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Relatório sobre os Museus Públicos em

Portugal – 2013 e 2018

Fotografia: Museu Nacional dos Coches, o mais visitado em 2018.

Modelação Estatística e Analise de Dados

Alexandre Marques

2020/2021
Índice

Introdução .............................................................................................................................. 3
Questões que serão abordadas ao longo do relatório ............................................................. 4
A APOM e a sua importância no desenvolvimento da Museologia ...................................... 5
RPM - Rede Portuguesa de Museus ...................................................................................... 6
Apresentação e descrição das Variáveis em Estudo .............................................................. 7
A Evolução do Número de Museus e Visitantes em Portugal ............................................... 9
Museus – Base de dados de 2013 e 2018 – Estatística Descritiva ...................................... 13
Estimação e Intervalos de Confiança................................................................................... 24
Testes de Hipótese ............................................................................................................... 25
Conclusão ............................................................................................................................ 28
Introdução
O objetivo do presente trabalho, proposto pela orientadora Anabela, consiste no estudo
de uma base de dados à nossa escolha. Após algum período a procurar nos mais diversos
sites onde se encontram disponíveis microdados, foi no INE – Instituto Nacional de
Estatística – onde achei a base de dados que será objeto de análise.
Esses dados dizem respeito a um inquérito feito aos Museus Públicos em 2013 e 2018,
tendo sido escolhidos esses anos para se poder fazer uma comparação dos números obtidos
entre esse período. Depois de elaborar um conjunto de questões previamente expostas, o
objetivo passará por responder a essas com base no que foi aprendido ao longo do semestre.
Devido aos números elevados que foram observados em algumas variáveis,
nomeadamente as Despesas com o Pessoal, Despesas Totais, Receitas Totais e Total de
Bens, aqueles que superam os 5 milhões foram considerados como outliers para que não
exerçam influência sobre os resultados de testes que serão feitos ao longo deste relatório.
Primeiramente será feita uma introdução teórica ao tema, onde abordarei a situação
museológica em contexto nacional, a sua evolução ao longo dos últimos anos e as medidas
tomadas pelo governo para fomentar uma maior coesão territorial, dando como exemplos os
casos da APOM e da Rede Portuguesa de Museus.
Após essa introdução serão apresentadas e descritas as variáveis em estudo,
procedendo-se também à sua classificação segundo a escala, com o objetivo de dar a
conhecer com que bases serão moldados os resultados estatísticos que teremos no término
do trabalho.
Depois dessa primeira avaliação será abordada a evolução do número de museus em
Portugal e do seu número de visitantes - no contexto geral e por NUTS II -, no período de
2012 a 2018 e nos últimos 50 anos, de 1960 a 2010, numa análise decenal, através dos
números disponibilizados pelo PORDATA.
Seguidamente será feita uma caraterização das duas amostras, num máximo de quatro
exemplos, representando-as graficamente e a partir de tabelas, bem como as suas medidas
estatísticas, com o objetivo de perceber as devidas diferenças.
No final, e concluindo o relatório, serão também apresentadas estimações para o futuro
com base em diferentes intervalos de confiança, formulação de testes de hipóteses,
regressões lineares múltiplas e verificação dos pressupostos adjacentes.
Questões que serão abordadas ao longo do relatório
• Os museus tiveram algum aumento em número de estabelecimentos e visitantes ao
longo dos últimos anos?
• Quantos Museus pertencem a Núcleos Museológicos?
• Qual a distribuição do número de pessoas empregadas nos Museus?
• Qual a distribuição das despesas com o Pessoal ao serviço nos Museus?
• Qual a caraterização das variáveis quantitativas em estudo?
• Qual a distribuição dos museus por região?
• Como difere a distribuição dos Museus por região (NUTS II) e as receitas? E com as
despesas?
• Existe uma relação linear entre o Pessoal Remunerado e o Total de Empregados?
• Há relação entre as despesas totais e o número total de bens?
• Há diferença significativa entre o n° total de visitantes e as receitas?
• O facto de um museu pertencer a um núcleo museológico influencia no número de
empregados?
• A quantidade de museus polinucleados difere por região?
• Existe alguma associação entre o tipo de abertura e o controlo de entrada de
visitantes?
• Quanto museus existem na região do Alentejo?
• Qual o número total de voluntários que trabalham nos Museus?
• Existe evidência estatística que o número de museus que se situam no Alentejo é
superior a 12%?
• Há diferença significativa entre a proporção de museus no Alentejo por tipo de
abertura? A média de visitantes anual é influenciada pelo número de núcleos?
• O número médio de visitantes estrangeiros difere por região?
A APOM e a sua importância no desenvolvimento da Museologia
A criação de uma associação, com o objetivo de fomentar colóquios a nível de todos
os museus do País, foi uma ideia que levou em 1965, pela parte da Dra. Maria José de
Mendonça, à criação da A.P.O.M (Associação Portuguesa de Museologia), vencendo as
muitas dificuldades que o governo, devido à situação política, punha à constituição de
associações de profissionais.
Pelas razões apontadas, a associação, “além de museólogos, incluía especialistas das
várias ciências que dão forma à museologia” (Mota, Maria).
A APOM viria a pertencer ao Conselho Nacional da Cultura em 1976, a funcionar
no âmbito da Secretaria de Estado da Cultura e, mais tarde, devido aos “relatórios, estudos,
propostas e conclusões sobre os diferentes problemas dos nossos museus” (Mota, Maria),
membro do Conselho Consultivo do Instituto Português dos Museus e do Instituto Português
do Património Cultural.
Assim, esta associação contribuiu substancialmente para que hoje exista, a nível
nacional, regional e inter-regional, uma consciência positiva acerca da importância que os
Museus exercem sobre a cultura do país, agora dotados de “pessoal habilitado, meios
suficientes e instalações condignas” (Mota, Maria).
Concluindo, só com uma eficiente organização coletiva, aliado a um enquadramento
das autoridades em relação à tutela, é que levou a que os Museus ocupassem um lugar
importantíssimo no seio da comunidade, atestada pela existência do Instituto Português de
Museus e pela contribuição notável da Rede Portuguesa de Museus, onde esta última será
abordada já de seguida.
RPM - Rede Portuguesa de Museus
As Redes de Museus “surgem nos anos 90 do século XX, acompanhando o
desenvolvimento da internet e verificando-se o surgimento de novas formas de gestão e a
abertura das instituições museológicas ao meio envolvente. Assim, estas são, numa primeira
instância, associadas à componente da comunicação” (Camacho, Clara).
A sua composição é feita através da “adesão voluntária de entidades museológicas”.
Contudo, muitas dessas instituições “que se autodenominam museus não cumprem os
requisitos” (Camacho, Clara), que variam de país para país.
A Rede Portuguesa de Museus foi criada no ano de 2000 e é composta atualmente
por 156 museus. O objetivo desta passa por “promover a valorização de cada um desses
estabelecimentos que a integra” (podendo eles ser públicos ou privados), através de
diferentes meios: o conhecimento aprofundado de cada entidade pertencente ao sistema –
através da ficha de candidatura e da interação regularmente estabelecida com os museus; a
circulação contínua de informação – garantida por “instrumentos formais como o Boletim
RPM e o website”; a articulação de recursos – com programas de apoios financeiros a novos
projetos; e a “existência de finalidades comuns às entidades envolvidas” (Camacho, Clara)
– baseadas na partilha de recursos e essencialmente na cooperação.
Entretanto, para que um Museu possa integrar esta rede terá de preencher um
conjunto de requisitos, entre os quais o “reconhecimento oficial da qualidade técnica dos
museus, tendo em vista a promoção do acesso à cultura e o enriquecimento do património
cultural, através da observância de padrões de rigor e de qualidade no exercício das funções
museológicas”.
O ProMuseus - Programa de Apoio Financeiro a Museus -, faz parte da RPM e tem
por objetivo o incentivo da qualificação dos museus portugueses, contribuindo para a
“preservação do património cultural e o melhoramento da prestação de serviços ao público”
(Camacho, Clara). Esta constitui uma das medidas estruturantes da política museológica
nacional para a correção das assimetrias existentes, bem como para a utilização integrada de
recursos no âmbito da política cultural.
Sendo um sistema organizado de museus baseado na adesão voluntária, é configurado
de forma progressiva onde o essencial será a “descentralização, a medição, a qualificação e
a cooperação entre os museus” (Camacho, Clara), onde os núcleos museológicos funcionam
como um importante instrumento na estabilização desses objetivos.
Apresentação e descrição das Variáveis em Estudo
• NUTS II (Variável qualitativa)
1- Norte
2- Centro
3- Área Metropolitana de Lisboa
4- Alentejo
5- Algarve
6- Região Autónoma dos Açores
7- Região Autónoma da Madeira

