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Questões CFO

LINGUAGEM E SENTIDO

01. CFO – 2017 Entre os fatores determinantes do humor da tira, está


(A) a crítica ao descaso dos presos, quando a personagem usa sua esperteza para viver o sentido pleno da palavra
“liberdade”.
(B) a impossibilidade de a personagem conseguir fugir e, assim, dar o real sentido ao título da tira.
(C) a oposição entre a ideia transmitida pela palavra “levar” e a atitude da personagem ao final da história.
(D) a quebra da expectativa ao final da história, considerando-se o sentido ambíguo presente no título da tira.
(E) o entendimento da palavra “conhecimento”, como equivalente à ideia de privação de liberdade.

Leia o texto para responder à questão 02.


A tensão com a violência na disputa entre grupos de traficantes e em meio a uma megaoperação de
segurança na favela da Rocinha (zona sul do Rio) e arredores, neste sábado [23.09.2017], teve um saldo de três
suspeitos mortos, uma criança ferida e nove homens presos no Rio de Janeiro. Houve intensa troca de tiros no início
da tarde, depois de registro de tiros durante a madrugada. O tiroteio do início da tarde, que aparentemente ocorria
na parte alta da comunidade, durou cerca de dez minutos, por volta das 13h, e obrigou militares e jornalistas a se
abrigarem na 11a DP, que fica no pé da favela. Ainda não há informações sobre o que teria desencadeado o tiroteio.
A Polícia Militar trocou tiros com suspeitos em pontos do Alto da Boa Vista, da Tijuca e de Santa Teresa. Nos dois
primeiros casos, a Polícia Civil confirmou a suspeita de vínculo com os conflitos na Rocinha.
(UOL. https://noticias.uol.com.br. 23.09.17. Adaptado)

02. CFO – 2017 De acordo com o texto, a tensão vivida na favela da Rocinha ocorreu devido à
(A) disputa de poder na parte alta da comunidade, rapidamente controlada pela ação da Polícia Militar no local e em
outros pontos da cidade.
(B) troca de tiros entre a Polícia Militar e suspeitos em pontos do Alto da Boa Vista e da Tijuca, pondo em risco
militares e jornalistas.
(C) ação dos militares que deixou como saldo três suspeitos mortos, uma criança ferida e nove homens presos no Rio
de Janeiro.
(D) suspeita de vínculos entre os conflitos dessa favela com outros, envolvendo a Polícia Militar em pontos do Alto
da Boa Vista e da Tijuca.
(E) disputa entre grupos de traficantes e tornou-se ainda mais dramática em razão da mega operação de segurança.

CFO – 2017 Leia o soneto para responder às questões de números 32 a 36.


Disse ao meu coração:
Olha por quantos
Caminhos vãos andamos!
Considera Agora, d’esta altura fria e austera,

Os ermos que regaram nossos prantos…


Pó e cinzas, onde houve flor e encantos!
E noite, onde foi luz de primavera!
Olha a teus pés o mundo e desespera,

Semeador de sombras e quebrantos!


Porém o coração, feito valente Na escola da tortura repetida,
E no uso do penar tornado crente,

Respondeu: D’esta altura vejo o Amor!


Viver não foi em vão, se é isto a vida,
Nem foi demais o desengano e a dor.

(Antero de Quental, Antologia)

O sentido do poema é perpassado pelo


(A) pessimismo, que se manifesta na dualidade do eu lírico marcada na análise melancólica que faz da vida.
(B) idealismo, que reporta os sentimentos do eu lírico a uma dimensão de perfeição.
(C) transcendentalismo, que faz com que o eu lírico tenha uma visão entusiasmada da vida e do amor.
(D) desencanto, que sugere o eu lírico fraco e hesitante em relação às suas experiências de vida.
(E) estoicismo, que revela o eu lírico resignado diante das experiências negativas que marcaram sua vida.

Entende-se a resposta do coração ao eu lírico como uma


(A) confirmação de que sua vida foi de fato só sofrimento.
(B) constatação de que sua vida tenha sido só sofrimento.
(C) ressalva de que sua vida poderia ter sido só sofrimento.
(D) refutação de que sua vida tenha sido só sofrimento.
(E) hipótese de que sua vida poderia ter sido só sofrimento.

