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REVISTA DO

Instituto
Paraibano de
Genealogia e
Heráldica

Ideia – João Pessoa – Nº 23 – 2021


Revista do Instituto Paraibano
de Genealogia e Heráldica

Fundado em 19 de novembro de 1967

Coordenadores:
Teldson Douetts Sarmento
Edinaldo Cordeiro Pinto Júnior
Cícero Caldas Neto
Marinalva Freire da Silva
Natércia Suassuna Dutra

Diagramação:
Edinaldo Cordeiro Pinto Júnior

Correção dos textos:


Os Autores

Editoração eletrônica/Capa:
Magno Nicolau

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD


R454 Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica
[Recurso eletrônico]. Organizadores: Teldson Douetts
Sarmento, Edinaldo Cordeiro Pinto Júnior, Cícero Cal-
das Neto, Marinalva Freire da Silva. – Dados eletrôni-
cos - João Pessoa: Ideia, 2021.
14 mb. pdf
ISSN 2594-6684
1. Genealogia. 2. Instituto Paraibano de Genealogia e
Heráldica. 3. Histórias de família. I. Título.

CDU 929.52(813.3)
Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária Gilvanedja Mendes, CRB 15/810

EDITORA
www.ideiaeditora.com.br
contato@ideiaeditora.com.br
S U M Á R I O

BRASÃO DE ARMAS DO I.P.G.H...................................................... 7


A P R E S E N T A Ç Ã O ................................................................ 9
GALERIA DOS PRESIDENTES DO IPGH ................................................ 11
COLEGIADO - IPGH ........................................................................... 12
HOMENAGEM À CONFREIRA NATÉRCIA SUASSUNA DUTRA ............... 14
NATÉRCIA SUASSUNA DUTRA: UM FIO PARTIDO ............................... 17
CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE DEUSDEDIT DE VASCONCELOS
LEITÃO ............................................................................................. 20
DOMINGOS DE AZEVEDO RIBEIRO NO SEU CENTENÁRIO DE
NASCIMENTO.................................................................................. 23
APONTAMENTOS HISTÓRICO-GENEALÓGICOS PARA OS
PEREIRA/OLIVEIRA DE CASTRO DA VILA MAIA DE
BANANEIRAS (PB) ........................................................................... 46
EURIVALDO CALDAS TAVARES NO SEU CENTENÁRIO DE
NASCIMENTO................................................................................ 123
UM ROTEIRO PARA A DESCENDÊNCIA DE ANTÔNIO ARRUDA
CÂMARA E TACIANA AUGUSTA BAHIA ARRUDA CÂMARA.......... 147
GUIOMAR TRAVASSOS CHIANCA ................................................. 188
EPAMINONDAS CÂMARA: UMA HISTORIOGRAFIA SINGULAR .... 237
HERMANO JOSÉ: ARTE, CULTURA E ECOLOGIA ........................... 254
ITINERÁRIO HERÁLDICO DA PARAÍBA CATÓLICA ........................ 277
ENTRE LIVROS DE EVENTOS VITAIS E OUTROS DOCUMENTOS:
RELATOS DE EXPERIENCIAS .......................................................... 296
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INSTITUTO PARAIBANO DE GENEALOGIA E HERÁLDICA


Fundado em 19 de novembro de 1967

BRASÃO DE ARMAS DO I.P.G.H.

Escudo: de azul, seis pães de açúcar de ouro, dispostos em roque-


te. Chefe de ouro gotejado de vermelho.

Lema: FONTES COLAMUS NOSTROS. Letras em ouro sobre listel


de azul.
SUMÁRIO
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INSTITUTO PARAIBANO DE GENEALOGIA E HERÁLDICA

Fundado em 19 de novembro de 1967


Considerado de Utilidade Pública pela Lei Estadual nº 8.769/2009
e pela Lei Municipal nº 11.348/2008

DIRETORIA ELEITA EM 26 DE OUTUBRO DE 2018


TRIÊNIO 2018 – 2021

Diretoria:
Presidente Teldson Douetts Sarmento
Vice-Presidente Natércia Suassuna Dutra
Secretário João Abelardo Lins Barreto
Tesoureiro Edinaldo Cordeiro Pinto Júnior
Bibliotecário/Arquivista Adauto Ramos

Conselho Fiscal:
Berilo Borba
Cícero Caldas Neto
Ricardo Bezerra

Suplentes:
Joaquim Osterne Carneiro
Victória Chianca
Zilma Ferreira Pinto

Comissão de Admissão de Sócios:


Guilherme d’Ávila Lins
Humberto Fonseca de Lucena
Maria do Socorro Xavier

Comissão de Cultura e Divulgação:


Edinaldo Cordeiro Pinto Júnior
Natércia Suassuna Dutra
Marinalva Freire da Silva
Maria do Socorro Xavier
Teldson Douetts Sarmento

SUMÁRIO
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A PRE SE NTAÇ ÃO

vida nos apresenta momentos desafiadores. Dentro das

A individualidades, a cada um, de contextos diversos de


cultura, de raça, de estrutura pessoal e social. Os anos de
2020 e 2021 nos trouxeram um desafio mundial, que a
todos igualou, nas linhas da desconhecida e trágica pan-
demia. A Covid19 nos delineou uma perspectiva diferente de vi-
ver. Mesmo com toda a tecnologia e avanço científico, o mundo fez
uma pausa para refletir!
Dentro desse contexto, as pessoas e instituições tiveram
que se adaptar e algumas até se reinventar. Os encontros do IPGH,
que eram mensais e presenciais, não puderam seguir seu curso
normal. Passamos a utilizar as ferramentas virtuais que se apre-
sentaram, para manter nossas comunicações.
Sim, 2021 foi um ano diferente. Será lembrado pelas futuras
gerações e perscrutado pela história e ciência. No campo das pes-
quisas genealógicas, esse ano sabático tem sido de um mergulho
nas fontes virtuais e físicas, aproveitando o distanciamento para
um debruçamento mais profundo nas fontes de pesquisas.
A Revista IPGH nº 23 traz aos leitores e leitoras uma prova
das águas desse poço de informações. As primeiras matérias tra-
zem uma homenagem justa e fiel à nossa confreira Natércia Suas-
suna Dutra, que nos deixou para o plano Celestial. Natércia estava
conosco nessas duas gestões como Vice Presidente. Uma dolorosa
perda para todos, porém, uma lição de vida e amor pela genealo-
gia. Também trazemos nesse número homenagens a dois funda-
dores desta escola: Deusdedit Vasconcelos Leitão e Domingos de
Azevedo Ribeiro. Dois CENTENÁRIOS dignamente lembrados
pelos autores Teldson Douetts Sarmento, Cícero Caldas Neto e

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Elmano Cunha Ribeiro (filho de Domingos). O confrade Edinaldo


Cordeiro Pinto Junior nos brinda com uma espetacular pesquisa
sobre os Pereira/Oliveira de Castro da Vila Maia de Bananeiras; O
Centenário de Nascimento do Mons. Eurivaldo Caldas Tavares,
ex-membro do IPGH, é lembrado pelo confrade Cícero Caldas Ne-
to com muito zelo; O membro correspondente Gustavo José Bar-
bosa nos apresenta um Roteiro para a descendência de Antônio
Arruda Câmara e Taciana Augusta Baia Câmara; A confreira Ma-
ria das Victória Chianca traz a vida e obra de Guiomar Travassos
Chianca; A historiografia singular de Epaminondas Câmara é a
peça da confreira Maria do Socorro Cardoso Xavier; O confrade
Nemésio Gomes Cavalcanti nos presenteia com a Arte, Cultura e
Ecologia de Hermano José. No Itinerário Heraldico da Paraíba
Católica, um primoroso trabalho do heraldista Cícero Caldas Neto;
Flauber Barros Leira, Correspondente do IPGH em Dubai, com-
partilha suas pesquisas entre livros de eventos vitais e outros do-
cumentos.
Destacamos, por oportuno, e também registramos, os 130
anos de nascimento de Analice Caldas, primeira genealogista pa-
raibana, Patrona da Cadeira 23 deste sodalício. Ela nasceu na cida-
de de Alagoa Grande (PB) em data de 30/11/1891 e faleceu em
desastre aeronáutico no dia 15/02/1945 no Estado de Minas Ge-
rais.
Esta revista está um verdadeiro tesouro de estudos e pes-
quisas. Editada no ultimo ano de nossa gestão à frente do IPGH,
sairei com felicidade do dever cumprido. Outros darão continui-
dade a esse trabalho, que é um sacerdócio de dedicação e amor à
causa da Genealogia e da Heráldica.
Gaudium Officii!!!
Boa leitura!
Teldson Douetts Sarmento
Presidente do I.P.G.H.

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GALERIA DOS PRESIDENTES DO IPGH


Sessão de Fundação Diretoria Provisória
1ºPresidente

Manuel Maia Sebastião Sinval

PRESIDENTES ELEITOS

Humberto Nóbrega Américo Maia Sabiniano Maia Deusdedit Leitão

Domingos Azevedo Adauto Ramos Guilherme d`Ávila Natércia Suassuna

ATUAL PRESIDENTE: 2018-2021

Teldson Douetts Sarmento


SUMÁRIO
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COLEGIADO - IPGH
CADEIRAS E RESPECTIVOS PATRONOS

CADEIRAS PATRONO
01 Trajano Pires da Nóbrega
02 Manuel Maia de Vasconcelos
03 Wilson Nóbrega Seixas
04 Antônio Pereira de Almeida
05 José Leal Ramos
06 Antônio Vitoriano Freire
07 Sebastião de Azevedo Bastos
08 João Franca Filho
09 Robson Duarte Espínola
10 Padre Florentino Barbosa
11 Carmen Coelho de Miranda Freire
12 Maurílio Augusto de Almeida
13 Raimundo Suassuna
14 João Rolim da Cunha
15 Américo Sérgio Maia
16 Humberto Carneiro da C. Nóbrega
17 Antônio Tancredo de Carvalho
18 Nivalson Miranda
19 Walter Sarmento de Sá
20 Domingos de Azevedo Ribeiro
21 Luiz Hugo Guimarães
22 Deusdedit de Vasconcelos Leitão
23 Analice Caldas
24 Olivina Olívia Carneiro da Cunha
25 Rosilda Cartaxo
26 Luiz de Barros Guimarães
27 Lylia Guedes
28 Sabiniano Alves do Rego Maia
29 Elpídio Josué de Almeida
30 Heronides Alves Coelho Filho

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CADEIRAS OCUPADAS
Cadeira 01 – Fundador: Adauto Ramos
Patrono: Trajano Pires da Nóbrega
Cadeira 02 – Fundador: Guilherme Gomes da Silveira d`Ávila Lins
Patrono: Manuel Maia de Vasconcelos
Cadeira 03 – Fundadora: Maria do Socorro Cardoso Xavier
Patrono: Wilson Nóbrega Seixas
Cadeira 04 – Fundador: Thomas Bruno Oliveira
Patrono: Antonio Pereira de Almeida
Cadeira 05 – Fundador: Berilo Ramos Borba
Patrono: José Leal Ramos
Cadeira 06 – Fundador: Ricardo Bezerra
Patrono: Antônio Vitoriano Freire
Cadeira 09 – Fundador: Nemésio Gomes Cavalcanti
Patrono: Robson Duarte Espínola
Cadeira 11 – Fundadora: Marinalva Freire da Silva
Patrona: Carmen Coelho de Miranda Freire
Cadeira 12 – Fundador: Joaquim Osterne Carneiro
Patrono: Maurílio Augusto de Almeida
Cadeira 13 – Fundadora: Natércia Suassuna Dutra
Patrono: Raimundo Suassuna
Cadeira 15 – Fundador: João Abelardo Lins Barreto
Patrono: Américo Sérgio Maia
Cadeira 17 – Fundador: Edinaldo Cordeiro Pinto Júnior
Patrono: Antônio Tancredo de Carvalho
Cadeira 19 – Fundador: Teldson Douetts Sarmento
Patrono: Walter Sarmento de Sá
Cadeira 20 – Fundador: Elmano Cunha Ribeiro
Patrono: Domingos de Azevedo Ribeiro
Cadeira 21 – Fundador: Humberto Fonseca de Lucena
Patrono: Luiz Hugo Guimarães
Cadeira 22 – Fundadora: Maria das Victórias Chianca
Patrono: Deusdedit de Vasconcelos Leitão
Cadeira 23 – Fundador: Cícero Caldas Neto
Patrona: Analice Caldas
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HOMENAGEM À CONFREIRA
NATÉRCIA SUASSUNA DUTRA
Teldson Douetts Sarmento1

atércia Suassuna Dutra

N nasceu na cidade de Cato-


lé do Rocha (PB) em data
de 06/11/1941 e faleceu
na cidade de João Pessoa
(PB) em data de 02/06/2021. No
pleno exercício da vice-
presidência do IPGH, Natércia foi
chamada pelo Eterno, nos dei-
xando uma grande lacuna de
saudade.
Pertencia ao Instituto His-
tórico e Geográfico Paraíbano -
IHGP, onde ocupava a Cadeira nº
13, à Academia de Letras e Artes do Nordeste - ALANE e também
ocupava a cadeira nº 13 do IPGH, que tem como patrono João Su-
assuna.
De personalidade marcante, mulher virtuosa, séria, íntegra,
amiga e leal. Natércia era um exemplo para nós. Organizada e me-
tódica em todos os seus empreendimentos. Durante duas gestões à
frente do IPGH tive a honra de ter Natércia como vice-presidente.
Não houve ocasião em que não estivesse pronta para ajudar.
No ano de 2017 realizamos as festividades do Jubileu de
Ouro e Natércia foi essencial na organização dos eventos, inclusi-
ve na homenagem conjunta da Assembléia Legislativa da Paraíba

1
Membro Efetivo do IPGH, ocupante da Cadeira Nº 19.
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e da Câmara Municipal de João Pessoa. O lançamento de nossa


Revista IPGH nº 19 (Edição comemorativa) ocorreu no auditório
do CEJUS.
No dia 09/07/2021, conjuntamente com o IHGP, o IPGH
realizou homenagem póstuma à Natércia, com transmissão ao
vivo pelo youtube. Presidiu o evento virtual o Vice Presidente do
IHGP historiador Jean Patrício. Participaram ainda, o historiador
Humberto Fonseca, representando o IHGP, o genealogista Teldson
Douetts, representando o IPGH, e o empresário Saulo Parente re-
presentando a família da homenageada.
Ao longo da vida, Natércia publicou várias obras, dentre as
quais destacamos:
• Uma estirpe sertaneja
• História de duas vidas
• Logradouros da Grande João Pessoa
• Presidente João Suassuna
• Américo Sergio Maia
• Professor Raimundo Suassuna
• Ele, Eu, Nós dois
• Antônio Gomes – Professor do RN
• Jubileu de Ouro do Jardim Glória (650 pág.)
• Destacados artigos para a Revista do Instituto Paraibano de
Genealogia e Heráldica - IPGH.
Natércia foi a primeira mulher a exercer a Presidência do
Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica (2006 a 2009), onde
também ocupou os cargos de Vice Presidente, por 2 gestões; Bibli-
otecária Arquivista; Vice Tesoureira e Secretária.
Era muito bem relacionada na sociedade e no ambiente
familiar uma coluna. Extremamente zelosa e apaixonada pela fa-
mília. Falava com muito orgulho da sua história e da geração dos
seus antepassados, importantes vultos da história paraibana.
Mas, a maior obra de Natércia não foi escrita com papel e
tinta. Deixou gravado no coração de uma multidão de pessoas,

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amigos e familiares, com letras indeléveis, que QUANDO SE AMA


se é ETERNIZADA!
Natércia Suassuna Dutra, sempre viva em nossa memória e
na história.

Painel de transmissão da homenagem virtual em memória de Natércia


Suassuna Dutra.
Endereço para visualização da transmissão gravada:

https://www.youtube.com/watch?v=GgPpOq0DFOU&t=1913s

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NATÉRCIA SUASSUNA DUTRA


UM FIO PARTIDO
João Abelardo Lins Barreto1

Natércia, homenageada em arte de J. Barreto.

1
Membro Efetivo do IPGH, ocupante da Cadeira No. 15.
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Um Fio Partido

lguém já afirmou: “nossa vida são os outros”. Há muita

A
lógica nessa afirmação, uma vez que não conseguiríamos
narrar com exatidão nossas vidas sem citar aqueles que
delas participaram. Assim como qualquer uma das pessoas
por nós citadas nos incluiria em sua biografia pelo papel
que nela desempenhamos. O mesmo se pode dizer de grupos e
instituições em relação a seus membros. Decorre desse raciocínio
que dificilmente se poderia contar a história de uma sociedade
sem se citar seus membros e seus legados. É, pois, impossível fa-
lar-se do IPGH sem o devido destaque daquela que foi associada,
secretária, presidente, vice-presidente e, acima de tudo, amiga de
todos os confrades – NATÉRCIA SUASSUNA.
Poderia citar suas contribuições como genealogista e histo-
riadora que foi; lembrar sua participação em todos os eventos co-
mo colaboradora e incentivadora, chegando, em alguns momentos,
a oferecer sua própria residência para nossas reuniões. Prefiro,
porém, a imagem de Natércia, a amiga.
Quando aqui cheguei, trazido pelo saudoso Nivalson Mi-
randa, fui de imediato adotado por ela como amigo. Amigo que,
em suas buscas nos escaninhos de seus guardados genealógicos,
ela encontrou meios de tornar parente. Dessa forma além de con-
frade e amigo fui incluído no refinado ambiente de seu parentesco,
passando a ser chamado de primo. Não foram poucos os momen-
tos em que, levado por problemas particulares, me vi tentado a
afastar-me de nosso grupo e, graças ao seu apoio moral aqui per-
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maneci. Recentemente, a historiadora, encontrando em mim qua-


lidades que desconheço convidou-me para um trabalho a “quatro
mãos” – um estudo sobre os casarões de nossa cidade, no qual ela
cuidaria do histórico e eu da parte física, fazendo o desenho dos
mesmos. Infelizmente sua partida para as esferas superiores inter-
rompeu temporariamente o projeto que, será sem dúvida levado a
termo com a participação dos confrades Elmano e Cícero Caldas
que se declararam solidários.
Sabemos que ninguém é insubstituível, mas no caso pre-
sente não se faz necessária uma substituição. Que fique a sua vaga.
Afinal o nosso I. P. G. H. pode ser comparado a um forte tecido
formado pelo entrelaçamento de seus membros que, unidos pelo
respeito, pela amizade e solidariedade, são os fios que o compõe.
Com a ausência de Natércia um fio se partiu. Cabe-nos, portanto,
evitar que esse tecido se esgarce, mantendo viva a memória da
confreira e amiga Natércia Suassuna Dutra.

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CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE
DEUSDEDIT DE VASCONCELOS LEITÃO
Teldson Douetts Sarmento1

eusdedit de Vasconcelos Leitão nasceu na cidade de Caja-

D
zeiras (PB), em data de 07/05/1921, e faleceu na cidade de
João Pessoa (PB), em data
de 30/03/2010. Filho de
Eliziário Gomes Leitão e
de Maria Madalena de
Vasconcelos Leitão.
Professor em Cajazeiras e
Sousa. Chefe do Gabinete Civil
no governo Ivan Bichara; Oficial
de Gabinete nas Secretarias de
Agricultura e de Viação e Obras
Públicas; Diretor do Serviço Cen-
tral de Administração da Secreta-
ria das Finanças. Exerceu, interi-
namente, os cargos de Secretário
das Finanças e de Educação e Cul-
tura. Foi membro do Conselho Estadual de Cultura, da Academia
Paraibana de Letras - APL, do Instituto Histórico e Geográfico Pa-
raibano – IHGP. Casado com Maria César de Vasconcelos.

1
Membro Efetivo do IPGH, titular da Cadeira Nº 19.
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Obras publicadas, entre outras:


• A Família Sá no Município de Sousa;
• O Ensino Público na Paraíba;
• Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda – 1832/1853;
• História do Tribunal de Justiça da Paraíba;
• Ruas de Tambaú;
• Coriolano de Medeiros;
• Eliziário Leitão – Ascendentes e Descendentes;
• Fontes Colamus Nostros;
• Santa Luzia – Aspectos históricos
• Inventário do Tempo – Memórias.