• Tipo de abertura ao público: (Variável qualitativa nominal)


1- Permanente
2- Sazonal

• Museu Polinucleado (Variável qualitativa nominal)


1- Sim
2- Não
Um museu polinucleado é um museu com um ou mais núcleos museológicos, sendo
uma extensão ou um polo territorialmente descentralizado de um museu, ou seja, uma
unidade dependente de um museu que comporta os principais serviços técnicos que
permitem a sua adequada manutenção, bem como o cumprimento das funções museológicas
indispensáveis (investigar, preservar, comunicar).

• Total de pessoas ao serviço (Variável quantitativa discreta)


1- Remunerado - Indivíduos que exercem uma atividade na empresa/instituição
nos termos de um contrato de trabalho, que lhes confere o direito a uma remuneração regular
em dinheiro e/ou géneros.
2- Não remunerado - Indivíduos que exercem uma atividade na
empresa/instituição e que, por não estarem vinculados por um contrato de trabalho, não
recebem uma remuneração regular, em dinheiro e/ou géneros pelo tempo trabalhado ou
trabalho fornecido.
3- Voluntários - Indivíduo que de forma livre, desinteressada e responsável se
compromete a realizar ações de voluntariado no âmbito de uma organização promotora, de
acordo com as suas aptidões próprias e no seu tempo livre.

• Total de Bens (Variável quantitativa discreta)


Número total de bens que poderão ser arqueológicos, artísticos e históricos,
bibliográficos e arquivísticos, técnico-científicos e industriais, etnográficos, naturais vivos e
não vivos, ou outros;

• Possui controlo de entrada de visitantes (Variável qualitativa nominal)


1- Sim
2- Não

• Número de Visitantes total anual e Visitantes estrangeiros (Variável quantitativa


discreta)
Pessoa que visita as exposições, utiliza os serviços disponíveis (biblioteca, centro de
documentação, reservas, entre outros), e/ou frequenta as atividades realizadas no museu
(concertos e conferências, entre outros). Nota: Excluem-se as entradas para o restaurante, a
cafetaria, a loja e outros equipamentos, quando independentes, assim como as visitas ao site
do museu.

