24/11/2008

DIREITO CIVIL III - CONTRATOS DIREITO CIVIL III - CONTRATOS

1. DEFINIÇÃO E NATUREZA JURÍDICA

O art. 653 do CC define o mandato, dizendo

que ele se opera quando alguém recebe de
DO MANDATO outrem poderes para,
para em seu nome,
nome praticar
atos ou administrar interesses.

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1. DEFINIÇÃO E NATUREZA JURÍDICA 1. DEFINIÇÃO E NATUREZA JURÍDICA

Da idéia de representação decorrem algumas

conseqüências fundamentais: b) se o mandatário obrar em seu próprio
nome, não vincula o mandante; os atos
praticados além dos poderes conferidos no
a) os atos do mandatário vinculam o
mandato não vinculam o mandante, se por
mandante, se dentro dos poderes
ele não forem ratificados;
constantes da procuração, ainda que
contravenham suas instruções;

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2. CASOS QUE NÃO ADMITEM REPRESENTAÇÃO 3. REPRESENTAÇÃO FORA DO MANDATO

Em regra todos os atos podem ser realizados representante legal (ex.

por meio de procurador. Todavia, há alguns Casos de representação pais, tutores)
casos em que a lei veda o exercício do sem que haja mandato representante
mandatário.
d tá i Por
P exemplo:
l judicial(ex: inventariante,
inventariante
síndico da falência)
• Fazer testamento
Obs: representante legal - atua em nome do
• Exercer cargo público representado porque a lei assim determina.
representante judicial - pratica ato jurídico por
• Prestar serviço militar delegação que emana do juiz e não do
representado.

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4. NATUREZA JURÍDICA 4. NATUREZA JURÍDICA

- contrato consensual: conjunção de duas - não solene: admite-se o mandato tácito,

vontades - a do mandante que outorga a quando a lei não exigir mandato expresso, e o
procuração, e a do mandatário que a aceita. verbal, quando a lei não exigir forma escrita.

Obs: aceitação pode ser expressa ou tácita, esta

última se configura pelo começo da execução
(art 659, CC)

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4. NATUREZA JURÍDICA 4. NATUREZA JURÍDICA

- intuito personae ou personalíssimo: baseia- - unilateral: gera obrigação somente para

se na confiança e extingui-se pela morte de o mandatário.
qualquer
qua que das pa
partes
tes
Obs: quando gera obrigação para o mandante,
como perdas e danos sofridos é chamado de
bilateral imperfeito.

Quando se convenciona remuneração é

chamado bilateral oneroso.

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4. NATUREZA JURÍDICA 5. INSTRUMENTO DO MANDATO. A PROCURAÇÃO. O

SUBSTABELECIMENTO
- em regra gratuito: presume-se gratuito
A procuração é o instrumento do mandato
quando não houver sido estipulada retribuição,
mas, como a lei admite tanto o mandato
exceto se o objeto
j do mandato for daqueles
q
tácito quanto o verbal,
tácito, verbal aquela é dispensável
que o mandatário trata por ofício ou profissão
para o aperfeiçoamento do negócio.
(ex. o mandato confiado a advogado presume-
se oneroso). Toda pessoa capaz é apta para outorgar
mandato.
Obs: absolutamente incapazes: não assinam a
procuração, esta é outorgada pelo representante

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5. INSTRUMENTO DO MANDATO. A PROCURAÇÃO. O 5. INSTRUMENTO DO MANDATO. A PROCURAÇÃO. O

SUBSTABELECIMENTO SUBSTABELECIMENTO

Relativamente incapazes: assistidos pelos A procuração judicial, no entanto, não é

representantes e assinam a procuração junto regulada pelo CC, mas sim pelo CPC., neste
com estes,
estes devendo ser por instrumento caso pode outorgar a procuração ad judicia
caso,
público. por instrumento particular, assistido pelo
representante legal.

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5. INSTRUMENTO DO MANDATO. A PROCURAÇÃO. O 5. INSTRUMENTO DO MANDATO. A PROCURAÇÃO. O

SUBSTABELECIMENTO SUBSTABELECIMENTO

Obs: o maior de 16 e menor de 18 anos não A procuração poderá ser outorgada tanto por
instrumento público, quanto particular, este
emancipado pode ser mandatário, todavia o
valerá desde que assinado pelo outorgante.
mandante
d t assume o risco,
i não
ã podendo
d d arguir i
a incapacidade deste para anular o ato, não
respondendo o mandatário por perdas e
danos.

