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1

DEONTOLOGIA E LEGISLAÇÃO
FARMACÊUTICA

IOLANDA GONÇALVES

Escola Té cnica de Formaç ão Especializada, Metó dica e


Analítica 1
Objectivos
2

2
Importância da disciplina
4

3
Objectivos
3

www.delfsite.webs.co
m

4
Controlo do exercício farmacêutico
5

 Controlo legal
 Direito

 Auto-controlo
 Deontologia
 É tica Farmacêutica

5
6 Conceitos básicos

6
Conceitos básicos
7

7
É tica
8

8
É tica
9

É tica ≠ Moral

9
É tica
10

Moral É tica

 Do latim mores:  Do grego ethos:


costumes modo de ser
"
A moral, ciência que pressupõe o conhecimento das demais ciências, é o supremo gr
"  Reflexão teó rica sobre a
René Descartes moral
 Conjunto de preceitos e normas
que a generalidade dos
 Procura justificar e
indivíduos de uma comunidade fundamentar os
aceitam com adequados ou costumes e as normas do
válidos grupo a que pertencemos

10
É tica
11
 A é tica tem como fundamento um aspecto essencial
da natureza humana: o homem é imperfeito, mas
é perfeccionável.

 A é tica procura que os actos humanos se orientem


no sentido da procura da rectidão. Estuda, portanto
os actos que contribuem ao aperfeiç oamento.

 A rectidão entende-se como a concordância entre as


acç ões humanas com a verdade e o bem, e
significa a pauta apropriada para o
desenvolvimento da natureza humana .

11
É tica
12

 A é tica faz com que os valores e ideais provenham da


deliberaç ão pró pria do Homem.

 A é tica é um conhecimento que se preocupa com o fim a que


deve dirigir-se a conduta humana e os meios para o alcanç ar.

 A é tica é uma racionalizaç ão do comportamento humano,


isto é , um conjunto de princípios e enunciados criados
pela razão, e que orientam a conduta .

12
Deontologia
13

 Origem grega na palavra deon:


 Necessário, conveniente, devido, obrigató rio

 Refere-se ao estudo e definiç ão de deveres e normas


de conduta de um determinado grupo.

 Da deontologia resultam os sistemas de normas


impostas dentro de cada um dos grupos
profissionais.
 Nem sempre estão codificados na regulamentaç ão jurídica

13
Deontologia
14

Conjunto de comportamentos exigíveis aos



profissionais de uma determinada área.

Assim, a deontologia é uma é tica profissional



das obrigaç ões práticas, baseada na livre acç ão
da pessoa e no seu carácter moral.

A observaç ão e aplicaç ão dos princípios



deontoló gicos significa dirigir-se pelo caminho da
perfeiç ão pessoal, profissional e colectiva.

14
Direito
15

 Conjunto de normas estabelecidas para regular as


relaç ões sociais dentro de um Estado.

 Dirimir e tentar resolver pacificamente os conflitos


entre os indivíduos e os grupos sociais.

 Tem uma base territorial.


 É válido apenas para uma determinada área geográfica

15
Direito
16

Art. 6 Có digo Civil

“A ignorância ou ma interpretação da lei não justifica


a falta do seu cumprimento nem isenta as pessoas
das sanções estabelecidas”

16
Fontes e Hierarquia do Direito
17

1.º A Constituiç ão da República (de 2 de Abril de 1976 ) e as Leis


Constitucionais;
2.º As normas e os princípios de Direito
internacional geral ou comum e as Convenç ões
Internacionais (ou seja, todos os actos referidos na
al. b) do n.º 1 deste tema);
3.º As leis e os decretos-leis;
4.º Os decretos legislativos regionais;
5.º Os actos dotados de forç a equivalente à das leis;
6.º Os Regulamentos.

17
Fontes e Hierarquia do Direito
18

 As Leis Constitucionais − que abrangem a pró pria


Constituiç ão da República, as Leis Constitucionais avulsas e as
Leis de revisão constitucional;
 As «normas e os princípios de Direito internacional geral ou
comum», as «normas constantes de convenç ões
internacionais regularmente ratificadas ou aprovadas», as
«normas emanadas dos ó rgãos competentes das organizaç ões
internacionais de que Portugal seja parte (…) desde que tal se
encontre estabelecido nos respectivos tratados constitutivos», as
«disposiç ões dos tratados que regem a União Europeia e
as normas emanadas das suas instituiç ões, no exercício das
respectivas competências» − art. 8.º da Constituiç ão da República
Portuguesa;

18
Fontes e Hierarquia do Direito
19

 As leis ordinárias (leis emanadas da Assembleia da República, os decretos-


leis do Governo e os decretos legislativos regionais produzidos pelas Assembleias
Legislativas das Regiões Autó nomas dos Aç ores e da Madeira) ;
 Os actos dotados de forç a equivalente à das leis (tais como
os de aprovaç ão de convenç ões, tratados ou acordos internacionais, decisões do
Tribunal Constitucional de declaraç ão de inconstitucionalidade ou de ilegalidade com
forç a obrigató ria geral, convenç ões colectivas de trabalho e outros instrumentos de
regulamentaç ão colectiva do trabalho);
 Os Regulamentos , ou seja, os instrumentos normativos de grau inferior
ao ocupado pelas leis, que visam pormenorizá-las e complementá-las com o
intuito de viabilizar a sua aplicaç ão ou execuç ão. Compreendem os Decretos
Regulamentares, os Regulamentos, os Decretos, os Decretos Regulamentares
Regionais, as Resoluç ões, os Regimentos, as Portarias, os Despachos
Normativos, os Regulamentos Policiais dos Governadores Civis, as Posturas e
os Regulamentos autárquicos.

19
Fontes e Hierarquia do Direito
20

Art.64 CRP:
1. Todos têm direito à protecç ão da saúde e o dever de a
defender e promover.

2. O direito à protecç ão da saúde é realizado:

a) Atravé s de um serviç o nacional de saúde universal e geral e,


tendo em conta as condiç ões econó micas e sociais dos
cidadãos, tendencialmente gratuito;

b) Pela criaç ão de condiç ões econó micas, sociais, culturais e ambientais que garantam, designadamente,
a protecç ão da infância, da juventude e da velhice, e pela melhoria sistemática das condiç ões de vida e
de trabalho, bem como pela promoç ão da cultura física e desportiva, escolar e popular, e ainda pelo
desenvolvimento da educaç ão sanitária do povo e de práticas de vida saudável.

20
Fontes e Hierarquia do Direito
21
Art.64 CRP:

3. Para assegurar o direito à protecç ão da saúde, incumbe prioritariamente ao Estado:


a) Garantir o acesso de todos os cidadãos, independentemente da sua condiç ão
econó mica, aos cuidados da medicina preventiva, curativa e de reabilitaç ão;
b) Garantir uma racional e eficiente cobertura de todo o país em recursos humanos e
unidades de saúde;
c) Orientar a sua acç ão para a socializaç ão dos custos dos cuidados mé dicos e
medicamentosos;
d) Disciplinar e fiscalizar as formas empresariais e privadas da medicina ,
articulando-as com o serviç o nacional de saúde, por forma a assegurar, nas instituiç ões de
saúde públicas e privadas, adequados padrões de eficiência e de qualidade;
e) Disciplinar e controlar a produç ão, a distribuiç ão, a
comercializaç ão e o uso dos produtos químicos, bioló gicos e
farmacêuticos e outros meios de tratamento e diagnó stico;
f) Estabelecer políticas de prevenç ão e tratamento da toxicodependência.

4. O serviç o nacional de saúde tem gestão descentralizada e participada.

21
22 É tica Farmacêutica

22
É tica farmacêutica
23

 Estuda os valores e deveres associados à


profissão farmacêutica

 Fornece ferramentas para resoluç ão de


dilemas é ticos na prática farmacêutica

23
Valores associados
24

 Autonomia
 Beneficência / Não Maleficiência
 Justiç a
 Fidelidade
 Veracidade
 Privacidade
 Confidencialidade

24
Có digo de é tica da International Pharmaceutical
Federation (FIP)
25

Site: www.fip.org

• Federaç ão Global das Associaç ões Nacionais que representam 2


milhões de Farmacêuticos e licenciados em Ciências Farmacêuticas de
todo o mundo,
• Fundada em 1912, manté m relaç ão com a WHO. É constituída por
122 Organizaç ões e por 4000 membros individuais
• Có digo de É tica data de Setembro 2004, aprovado pela FIP em New
Orleans

25
Có digo de é tica da International Pharmaceutical
Federation (FIP)
26

1. to act with fairness and equity in the allocation of any


health resources made available to them.
2. to ensure that their priorities are the safety, well being and
best interests of those to whom they provide professional
services and that they act at all times with integrity in their
dealings with them.
3. to collaborate with other health professionals to ensure that
the best possible quality of healthcare is provided both to
individuals and the community at large.
4. to respect the rights of individual patients to participate in
decisions about their treatment with medicinal products and
to encourage them to do so.

