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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ...

JUIZADO
ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE GUARAPUAVA DO ESTADO DO
PARANÁ

MARIA, brasileira, estado civil, portadora do RG sob n° ... e inscrita no CPF sob o n°
..., residente e domiciliada na Rua ..., nº ..., bairro ..., com CEP ..., na cidade de
Guarapuava no Estado do PR, por meio de seu advogado que a este subscreve,
vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, oferecer QUEIXA-CRIME,
com fundamento legal no Art. 30 do Código de Processo Penal e no Art. 100 §2° do
Código Penal, em face de ALFREDO, brasileiro, estado civil, profissão, portador do
RG sob o n° ... e inscrito no CPF sob n° ..., residente e domiciliado na Rua ...,nº ...,
bairro ..., com CEP ..., na cidade de Guarapuava – PR e SIDNEY, brasileiro, estado
civil, profissão, portador do RG sob n° ..., e inscrito no CPF sob n° ..., residente e
domiciliado na Rua ..., nº ..., bairro ..., com CEP ..., na cidade de Guarapuava – PR,
pelos motivos a seguir expostos:

DOS FATOS:

A querelante, na manhã de 05.03.19, é surpreendida ao receber a notícia de que


estariam distribuindo panfletos em seu bairro, chamando-a de velha corrupta.

Como se sentiu ofendida, procurou saber a autoria dos folhetos, e descobriu na data
de 19.04.2019, que seu vizinho Sidney, na presença dos funcionários da loja na qual
trabalhava (Anacleto, Maurício e Edna), ciente da falsidade de suas informações, no
dia 02.03.19, alegou que a querelante era uma velha corrupta e ainda que ela não
efetua a autuação das empresas irregulares caso lhe fosse passado uma quantia de
R$5.000,00. Além disso, afirmou que a querelante se apropriava dos referidos
valores recebidos de empreendedores locais.

O ocorrido chegou ao conhecimento de Alfredo, ora querelado, antigo desafeto da


querelante, que se prevaleceu do acontecido e confeccionou os referidos panfletos
com a expressão velha corrupta e os distribuiu, com a intenção de ofender a honra
da mesma.
Em 29.07.19, ainda inconformada com a situação vexatória pela qual passou, a
querelante procurou meios legais de apurar a responsabilidade dos autores das
ofensas.

DO DIREITO:

DO CRIME DE CALUNIA

O Artigo 138, caput, do Código Penal, dispõe que:

“Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como


crime.

Excelência, o querelado Sidney cometeu o crime do artigo disposto acima quando


sabendo ser falsa a alegação criminosa contra a querelante, mesmo assim o fez, na
presença de terceiros com o intuito de ofende-la.

DO CRIME DE DIFAMAÇÃO

E ainda no artigo 139, caput, do Código Penal, está disposto:

“Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo a sua reputação.

O querelado Alfredo, desafeto da querelante querendo ofender a sua honra,


confeccionou panfletos ao tomar conhecimento do crime cometido por Sidney e os
distribuiu.

DO CRIME DE INJURIA

O Art. 140, caput, do Código Penal, dispõe:

Art. 140 – Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

O querelante Sidney além de imputar a vítima fato dado como crime, a chamou de
velha, com intenção de ofende-la.

Excelência, os artigos acima dispostos mencionam que é crime desonrar alguém


disseminando informações inverídicas, ofender a sua honra e a sua dignidade.

Portanto não resta dúvidas que os querelados, por meio das alegações que fizeram
e através dos panfletos confeccionados e distribuídos, ofenderam a honra e
dignidade da querelante, lhe acusando falsamente da pratica de crime.
DA CAUSA DE AUMENTO DE PENA

O Código Penal dispõe, ainda, em seu artigo 141, nos incisos II, III e IV:

Art. 141 – As penas cominadas neste Capitulo aumentam-se de 1/3 (um


terço), se qualquer dos crimes é cometido:
II – contra funcionário público em razões de suas funções;
III – na presença de várias, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia,
da difamação ou da injúria;
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência,
exceto no caso de injuria.

Excelência, o querelado Sidney, além de ter cometido crime contra a honra da


querelante o fez na presença dos funcionários da loja na qual trabalhava. O segundo
querelado Alfredo cometeu o crime por intermédio de panfletos, facilitando assim a
divulgação da calúnia e da difamação, razão pela qual deve incidir na causa de
aumento de pena descrita no artigo disposto acima.

Portanto, é evidente o dolo específico dos querelados, tendo em vista a exposição


na presença de outras pessoas, a confecção e distribuição dos panfletos, nas
alegações contra a querelante, com objetivo de ofender e difamar a sua honra,
comprometendo a sua imagem.

Ainda vale ressaltar que os querelados cometeram crime contra pessoa maior de 60
(sessenta) anos, tendo aqui mais uma causa de aumento da pena.

Assim sendo, os querelados cometeram crime de difamação tipificado no Art. 139 do


Código Penal, incidindo, ainda, na causa de aumento prevista no Art. 141 incisos II,
III e IV, do mesmo código.

DO PEDIDO:

Ante o exposto, requer à Vossa Excelência, após a manifestação do Ministério


Público, o recebimento, processamento e autuação da presente queixa-crime,
intimando-se e citando-se os querelados nos endereços já mencionados, para
responder aos termos da presente ação penal, sob pena de revelia e ao final sejam
condenados nos termos dos artigos 138 e 139 do Código Penal, tendo suas penas
aumentadas em 1/3, como dispõe o artigo 141, incisos II, III e IV do mesmo Código.
Requer, outrossim, a produção de todas as provas admitidas em direito bem como a
oitiva das testemunhas do rol abaixo, que comparecerão ao ato independente de
intimação.

Pleiteia, por fim, nos termos do artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal,
que seja ao final fixado valor mínimo de indenização à querelada.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local,18 de Outubro de 2019.

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Advogado

OAB/... nº ...

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Rol de Testemunhas

1. Anacleto

2. Maurício

3. Edna

Documentos

a) Procuração com poderes especiais – art. 44 do CPP.

b) Recolhimento de custas (arts. 805/806 do CPP)

c) Panfleto distribuído pelo querelado

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