• Receitas totais (Variável quantitativa continua)


Podem ser adquiridas de duas formas:
1- Receitas externas - Todas as doações da tutela, subsídios da administração
central, regional e local, fundos comunitários, patrocínios, apoios privados e mecenato,
conforme legislação em vigor;
2- Receitas próprias - Todas as receitas provenientes de bilheteiras dos museus,
prestação de serviços, aluguer de espaços, venda de publicações e de outros produtos.

• Despesas com o pessoal (Variável quantitativa continua)


Valor que corresponde às remunerações fixas ou periódicas ao pessoal ao serviço,
qualquer que seja a sua função na empresa, e os encargos sociais pagos pela empresa.
A Evolução do Número de Museus e Visitantes em Portugal
Como podemos observar nas páginas anteriores, a evolução museológica em
Portugal foi importante para cimentar os Museus no panorama nacional da cultura.
De seguida, iremos primeiramente apresentar a evolução do número de museus e dos
seus visitantes num período decenal de 1961 a 2010, partindo depois para uma análise anual
- 2012 a 2018. Estes resultados foram obtidos através do recurso aos números
disponibilizados pelo PORDATA, tendo como objetivo uma introdução teórica do tema.
Em relação à quantidade de instituições que existem no país, houve um aumento
acentuado ao longo nos últimos 50 anos (gráfico 1), tendo havido uma ligeira quebra nos
anos 2000 que se explica pela reestruturação, levada a cabo pelo Ministério da Cultura, a
que os diversos estabelecimentos espalhados pelo país estiveram sujeitos (tabela 1). O
número de Museus “registados” quase que quadruplicou, passando de 96 no ano de 1961
para 340 em 2010.

Ano Museus
2010 340
2000 198
1990 324 Tabela 1 – Evolução decenal do
número de Museus em Portugal.
1980 120
Fonte: PORDATA.
1970 122
1961 96

Evolução decenal do Número de Museus


- 1961 a 2010
400
350
300
250
200
150
100
50
0
1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020

Gráfico 1 – Evolução decenal do número de Museus em Portugal. Fonte: PORDATA.


Quando falamos em número de visitantes anuais, também verificamos que estes
aumentaram gradualmente ao longo dos anos, podendo justificar-se por um interesse cada
vez maior por parte da população e fruto das políticas de reinserção levadas a cabo pelo
Estado e pelos seus Ministérios responsáveis. Em 1961, os Museus portugueses registaram
739 mil entradas contra os “poucos” mais de 10 milhões em 2010 (ver tabela e gráfico 2).
Ano N.º Visitantes
2010 10362944
2000 5760062
1990 5347664
1980 2091000
1970 2750000
1961 739000

Tabela 2 – Evolução decenal do número Visitantes de Museus em Portugal. Fonte: PORDATA.

Evolução Decenal do Número Anual de


Visitantes - 1961 a 2010
12000000

10000000

8000000

6000000

4000000

2000000

0
1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020

Gráfico 2 – Evolução decenal do número de Visitantes de Museus em Portugal. Fonte: PORDATA.

Depois de ter sido feita uma análise decenal, procederemos agora ao estudo dessa
mesma evolução nos períodos que vão de 2012 a 2018, observando não só num contexto
nacional, mas também a nível das NUTS II, de modo a verificarmos a diferente distribuição
pelo território continental e ilhas.
Em relação ao número de museus, é na região Norte onde se situam o maior número
de instituições, seguida pelo Centro, AML, Alentejo, a R.A. dos Açores, o Algarve e por
último a R.A. da Madeira (tabela 3). Em todas essas, à exceção de 2018 – onde o número de
museus diminuiu na região Norte e no Alentejo – viram aumentadas o número de portas
abertas (gráfico 3 e 4).

NUTS II | Ano 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018


Norte 90 102 109 111 115 120 117
Centro 82 88 96 95 100 106 111
Área Metropolitana de
76 75 80 75 80 85 93
Lisboa
Alentejo 52 42 59 64 64 67 59
Algarve 11 11 12 13 16 17 17
Região Autónoma dos
19 18 17 14 14 16 16
Açores
Região Autónoma da
15 17 19 16 16 19 18
Madeira
Portugal 345 353 392 388 405 430 431

Tabela 3 – Evolução anual do número de Museus em Portugal e NUTS II. Fonte: PORDATA.

Evolução do Número de Museus em


Portugal - 2012 a 2018
460

440

420

400

380

360

340

320

300
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Gráfico 3 – Evolução anual do número de Museus em Portugal. Fonte:


PORDATA.
Podemos então confirmar uma maior quantidade de visitantes por número de museus
na Área Metropolitana de Lisboa e na região Norte, estando no outro extremo as Regiões do
Alentejo e a Região Autónoma dos Açores. A justificação dessa discrepância será devido ao
menor número de turistas nestas últimas regiões mencionadas, apesar de, avaliando de uma
forma individual, todas elas terem visto aumento de Visitantes ao longo dos últimos 6 anos
(tabela 4 e gráfico 5 e 6).