26
Có digo de é tica da International Pharmaceutical
Federation (FIP)
27

5. to recognize and respect the cultural differences, beliefs


and values of patients, particularly as they may affect a
patient’s attitude to suggested treatment.
6. to respect and protect the confidentiality of information
acquired in the course of providing professional
services and ensure that information about an individual
is not disclosed to others except with the informed
consent of that individual or in specified exceptional
circumstances.
7. to act in accordance with professional standards and
scientific principles.

27
Có digo de é tica da International Pharmaceutical
Federation (FIP)
28

8. to act with honesty and integrity in their relationships with other


health professionals, including pharmacist colleagues, and not
engage in any behaviour or activity likely to bring the profession
into disrepute or undermine public confidence in the profession.
9. to ensure that they keep their knowledge and professional skills
up-to-date through continuing professional development.
10. to comply with legislation and accepted codes and standards of
practice in the provision of all professional services and
pharmaceutical products and ensure the integrity of the supply
chain for medicines by purchasing only from reputable sources.

28
Có digo de é tica da International Pharmaceutical
Federation (FIP)
29

11. to ensure that members of support staff to whom tasks are


delegated have the competencies necessary for the
efficient and effective undertaking of these tasks.
12. to ensure that all information provided to patients, other
members of the public and other health professionals is
accurate and objective, and is given in a manner designed
to ensure that it is understood.
13. to treat all those who seek their services with courtesy and
respect.
14. to ensure the continuity of provision of professional
services in the event of conflict with personal moral beliefs
or closure of a pharmacy. In the event of labour disputes, to
make every effort to ensure that people continue to have
access to pharmaceutical services.

29
Problemas É ticos na Farmácia Comunitária
30

 Informar o doente que tem uma doenç a grave


 Informar os familiares?
 E se um familiar estiver em risco?

 Incapacidade econó mica do utente

 Pílula do dia seguinte


 E se a utente for menor?

30
Problemas É ticos na Farmácia Comunitária
31

 Dispensa de medicamentos sujeitos a receita


mé dica, sem receita

 Adoptar medidas em relaç ão a doentes com


doenç as contagiosas

 …

31
32 Principais Órgãos Reguladores e Associativos

32
Órgãos Reguladores
33

 Ministé rio da Saúde


 Direcç ão Geral de Saúde (D.G.S.)
 Director-Geral: Francisco George
 INFARMED
 Prof. Dr.Vasco de Jesus Maria
 Ordem dos Farmacêuticos
 Dra. Elisabete Mota Faria

33
Principais Associaç ões Profissionais
34

 Associaç ão Nacional de Farmácias (ANF)


 Associaç ão das Farmácias de Portugal
 Sindicato dos Farmacêuticos
 Sindicato Nacional de Profissionais de
Farmácia e Paramé dicos
 Presidente: Diamantino da Silva Elias

34
35 Deontologia Farmacêutica

35
Deontologia Farmacêutica
36

 Estuda e define deveres e normas de conduta


na profissão
 Colectivamente adoptados e reconhecidos
pelo grupo profissional
 Forma de exercer auto-controlo da actividade
profissional

36
Estatutos da Ordem dos Farmacêuticos
37

 Decreto-Lei n.º 288/2001


 Aprova o novo Estatuto da Ordem dos Farmacêuticos

 Natureza (Artigo 1.º)


A Ordem dos Farmacêuticos, adiante designada por Ordem, é
a associação pública que abrange e representa os licenciados
em Farmácia ou em Ciências Farmacêuticas que exercem a
profissão farmacêutica ou praticam actos próprios desta profissão
em território nacional.

37
Estatutos da Ordem dos Farmacêuticos
38
 Atribuiç ões (Artigo 3.º, ponto 5.)
Incumbe à Ordem dos Farmacêuticos, no âmbito deontológico:
a) Defender e incentivar o respeito e a observância dos princípios
que informam a dignidade farmacêutica e o exercício da profissão,
designadamente nos domínios da ética e da deontologia profissional;

b) Velar pelo cumprimento das leis, do presente Estatuto e dos


regulamentos aplicáveis, nomeadamente no que se refere ao título e à
profissão do farmacêutico, promovendo procedimento judicial contra
quem o use ou exerça ilegalmente;

c) Exercer acção disciplinar sobre os seus associados sempre que


violem os seus deveres ou normas imperativas que dizem respeito à
prática de actos farmacêuticos.

38
Estatutos da Ordem dos Farmacêuticos
39

Órgãos (Artigo 10.º)

 Órgãos de âmbito nacional:


 A assembleia geral;
 A direcç ão nacional;
 Órgãos de âmbito
 O bastonário; regional:
 O conselho jurisdicional  A assembleia regional;
nacional;
 A direcç ão regional;
 O conselho fiscal nacional;
  O conselho jurisdicional
O conselho para a
qualificaç ão e admissão; regional;
 Os conselhos consultivos  O conselho fiscal regional;
 Os colé gios de  As delegaç ões regionais.
especialidade;
 Os grupos profissionais.

39
Estatutos da Ordem dos Farmacêuticos
40

 Poder disciplinar (Artigo 113.º)

1. A Ordem exerce o poder disciplinar sempre que haja


violação dos deveres fixados nestes Estatutos e
nos regulamentos da Ordem.
2. A violação por parte dos farmacêuticos das disposições
legais e das normas prescritas neste Estatuto determina
a instauração de processo disciplinar pelos órgãos
próprios da Ordem, sem prejuízo da responsabilidade
civil, penal ou administrativa a que estiverem sujeitos.

40
Estatutos da Ordem dos Farmacêuticos
41

Infracç ão disciplinar (Artigo 114.º)


É considerado infracção disciplinar o facto


praticado por membro inscrito que, por acção ou
omissão, viole dolosa ou negligentemente os
deveres estabelecidos neste Estatuto, nos
regulamentos internos da Ordem, bem como em
quaisquer disposições legais que digam respeito
ao exercício da profissão.

41
Estatutos da Ordem dos Farmacêuticos
42

 Prescriç ão (Artigo 116.º)


 O direito de instaurar o procedimento disciplinar prescreve
passados três anos sobre a data em que a falta houver
sido cometida.
 Prescreve igualmente se, conhecida a falta pelo órgão jurisdicional
competente, não for instaurado o competente procedimento
disciplinar no prazo de três meses.
 Se o facto qualificado de infracção disciplinar for também
considerado infracção penal e os prazos do procedimento criminal
forem superiores a três anos, aplicar-se-ão ao procedimento
disciplinar os prazos estabelecidos na lei penal.
 A abertura de inquérito, a instauração do processo disciplinar ou a
prática de actos prévios em processo de averiguações
suspendem os prazos prescricionais previstos no número
anterior.

42
Exercício Prático 1 – parte
43
A
No exercício da sua actividade, um famoso
farmacêutico cometeu um acto violador de um dever deontológico ao
qual está obrigado de acordo com o Estatuto da Ordem dos
Farmacêuticos. Desse acto, resultou um queixa à Ordem dos
Farmacêuticos a 3 Abril de 2009.

O responsável por esse processo adoeceu uma


semana depois, motivo pelo qual esteve de baixa até ao mês de
Agosto.

No dia 21 de Agosto, o responsável de processo


voltou ao trabalho e recuperou os documentos que tinha guardado
para avançar com o procedimento disciplinar.

Quid Juris?

43
Exercício Prático 1 – parte
44
B
Esse mesmo acto praticado pelo famoso
farmacêutico e reportado à Ordem dos Farmacêuticos, era
considerado, de acordo com a lei penal vigente, um crime, cujo
prazo de prescrição era 10 anos.

Quid Juris?

44
Estatutos da Ordem dos Farmacêuticos
45

 Factos passíveis de serem


considerados infracç ão penal
(Art. 117.º)
Quando as infracções disciplinares sejam,
simultaneamente, consideradas crimes o procedimento
disciplinar não se suspende, haja ou não procedimento
criminal contra o infractor.

45
Estatutos da Ordem dos Farmacêuticos
46

 Factos passíveis de serem


considerados infracç ão penal (Art.
117.º)
Quando as infracções disciplinares sejam,
simultaneamente, consideradas crimes o procedimento
disciplinar não se suspende, haja ou não procedimento
criminal contra o infractor.

Apenas pode ser considerado crime aqueles factos que


estejam descritos como crime na Lei Penal, sempre que
esta for estipulada em lei anterior ao momento da sua
prática (Art.1 do Código Penal)

46
Có digo Penal Português
47

 Factos passíveis de serem


considerados infracç ão penal:
Amaiores de 16 e menores de 21 aplicam-se normas fixadas
em legislaç ão especial (Art.9)
Homicídio privilegiado (Art.133)
“Quem matar outra pessoa dominado por compreensão violenta,
compaixão, desespero ou motivo de relevante valor social ou moral, que
diminuam sensivelmente a sua culpa”
Homicídio a pedido da Vítima (Art. 134)
Incitamento ou ajuda ao suicídio (Art.135)
Homicídio por negligência (Art.137)

47
Có digo Penal Português
48

 Factos passíveis de serem


considerados infracç ão penal:
Crimes contra a vida intra-uterina (art. 140)
Ofensa à Integridade física (ofensa ao corpo ou à Saúde
de outra pessoa) – Art.143 e 144
Ofensa à Integridade física por negligência (art.148)
Intervenç ões e tratamentos mé dico-cirúrgicos (art.150)
Omissão de auxílio (Art.200)

48
Exercício Prático 2
49

Um famoso Farmacêutico da zona de Évora, tinha um amigo


que padecia
de uma doença em estado terminal. Como já estava num
estado de
sofrimento, a pedido desse amigo, o famoso Farmacêutico
concedeu-lhe
um medicamento da sua farmácia que iria provocar-lhe a
morte.

