Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
de ironia e sarcasmo que tem uma mensagem muito séria. Todas as estrofes
Freud (Schüler 72). O poema personaliza a bomba nuclear e por causa da coisa
converte num ser humano. Enquanto usou a personificação no poema “A bomba” para
fazer-nos sorrir e sentir mais cômodos, usou as metáforas para lembrar-nos do que era
a bomba em verdade, a coisa temível que efetou a vida da gente em todas as partes do
mundo. As metáforas descrevem o que era a bomba para a gente e a situação política
com as metáforas sérias, podia transmitir sua mensagem anti-nuclear melhor. Neste
trabalho vou mostar como o uso desta técnica ajudou a transmitir a mensagem.
estrutura do poema porque é o começo e o fim. Cada estrofe começa com “A bomba”
e quando termina (sem pontuação) começa outra estrofe com “A bomba.” É como se o
leitor não pode evitar a bomba. Assim a gente sentia durante a guerra fria. “A bomba”
em verdade estava em todos lados, senão físicamente (porque a maioria das pessoas
não sabiam exatamente onde estava), pelo menos estava no medo que a gente tinha
da bomba. Esta repetição da palavra nos dá a idéia que não podemos evitar a bomba
e depois dum tempo nos faz sentir mais cômodos como se fosse uma coisa comum.
floricultores”. Uma flor abre e floresce. Também floresceu o pânico causado pela
bomba nuclear. Floresce também os efeitos da bomba depois dum ataque. A radiação
do mundo. Esta é a imagen que nos dá. A bomba apavora aos floricultores porque
apavora a tudo mundo. Nesta estrofe é muito obvio a díade da vida e a morte. A flor
Outras estrofes no poema falam deste medo que a gente tinha durante a guerra
fria. Duas estrofes no meio do poema “A bomba envenena as crianças antes que
que a gente sentia desde o começo da vida, o medo do ataque nuclear. Se as crianças
tivessem o medo antes de nascer era porque o medo passou duma geração a outra e o
medo envenenava as pessoas (em qualquer parte do mundo) no curso da vida durante
a guerra fria. Existia também este medo para as pessoas que guardava a bomba: “é
que significa “inflamação no ventre da Primavera”? É dizer o mesmo que quando tem-
bomba. Aqui tambem tem a díade de Freud porque a primavera significa a vida mas a
1
Vê Hiroshima and Nagasaki Exhibit: a Message of Peace e a parte sobre os efeitos da radiação.
inflamação no ventre simboliza a morte (Schüler 72). A bomba “não está no fundo do
cofre, está principalmente onde não está” porque infelizmente está em todas partes.
quer dizer que a bomba é algo inútil, fria e desgraçada. Outra estrofe diz que a bomba
portador” (ou transportador) porém mais tarde aos portadores (os seres humanos)
estão sem ação porque estão mortos. Também os portadores sem ação podiam ser os
políticos que naquele tempo não fizeram nada para cessar a corrida armamentista e
guerra fria. As estrofes que dizem que a bomba “dobra todas as línguas á sua turva
duplo de palavras, dizendo uma coisa (que não construiriam mais bombas) mas
fazendo o oposto. Tudo era impostura, dizendo que queriam a paz mas por que não
nos Estados Unidos e fora do país era a mesma; era preciso construir mais bombas ou
ter a mesma quantidade que o inimigo para manter a paz (tão absurdo, mas era a
lógica naquele tempo). Esta atitude se chama nuclearismo que se define como uma
dependencia psicológica, política e militar nas armas nucleares para a segurança (Gery
2). A estrofe que diz “mata só de pensarem que vem aí para matar” descreve a
situação de paranóia muito bem. A idéia era estar preparada para qualquer coisa
2
Se vê nos arquivos (Archive) e no linha do tempo (Timeline) no Nuclear Files.
(Gery 6). Mesmo se não havia ações, era uma guerra de verdade. Carlos Drummond
política” porque a bomba chegou a ser a política mundial naquele tempo (Gery 4).
Todo mundo falou da bomba dum jeito ou outro porque tudo mundo tinha medo da
bomba.
Outra metáfora descreve uma outra realidade política. Diz que “A bomba é
nestes países especialmente depois que Fidel Castro tomou o poder em Cuba. 3
bomba dum jeito muito engraçado e de muitas maneiras. Nestas personificações usou
personificação mais comum é duma bomba burguêsa. Por que tem tantos papéis a
criança como “Chora nas noites de chuva” (como criança durante tempestade) e “coça
quando diz que “pula de um lado para outro gritando: eu sou a bomba.” como meninos
personificação de criança é a estrofe que diz que “amanhã promete ser melhorzinha
mas esquece.” Dá para ver em todos estes exemplos que a bomba é uma criança
33
Toda esta informação está no sítio “SPECIAL: Cold War” arquivos “Episode-by-Episode” 14, 18 e 20.
malcriada! Boa coisa que o poeta não vive agora porque veria como “Sou bomba!” é
usada na gíria norteamericana. Não é usada como coisa má, senão para dizer “Sou
para limitar a quantidade das bombas nucleares durante a guerra fria mas como já dito,
sorri sem dente.” Também a bomba é uma pessoa sem identidade: “não tem preço
não tem lunar não tem domicílio” ou lasciva “tem horas que sente falta de outra para
tediosa” que “dorme no domingo até que os morcegos esvoacem.” Usa aqui a imagem
dos morcegos porque dão medo e normalmente a gente pensa neles como monstros.