NUTS II | Ano 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018


Norte 3199377 3183712 3420918 4132597 4567440 5179402 5842377
Centro 1164034 1323318 1294227 1589612 1835230 1992499 2423503
AML 4776128 5507574 5850505 6559141 7366513 8007593 9295543
Alentejo 397823 495497 510357 595164 857952 927230 873018
Algarve 230340 194809 229662 361037 434513 544545 586702
R.A.Açores 148074 165195 185937 203283 241682 260975 261792
R.A.Madeira 151158 192479 258126 219834 229049 262742 211171
Portugal 10066934 11062584 11749732 13660668 15532379 17174986 19494106

Tabela 4 – Evolução anual do número de Visitantes em Portugal e NUTS II. Fonte: PORDATA.

Evolução do Número de Museus em Portugal por


NUTS II - 2012 a 2018
130
120
110
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Norte Centro
Área Metropolitana de Lisboa Alentejo
Algarve Região Autónoma dos Açores
Região Autónoma da Madeira

Gráfico 4 – Evolução anual do número de Museus em Portugal por NUTS II. Fonte: PORDATA.
Gráfico 5 – Evolução do número de Visitantes por número de Museus em Portugal. Fonte:
PORDATA.

Gráfico 6 –Evolução da quantidade de Visitantes por número de Museus nas NUTS II. Fonte:
PORDATA.
Museus, Jardins Zoológicos, Botânicos e Aquários – Base de dados
de 2013 e 2018 – Estatística Descritiva
Em relação ao caso de estudo, iremos agora abordar as bases de dados obtidas no site
do Instituto Nacional de Estatística, relativos a inquéritos da própria entidade feitos a grande
parte dos estabelecimentos espalhados pelo território nacional, em que a “base de
amostragem é constituída pelos Museus e pelos Jardins Zoológicos, Botânicos e Aquários”,
sendo denominados por Museus.
Dando uma informação mais pormenorizada sobre o conteúdo destes ficheiros, eles
contêm “dados anuais de caracterização dos Museus”. Procedeu-se a uma requalificação por
parte do INE tendo em conta a nova Lei-Quadro dos Museus Portugueses, em que algumas
instituições classificadas como “Monumentos Nacionais” não foram incluídas neste
processo de recolha de informação.
Neste caso, a “operação estatística tem como objetivo obter dados anuais para a
caracterização dos Museus, Jardins Zoológicos, Botânicos e Aquários”, obtida através de
recenseamento, a fonte de informação é direta, – “recolhidos diretamente nas unidades de
observação” – e é feita através de um questionário previamente definido pela entidade
responsável (INE).
O Museus que são tidos em conta para posterior análise inclui apenas aqueles que
“obedecem em simultâneo aos seguintes cinco critérios estabelecidos para apuramento:
- Critério 1 - existência de, pelo menos, uma sala ou espaço de exposição;
- Critério 2 - abertura ao público, permanente ou sazonal;
- Critério 3 - existência de, pelo menos, um conservador ou técnico superior - incluindo
pessoal dirigente;
- Critério 4 - existência de um orçamento - ótica mínima: despesa;
- Critério 5 - existência de um inventário (ótica mínima: inventário sumário).”
Assim, bases de dados que irão ser trabalhadas no presente relatório serão relativas aos
anos de 2013 e 2018. A primeira tem uma amostra igual a 256 e a segunda um tamanho de
333, correspondendo consecutivamente a 66% e 71% do Universo dos Museus. Será feita
uma comparação entre estas duas amostras, dando exemplos relativos a três variáveis:
- A pertença, ou não, a Núcleos Museológicos;
- Total de Pessoas Empregadas nos Museus;
- Despesas com o Pessoal ao Serviço.
• Quantos Museus pertencem a Núcleos Museológicos?
Como pode ser visto nos gráficos 7 e 8, relativos a 2013 e 2018, a percentagem de
estabelecimentos pertencentes a Núcleos Museológicos aumentou, apesar da diferença não
ser assim tão significativa, passando de 31,25% para os 31,53% em 2018. Cerca de 75% das
instituições museológicas pertenciam no máximo a um núcleo em 2013 e a dois em 2018,
sendo que o maior número de núcleos que um museu pertencia seria a nove e a catorze
respetivamente.

Museus Polinucleados
em 2018
250
200 228
150
100
105
50
0
Sim Não

Gráfico 7 – Museus pertencentes a Núcleos Gráfico 8 – Museus pertencentes a Núcleos


Museológicos em 2013. Fonte: INE. Museológicos em 2018. Fonte: INE.