Considerando o contexto em que estão empregados na primeira estrofe do poema “Disse ao meu coração: Olha por
quantos / Caminhos vãos andamos! Considera / Agora, d’esta altura fria e austera, / Os ermos que regaram nossos
prantos…”, os termos destacados remetem, respectivamente, aos sentidos de
(A) ríspidos; sombria; banharam.
(B) presunçosos; tênue; trataram.
(C) fúteis; rigorosa; umedeceram.
(D) infrutíferos; branda; secaram.
(E) vazios; tenra; amenizaram.

Leia o poema para responder às questões de números 52 a 54.


Duração
O tempo era bom?
Não era
O tempo é, para sempre.
A hera da antiga era roreja* incansavelmente.
Aconteceu há mil anos?
Continua acontecendo.
Nos mais desbotados panos estou me lendo e relendo.
Tudo morto, na distância que vai de alguém a si mesmo?
Vive tudo, mas sem ânsia de estar amando e estar preso.
Pois tudo enfim se liberta de ferros forjados no ar.
A alma sorri, já bem perto da raiz mesma do ser.

(Carlos Drummond de Andrade. As impurezas do branco)


*brota gota a gota: orvalho, suor, lágrima

O poema de Drummond é exemplo de poesia


(A) existencialista, centralizando a atenção na passagem do tempo, sem que haja problemas que afetem o eu lírico.
(B) intimista, explorando a relação do eu lírico com a passagem do tempo, marcada pela indiferença.
(C) lírica, analisando a influência que o eu lírico recebe do tempo, que o resguarda de experiências cruéis.
(D) metafísica, abordando o tempo e suas contradições na existência humana, prendendo o homem e libertando-o.
(E) filosófica, negando a importância do tempo e pontuando a morte como opressão natural ao ser humano.
Na passagem “A alma sorri, já bem perto / da raiz mesma do ser.”, entende-se que a expressão em destaque aponta
no ser humano
(A) a sua essência.
(B) o seu corpo.
(C) a sua razão.
(D) a sua crença.
(E) o seu poder.

Leia o poema
“Adeus, meus sonhos!”, do poeta Álvares de Azevedo, para responder às questões de 34 a 38.
Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!

Misérrimo! votei meus pobres dias


À sina doida de um amor sem fruto…
E minh’alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.

Que me resta, meu Deus?!… morra comigo


A estrela de meus cândidos amores,
Já que não levo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!
(Lira dos vinte anos, 1996.) 3

CFO- 2022 O tom predominante no poema é de


(A) frustração.
(B) nostalgia.
(C) sarcasmo.
(D) esperança.
(E) hesitação.

Examine a charge do cartunista Richard Bittencourt, o Fí, para responder às questões 21 e 22.
CFO – 2018 A charge permite caracterizar o personagem mais velho como
(A) presunçoso.
(B) ingênuo.
(C) prolixo.
(D) espontâneo.
(E) distraído.

Leia a crônica “Bandidos”, de Luis Fernando Verissimo.