Contra as expectativas do Farmacêutico, esse medicamento


não provocou
a morte do amigo, mas sim prejudicou o estado em que o seu
amigo se
encontrava.

Quid juris?
49
Estatutos da Ordem dos Farmacêuticos
50

 Penas disciplinares (Artigo


118.º)
a) Advertência;
b) Repreensão registada;
c) Multa variável entre os limites mínimo e máximo
previstos para ilícitos de mera ordenação social,
estabelecidos no regime geral das contra-
ordenações e coimas;
d) Suspensão até 15 anos.

50
Estatutos da Ordem dos Farmacêuticos
51

Penas
 Pena de advertência e de repreensão escrita (Artigo 119.º)
 As penas de advertência e de repreensão registada serão aplicadas quando
a falta disciplinar seja leve.

 Pena de multa ou de suspensão (Artigo 120.º)


 Nos casos de negligência grave, de dolo ou de lesão grave que
atente contra a dignidade e o exercício da profissão farmacêutica, a pena
será de multa ou de suspensão, consoante as circunstâncias apuradas e a
gravidade da infracção.

 Suspensão preventiva (Artigo 121.º)


 Sempre que seja movido processo disciplinar ao membro pelo conselho
jurisdicional competente, este pode suspendê-lo preventivamente de
harmonia com o regulamento disciplinar.

51
52 Có digo Deontoló gico
Aprovado em Assembleia Geral de
28/03/1998

52
Có digo Deontoló gico
53

53
Capítulo I – Âmbito de aplicaç ão
54

 Artigo 1º
O exercício da actividade farmacêutica tem como objectivo essencial a
pessoa do doente.

 Artigo 2º
1. Para os efeitos de aplicação deste Código, e de acordo com o
Estatuto, consideram-se farmacêuticos todos os sócios inscritos na
Ordem.
2. Os farmacêuticos acham-se vinculados ao escrupuloso cumprimento
dos deveres resultantes da sua inscrição na Ordem dos
Farmacêuticos, qualquer que seja o âmbito ou a modalidade do
exercício profissional em que estejam implicados.

54
Capítulo I – Âmbito de aplicaç ão
55

 Artigo 3º
1. A Ordem exercerá o poder disciplinar sempre que haja violação
dos deveres fixados neste código, no Estatuto e regulamentos da
Ordem e na demais legislação aplicável.
2. A violação por parte dos farmacêuticos das disposições legais e
das normas prescritas neste Código, determina a instauração de
processo disciplinar pelos órgãos próprios da Ordem, sem
prejuízo da responsabilidade civil, penal ou administrativa a que
estiverem sujeitos.

1. Artigo 4º
O farmacêutico deve em todas as circunstâncias, mesmo fora do
exercício da sua actividade profissional, proceder de modo a
prestigiar o bom nome e a dignidade da profissão farmacêutica.

55
56

Capítulo II Deveres gerais dos


farmacêuticos

56
Capítulo II – Deveres gerais dos farmacêuticos
57

1. Colocar o bem dos indivíduos à frente


dos seus interesses pessoais ou comerciais e
promover o direito das pessoas a terem acesso a um
tratamento com qualidade, eficácia e segurança (Art. 6
n.º1),

2. Responsabilidade no exercício da
profissão, o dever ético de a exercer com a maior
diligência, zelo e competência e contribuir para a
realização dos objectivos de uma correcta política de
saúde (Art. 6 n.º2),

3. Responsabilidade pelos actos praticados


por outros profissionais sob a sua direcção (art. 7º),

57
Exercício Prático 3
58

Um famoso Farmacêutico da zona de Tomar, ao reparar que


tinha em stock um grande volume de medicamentos cujo período de
validade estava quase a expirar, estipulou aos seus subordinados o
objectivo de vender a totalidade daqueles fármacos em determinado
prazo

Quid juris?

58
Exercício Prático 4
59

Um famoso Farmacêutico da zona de Tomar, deu-se conta


que um dos elementos que estava a seu cargo na farmácia, estava a
proceder à venda de medicamentos sujeitos a receita médica, sem
receita médica. Advertiu-o mas o mesmo continuou a fazer a venda
desses produtos, pois como o seu subordinado não era
Farmacêutico, não tinha obrigação de conhecer essa informação.

Quid juris?

59
Capítulo II – Deveres gerais dos farmacêuticos
60

4. Manter actualizadas as suas


capacidades técnicas e científicas (para melhorar e
aperfeiçoar constantemente a sua actividade e desempenhar
conscientemente as suas obrigações profissionais perante a
sociedade), (Art. 8),

5. Colaborar activamente com os serviços públicos e


privados nas iniciativas tendentes à protecção e preservação da saúde
pública. Sempre que as circunstâncias o exijam, o farmacêutico
deve actuar particularmente como agente sanitário para a
divulgação de conhecimentos de higiene e salubridade
(Art.9),

6. (aplicado a farmacêutico de indústria) Cumprir as normas


de boa fabricação para assegurar a qualidade dos produtos fabricados
(Art. 10)

60
Exercício Prático 5
61

Com o surto da epidemia da Gripe A, a Ordem dos


farmacêuticos emitiu um comunicado com informação sobre esta
doença a todas as farmácias. Um famoso Farmacêutico, proprietário
de uma farmácia na zona de Évora, recebeu um mail SPAM sobre a
Gripe A, no qual se contradizia a seriedade desta doença. O
Farmacêutico acreditou nas declarações desse mail.
Com efeito, ante a consulta dos utentes, o Farmacêutico
negava-se a prestar informações, ou apenas informava que essa
doença tinha sido criada pelos media.

Quid juris?

61
Capítulo II – Deveres gerais dos farmacêuticos
62

7. (aplicado a farmacêutico de distribuição grossista) Cumprir e fazer


cumprir as normas respeitantes ao armazenamento, conservação
e distribuição de produtos farmacêuticos e zelar pela sua
segurança e condições de higiene e manutenção em
conformidade com as boas práticas de distribuição (Art. 11),

8. Colaborar com todos os profissionais de saúde


promovendo junto deles e do doente a utilização segura, eficaz e
racional dos medicamentos (art. 12 al. a);

9. Assegurar-se que, na dispensa do medicamento, o doente


recebe informação correcta sobre a sua utilização (art. 12 al. b);

62
Capítulo II – Deveres gerais dos farmacêuticos
63

10. Dispensar ao doente o medicamento em


cumprimento da prescrição médica ou exercer a escolha que os
seus conhecimentos permitem e que melhor satisfaça as relações
benefício/risco e benefício/custo (art. 12 al.c),

11. Assegurar, em todas as situações, a máxima


qualidade dos serviços que presta, de harmonia com as boas
práticas de farmácia (art 12 al. d),

12. (aplicável a farmacêuticos analistas) O farmacêutico


analista deve assumir a responsabilidade dos actos e dos
resultados, das análises que executa e devem merecer-lhe especial
cuidado aqueles que tenham repercussões na saúde e vida humana
(Art.13).

63
Capítulo II – Deveres gerais dos farmacêuticos
64

O
13. (aplicável a farmacêuticos a exercer funções na função pública)
farmacêutico que esteja ao serviço da Administração
Pública deverá cumprir as normas deontológicas deste
Código, sem deixar de observar as obrigações próprias do
cargo que desempenha e das correspondentes
disposições específicas (art. 14)

64
Capítulo II – Deveres gerais dos farmacêuticos
65
14. No exercício da sua profissão o farmacêutico deve pautar-se pelo
estrito respeito das normas deontológicas, sendo-lhe vedado
designadamente:

a) Estabelecer conluios com terceiros;


b)Consentir a disponibilização de medicamentos sem a intervenção
directa do farmacêutico ou dos seus colaboradores;
c) Praticar actos susceptíveis de causar prejuízos a terceiros;
d) Colaborar com entidades que não assegurem a necessária
independência no exercício da sua actividade enquanto profissional liberal;
e)Dispensar produtos que não estejam científica e tecnicamente
comprovados ou não registados nos serviços oficiais;
f) Praticar actos contrários à ética profissional que possam influenciar a livre
escolha do utente. (Art.15)

65
Capítulo II – Deveres gerais dos farmacêuticos
66

15. Ao farmacêutico é vedado colaborar com entidades


singulares ou colectivas, públicas ou privadas, sempre que dessa
colaboração possa resultar violação das leis e regulamentos que regem o
exercício e os legítimos interesses da profissão farmacêutica (art.16)

16. O farmacêutico só pode exercer outra actividade em regime de


acumulação nos casos e situações expressamente previstos na lei
(Art.17)

17. Sempre que haja perigo iminente para a saúde ou vida de


quaisquer indivíduos e face à impossibilidade de prestação de
socorros imediatos, o farmacêutico deve prestar assistência no
âmbito dos seus conhecimentos (Art.18)

18. O farmacêutico deve estar devidamente informado acerca


das situações em que os direitos fundamentais do Homem e da
Ciência possam entrar em conflito (Art.19 n.º1)

66
Exercício Prático 6
67

Para alargar as economias domésticas, e como tinha


conhecimento profundo de um medicamento, um Farmacêutico
decidiu exercer actividade de delegado de acção médica.