• Total de Pessoas Empregadas nos Museus


Quanto à quantidade de Pessoas que cada Museu emprega, sendo remunerados, não
remunerados ou voluntários, perfez 2999 pessoas em 2013 e 3906 no ano de 2018. Em
média, havia cerca de 11,71 pessoas a trabalhar em cada museu no primeiro ano em estudo,
contra os 11,73 no segundo. Verificou-se também que 8 Museus empregavam apenas 1
pessoa em 2013, situando-se esses nos municípios de Vinhais, Vila Real, Vila Velha de
Ródão, Barcelos, Avis, Castanheira de Pêra, Mondim de Basto e Évora, encontrando-se no
outro extremo uma instituição em Lisboa, com 94 indivíduos. Relativamente a 2018, cerca
de 13 museus empregavam apenas 1 e em Lisboa subsistia apenas um museu com 106.
No geral, 165 Museus empregavam 10 pessoas ou menos em 2013 contra os 223 em
2018 (gráficos 9 e 10). Em 25% dos museus havia até quatro trabalhadores, sendo que em
50% esse valor situava-se nos sete e em 75% deles trabalhavam até 14 pessoas. Verificou-
se que o máximo de pessoas empregadas era de 94 e 106, e no total trabalhavam 2993 e 2906
em 2013 e 2018 respetivamente.

Gráfico 9 – Quantidade de pessoas empregadas nos Gráfico 10 – Quantidade de pessoas empregadas nos
Museus em 2013. Fonte: INE. Museus em 2013. Fonte: INE.

• Despesas com o Pessoal ao Serviço


A última variável em estudo será a das Despesas com os Empregadores. Num total, os
Museus gastaram quase 50 milhões de Euros em 2013, contra os quase 90 milhões em 2018.
A maior parte das instituições - 131 em 2013 e 190 em 2018 - despendem menos de 100 mil
euros, enquanto que 26 desembolsavam mais de 500 mil euros (gráficos 11 e 12). Na
totalidade, os museus desembolsaram mais de quarenta e oito milhões e cinquenta e cinco
milhões nesses dois anos. Metade deles tiveram custos na ordem dos oitenta e um mil em
2013 e setenta mil em 2018.

Gráfico 11 – Despesas com o Pessoal ao Serviço Gráfico 12 – Despesas com o Pessoal ao Serviço nos
nos Museus em 2013. Fonte: INE. Museus em 2018. Fonte: INE.
• Caraterização das variáveis quantitativas em estudo – 2013 e 20181
Passemos então à caraterização das variáveis quantitativas em estudo (tabela 5 e 6), no
qual serão referidas aquelas que considero mais pertinentes de serem avaliadas. Devido aos
valores assimétricos, não será tida em conta a média.
Em 2013 metade dos museus continham até 4923 bens e em 2018 esse valor situava-
se nos 4 151. Relativamente a esta variável há também a salientar um dos estabelecimentos
em Lisboa que teria perto de três milhões de bens, estando no outro extremo um Museu
situado em Macedo de Cavaleiros apenas com um bem registado.
Relativamente ao número de voluntários, cerca de 75% de entidades não possuía
nenhum, sendo que no total esse número fixou-se nos 209 (em 2013) e 259 (em 2018).
Outro dado que pode ser de relevância extrema é que dos quase 6 milhões e meio de
habitantes no primeiro ano em estudo, mais de um terço desses eram estrangeiros, sendo que
no segundo ano, dos mais de 9 milhões registados, mais de metade não eram portugueses.
Relativamente às despesas, estas foram em ambos os casos superiores às receitas,
registando-se desta forma um prejuízo a nível nacional, podendo ser devido aos diversos
investimentos feitos pelas instituições – apenas 17,5% em 2013 e 12,3% em 2018
apresentaram lucros.
Concluindo, como afirmado anteriormente, existe uma grande dispersão dos dados
relativamente à média – quanto maior o desvio padrão, maior a dispersão e mais afastados
da média estarão os eventos extremos – ou seja, as duas amostras demonstram não serem
homogéneas.

Tabela 5 – Medidas-resumo das variáveis quantitativas em estudo relativas a 2013. Fonte: INE.

1
*Valores superiores a 5 000 000 – relativos às Receitas e Despesas Totais, ao Total de Bens e às Despesas
com o Pessoal – foram considerados outliers, não tendo sido utilizados para alguns cálculos neste relatório de
modo a evitar que esses tenham influência nos resultados.
Tabela 6 - Medidas-resumo das variáveis quantitativas em estudo relativas a 2018. Fonte: INE.

• As Receitas e Despesas por Museu nas diferentes Regiões


Quando abordamos a questão das receitas e das despesas totais por região, o melhor
método é calcular a média desses valores por museu.
Assim, verificamos que em 2013, Lisboa e Vale do Tejo foi a zona do país que obteve
um maior valor de receitas com quase 600 mil euros por museu, fruto do maior número de
Visitantes – de onde advém a maior fatia dos lucros. Do lado contrário encontra-se o
Algarve. Em relação às despesas, o Centro revela-se como a região mais gastadora,
encontrando-se o Norte no outro extremo (gráficos 15 e 16).

Gráfico 13 – As Receitas por Museu (2013). Gráfico 14 – As despesas por Museu (2013).
Fonte: INE. Fonte: INE.

Em 2018 registou-se um aumento generalizado das Receitas, à exceção do Alentejo,


Algarve e R.A. Açores onde essas diminuíram comparativamente a 2013. A região de Lisboa
e Vale do Tejo continua a ser aquela que regista mais receita, seguindo-se pelo Centro e
Norte. O Centro continua a ser a zona do país que apresentou mais despesas, estando em
segundo lugar LVT e em terceiro o Alentejo (gráficos 17 e 18).
Gráfico 15 – As Receitas por Museu (2018). Fonte: Gráfico 16 – As Despesas por Museu (2018).
INE. Fonte: INE.