Em 19 de novembro de 1967, com outras 35 personalidades


da nossa Paraíba, fundou o Instituto Paraibano de Genealogia e
Heráldica – IPGH. Na Primeira Diretoria Provisória do IPGH as-
sumiu a função de Secretário; na Segunda Diretoria Provisória foi
designado para Secretário Geral. Foi presidente do IPGH por duas
gestões.
No ano de 2017, por ocasião das comemorações do Jubileu
de Ouro (50 anos de fundação) do IPGH, o Presidente Teldson
Douetts Sarmento propôs e foi aprovado para a instituição a sub-
denominação de “CASA DE DEUSDEDIT LEITÃO” em home-
nagem ao seu idealizador e fundador.
Neste ano de 2021 comemoramos o CENTENÁRIO DE
NASCIMENTO deste importante e destacado historiador e genea-
logista paraíbano. Deusdedit fundamentava suas pesquisas nas
fontes fidedignas, tendo sido um perspicaz pesquisador dos ar-
quivos paroquiais e cartoriais.
O Colegiado do IPGH, composto de 30 cadeiras, tem
DEUSDEDIT DE VASCONCELOS LEITÃO como patrono da ca-
deira nº 22, atualmente ocupada pela escritora Victória Chianca.
Nas comemorações deste centenário de nascimento a confreira
Victória Chianca publicou um trabalho sob o título: O ITINERAN-
TE – Memórias de Deusdedit de Vasconcelos Leitão.
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Conjuntamente com o IHGP, o IPGH participou, no dia


07/05/2021, da homenagem ao CENTENÁRIO DE NASCIMEN-
TO de Deusdedit de Vasconcelos Leitão, com transmissão ao vivo
pelo youtube. Presidiu o evento virtual o Vice Presidente do IHGP,
historiador Jean Patrício. Foram painelistas: Fernando Moura –
Presidente da Fundação Casa de José Américo; Des. Federal Ale-
xandre Luna Freire, representando a Academia Paraibana de Le-
tras; o genealogista Teldson Douetts Sarmento, representando o
Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica – IPGH e Wilton
César Leitão, filho do homenageado, que representou a família.
Deusdedit de Vasconcelos Leitão – Vivo em nossa memória
e história.

Painel de transmissão da homenagem virtual em homenagem ao


CENTENÁRIO DE NASCIMENTO de Deusdedit de Vasconcelos
Leitão.

Endereço para visualização da transmissão, disponível no canal do


IHGP no youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=Ir2hpnohDq4

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DOMINGOS DE AZEVEDO RIBEIRO


NO SEU CENTENÁRIO DE NASCIMENTO
Cicero Caldas Neto e
Elmano Cunha Ribeiro1

“A alma é o único diploma do artista; sem ela, então, sem


aquelas figurações que caracterizam o autor,
a obra de arte é apenas mecânica, vitalizada,
somente, pelos valores técnicos.
É preciso o espírito humano funcionar
em imaginação, que é a ação criadora”.
Domingos de Azevedo Ribeiro

1
Membros Efetivos do IPGH.
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omingos de Azevedo Ribeiro nasceu na povoação de

D
Pirpirituba (hoje cidade), no município de Guarabira
(PB), no dia 18 de agosto de 1921, filho de Pedro Ribeiro
Cavalcanti e Maria de Azevedo Ribeiro. Batizou-se na
Capela de Pirpirituba em 11 de novembro de 1921, tendo
como padrinhos Severino Cavalcanti de Azevedo e Adal-
giza Guedes Cavalcanti. Faleceu na cidade de João Pessoa no dia
28 de maio de 2009, quando contava 87 anos de idade.
Foi casado com Maria Célia da Cunha Ribeiro, matrimônio
que gerou os filhos Elmano Cunha Ribeiro (casado em segundas
núpcias com Maria Liduina de Sousa Araruna), Sérgio Cunha de
Azevedo Ribeiro, Eliane de Fátima Cunha Ribeiro Alencar (casada
com Jefferson da Silva Alencar), Selma Cunha Ribeiro de Athayde
(casada com o médico Rodolfo Athayde), Tânia Cunha de Azeve-
do Ribeiro Varandas (casada com Edival Toscano Varandas), Ro-
berto Cunha de Azevedo Ribeiro e Domingos de Azevedo Ribeiro
Júnior.
Seus estudos primários se deram nos Grupos Escolares
“Santo Antônio”, “Isabel Maria das Neves” e “João Pessoa”; estu-
dou no Colégio Porto Carreiro, em Recife, e concluiu o secundário
no Lyceu Paraibano. Durante essa fase estudantil, exerceu os car-
gos de secretário do Grêmio Literário Casimiro de Abreu, vice-
presidente do Grêmio Literário Coelho Lisboa, presidente do Cen-
tro Cultural Augusto dos Anjos, do Centro Aviatório Santos Du-
mont e do Centro Estudantil da Paraíba. Foi diretor da Escola Cen-
trista 21 de Setembro, onde lecionou a disciplina de geografia.
Como atleta não se destacou, mas buscou sempre participar
na organização dos eventos através dos cargos que exerceu nas
diretorias de organizações esportivas, como secretário do Humaitá
Esporte Clube e presidente do Tabajara Esporte Clube, agremiação
instalada na Rua das Trincheiras que contava com biblioteca, salão
de jogos e campo esportivo.

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Foi nessa época que iniciou as suas atividades literárias e


musicais participando do Coral Carlos Gomes e do Coral Villa
Lobos, este dirigido pelo professor Gazzi de Sá. Tornou-se amigo
do musicólogo Mário de Andrade quando, em 1938, esteve de pas-
sagem por João Pessoa e estimulou Domingos a estudar música.
Vocacionado, decide Domingos aprofundar seus conhecimentos
musicais e passa a coletar farto material para subsidiar as suas
pesquisas, notadamente aqueles relacionados às bandas de músi-
cas na Paraíba. Todo o material, composto por mais de sete mil
peças, foi posteriormente doado à Fundação Espaço Cultural José
Lins do Rego/FUNESC e colocado à disposição do público através
do Centro de Documentação e Pesquisa Musical José Siqueira, cri-
ado e coordenado por ele durante vários anos.
Convocado, em 1942, para servir ao Exército Brasileiro, no
auge da Segunda Guerra Mundial, serviu no 15º Regimento de
Infantaria e participou do contingente do Quartel General da 2ª
Brigada de Infantaria Militar, onde se especializou em minas ter-
restres. Não chegou a ir ao front de guerra na Europa, mas ficou
aquartelado em área tida como Zona de Guerra, o que lhe trouxe
algumas vantagens funcionais posteriormente como 2º Sargento.
Foi agraciado com o diploma de Amigo do Batalhão, entregue pelo
comandante do 15º BIMtz, Regimento Vidal de Negreiros, Coronel
Ruy Cesar Brandi da Silva, em 1 de agosto de 2001.
Após concluir seus estudos no Lyceu Paraibano, exerceu a
profissão de pracista na área de medicamentos, visitando médicos
e hospitais divulgando produtos farmacêuticos do Laboratório
Clímax, com sede em São Paulo. No mesmo período, ajudou a
fundar e fez parte do Sindicato dos Vendedores e Viajantes do
Comércio do Estado da Paraíba, tendo ocupado o cargo de secretá-
rio de 1964 a 1966.
Foi um dos mais ativos membros do Instituto Paraibano de
Genealogia e Heráldica, onde ingressou em 01 de junho de 1974 e
recebeu a carteira de associado número 20, nele ocupou vários
cargos, inclusive a presidência em duas oportunidades. Assumiu a
Vice-presidência por duas vezes, nas administrações do professor
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Deusdedit Leitão, no período 1979/1985. Sua primeira gestão, co-


mo o 7º Presidente, no triênio 1985/1988, foi coroada de êxitos.
Nela, numa memorável sessão do dia 26 de abril de 1986, foram
lançadas as plaquetas "O Banzo de Marait", de Adauto Ramos, e
"Os Ancestrais da Praia do Seixas", da professora Maria Alice de
Seixas Maia Gouveia, e feita a primeira posse coletiva de 17 mem-
bros, que foram saudados pelo professor Humberto Melo, em no-
me do IPGH, cabendo à escritora Mariana Soares fazer o agrade-
cimento em nome dos empossados. Foram recebidos como Mem-
bros os escritores Raimundo Nonato Batista, Waldermar Bispo
Duarte, Oliveiros Fernandes de Oliveira, Fernando Barbosa, Adau-
to Ramos, EIcir Agrícola Dias, Maria de Fátima Araújo Gurgel,
Mariana Cantalice Soares, Anice de Brito Lira Oliveira, Maria Bali-
la Palmeira, Maria das Graças Moreira Coutinho, Margareth Araú-
jo Asfora, Ilka Lucena, Carmen Isabel Carlos SiIva, Maria Alice de
Seixas Maia, Maria das Neves Pessoa de Aquino Franca e Maria
das Victórias Chianca.
Incansável, Domingos retomou, precisamente em maio de
1986, a circulação do Boletim de Notícias, embrião da hoje Revista
do IPGH, assumindo a editoria juntamente com a jornalista Fátima
Araújo, nos primeiros números, e após com Adauto Ramos. Seu
segundo mandato foi no triênio 1988/1991.
Nessa mesma época, se torna vice-presidente do Instituto
Histórico e Geográfico da Paraíba e também se associa ao Colégio
Brasileiro de Genealogia, com sede no Rio de Janeiro, ao Instituto
Genealógico Brasileiro (SP) e da Academia de Letras de Campina
Grande (PB).
Atualmente, homenageou-lhe o IPGH apondo o seu nome
como patrono da Cadeira N.º 20 do Colegiado, ocupada pelo seu
filho Elmano da Cunha Ribeiro.
Sua atividade social era intensa, o que o levou a pertencer
ao quadro social dos mais importantes clubes da cidade, tornando-
se Diretor de Cultura, ora no esporte Clube Cabo Branco, ora no
Clube Astréa. No Cabo Branco também foi sub-diretor do Depar-
tamento do Patrimônio.
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Em setembro de 1981, a Câmara Municipal de João Pessoa


outorgou-lhe o título de Cidadão Pessoense (Resolução Nº 40, de
09 de setembro de 1981) “em reconhecimento aos assinalados ser-
viços prestados a esta Capital, através da música, educação e cul-
tura”.
Também foi nomeado, por portaria do governo estadual,
para chefiar a Coordenadoria de Museus do Estado da Paraíba, em
02 de abril de 1982. Pertenceu aos quadros da Associação Paraiba-
na de Imprensa, da Academia Brasileira de História e fundou a
Academia Paraibana de Música, na qual exerceu a presidência por
vários anos. No ano de 1984, na Academia de Letras Municipais
do Brasil – Seção da Paraíba, exerceu o cargo de Vice-presidente.

Em que pese toda essa


enorme participação nas ativida-
des sócio-literárias, a vocação de
Domingos era mesmo a música, a
ela dedicando-se com afinco até o
final dos seus dias. Na área musi-
cal, dirigiu a Orquestra Sinfônica
da Paraíba em sua fase amadora,
nos idos de 1952 até 1965; foi fun-
dador e primeiro presidente da
Orquestra de Câmara de João Pes-
soa; um dos fundadores do Con-
servatório Paraibano de Música; exerceu o cargo de Coordenador
de Música da Diretoria Geral de Cultura da Secretaria da Educa-
ção e Cultura do Estado.
Na Academia Paraibana de Música, entidade fundada em
04 de dezembro de 1995 por ele e um grupo de músicos, foi presi-
dente e ocupou a Cadeira N.º 01, tendo como Patrono o maestro
José de Lima Siqueira.

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DOMINGOS E A SOCIEDADE DE CULTURA MUSICAL

Era membro da Sociedade de Cultura Musical da Paraíba,


entidade que ajudou a fundar quando ainda era estudante do
Lyceu Paraibano. Na opinião de Domingos, foi a Sociedade o em-
brião da Orquestra Sinfônica da Paraíba, que nasceu a 4 de no-
vembro de 1945.
Revivendo essa fase da Sociedade de Cultura Musical, que
chegou a funcionar na sede da Associação Paraibana de Imprensa,
Domingos deu depoimento ao historiador Wellington Aguiar, pu-
blicado no jornal A União de 3 de dezembro de 1983, revelando
que:

“a ideia da fundação da Sociedade foi do jornalista


Oduvaldo Batista, que logo após a sua eleição para a
presidência da instituição, renunciou ao cargo alegan-
do questões particulares, quando assumiu a vaga o
professor Afonso Pereira”.

No citado artigo, o jornalista Wellington Aguiar informa


que a primeira ata da sessão pioneira da Sociedade registra a com-
posição do grupo fundador com a participação de, além do pri-
meiro presidente Oduvaldo Batista, dos senhores Sílvio Browne,
Olavo Parente, Hamilton Pequeno, Luiz Hugo Guimarães, Durva-
nil Carvalho, Olivardo Batista, Severino Pereira de Araújo e Almir
de Araújo Sá.
Segundo Domingos, também fizeram parte da entidade
Carlos Romero, Péricles Leal, Joacil Pereira, Olivina Olivia Carnei-
ro da Cunha, Cleantho Torres, maestro Francisco Picado, João Ga-
delha Cabral, Jader Lessa Feitosa, Paulo Navarro, Francisco Troc-
coli e Juarez da Gama Batista.
Sob a tutela da Sociedade de Cultura Musical, e sob a coor-
denação de Domingos, foi promovido o Iº Congresso de Música do
Nordeste, em João Pessoa, que reuniu renomadas figuras, como o
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pianista Waldemar de Almeida, pai do violinista Cussy de Almei-


da, que tocou e fez conferência; dos também pianistas Alexandre
Orlowski, Zelita e Margarida Parente, do Conservatório de Música
da Bahia, além do maestro Barkokebas, que trouxe o Coral do Co-
légio Marista.
Seu amor à música o levou a fazer parte da Sociedade Bra-
sileira de Musicologia, sediada em São Paulo; foi membro do Cen-
tro Nordestino de Pesquisa e Musicologia, com sede em Recife,
chegando a assumir a Vice-presidência.

DOMINGOS E A JUSTIÇA DO TRABALHO

Em 1967, com o apoio do juiz Clóvis Lima, então presidente


da Junta de Conciliação e Julgamento, foi nomeado Juiz Classista
de 1ª Instância representante dos empregados, função que exerceu
até 1981, quando se aposentou com os proventos de magistrado
(Ato TRT-082/82-A, de 20 de maio de 1982, publicado no DOEPE
de 05.06.82).
Por conta dessa função judicante, participou Domingos de
vários seminários de Direito realizados em João Pessoa, notada-
mente nas áreas de Direito do Trabalho e Direito Processual do
Trabalho, mantendo-se sempre atualizado com as normas legais
vigentes na área.
Pelos relevantes serviços prestados, foi condecorado, em 13
de novembro de 1991, com a comenda da Ordem do Mérito Judici-
ário do Trabalho.

DOMINGOS E O INSTITUTO HISTÓRICO

Por conta da sua intensa atividade cultural e presença cons-


tante nos jornais locais, onde publicava regularmente, Domingos
foi apresentado como candidato ao Instituto Histórico e Geográfi-
co Paraibano, através de requerimento datado de 19 de março de
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1977 assinado pelos historiadores Humberto Nóbrega, Eduardo


Martins, Eurivaldo Caldas Tavares, Lauro Xavier, Sinval Fernan-
des, Rosilda Cartaxo, Archimedes Cavalcanti, Joacil Pereira, Lau-
dimiro de Almeida e Deusdedit Leitão.
A sua proposta foi encaminhada à Comissão de Admissão
de Sócios, composta por Afonso Pereira (relator), Joacil Pereira e
Heronides Coelho, sendo aprovada por unanimidade pelos mem-
bros em 23 de abril de 1977. A eleição ocorreu na sessão ordinária
de 21 de maio de 1977, sob a presidência de Deusdedit de Vascon-
celos Leitão.
Tão logo recebeu a comunicação da sua eleição, Domingos
passou a frequentar assiduamente as sessões do Instituto, embora
tenha tomado posse apenas dois anos depois, a 19 de maio de
1979, quando foi saudado pelo professor Afonso Pereira da Silva,
então presidente da Academia Paraibana de Letras.
Em 9 de agosto de 1980 foi eleito para o cargo de Relações
Públicas, na gestão do historiador Lauro Pires Xavier, quando a
Diretoria tomou posse a 7 de setembro daquele ano no Restaurante
da Barragem Epitácio Pessoa, em Boqueirão, com mandato para o
triênio 1980/1983.
No mandato seguinte, 1983/1986, Domingos Ribeiro ocu-
pou o cargo de 1º Secretário, sob a presidência da historiadora Ro-
silda Cartaxo. A partir daí, permaneceu ocupando sucessivos car-
gos nas diretorias, tais como: Vice-presidente (1986/1989), 1º Se-
cretário (1989/1992 e 1992/1995), Secretário Geral (1995/1998), 2º
Secretário (1998/2001) e Membro do Conselho Fiscal (2001/2004).
Como Vice-presidente, de 19 de abril a julho de 1988, exer-
ceu interinamente a presidência do Instituto por ocasião do afas-
tamento do historiador Humberto Melo, quando demonstrou lar-
go tirocínio administrativo.
Foram 21 anos atuando na Diretoria, sempre se destacando
pela liderança e proatividade, qualidades somente esmaecidas a
partir de 2001, em razão de enfermidade. Mesmo assim, recluso

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voluntariamente em sua residência, continuou publicando artigos


na imprensa local.
O Instituto possuía seu Brasão, seu Lema e sua Bandeira.
Estava faltando um hino para completar os elementos simbólicos
representativos da instituição. O presidente Joacil Pereira, no final
do seu segundo mandato, sugeriu que se fizesse o Hino do Institu-
to, sendo a idéia aprovada. Ele mesmo encarregou-se de fazer a
letra, a qual foi musicada por Domingos de Azevedo Ribeiro.
Por toda a dedicação ao IHGP, foi agraciado com a Co-
menda José Maria dos Santos, a maior honraria da instituição.

Fac-simile da partitura da música do Hino do Instituto


Histórico e Geográfico Paraibano, de autoria de Domingos de
Azevedo Ribeiro.

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DOMINGOS E A HISTORIOGRAFIA DA MÚSICA PARAI-


BANA

Afirmava Luiz Hugo Guimarães ser Domingos um beletris-


ta, escrevendo para todos os jornais da Capital sobre assuntos di-
versificados. Todavia, a música predominava nos seus temas, no-
tadamente o movimento musical paraibano.
Foi ele quem divulgou o nome dos principais musicistas
paraibanos, enfatizando a vida e obra dos nossos compositores.
Num deles, registrou a presença quase desconhecida do composi-
tor Pedro Marinho, nascido em Princesa Isabel, engenheiro especi-
alista em prospecção mineral de solo, poliglota, que estudou com-
posição nos Estados Unidos, autor da famosa MISSA DO ABOIO,
conhecida internacionalmente e muito elogiada pela crítica musi-
cal. Pedro também era bacharel em música pela Universidade de
Chicago.
Teceu elogios aos expoentes da música paraibana, como o
maestro José de Lima Siqueira, segundo ele o mais erudito compo-
sitor paraibano; Joaquim Pereira de Oliveira, autor de inúmeros
dobrados tradicionais, que foi Mestre da Banda de Música do 22º
Batalhão de Caçadores (atual 15º BIMtz, em João Pessoa) e chegou
a Regente da Banda de Música da Academia Militar das Agulhas
Negras; Antonio Guedes Barbosa, pianista de renome internacio-
nal, que aos 13 anos de idade estreou como solista na Orquestra
Sinfônica Brasileira sob a regência de Eleazar de Carvalho; João
Eduardo Pereira, que também foi Mestre da Banda de Música do
22º Batalhão de Caçadores e era formado pelo Instituto Nacional
de Música, do Rio de Janeiro. Outros musicistas paraibanos não
foram esquecidos em vários de seus trabalhos editados, como Au-
gusto dos Anjos, Pedro Américo, Gazzi de Sá, Abdon Milanez e
João Pessoa.
Não descurou dos regentes das bandas de música espalha-
das pelo Estado, divulgando suas atividades, como o fez, por
exemplo, nas revistas do IHGP.

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Por toda essa intensa atividade e dedicação, Domingos é


considerado como o fundador da História Musical da Paraíba!

DOMINGOS E O HINO DA PARAIBA

Uma das preocupações de Domingos foi a de fazer conhe-


cidos os hinos paraibanos, e para tal desiderato não se furtou em
escrever livros, plaquetas e artigos os mais diversos. No tocante ao
Hino da Paraíba, suas pesquisas mostraram o caminho percorrido
para a feitura do principal hino paraibano, elucidando dúvidas
sobre a sua autoria.
Em plaqueta especial sobre o Hino Oficial da Paraíba, que
depois veio a transformar em livro, nos foi informado que o pri-
meiro Hino Oficial da Paraíba foi composto em 1895, de autoria do
mestre José Rodrigues Correia Lins, conhecido por Zé Grande,
nascido em Guarabira; a letra do médico Francisco Alves de Lima
Filho, nascido em Catolé do Rocha.
Foi no ano de 1902 que o maestro Camilo Ribeiro compôs o
Hino da Paraíba – 5 de Agosto; em 1903, o areiense Abdon Felinto
Milanez, engenheiro civil, compôs o hino paraibano, cuja letra per-
tence ao também areiense Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo,
irmão do famoso pintor Pedro Américo; em 1915, a partir da com-
posição de Abdon Milanez, o jornalista e poeta Carlos Dias Fer-
nandes colocou uma letra.
Apresentado pela 1ª vez no dia 30 de junho de 1905, foi
oficializado somente no ano de 1979, através do Decreto N.º 7.957,
de 2 de março de 1979, quando era governador Dorgival Terceiro
Neto.
Mas, como dito anteriormente, Domingos não se limitou a
divulgar apenas o Hino da Paraíba; ele lançou várias plaquetas
com os hinos de João Pessoa, de Campina Grande e de outros mu-
nicípios, coroando esse trabalho com um abrangente Hinário.