Quid Juris?

67
Capítulo II – Deveres gerais dos farmacêuticos
68
19. O farmacêutico deve manter-se constantemente informado
sobre os pareceres e resoluções do Conselho Nacional de Ética para as
Ciências da Vida em relação às implicações de natureza ética e social
resultantes das aplicações das novas tecnologias à vida humana (Art.19)

20. O farmacêutico pode exercer o seu direito à objecção de


consciência desde que com isso não ponha em perigo a saúde ou a
vida do doente (Art.20)

21. O farmacêutico deve pugnar para que à qualidade dos


serviços prestados corresponda uma remuneração adequada (Art. 21
n.1)
22. É contrário à ética farmacêutica especular sobre a saúde
(Art.31 n.º2)
23. É proibido partilhar com terceiros a remuneração por serviços
prestados (art. 21 n.º3)

68
Capítulo II – Deveres gerais dos farmacêuticos
69

24. Como agente de saúde e nos termos da sua


responsabilidade para com a sociedade, que decorre do seu exercício
profissional, o farmacêutico deve actuar em todas as acções que visem
salvaguardar um ambiente de vida humano, sadio e
ecologicamente equilibrado (art. 22)

25. O farmacêutico deve manter a Ordem informada sobre todas


as alterações da sua residência e actividade profissional, sem
prejuízo de igual procedimento para com as entidades oficiais, em
conformidade com a lei (Art. 23)

26. O farmacêutico deve recusar quaisquer interferências no


exercício da sua actividade sempre que sejam postos em causa
aspectos éticos ou técnico-científicos do exercício profissional, sejam quais
forem as suas funções e dependência hierárquica ou o local em que exerce
essa actividade (Art.24)

69
Recapitulando …

70

1 – Qual o objectivo principal do farmacêutico ?


Có digo Deontoló gico
2 – Quem é farmacêutico?
3 – Quais as consequências da violação dos deveres fixados neste
Código?
4 – O Código Deontológico apenas se aplica aos Farmacêuticos de
farmácias comunitárias ?
5 – Pode o Farmacêutico exercer outra actividade ?

70
71

Capítulo III – Sigilo profissional

71
Capítulo III – Sigilo profissional
72

 Artigo30° -32º

Os farmacêutico são obrigados ao sigilo profissional relativo a


todos os factos de que tenham conhecimento no exercício
da sua profissão com excepção das situações previstas na lei.

O dever de sigilo profissional subsiste após a cessação da


actividade profissional e ainda quando o farmacêutico
altere o seu domicílio profissional.

72
Capítulo III – Sigilo profissional
73

A obrigação do sigilo profissional não impede que o farmacêutico


tome as precauções necessárias ou participe nas medidas
indispensáveis para salvaguarda da vida e saúde das pessoas que
coabitem ou privem com o doente.

• Para garantia do sigilo profissional os farmacêuticos, devem


comportar-se na farmácia, no hospital ou no laboratório de análises
clínicas por forma a evitar que terceiros se apercebam das
informações respeitantes à situação clínica do doente .
• O sigilo profissional obriga os farmacêuticos a absterem-se de
mencionar ou comentar factos que possam violar a privacidade do
doente, designadamente os que se relacionam com o respectivo
estado de saúde.

73
Capítulo III – Sigilo profissional
74

Quando notificado como testemunha em processo que envolva


um seu doente ou terceiros, o farmacêutico pode recusar-se a
prestar declarações que constituam matéria de sigilo
profissional, salvo se devidamente autorizado a fazê-lo pelo
bastonário.

No exercício da sua actividade, o farmacêutico, ao colaborar na


constituição de bancos electrónicos de dados, não pode permitir
que eles sirvam para devassar a vida privada do doente.

74
Capítulo IV – Publicidade e Informaç ão
75

Toda a publicidade de produtos medicamentosos deve ser


verdadeira e completa cabendo ao farmacêutico responsável pela
preparação, distribuição e dispensa de medicamentos zelar para que
as informações fornecidas sejam baseadas em dados
científicos comprovados, não omitindo os efeitos
indesejáveis.

1.É proibida a publicidade, por qualquer meio, da actividade


profissional.

• As indicações inerentes ao exercício profissional, nomeadamente


letreiros, impressos e outros documentos, devem ser redigidos de
forma a não afectar a dignidade profissional.

75
Capítulo V – Relaç ão com os utentes
76

Nas relações com os utentes o farmacêutico deve


observar a mais rigorosa correcção, cumprindo
escrupulosamente o seu dever profissional e tendo
sempre presente que se encontra ao serviço da saúde
pública e dos doentes.

76
Capítulo VI – Relaç ão com os Colegas e outros
Profissionais de Saúde
77

O farmacêutico deve tratar com urbanidade todos os que


consigo trabalhem a qualquer nível.

O farmacêutico deve colaborar na preparação científica e


técnica dos seus colegas, facultando-lhes todas as
informações necessárias à sua actividade e ao seu
aperfeiçoamento.

77
Capítulo VI – Relaç ão com os Colegas e outros
Profissionais de Saúde
78

Os farmacêuticos devem manter entre si um correcto


relacionamento profissional, evitando atitudes contrárias
ao espírito de solidariedade, lealdade e auxílio mútuo e
aos valores éticos da sua profissão.

No exercício da sua actividade, o farmacêutico deve, sem


prejuízo da sua independência, manter as mais correctas
relações com outros profissionais de saúde.

78
Capítulo VII – O Ensino
79

1.O farmacêutico deve colaborar, no âmbito das suas


competências e na medida das suas possibilidades, com as
instituições de ensino farmacêutico e outras na realização de
estágios de pré-graduação, pós-graduação e especialização,
comprometendo-se a ministrar ao estagiário uma adequada
instrução prática e integrada nas actividades da farmácia ou do
laboratório, consolidando, através do exemplo, a ética e a
deontologia próprias da profissão farmacêutica.

1.O farmacêutico deve ainda colaborar com as instituições de


ensino farmacêutico nas acções de formação continua, pós-
graduação e valorização socio-profissional.

79
80 Legislaç ão

80
Legislaç ão aplicada
81

 DL n.º 288/2001 ─ Estatuto Ordem dos Farmacêuticos


 DL n.º 307/2007 ─ Regime jurídico das farmácias de oficina
 DL n.º 176/2006 ─ Estatuto do medicamento
 Port. n.º 1430/2007 ─ Procedimento de licenciamento e atribuiç ão de
alvará
 Delib. n.º 2473/2007 ─ Áreas das farmácias e postos mó veis
 Port. n.º 1427/2007 ─ Condiç ões e requisitos da dispensa de
medicamentos ao domicílio e atravé s da Internet
 Port. n.º 1429/2007 ─ Serviç os farmacêuticos a serem prestados pelas
farmácias
 DL n.º 53/2007 ─ Horário de funcionamento das farmácias de oficina

81
Legislaç ão aplicada
82

 DL n.º 184/97 ─ Regime jurídico dos medicamentos de uso veterinário


farmacoló gicos
 DL n.º 95/2004 ─ Regula a prescriç ão e a preparaç ão de medicamentos
manipulados
 DL n.º 296/98 ─ Regras que disciplinam o mercado de produtos
cosmé ticos e de higiene corporal
 DL n.º 273/95 ─ Dispositivos mé dicos e respectivos acessó rios
 Desp. n.º 2245/2003 ─ Grupo de consenso sobre automedicaç ão
 DL n.º 134/2005 ─ Estabelece o regime de venda de MNSRM fora das
farmácia
 Portaria n.º827/2005 ─ Estabelece as condiç ões de venda de MNSRM

82
Acto farmacêutico
83

Decreto-Lei n.º 288/2001

“O acto farmacêutico é da exclusiva


competência e responsabilidade dos
farmacêuticos.”

