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Antipsicóticos
CONCEITO
Medicamentos também chamados de NEUROLÉPTICOS ou TRANQUILIZANTES MAIORES; são o principal recurso
psicofarmacológico no tratamento da esquizofrenia e das outras psicoses
NOIA = mente; pensamento// PARA = paralelo
o Noiado: sintonizado com a realidade
o Paranoiado: não sintonizado; “mente paralela” = PSICOSE (reestruturação da realidade; construção de
uma realidade paralela, interferindo no funcionamento/comportamento desses indivíduos)
Por conta do estigma, quando Moab precisa fazer algum laudo para paciente psicótico, ele coloca
“neurolépticos” nas medicações em uso, no lugar de “antipsicóticos”
OBS: antipsicótico em baixa dosagem pode ter ação tranquilizante/ansiolítica
PSIU! Para classificar como PSICOSE tem que ter pelo menos delírio ou alucinação (positivos); então, em algum grau/ algum momento o
paciente apresentou sintomas positivos, mesmo nos quadros em que predominam os sintomas negativos!
Andressa Andrade – Medicina UNICAP – turma 08 ABS
OUTRAS TEORIAS: PSICANALÍTICA,
TEORIAS DA ESQUIZOFRENIA ANTROPOLÓGICA, SOCIOLÓGICA, LINGUÍSTICA
TEORIA BIOLÓGICA
Amplamente aceito que a esquizofrenia é um transtorno do NEURODESENVOLVIMENTO cerebral, e não um processo
neurodegenerativo. As linhas de evidencia são as seguintes:
1. Presença de alterações cerebrais identificáveis já nas primeiras manifestações da doença e também em
familiares não afetados pelo transtorno --- principalmente o achado de dilatação dos ventrículos laterais
2. Maior frequência de alterações macroscópicas (p.ex.: girificação anômala) e microscópicas (p.ex.: ausência
de gliose – células de sustentação) do que indivíduos controles saudáveis
3. Pacientes com esquizofrenia apresentam maior frequência de complicações perinatais do que indivíduos
controles --- não chega a ser um tocotraumatismo ou algo que desencadeia lesões cerebrais significativas,
mas as complicações ocorrem
4. Indivíduos com diagnóstico de esquizofrenia apresentam, já na infância, déficits no desenvolvimento
cognitivo e neuromotor (não são todos que apresentam essas manifestações na infância –
aproximadamente 25% dos casos)
5. Possível associação com síndromes genéticas (exemplo: síndrome velocardiofacial)
o Síndromes genéticas que ainda não estão bem definidas; os estudos em psiquiatria têm se voltado
muito para a genética
o Gêmeos monozigóticos têm concordância de 45%; dizigóticos 15% --- associação genética importante;
isso vem sendo estudado
MODELO NEUROBIOQUÍMICO
A partir da teoria biológica, tem-se o Modelo Neurobioquímico
Na década de 50, observou-se que os primeiros pacientes tratados com CLORPROMAZINA (1º antipsicótico)
apresentavam melhora associada a uma síndrome parkinsoniana (“síndrome de impregnação
neuroléptica”), a qual, na época, passou a ser considerada como necessária para o efeito terapêutico (hoje,
sabemos que isso é um mito; tal síndrome não é necessária para que a medicação exerça ação antipsicótica)
o A ação sedativa da Clorpromazina foi responsável pela saída de muitos pacientes dos hospitais
manicomiais para suas casas
o SÍNDROME PARKINSONIANA/”SÍNDROME DE IMPREGNAÇÃO NEUROLÉPTICA”: hipertonia, hipocinesia,
tremores, andar robótico, disgrafia, hipersalivação, ... A possibilidade de desenvolver essa síndrome
criou/cria um pavor na população leiga quanto às medicações antipsicóticas e psiquiátricas em geral
(PSICOFOBIA)
Na década de 60, surge o Haloperidol (Haldol)
Posteriormente, descobriu-se que a DOENÇA DE PARKINSON estava associada a uma diminuição da
dopamina no striatum e, portanto, estabeleceu-se a hipótese de que a Síndrome Parkinsoniana produzida
pelos antipsicóticos resultaria de uma diminuição da dopamina do striatum
o A Doença de Parkinson está relacionada a um déficit na produção de dopamina pela substância nigra
mesencefálica. Seu tratamento clássico é a reposição de dopamina com LEVODOPA
o Como os neurolépticos agem bloqueando os receptores dopaminérgicos, eles podem mimetizar uma
Síndrome Parkinsoniana
o Apesar disso, não vamos fazer medicação antiparkinsoniana para o paciente esquizofrênico com
“síndrome de impregnação neuroléptica”, pois o problema dele não é carência de dopamina; o que
vamos fazer é manejar os sintomas, exercendo uma ação anticolinérgica com Biperideno (Akineton) →
para cada 5mg de Haloperidol, 2mg de Biperideno
Inversamente, observou-se que os agonistas dopaminérgicos (a exemplo da anfetamina) produziam psicoses
semelhantes à esquizofrenia
Lembre!