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A sua tendência musical não se limitava apenas à pesquisa,


dedicando grande parte do seu tempo à composição, sendo de sua
autoria a letra e música da “Marcha do IV Centenário da Paraíba”,
“Marcha do Centenário da Abolição da Escravatura”, valsa “Rosas
de Maio”, e o “Hino Oficial do Instituto Histórico e Geográfico
Paraibano”, com letra de Joacil Pereira.
O folclore paraibano foi outra área que Domingos se apro-
fundou, estudando os pastoris, tema que abordou em seu livro
“Pastoris Profano e Religioso”.

DOMINGOS E A SUA PRODUÇÃO INTELECTUAL

A produção literária, histórica e musical de Domingos foi


enorme, fazendo publicar dezenas de artigos em jornais e revistas,
plaquetas e livros, com cerca de 40 produções.
Vejamos alguns dos seus trabalhos publicados:
. Maximiano de Figueiredo. João Pessoa, ed. do autor, 1975.
. Hinos da Paraíba, Patos, Pombal, Cajazeiras, João Pessoa. João Pessoa,
SEC, 1976.
. Hinos da Paraíba, João Pessoa e Campina Grande. João Pessoa, ed. do
autor, 1976.
. Colégio Nossa Senhora das Neves. João Pessoa, ed. do autor, 1976.
. Gazzi de Sá. João Pessoa, SEC, 1977.
. João Pessoa e a Música. João Pessoa, SEC, 1978.
. Discurso de Posse no IHGP. João Pessoa, SEC, 1979.
. O compositor paraibano Batista Siqueira. In Revista do IHGP, n.º 22,
1979, pp. 148-155.
. Música e História. João Pessoa, ed. do autor, 1980.
. Antenor Navarro e a Revolução de 30. João Pessoa, SEC, 1981.
. O Músico João Eduardo. João Pessoa, ed. do autor, 1981.
. Coriolano de Medeiros e a Música. In Revista do IHGP, n.º 24, 1984,
pp. 41-46.
. Pedro Américo e a Música. João Pessoa, SEC, 1982.
. Hino da Independência do Brasil. João Pessoa, ed. do autor, 1982.
. Hino da Proclamação da República. João Pessoa, SEC, 1982.
SUMÁRIO
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. Marcha do IV Centenário da Paraíba. João Pessoa, SEC, 1982.


. Hino Oficial da Paraíba. João Pessoa, Secretaria de Assuntos de
Comunicação Social, 1982.
. Cadernos de Música n.ºs 1, 2, 3, 4 e 5. João Pessoa, SEC, 1983.
. Paulo Bezerril. João Pessoa, Esporte Clube Cabo Branco, 1983.
. Caderno de Música n.º 6. João Pessoa, SEC, 1984.
. A Música em Augusto dos Anjos. João Pessoa, SEC, 1984.
. A Música nos primeiros séculos da colonização da Paraíba. In Revista
do IHGP, n.º 24, 1986, pp. 27-35.
. Hymno da Redempção. João Pessoa, Fundação Espaço Cultural,
1988.
. Crônicas do Cotidiano. João Pessoa, Reprint, 1993.
. Pastoris Profano e Religioso. João Pessoa, Reprint, 1993.
. Club Symphonico da Parahyba. João Pessoa, Reprint, 1994.
. Herói ou Santo. In Revista do IHGP, n.º 27, 1995, pp. 95-96.
. Manoel da Silva. Abolicionista Radical. In Revista do IHGP, n.º 28,
1995, pp. 94-100.
. Uma professora na época colonial. In Revista do IHGP, n.º 28, 1995,
pp. 319-322.
. Cartilha Sinfônica. João Pessoa, Fundação Espaço Cultural, 1995.
. Cinquentenário da Orquestra Sinfônica. João Pessoa, Fundação Es-
paço Cultural, 1995.
. Horácio de Almeida – O Escritor entre a Memória e a História. João
Pessoa, ed. do autor, 1996.
. Canções Natalinas. João Pessoa, ed. do autor, 1996.
. Carlos Gomes. In Revista do IHGP, n.º 29, 1996, pp. 161-163.
. Banda de Música – Conservatório de cada cidade. In Revista do IHGP,
n.º 30, 1998, pp. 59-64.
. Monsenhor Ruy Vieira: A saga de um grande vulto. João Pessoa, Uni-
pê editora, 1999.
. Música: O estímulo do espírito. In Revista do IHGP, n.º 32, 2000, pp.
79-81.
. Gazzi de Sá. João Pessoa, A União Editora, 2000.
. José Siqueira. João Pessoa, A União Editora, 2000.
. A Música na História da Paraíba. In Revista do IHGP, n.º 35, 2002,
pp. 109-115.

SUMÁRIO
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DOMINGOS E A SUA GENEALOGIA

Domingos era filho de Pedro Ribeiro Cavalcanti, proprietá-


rio do Engenho São Benedito, em Lagoa de Remígio (PB), nascido
em Areia no dia 21 de julho de 1877 e falecido em 15 de maio de
1954; e Maria da Conceição de Azevedo Dantas, nascida em 1888,
em Lagoa de Remígio, e falecida em 22 de agosto de 1962. Casa-
ram-se em 8 de março de 1906, ela recebendo o nome de Maria da
Conceição de Azevedo Ribeiro. O casal teve a seguinte prole:

• Severino de Azevedo Ribeiro, * 17/11/1908, em Serra-


ria (PB);
• Diogenes de Azevedo Ribeiro, * 05/03/1909, em Serra-
ria (PB);
• Plácido de Azevedo Ribeiro, * 08/07/1910, em Caiçara
(PB);

SUMÁRIO
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• Filismina de Azevedo Ribeiro, * em 1915, em Caiçara


(PB);
• Maria José de Azevedo Ribeiro, * 13/03/1917, em Cai-
çara (PB);
• José de Azevedo Ribeiro, * 01/06/1919, em Guarabira
(PB);
• Edazima de Azevedo Ribeiro, * 20/11/1922, em Caiça-
ra (PB);
• Domingos de Azevedo Ribeiro, * 18/08/1921, em Pir-
pirituba (PB).

O casamento de Domingos com Maria Célia Cunha Ribeiro


aconteceu em João Pessoa, no dia 19 de novembro de 1949. Ela,
nascida em 27 de março de 1920, na cidade de João Pessoa, era
filha de Heronides de Azevedo Cunha (* 22/09/1877, Jardim do
Seridó (RN), † 10/05/1983, Recife (PE)) e Honorina de Azevedo
Cunha (* 27/02/1895, Parahyba do Norte (PB), † 13/03/1936, Pa-
rahyba do Norte (PB)).

SUMÁRIO
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Do casal Domingos e Maria Célia foram gerados 7 (sete) fi-


lhos:

1. ELMANO CUNHA RIBEIRO — * 11/08/1950, em


João Pessoa (PB). Bacharel em Direito. Casou-se em 1ª núpcias a
15/11/1976 em João Pessoa com ANA CRISTINA GOULART DA
FONSECA, carioca nascida a 13/08/1952, funcionária pública fe-
deral (UFPB), filha de Hélio Fonseca (médico já falecido) e de Adé-
lia Glória Goulart da Fonseca. São pais de:
a. ELMANO CUNHA RIBEIRO FILHO - *
05/06/1977, em João Pessoa (PB).
b. ALEXANDRE FONSECA RIBEIRO - * 19/01/1979,
João Pessoa (PB).
c. LEONARDO FONSECA RIBEIRO - * 21/12/1980,
em João Pessoa (PB).

Em 2a núpcias, ELMANO casou-se a 26/01/1990, em João


Pessoa, com MARIA LIDUINA DE SOUSA ARARUNA; *
17/12/1955 em Cajazeiras (PB). Ela é filha de Arsênio Rolim Ara-
runa Sobrinho e de Terezinha Sousa Araruna. É Odontóloga e Ba-
charela em Direito. São pais de:
a. JULIANA ARARUNA RIBEIRO - * 23/11/1990, em
João Pessoa (PB).

2. ELIANE DE FÁTIMA CUNHA RIBEIRO ALEN-


CAR - * 15/02/1953 em João Pessoa (PB). Odontóloga pela UFPB-
1977, casou-se em 17/02/1979, em João Pessoa, com JEFFERSON
DA SILVA ALENCAR, engenheiro civil do DNER e ex-Secretário
de Estado no Acre, filho do Capitão e Presidente da Associação
dos ex-Combatentes da Paraíba Joaquim Urias de Carvalho Alen-
car e de Dinary Dália da Silva Alencar. São Seus filhos:
a. MAYARA RIBEIRO ALENCAR - * 03/06/1982, em
João Pessoa (PB).
b. NARJARA RIBEIRO ALENCAR - * 16/08/1983, em
João Pessoa (PB).
c. THAMARA RIBEIRO ALENCAR - * 20/12/1985,
em João Pessoa (PB).
SUMÁRIO
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3. ROBERTO CUNHA RIBEIRO - * 01/12/1956, em


João Pessoa (PB), solteiro e formado em Administração de Empre-
sas.
4. SELMA CUNHA RIBEIRO ATHAYDE - *
15/09/1955, em João Pessoa (PB), casada desde 24/05/1980 com o
médico RODOLFO AUGUSTO DE ATHAYDE NETO, com douto-
rado em Barcelona-Espanha, professor universitário e artista plás-
tico, * 03/07/1952, na capital paraibana, filho de Dilermano
Athayde e Antônia Amaral Athayde. Pais de:
a. MARINA RIBEIRO ATHAYDE - * 21/10/1981, em
Barcelona, Espanha.
b. RENATA RIBEIRO ATHAYDE - * 05/06/1984, em
Barcelona, Espanha.

5. SÉRGIO CUNHA DE AZEVEDO RIBEIRO - *


14/12/1961, em João Pessoa *(PB). É solteiro, comerciante, forma-
do em Administração de Empresas.

6. TÂNIA CUNHA DE AZEVEDO RIBEIRO VA-


RANDAS —* 18/05/1958, em João Pessoa (PB). Arquiteta, casada
desde 04/02/1984 com o odontólogo EDIVAL TOSCANO VA-
RANDAS, * 02/04/1949, em João Pessoa (PB), filho de Durvaldo
Ramos Varandas e Edith Toscano Varandas. É funcionário público
municipal, compositor de músicas, tricampeão de festivais de mú-
sicas carnavalescas e tem repertório gravado pela Orquestra do
Maestro Vilor. Edival ainda é membro do IPGH. São pais de:
a. IGOR DE AZEVEDO VARANDAS - * 14/07/1989,
em João Pessoa (PB).
b. SACHA DE AZEVEDO VARANDAS - *
06/02/1991, em João Pessoa (PB).

7. DOMINGOS DE AZEVEDO RIBEIRO JÚNIOR — *


15/05/1964, em João Pessoa (PB). Advogado, violinista da Orques-
tra Sinfônica Jovem da Paraíba. É poeta e publicou o livro de poe-
mas "Momentos".

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 40

REFERÊNCIAS

Guimarães, Luiz Hugo. Homenagens Póstumas. Plaquete do Insti-


tuto Histórico e Geográfico Paraibano [sd.]. 22 fls. João Pessoa:
AGM Copiadora.
Ramos, Adauto. Domingos de Azevedo Ribeiro, Sua Genealogia.
Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica, ano 1,
n.º 01. João Pessoa: 1991.
Silva, Lenivalda Dantas da. O desenvolvimento de um catálogo
para os fundos privados pessoais do arquivo Flávio Maro-
ja/IHGP. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Arqui-
vologia). Universidade Estadual da Paraíba: Centro de Ciências
Biológicas e Sociais Aplicadas: 2014.
Targino, Itapuan Botto. Domingos de Azevedo Ribeiro – A paixão pela
musica. João Pessoa: Idéia Editora, 2010.

SUMÁRIO
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DOMINGOS E A ICONOGRAFIA DE ALGUMAS OBRAS


EDITADAS

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APONTAMENTOS HISTÓRICO-GENEALÓGICOS
PARA OS PEREIRA/OLIVEIRA DE CASTRO
DA VILA MAIA DE BANANEIRAS (PB)
Edinaldo Cordeiro Pinto Júnior 1
junioradm2003@hotmail.com

Este trabalho é carinhosamente dedicado

À Dona Odília de Castro,


que tive o imenso prazer de conhecer em seus últimos anos de vida.
Sua larga experiência de vida me permitiu
conhecer fragmentos de memórias
adormecidas da meninice e adolescência de meu pai.

A Edinaldo Cordeiro Pinto (In Memoriam),


nosso inolvidável Pai,
que através de suas memórias afetivas
me relatou inúmeras histórias
das suas vivências adolescentes
no lar dos Pereira/Oliveira de Castro,
que me instigaram a concretizar mais este trabalho.

1 Membro Efetivo do IPGH, Titular da Cadeira Nº 17.

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Apresentação

Os que de Galiza vem


S ã o e s t e s C a s t ro s h o n r ad o s ,
L á e c á m u i a f a m a do s ,
E treze arruelas tem
D o s a n g u e d o s o u t r o s n a do .
( J o ã o Ri b e i r o G a i o )

á cerca de dois anos, após a partida do meu pai para o

H
plano superior, começava a nascer o embrião desse proje-
to. A ideia, inconscientemente, já povoava minha mente
antes dessa situação de dor e despedida. A partir dela,
embora houvesse anotado através de suas narrativas re-
correntes muitas informações valiosas, estranhamente
invadia-me uma inquietação, um sentimento de frustração por
imaginar que não havia feito tudo o que deveria. Essa inquietação
foi aumentando, a ponto de necessitar buscar contatos com mem-
bros da família Castro, embora inicialmente sem sucesso.
Nos últimos dias do ano de 2020, revendo anotações anti-
gas em agendas, inexplicavelmente me chegava às mãos um papel
avulso que continha, em letras grandes, números de telefones dos
Castro. Era a providência Divina se manifestando a meu favor!
Nos primeiros dias do ano em curso decidi fazer contato.
Disquei um dos números e me identifiquei. Do outro lado da linha
uma voz feminina me atendeu, dizendo chamar-se Mariazinha. O
nome me era bastante familiar, muitas vezes citado por meu pai.
Contei-lhe minha história e expus o meu objetivo de resgatar a
genealogia da família Castro. Nossa conversa inicial revelou-se
simpática e muito promissora. De modo que, ao final, após deta-
lhar o projeto, firmamos uma parceria e o compromisso para o
início da nossa empreitada.

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Traçar a genealogia mais aprofundada de um ramo familiar


e fazer um trabalho sério e irrefutável não é tarefa das mais fáceis;
requer perseverança e paciência, principalmente ao se buscar e
checar informações, muitas vezes desencontradas, mormente
quando se trata de história oral, descontínua quando passada entre
gerações. Por isso, nessa apresentação inicial, gostaria de externar
o meu agradecimento especial e carinhoso à d. Mariazinha, mulher
de espírito prático e colaborativo, interessada pelas histórias dos
seus antepassados que, diligentemente, buscou junto à parentela
os meios para a obtenção de grande parte da história oral registra-
da nesse projeto.
Ainda vivenciando a manifestação do novo corona vírus,
esse trabalho seguiu os moldes do nosso trabalho anterior, sendo
construído basicamente através da interação via redes sociais.
Para a reconstituição da memória da família Perei-
ra/Oliveira de Castro, pelo menos nos últimos 150 anos, recorre-
mos a recursos diversos. Iniciamos pelas fontes primárias, repre-
sentadas pelos documentos eclesiásticos e cartoriais. Além disso, a
bibliografia, embora escassa, nos auxiliou na montagem do arca-
bouço teórico. A história oral, embora a saibamos volátil, é sempre
um recurso do qual não podemos abrir mão no universo da Gene-
alogia. Nesse sentido, foi fundamental contar com a valiosa ajuda
de d. Mariazinha Castro.
Nesse novo trabalho, resultado de aproximadamente oito
meses de pesquisas, move-me sobremodo o desejo de passar adi-
ante, ainda que de forma “inacabada”, o que venho reunindo so-
bre esse ramo familiar, radicado no município de Bananeiras, dese-
joso, principalmente, de trazer ao conhecimento das atuais gera-
ções, nomes e fatos que se alinham nas histórias dos seus antepas-
sados, num relato de caráter memorialista e não meramente sau-
dosista. Por outro lado, ao fazê-lo, resgato também período mar-
cante que vai da infância até a adolescência de meu pai Edinaldo.
A construção desse memorial se apoiou em duas colunas
fundamentais – Luís Pereira de Castro e Thomásia Guimarães -,
ponto de partida para este roteiro, aqui referido como o casal tron-
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co, no intuito de que suas histórias de vida não corram o risco de


cair no esquecimento. Todo o rol de informações coletadas envolve
cerca de 190 personagens denominados na árvore, além de con-
densar um recorte temporal de aproximadamente 200 anos.
Na primeira parte da narrativa buscamos contextualizar a
presença dos Pereira/Oliveira de Castro em seu reduto principal –
Vila Maia -, trazendo para o leitor informações necessárias sobre
aspectos gerais do lugar. Em seguida, será exposta a história fami-
liar, construída na árvore genealógica para mostrar sua evolução.
O casal Quincas e Amália, nossos homenageados especiais, têm
sua geração destacada em árvore própria. Por fim, informamos ao
leitor que, ao concluir esse trabalho, chegamos ao cômputo de 02
filhos, 14 netos, 58 bisnetos, 58 trinetos, 51 tetranetos e 01 hexaneto
do casal principal, todos nomeados na árvore.
Abro um parêntese para me dirigir ao confrade e amigo
Cícero Caldas Neto, como de costume, reiterando nossa estima e
agradecimento pelo apoio e observações úteis.
Seguindo as usuais normas do IPGH, a parte genealógica
foi formatada adotando-se o critério de numeração alfanumérica
para a exposição da evolução das gerações subsequentes ao casal
tronco Luiz e Thomásia. Para cada membro familiar citado, se-
guem-se, sempre que possível, datas, dados biográficos e curiosi-
dades. Tomando por base o citado casal, foram utilizadas as se-
guintes abreviaturas para demonstrar a evolução das gerações:
F - filho
N - neto ou 1º neto
B - bisneto ou 2º neto
T - trineto ou 3º neto
Q - tetraneto ou 4º neto

Solânea (PB), Novembro de 2021. [[[

Edinaldo Cordeiro Pinto Júnior

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As Origens

O apelido Castro representa uma


das maiores e mais antigas e ilustres
famílias em Castella, d’onde passou ao
reino de Portugal. Alguns linhagistas
afirmam provir este sobrenome de D.
Fruela, Rei das Astúrias, pai de D.
Singerico, avô de D. Gomesindo e
bisavô de Lain Calvo. Este Lain Calvo
foi eleito pelos castelhanos para ser um
dos juízes que os governaram e viveu
no reinado de D. Ordonho. A ele alude
a carta de fundação do Mosteiro de
Santa Maria de Aguilar del Campo, de
25-II-981, e a de confirmação de terras à
Ordem de Sant’Iago no ano de 953, feita
pelo mesmo soberano. Recebeu-se com
D. Teresa ou Elvira Nunes, filha de Nuno
Rasura, também juiz eleito pelos povos de
Figura 1 – Brasão de Armas Castela, e de D. Argilona. Lain Calvo, foi o
Castro. Arte final de
João Abelardo Barreto
senhor de Bívar, teve do referido
matrimônio, entre outros filhos, a Fernão
Laines, a quem se refere a doação que o Rei D. Fruela fez ao
Apóstolo Sant’Iago, de duas léguas de terra, a 28-VI-972, e a
fundação e reedificação do mosteiro de Penalva, feita por Salamão,
bispo de Astorga, a 15-II-975. Povoou Haro e Rioja e foi pai de Lain
Calvo, que vivia no ano de 946, o qual, casando-se com D.
Argôncia, filha de Iñigo Fortunes, senhor de Biscaia, e neta do
Duque D. Fortun, teve Nuno Laines. Sabe-se que Nuno Laines foi
Conde, vivia no ano de 984 e casou com D. Elo, filha de D.
Fernando Rodrigues e sua parenta em 3º e 4º grau de
consanguinidade, de quem houve Lain Nunes, também Conde, pai
de D. Diogo Laines, casado com D. Teresa Rodrigues, dos quais
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nasceu o Cid Rui Dias, o Campeador, que o Conde D. Pedro, no seu


Livro das Linhagens, chama “o mais honrado cavaleiro da Espanha
que rei não fosse”, cujo sangue deve ter entrado em todas as Casas
reinantes da Europa.2
A eles se seguem diversos casamentos contraídos dessa
família com pessoas portuguesas, algumas da Família Real, dando
origem a nobilíssimos ramos de que saíram ilustres casas titulares.
Etimologicamente, a palavra Castro se origina do latim
“Castrum” que designa ruínas ou restos arqueológicos de castelos
ou fortalezas, de um tipo de povoado característico das montanhas
da região noroeste da Península Ibérica3, na Europa, cujas áreas
eram utilizadas pelas legiões romanas, em épocas muito remotas.
É sobrenome classificado como toponímico, proveniente da
vila de Castro Xerez (Castrojeriz em castelhano), localidade da
província de Burgos, Espanha. Em forma arcaica foi registrado
como “Crasto”. Os Castro estão desde a fundação de Portugal,
saindo dos reinos hispânicos e se espalhando por toda a terra
lusitana.