83
Acto farmacêutico
84

 Decreto-Lei n.º 288/2001

1. Desenvolvimento e preparaç ão da forma


farmacêutica de manipulados

2. Registo, fabrico e controlo de medicamentos de uso


humano e veterinário e dos dispositivos mé dicos;

84
Acto farmacêutico
85

 Decreto-Lei n.º 288/2001

3 . Controlo de qualidade:
 Medicamentos
 Dispositivos mé dicos

85
Acto farmacêutico
86

 Decreto-Lei n.º 288/2001

4 . Armazenamento, conservaç ão e distribuiç ão por


grosso de:
 Medicamentos de uso humano
 Medicamentos de uso veterinário
 Dispositivos mé dicos

86
Acto farmacêutico
87

 Decreto-Lei n.º 288/2001

5 . Preparaç ão, controlo, selecç ão, aquisiç ão,


armazenamento e dispensa:

 Medicamentos de uso humano


 Medicamentos de uso veterinário
 Dispositivos mé dicos

 Excepç ão: espaç os de venda de MNSRM

87
Acto farmacêutico
88

 Decreto-Lei n.º 288/2001

6 . Preparaç ão de soluç ões:


 Anti-sé pticas (aqueles produtos que se destinam a ser utilizados no
sentido de reduzir ou inibir a proliferaç ão de microrganismos presentes
na superfície da pele e mucosas. São substâncias usadas para
desinfectar ferimentos, evitando ou reduzindo o risco de infecç ão por
acç ão de bacté rias ou germes)
 Desinfectantes
 Misturas intravenosas

88
Acto farmacêutico
89

Decreto-Lei n.º 288/2001


7 . “Interpretação e avaliação de prescrições


médicas.”

89
Acto farmacêutico
90

 Decreto-Lei n.º 288/2001

8 . Informaç ão e consulta junto de doentes e


profissionais de saúde acerca:
 Medicamentos de uso humano
 Medicamentos de uso veterinário
 Dispositivos mé dicos

 Sujeitos ou não a receita mé dica

90
Acto farmacêutico
91

 Decreto-Lei n.º 288/2001

9 . Monitorizaç ão de fármacos

10 . Determinaç ão de parâmetros farmacociné ticos

11 . Esquemas de posologia (=indicaç ão de como se deve tomar


o medicamento)

12 . Actos de natureza análoga

91
Acto farmacêutico
92

 Decreto-Lei n.º 288/2001

13 . Análises
 Colheitade produtos bioló gicos
 Execuç ão e interpretaç ão
 Determinaç ão de níveis sé ricos

14 . Análises de carácter
 Toxicoló gico
 Hidroló gico
 Bromatoló gico

92
93

Parte I – Locais de dispensa de medicamentos


Parte II – Dispensa ao Público
Parte III – Funcionamento da Farmácia
Parte IV – Lei da Propriedade da Farmácia
Parte V – Instalaç ão da Farmácia
Parte VI – Posto Farmacêutico:
. Permanente
. Mó veis
. Director Té cnico
. Farmacêutico adjunto e restante pessoal na
farmácia

93
Dispensa ao público
94

Decreto-Lei n.º 307/2007


. Locais de dispensa

Farmácias Locais de venda de MNSRM


 Instalaç ões  Instalaç ões
 Domicílio  Domicílio
 Internet  Internet

. Dispensa nas condiç ões legalmente previstas (art.º 6.º


n. 1)

94
Funcionamento das farmácias sob o ponto de vista
jurídico
95

 Decreto-Lei n.º 307/2007

 Interesse público
“As farmácias prosseguem uma actividade de saúde e
de interesse público e asseguram a continuidade dos
serviços que prestam aos utentes.” (Art.º 2.º)

95
Funcionamento das farmácias sob o ponto de vista
jurídico
96

 Decreto-Lei n.º 307/2007

.1 Dissociaç ão da propriedade em relaç ão à


titularidade
.2 Sob a responsabilidade té cnica de um farmacêutico
.3 Pessoal devidamente identificado
 Nome
 Titulo profissional

96
Funcionamento das farmácias sob o ponto de vista
jurídico
97

 Decreto-Lei n.º 307/2007

.3 Acessibilidades de cidadãos portadores de deficiência


.4 Livre escolha do utente
 Proibido aos profissionais de saúde e instituiç ões canalizar
ou angariar clientes
.5 Dever de farmacovigilância
.6 Uso racional do medicamento
 Preç o de medicamento similares ao medicamento solicitado

97
Funcionamento das farmácias sob o ponto de vista
jurídico
98

 Decreto-Lei n.º 307/2007

. 7 Designaç ão sujeita a aprovaç ão do Infarmed


. 8 Dever de sigilo
. 9 Livro de reclamaç ões
 Reclamaç ão via internet
. 10 Fiscalizaç ão
 Ordem dos Farmacêuticos
 Infarmed

98
Funcionamento das farmácias sob o ponto de vista
jurídico
99

 Decreto-Lei n.º 307/2007

. 11 Produtos nas farmácias


 Medicamentos
 Humano
 Veterinário
 Homeopáticos
 Produtos naturais
 Dispositivos mé dicos

99
Funcionamento das farmácias sob o ponto de vista
jurídico
100

 Decreto-Lei n.º 307/2007

. 12 Produtos nas farmácias (cont.)


 Suplementos alimentares
 Alimentaç ão especial
 Produtos fitofarmacêuticos
 Cosmé ticos e higiene corporal
 Puericultura
 Produtos de conforto

100
Funcionamento das farmácias sob o ponto de vista
jurídico
101

 Decreto-Lei n.º 307/2007


 Informaç ão visível
 Nome do director té cnico
 Horário
 Farmácias de turno
 Descontos
 Existência de livro de reclamaç ões
 “Farmácia” e cruz verde
 Preferencialmente iluminada em noite de serviç o

101
Lei da propriedade de farmácia
102

 Decreto-Lei n.º 307/2007

 Limitada a 4 farmácias
 Farmácias nos Hospitais não contempladas
 Pessoas singulares
 Sociedades comerciais (quando seja sociedade por acç ões
estas têm de ser nominativas)
 Instituiç ões Sociais de solidariedade social
 Regime fiscal aplicado às pessoas colectivas
 5 anos

102
Lei da propriedade de farmácia
103

 Decreto-Lei n.º 307/2007

 Incompatibilidades

Prescritores de medicamentos

Empresas de distribuiç ão grossista

Empresas de Indústria farmacêutica

103
Lei da propriedade de farmácia
104

 Decreto-Lei n.º 307/2007

 Associaç ões representativas de:


 Farmácias
 Distribuidores grossistas
 Indústria farmacêutica
 Respectivos trabalhadores

 Empresas prestadoras de cuidados de saúde

 Subsistemas comparticipadores

104
Lei da propriedade de farmácia
105

 Decreto-Lei n.º 307/2007

 Alvarás atribuídos por concurso público

Não podem ser alienadas num espaç o de 5 anos


 Excepç ões, designadamente: (art.º 18.º n.º 3)
 Morte

 Incapacidade

 Divó rcio / separaç ão judicial

 Insolvência

 Justificaç ão perante o Infarmed

105
Instalaç ão de farmácias
106

 Portaria nº. 1430/2007

 Concurso público
 Infarmed
 Administraç ões regionais de saúde
 Autarquias locais
 Transformaç ão de postos de medicamento
 Transferência

106
Instalaç ão de farmácias
107

 Portaria nº. 1430/2007

 Requisitos
 Capitaç ão mínima de 3500 Hab./farmácia
 Ou a > 2 km da farmácia mais pró xima
 Distância mínima de 350 m entre farmácias
 Distância mínima de 100 m a uma extensão de saúde

107
Instalaç ão de farmácias
108

 Deliberaç ão n.º 2473/2007 – Anexo I

 Instalaç ões:
 Área útil total mínima: 95 m2
 Sala de atendimento ao público: 50 m2
 Armazé m: 25 m2
 Laborató rio: 8 m2
 Instalaç ões sanitárias: 5 m2
 Gabinete de atendimento personalizado: 7 m2

108
Instalaç ão de farmácias
109

 Deliberaç ão n.º 2473/2007 – Anexo I

 Áreas facultativas
 Gabinete da direcç ão té cnica
 Zona de recolhimento / quarto
 Área té cnica de informática / economato

109
Postos farmacêuticos permanentes
110

 Decreto-Lei n.º 307/2007

 Extinç ão no espaç o de 1 ano


Passagem a farmácia
Encerramento

 Nas transformaç ão em farmácias, pode dispor


apenas de 1 farmacêutico (DT), 2anos

110
Postos farmacêuticos mó veis
111

 Deliberaç ão n.º 2473/2007 – Anexo II


 Artigo 2.º

“(…)estabelecimento destinado à dispensa ao público


de medicamentos, a cargo de um farmacêutico e
dependente de uma farmácia em cujo o alvará se
encontra averbado.”

111
Postos farmacêuticos mó veis
112

 Deliberaç ão n.º 2473/2007 – Anexo II

 Regras gerais
 Dependente de farmácia no mesmo município ou
município limítrofes
 Inexistência de farmácia ou posto mó vel a 2 Km
 Cada farmácia não pode ter mais de 2 postos

112
Postos farmacêuticos mó veis
113

 Deliberaç ão n.º 2473/2007 – Anexo II


 Funcionamento
 Ao cargo de um farmacêutico
 Director Té cnico continua responsável
 Em permanência se estiver aberto 10h (ou mais) por semana
 Tabuleta com o horário, farmacêutico responsável e
farmácia de que depende.
 Só pode dispensar medicamentos e produtos de saúde.

