramentas são a
manutenção preventiva (periodicamente realizada para evitar desgastes excessivos), manutenção
preditiva (com o intuito de “prever” possíveis falhas, utilizando técnicas de avaliação como
termografia e análise de vibrações), entre outras.
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h) Princípio da probabilidade: quando existirem várias condições de cenário e ou possibilidades de
eleição, que sejam razoáveis, devem ser adotadas aqueles mais prováveis;
i) Princípio da prudência: são adotados valores mais conservadores e que ofereçam maior liquidez
ao bem avaliando;
j) Princípio da transparência: o laudo ou parecer técnico deve conter as informações necessárias e
suficientes, de fácil compreensão e detalhando as hipóteses e documentação utilizadas.
Esses princípios, propostos pelo Ibape – conceituada instituição na área de Perícias e Avaliações de
Engenharia –, são itens norteadores ao se realizar um trabalho de Engenharia, mantendo, assim, a
objetividade e integridade da atividade.
Se esses pontos forem seguidos pela pessoa do avaliador, o processo será, em muito, facilitado, na
medida em que, ao primar pelo profissionalismo, não poderá ser questionado quanto ao seu
ceticismo e conduta.
6. A avaliação de um bem
Para se avaliar o bem em questão (máquinas e equipamentos para efeitos dessa produção
acadêmica), deve-se realizar a vistoria. Para tanto, deve-se levar em consideração o meio em que o
bem avaliando se encontra, ou seja, como ele será afetado por aquilo que está em seu entorno. Isto
quer dizer que, como já abordado, é indispensável conhecimento técnico prévio daquilo que se está
avaliando e de instalações industriais em geral.
Como ferramentas auxiliares, existem as provas documentais, que podem ser, segundo a norma
NBR 14653, manuais, desenhos esquemáticos, documentação de origem e guias de importação para
máquinas isoladas; plantas, leiautes, fluxogramas, escrituras e documentos dominiais para unidades
industriais. Além de elas facilitarem o trabalho a ser realizado, servem como base para
comprovação dos valores, informações e dados obtidos no decorrer da tarefa de avaliação.
Para registrar informações e dados do bem, Gatto (2007) menciona que se devem fotografar as
principais partes e componentes, detalhes, acessórios, equipamentos, além de uma visão geral da
máquina (em se tratando de máquinas e equipamentos – objetivo do presente trabalho). Ainda, esse
material servirá para a elaboração posterior do laudo técnico resultante da vistoria e avaliação, que
conterá, principalmente, o parecer do perito. A presença de fotos no laudo, além de ser uma
aplicação direta do princípio da transparência, facilita o entendimento daquele que lê o referido
documento.
Determinado o fim para o qual a avaliação está sendo realizada, pode-se definir o grau de
fundamentação para que o engenheiro de avaliações planeje as etapas que deverá seguir para tal
procedimento. Assim, a norma NBR 14653-5 (Avaliações de bens. Parte 5 – Máquinas,
Equipamentos, Instalações e Bens Industriais em geral) exibe a Tabela 1, relativa ao grau de
fundamentação para os laudos resultantes de uma avaliação.
Graus
Item Descrição
III II I
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Caracterização completa e
Caracterização sintética do
identificação fotográfica do
bem e seus principais Caracterização sintética do
1 Vistoria bem, incluindo seus
complementos, com bem, com fotografia.
componentes, acessórios,
fotografias.
paineis e acionamentos.
A Tabela 1, em sua estrutura, apresenta 3 Graus (I ao III) e 4 itens (1 ao 4). Dessa forma, o
atendimento a cada exigência do Grau I somará 1 ponto; do Grau II, 2 pontos e do Grau 3, 3 pontos.
O enquadramento global do laudo deverá considerar a soma de pontos obtidos para o conjunto de
itens, atendendo à Tabela 2, a seguir.
Graus III II I
Pontos
10 6 4
mínimos
Itens 2 e 4 no mínimo no
Todos os itens no mínimo no Todos os itens no mínimo
Restrições grau II e os demais no
grau II no Grau I
mínimo no grau I
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Fonte: NBR 14653-5 (2005)
Cabe ressaltar que, quanto maior a soma obtida, maior será o grau de detalhamento da avaliação e,
por conseguinte, do laudo. Também maior será, na mesma proporção o trabalho do avaliador. Não
se veja esse acréscimo de volume de tarefas como simples melindre, mas como necessário e
inerente à atividade que se realizar, já que ela possuirá – pode-se deduzir – maior grau de
complexidade.
7. Método Comparativo
Não é o suficiente apenas calcular o valor que o bem depreciou desde o início de sua utilização –
cálculo que parte do valor inicial do bem –, mas, também, comparar o valor obtido com o valor de
bens similares presentes no mercado. É aí que entra o chamado “Método comparativo”.
Essa concatenação de informações se faz necessária, já que, ao se avaliar a depreciação por métodos
de cálculo, leva-se em conta apenas o bem isolado, no ambiente em que se encontre. É necessário,
portanto, mais do que isso: deve-se compará-lo a outros bens.
Juliano (2009) define que “Método Comparativo de Dados de Mercado ou simplesmente Método
Comparativo é aquele que define o valor através da comparação com dados de mercado
assemelhados quanto às características intrínsecas e extrínsecas, identificando o valor de mercado
do bem por meio de tratamento técnico dos atributos dos elementos comparáveis, constituintes da
amostra”. Por isso, mais uma vez, contempla-se a necessidade do conhecimento técnico que o perito
deve possuir ao realizar uma avaliação de bens, mais precisamente máquinas e equipamentos.