2
ZUQUETE, Afonso Eduardo Martins. Armorial Lusitano – Genealogia
e Heráldica. Lisboa: Editorial Enciclopédia Ltda., 1961, p. 152.
3 As maiores concentrações das centenas de Castros espalhados pela Pe-

nínsula Ibérica localizavam-se basicamente em seu quadrante noroeste,


em lugares como Galiza, Astúrias, Leão e norte de Portugal.
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No campo da heráldica, existem brasões Castro


registrados tanto nos reinos hispânicos como em
Portugal. Aos Castros, provindos do ramo português
legítimo, são-lhe atribuídas por armas as seguintes:

As Armas

Em campo de ouro, com treze arruelas de azul,


postas em palas - 3, 3, 3, 3 e 1.
O escudo se apresenta na forma comum do estilo
espanhol-português (com borda inferior arredondada em
semicírculo). As cores se empregam no sentido já vulgari-
dado. O jalne (ouro), representado pela cor amarela, sim-
boliza nos signos Leão, nas pedras o topázio e nas árvores
o cipreste.
O azul (blau em heráldica), presente nas treze ar-
ruelas, é a cor da justiça, da nobreza e da lealdade. Cor-
responde ao planeta Vênus (o amor e a beleza em todas as
suas formas); aos signos Touro e Libra. Representa a safi-
ra nas pedras.

O Timbre
Um leão de ouro, sainte, armado e lampassado de
azul.
O leão, um dos mais generalizados símbolos da
heráldica, representa a força física, o poder, o comando e
a realeza em termos terrenos.

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Introdução

Terra fria e lendária [Bananeiras],


onde busco, nos momentos de reco-
lhimento e meditação, os meus dias
perdidos de menino, o antídoto para a
velhice que avassala; as minhas tra-
quinagens, os meus banhos de açude,
as minhas caças de passarinhos, com
o visgo de jaca, a saudosa imagem
dos meus mestres primeiros [...]
Oscar de Castro

A ocupação das terras que originaram a atual Vila de Pilões


do Maia, ou simplesmente Maia, localizada no extremo sul do
município de Bananeiras (PB), começou a ocorrer de forma mais
efetiva a partir da segunda metade do século XVIII. Por ser local
de terras muito férteis e aptas para o cultivo de todos os ramos da
agricultura, os sítios dos brejos atraíram a atenção dos antigos co-
lonizadores, que procuraram inicialmente estabelecer suas fazen-
das nos locais em que houvesse bons mananciais de água. Foi as-
sim que essa região cedo se tornou o centro agrícola da antiga ca-
pitania e província da Parahyba, quando a derrubada de mata
atlântica original foi gradativamente cedendo lugar para o preparo
da terra para o cultivo de variadas culturas.
Um desses sítios agrícolas seria mais remotamente conhe-
cido pelo topônimo de Pilões4, certamente numa alusão a antigas

4
Não confundir com Pilões de Dentro, antigo município também locali-
zado na região do brejo a cerca de 30 km de Vila Maia, que no século XIX
pertenceu ao domínio eclesiástico e administrativo de Areia (PB). Nos
livros de Mamanguape encontramos vários registros da década de 1810
que se referem a moradores de Pilões, ou como na grafia daquela época
“Piloens”. Pela inconsistência das informações e pela impossibilidade de
distinguir entre Pilões do Maia e Pilões de Dentro, optamos por não utili-
zar essas referências, embora as saibamos de grande valor histórico.
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moendas de grãos, amplamente utilizadas no ciclo do café. A par-


tir da criação da freguesia de Bananeiras5, encontramos nos livros
paroquiais referências dessa época, na terceira década do século
XIX, como sendo propriedade de pequenos agricultores daquela
região. Uma das mais antigas, em fins do ano de 1836, é um regis-
tro onde consta a união matrimonial de José Mathias e Maria Pe-
trícia da Conceição, realizada pelo vigário Ignácio Gomes Couti-
nho6 no “Oratório dos Pilões”. Os noivos se identificavam como
naturais e moradores “nos Pilões”.7
Por sua vez, o topônimo Maia é originário a partir da pre-
sença da família de igual sobrenome, que de longa data (princípios
da década de 1860) adquiriu terras e se fixou no local com fazenda
de café e outros produtos agrícolas, tendo como alguns dos pre-
cursores o patriarca, coronel Antonio José da Costa Maia, seu ir-
mão Eustáquio da Costa Maia e os descendentes destes, dr. Diony-
zio de Farias Maia, dr. Pedro Anísio Maia, entre outros de desta-
que na política, economia e vida social do local.
Como Povoação de Pilões do Maia, as notícias mais lon-
gínquas que encontramos datam das últimas décadas do século
XIX, quando o local já era referenciado como um “pequeno povoa-
do”. Naquele período já figurava como um povoado crescente,

5
De acordo com Epaminondas Câmara (1997) a antiga Freguesia da Vila
de Bananeiras foi criada através de Projeto do Conselheiro Provincial
Francisco de Holanda Chacon, apresentado à Assembléia Legislativa
Provincial e que, devidamente aprovado, elevara a antiga Capela de Nos-
sa Senhora do Livramento à categoria de Paróquia em 25/04/1835. (in
Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica. Os Teixeira/
Silva Pinto do Brejo de Bananeiras. PINTO JÚNIOR, Edinaldo Cordeiro.
João Pessoa: Ideia, 2019, p. 112).
6
O vigário Ignácio Gomes foi um antigo capelão da Freguesia de Bana-
neiras, cuja atuação está registrada nos livros paroquiais entre os anos
1836 e 1837, em locais como Pilões do Maia, Boa Vista (hoje Borborema) e
Serraria, de acordo com os diversos assentos que encontramos.
7
O registro em questão se encontra lavrado às fls. 20 do Livro de Casa-
mentos 1836-1846 do arquivo paroquial de Bananeiras.
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como anotara Irineu Joffily (1892)8, em suas Notas Sobre a Parahyba,


e afirmava haver naquele município a “povoação [...] de Pilões, de
Bananeiras ou do Maia, para distinguir da villa do mesmo nome”. A vila
de mesmo nome à qual o autor se refere, como já frisamos, é a vila
de Pilões de Dentro, que naquela fase perdera sua condição de
município emancipado.
Por outro lado, Coriolano de Medeiros (2016)9, ao fazer sua
descrição corográfica de Bananeiras, cita Maia como antiga povoa-
ção do município, que “está no centro de um distrito agrícola que pro-
duz cana-de-açúcar, fumo, e cultivou café. Tem uma capela dedicada a
São José [...]”
Mapa destacando o território de Bananeiras,
com seta indicativa da Vila de Maia.
Fonte: Google Maps

8 JOFFILY, Irineu. Notas sobre a Parahyba. Rio de Janeiro: Typographia


do Jornal do Commércio, 1892.
9
MEDEIROS, João Rodrigues Coriolano de. Dicionário Corográfico do
Estado da Paraíba. – 4. ed. – João Pessoa: IFPB, 2016, p. 132.
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Na primeira metade do século XX, o povoado de Pilões do


Maia alcançou considerável desenvolvimento comercial e estrutu-
ral, em função da economia dos engenhos e alambiques e do pe-
queno comércio local. Nessa fase ainda não havia luz elétrica ou
água encanada e a vida era caracteristicamente rural. A iluminação
era feita com o uso de carboreto, através da instalação de pequenas
lamparinas em alguns pontos da rua principal da vila. Embora o
carboreto provocasse um cheiro não muito agradável, proporcio-
nava boa iluminação no ambiente. Sobre as vias de comunicação,
as primeiras estradas carroçáveis ligando a povoação de Pilões do
Maia à sede de Bananeiras datam do ano de 1926. A esse respeito,
encontramos telegrama do prefeito de Bananeiras dirigido ao pre-
sidente João Suassuna, informando-lhe o seguinte:

Bananeiras, 16 – Felicitando v. exc. Passagem data


Proclamação Republica tenho honra comunicar
inauguração estrada carroçável iniciativa particula-
res auxiliados esta Prefeitura ligando esta cidade po-
voações Pilões Maia e Borborema. Cordiaes sauda-
ções – Joaquim Medeiros, prefeito.10

Na década de 1940, conforme nos relatou dona Mariazinha


Castro, já havia na vila um sistema de telefone rústico, através do
qual seu avô Quincas se comunicava com os amigos mais aproxi-
mados da vizinhança.
A busca
incessante por sub-
sídios da história
de Pilões do Maia
nos revelou um
fato marcante no passado, que repercutiu negativamente para a
história da pequena Vila Maia, colocando-a nas manchetes nacio-

10
Nota intitulada “Melhoramentos no Interior” retirada do Jornal do
Recife, edição 286, que circulou em 09/12/1926.
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nais. No ano de 1952 o local veio a ser notícia por registrar os mais
alarmantes índices nacionais de esquistossomose (cerca de 90%).11
Diante de tal situação, o governo federal enviou autoridades do
Serviço Nacional de Malária, que
estiveram no local fazendo impor-
tantes estudos para a execução
dos serviços necessários ao apare-
lhamento para o abastecimento de
Nota sobre o abastecimento de água
água da vila.
Fonte: Jornal O Norte, edição 1154,
No tocante à religiosidade
04/09/1953.
do local, a capela, testemunha se-
cular da evangelização daquela comunidade, cujo templo é dedi-
cado ao orago São José, teve sua fundação por iniciativa da família
Maia, uma vez que localizada nas propriedades dessa família. A
esse respeito, em conversa com d. Mariazinha, perguntei-lhe sobre
a fundação e esta nos advertiu que a data se encontrava registrada
no alto do frontispício da capela, que ocorreu no ano de 1877. A
solicitação para construção da capela certamente foi feita através
do padre Borba Grillo, vigário naquela ocasião, ao Bispo Diocesa-
no de Olinda. Também supomos ter sido o mesmo vigário o res-
ponsável pela bênção do novo templo.
Garimpando dados eclesiásticos sobre a Freguesia de Ba-
naneiras no arquivo da Cúria Metropolitana da Paraíba, em João
Pessoa, lamentavelmente não encontramos, naquele período,
quaisquer referências a bênçãos de capelas no local. A dificuldade
para a obtenção dessa informação está no fato do desaparecimento
do Livro de Tombo número 01 (1835-1878) da paróquia de Bana-
neiras, onde certamente encontraríamos registrados eventos como
“licença para construção de uma capela” e “licença para a bênção de uma
capela”.

11
O plano do governo federal incluía obras de saneamento básico como
construção de chafariz, lavanderias e banheiros públicos, conforme notí-
cia veiculada no Jornal O Norte, edição 1154, de 04/09/1953.
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Capela de São José em Vila Maia na atualidade,


construída em terras da família Maia em fins do século XIX.

Destaque para a parte central do frontis-


pício da Capela, logo abaixo do Cruzei-
ro, onde encontra-se registrado o ano
da fundação da mesma (1877).
Fonte: Fotos gentilmente cedidas pelo
amigo Ricardo Farias

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Ainda no aspecto religioso, buscando por nomes que tive-


ram relevante papel no trabalho de evangelização do local a partir
da Capela de S. José, evocamos à lembrança os nomes mais antigos
de abnegados vigários que deram sua contribuição no pastoreio de
almas do local, a exemplo de Pe. José Paulino de Borba Grillo
(1877-1878), Pe. José Euphrosino de Maria Ramalho (1879-1905),
Pe. Gabriel Toscano da Rocha (1904-1932), Pe. João Onofre Mari-
nho (1911-1913 e 1950-1954), Cônego Manoel Christóvão Ribeiro
Ventura (1913-1921), Pe. Abdias Leal (1922-1926), Pe. Severino Ca-
valcanti de Miranda (1925-1929), Monsenhor José Pereira Diniz
(1929-1968), o colaborador Pe. José Paulo de Almeida (1944-1949),
Pe. Hildebrando Marques da Silva (1969-1971), Pe. José Floren
(1971-1982), o colaborador Pe. João da Cruz (1975-1981), Pe. Silva-
no Rossi (1984-1989), Pe. Celestino Grillo (1989-1991), Pe. Cristiano
Muffler (1991-1996) entre outros de mais recente atuação. 12

Antigo solar da Família Castro em Vila Maia.


A construção original data da primeira década do Século XX.

12
Os nomes dos vigários relacionados e a cronologia dos anos de atuação
dos mesmos foram construídos com base em nossas constantes pesquisas
nos livros da Freguesia de Nossa Senhora do Livramento de Bananeiras.
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As festas religiosas de São José são um capítulo à parte na


trajetória histórica da bucólica vila. Aos poucos foram granjeando
fama e tornaram-se tradicionais na pequena comunidade e, ano
após ano atraíam muitas autoridades religiosas e políticas que,
periodicamente, vinham prestigiar esses eventos.
O casarão de seu Quincas Pereira foi sempre parada obri-
gatória para esses visitantes, que ali se hospedavam. Só para ter-
mos uma ideia do que estamos falando, citamos o nome de um
ilustre visitante, o missionário capuchinho Frei Damião de Bozza-
no, em suas Santas Missões pelo Nordeste, que em diversas ocasi-
ões se fizera presente na vila, hospedando-se na residência dos
Castro. O texto abaixo também faz menção a outra visita ilustre ao
casarão dos Castro:

EM BANANEIRAS. Após ter pernoitado em Pilões


do Maia, na residência da viúva do sr. Joaquim Cas-
tro, genitor do dr. Oscar de Castro, o governador Jo-
sé Américo viajou para a cidade de Bananeiras, na
manhã do sábado, onde chegou às 9 horas da ma-
nhã.13

De acordo com as divisões territoriais de 31/12/1936 e


31/12/1937, assim como o quadro anexo ao Decreto-lei estadual
número 1.010, de 30/03/1938, Pilões do Maia foi alçado à catego-
ria de Distrito de Paz e figura pela primeira vez como um dos qua-
tro distritos pertencentes ao município de Bananeiras. Meses de-
pois, o Decreto estadual número 1.164, de 15/11/1938, alteraria a
denominação do referido topônimo, simplificando-o para
“Maia”14, para diferenciar do vizinho município de Pilões de Den-
tro. Apesar da mudança, muitas pessoas ainda teimam em se refe-
rir ao local pela sua antiga denominação.

13
Nota extraída do Jornal O Norte, em sua edição nº 826, de 25/11/1952.
14
IBGE. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, XVII volume. Rio de
Janeiro: Serviço Gráfico do IBGE, 1960, p. 203.
SUMÁRIO
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O Recenseamento de 1940 trazia sobre Maia os seguintes


dados estatísticos: 22 prédios urbanos, 8 suburbanos, 1.750 rurais e
uma população urbana de 103, suburbana 34 e rural de 8.823 habi-
tantes. Naquela fase, Maia havia alcançado relativo desenvolvi-
mento estrutural, a ponto de ser elevado à categoria de Distrito.
A exemplo da família Maia que, vinda da capital da Paraí-
ba e de outras localidades próximas se radicou no lugar, aos pou-
cos outras famílias foram chegando e promovendo a ocupação
efetiva desse rico território. Exemplo disto são os Pereira de Cas-
tro e os Oliveira de Castro, há muito presentes na região do brejo
paraibano.
Segundo afiançou Bastos (1954)15, esse ramo familiar tem
procedência através dos sesmeiros Antonio Pereira de Castro e
Gaspar Pereira de Castro, homens fortes e desbravadores que apa-
recem:

[...] na segunda metade de 1700 a começo da era de


1800, pedindo terras no Curimataú 16, hoje nas zonas
de Bananeiras e Solânea, rumo ao Picuí e Araruna,
da mesma família do coronel Francisco Inácio Perei-
ra de Castro, êste da Várzea do Paraíba e todos des-
cendentes dos mesmos troncos daquêles Antonio e
Gaspar Pereira de Castro, nos entrelaçamentos com
as famílias do capitão João de Mélo Azêdo e Cabral
de Vasconcelos [...] (BASTOS, 1954, p. 669).

15
BASTOS, Sebastião de Azevedo. No Roteiro dos Azevedo e Outras
Famílias do Nordeste. João Pessoa: Gráfica Comercial Ltda., 1954, p. 669.
16
TAVARES, João de Lyra. Apontamentos para a história territorial da
Parahyba. Coleção Mossoroense, volume CCXLV, 1982. O autor reúne
nessa obra basicamente todas as datas de terras peticionadas entre os
séculos XVI e XVIII na Capitania da Paraíba. Dentre elas há pelo menos
três ou quatro concessões em nome dos sesmeiros acima citados.
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 62

Embasado na tradição oral familiar, aliada a algumas in-


formações documentais que também conseguimos reunir, nos
chegam elementos que nos permitem afirmar que o mais antigo
ancestral do clã Pereira/Oliveira de Castro de quem se tem notí-
cias na Paraíba é Luiz Pereira de Castro que, segundo informes,
migrou de Portugal para o Brasil e aportou inicialmente em Per-
nambuco. Tempos depois transferiu-se para a Paraíba, de modo
que fomos encontrá-lo residindo em Mamanguape, onde casou-se
e constituiu família. Tais afirmações ganham força ao analisarmos
o que também afirma Bastos:

[...] Vindo de Pernambuco, Luiz Pereira de Castro,


no rumo dos seus parentes da Várzea, ficou na zona
de Mamanguape ao Curimataú, localizando-se em
Pilões do Maia, sendo o pai de Antonio Pereira de
Castro [...] e avô do major Joaquim Pereira de Cas-
tro, êste casado com sua prima Amália de Oliveira
Castro [...] (BASTOS, 1954, p. 669).

De posse dessa valiosa informação de Sebastião Bastos, nos


embrenhamos em busca de pistas nos livros eclesiásticos de Ma-
manguape, e qual não foi a nossa surpresa ao nos depararmos em
um dos livros daquela paróquia com o seguinte assento matrimo-
nial:

No dia ceis de Junho de Mil oito centos e quarenta e


ceis no lugar Caxoeira as cinco horas da tarde, de-
pois de feitas as diligencias do estillo, em minha pre-
sença, e das testemunhas Joaq.m Francisco de Paula,
e Manoel Francisco Vieira Junior, contrahirão ma-
trimonio os nubentes Luiz Pereira de Castro e
Thomasia Maria Guimaraes, aquelle filho natural
de Anna Gomes de Leiros, e esta filha leg.ma de Joa-
quim Mendes Guimarães e Anna Joaquina Maria de
Jesus, de que fiz este assento (Transcrição integral do
Termo s/n, fls. 110 v, Livro 1835-1850 do arquivo
paroquial de Mamanguape).
O Pro Paro. Antonio Baptista Espinola
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 63
[

Bastos estava correto em sua afirmação! Luiz, de fato, che-


gara a Mamanguape e ali se casara com moça de família local. E
assim, de posse do citado documento, o qual nos chegou numa
fase já adiantada das nossas pesquisas, conseguimos avançar mais
uma geração ancestral dos Castro, tendo-se em vista os detalhes
sobre a filiação dos noivos, valiosa informação até então ignorada
por nós.
Em Mamanguape Luiz viveu por alguns anos e ali consti-
tuiu família que, segundo a tradição familiar, era formada por dois
filhos. Não sabemos até quando durou a permanência do casal
Luiz e Thomásia por Mamanguape. Em 1865, por ocasião do ca-
samento da filha Maria Idalina, ainda se encontravam por lá e sua
esposa Thomásia ainda vivia. Anos mais tarde nos chegam notí-
cias de Luiz, agora residindo em Pilões do Maia, já viúvo, e surge
batizando uma filha de nome Elísia, fruto do seu segundo matri-
mônio com Josephina Rosa de Alexandria, conforme se observa na
certidão abaixo:

Elisia filha legitima de Luis Pereira de Castro e Jo-


sephina Rosa de Alexandria, nasceo á vinte e oito de
junho de mil oito centos e oitenta e foi solenemente
baptizada pelo Pe. Francisco Vieira das Chagas a
vinte e nove de agosto do dito anno, sendo padri-
nhos: Capam. Antonio José da Costa Maia e sua mu-
lher D. Guilhermina da Conceição Maia e para cons-
tar mandei fazer este assento (Transcrição integral
do Termo 612, fls. 68, Livro 9 do arquivo paroquial
de Bananeiras).
O Vigro. José Euphro. de Ma. Ramo.