113
Direcç ão té cnica
114

 Decreto-Lei n.º 307/2007

 Direcç ão té cnica assegurada em permanência e


exclusividade por um farmacêutico

 Registo pelo proprietário


 Infarmed

 Presenç a do director té cnico ou seu substituto

114
Direcç ão té cnica
115

 Decreto-Lei n.º 307/2007

 Independência té cnica e deontoló gica

 Colaboraç ão

 Farmacovigilância

115
Direcç ão té cnica
116

 Decreto-Lei n.º 307/2007

 Deveres do director té cnico (art.21)


 Responsabilidade sobre os actos farmacêuticos
 Prestaç ão de esclarecimentos sobre medicamentos
 Promoç ão racional do medicamento
 Dispensa de MSRM sem receita, devidamente
justificados
 Garantir bom estado de conservaç ão dos produtos
dispensados

116
Direcç ão té cnica
117

 Decreto-Lei n.º 307/2007

 Deveres do director té cnico (art.21) (cont.)


 Espaç o em boas condiç ões de higiene e seguranç a
 Aprovisionamento suficiente de medicamentos
 Asseio e higiene do pessoal da farmácia
 Assegurar o cumprimento da legislaç ão farmacêutica
 Verificar o cumprimento das regras deontoló gicas

117
Farmacêutico adjunto e restante pessoal na
farmácia
118

 Decreto-Lei n.º 307/2007

 Existência e pelo menos 2 farmacêuticos


 Registo dos substitutos no Infarmed
 Excepç ão: transformaç ão de postos em farmácias → 2
anos
 Fé rias e outros impedimentos
 Horários

118
Farmacêutico adjunto e restante pessoal na
farmácia
119

 Decreto-Lei n.º 307/2007

 Artigo 24.º - Quadro não farmacêutico

“Os farmacêuticos podem ser coadjuvados


por técnicos de farmácia ou por outro pessoal
devidamente habilitado.”

119
Dispensa em farmácia comunitária
120

 Decreto-Lei n.º 307/2007

 Informaç ão em relaç ão ao modo de utilizaç ão


 Farmacovigilância
 Promover o uso racional do medicamento
 Os MSRM, sem receita, só podem ser dispensados
em casos de “força maior, devidamente
justificados”.

120
Dispensa de medicamentos ao domicílio
121

 Portaria n.º 1427/2007

 Pedido de dispensa
 No local
 Site da farmácia / local de venda MNSRM
 Email
 Telefone
 Fax

 Possibilidade de cobranç a de taxa suplementar

121
Dispensa de medicamentos ao domicílio
122

 Portaria n.º 1427/2007

 Condiç ões de entrega


 MSRM sujeitos às mesmas exigências
 No município onde estáinstalado
 Assegurado pelo local em que foi pedido

122
Dispensa de medicamentos ao domicílio
123

 Portaria n.º 1427/2007

 Site
 Preç o dos serviç os prestados
 Formas de pagamento
 Área geográfica de actuaç ão
 Tempo estimado de entrega
 Nome do responsável té cnico

123
Novos serviç os prestados pelas farmácias
124

 Portaria n.º 1429/2007

 Serviç os de promoç ão da saúde e do bem-estar dos


utentes
a) Apoio domiciliário;
b) Administraç ão de primeiros socorros;
c) Administraç ão de medicamentos;
d) Utilizaç ão de meios auxiliares de diagnó stico e
terapêutica;

124
Novos serviç os prestados pelas farmácias
125

 Portaria n.º 1429/2007

e)Administraç ão de vacinas não incluídas no Plano


Nacional de Vacinaç ão;
f) Programas de cuidados farmacêuticos;
g)Campanhas de informaç ão;
h)Colaboraç ão em programas de educaç ão para a saúde.

125
Novos serviç os prestados pelas farmácias
126

 Portaria n.º 1429/2007

 Requisitos para a prestaç ão de serviç os


 Pessoal legalmente habilitado
 Dispor de instalaç ões adequadas e autonomizadas.
 Divulgar os serviç os farmacêuticos prestados
 Divulgar os preç os cobrados

126
Horário de funcionamento
127

 Decreto-Lei n.º 53/2007

 Funcionamento semanal
 Entre as 6h e 24h (regime geral do comé rcio)
 Pelo menos 55 horas semanais
 Afixado em local visível

127
Horário de funcionamento
128

 Decreto-Lei n.º 53/2007


 Serviç o permanente
 Desde a hora de abertura até ao encerramento do dia seguinte

 Reforç o
 Funcionamento até às 22h, com encerramento para o almoç o,
quando previsto

 Disponibilidade
 Farmacêutico ou subst. Legalmente habilitado disponível

128
Horário de funcionamento
129

 Decreto-Lei n.º 53/2007

 Regime de dispensa nos turnos


 Possibilidade de recusa de medicamentos não prescritos
em receita mé dica
 Receita do pró prio dia ou anterior → sem taxa
 Restantes casos → com taxa (actualmente 1,50 €)

129
Medicamento de uso humano
130

Decreto-Lei n.º 176/2006

“Toda a substância ou associação de substâncias apresentada como


possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em
seres humanos ou dos seus sintomas ou que possa ser utilizada ou
administrada no ser humano com vista a estabelecer um diagnóstico
médico ou, exercendo uma acção farmacológica, imunológica ou
metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas”

130
Medicamento de referência
131

Decreto-Lei n.º 176/2006

“medicamento que foi autorizado com base em


documentação completa, incluindo resultados de ensaios
farmacêuticos, pré-clínicos e clínicos”

131
Medicamento essencialmente similar
132

Decreto-Lei n.º 176/2006

“medicamento com a mesma composição qualitativa e quantitativa em


substâncias activas, sob a mesma forma farmacêutica e para o qual,
sempre que necessário, foi demonstrada bioequivalência com o
medicamento de referência, com base em estudos de
biodisponibilidade apropriados”

132
Medicamento Gené rico
133

Decreto-Lei n.º 176/2006

“medicamento com a mesma composição qualitativa e


quantitativa em substâncias activas, a mesma forma
farmacêutica e cuja bioequivalência com o medicamento
de referência haja sido demonstrada por estudos de
biodisponibilidade apropriados”

133
Medicamento Sujeito a Receita Mé dica
134

 Decreto-Lei n.º 176/2006 – Artigo 114.º


a) Possam constituir um risco para a saúde do doente, directa ou
indirectamente, mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso
sejam utilizados sem vigilância médica
b) Possam constituir um risco, directo ou indirecto, para a saúde, quando
sejam utilizados com frequência em quantidades consideráveis para fins
diferentes daquele a que se destinam
c) Contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja
actividade ou reacções adversas seja indispensável aprofundar
d) Destinem-se a ser administrados por via parentérica

134
Medicamento Não Sujeito a Receita Mé dica
135

 Decreto-Lei n.º 176/2006 – Artigo 115.º

1.Os medicamentos que não preencham qualquer das condições


previstas no artigo anterior não estão sujeitos a receita médica

2.Os medicamentos não sujeitos a receita médica não são


comparticipáveis, salvo nos casos previstos na legislação que define
o regime de comparticipação do Estado no preço dos medicamentos

135
Medicamento à base de plantas
136

Decreto-Lei n.º 176/2006

“Qualquer medicamento que tenha exclusivamente como


substâncias activas uma ou mais substâncias derivadas de
plantas, uma ou mais preparações à base de plantas ou uma
ou mais substâncias derivadas de plantas em associação com
uma ou mais preparações à base de plantas”

136
Medicamento homeopático
137

Decreto-Lei n.º 176/2006

“Medicamento obtido a partir de substâncias denominadas


stocks ou matérias-primas homeopáticas, de acordo com um
processo de fabrico descrito na farmacopeia europeia ou, na
sua falta, em farmacopeia utilizada de modo oficial num Estado
membro, e que pode conter vários princípios”

137
Medicamento de uso veterinário
138

Decreto-Lei n.º 184/97

Toda a substância ou composiç ão que possua propriedades


curativas ou preventivas das doenç as e dos seus sintomas, do
animal, com vista a estabelecer um diagnó stico mé dico ou a
restaurar, corrigir ou modificar as suas funç ões orgânicas.