• Há diferença significativa entre o n° total de visitantes e as receitas? *


Pretende-se verificar se existe uma diferença significativa entre o número de
visitantes e as receitas totais, ou seja, pretende-se verificar se há uma correlação linear entre
estas duas variáveis, uma quantitativa discreta e outra quantitativa contínua.
Para tal, foi utilizado o coeficiente de Pearson. Procedeu-se então à eliminação de
possíveis outliers, sendo esses valores superiores a 5 milhões (num total de quatro), com o
objetivo de não exercerem alguma influência no resultado do coeficiente.
Portanto, podemos concluir que existe alguma dependência linear positiva entre o
valor das receitas e o total de visitantes.

Gráfico 17 – Coeficiente de correlação de Pearson Gráfico 18 – Coeficiente de correlação de Person


= 0.53034 (2013). = 0.58778 (2018).
• Existe correlação entre as despesas totais e o n° total de bens? *
Contendo estas duas variáveis dados quantitativos (contínua e discreta
respetivamente), o objetivo é verificar a existência de uma correlação entre elas, utilizando
o método de Kendall. Para tal foi feito um agrupamento em classes para obter um melhor
resultado desse coeficiente
Chegamos à conclusão de que o resultado, cujo valo é próximo da unidade, revela uma
influência positiva, de que o número total de bens que um determinado museu contém tem
influência sobre o valor da despesa total (gráficos 19 e 20).

Gráfico 19 – Coeficiente de correlação de Gráfico 20 – Coeficiente de correlação de


Kendall = 0.7245688 (2013). Kendall = 0.831632 (2018).

• Existe alguma relação entre o tipo de Museu e o Número de Empregados?


Tratando-se de uma variável dicotómica e outra quantitativa discreta, um dos testes
que podemos utilizar para verificar a existência ou não de uma relação entre essas duas é um
teste não paramétrico.
A conclusão a que podemos chegar com os valores é que, em ambos os casos, verifica-
se uma ausência de associação entre as duas variáveis, ou seja, o facto de um museu pertencer
a um núcleo museológico não significa ter um maior número de empregados, apesar de no
caso de 2018 essa relação ser positiva, mas muito fraca para considerar o contrário.
Gráfico 21 – Ponto bisserial = 0.0773 (2013) Gráfico 22 – Ponto bisserial = 0.23034 (2018)

• Existe alguma associação entre as NUTS II e o tipo de Museu?


Neste caso, tratando-se de uma variável quantitativa ordinal e outra dicotómica, um
dos métodos para estudar a associação entre estas duas variáveis é o V de Cramer.

X^2 df P(> X^2) X^2 df P(> X^2)


Likelihood Ratio 20.641 6 0.002128 Likelihood Ratio 11.770 6 0.067311
Pearson 16.915 6 0.009601 Pearson 10.934 6 0.090448
Phi-Coefficient NA Phi-Coefficient NA
Contingency Coeff 0.221 Contingency Coeff 0.204
Cramer's V 0.227 Cramer's V 0.208

Tabela 7 – Medidas de associação (2013) Tabela 8 – Medidas de Associação (2018)

Assim, registou-se em 2013 (0.23) e em 2018 (0.204) uma associação muito fraca
positiva entre a distribuição por NUTS II e os museus polinucleados (tabela 7 e 8).
• Existe alguma associação entre o tipo de abertura e o controlo de entrada de
visitantes?
Concluindo, fizemos um último teste para verificar se o tipo de abertura –
Permanente ou Sazonal – levaria a que um museu fizesse um controlo de entrada ou não.
Primeiramente foi feito o teste qui-quadrado para perceber se existe uma relação
entre elas. Tendo como Hipótese 0: As variáveis Tipo de Abertura e Controlo de Entrada
estão relacionadas vs H1: As variáveis Tipo de Abertura e Controlo de Entrada não têm
qualquer relação, tivemos os seguintes resultados para o valor p:
‘‘Pearson's Chi-squared test with Yates' continuity correction
data: museus2013.2$Abertura_anual_comportam and museus2013.2$Controlo_Entr
X-squared = 0.48702, df = 1, p-value = 0.4853’’

‘‘Pearson's Chi-squared test with Yates' continuity correction


data: museus2018.2$Abertura_anual_comportam and museus2018.2$Controlo_Entr
X-squared = 0.0000000000000000000000000031139, df = 1, p-value = 1’’

Visto que o p-value para ambos os casos ser superior aos usuais níveis de
significância não rejeitamos a hipótese nula, ou seja, existe uma relação entre as duas
variáveis.
Entretanto, o coeficiente de Phi indica uma associação positiva fraca entre o tipo
comportamento da abertura dos museus e o controlo de entrada de visitantes (tabela 9 e 10).