Com base no citado assento de batismo e a julgar pela pre-


sença de outros parentes de Luiz em Pilões do Maia já nos últimos
anos da década de 1870, acreditamos na possibilidade de sua che-
gada ao local nessa mesma época. Não obtivemos informações de
outros descendentes desse segundo matrimônio.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 64

Do matrimônio de Luiz Pereira de Castro e Thomásia Ma-


ria da Conceição soubemos da existência dos seguintes filhos:
F1. Antonio Pereira de Castro
F2. Maria Idalina de Castro Oliveira

F1. Antonio Pereira de Castro nasceu em Mamanguape (PB) no


ano de 1850 e faleceu no Povoado de Pilões do Maia no ano de
1900, segundo diz o termo abaixo:

Aos trinta de Julho de mil novecentos, falleceo na


idade de cincoenta annos Antonio Pereira de Cas-
tro casado com Maria Candida de Castro e no mes-
mo dia foi sepultado no Cemitério Público (Transcri-
ção integral do termo s/n, fls. 74 e 74 v, Livro 2 do
arquivo paroquial de Bananeiras).
Vigro. José Euphrosino de Maria Ramalho.

Antonio casou-se por duas vezes, conforme pudemos apu-


rar em documentos da época. Em primeiras núpcias com Anna
Idalina Fernandes de Castro. Após enviuvar, uniu-se em segun-
das núpcias com Maria Cândida Martins Fernandes. Em meados
da década de 1880 já o encontramos com a segunda família resi-
dindo em Bananeiras. Da sua primeira união matrimonial com
Anna Idalina, soubemos dos filhos:
N1. Antonio Pereira de Castro Filho (*1870) nasceu no Po-
voado de Caiçara (PB). Em princípios da década de 1890 já
o encontramos residindo em Pilões do Maia.

Casou-se em primeiras núpcias com sua prima em


primeiro grau Amélia Amália de Castro (*1868), conforme
o termo transcrito a seguir:

SUMÁRIO
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Aos desoito de Agosto de mil oitocentos noventa e


um precedidas as denunciações canônicas sem impe-
dimento, e perante as testemunhas Ten. Cel. Antonio
José da Costa Maia, e Capan. Manoel Braziliano da
Costa, assisti ao recebimento matrimonial de Anto-
nio Pereira de Castro Filho, e Amélia Idalina de
Castro, ele com vinte anos flgo. de Antonio Pereira
de Castro, e Anna Idalina de Castro; ella com vinte e
treis anos flga. de João Telesphoro de Oliveira, e Ma-
ria Idalina de Castro. Do que mandei fazer este ter-
mo (Transcrição do Termo 88, fls. 48 v, Livro 3 do
arquivo paroquial de Bananeiras).
Vigro. José Euphro. de Ma. Ramo.

Em princípios do século XX temos notícias do casal


residindo na capital do Estado da Paraíba e, anos após (dé-
cada de 1920) passaram a viver no Rio de Janeiro, na época
capital federal. Deles não obtivemos informações posterio-
res.
Dessa união houve os filhos:
B1. Américo Pereira de Castro nasceu no Povoado
de Pilões do Maia aos 20/05/1892, sendo batizado
pelo vigário José Euphrosino Ramalho e tendo por
padrinhos Antonio Telésphoro de Oliveira e Amélia
Idalina de Castro, cf. Termo 581, fls. 79 v, Livro 17
do arquivo paroquial de Bananeiras.
B2. João Américo Pereira de Castro “Juca” nasceu
no Povoado de Pilões do Maia aos 23/06/1893, sen-
do batizado pelo vigário José Euphrosino Ramalho e
tendo por padrinhos Luiz Pereira de Castro e Maria
da Costa Maia, cf. Termo 786, fls. 76, Livro 18 do ar-
quivo paroquial de Bananeiras.
B3. Anna Amélia de Castro nasceu no Povoado de
Pilões do Maia aos 29/07/1894. Sem mais informa-
ções.
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 66

B4. Maria de Castro nasceu no Povoado de Pilões


do Maia aos 26/08/1895, batizada pelo vigário José
Euphrosino Ramalho e tendo por padrinhos Dr. José
Ferreira de Novaes Júnior e D. Maria da Conceição
Maia, cf. Termo 13, fls. 18, Livro 20 do arquivo pa-
roquial de Bananeiras.
B5. Severino Pereira de Castro (o 1º do nome) nas-
ceu no Povoado de Pilões do Maia aos 11/02/1897,
batizado pelo vigário José Euphrosino Ramalho e
tendo por padrinhos Antonio Telesphoro de Olivei-
ra e Amália Idalina de Oliveira, cf. Termo 361, fls.
28, Livro 21 do arquivo paroquial de Bananeiras.
B6. Severino Pereira de Castro (o 2º do nome) nas-
ceu no Povoado de Pilões do Maia aos 15/08/1898,
batizado pelo vigário José Euphrosino Ramalho e
tendo por padrinhos Manoel Braziliano da Costa e
D. Emília Maia da Costa, cf. Termo 967, fls. 53 v, Li-
vro 22 do arquivo paroquial de Bananeiras.
B7. Severino Pereira de Castro (o 3º do nome) nas-
ceu no Povoado de Pilões do Maia aos 15/08/1899,
batizado pelo vigário José Euphrosino Ramalho e
tendo por padrinhos Antonio Izidoro de Alencar e
D. Cora Dalva Ferreira Passos, cf. Termo 1.067, fls. 1,
Livro 23 do arquivo paroquial de Bananeiras.
B8. Severina Amélia de Castro (*10/11/1902) nas-
ceu em Guarabira. Casou-se civilmente em João
Pessoa aos 13/04/1918 com José Paulino de Oliveira
(*1880), natural do Estado do RN, filho de Rafael Jo-
sé de Oliveira e Maria da Conceição de Oliveira.
Posteriormente encontramos Severina casando-se
em segundas núpcias no Rio de Janeiro, aos
13/04/1927, com Eugênio de Carvalho (1909).

SUMÁRIO
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B9. Severina Morena de Castro (*15/07/1903) nas-


ceu no Povoado de Pilões do Maia. Sem mais infor-
mações.
B10. Severina Sempre de Castro (*17/04/1908) nas-
ceu na Cidade da Parahyba do Norte (atual João
Pessoa). Não obtivemos outras informações.
N2. Amália Idalina de Oliveira “Nené” (*05/1873-
†10/08/1900) nasceu no Povoado de Caiçara.

Aos dois de Junho de mil oito centos setenta e três na


Capella da Caiçara baptisei solenemente a Amalia,
branca, com um mês de idade, filha legitima de An-
tonio Pereira de Castro e Anna Idalina da Concei-
çam – Padrinhos: Manoel Ferreira Coitinho e Terdu-
lina Emília de Mello. Para constar mandei fazer este
assento que assigno (Transcrição integral do Termo
s/n, fls. 32, Livro 1873-1874 do arquivo paroquial de
Serra da Raiz).
O Vig. Emigdio Fernandes Oliveira.

Amália Idalina casou-se religiosamente na capela de


São José de Pilões do Maia aos 17/02/1890, com seu primo
legítimo, o Capitão Antonio Telésphoro de Oliveira (*1867-
†15/01/1962), filho de João Telésphoro de Oliveira e Maria
Idalina de Castro. Faleceu em Pilões do Maia ainda muito
jovem, como consta no termo abaixo:

Aos dez de Agosto de mil novecentos fallecêo na ida-


de de vinte seis annos Dona Amalia Idalina de
Oliveira casada com o Capitão Antonio Telésphro
de Oliveira moradora em S. José de Pilões, e no
mesmo dia encomendada solemnemente foi sepultada
no Cemitério Publico desta Cidade (Transcrição in-
tegral do Termo às fls. 74 v, Livro 2 do arquivo pa-
roquial de Bananeiras).
Vigro. José Euphro. de Maria Ramo.

SUMÁRIO
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A descendência de Amália Idalina encontra-se rela-


cionada no cônjuge Antonio Telésphoro de Oliveira (N10).

N3. JOAQUIM PEREIRA DE CASTRO “Quincas”


(*28/01/1876-†05/05/1952) um dos homenageados nesse
ensaio genealógico, nasceu no Povoado de Caiçara.

Aos Nove de Fevereiro de Mil e oitocentos e setenta e


seis na Capella de Caiçara Baptizei solemnemente
Joaquim Pardo idade de doze dias filho legitimo de
Antonio Pereira de Castro e Anna [Joaquina] (sic) de
Castro. Padrinhos José Soares de Carvalho e Dona
Justina Umbelina de Mello. Para constar mandei fa-
zer este assento que assigno (Transcrição integral do
Termo s/n, fls. 59 v, Livro 1874-1876 do arquivo pa-
roquial de Serra da Raiz).
Emigdio Fernandes de Oliva.

O dia do nascimento de Joaquim, informado no ba-


tistério, difere da data amplamente divulgada e comemo-
rada em família. De acordo com os informes da neta D. Ma-
riazinha, seu avô Quincas nasceu aos 12/01/1876.
Na década de 1890 já o encontramos como morador
da povoação de Pilões do Maia, no município de Bananei-
ras. Nessa época ele trabalhava na loja de tecidos e chapéus
de seu primo e futuro cunhado Antonio Telésphoro. Foi ali
que veio a conhecer sua prima em primeiro grau Amália de
Oliveira Castro (*1879-†1967), com quem, tempos depois, se
casaria religiosamente no lugar Pilões do Maia, do Termo
de Bananeiras, no ano de 1898:

Aos Vinte oito de Fevereiro de mil oitocentos noven-


ta e oito, precedidas as denunciações canônicas sem
impedimento, perante as testemunhas Capitão Aní-
sio Maia, e Manoel Brasiliano assisti Juxta Ritum S.
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R. Eclesia ao recebimento matrimonial de Joaquim


Pereira de Castro, e Amália Idalina de Olivei-
ra: ele com vinte três anos, e f. lgmo. de Antonio Pe-
reira, e Anna Idalina; ella com desenove de idade e f.
lgma. de João Telesphoro, e Maria Idalina. Do que fis
este termo (Transcrição integral do Termo 49, fls. 36
e 36 v, Livro 4 do arquivo paroquial de Bananeiras).
Vigro. José Euphrosino de Maria Ramalho.

O evento de união matrimonial dos noivos mereceu


destaque na imprensa local, conforme nota em uma das
edições de março de 1898 do jornal “O Labor”:

“Consorciaram-se a 28 de fevereiro findo, na Povoa-


ção de Pilões, dêste têrmo, o Snr. Joaquim Pereira de
Castro e a exma. Sr. D. Amália Idalina de Oliveira.
Nossas felicitações.”

Quincas, ao longo da vida, foi comerciante e agri-


cultor. Quando jovem, viajava constantemente para a capi-
tal para fazer compras e o frequente contato tornou-o ami-
go do dono do armazém fornecedor. O tal homem, certa
vez, recebera de um devedor um pedaço de terra localizado
em Pilões do Maia, como pagamento de uma dívida. O do-
no do armazém insistiu em vender a terra para Quincas,
que relutou em aceitar a oferta, uma vez que não dispunha
do capital necessário. Conhecedor da boa índole e do cará-
ter de Quincas, o bom homem tanto insistiu que o negócio
foi concretizado, sem o estabelecimento de prazos ou maio-
res exigências para o pagamento da dívida. Naquele terre-
no ele ergueria sua futura vivenda, no espaço onde aos
poucos foi surgindo a pequena vila.
Esses acontecimentos selaram o começo da vida de
Quincas. A partir daí ele foi prosperando dia após dia. Aos
poucos adquiriu novas terras em localidades próximas de
casa, nas quais também cultivou café e culturas menores.
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 70

Na segunda metade da década de 1940 também enveredou


pela política, integrando a representação do Partido Social
Democrático em Bananeiras. Elegeu-se vereador por duas
legislaturas consecutivas, não tendo completado o segundo
mandato em virtude de seu falecimento.
Era um homem de caráter e personalidade, larga-
mente relacionado em seu reduto e em toda a sociedade
bananeirense, onde desfrutava dos melhores conceitos.
Uma de suas grandes preocupações na vida foi proporcio-
nar boa educação para os filhos. Para tanto, cedo contratou
professores da capital para alfabetizar as crianças na vila.
Amável e solidário, sempre se dispunha a ajudar ao
próximo e isso lhe trouxe popularidade e boas amizades.
Conservava em seus guardados um velho caderno onde
anotava os nomes dos afilhados, cujo número passou de
mil, como nos afiançou a neta Mariazinha.
O ano de 1948 selaria o encontro de Quincas com
um menino de onze anos, numa
visita casual deste à casa dos
Castro. Ocorre que o menino, o
pequeno Edinaldo Cordeiro
Pinto, pai do autor dessas no-
tas, estava passando tempora-
da em casa de sua avó Luísa
Cordeiro no sítio Cumaty, pro-
ximidades da Vila Maia. Um
de seus tios, Zuca Cordeiro,
estava enfermo e sua avó Luíza
Cordeiro encarregou o neto

Edinaldo Cordeiro Pinto,


pai do autor aos 11 anos de idade
no ano de 1948 na Vila Maia,
fotografado por Odon de Castro
Fonte: Acervo do autor

SUMÁRIO
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Edinaldo da tarefa de ir à residência dos Castro em busca


de ervas para preparar remédio. Edinaldo dirigiu-se à casa
dos Castro e lá chegando apresentou-se na “bodega” de seu
Quincas para informar o motivo da sua ida. Quincas, curio-
so com a presença daquele menino, perguntou-lhe de quem
era filho e Edinaldo prontamente respondeu ser filho de
Mariinha (assim era conhecida sua mãe Leopoldina entre
os Castro), filha mais velha dos Cordeiros do Cumaty. De-
pois dessa conversa inicial, Quincas perguntou ao menino
se gostaria de trabalhar ali no comércio, ao que Edinaldo
respondeu que teria que pedir permissão à sua mãe.
Dias depois, concedida a permissão, partiu o pe-
queno com seus pertences para a vivenda dos Castro. Ali,
segundo nos relatava, aprendeu ricas lições e experiências
de vida que se perpetuaram por uma existência inteira. Fo-
ram quase cinco anos de convivência, aprendendo o ofício
de ajudante de balconista no empório de seu Quincas.
Próximo de sua morte, Quincas, já enfermo, fez re-
comendações ao filho Oscar para que cuidasse do futuro de
Edinaldo, levando-o para a capital para estudar e encami-
nhá-lo na vida. Mas os desígnios divinos traçaram outros
rumos e ele foi direcionado para trilhar outros caminhos.
A descendência de Joaquim Pereira de Castro e sua
esposa Amália virá apresentada em separado, conforme
adiante se verá.
N4. Maria Idalina de Castro Bezerra (*1880-†1926) nasceu
no Povoado de Caiçara (PB). Casou-se religiosamente em
Bananeiras aos 28/01/1900 com Manoel Bezerra da Trin-
dade (*1870), natural de Papary (RN), filho de José Botelho
Bezerra da Trindade e Maria Fideralina Bezerra da Trinda-
de, perante as testemunhas Capitão Antonio Telésphoro e
Manoel do Nascimento, conforme termo 12, fls. 57, Livro 4
do arquivo paroquial de Bananeiras. A família saiu de Ba-
naneiras para residir em Caiçara. Desse consórcio soube-
mos dos filhos:
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 72

B11. Octacília Bezerra da Trindade (*1904) nasceu


no lugar Alagoinha, do Termo de Guarabira. Sem
maiores informações.
B12. Iracema Bezerra da Trindade (*04/05/1908)
nasceu no lugar Alagoinha, do Termo de Guarabira.
Casou-se em primeiras núpcias aos 21/09/1926 com
Manoel Francisco Tavares do Rêgo (*1891-
†05/03/1942), filho de Manoel Tavares do Rego
(*1848-†10/08/1928) e Josepha Luzia da Costa
(*1860-†1942), cf. Termo lavrado às fls. 105, Livro
1923-1928 do cartório civil de Caiçara. Ao enviuvar,
Iracema casou-se civilmente aos 10/04/1943 com
Pedro Alves de Almeida (*23/11/1900), natural de
Glicério (PE), filho de Manoel Alves da Silva e Joana
Alves da Silva. De Iracema e Manoel Tavares houve
os filhos:
T1. Eurides Tavares de Carvalho (*1922-
†08/11/1998) nasceu em Caiçara e faleceu
no Rio de Janeiro. Casou-se com Antonio
Rodrigues de Carvalho.
T2. Manoel Tavares do Rego nasceu e fale-
ceu em Belém (PB) (*1937-†13/04/1940).
Sem maiores informações.
T3. Celina Tavares do Rego nasceu e faleceu
em Belém (PB) (*1941-†07/06/1941). Sem ou-
tras informações.
T4. José Humberto Tavares do Rego nasceu
e faleceu em Belém (*1945-†14/05/1947).
Sem mais informações.
B13. Antonio Bezerra da Trindade (*20/12/1911)
nasceu na Povoação de Belém (PB), sendo irmão
gêmeo de Maria. Residiu na Povoação de Borbore-
ma. Casou-se civilmente em Bananeiras aos
07/05/1936 com Josefa Barbosa de Sena
SUMÁRIO
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(*01/02/1904), filha de Joaquim Barbosa de Sena


(*1863) e Francisca Maria da Conceição (*1872), resi-
dentes em Bananeiras. Deles houve descendência.
B14. Maria Bezerra da Trindade (*20/12/1911) nas-
ceu na Povoação de Belém (PB), sendo irmã gêmea
de Antonio. Casou-se civilmente em Guarabira, aos
15/12/1933 com Juvenal Pereira dos Santos
(*15/05/1908), nascido no lugar Serrote, de Caiçara,
filho de Francisco Pereira dos Santos e Raquel Ave-
lina da Conceição. Do casal houve geração.
N5. Laura Idalina de Castro Bezerra (*1882-†?) nasceu no
Povoado de Caiçara. Casou-se religiosamente em Bananei-
ras, aos 28/01/1900, com Cleodomiro Filgueira de Moura
(*1878), filho de Antonia Maria, cf. Termo 13, fls. 57, Livro 4
do arquivo paroquial de Bananeiras. Não encontramos in-
formações posteriores sobre o casal.

Após o falecimento de Anna Idalina, Antonio Pereira uniu-


se matrimonialmente com Maria Cândida Martins Fernandes. Ha-
via ligações dela com a família Queiroz. Desse novo consórcio
houve os filhos:
N6. Lucinda Pereira de Castro nasceu no Povoado de Pi-
lões do Maia no ano de 1886. Sem maiores informações.

Lucinda flg. de Antonio Pereira de Castro e Maria


Candida Martins Fernandes, nascêo a vinte e oito de
Abril de mil oito centos oitenta e seis, e a desoito de
Maio do mesmo ano foi por mim baptisada, sendo
padrinho José Martins Ferreira da Costa. Do que fiz
este (Transcrição integral do Termo 530, fls. 47, Li-
vro 13 do arquivo paroquial de Bananeiras).
O Vigro. José Euphro. de Maria Ramalho

N7. Joana Pereira de Castro nasceu no Povoado de Pilões


do Maia no ano de 1887. Sem outras informações.
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Joanna flg. de Antonio Pereira de Castro e Maria


Candida de Castro com quatro meses de idade foi por
mim baptisada á nove de Novembro de mil oito cen-
tos oitenta e sete, sendo padrinhos João Cancio de
Farias Maia e D. Emilia Augusta. Do que fiz este
(Transcrição integral do Termo 1.278, fls. 4 v, Livro
14 do arquivo paroquial de Bananeiras).
Vigro. José Euphro. de Ma. Ramo.

N8. Antonio Riguel Pereira de Castro (*04/01/1890) nas-


ceu no Povoado de Pilões do Maia, do Termo de Bananei-
ras.

Antonio flgo. de Antonio Pereira de Castro, e D.


Maria Candida, nasceo á quatro de janeiro de mil oi-
tocentos e noventa, foi baptisado pelo Vigário abaixo
assignado á vinte e quatro do dito mez e anno, sendo
padrinhos Manoel Braziliano da Costa, e D. Emília
de Faria Costa. Do que mandei fazer este termo
(Transcrição integral do Termo 159, fls. 47, Livro 15
do arquivo paroquial de Bananeiras)
O Vigro. José Euphro. de Ma. Ramo.