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5. INSTRUMENTO DO MANDATO. A PROCURAÇÃO. O 5. INSTRUMENTO DO MANDATO. A PROCURAÇÃO. O

SUBSTABELECIMENTO SUBSTABELECIMENTO

O substabelecimento é o ato pelo qual o O substabelecimento pode ser feito por

mandatário transfere, ao substabelecido, os instrumento particular, ainda que a procuração
poderes que lhe foram conferidos pelo originária tenha sido outorgada por instrumento
mandante. público.

Pode ser efetuado reservando-se o procurador

os mesmos poderes para si, ou sem referida
reserva.

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5. INSTRUMENTO DO MANDATO. A PROCURAÇÃO. O
SUBSTABELECIMENTO – Fixação das Responsabilidades:
a) A primeira hipótese se caracteriza quando,
mesmo proibido pelo mandante, seu procurador
substabelece a procuração.
procuração
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5. INSTRUMENTO DO MANDATO. A PROCURAÇÃO. O
SUBSTABELECIMENTO – Fixação das Responsabilidades:
b) Na segunda hipótese - em que o procurador
tem poderes para substabelecer a procuração
– ele não responde pelos danos causados pelo
substabelecido, a não ser se tiver agido com
culpa na escolha deste ou nas instruções
dadas. (art. 667, § 2º).
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6. PODERES CONFERIDOS AO MANDATO
O mandato pode ser especial (a um ou mais
negócios determinados) ou geral (a todos os
negócios do mandante). Todavia, quando o
mandato for em termos gerais
gerais, determina-se que só
os poderes de administração foram conferidos (art.
661).
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5. INSTRUMENTO DO MANDATO. A PROCURAÇÃO. O
SUBSTABELECIMENTO – Fixação das Responsabilidades:
Neste caso, o mandatário desobediente
responde ao seu constituinte pelos prejuízos
ocorridos sob a gerência de seu substituto
substituto, e
responde até mesmo pelos oriundos de caso
fortuito, salvo provando que o caso teria
sobrevindo, ainda que não tivesse havido
substabelecimento. (art. 667, § 1º).
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5. INSTRUMENTO DO MANDATO. A PROCURAÇÃO. O
SUBSTABELECIMENTO – Fixação das Responsabilidades:
c) Se a proibição de substabelecer constar da
procuração, os atos praticados pelo
substabelecido
b t b l id não ã obrigam
bi o mandante,
d t salvol
retificação expressa, que retroagirá à data do
ato. (art. 667, § 3º).
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6. PODERES CONFERIDOS AO MANDATO
Assim, ficam excluídos os poderes de alienar,
hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos
que exorbitem da administração ordinária. Caso se
necessite de tais poderes
poderes, deve-se citar
expressamente na procuração(poderes especiais)
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7. OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO 7. OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO

I. o mandatário atua em nome do constituinte
(mandante), dentro dos poderes conferidos na
procuração.
Se exorbitar, não vincula o mandante, pois, atua
como mero gestor de negócios enquanto o
mandante não lhe ratificar os atos (art 665).
II. Cumpre ao mandatário agir com o zelo
necessário e a diligência habitual na defesa dos
interesses do mandante, respondendo pelos
prejuízos
j í que este
t experimentar,
i t quando d esses
prejuízos resultarem de culpa.
III. deve o mandatário transferir ao mandante
todas as vantagens granjeadas no negócio.

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7. OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO 7. OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO

Obs. Se o mandatário dolosamente descumpriu Obs. Não pode o mandatário compensar os prejuízos a
contrato, a lei apenas o sujeita às perdas e danos. que deu causa com os proveitos que, por outro lado,
Portanto, se o mandatário adquiriu para si a coisa tenha granjeado ao seu constituinte (CC, art. 669)
que foi encarregado de adquirir para o mandante
mandante,
é evidente que não cumpriu o mandato, devendo
reparar o prejuízo experimentado pelo credor. É a
regra do art. 389 do CC.

IV. Cumpre ainda ao mandatário prestar contas

de sua gerência ao mandante.

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7. OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO 8. OBRIGAÇÕES DO MANDANTE

V. cumpre ao mandatário, mesmo depois da extinção As obrigações do mandante são de duas

do mandato por morte, interdição ou mudança de naturezas:
estado do constituinte, prosseguir no exercício do
mandato,
d t atété concluir
l i o negócio
ó i já começado
d ou atété - dever
d de
d honrar
h as obrigações
bi õ assumidas
id pelol
ser substituído, se da sua inação puder advir prejuízo mandatário, dentro dos poderes conferidos no
para o mandante ou seus herdeiros (CC, art. 674).
mandato.