X^2 df P(> X^2) X^2 df P(> X^2)


Likelihood Ratio 1.8437 1 0.174516 Likelihood Ratio 0.2795 1 0.59701
Pearson 3.4405 1 0.063617 Pearson 0.1428 1 0.70552
Phi-Coefficient 0.117 Phi-Coefficient 0.021
Contingency Coeff 0.116 Contingency Coeff 0.021
Cramer's V 0.117 Cramer's V 0.021

Tabela 9 – Medidas de associação (2013) Tabela 10 – Medidas de associação (2018)


• Existe uma relação linear entre o Pessoal Remunerado e o N° de Empregados?
Através do método de correlação de Pearson, cujos valores são próximos de 1 (0.957
em 2013 e 0.961 em 2018), parece haver uma relação linear positiva entre estas duas
variáveis quantitativas que pode ser corroborada através dos gráficos onde os pontos se
estendem numa linha oblíqua (gráficos 23 e 24)

Gráfico 23 – Coeficiente de correlação de Gráfico 24 – Coeficiente de correlação de


Pearson = 0.957 (2013). Pearson = 0.961 (2018).
Estimação e Intervalos de Confiança
• Estimação da percentagem de museus que se localizam no Alentejo
Neste ponto do relatório procura-se estimar, através da utilização de intervalos de
confiança, a percentagem de museus que se localizam na região Alentejana. Ou seja, temos
de pegar em dados da Amostra e inferir para a População.
Com base na informação amostral, em 2013 estima-se que 11,7% dos museus
estavam localizados no Alentejo (I.C.95% = 0.08168 ; 0.16456), e sendo a estimativa para
2018 de 13,5% (I.C.95% = 0.10124 ; 0.17769).
Sendo conhecido o verdadeiro valor da percentagem de museus nesta região do país
– 15,1% em 2013 e 13,7% em 2018 – podemos confirmar a boa qualidade do intervalo de
confiança, visto que estas percentagens se inserem dentro desse mesmo intervalo.

• Estimação da percentagem de museus com controlo de entrada


Outra importante questão é relativa à percentagem de museus em Portugal que
possuem controlo de entrada de visitantes, pois só dessa forma a contabilização e a diferença
entre visitantes nacionais e estrangeiros pode ser exata e fidedigna.
Com base na informação amostral, em 2013 estima-se que 96,09% dos
estabelecimentos possuam este tipo de contagem de entrada de visitantes (I.C.95% = 0,9609
; 0,9729), sendo a estimativa para 2018 de 97,29% (I.C.95% = 0,9475 ; 0,9868).
Testes de Hipótese
• Com um nível de significância de 5%, há evidencia estatística que o número de
museus que se situam no Alentejo é superior a 15%?
Na formulação de testes de hipóteses, é importante sempre referir primeiramente essas
mesmas hipóteses.
Relativamente a esta questão, a H0 (ou hipótese nula) é se o número de museus no
Alentejo é inferior ou igual a 15% e a H1 (ou hipótese alternativa) é que o número de museus
no Alentejo é superior a 15%. Sendo o nível de significância de 5%, se esse valor for superior
ao valor p, rejeitamos a hipótese nula e não rejeitamos a hipótese alternativa, e vice-versa.
Neste caso, o valor p para o ano de 2013 é de 0,9293 pelo que, sendo superior ao alfa
(0,05), aceita-se a hipótese nula. Em relação a 2018, esse valor p é de 0,7763, sendo superior
ao alfa e procedendo-se também à não rejeição da hipótese 0.
Assim, com base nos dados amostrais e com um nível de significância de 5%, há
evidência estatística que a percentagem de museus no Alentejo é inferior ou igual a 15%.

• Há diferença significativa entre a proporção de museus no Alentejo por tipo de


abertura (alfa=10%)?
Sendo a hipótese 0 em que a proporção de museus no Alentejo não difere por tipo de
abertura ao público e a hipótese 1 em que há diferença na proporção de museus no Alentejo
por tipo de abertura ao público.
O valor p para 2013 é de 0,904, ou seja, “aceita-se” essa hipótese nula e verifica-se
que não há evidência estatística, com um nível de significância de 10%, de que os Museus
no Alentejo diferem por tipo de abertura.
Para o ano de 2018, o valor p foi de 0,0162 pelo que, sendo inferior ao alfa (0,1),
rejeita-se essa hipótese nula e aceita-se a hipótese alternativa, ou seja, há evidência
estatística, com um nível de significância de 10%, de que os Museus no Alentejo diferem
por tipo de abertura.
• Há diferença significativa entre o número de visitantes anual e o n° de núcleos?
Para verificar a existência de uma diferença significativa entre o número de visitantes
atual e o número de núcleos formulamos também um teste de hipóteses, onde H0 afirma que
a média de visitantes de museus polinucleados é igual à média de visitantes dos museus que
não pertencem a nenhum núcleo museológico, e H1 que existe diferença no número de
visitantes relativamente a se é ou não um museu polinucleado.
Em primeiro lugar elaboramos uma caixa de bigodes para ambos os anos em estudo.
Se em 2013 as medianas parecem iguais (gráfico 25), em 2018 parece que a mediana de
visitantes é maior quando um museu pertence a um núcleo museológico (gráfico 26).

Gráfico 25 – Número de Visitantes por tipo de Gráfico 26 – Número de Visitantes por tipo
museu (2013). de museu (2018).