Antonio foi Marinheiro do Império. Casou-se religi-


osamente aos 18/11/1909 com Maria Emília de Queiróz
(*1887), filha de Manoel Florentino de Queiroz e Francisca
Emília de Queiroz, cf. Termo 204, fls. 236 v, Livro 5 do ar-
quivo paroquial de Bananeiras. Na certidão consta que o
noivo estaria aos 47 anos. Informação da qual discordamos,
tendo em vista o batistério acima transcrito. Na década de
1930 encontramos a família residindo em Itabaiana (PB).
N9. Manoel Pereira de Castro nasceu em Bananeiras aos
16/06/1892; foi batizado pelo vigário Estêvão Dionízio
Torres aos 21 do mesmo mês e ano, tendo por padrinhos
José de Farias Maia e Maria de Farias Maia, cf. Termo 707,
fls. 91, Livro 17 do arquivo paroquial de Bananeiras.

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N10. Clothildes Pereira de Castro nasceu em Bananeiras


aos 27/12/1897; foi batizada pelo vigário José Euphrosino
aos 11/11/1899, tendo por padrinhos Cândido Marinho
Falcão e D. Marfiza Marinho Falcão, cf. Termo 1.088, fls. 2
v, Livro 23 do arquivo paroquial de Bananeiras. Casou-se
civilmente em Itabaiana (PB) aos 13/10/1933 com Manuel
Alves de Lyra (*05/04/1894), filho de Vicente Alves Caval-
cante (*1865-1905) e Maria Lyra da Conceição (*1870-1935),
cf. Termo 70, fls. 82, Livro 1932-1935 do cartório civil de
Itabaiana. O casal faleceu no sudeste do país. Deles houve
os filhos:
B15. Maria de Lourdes de Lyra Souza nasceu em
Itabaiana aos 22/07/1918 e faleceu aos 11/10/1977.
B16. Aderaldo Castro Lyra nasceu em Itabaiana aos
29/01/1920 e faleceu no Rio de Janeiro aos
29/03/2004.
B17. Maura de Castro Lyra nasceu em Itabaiana aos
03/05/1924 e faleceu em São Paulo. Sem mais in-
formações.
B18. Jeovah de Castro Lyra nasceu em Itabaiana aos
31/07/1932 e faleceu em São Paulo aos 21/12/2012.
Casou-se com Maria do Socorro Lyra (*1937-†2010).
Deles houve descendência.
F2. Maria Idalina de Castro Oliveira nasceu em Mamanguape nos
últimos anos da década de 1840. Casou-se com João Telésphoro de
Oliveira (*1847-†25/05/1880), ele também nascido em Maman-
guape e falecido no lugar Pilões do Maia, sendo sepultado no ce-
mitério de Pirpirituba, cf. Termo de óbito às fls. 24 v, Livro 2 do
arquivo paroquial de Bananeiras. Nos livros de Mamanguape fo-
mos colher o termo de união matrimonial, cuja transcrição faze-
mos a seguir:

Aos Vinte e dois de Novembro de mil oito centos e


cessenta e cinco, de minha licença o Revdo. Miguel
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 76

Severino da Silva Lisboa em Oratório privado, pre-


sentes as testemunhas João Antonio Collaço Dias e
Antonio [...] uni em matrimonio com as bençãos
nupciaes os nubentes João Telesphoro d’Oliveira
e Maria Idalina de Castro, ele filho natural de
Maria Eugenia d’Oliveira e ella filha legitima de
Luis Pereira de Castro e Thomazia Maria da Concei-
ção, todos naturaes e moradores nesta Freguizia; de
que para constar fis este assento (Transcrição inte-
gral do Termo s/n, fls. 29, Livro 1854-1873 do ar-
quivo paroquial de Mamanguape).
Vigro. Frederico d’Almeida e Albuquerque

João Telésphoro e Maria Idalina, a julgar por algumas refe-


rências documentais que encontramos nos livros paroquiais de
Bananeiras, migraram de Mamanguape para o Povoado de Pilões
do Maia por volta do ano de 1878. De sua união houve a seguinte
geração:
N11. Antonio Telésphoro de Oliveira “Totonho” (*1867-
†15/01/1962) nasceu no município de Mamanguape (PB) e
faleceu em João Pessoa.

Foi próspero comerciante na povoação de Pilões, onde pos-


suiu loja de tecidos e chapéus. Era um homem bem relacio-
nado e de popularidade. Sua presença está amplamente as-
sinalada nos livros eclesiásticos e cartorários de Bananeiras,
onde aparece repetidamente apadrinhando ou testemu-
nhando dezenas de eventos. Casou-se em primeiras núp-
cias com sua prima em primeiro grau, Amália Idalina de
Castro (*1872-†1900), como se lê em seguida:

Aos desecete de Fevereiro de mil oitocentos e noven-


ta, precedidas as denunciações canônicas sem impe-
dimento, perante as testemunhas José da Costa Lyra,
e Manoel Braziliano da Costa, assisti ao recebimento
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 77

matrimonial de Antonio Telesphoro de Oliveira,


e D. Amália Idalina de Castro, ele com vinte e
um anos e f.lgo. de João Telesphoro de Oliveira, e
[Anna] (sic) Idalina de Castro; ella com desecete
anos e f.lga. de Antonio Pereira de Castro, e Anna
Idalina de Castro. Do que mandei fazer este termo
(Transcrição do Termo 36, fls. 18 v, Livro 3 do ar-
quivo paroquial de Bananeiras).
Vigro. José Euphro. de Ma. Ramo.

Desse enlace matrimonial houve os filhos:


B19. Ana Telésforo de Oliveira Farias “Nana”
(*1890-†13/11/1982) nasceu no lugar Pilões do Maia
e faleceu em João Pessoa, estando sepultada no ce-
mitério Senhor da Boa Sentença, naquela cidade.

Casou-se religiosamente na Capela de Pilões


aos 27/05/1918 com Fausto Barbosa de Farias Be-
zerra (*1865-†13/08/1950), viúvo de Maria Joaquina
Pereira de Mello (*1873-†1918), filho de Manoel Joa-
quim Barbosa de Farias (*1834) e Maria Joaquina
Pessoa de Vasconcelos (*1842). Fausto foi senhor do
engenho São Sebastião em Pilões do Maia. Desse
consórcio houve os filhos:
T5. Oscar Oliveira Farias (*22/12/1919) nas-
ceu no Povoado de Pilões do Maia, batizado
na Capela de Pilões aos 25/01/1920 pelo vi-
gário Manoel Christovam Ribeiro Ventura,
tendo por padrinhos Joaquim Pereira de
Castro e Amália de Oliveira Castro, cf. Ter-
mo 28, fls. 57, Livro 40 do arquivo paroquial
de Bananeiras. Faleceu infante.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 78

T6. Carmésia Oliveira Farias (*17/03/1921)


nasceu no Povoado de Pilões do Maia, Ter-
mo de Bananeiras no ano de 1921.

Aos quatorze de abril de mil novecentos e vinte e


um, em Pilões, baptisei solemnemente a Carmésia
filha legitima de Fausto Barbosa de Farias e Anna de
Oliveira Farias, moradores em Pilões, nascida a trese
de março do dito anno, sendo padrinhos Luiz Teles-
phoro de Oliveira e Elvira de Oliveira de Araújo. E
para constar mandei fazer este assentamento que as-
signo (Transcrição integral do Termo 550, fls. 167 v,
Livro 41 do arquivo paroquial de Bananeiras).
Vig. Manoel Christovam R. Ventura

Casou-se religiosamente na Matriz de


Bananeiras aos 26/07/1950 com seu primo
Osvaldo de Oliveira Castro (*03/01/1920-
†20/09/1973), nascido no Povoado de Pilões
do Maia, filho de Joaquim Pereira de Castro
e Amália de Oliveira Castro. A cerimônia foi
realizada pelo vigário Edwards Caldas Lins
e teve como testemunhas Homero de Almei-
da Araújo e Barôncio Lucena Neto. A des-
cendência de Carmésia está demonstrada na
descendência de seu esposo Osvaldo de Oli-
veira Castro (F15).
Dona Carmésia, professora diploma-
da, foi mestra de primeiras letras em Pilões
do Maia e um de seus muitos alunos foi o
pai desse autor, Edinaldo, quando residia em
companhia da família Castro. Das narrativas
que ele costumava fazer a respeito de sua
meninice, o nome de Dona Carmésia era
sempre recorrente e lembrado pelo respeito e
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 79

admiração que ele devotava à sua querida


primeira mestra, com quem aprendeu belas
lições de vida e moral e colocou-as em práti-
ca ao longo da sua vida. Edinaldo, até bem
pouco tempo atrás e já em seus últimos anos
de vida, acalentava o desejo de um dia reen-
contrar sua estimada professora primária
que, segundo informavam, apesar da idade
avançada, ainda vivia na companhia de pa-
rentes no Rio de Janeiro, onde veio a falecer.
T7. Ruy de Oliveira Farias (*22/04/1923-
†09/03/1948) nasceu na Povoação de Pilões.
Casou-se religiosamente com Hilda Pessoa
de Lucena, que cedo falecera. Em seguida,
casa-se civilmente em segundas núpcias em
João Pessoa, aos 27/09/1947, com Inez Cre-
ozola de Oliveira Farias (*14/07/1924), natu-
ral de Sapé e filha de Miguel Angelo Creozo-
la (*1871) e Maria Perazzo Creozola (*1895).
Ruy faleceu em João Pessoa. Deles houve
descendência.
T8. Ada de Oliveira Farias (*20/11/1926)
nasceu na Povoação de Pilões. Casou-se com
José Aguiar. Residiram em Natal e anos de-
pois se radicaram em João Pessoa, onde in-
vestiram no ramo de panificação. Sob os cui-
dados de Ada ficaram sua mãe Ana e seu
avô Antonio Telésphoro até os últimos dias
de vida. Do casal houve geração de três fi-
lhos, que seguiram com a descendência.
T9. Odo de Oliveira Farias (*22/01/1929)
nasceu na Povoação de Pilões; foi batizado
no Condado pelo vigário Gabriel Toscano da
Rocha aos 28/02 do mesmo ano, sendo pa-
drinhos José Lucas e Belarmina Farias, cf.
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 80

Termo 242, fls. 74, Livro 50 do arquivo paro-


quial de Bananeiras. Faleceu infante.
T10. Ido de Oliveira Farias (*03/10/1930-
†28/11/1963) nasceu na Povoação de Pilões
e faleceu em João Pessoa. Casou-se civil e re-
ligiosamente em João Pessoa aos 20/10/1955
com Juberlita de Oliveira Farias. São seus fi-
lhos:
Q1. Marta Cristina de Oliveira Fari-
as.
Q2. Ilzeny de Oliveira Farias.
Q3. Ruy de Oliveira Farias.
Q4. Yara de Oliveira Farias.
B20. Maria Telésforo de Oliveira nasceu no Povoa-
do de Pilões do Maia aos 07/05/1892; batizada pelo
vigário José Euphrosino Ramalho e tendo por pa-
drinhos Antonio Pereira de Castro Filho e Amélia
Amália de Castro, cf. Termo 582, fls. 79 v, Livro 17
do arquivo paroquial de Bananeiras. Faleceu ainda
criança.
B21. Lydia Telésphoro de Oliveira nasceu no Povo-
ado de Pilões do Maia aos 03/08/1893, batizada pe-
lo vigário José Euphrosino Ramalho e tendo por pa-
drinhos o Capitão Anísio da Costa Maia e D. Josefa
Garcia de Farias Maia, cf. Termo 1352, fls. 4 v, Livro
19 do arquivo paroquial de Bananeiras. Faleceu in-
fante.
B22. João Telésphoro de Oliveira nasceu no Povoa-
do de Pilões do Maia aos 15/11/1894, batizado pelo
vigário José Euphrosino Ramalho e tendo por pa-
drinhos o Capitão Anísio da Costa Maia e D. Josefa
Garcia de Farias Maia, cf. Termo 1447, fls. 94 v, Li-

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 81

vro 19 do arquivo paroquial de Bananeiras. Faleceu


ainda criança.
B23. Luiz Telésphoro de Oliveira “Lulú” nasceu no
Povoado de Pilões do Maia aos 15/11/1895, batiza-
do pelo vigário José Euphrosino Ramalho e tendo
por padrinhos o Tenente Cel. Antonio José da Costa
Maia e D. Guilhermina da Conceição Maia, cf. Ter-
mo 215, fls. 29 v, Livro 20 do arquivo paroquial de
Bananeiras. Exerceu por longos anos o cargo de
guarda livros na Prefeitura de Bananeiras. Tinha um
defeito físico em uma das pernas, que o obrigava a
usar bengala. Nunca se casou e até onde soubemos
não deixou descendência.

B24. Elvira de Oliveira Castro (*24/12/1896-


†04/08/1958) nasceu no Povoado de Pilões do
Maia, batizada pelo vigário José Euphrosino Rama-
lho aos 26/05/1897 e tendo por padrinhos Antonio
Pereira de Castro e Maria Cândida de Castro, cf.
Termo 615, fls. 44, Livro 21 do arquivo paroquial de
Bananeiras.

Elvira ficou orfã de mãe muito cedo e de cer-


ta forma foi criada na casa de Quincas e Amália, a
ponto de ser considerada como filha mais velha do
casal. Casou-se religiosamente na Povoação de Pi-
lões, aos 28/02/1917, com Homero de Almeida
Araújo (*1896-†20/11/1973), natural de Guarabira,
filho de Joaquim Francisco de Araújo e Francisca
Emília de Almeida Nóbrega, cf. Termo 6, fls. 182 v,
Livro 6 do arquivo paroquial de Bananeiras. Home-
ro prestava serviços à usina de beneficiamento de
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 82

algodão do empresário Abílio Dantas, de Bananei-


ras. Em princípios da década de 1940 encontramos o
casal residindo na Vila de Barra de Santa Rosa (PB).
Anos mais tarde Homero exerceu o cargo de prefei-
to da cidade na gestão 1955-1958 e foi reconduzido
no ano de 1959. Elvira e Homero foram os pais de:
T11. José Homero de Araújo nasceu em Ba-
naneiras aos 17/07/1918. Homem de rara in-
teligência, foi funcionário do Estado, vindo a
ocupar o importante cargo de diretor da Re-
cebedoria de Rendas. Casou-se civilmente
em Bananeiras, aos 18/12/1941 com Diana
da Costa Lira (*10/09/1917), filha de José
Fábio da Costa Lira e Flora do Rego Lira, cf.
Termo 862, fls. 35, Livro B-11 do cartório ci-
vil de Bananeiras. Desse consórcio houve
descendência de quatro filhos.
T12. Dustan Homero de Araújo nasceu em
Bananeiras aos 20/06/1920. Casou-se na Vila
de Solânea com Maria Hilda de Oliveira, na-
tural de Solânea, filha de Pergentino Alves
de Oliveira e Severina Alves de Oliveira, cf.
Termo 1271, fls. 138, Livro B-13 do cartório
civil de Bananeiras. Deles houve geração de
dois filhos, nascidos em Bananeiras.
T13. Heine Homero de Araújo nasceu em
Bananeiras. Casou-se em Bananeiras com
Maria do Carmo Costa de Araújo, havendo
do consórcio cinco filhos. Trabalhou por
muitos anos com o ramo de panificação em
Bananeiras e anos depois foi residir em João
Pessoa.
T14. Enos Homero de Araújo nasceu em Ba-
naneiras aos 12/07/1926. Casou-se com Ma-
ria Inês Araújo, havendo dessa união cinco
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 83

filhos. A família residiu em Bananeiras e lo-


go a seguir foram para Rio Tinto.
T15. Maria das Dores Araújo nasceu em Ba-
naneiras aos 29/12/1928; foi batizada aos
02/01/1929 pelo Cônego Severino Pires Fer-
reira, tendo por padrinhos José Antonio Fer-
reira da Rocha e Maria Engrácia da Rocha,
cf. Termo 6, fls. 41, Livro 50 do arquivo pa-
roquial de Bananeiras. Casou-se na Matriz
de Bananeiras, aos 04/11/1964, com Sebasti-
ão Lemos de Andrade (*1941), filho de Pedro
Firmino de Andrade e Maria do Carmo An-
drade, cf. Termo 168, fls. 33, Livro 19 do ar-
quivo paroquial de Bananeiras. Do casal não
houve filhos biológicos.
T16. Marisa Oliveira de Araújo nasceu em
Bananeiras no ano de 1930. Faleceu em
Campina Grande a 01/10/1952, em decor-
rência de problemas cardíacos, sendo sepul-
tada em Bananeiras. Era solteira.
T17. Elisete Oliveira de Araújo nasceu em
Bananeiras. Casou-se em primeiras núpcias
com Wilson Amorim, dos quais houve dois
filhos. Ao enviuvar contrai novas núpcias
em João Pessoa com Eliseu Holanda e deles
houve geração de dois filhos.
T18. Antonio Marmo de Araújo “Antoninho”
nasceu em Bananeiras. Na época de seu nas-
cimento sua mãe Elvira perdeu a visão. As-
sim, o pequeno Antonio foi entregue aos
cuidados da sua tia materna Ana Telésforo
“Nana”, que o criou e educou. Casou-se em
João Pessoa com Edna Fernandes e geraram
duas filhas.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 84

B25. Octávio Telésphoro de Oliveira nasceu no Po-


voado de Pilões do Maia aos 26/05/1898; batizado
pelo vigário José Euphrosino Ramalho e tendo por
padrinhos Fausto Barbosa de Farias e D. Maria Joa-
quina Pessoa de Vasconcelos, cf. Termo 1.156, fls. 65
v, Livro 22 do arquivo paroquial de Bananeiras.
B26. Beatriz Telésphoro de Oliveira nasceu no Po-
voado de Pilões do Maia aos 25/05/1899; batizada
pelo vigário José Euphrosino Ramalho e tendo por
padrinhos José de Farias Maia e D. Maria Emília de
Queirós Maia, cf. Termo 1.087, fls. 2 v, Livro 23 do
arquivo paroquial de Bananeiras.

Amália Idalina de Oliveira faleceu no ano de 1900,


ainda muito jovem. Sem os carinhos e a companhia de sua
venerada primeira esposa, o marido Antonio Telésphoro
buscou um bálsamo para os dissabores de sua precoce viu-
vez, tendo-o encontrado no aconchego dos braços de Que-
rubina Camila de Oliveira, filha de Miguel Camilo de Oli-
veira e Benvinda Justina de Oliveira. Dessa união informal
nos chegam dados da seguinte prole:
B27. Severina Telésphoro de Oliveira nasceu no
Povoado de Pilões do Maia aos 05/02/1905. Casou-
se em Bananeiras, aos 07/04/1951, com Luiz de
Oliveira Araújo, filho de Bartolomeu Reinaldo de
Araújo (*1879-†30/06/1957) e Alexandrina Claudi-
no de Araújo (*1877). Deles houve descendência.
B28. Otília Telésphoro de Oliveira nasceu aos
28/03/1908 no Povoado de Pilões do Maia. Sem
mais informações.
B29. José Telésphoro de Oliveira nasceu no Povoa-
do de Pilões do Maia aos 15/10/1910, batizado co-
mo filho natural de Querubina, tendo por padrinhos
Francisco Barbosa Coutinho e Rosalina Barbosa

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 85

Coutinho, cf. termo 735, fls. 12 v, Livro 32 do arqui-


vo paroquial de Bananeiras.
B30. José Telésphoro de Oliveira nasceu no Povoa-
do de Pilões do Maia aos 22/08/1912.
B31. Juvenal Telésphoro de Oliveira nasceu no Po-
voado de Borborema aos 16/11/1919.
B32. Maria Telésphoro de Oliveira nasceu no Po-
voado de Pilões do Maia aos 28/10/1920.
B33. Luiz Telésphoro de Oliveira nasceu no Povo-
ado de Pilões do Maia aos 28/08/1923.

