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Sentimentos e vivências em saúde

Antes de tudo, gostaria de dizer que relutei muito para fazer esse texto, pois
hospitais e centros de assistência a saúde não me agradam, não me dou muito bem nos
ambientes, e não gosto muito de relembrar vivências nestes. Entendo e respeito o trabalho
realizado nesses lugares e sei da tamanha importância, e o quanto salvam vidas, o quanto
já necessitei e ainda irei necessitar do SUS em si. O que me ocorre é que, sou uma
pessoa que sinto as coisas com tamanha intensidade, e nesses lugares há muito
sofrimento, mesmo que sejam momentâneos, muita gente com dor, outras em desespero,
e isso soa pra mim como uma turbulência, onde eu não consigo ajudar, isso me torna
impotente e pequena. Já presenciei cenas de trauma e não tenho medo, o que não gosto
realmente é ver o sofrimento. Já estive como acompanhante de parentes e na grande
maioria foi bem tranquilo, exceto da vez que fiquei com minha tia na enfermaria dos recém-
nascidos e posso dizer que apesar de amar crianças, tive uma noite horrível com tantos
choros que pareciam sirenes e às cinco da manhã já estava a ponto de jogar uma criança
pela janela (risos). Brincadeiras à parte, a última experiência que tive creio que foi a mais
ou menos um ano, com o meu pai, semanas antes dele falecer, fiquei um dia com ele no
hospital e por mais que ele tentasse não transparecer ele não se sentia bem no ambiente
assim como eu, e principalmente por ser ele que estava ali, precisando de cuidados, mas
ali pude ver o quanto o hospital regional de Arapiraca vem evoluindo nós últimos anos, a
começar pela higiene que melhorou muito, o atendimento, e a humanidade sendo
implantada, me chamou atenção uma plaquinha colocada na parede que dizia : “ O
paciente não é só um paciente. Ele é o amor de alguém. O pai de alguém. A mãe de
alguém. O filho de alguém. Avô/Avó de alguém. O melhor amigo de alguém. O amor da
vida de alguém. Nossa missão é a todo instante, cuidar e fazer de tudo pelo amor da vida
de alguém.” Eu lembro que ao ler aquilo e olhar novamente para meu pai ali dormindo, eu
percebi o quanto ele que foi sempre meu herói também era frágil e ali eu tive esperanças,
porque percebi que o amor da minha vida estava em mãos cuidadosas. Bem, apesar de
nunca ter gostado dos ambientes, deixo aqui minha gratidão, e meus parabéns pelos
profissionais que as instituições estão formando, muito mais humanizados, cuidadosos e
respeitadores com o próximo, e além do profissional, a empatia salva e transforma vidas.

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