138
Medicamentos manipulados
139

 Decreto-Lei n.º 95/2004

“Qualquer fórmula magistral ou preparado oficinal preparado e


dispensado sob a responsabilidade de um farmacêutico”

Fó rmula magistral - medicamento preparado em farmácia de oficina ou nos serviç os


farmacêuticos hospitalares segundo receita mé dica que especifica o doente a quem o
medicamento se destina

Preparado oficinal - qualquer medicamento preparado segundo as indicaç ões


compendiais, de uma farmacopeia ou de um formulário, em farmácia de oficina ou nos
serviç os farmacêuticos hospitalares, destinado a ser dispensado directamente aos doentes
assistidos por essa farmácia ou serviç o

139
Medicamentos manipulados
140

 Decreto-Lei n.º 95/2004

 assegurar-se da qualidade da preparaç ão, observando para o


efeito as boas práticas a observar na preparaç ão de
medicamentos manipulados

 verificar a seguranç a do medicamento,


doses das substâncias activas
existência
de interacç ões que ponham em causa a acç ão do
medicamento ou a seguranç a do doente

140
Medicamentos manipulados
141

 Decreto-Lei n.º 95/2004

 Evitar o descondicionamento de especialidades


farmacêuticas:
 Medicamentos manipulados destinados a aplicaç ão cutânea;
 Medicamentos manipulados preparados com vista à adequaç ão
de uma dose destinada a uso pediátrico
 Medicamentos manipulados destinados a grupos de doentes em
que as condiç ões de administraç ão ou de farmacociné tica se
encontrem alteradas

141
Produto cosmé tico e de higiene corporal
142

 Decreto-Lei n.º 296/98

“Qualquer substância ou preparação destinada a ser posta em contacto com


as diversas partes superficiais do corpo humano, designadamente epiderme,
sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos, ou com os
dentes e as mucosas bucais, com a finalidade de, exclusiva ou
principalmente, os limpar, perfumar, modificar o seu aspecto e ou proteger ou
os manter em bom estado e ou de corrigir os odores corporais”

142
Produto cosmé tico e de higiene corporal
143

 Decreto-Lei n.º 296/98

 Requisitos de qualidade
 não devem prejudicar a saúde quando aplicados em condiç ões
normais ou razoavelmente previsíveis de utilizaç ão
 Em caso de reacç ão adversa o Infarmed deve ser notificado
 A entidade responsável pela comercializaç ão deve informar o
Infarmed
 Informar o Centro de Informaç ão Antivenenos e o Instituto
Nacional de Emergência Mé dica

143
Exercício Prático 6 A
144

Um internacionalmente reconhecido baton de cieiro,


começ ou a ser comercializado em Portugal. A empresa
que produzia esse produto, informou que estava prestes a
sair as indicaç ões do produto traduzidos na língua
portuguesa.

Quid Juris?

144
Exercício Prático 6 B
145

Quando as indicaç ões desse produto saíu para o


mercado, um utente reparou que a lista dos ingredientes
não vinham traduzidos para a nossa língua e disso
informou imediatamente a infarmed.

Quid Juris?

145
Exercício Prático 6 C
146

Um utente desse produto, que tinha o cô njuge a trabalhar


na
Empresa que o fabricava deu-se conta que havia um
Ingrediente que o marido lhe tinha falado que compunha
esse produto que não estava na lista.

Quid juris?

146
Exercício Prático 6 D
147

A marca desse produto era “fora com as dores”.

Quid juris?

147
Dispositivos mé dicos
148

 Decreto-Lei n.º 273/95

“Qualquer instrumento, aparelho, equipamento, material ou artigo utilizado


isoladamente ou combinado, incluindo os suportes lógicos necessários para o
seu bom funcionamento, cujo principal efeito pretendido no corpo humano
não seja alcançado por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos,
embora a sua função possa ser apoiada por esses meios e seja destinado
pelo fabricante a ser utilizado em seres humanos para fins de diagnóstico,
prevenção, controlo, tratamento ou atenuação de uma doença, de uma lesão
ou de uma deficiência, estudo, substituição ou alteração da anatomia ou de
um processo fisiológico e controlo da concepção”

148
Grupo de Consenso sobre Automedicaç ão
149

 Despacho n.º 2245/2003


 Objectivos
 Identificar e definir situaç ões clínicas que sejam
passíveis de automedicaç ão
 Caracterizar a realidade dos restantes países da União
Europeia
 Elaboraç ão de uma lista
 Reavaliar essa mesma lista, com vista à sua
actualizaç ão, com uma periodicidade de dois em dois
anos
 Pronunciar-se, sempre que para tal for solicitado

149
Dispensa de MNSRM fora das farmácias
150

 Decreto-Lei n.º 134/2005


 Locais autorizados
 Supervisão de um farmacêutico ou té cnico de
farmácia
Vários
locais – max. 5, dist. 50Km (Port. n.º827/2005)
Incompatibilidades
 Proibida de MNSRM a venda a menores de 16 anos
 MNSRM não acessíveis ao público
(Port. n.º827/2005)

150
Dispensa de MNSRM fora das farmácias
151

 Decreto-Lei n.º 134/2005

 Mesmo regime de garantia / fiscalizaç ão

 Regime de preç os livre


 Excepto MNSRM comparticipados

 Penas:
 Monetárias de € 1000 a € 44000
 Suspensão de 1 a 6 meses
 Perda medicamentos

151
Dispensa de MNSRM fora das farmácias
152

 Portaria n.º827/2005

 Pessoal

 Sistema de farmacovigilância
 Sistema de recolha de medicamentos
 Disponibilizaç ão de informaç ão no acto da venda
 Cumprimento da legislaç ão

152
Requisitos dos locais de venda de MNRSM
153

 Portaria n.º827/2005

 Instalaç ões adequadas


 Área de venda ao público
 Área de armazenagem

 Responsável té cnico e pessoal com formaç ão


adequada
 Registo no Infarmed

153
Requisitos dos locais de venda de MNRSM
154

 Portaria n.º827/2005

 Placas:
 “Venda de medicamentos não sujeitos a receita mé dica
– Registo nº NNNN/200N no INFARMED”

 Nome do responsável té cnico e habilitaç ão profissional

154
Distinç ão entre farmácia e espaç o de venda de MNSRM

155

Espaç o de venda MNSRM Farmácia


 Sob a responsabilidade  Sob a responsabilidade de um
de um farmacêutico ou farmacêutico
de um té cnico de  Responsabilidade por um só
local
farmácia  Existência de 2 farmacêuticos
 Responsabilidade por 5 (min.)
locais (máx)  “Farmácia” e cruz verde
 Dispensa de MNSRM e exclusiva das farmácias
produtos de saúde e  Dispensa de todo o tipo de
bem-estar medicamentos
 Aplicaç ão dos planos de
 Sem aplicaç ão de comparticipaç ão
comparticipaç ão

155
Publicidade e Informaç ão
156

“Publicidade e informação sobre serviços


farmacêuticos” (elaborado por “Grupo de Boas
Práticas de Farmácia” homologado por OF)

Informaç ão disponibilizada e conteúdo:


 Promoç ão da Saúde e Prevenç ão da Doenç a
 Utilizaç ão racional de medicamentos
 Bibliografia relacionada com saúde e medicamento
 Links a instituições de Saúde

156
Exercício Prático 7 A
157

Um famoso Farmacêutico da zona de Évora, ao dar-se conta


que o resultado de um determinado medicamento tinha muito
sucesso nos sues doentes, começou a distribuir flyers na rua mais
famosa da sua zona, a anunciar aquele medicamento e os poderes
curativos associados ao mesmo.

Quid juris?

157
Exercício Prático 7 B
158

Esse mesmo farmacêutico, colocou uma tabuleta em frente à


farmácia na qual dirigia, em que divulgava o início de prestação de
novos serviços na sua farmácia, bem como da nova farmácia que
estava prestes a abrir no município ao lado.

Quid juris?

158
Exercício Prático 7 C
159

Esse mesmo farmacêutico, manteve a tabuleta divulgadora


dos novos serviços e da nova farmácia, durante 2 anos e meio.

Quid juris?

159
Exercício Prático 7 D
160

Esse mesmo farmacêutico, contratou um call center para


ligar a todos os munícipes a informar sobre os novos serviços e a
nova farmácia prestes a abrir.

Quid juris?

160
Laborató rio DELF 1
161
Por Portaria, definiu a Direcção Geral da Saúde, que o Serviço
nacional de Saúde iria, a partir de Dezembro de 2010 ser um direito
concedido apenas àqueles que auferiam valores mensais igual ou
inferior ao salário mínimo nacional.

O farmacêutico António, atento a estas novas regras, criou um


gabinete de serviço de cuidados de saúde e enfermagem, incluindo
microcirurgias em gabinete próprio, na sua farmácia a um preço
acessíve a todos os utentes.

Um dos clientes desse farmacêutico era um ex-colega com


quem tinha tido uma desavença política no passado, e que já não
exercia a actividade de farmacêutico. Como esse ex-colega bem
conhcia o Código Deontológico, aproveitava-se do facto de a este já
não estar adstrito para, muito subtilmente, provocar o farmacêutico
António.

161
Laborató rio DELF 1
162
Por esta mesma razão, aproveitava-se para fazer chacota
em público de problemas de saúde do farmacêutico António,
problema estes dos quais tomou conhecimento, quando trabalhava
na farmácia e o farmaceutico António era utente. Aproveitou também
o jornal da região para publicar sob a forma de anedota a
incontinencia urinaria de que padecia o farmacêutico.

Mas o farmacêutico António não se queixou, pois era da


opinião que “a vingança serve-se fria”. Saturado desta situação, já
vinha há alguns anos a planear a melhor forma de se vingar.

Eis senão quando, a mulher do ex-colega, que desconhecia


a desavença dos 2 senhores, acudiu aflita à farmácia com o marido
em braços, inconsciente, fruto de um acidente que acabara de
ocorrer.