Nos filmes e histórias em quadrinhos da nossa infância recebíamos uma lição da qual só agora me dou conta. Não
era a que o Bem sempre vence o Mal, embora o herói sempre vencesse o bandido. Quem dava a lição era o bandido,
e era esta: a morte precisa de uma certa solenidade. A vitória do herói sobre o bandido era banalizada pela
repetição. Para o mocinho, matar era uma coisa corriqueira, uma decorrência da sua virtude. Já o bandido era
torturado pela ideia da morte, pela sua própria vilania, pelo terrível poder que cada um tem de acabar com a vida de
outro. O bandido era incapaz de simplesmente matar alguém, ou matar alguém simplesmente. Para ele o ato de
matar precisava ser lento, trabalhado, ornamentado, erguido acima da sua inaceitável vulgaridade — enfim, tão
valorizado que dava ao herói tempo de escapar e ainda salvar a mocinha. Pois a verdade é que nenhum herói teria
sobrevivido à sua primeira aventura se não fosse esta compulsão do vilão de fazer da morte uma arte demorada, um
processo com preâmbulo e apoteose, e significado. Nunca entendi por que o bandido não dava logo um tiro na testa
do herói quando o tinha em seu poder, em vez de deixá-lo suspenso sobre o poço dos jacarés por uma corda
besuntada que os ratos roeriam pouco a pouco, enquanto o gramofone1 tocava Wagner2 . Hoje sei que o vilão
queria dar tempo, ao mocinho e à plateia, de refletir sobre a finitude e a perversidade humanas. Os vilões do meu
tempo de matinês eram invariavelmente “gênios do Mal”, paródias de intelectuais e cientistas cujas maquinações
eram frustradas pelo prático mocinho. A imaginação perdia para a ação porque a imaginação, como a hesitação, é a
ação retardada, a ação precedida do pensamento, do pavor ou, no caso do bandido, da volúpia do significado. O Mal
era inteligência demais, era a obsessão com a morte, enquanto o Bem — o que ficava com a mocinha — era o que
não pensava na morte. Quando recapturava o mocinho, mesmo sabendo que ele escapara da morte tão
cuidadosamente orquestrada com os ratos e os jacarés, o bandido ainda não lhe dava o rápido e definitivo tiro na
testa, para ele aprender. Deixava-o amarrado sobre uma tábua que lentamente, solenemente, se aproximava de
uma serra circular, da qual o herói obviamente escaparia de novo. E, se pegasse o mocinho pela terceira vez, nem
assim o bandido abandonaria sua missão didática. Sucumbiria à sua outra compulsão fatal, a de falar demais. Mesmo
o tiro na testa precisava de uma frase antes, uma explicação, um jogo de palavras. Geralmente era o que dava tempo
para a chegada da polícia e a prisão do vilão, derrotado pela literatura. Pobres vilões. E nós, inconscientemente,
torcíamos pelos burros.
(Luis Fernando Verissimo. O suicida e o computador, 1992.)
1. gramofone: antigo toca-discos.
2. Wagner: Richard Wagner, compositor alemão do século XIX.

CFO-2018 - Está empregado em sentido figurado o termo sublinhado no seguinte trecho:


(A) “Nos filmes e histórias em quadrinhos da nossa infância” (1o parágrafo)
(B) “nenhum herói teria sobrevivido à sua primeira aventura” (2o parágrafo)
(C) “mesmo sabendo que ele escapara da morte tão cuidadosamente orquestrada” (3o parágrafo)
(D) “Mesmo o tiro na testa precisava de uma frase antes” (3o parágrafo)
(E) “E nós, inconscientemente, torcíamos pelos burros” (4o parágrafo)

CFO- 2018 Em “E, se pegasse o mocinho pela terceira vez, nem assim o bandido abandonaria sua missão didática.”
(3o parágrafo), o termo sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido do texto, por:
(A) perversa.
(B) instrutiva.
(C) empenhada.
(D) rigorosa.
(E) desvairada.
FIGURAS DE LINGUAGEM

Nos versos “A hera da antiga era” e “de ferros forjados no ar”, as figuras de linguagem presentes são, correta e
respectivamente,
(A) hipérbole e personificação.
(B) hipérbole e onomatopeia.
(C) paronomásia e gradação.
(D) metáfora e assonância.
(E) paronomásia e aliteração.

CFO- 2022 - Contribui para o efeito de humor da tirinha o recurso


(A) à metonímia.
(B) à antítese.
(C) à personificação.
(D) ao eufemismo.
(E) ao pleonasmo.

Leia o texto de Friedrich Nietzsche para responder às questões de 28 a 30.

E se um dia, ou uma noite, um demônio lhe aparecesse furtivamente em sua mais desolada solidão e
dissesse: “Esta vida, como você a está vivendo e já viveu, você terá de viver mais uma vez e por incontáveis vezes; e
nada haverá de novo nela, mas cada dor e cada prazer e cada suspiro e pensamento, e tudo o que é inefavelmente
grande e pequeno em sua vida, terão de lhe suceder novamente, tudo na mesma sequência e ordem […]. A perene
ampulheta do existir será sempre virada novamente — e você com ela, partícula de poeira!”. — Você não se
prostraria e rangeria os dentes e amaldiçoaria o demônio que assim falou? Ou você já experimentou um instante
imenso, no qual lhe responderia: “Você é um deus e jamais ouvi coisa tão divina!”. Se esse pensamento tomasse
conta de você, tal como você é, ele o transformaria e o esmagaria talvez; a questão […] “Você quer isso mais uma vez
e por incontáveis vezes?” pesaria sobre os seus atos como o maior dos pesos!
(Friedrich Nietzsche apud Eduardo Giannetti. O livro das citações, 2008.)