Embora mantendo um relacionamento estável com


Querubina Camila de Oliveira, Antonio Telésphoro voltou
a contrair segundas núpcias, casando-se religiosamente,
aos 28/10/1900, com Antonia Florentina de Aguiar (*1866-
†30/01/1953), viúva de José Pereira Tavares de Melo e filha
de João Batista Fernandes e Bernarda Florentina de Aguiar,
cf. Termo 159, fls. 68, Livro 4 do arquivo paroquial de Ba-
naneiras. Dessa segunda união oficial houve mais um filho:
B34. Oliveiro Telésphoro de Aguiar (*02/08/1900-
†27/09/1988) nasceu na Povoação de Pilões do
Maia. Casou-se civilmente, aos 15/12/1921, com
Antonia Stela de Melo Aguiar (*1904), natural do
lugar Bebedouro de Bananeiras, filha de Belísio
Nery Pereira de Melo (*1863) e Celecina Mirandoli-
na de Lucena (*1877). São os pais de:
T19. Judith Telésphoro de Oliveira
(*10/12/1922) nasceu na Vila de Pirpirituba.
T20. Jáder Telésphoro de Aguiar nasceu na
Povoação de Borborema aos 12/10/1925.
N12. Amélia Amália de Oliveira Castro (*1868) nasceu no
município de Mamanguape.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 86

Casou-se religiosamente em Bananeiras, aos


18/08/1891, com seu primo em primeiro grau, Antonio Pe-
reira de Castro Filho (*1879), natural de Mamanguape, filho
de Antonio Pereira de Castro e Anna Idalina de Castro, cf.
Termo 88, fls. 48 v, Livro 3 do arquivo paroquial de Bana-
neiras. Foi celebrante o padre José Euphrosino Ramalho,
perante as testemunhas Ten. Cel. Antonio José da Costa
Maia e Capitão Manoel Braziliano da Costa. Residiram no
Povoado de Pilões do Maia e em seguida foram para João
Pessoa, onde Amélia foi proprietária de pensionato. Anos
mais tarde também residiram no Rio de Janeiro, onde fale-
ceram. Sua descendência encontra-se relacionada em Anto-
nio Pereira de Castro Filho (N1), anteriormente informado.
N13. Luiz Pereira de Castro (*1875-†25/06/1963), nasceu
no município de Mamanguape e faleceu em João Pessoa.

Luiz transitou pela vida pública de Pilões e Serraria.


Exerceu a vice presidência do Conselho Municipal de Ser-
raria em 1898, foi vereador e adjunto de promotor, além de
funcionário público da prefeitura do mesmo município.
Em 1929 foi nomeado prefeito de Serraria (BASTOS: 1955).
Casou-se religiosamente na Matriz de Pilões de
Dentro, aos 04/02/1896, com Maria Pereira da Silva
(*1876), filha de João Marinho Falcão e Rita Maria dos An-
jos, cf. Termo 12, fls. 71, Livro 1892-1903 do arquivo paro-
quial de Pilões de Dentro. Foi celebrante o vigário Francis-
co Targino Pereira da Costa, servindo como testemunhas
Manoel Braziliano da Costa e João Câncio da Costa Maia.
Eram residentes na Povoação de Arara. Deles houve a se-
guinte geração:

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 87

B35. Severino Pereira de Castro nasceu na Povoa-


ção de Arara. Casou-se com Alice Brasiliano de Cas-
tro, filha de Félix Brasiliano da Costa e Joana Leite
da Costa, residentes em Serraria, onde tiveram re-
presentatividade.
B36. João Pereira de Castro (*1899-†20/08/1983)
nasceu na Povoação de Arara. Era agente fiscal apo-
sentado. Faleceu em João Pessoa. Casou-se com Ma-
ria Luísa de Castro, em Caiçara, no ano de 1953, dos
quais houve descendência dos filhos:
T21. Maria Elizabeth Pereira de Castro
T22. Marcelo Pereira de Castro
B37. Maria do Carmo Castro (*1907-†07/10/1937)
nasceu na Povoação de Arara.
B38. Celina Pereira de Castro (*07/12/1908-
†25/06/1986), nasceu na Povoação de Arara. Casou-
se civilmente, aos 03/11/1945, com Ismael Felismi-
no dos Santos (*1909-†25/10/1993), natural de Ba-
naneiras, filho de José Felismino dos Santos e Maria
Josefa do Nascimento. Deles houve os filhos:
T23. Antonio Felismino de Castro nascido a
01/01/1939.
T24. Maria Ismênia de Castro nascida aos
04/05/1942.
T25. Maria da Conceição de Castro nascida
aos 05/02/1945.
B39. Luiz Pereira de Castro Filho (*20/02/1909-
†22/07/1983), nasceu na Povoação de Arara e fale-
ceu em João Pessoa; casou-se na Povoação de Bor-
borema, aos 29/03/1934, com Maria Dalva Pinto
(*03/07/1917), filha de Júlio Américo Pinto e Anto-
nia de Aguiar Pinto. Foi juiz de paz, comerciante e

SUMÁRIO
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proprietário de terras. Residiram em Borborema e


Solânea e deles houve descendência de quatorze fi-
lhos.
B40. Elequicina Pereira de Castro nasceu na Povoa-
ção de Arara. Sem maiores informações.
B41. José Pereira de Castro (*10/08/1911-
†03/01/1990) nasceu na Povoação de Arara. Casou-
se com Maria José Alves. Residiram em Solânea por
muitos anos, onde possuíram comércio formal à
Rua Treze de Maio. Dessa união houve oito filhos,
que prosseguiram com a descendência.
Luiz Pereira de Castro, após viuvez, casou-se mais
duas vezes. Do terceiro consórcio, com Severina da Cunha
Lima de Castro, filha de Gabriel da Cunha Lima e Emília
da Cunha Lima, houve mais um filho:
B42. João Tadeu de Castro (*1959). Sem maiores in-
formações.
N14. AMÁLIA DE OLIVEIRA CASTRO (*20/08/1879-
†16/01/1967) nasceu no Povoado de Pilões do Maia, do
Termo de Bananeiras. É uma das homenageadas desse
apanhado genealógico, juntamente com seu esposo Joa-
quim Pereira de Castro, dos quais a seguir apresentaremos
a árvore da sua descendência.

Amália filha legitima de João Thelesphoro de Oli-


veira e Maria Idalina de Oliveira, nasceo a dous de
maio de mil oito centos e setenta e nove e foi solem-
nemente baptisada por mim a trese do mesmo, sendo
padrinhos o Capitão Antonio José da Costa Maia e
sua mulher Da. Guilhermina da Conceição Maia e
para constar mandei fazer este assento (Transcrição
integral do Termo 116, fls. 10, Livro 9 do arquivo
paroquial de Bananeiras).
O Vigro. José Euphro. de Ma. Ramo.
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Amália ficou órfã de pai aos nove meses de vida e,


ainda na infância, foi entregue aos cuidados das beatas pa-
ra ser educada em regime de internato na “Casa de Cari-
dade de Santa Fé”, fundada pelo Padre Mestre José Maria
Ibiapina, hoje localizada no território do município de So-
lânea. Ali ela recebeu, apesar das dificuldades e limitações
da época, os melhores ensinamentos e aprendeu as mais
belas lições de vida, transmitidas a todos os filhos que ge-
rou. De lá saiu para a companhia do irmão mais velho, An-
tonio Telésphoro, quando atingiu a idade limite.
Uma mulher serena, de comportamento calmo, do-
na de casa de múltiplas habilidades. Mãe de família exem-
plar. Assim a definiu uma das netas. Prendada em borda-
dos, doces e variados pratos culinários, ainda conduzia a
organização da casa com competência e maestria. Exagera-
damente limpa e austera, pautava sua vida por padrões dos
quais nunca abriu mão. Em nossa mesa, era comum ouvir
de Edinaldo, meu pai, o seguinte comentário, quando re-
memorava sua adolescência e suas vivências com a família
Castro: - “Ah, o feijão preparado por d. Amália, as comidas que
preparava; suas habilidades na cozinha”!
Casou-se religiosamente no lugar Pilões do Maia,
do Termo de Bananeiras, aos 28/02/1898, com seu primo
legítimo Joaquim Pereira de Castro (*1876-†1952), anteri-
ormente descrito.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 90

Joaquim & Amália


Sua Genealogia

casinha modesta onde nasci, onde


vivi aquelas primeiras horas de
vida, sentindo o afago do calor
materno, e o cheiro de alfazema
queimada nessa muito minha
amada Bananeiras!
Oscar de Castro

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 91

Árvore dos
Descendentes de

Joaquim Pereira de Castro


& Amália de Oliveira Castro
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 92

A descendência de Joaquim (N3) e Amália (N14), casal


especialmente focalizado nesse ensaio histórico-genealógico, será
destacada a seguir em árvore específica. Chamamos a atenção do
leitor para o detalhe de que os filhos do referido casal compreen-
dem os bisnetos do primeiro casal – Luís Pereira e Thomásia Guima-
rães – referenciado no início desta narrativa como os ancestrais
mais antigos da família em Mamanguape. Um dado peculiar na
árvore de Joaquim e Amália é a predominância da letra “O” no
prenome de quase todos os filhos do casal, à exceção do filho Joa-
quim. Por fim, informamos que optamos por relacionar os nomes
das filhas do casal com seus respectivos sobrenomes de solteiras.

Do consórcio de Joaquim e Amália houve a seguinte suces-


são:

F1. Oscar de Oliveira Castro (*1899-†1970)


F2. Olímpia de Oliveira Castro (*1901-†1980)
F3. Odilon de Oliveira Castro (*1902-†?)
F4. Olívia de Oliveira Castro (*1903-†?)
F5. Odilon de Oliveira Castro (*1904-†1980)
F6. Osmundo de Oliveira Castro (*1905-†?)
F7. Olívia de Oliveira Castro (*1907-†?)
F8. Odon de Oliveira Castro (*1908-†1986)
F9. Octacília de Oliveira Castro (*1909-†1992)
F10. Odete de Oliveira Castro (*1910-†)
F11. Osmar de Oliveira Castro (*1911-†)
F12. Odete de Oliveira Castro (*1912-†2009)
F13. Odília de Oliveira Castro (*1915-†2012)
F14. Joaquim de Oliveira Castro (*1917-†1991)
F15. Osvaldo de Oliveira Castro (*1920-†1973)
F16. Ozanete de Oliveira Castro (*1921-†2001)

SUMÁRIO
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F1. Oscar de Oliveira Castro (*27/04/1899 17-†14/07/1970) nasceu


na cidade de Bananeiras. A data registrada erroneamente no ba-
tistério abaixo difere da real data de seu aniversário.

Oscar flgo. de Joaquim Pereira, e Amalia Idalina,


nasceo á vinte e dois de Abril de mil oito centos no-
venta e nove, foi baptisado pelo Vigário abaixo as-
signado a vinte e cinco de Setembro do dito anno,
sendo padrinhos Antonio Telesphoro de Oliveira, e
Amalia Idalina de Oliveira. Do que mandei fazer es-
te termo (Transcrição do Termo 903, fls. 140 v, Li-
vro 22 do arquivo paroquial de Bananeiras).
Vigro. José Euphro. de Maria Ramo.

As primeiras experiências escolares ocorreram frequentan-


do as aulas de Manuel Irineu e depois a escola do Padre Berto,
proximidades da casa paterna. Mais tarde, seus pais o matricula-
ram no curso primário no Instituto Bananeirense 18 e a seguir veio o
secundário em João Pessoa, no Colégio Diocesano Pio X. Cedo
revelara grande gosto e talento para os estudos e em razão disso
seus pais não mediram esforços para lhe proporcionar uma educa-
ção privilegiada, assim como aos demais irmãos. Foi o único den-
tre eles a cursar e concluir com grande sacrifício o ensino superior,
embora todos os demais tivessem cursado uma educação básica de
qualidade e frequentado bons colégios na capital.

17
A data informada é a constante no termo de Registro Civil do Cartório
de Bananeiras, que difere daquela informada no batistério.
18
O Instituto Bananeirense foi um bem montado e renomado estabeleci-
mento de ensino que funcionou em Bananeiras e atendia à clientela dos
cursos primário e secundário. Foi fundado no ano de 1906 pelo Dr. Dio-
nísio Maia e congregava elementos de escol do magistério, dentre eles
alguns valores locais de destacado saber. Oscar frequentou a primeira
fase do famoso colégio.
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 94

Findos os preparatórios, Oscar ingressa na Faculdade de


Medicina de Salvador (BA), onde permaneceu por pouco tempo.
Logo a seguir viaja para o Rio de Janeiro (RJ) para prosseguir com
os estudos e ali ingressa no curso de Medicina da Faculdade do
Rio de Janeiro. Depois de decorrido o período de formação, recebe
o ambicionado diploma de médico em janeiro de 1924. A tese de
coramento versava sobre “Prolápsos Genitais e seu tratamento”. Anos
mais tarde também se diplomou em Direito pela Universidade
Federal de Pernambuco.
Após a conclusão do curso de Medicina, apesar dos planos
iniciais de continuar no Rio, dos apelos e convites para permane-
cer na capital federal, Oscar decide-se por regressar à Paraíba, na
certeza de poder dar o melhor de si em prol do seu povo. Ele foi,
além de médico competente e humani-
tário, homem de elevado saber e cultu-
ra invejável, tendo transitado por mui-
tas esferas, inclusive na literatura e no
jornalismo paraibano. Foi o estudioso
da História da terra, o cientista, o ami-
go dos pobres. Escritor e ensaísta, es-
creveu trabalhos elogiosos, que lhe
valeram o privilégio de ser um dos
fundadores da Academia Paraibana de
Letras, a qual presidiu por 25 anos e
onde ocupou a Cadeira número 02.
Paralelo ao exercício da medi-
cina e do trabalho intelectual, Oscar
também dedicou longos anos ao magistério, tendo lecionado no
Colégio Diocesano Pio X, Colégio Nossa Senhora de Lourdes, Co-
légio das Neves, no Lyceu Paraibano, na Faculdade de Filosofia,
na Escola de Serviço Social, na Faculdade de Medicina e na Facul-
dade de Direito da Universidade Federal da Paraíba. Exercia a
cátedra por amor!
Homem de vida extremamente dinâmica e produtiva,
acumulou uma extensa folha de serviços prestados à medicina, à
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R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 95

educação, à cultura e à sociedade de nosso Estado. Ao longo de


sua vida pública veio a exercer os mais diversos cargos em distin-
tas instituições: Delegado da Comissão Executiva da Conferência
Nacional de Proteção à Infância da Paraíba; Diretor da Assistência
Municipal; Secretário de Educação; Diretor e Organizador do De-
partamento de Serviço Social do Estado; Membro do Conselho
Estadual de Cultura; Presidente do Conselho Nacional de Medici-
na – Secção PB; Presidente do Rotary Clube de João Pessoa; Mem-
bro Honorário do Instituto Brasileiro de Medicina; Sócio da Socie-
dade Brasileira de Pediatria; Membro do Instituto Histórico e Geo-
gráfico da Paraíba; Membro da Academia Carioca de Letras.
Consagrado Professor-Doutor de Medicina da Universida-
de Federal da Paraíba, o Instituto de Medicina Legal do Estado da
Paraíba leva o seu nome. Ainda como resultado de toda a sua vida
pública e profissional, o Dr. Oscar tem merecido diversas outras
homenagens, figurando como patrono de instituições paraibanas
da capital e do interior como escolas, centros culturais etc.
Deixou publicados alguns livros como: Ensaios (1945), Vul-
tos da Paraíba (1955), Arruda Câmara (1967), Crimes e Personali-
dades Psicopatas (1969), Medicina na Paraíba (1945), Contribuições
à História da Farmácia na Paraíba (1964), Exortação aos Mortos
(1967), além de obras inéditas. Colaborou em jornais paraibanos,
escrevendo sobre os mais variados assuntos.
Longe dos bastidores da medicina e da vida cultural e soci-
al da capital, o Dr. Oscar, na vida privada, era pessoa simples e
extremamente devotada à família, como mesmo me confidenciou
sua sobrinha Mariazinha. Em visitas periódicas à família ou mes-
mo em férias mais prolongadas na Vila Maia, sua chegada era uma
verdadeira festa. Em período de férias ele reservava horas para
atender como médico aos filhos da terra. As tardes e noites eram
dedicadas para diversões em família. Costumava se juntar aos so-
brinhos para promover e organizar peças de teatro, contratava boi-
do-rei, joão redondo, pau-de-sebo para a meninada, cantadores
repentistas; tudo isso o divertia e o enchia de satisfação por sua
gente. Pessoa alegre, de bem com a vida, atitudes comuns com
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N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 96

todos com os quais convivia. Um de seus vícios era o fumo, que


acabou abreviando os seus dias.
Oscar casou-se religiosamente na Capela de Santo Antonio,
em Serraria (PB), aos 06/01/1926, com Maria de Miranda Henri-
ques “Marieta” (*12/11/1901-
†09/01/1983), natural do
Termo de Areia, filha do Co-
ronel Alfredo Afro de Miranda
Henriques (*1866) e Tereza das
Mercês Carneiro de Miranda
Henriques (*1867), proprietá-
rios do Engenho Santo Anto-
nio, cf. Termo 3, fls. 271 v, Li-
vro 2 do arquivo paroquial de
Serraria (PB). Marieta era neta
paterna de Francisco de Paula
de Miranda Henriques (*1851-
†1918) e Luzia Eufrauzina de
Oscar de Castro e Marieta Miranda Henriques (*±1846-†1920)
Fonte: Revista Vida Doméstica,
Edição 170, ano 1932. e neta materna de Eustáquio Car-
neiro de Mesquita e Tereza de Jesus
César de Albuquerque. Do casal houve a filha:
N1. Maria Lúcia de Castro Menezes, que nasceu e faleceu
em João Pessoa. Era advogada por formação e funcionária
pública federal. Casou-se, em João Pessoa, com Alberto
Nascimento de Menezes, nascido no Estado do Pará, oficial
da Marinha Mercante, filho de Astolfo Jaime de Menezes e
Angélica Nascimento de Menezes. Deles são os filhos:
B1. Oscar de Castro Menezes nasceu e reside em
João Pessoa. É casado.
B2. Alberto Nascimento de Menezes Filho nasceu e
reside em João Pessoa. É casado.
B3. Carla de Castro Menezes nasceu em João Pes-
Busto de Oscar
exposto na APL. soa. É casada e reside em Brasília (DF).

SUMÁRIO
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F2. Olímpia de Oliveira Castro “Nenén” (*27/04/1901-


†02/04/1980) nasceu na cidade de Bananeiras:

Olympia flgma. de Joaquim Pereira de Castro, e


Amalia de Oliveira nasceo á vinte sete de Abril de
mil novecentos e um, e á Vinte oito de Julho do dito
anno foi por mim solemnemente baptisada, sendo
padrinhos Ten. Cel. Anísio da Costa Maia e D. Jo-
sepha Garcia Maia. Do que fiz este termo (Transcri-
ção integral do Termo 644, fls. 51, Livro 24 do ar-
quivo paroquial de Bananeiras).
Vigro. José Euphrosino de Maria Ramalho.

Olímpia fez os primeiros estudos em Pilões do Maia, na


casa paterna, com professor contratado pelo pai. Na idade apro-
priada seus pais a encaminharam para a capital, a fim de propor-
cionar-lhe melhor educação. Desse modo, foi aluna interna do Co-
légio das Neves, onde recebeu boa formação e diplomou-se pro-
fessora.
Era uma senhora de pele branca, cabelos alourados e de
média estatura. Dona de casa muito prendada, exímia na culinária,
Olímpia administrava a casa com muita responsabilidade e cuida-
va de cada detalhe prático. Uma mulher de muita amabilidade e
querida pela parentela e vizinhança.

Casou-se civil e religiosamente na Capela do Povoado de


Pilões do Maia, aos 13/06/1921, com Anísio da Costa Maia Filho
“Sinhozinho” (*22/04/1895), nascido no lugar Muquém, fazenda
Nova Vista, filho do Coronel Anísio da Costa Maia (*1861-
†11/12/1949) e Josefa Garcia de Farias Maia (*1864-†01/01/1954),
conforme constava no Termo 107, às fls. 160, Livro 7 do arquivo
paroquial de Bananeiras. Anísio Filho teve como avós paternos

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 98

Eustáquio da Costa Maia e Ana Firmina de Carvalho e maternos


José Garcia Alves da Silva e Ana Farias. Era proprietário rural. O
casal residiu na capital e em idade mais avançada regressou para
Pilões do Maia. Ambos vieram a falecer no Engenho São José, da-
quela localidade. Do consórcio matrimonial de Anísio e Olímpia
não houve filhos biológicos.

Fotografia do ano de 1923 que reúne a Família Castro


Da esquerda para a direita: (atrás) Odilon, Odon, Anísio Maia (Sinhozinho), Joaquim
Castro (sr. Quincas) e Alfredo Miranda (cunhado de Oscar).
(Ao meio): Odete, Marieta (noiva de Oscar), Otacília, Elvira (sobrinha),
Olímpia, Dona Amália, Adélia Miranda (cunhada de Oscar) e Odília.
(Abaixo): Joaquim Oliveira Castro, Dustan Homero,
José Homero, Ozanete e Osvaldo.
Observação: Na foto estão ausentes os filhos Oscar e Osmundo,
que se encontravam no Rio de Janeiro.
Fonte: Acervo de Mariazinha Castro

SUMÁRIO
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F3. Odilon de Oliveira Castro (o 1º do nome) nasceu no Povoado


de Pilões do Maia, Termo de Bananeiras no ano de 1902. Faleceu
infante, aos poucos meses de vida.