162
Laborató rio DELF 1
163
Aproveitando-se deste facto, o farmacêutico efectuou uma
microcirurgia à cabeça do utente, usando anestesia geral. Nisto,
aproveitou para injectar o preparado que planeava ministrar ao seu
inimigo.

Assustado ao ver o resultado que tinha provocado, constata que,


ao contrário do que esperava, o resultado foi que o preparado provocou
anomalia psíquica em vez de desfiguração facial, resultado registado da
substância que usou.

Apercebendo-se que algo se lhe estava a escapar, o DT e


proprietário da farmácia, que tinha aberto o estabelecimento há 2 anos e
meio, cede a exploração ao farmacêutico António e decidiu abrir um
espaço de venda de MNSRM no centro comercial da cidade mais
próxima. Para isto, aproveitou o alvará da farmácia para o novo negócio.
Aproveitou também o facto de ter alguns MSRM em casa para
comercializar no novo espaço.

163
Laborató rio DELF 1
164
Acontece que, um utente habitual do centro, adquiriu um
produto de cuidados cutâneos que lhe provocou lepra. A cliente
comunicou isso ao farmacêutico António. Este informou-a que o
estabelecimento dispunha de livro de reclamações e que, para
formalizar a queixa, esta deveria fazer constar esta situação.

Quid Juris?

164
Laborató rio DELF 2
165

Um farmacêutico dinamarquês, inscrito na OF dinamarquesa,


vem viver para Portugal e abre uma farmácia no nosso território, mas não
a registou junto da Infarmed. Confrontado com a situação numa
fiscalização, alega não conhecer a legislação portuguesa, pois ainda não
tinha tido tempo para saber tudo.

Chocado com o avançado estado de doença mortal de um utente


que acudia à sua farmácia, cuja cura se realizava com uma transfusão de
sangue, mas que o doente se opunha por crenças religiosas, escreveu no
sistema informático da farmácia “cuidado com este senhor, está demente
arriscando a sua vida porque pertence à religião xxx”

Tendo o farmacêutico criado um medicamento de cura para a gripe


A, encomendou 500 flyers de publicidade a esse produto em que
promovia a sua aquisição, assegurando que a cura era garantida.
Aproveitou com isso, promover a sua actividade profissional nesses
prospectos.

165
Laborató rio DELF 2 (cont.)
166
Criou também amostras gratuitas do medicamento que entregou
a 2 auxiliares da sua farmácia para que distribuíssem na rua da farmácia.
Dado o elevado sucesso do medicamento na cura da gripe A, a
Faculdade de Farmácia convidou-o a ministrar uma conferência, ao qual
este se negou, pois não concordava com o método de ensino que aí se
leccionava, negando-se a colaborar na preparação técnico-cientifica dos
colegas.
O farmacêutico procedeu ao registo do medicamento junto da
Infarmed que o considerou como MSRM.

Incorrendo em infracção disciplinar, o orgão jurisdicional da OF


teve conhecimento desses actos a 01/07/2009. A 2/10/2009 instaura o
processo para lhe aplicar uma pena.

No entanto, essa mesma infracção foi considerada passível de


responsabilidade Penal. De acordo com a Lei penal, considerando a
gravidade do crime, este prescrevia em 10 anos.

166
Laborató rio DELF 3 (1)
167

O Dr. Josué Xicoria, reputado médico de Uma aldeia longiqua, tinha vários negócios
na zona. Entre os quais, era proprietário da farmácia Xicoria e presidente da APTAF
(Associação Portuguesa do Tecnico Auxiliar de Farmácia).

Na farmácia, o Dr. Josué distribuia panfletos de um suplemento alimentar, na qual


indicava, em nota de rodapé as habilitações profissionais dos profissionais que aí
desempenhavam funções, bem como a escola onde os técnicos auxiliares de
farmácia tinham sido formados com a menção : ' primeira farmácia com técnicos
auxiliares de farmacia'

Também distribuia prospectos , dentro do saco de compras de cada utente, de um


medicamento contra as dores.

Dona Benedita, senhora bastante experiente e conhecedora de medicamentos,


escolhia sempre, na dispensa, o medicamento apropriado para cada utente bem
como o mais caro, pois alegava que ' o barato nao e bom' , apregoava aos utentes.

167
Laborató rio DELF 3 (2)
168

Ana, finalista do curso de técnico auxiliar de farmácia, começou a prestar funções


na farmácia perto de sua casa. Como não mantinha boas relaçoes com uma
vizinha que tomou conhecimento padecer de esquizofrenia e que se aviava na
farmácia Xicoria, pôs-lhe a alcunha da "maluca" e, quando se cruzavam na rua,
dizia alto e bom som ' vou atravessar a rua. Pode ser que lhe dê um ataque'.

Januário, tecnico de farmacia da mesma farmácia, tomou conhecimento dos actos


da TAF Ana e , irritado com a situação, rebaixou-a vociferando diante de dois
transeuntes que passavam, que ' nao entendia nada de deontologia ' e que ' para
chegar a um salário de 1000€ como o dele teria de comer muito pao' .

A 18 de Dezembro de 2007, fruto de chuvas torrenciais que a região sofreu, a


farmácia teve de encerrar, pois as inundações destruiram as instalações da
farmácia. A 17 de Dezembro de 2010 o Dr. Josué recebe a notificação da OF no
qua deveria proceder, no prazo de 15 dias ao pagamento de uma coima de
6000€ , pois não observou o disposto no artigo 39 do RJFO, decreto-lei 307/2007

168
Laborató rio DELF 3 (3)
169

Com as obras que teve de fazer na farmácia, resultado das referidas


inundações, o Dr. Josué, entregou o projecto da farmácia a um
famoso arquitecto internacional e disse -lhe " esta nas suas mãos,
faça uma farmácia moderna, com design e diferente das que
usualmente vemos".

Nesse moderno espaço que começou em funçoes pouco tempo


depois de finalizadas as obras, comercializava medicamentos de
todo o tipo, sendo que a um poderoso anti depressivo, colocou
publicidade na montra cujo slogan era " encontre finalmente a
felicidade ". Este medicamento estava sujeito a receita medica.

169
Laborató rio DELF 4
170

Onde poderia encontrar a resposta as seguintes questões? As


afirmações estão correctas ?

1- Posso dispensar um medicamento para hemorroidas pedido por


um utente que o solicite.

2- É à OF que compete apreciar toda a publicidade de


medicamentos

3- as amostras de medicamentos só pôdem ser cedidas a


profissionais de saúde

4- O DT tem de garantir que a farmácia esteja sempre limpa

170
Laborató rio DELF 4
171

Onde poderia encontrar a resposta as seguintes questões? As


afirmações estão correctas ?

5- A abertura de uma farmácia esta abrangida pela liberdade de


concorrência para a sua abertura

6- Todos os trabalhadores da farmácia estão sujeitos à evicção

7- A farmácia pode recusar-se a dispensar mnsrm

8- O farmacêutico e um agente da saúde

171
Laborató rio DELF 4
171

Onde poderia encontrar a resposta as seguintes questões? As


afirmações estão correctas ?

9- A AIM é atribuída pela OF

10- sobredosagem, sintomas e medidas de emergência são


obrigatórias na embalagem

11- confidencialidade comercial nem sempre e proibida

12- Os serviços prestados pelas farmacias devem ser divulgados


nas proximidades circundantes da farmacia

172
Laborató rio DELF 4
173

Onde poderia encontrar a resposta as seguintes questões? As


afirmações estão correctas ?

13- A abertura de uma farmacia tem um processo de abertura


semelhante ao de um concurso

14- Ha locais de venda de medicamentos nos quais apenas se exige


uma área de venda ao publico e uma área de armazenagem

173
Laborató rio DELF 6
GRUPO III
(Total de 8 valores-cada questão: 0,8 val)
Um recém-formado Técnico Auxiliar de Farmácia decidiu instalar uma farmácia (1) ao lado de uma extensão

de Saúde (2). Como o negócio estava a correr muito bem, decidiu abrir mais 5 farmácias em toda a ilha (3).

Como ganhou elevada estima entre os colegas, convidaram-no para ser o presidente da Associação dos

Técnicos Auxiliares de Farmácia (4), cargo esse que ele aceitou entusiasticamente.

Com o envelhecimento das pessoas que viviam perto de uma das suas farmácias, deciudiu criar um serviço de

administração de medicamentos (5) e de auxilio de embelezamento dos doentes, eu consistia em serviços de

cabeleireiro e manicura ao domicílio (6).

174
Laborató rio DELF 6
GRUPO III
(Total de 8 valores-cada questão: 0,8 val)

Da viagem que fêz a Bali, o Técnico conheceu um medicamento com elevados poderes

curativos que decidiu trazer para alguns dos utentes, pois tinha a certeza que ía ser o

medicamento que ía resultar (7).

Acontece, que 2 dos seus utentes, que tomaram o respectivo medicamento, ficaram com graves

alergias (8)

Para ninguém desconfiar, o Técnico não disse nada a ninguém (9). Com o descorrer do tempo sem

nenhum comportamento por parte da Farmácia, um dos utentes afectados, acabou por morrer (10).

175

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