CFO – 2022 - Verifica-se um aparente paradoxo entre os termos que compõem a expressão
(A) “desolada solidão”.
(B) “incontáveis vezes”.
(C) “mesma sequência”.
(D) “cada dor”.
(E) “instante imenso”.
CFO – 2018 - Na construção do sentido de sua charge, o cartunista mobiliza o seguinte recurso expressivo:
(A) eufemismo.
(B) paradoxo.
(C) pleonasmo.
(D) antítese.
(E) hipérbole.

Para responder às questões de 29 a 36, leia a crônica “Bandidos”, de Luis Fernando Verissimo.

Nos filmes e histórias em quadrinhos da nossa infância recebíamos uma lição da qual só agora me dou conta. Não
era a que o Bem sempre vence o Mal, embora o herói sempre vencesse o bandido. Quem dava a lição era o bandido,
e era esta: a morte precisa de uma certa solenidade. A vitória do herói sobre o bandido era banalizada pela
repetição. Para o mocinho, matar era uma coisa corriqueira, uma decorrência da sua virtude. Já o bandido era
torturado pela ideia da morte, pela sua própria vilania, pelo terrível poder que cada um tem de acabar com a vida de
outro. O bandido era incapaz de simplesmente matar alguém, ou matar alguém simplesmente. Para ele o ato de
matar precisava ser lento, trabalhado, ornamentado, erguido acima da sua inaceitável vulgaridade — enfim, tão
valorizado que dava ao herói tempo de escapar e ainda salvar a mocinha. Pois a verdade é que nenhum herói teria
sobrevivido à sua primeira aventura se não fosse esta compulsão do vilão de fazer da morte uma arte demorada, um
processo com preâmbulo e apoteose, e significado. Nunca entendi por que o bandido não dava logo um tiro na testa
do herói quando o tinha em seu poder, em vez de deixá-lo suspenso sobre o poço dos jacarés por uma corda
besuntada que os ratos roeriam pouco a pouco, enquanto o gramofone1 tocava Wagner2 . Hoje sei que o vilão
queria dar tempo, ao mocinho e à plateia, de refletir sobre a finitude e a perversidade humanas. Os vilões do meu
tempo de matinês eram invariavelmente “gênios do Mal”, paródias de intelectuais e cientistas cujas maquinações
eram frustradas pelo prático mocinho. A imaginação perdia para a ação porque a imaginação, como a hesitação, é a
ação retardada, a ação precedida do pensamento, do pavor ou, no caso do bandido, da volúpia do significado. O Mal
era inteligência demais, era a obsessão com a morte, enquanto o Bem — o que ficava com a mocinha — era o que
não pensava na morte. Quando recapturava o mocinho, mesmo sabendo que ele escapara da morte tão
cuidadosamente orquestrada com os ratos e os jacarés, o bandido ainda não lhe dava o rápido e definitivo tiro na
testa, para ele aprender. Deixava-o amarrado sobre uma tábua que lentamente, solenemente, se aproximava de
uma serra circular, da qual o herói obviamente escaparia de novo. E, se pegasse o mocinho pela terceira vez, nem
assim o bandido abandonaria sua missão didática. Sucumbiria à sua outra compulsão fatal, a de falar demais. Mesmo
o tiro na testa precisava de uma frase antes, uma explicação, um jogo de palavras. Geralmente era o que dava tempo
para a chegada da polícia e a prisão do vilão, derrotado pela literatura. Pobres vilões. E nós, inconscientemente,
torcíamos pelos burros.
(Luis Fernando Verissimo. O suicida e o computador, 1992.)
1. gramofone: antigo toca-discos.
2. Wagner: Richard Wagner, compositor alemão do século XIX.

