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Um dia, chegaram para entrevistar uma de suas filhas. Ela explicou que
tinha sido ensinada que “as mulheres eram mais frágeis do que os homens.” A
notícia, obviamente, incluiu esse trecho a fim de difamar o pai dela como um
misógino horrível. Mas eu entendi uma dinâmica muito diferente aí. Ela expressou
esse sentimento exatamente da mesma maneira que às vezes um homem jovem
arrogantemente proclama seus “talentos de pegador”.
Agora, por que isso acontece? Para explicar a origem de sua atitude
presunçosamente superior vamos dissecar o conceito relacionado de esposa
dedicada.
Para aqueles que não o conhece, uma esposa dedicada é uma mulher
que decidiu, geralmente de forma unilateral, abdicar de toda atuação e de toda
responsabilidade em um relacionamento. Ela simplesmente responde a tudo o que
o marido faz ao suportá-lo sem comentários e desfrutando de um “deus-gasmo”
sobre ser uma boa cristã à custa dele.
Consegue imaginar?
Agora vamos dar uma olhada mais de perto em como alguém pode
explorar esse instinto de uma forma agressiva.
Todo mundo entende que, quando uma pessoa A aponta uma arma
para a cabeça de uma pessoa B, e faz exigências, essa pessoa A está colocando
uma enorme pressão sobre a pessoa B para que esta faça tudo aquilo que a
pessoa A quer.
Assim, quando você ler o resto deste artigo, lembre-se que provocar o
instinto de proteção de uma pessoa é uma força tão coercitiva quanto provocar seu
instinto de sobrevivência. Se você quiser, toda vez que eu me referir a uma mulher
provocando o instinto protetor de um homem ao assumir um comportamento
submisso, imagine, em vez disso, ela colocando uma arma em sua própria cabeça.
Ou, se isso ainda não esclarecer o suficiente a natureza coercitiva da provocação
do instinto de proteção dele, imagine, em vez disso, que ela está apontando uma
arma para a cabeça dele. Esta imagem não é exagerada, já que quando um
homem não consegue proteger uma mulher, seu corpo social está em perigo,
portanto, todos os exemplos em que ela desencadeia o instinto de proteção dele é
também um exemplo em que ela está ameaçando a existência contínua do seu
corpo social, da sua ligação positiva com a sua comunidade.
Quando uma mulher se encaixa no estilo de vida “dedicada” (em
qualquer uma de suas formas, inclusive seculares), ela está, em essência, inflando
sua condição de indefesa, a fim de parasitar tanto o instinto de proteção de seu
companheiro quanto a conexão entre a sobrevivência do corpo social dele e sua
provisão pelos indefesos. Quanto mais indefesa ela é, mais o instinto dele é
acionado, e mais implícita a ameaça que ela está dirigindo em direção ao corpo
social dele se ele não der vazão às necessidades dela.
Não apenas a mulher dedicada quer que seu marido descubra de forma
abrangente as necessidades dela tais como as de uma criança recém-nascida,
como ela incentiva um terrível nível de incerteza nele que ele fatalmente terá que
cumpri-las.
Uma vez que esta não é uma relação emocional eqüitativa — é uma
relação de senhora e escravo emocional — então a mulher tem que procurar em
outro lugar para ter as necessidades emocionais de adulto dela satisfeitas. É por
isso que todas as pessoas que recomendam o modelo esposa dedicada insistem
que a esposa dedicada tenha amigos do sexo feminino.
É como aquela mulher que deixa seu marido pegar um caminho errado
em uma auto-estrada e não diz nada, enquanto ele se humilha dirigindo por horas
a fio no caminho errado. Ela prefere vê-lo sofrer a expor sua própria atuação e
risco e assim diminuir seu próprio poder sobre ele. Para falar a verdade, ela nem
sequer o vê como uma pessoa autônoma; os erros dele para ela são simplesmente
um desastre, como uma enchente ou um tornado, que ela tolera a fim de acumular
pontos com o deus dela.
Agora nem todas as esposas dedicadas irão levar essa dinâmica tóxica
ao extremo de dominação emocional completa de seus maridos. O que estou
dizendo é que essa dinâmica não oferece proteção para o homem de uma esposa
que venha a levar.
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Typhonblue. Feminine Surrender as Emotional Dominance. Tradução de Charlton Heslich
Hauer. [s.l.]: GendErratic, 2012. Disponível em: <http://www.genderratic.com/p/1288/v-leaks-
feminine-surrender-as-emotional-dominance/>. Acesso em 23 dezembro 2013.
Nota do Tradutor:
“Apexuality” vem de “apexual”, um termo criado pela Typhonblue. É a mistura das palavras
“Apex” que quer dizer “ápice” em português, e “sexual” que quer dizer sexual, mesmo. Para
Typhonblue, a “apexuality” , em resumo, é uma identidade reforçada nos homens pela luta
entre eles pelo poder, e no sentido de poupar o outro sexo, o feminino, dessa luta. A
“apexuality” tem a ver com a hierarquia de status entre os homens. Um exemplo disso é ver
homens “alfa” ou de grande status apoiar um sistema que oprime e discrimina todos os homens
de status hierarquicamente inferior.