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8. OBRIGAÇÕES DO MANDANTE 8. OBRIGAÇÕES DO MANDANTE

As obrigações do mandante são de duas Obs. Para assegurar o recebimento dessas

naturezas: importâncias, confere a lei ao mandatário o
direito de retenção. Todavia, a retenção não é
- obrigação
bi ã de
d reembolsar
b l as despesas
d permitida para cobrança de honorários.
efetuadas pelo mandatário, de indenizá-lo dos
prejuízos experimentados na execução do
mandado e de pagar-lhe a remuneração, se
assim se ajustou.

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9. DA EXTINÇÃO DO MANDATO 9. DA EXTINÇÃO DO MANDATO

O art. 682 do CC relaciona as causas de Revogação e a Renúncia: ao contrário dos

extinção do mandato, a saber: demais contratos, o mandato é um negócio que
se resolve, em regra, pela vontade unilateral de
II. a revogação e a renúncia;
qualquer
l das
d partes.
t Se
S a manifestação
if t ã da d
II. a morte ou interdição de uma das partes;
vontade provier do mandante, há revogação. Se
III. a mudança de estado, que inabilite o
partir do mandatário, há renúncia.
mandante para conferir os poderes, ou o
mandatário, para os exercer; A revogação pode ser expressa ou tácita (ex.
IV. o término do prazo ou a conclusão do nomeação de outro mandatário).
negócio.

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9. DA EXTINÇÃO DO MANDATO 9. DA EXTINÇÃO DO MANDATO

Morte ou a interdição de uma das partes: Se, Embora ciente da morte, interdição ou mudança
como vimos o mandato é um negócio intuito de estado do mandante, deve o mandatário
personae, a morte ou a incapacidade de uma concluir o negócio já começado, se houver
d partes
das t od deve extinguir.
ti i perigo
i na demora
d (CC,
(CC art.
t 674).
674)

Todavia, os atos praticados pelo mandatário, Também a interdição do mandante ou do

ainda insciente da morte do mandante, são mandatário, mudando o estado de capacidade
válidos e obrigam os herdeiros deste último de qualquer dos contratantes, extingue o
(CC, art. 689). mandato.

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9. DA EXTINÇÃO DO MANDATO 10. DA IRREVOGABILIDADE DO MANDATO

Se a morte ou interdição for do mandatário,

seus herdeiros avisarão ao mandante e A revogabilidade é a REGRA,
providenciarão a bem dele, conforme exijam as irrevogabilidade é EXCEÇÃO!
circunstâncias.
i tâ i Sua
S atividade,
ti id d entretanto,
t t t deve
d
se limitar às medidas conservatórias ou É possível cláusula contratual de
continuação dos negócios pendentes que não se irrevogabilidade:
possam demorar sem perigo.
Art. 683. “Quando o mandato contiver cláusula de
irrevogabilidade e o mandante o revogar, pagará
perdas e danos”.

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10. DA IRREVOGABILIDADE DO MANDATO 10. DA IRREVOGABILIDADE DO MANDATO

Art 684 – quando a cláusula de irrevogabilidade for
O mandato em causa própria é outorgado no
condição de um negócio bilateral, ou tiver sido
estipulada no exclusivo interesse do mandatário, a
interesse exclusivo do mandatário e utilizada
revogação será ineficaz. como forma de alienação de bens.

Art 685 – quando conferido o mandato com a cláusula

“em causa própria”, a sua revogação não terá eficácia,
nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes,
ficando o mandatário dispensado de prestar contas, e
podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis
objeto do mandato, obedecidas as formalidades legais.

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10. DA IRREVOGABILIDADE DO MANDATO 11. DO MANDATO JUDICIAL

Recebe este poderes para transferi-los para o
seu nome ou de terceiro, facilitando a
transmissão da propriedade, evitando-se a
necessidade da presença física do mandante e
dispensando-se a prestação de contas.
Deve se firmado por instrumento público.
O mandato judicial é aquele conferido a pessoa
legalmente habilitada para patrocínio, em juízo,
de interesses do mandante.
Trata-se de matéria que se situa na fronteira
entre o direito civil e o processual, ficando
subordinado às normas constantes na legislação
processual, e, supletivamente, às estabelecidas
no CC.

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11. DO MANDATO JUDICIAL

O mandatário judicial não só representa o

constituinte, como presta serviços profissionais,
no patrocínio de seus interesses (constitui, ao
mesmo tempo
tempo, mandato e prestação de
serviço).
O mandato judicial só pode ser exercido
por quem possa procurar em juízo, como, por
exemplo, o advogado regularmente inscrito na
OAB (são nulos os atos praticados por quem
não tenha OAB)