Ao obter informações acerca do valor de mercado de determinado bem dois detalhes são
destacados, citados por Abunahman (2006), que devem ser relevados quando da ocorrência dessa
ocasião:
a) procurar referências de vendas ou alugueis de propriedades [ou bens] comparáveis;
b) atualizar os preços dos valores dos bens tomados como referência, considerando as diferentes
épocas de transação.
Diante do exposto, ressalta-se que a utilização dessas hipóteses facilita a obtenção de uma
informação que nem sempre é fácil de conseguir: o valor de mercado de um bem. Dependendo do
profissional, diferentes valores poderão ser encontrados, já que essa metodologia advém da
percepção e experiência daquele que a realizar. Mas, por certo, esses valores não deverão ser
intensamente discrepantes, admitindo-se pequenas variações.
8. Laudo técnico
De posse de todas as informações necessárias para avaliar um bem, incluindo as fotos que foram
tiradas, deve-se apresentá-las de forma clara e objetiva, para que às partes interessadas não restem
dúvidas ou ocorram questionamentos. Assim, o documento oficial resultante de uma avaliação é o
laudo técnico que o Engenheiro de Avaliações deverá elaborar.
O laudo é o produto final da avaliação, e é ele que será a referência para consultas futuras para
obtenção de informações sobre o processo de avaliação do bem em questão. Por isso, ele deve
conter algumas informações, que segundo a norma NBR 14653 são imprescindíveis, tais como:
a) identificação do solicitante, quer seja ele pessoa física ou jurídica;
b) finalidade do laudo, quando for informado ao Engenheiro de Avaliações pelo solicitante;
c) tipo de avaliação;
d) grau de agregação da avaliação;
e) pressupostos, ressalvas e fatores limitantes;
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f) identificação e caracterização do bem avaliando;
g) diagnóstico de mercado;
h) indicação da metodologia utilizada;
i) tratamento de dados e identificação de resultados;
j) especificação da avaliação;
k) resultado da avaliação e data de referência, com explicação da finalidade, objeto, tipo de valor e
alcance da avaliação;
l) qualificação completa e assinatura dos profissionais responsáveis pela avaliação.
Além disso, é de fundamental importância que haja as informações de contato do profissional de
avaliação, para que os contatos futuros sejam facilitados.
Acerca da assinatura do engenheiro, que deve ser parte integrante do laudo, como disposto na alínea
l) acima, indica-se assinar todas as páginas do laudo para evitar possíveis fraudes e falsificações
provenientes de má-fé de terceiros. Ademais, é de fundamental importância a paginação do
documento, pelo mesmo motivo anterior, ao dificultar que páginas sejam inseridas ou retiradas.
Por fim, aconselha-se que o engenheiro guarde consigo uma cópia do laudo para consultas
posteriores que, porventura, sejam necessárias.
9. Conclusão
Conclui-se, como previsto, que, para avaliações de máquinas e equipamentos, como em muitas
outras áreas, é necessário grande conhecimento, proveniente da experiência com trabalhos
correlatos, além da formação acadêmica. Pois o domínio prático, além de promover o profissional
no mercado de trabalho, exibindo suas qualidades e sendo reconhecido por aquilo que faz, se alia ao
domínio teórico, que confere segurança ao Engenheiro nos momentos em que desempenha sua
função.
Acredita-se que, ao utilizar as diferentes metodologias consagradas de depreciação, somadas ao
Método Comparativo, é facilitada a execução do trabalho para o qual o profissional foi contratado,
constituindo ferramentas básicas e suficientes para tal.
As metodologias de depreciação ajustam o valor do bem para o tempo atual, em que é analisado.
Em contrapartida, o Método Comparativo, através da equiparação com outros bens similares,
também no tempo atual, “arredonda” esse valor ou o corrobora. Assim, a metodologia é segura.
Através das pesquisas bibliográficas realizadas para o desenvolvimento do presente trabalho
acadêmico, foi possível expandir os conhecimentos na área, ao consultar algumas fontes literárias,
mesmo que difíceis de serem encontradas no mercado. Ainda hoje, esse tipo de literatura é escasso,
fazendo com que muitos fatores e informações sejam transmitidas informalmente (de forma verbal,
na maioria das vezes) de um profissional para outro, em seu cotidiano de trabalho.
Para finalizar, enfatiza-se que, sempre mais requisitado no mercado, o Engenheiro de Avaliações
deve sempre se atualizar, frequentando palestras da área, efetuando contatos com colegas do mesmo
ramo de atuação, construindo e aprimorando o corpo de conhecimento científico que envolve esta
temática e, assim, dar continuidade na carreira acadêmica, como é o proposto pelo curso de pós-
graduação em questão.
Referências
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e
documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013
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ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: resumo:
elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
ABUNAHMAN, Sérgio Antonio. Curso básico de Engenharia Legal e de Avaliações. São Paulo:
PINI, 2006.
DEMO, Pedro. Metodologia Científica em Ciências Sociais. São Paulo: Cortez, 1991.
IBAPE/SP. Norma de avaliação de bens do Ibape – Parte 1: Procedimentos gerais. São Paulo:
Ibape, 2005.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013
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MORAES, Irani Novah. Elaboração da Pesquisa Científica. Rio de Janeiro: Ateneu, 1996.
NETO, Alcides Ferrari, OLIVEIRA, Ana Maria de B. Dias de, SILVA, Cirlene Mendes da, et al.
Avaliação: o que é e como contratar. São Paulo, 2007.
SALOMON, Décio Vieira. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fonte, 1995.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 1996.
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