Por causa do nuclearismo a gente se esqueceu do que era a bomba em verdade, algo
que podia destruir o mundo. Escolheu mononucleose como brincadeira das palavras
para dizer que a bomba só tem um núcleo. Logo escolheu a“verborréia” porque a
A bomba tem muitas profissões. Trabalha como engenheira que quer ajudar a
sente-se de todos os lados.” Em verdade naquele tempo a bomba estava por todos os
lados porque todo mundo tinha medo dum ataque nuclear. Outra profissão que a
bomba tem é astronauta “Vai a lua, assovia e volta.” Esta é uma crítica de como a
corrida armamentista tinha a ver com a exploração espacial. Os dois países que
participavam na corrida de armas nucleares também eram os países que fizeram mais
explorações espaciais.
tais” mas também é hipocrata “pediu ao Diabo que a batizasse e a Deus que lhe
validasse o baptismo” e não sabe como escolher entre o bom ou mal. Neste sentido
tem que lembrar que é bomba e não é pessoa porque “gostaria de ter remorso para
justificar-se, mas isso lhe é vedado.” A bomba não pode ter remorso como uma
pessoa porque quando lançada acaba tudo. Faz metáfora aqui da posibilidade duma
guerra nuclear. Ter remorso depois sera impossível porque não existiria nada depois
para ter remorso (nem para os seres humanos). A bomba também “declara-se balança
a propaganda durante a guerra fria. Parte do nuclearismo era a idéia que a bomba era
necessária para manter a paz e venderam a bomba e a idéia ao povo como coisa boa.
burguêsa: “Faz week-end na Semana Santa”, e rica “tem a seu serviço música
“tem supermercado circo biblioteca...” ou bem presumida “Não admite que ninguém a
living.” Por que o poeta decidiu escrever sobre a bomba burguêsa? A bomba é uma
pessoas contra a bomba eram liberais ou boêmios (hippies). A idéia da bomba era
ganhar a guerra e defender a sua (a propriedade), não existe idéia no mundo mais
agradam-lhe eflúvios de Paris.” Aqui usa o neologismo para identificar a bomba com a
burguêsa agrada-lhe os eflúvios de Paris. O poeta não esquece de seu país, a bomba
“brinca bem brincado o carnaval” como um bom brasileiro. Identifica a bomba com o
Brasil deste jeito para dizer que a bomba está em todas partes e tem uma influência na
deste jeito sátirico e cômico para identificar-nos com a bomba. Pôs a bomba ao nível
da gente e em todas as partes (fazendo o que a gente faz) porque não queria que as
pessoas tivessem tanto medo da bomba (mesmo que sabendo que este medo era
normal). Personificou a bomba como criança porque todos os adultos já foram crianças
e não tinham medo de crianças. Logo lhe deu nacionalidades, profissões, emoções, e
características para fazer-nos sorrir duma coisa temível e tirar-nos o medo. Além de
usar as personificações para fazer a gente rir usou as personificações para dizer que
nenhuma pessoa tem culpa da bomba. Como diz Schüler “o executor da bomba não é
Uma razão para converter a bomba num quase ser humano é para mostrar que a gente
tem medo da bomba como se fosse um ser humano malvado. Também usou todas
diferentes idades e aparências, para chamar a atenção das pessoas que em verdade
tem estes atributos. Faz isto para que a gente participe mais na leitura do poema.
Uma pessoa pode identificar-se mais ainda com a bomba e logo quer saber que mais
O mundo era um lugar muito confuso naquele tempo mas em verdade sempre é
um lugar bem confuso. A guerra fria acabou porque o comunismo na União Soviética
fracassou. Alguns países que faziam parte da União Soviética separaram-se e são
independentes. Já não existe a União Soviética mas ainda existe a bomba nuclear. Até
está nas mãos de países com menos recursos, como a India e o Paquistão. Algumas
pessoas tem a audácia de dizer que é pior ter estas armas nas mãos dos países
subdesenvolvidos porque eles não sabem tanto sobre a tecnologia e podem fazer um
grave erro ao lançar a bomba (como se lançar a bomba mesmo não fosse grave erro). 4
bomba com as metáforas e personificar a bomba (num jeito muito engraçado) Carlos
Drummond de Andrade nos lembra ao final que o homem em verdade é quem tem
poder, porque quem criou a bomba? O ser humano criou a bomba. Ele termina o
raciocinem. “A bomba com ser uma besta confusa dá tempo ao homem para que se
salve.” Isto é para dizer que a bomba em verdade não tem poder. “A bomba não
destruirá a vida” porque temos tempo ainda. E logo diz “O homem (tenho esperança)
Bibliografia
Jornal, 1985.
Hiroshima and Nagasaki Exhibit: A Message of Peace. 2000. The Nuclear Age Peace
The Nuclear Files. 1994-2000. The Nuclear Age Peace Foundation. 1 Dec.
2000 <http://nuclearfiles.org/>
1988: 6-7.
“SPECIAL: Cold War.” CNN Interactive. Sept. 1998. Cable News Network. 8 Dec. 2000
Sublette, Carey. Nuclear Weapons Frequently Asked Questions. 20 Feb. 1999. 1 Dec.
2000 <http://www.fas.org/nuke/hew/Nwfaq/Nfaq7.html>