Para podermos ter certezas relativamente a qual hipótese optar, teremos de verificar
os pressupostos. O primeiro diz respeito à dimensão da Amostra – em 2013 é de 252 e em
2018 de 329.
Visto as distribuições serem assimétricas, os testes à Normalidade serão feitos
através da verificação das medidas de assimetria e achatamento. Para a verificação da
primeira é utilizado o skewness, chegando à conclusão de que para ambos os anos a
distribuição é distorcida (4.366578 e 3.627148), visto os valores serem superiores a 1.
Relativamente à segunda foi medido o kurtosis, concluindo através dos valores (23.69479 e
14.01927) que a distribuição é leptocúrtica – apresenta picos mais altos que a distribuição
normal. Assim, não podemos validar o pressuposto da Normalidade.
Tendo falhado um dos pressupostos, para respondermos à questão teremos de utilizar
um teste não paramétrico, sendo o de Wilcoxon o melhor para este tipo de variáveis. Através
dos resultados (p-value inferior aos usuais níveis de significância) podemos rejeitar a
hipótese nula, ou seja, que existe uma diferença no número de visitantes consoante o tipo de
museu.
Há diferença significativa na média de visitantes estrangeiros por regiões?
No último teste de hipóteses iremos verificar se existe uma diferença significativa na
média de visitantes estrangeiros por regiões. A hipótese nula será que não há diferença
nessa média, ou seja, a média de visitantes estrangeiros é igual em todas as regiões de
Portugal e a hipótese alternativa afirma que há mais visitantes de origem estrangeiro em
algumas regiões relativamente a outras.
Na verificação dos pressupostos, rejeitamos a Normalidade visto o valor p ser
inferior aos usuais níveis de significância, ou seja, a distribuição não segue uma lei normal.
Para a Homocedasticidade, o valor p de 0,024 em 2013 possibilidade a rejeição das
variâncias para os níveis de significância 5 e 10% e em 2018 (p value = 0,066) rejeitamos
também para os 10% a igualdade das variâncias entre as regiões.
O próximo passo é verificar a Normalidade dos Resíduos (gráficos 27 e 28). Como
podemos observar nos gráficos apresentados, os erros não se encontram dentro da linha
que definiria a sua normalidade, ou seja, afirma-se a falha da normalidade dos resíduos
para ambas as amostras.
Devido à confirmação da falha nos pressupostos, teremos então de utilizar um teste
não paramétrico (métodos em que não se exigem hipóteses tão fortes como os métodos
clássicos, como por exemplo a Normalidade). Assim, para calcularmos o valor p, foi
utilizado o Teste de Kruskal – Wallis. Em H0 os grupos são provenientes da mesma
população e em H1 os grupos provêm de populações diferentes. Tanto em 2013 como em
2018, o p-value é inferior aos usuais níveis de significância, e dessa forma, rejeita-se a
hipótese nula e “aceita-se” a hipótese alternativa, ou seja, estatisticamente verifica-se uma
diferença no número de visitantes estrangeiros entre as diferentes regiões.

Gráfico 27 –Gráfico de resíduos (2013). Gráfico 28 – Gráfico de resíduos (2018).


Conclusão
Nesta última parte do trabalho serão apresentadas algumas conclusões aos resultados
que foram obtidos ao longo deste relatório, sendo evidenciados aqueles que achamos mais
pertinentes.
Para começar, verificámos que o número de museus e dos seus visitantes obtiveram
um crescimento constante ao longo dos anos, muito devido à importância da APOM, que
teve uma participação direta no desenvolvimento da museologia em Portugal, através da
Rede Portuguesa de Museus e do Pro-Museus, que funcionaram como instrumentos
importantes para tornar esse objetivo numa realidade.
Quando abordamos a questão das receitas e das despesas, observa-se uma grande
disparidade de valores entre as regiões, onde aquelas que têm um maior número de visitantes
apresentam ganhos maiores comparativamente às outras, enquanto que outros Museus
apresentam uma maior despesa devido, talvez, a um acrescentado investimento da parte
destes.
Para efetuar o estudo das medidas resumo e de algumas correlações, estimações e
testes de hipóteses, tive que tirar alguns valores considerados outliers: Museu em Sintra
(receita de 8 milhões), nas Caldas da Rainha (Despesa de 8 milhões) e na Guarda (Despesa
com o pessoal ao serviço de 16 milhões) em 2013; Museu na Lousã (receita de 14 milhões),
Trancoso (receita de 11 milhões), Sintra (receita de 23 milhões) e Alvaiázere (despesa de 12
milhões). Esta alteração na amostra foi feita para que não exerçam alguma influência nos
resultados pretendidos, tornando-os mais fidedignos e de uma melhor avaliação.
Assim, verificámos após a realização de testes de correlação e associação que as
Receitas não dependiam exclusivamente do número de Visitantes, apesar destes terem
alguma influência na correlação positiva; o n° total de bens não tem 100% de influência nas
despesas totais; e o facto de um museu pertencer a um núcleo museológico não significa ter
mais empregados em 2013, enquanto que em 2018 essa pressuposição parece ser verdadeira.
Concluímos o presente relatório a evidenciar que em 2018 o número de museus no
Alentejo era inferior a 15% e verificou-se o facto de, se um museu for polinucleado, poder
receber um maior número de visitantes.
Bibliografia
• https://globalherit.hypotheses.org/5955
• https://www.pordata.pt/Pesquisa/museus
• https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_pufs&menuBOUI=13707
095&contexto=up&selTab=tab5&xlang=pt
• https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_main
• https://www.museudodouro.pt/tpls/mu/files/encontros/pdf/clara_camacho.pdf
• http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/museus-e-monumentos/rede-portuguesa/
• https://apmuseologia.org/

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