1ª revolução psiquiátrica: Pinel// 2ª revolução psiquiátrica: Freud// 3ª revolução psiquiátrica: Clorpromazina (Amplictil)
Andressa Andrade – Medicina UNICAP – turma 08 ABS
PSIU! Clorpromazina (Amplictil) x Haloperidol (Haldol)
CLORPROMAZINA: mais sedativa; tranquiliza mais; pode causar Síndrome Parkinsoniana (REP B)
HALOPERIDOL: mais incisivo (tem ação maior nos delírios e alucinações); porém é menos sedativo! Pode
causar ainda mais a Síndrome Parkinsoniana (REP A)
PSIU! CÓRTEX PRÉ-FRONTAL = além de ser nosso freio quanto aos instintos, é o centro da “razão” e região muito
importante no processamento dos pensamentos (por isso tem relação com os delírios)
Na psicose, há uma hiperatividade dopaminérgica na VIA MESOLIMBICA, mas as outras vias estão normais ou até
com déficit de dopamina. Os antipsicóticos bloqueiam a ação de dopamina nessa via e reduzem os sintomas
positivos – DELÍRIOS/ALUCINAÇÕES (ou seja, A AÇÃO ANTIPSICÓTICA PRINCIPAL É NO SISTEMA MESOLÍMBICO). Mas
ao bloquear excessivamente a atividade de dopamina nas outras vias, surgem os POSSÍVEIS EFEITOS COLATERAIS:
NIGROESTRIATAL: parkinsonismo (tremor, rigidez, bradicinesia), acatisia, discinesia tardia
MESOCORTICAL: perpetua sintomas cognitivos e negativos (interesse social, cuidados pessoais, fala e
interação, resposta emocional)
TUBEROINFUNDIBULAR: aumento de prolactina (galactorreia, amenorreia, disfunções sexuais)
Andressa Andrade – Medicina UNICAP – turma 08 ABS
o Risperidona aumenta bastante a prolactina – principalmente as mulheres apresentam galactorreia;
podem ter atraso menstrual
o Clorpromazina pode provocar ginecomastia em homens
O SISTEMA DOPAMINÉRGICO
Há 05 tipos de receptores dopaminérgicos pós-sinápticos
D1, D2 e D3: abundantes no núcleo accumbens e estriato
D4 e D5: mais abundantes no mesencéfalo, amígdala, hipocampo e córtex
D2 Sistema MESOLÍMBICO
D1, D3, D4 e D5 Relacionados ao Sistema TUBEROINFUNDIBULAR e ao Sistema NIGROESTRIATAL === assim, ao serem bloqueados,
desencadeiam os efeitos adversos já mencionados: parkinsonismo e galactorreia/ginecomastia, respectivamente.
Biperideno (Akineton) → para cada 5mg de Haloperidol, 2mg de Biperideno === manejo dos sintomas da síndrome
parkinsoniana, ao exercer efeito anticolinérgico