Verifica-se a ocorrência da figura de linguagem conhecida como metonímia em:


(A) “a morte precisa de uma certa solenidade” (1o parágrafo)
(B) “O bandido era incapaz de simplesmente matar alguém” (2o parágrafo)
(C) “enquanto o gramofone tocava Wagner” (2o parágrafo)
(D) “o herói obviamente escaparia de novo” (3o parágrafo)
(E) “Mesmo o tiro na testa precisava de uma frase antes” (3o parágrafo)

BARROCO

Leia um trecho do “Sermão do bom ladrão”, de Antônio Vieira, para responder às questões de 23 a 28.

Suponho, finalmente, que os ladrões de que falo não são aqueles miseráveis, a quem a pobreza e vileza de
sua fortuna condenou a este gênero de vida, porque a mesma sua miséria ou escusa ou alivia o seu pecado. O ladrão
que furta para comer não vai nem leva ao Inferno: os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são os ladrões de
maior calibre e de mais alta esfera, os quais debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento distingue muito
bem São Basílio Magno. Não são só ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas ou espreitam os que se vão banhar,
para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis
encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com
manha, já com força, roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e
reinos; os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados,
estes furtam e enforcam. Diógenes, que tudo via com mais aguda vista que os outros homens, viu que uma grande
tropa de varas e ministros de justiça levavam a enforcar uns ladrões, e começou a bradar: “Lá vão os ladrões grandes
enforcar os pequenos.” Ditosa Grécia, que tinha tal pregador! E mais ditosas as outras nações, se nelas não padecera
a justiça as mesmas afrontas. Quantas vezes se viu em Roma ir a enforcar um ladrão por ter furtado um carneiro, e
no mesmo dia ser levado em triunfo um cônsul, ou ditador, por ter roubado uma província! E quantos ladrões teriam
enforcado estes mesmos ladrões triunfantes? De um chamado Seronato, disse com discreta contraposição Sidônio
Apolinar: “Seronato está sempre ocupado em duas coisas: em castigar furtos, e em os fazer.” Isto não era zelo de
justiça, senão inveja. Queria tirar os ladrões do mundo, para roubar ele só.
(Antônio Vieira. Essencial Padre Antônio Vieira, 2011. Adaptado.)

CFO- 2018 Depreende-se do sermão que


(A) aqueles que furtam para comer não deveriam ser considerados ladrões.
(B) não se deveria distinguir aqueles que roubam pouco daqueles que roubam muito.
(C) aqueles que roubam a mando dos reis não deveriam ser considerados ladrões.
(D) não se deveria perder de vista a motivação dos furtos na determinação de sua gravidade.
(E) aqueles que furtam governantes desonestos não deveriam ser considerados ladrões.

CFO -2018 24 Endossando a avaliação de Sidônio Apolinar, Vieira caracteriza Seronato como
(A) arrogante.
(B) confuso.
(C) desconfiado.
(D) desastrado.
(E) hipócrita.

CFO- 2018 Tendo em vista o gênero literário empregado e os recursos retóricos mobilizados, o objetivo do autor é
(A) ludibriar seus ouvintes.
(B) elogiar seus ouvintes.
(C) persuadir seus ouvintes.
(D) humilhar seus ouvintes.
(E) entreter seus ouvintes.
VARIAÇÃO E NORMA
(VUNESP – 2021) Pogressio, pogressio. Eu sempre iscuitei falar, que o pogressio vem do trabaio. Então amanhã cedo,
nóis vai trabalhar. Agora iscuitando o conselho das mulher. Pogressio, pogressio. Eu sempre iscuitei falar, que o
pogressio vem do trabaio. Então amanhã cedo, nóis vai trabalhar.
(Adoniran Barbosa, “Conselho de mulher”. https://www.vagalume.com.br. Adaptado)

A opção do eu lírico por uma variante de língua muito próxima à oralidade


a) resulta em uma linguagem informal e artificial.
b) confere realismo e dinamicidade à sua linguagem
c) explora termos de uma linguagem decadente.
d) enaltece a clareza da linguagem formal.
e) desprestigia a linguagem pouco elaborada.

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