Odilon, flgo. de Joaquim Pereira de Castro, e Amalia


d’Oliveira Castro, nasceu á cinco de Julho de 1902 e
foi baptisado aos dezesseis de Setembro do mesmo
anno pelo Padre Severino Ramalho, sendo padrinhos
Leonardo Maia Vinagre e D. Maria Vinagre (Trans-
crição do Termo 926, fls. 135, Livro 24 do arquivo
paroquial de Bananeiras).
O Vigro. José Euphro. de Maria Ramo.

F4. Olívia de Oliveira Castro (a 1ª do nome) (*08/09/1903) nasceu


no Povoado de Pilões do Maia, Termo de Bananeiras. Faleceu in-
fante.

Olivia flg. de Joaquim Pereira de Castro, e Amalia


d’Oliveira Castro nasceo á oito de Setembro de mil
novecentos e três, e á Vinte cinco de Outubro do dito
anno foi baptisada pelo Revdo. Severino Ramalho,
sendo padrinhos José Lucas da Silva e D. Bellarmina
de Farias Barbosa (Transcrição integral do Termo
1198, fls. 105, Livro 25 do arquivo paroquial de Ba-
naneiras).
Vigro. José Euphro. de Maria Ramo.

F5. Odilon de Oliveira Castro “Dila” (*28/10/1904-†13/02/1980),


(o 2º do nome) nasceu no Povoado de Pilões do Maia, Termo de
Bananeiras.

Odilon flgo. de Joaquim Pereira, e D. Amalia de


Oliveira Castro, nasceo á vinte oito de Outubro de
mil nove centos e quatro, foi baptisado pelo Vigário
abaixo assignado á vinte e cinco de Dezembro do dito
anno, sendo padrinho José Rodrigues da Costa Jú-

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 100

nior (Transcrição do Termo 1.432, fls. 63, Livro 26


do arquivo paroquial de Bananeiras).
Vigro. José Euphro. de Maria Ramo.

Odilon estudou as primeiras letras ainda em Pilões do


Maia, próximo da casa paterna. Em seguida seus pais o encami-
nharam para estudar na capital, onde frequentou o famoso e aus-
tero Colégio Pio X. Apesar das oportunidades, não teve grandes
ambições para prosseguir com os estudos. Era servidor da UFPB e,
após aposentado, tornou-se comerciante. Residiu em João Pessoa
até completar o tempo de sua aposentadoria e, logo após, retornou
para Pilões do Maia, onde faleceu e está sepultado. Não casou e
dele também não houve descendência. Era moreno claro e, dentre
os irmãos homens, o de menor estatura.
F6. Osmundo de Oliveira Castro (*24/09/1905) nasceu no Povoa-
do de Pilões do Maia, Termo de Bananeiras.

Osmundo flgo. de Joaquim Pereira, e Amalia


d’Oliveira, nasceo a vinte e quatro de Setembro de
mil novecentos e cinco, foi baptisado pelo Vigário
abaixo assignado a vinte e cinco de Dezembro do dito
anno, sendo padrinhos Dr. Dionizio de Farias Maia
e D. Maria de Oliveira Maia. Do que mandei fazer
este termo (Transcrição integral do Termo 1.386, fls.
62 v, Livro 28 do arquivo paroquial de Bananeiras).
O Vigro. Gabriel Toscano.

Jovem de pele clara e cabelos um tanto alourados, Osmun-


do, a exemplo dos demais irmãos, cursou as primeiras letras com
professores particulares, trazidos para Pilões do Maia por seu pai
Joaquim. Logo após vai estudar na capital, onde frequentou o re-
nomado Colégio Pio X. Ainda muito jovem, embora contra a von-
tade paterna, manifestou o desejo de se alistar na Marinha brasilei-
ra. Por intermédio do irmão mais velho, Oscar, que já residia na
capital federal do Rio de Janeiro, onde cursava Medicina, Osmun-

SUMÁRIO
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do decide viajar para o Rio, ali se alistando para seguir carreira de


marinheiro. Isso ocorreu em princípios da década de 1920.
Na capital carioca também já estava instalada a sua tia ma-
terna Amélia, que para ali havia se transferido há pouco e que re-
presentaria um porto seguro a mais para os planos ambiciosos dos
sobrinhos estudantes. Sua carreira foi muito breve, em virtude de
ter sido acometido de febre tifóide e vindo a óbito. Osmundo não
chegou a se casar e nem deixou descendência. Não obtivemos da-
dos concretos sobre a data de seu falecimento, que ocorreu no Rio
de Janeiro, onde também foi sepultado.
F7. Olívia de Oliveira Castro (a 2ª do nome) nasceu no Povoado
de Pilões do Maia, do Termo de Bananeiras, no ano de 1907. Fale-
ceu infante.

Olívia flga. de Joaquim Pereira, e Amalia de Olivei-


ra, nasceo á treis de Fevereiro de mil novecentos e se-
te, foi baptisada pelo Vigário abaixo assignado á vin-
te e um de Abril do dito anno, sendo padrinho José
Antonio Ferreira Rocha. Do que mandei fazer este
termo (Transcrição integral do Termo 517, fls. 114,
Livro 29 do arquivo paroquial de Bananeiras).
O Vigro. Pe. Gabriel Toscano

F8. Odon de Oliveira Castro “Bidon” (*06/03/1908-†22/06/1986)


nasceu no Povoado de Pilões do Maia, Termo de Bananeiras.

Odon flgo. de Joaquim Pereira de Castro, e D. Ama-


lia de Oliveira Castro, nasceo a seis de Março de mil
novecentos e oito, foi baptisado pelo Padre Esmerino
Gomes á desenove de Julho do dito anno, sendo pa-
drinhos Josué Guedes Pereira e Dona Manoela Gue-
des Pereira. Do que mandei fazer este termo (Trans-
crição integral do Termo 711, fls. 51 v, Livro 30 do
arquivo paroquial de Bananeiras).
O Vigro. Pe. Gabriel Toscano
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 102

Dentre as suas características físicas, soubemos que Odon


tinha cabelos um pouco ruivos e pele branca, a exemplo das irmãs
Olímpia e Odília, que traziam os mesmos traços genéticos. Ele,
como seu irmão Joaquim, eram os de maior estatura dentre os ir-
mãos.
Seguindo o exemplo dos mais velhos, Odon cursou as pri-
meiras letras através de professores particulares, trazidos por seu
pai Joaquim. Ao atingir a idade própria, foi estudar na capital,
onde frequentou o renomado Colégio Pio X.
Odon foi Funcionário Público
Estadual através de concurso público
(agente fiscal de rendas), tendo residi-
do em João Pessoa. Ele e a esposa Hilda
faleceram e foram sepultados na capi-
tal. Um de seus passatempos era a fo-
tografia e, através dele, pude conhecer
meu pai aos onze anos de idade, numa
foto tirada em Vila Maia no ano de
1948, cuidadosamente guardada em
nosso álbum de família. Era um ho-
mem muito perfeccionista em tudo o
que se propunha a fazer, exigente por
natureza e de muita personalidade, cuja
existência sempre se pautou pelos bons costumes e pela honesti-
dade.
Casou-se em oratório privado na Vila de Esperança com
Hilda Cerqueira Rocha Castro (*1917-†2018), conforme a transcri-
ção do original:

Aos desenove de Dezembro de mil novecentos e trin-


ta e sete, pelas onse e meia horas do dia, em oratório
privado, residência do Sr. Teotonio Rocha, nesta Vi-
la, preenchidas as formalidades canônicas em minha
presença e das testemunhas Adalberto Fonseca e José
Rocha, receberam-se em casamento os oradores,

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 103

Odon de Oliveira Castro e Hilda Cirqueira Ro-


cha, que se achavam canonicamente habilitados. Ele,
com vinte e nove anos, natural de Bananeiras, filho
de Joaquim Pereira de Castro e Amalha de Oliveira
Castro. Ela, com vinte anos, natural desta Parochia
filha de Teotonio Cirqueira da Rocha e Deodata Tor-
res Rocha. São solteiros e residentes ele em João Pes-
soa e ela nesta Vila. E, para constar mandei fazer es-
te termo que assino (Transcrição integral do Termo
117, fls. 79, Livro 5 do arquivo paroquial de Espe-
rança).
Padre José Honorio Melo

Da sua união matrimonial com Hilda, houve a filha:


N2. Norma de Castro Madruga, que nasceu em João Pessoa
aos 22/02/1940. Casou-se, em João Pessoa, com Vicente de
Paula Madruga, natural de Cruz do Espírito Santo, filho de
Feliciano Felipe Madruga e Maria Pia Pergentino Madruga.
São frutos dessa união:
B4. Ricardo Jorge Castro Madruga nasceu em João
Pessoa, onde também reside. É graduado em Esta-
tística. Casou-se por duas vezes e desses consórcios
houve geração de quatro filhos.
B5. Kátia Cristina Castro Madruga nasceu em João
Pessoa. É Engenheira de Alimentos. Reside em Ma-
ceió (AL). Casou-se, em João Pessoa, com Biaggio
Faracho e deles houve geração de dois filhos, que
prosseguiram com a descendência.
B6. Vicente de Paula Castro Madruga nasceu em
João Pessoa. É graduado em Administração e atua
no comércio. Reside em Maceió (AL). Fruto de três
relacionamentos, dele houve descendência de três
filhos.
B7. Lúcia Helena Castro Madruga, que nasceu e re-
side em João Pessoa. Casou-se com Marialvo Laure-

SUMÁRIO
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ano dos Santos. Do casal houve descendência de


três filhos.
F9. Octacília de Oliveira Castro “Lila” (*28/09/1909-†05/04/1992)
nasceu no Povoado de Pilões do Maia, Termo de Bananeiras.

Octacília flga. de Joaquim Pereira de Castro, e D.


Amalia de Oliveira, nasceo á vinte e oito de Setem-
bro de mil novecentos e nove, foi baptisada pelo Pa-
dre Abdias Leal á desecete de Outubro do dito anno,
sendo padrinhos Dr. José Ferreira de Novaes, e D.
Maria Emília Maia Novaes. Do que mandei fazer es-
te termo (Transcrição integral do Termo 1.147, fls.
78 v, Livro 31 do arquivo paroquial de Bananeiras).
O Vigro. Pe. Gabriel Toscano.

Do mesmo modo que suas irmãs, Octacília fez os primeiros


estudos na casa paterna, com professor contratado pelo pai para
alfabetizá-la junto com os demais ir-
mãos. Na idade apropriada seus pais a
encaminharam para a capital, onde teve
a oportunidade de receber uma boa
formação como aluna do Colégio das
Neves, onde diplomou-se.
Casou-se religiosamente, aos
19/03/1928, na Capela de Pilões do
Maia com Adelson Barbosa de Lucena
(*18/08/1906-†16/06/1957), filho do
Major Barôncio Barbosa de Lucena
(*1878-†15/05/1932) e Olindina Flora de
Barbosa Lucena (*1881-†26/08/1947), radi-
cados em Borborema (PB). Foram seus avós paternos Virgínio Bar-
bosa de Lucena e Melo (*15/05/1838-†10/01/1888) e Amélia Flora
Florêncio e maternos Francisco Pedro Barbosa de Melo (*1850-
†1935) e Ana Flora de Araújo Albuquerque (*1859). Adelson foi

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coletor estadual e em função desse trabalho percorreu algumas


cidades como Alagoa Nova, Serraria, Bananeiras etc, onde nasce-
ram alguns dos filhos. Otacília exerceu o tabelionato público em
cartório de Bananeiras. Da geração dos filhos de Joaquim e Amá-
lia, Octacília e seu irmão Joaquim foram os que geraram o maior
número de descendentes, como adiante se constata. Ela e o esposo
Adelson viveram sua fase de velhice em João Pessoa, onde falece-
ram.
Desse consórcio houve os filhos:
N3. Barôncio de Castro Lucena nasceu em Borborema (PB)
aos 07/02/1929 e faleceu aos 30/05/1983. Casou-se religio-
samente em oratório privado no lugar Roma, aos
19/03/1954 com Maria Tereza de Jesus Mendonça Couti-
nho, filha de Antonio Barbosa de Farias Coutinho Filho
(*05/01/1894-†19/04/1973) e Guiomar Viana de Mendonça
Coutinho, cf. Termo 204, fls. 165, Livro 17 do arquivo paro-
quial de Bananeiras. Desse consórcio houve os filhos:
B8. Magna Rejane Lucena do Amaral
B9. Suzana Coutinho Lucena
B10. Hugo César Coutinho Lucena
B11. Valéria Coutinho Lucena
B12. Guiomar Maria Coutinho Lucena
B13. Sandra Tereza Coutinho Lucena
B14. Barôncio de Castro Lucena Júnior
B15. Ubirajara Coutinho Lucena
B16. Germana Coutinho Lucena
N4. Rivaldo de Castro Lucena nasceu em Borborema (PB).
Faleceu aos três meses de vida.
N5. Maria Zélia de Castro Lucena nasceu em Borborema
aos 05/02/1931 e faleceu aos 24/07/2013.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 106

N6. Terezinha Lucena de Lima nasceu em Borborema aos


03/04/1933. Casou-se na Matriz de Bananeiras, aos
31/07/1954, com Rafael Bento de Lima (*1931), filho de An-
tonio Bento de Lima e Maria Anunciada de Lima, cf. Termo
217, fls. 166 v, Livro 17 do arquivo paroquial de Bananeiras.
Do casal houve os filhos:
B17. Jerônimo Lucena de Lima nasceu em Bananei-
ras. Casou-se com Carmem Ramalho e geraram três
filhos. São os avós de Matheus Ramalho de Lima
Filho, primeiro sobrinho neto do autor dessas notas.
Matheus é hexaneto de Luiz e Thomásia e represen-
ta em linha de descendência a oitava geração da
família Castro, contando a partir do primeiro casal
catalogado.
B18. Verônica Lucena de Lima
B19. Rosângela Lima de Araújo
B20. Heloísa Helena de Lima Reis
B21. Tereza Cristina de Lima Dias
B22. Rejane Lucena de Lima
N7. Maria Lúcia de Lucena Moreira nasceu em Borborema
aos 20/07/1934. Casou-se com Mariano Moreira da Silva,
havendo dessa união os filhos:
B23. Mônica de Lucena Moreira Simões
B24. José Ricardo de Lucena Moreira
B25. Silvana de Lucena Moreira Neves
B26. Adriano de Lucena Moreira
N8. Maria de Lourdes de Castro Lucena nasceu em Borbo-
rema aos 05/12/1935. Dela houve a filha:
B27. Maria Angélica de Castro Lucena

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 107

N9. Adelson de Lucena Filho nasceu em Borborema aos


14/11/1937. Casou-se com Marlene Luna de Lucena, ha-
vendo desse matrimônio os filhos:
B28. Ana Cilene Freire
B29. André Luna de Lucena
N10. Maria Elizabeth de Castro Lucena Macedo nasceu
em Serraria aos 30/10/1939. Casou-se com Daniel Bonifá-
cio de Macedo. São os pais de:
B30. Isabela de Castro Lucena
N11. Solon de Castro Lucena nasceu em Bananeiras aos
10/05/1942 e faleceu aos 04/08/2021. Casou-se com Regi-
na Célia Maia Lucena, havendo dessa união a geração:
B31. Luís Gustavo Maia Lucena
B32. Érica Maia Lucena Daumerie
N12. Joaquim de Castro Lucena nasceu em Bananeiras aos
18/06/1950. Casou-se com Rilene Azevedo. São os pais de:
B33. Fábio Lucena Azevedo.
F10. Odette de Oliveira Castro (a 1ª desse nome) nasceu no Povo-
ado de Pilões do Maia no ano de 1910. Faleceu infante.

Odette, filha legitima de Joaquim Pereira de Castro


e Amalia de Oliveira Castro, nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1910 e foi baptisada pelo Pe. Pedro
Anísio Dantas, em 25 do mesmo mez e anno sendo
seus padrinhos Manuel da Cunha Rego e Maria
Maia Rego. Do que mandei fazer este termo (Trans-
crição integral do Termo 736, fls. 12 v, Livro 32 do
arquivo paroquial de Bananeiras).
Padre João Onofre, Vigário.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 108

Foto que reune grande parte da Família Castro na festa de Bodas de


Ouro de Joaquim e Amália em 28/02/1948. Destaque ao centro para
o vigário João Onofre Marinho e na seta indicativa
Edinaldo, pai do autor deste trabalho, aos 11 anos de idade.
Fonte: Acervo de Mariazinha Castro

O casal Joaquim e Amália, com a nora Hilda (atrás e acima), e os


netos Vanda, Norma (o bebê) e Humberto.
Fonte: Acervo de Norma Castro
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 109

F11. Osmar de Oliveira Castro nasceu no Povoado de Pilões do


Maia, Termo de Bananeiras, no ano de 1911. É possível que haja
incoerências nas datas informadas no batistério. Faleceu ainda na
infância.

Osmar f.leg. de Joaquim Pereira de Castro e D.


Amalia d’Oliveira Castro, nasceu em vinte quatro de
janeiro deste anno, e foi baptisado pelo Coadjuctor
Pe. Antonio Augusto em vinte e cinco de fevereiro
do mesmo anno. P.P. José da Cunha Rego e D. Ale-
xina Ma. da Cunha (Transcrição integral do Termo
286, fls. 159 v, Livro 32 do arquivo paroquial de Ba-
naneiras).
Padre João Onofre, Vigário.

F12. Odete de Oliveira Castro “Dete” (a 2ª desse nome)


(*15/07/1912-†23/07/2009) nasceu no Povoado de Pilões do Maia,
Termo de Bananeiras. Constatamos divergência de datas em seu
batistério com relação ao mês e ano de nascimento, comparando à
data amplamente divulgada em família, como nos advertiu a filha,
d. Mariazinha.

Aos Vinte sete dias do mez de Julho do anno de mil


novecentos e treze, em S. José de Pilões, O Revdo.
Padre Gabriel Toscano da Rocha, de minha licença,
bapsitou solemnemente a Odette, nascida em quinze
de Junho do mesmo anno, filha legitima de Joaquim
Pereira de Castro e Amelia de Oliveira Castro, natu-
raes e moradores nesta freguesia. Foram padrinhos
Francisco Barboza Coutinho e Rozalina Maria da
Conceição. E para constar, mandei lavrar este assen-
tamento que assigno (Transcrição integral do Termo
1.019, fls. 99, Livro 33 do arquivo paroquial de Ba-
naneiras).
O Vigro. Manuel Christovam Ribeiro Ventura.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 110

Odete estudou as primeiras letras em casa paterna, pois era


preocupação de seu pai contratar professor particular para a alfa-
betização dos filhos pequenos. Na adolescência seus pais a enca-
minharam para a capital, com a finalidade de proporcionar-lhe
melhor educação formal. Desse modo, ela foi matriculada como
aluna do internato do Colégio das Neves, onde recebeu boa for-
mação e diplomou-se professora.
Profissionalmente ela exerceu o cargo de professora primá-
ria no Grupo Escolar Xavier Júnior, da cidade de Bananeiras, e
posteriormente foi funcionária dos Correios e Telégrafos.
Casou-se religiosamente na Capela
de São José de Pilões, aos 24/06/1935, com
o Tenente João Pereira de Oliveira
(*23/10/1894-†17/06/1940), oficial do
Exército, natural da cidade de Sousa (PB),
viúvo de Sátira de Paiva Nazareth (desse
consórcio houve dois filhos) e filho de
Francisco Pereira de Oliveira e Avelina
Maria da Conceição. João teve por avós
paternos Pedro Pereira de Oliveira e Joana
Maria Torres de Almeida e avós maternos
Francisco Cezário da Silva e Francisca
Cezária da Silva, todos residentes em Sou-
sa.
João foi delegado em Bananeiras e faleceu ainda muito jo-
vem, em decorrência de problemas cardíacos. Viúva muito preco-
cemente, não demorou para que Odete recebesse algumas propos-
tas de casamento. Ela, porém, apesar da pouca idade, optou por se
dedicar integralmente ao trabalho e à criação e educação dos fi-
lhos. Em função do trabalho e dos filhos pequenos, residiu inici-
almente em Bananeiras. Posteriormente (ano de 1957), visando a
continuidade dos estudos destes, foi residir em João Pessoa, onde
faleceu aos 97 anos de idade.
Do casal Odete e João houve a seguinte sucessão:

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 111

N13. Maria Vanda de Oliveira nasceu em Bananeiras.


Graduou-se em Ciências Contábeis
pela UFPB e foi funcionária concur-
sada dos Correios e Telégrafos em
João Pessoa. Foi a companhia da
sua mãe até o falecimento desta.
Vanda é solteira e reside em João
Pessoa, em companhia da sua irmã
Mariazinha. É a tia muito estimada
pelos sobrinhos e sobrinhos netos,
que vêem nela a figura da segunda
mãe e avó. Muito querida por eles, é carinhosamente cha-
mada por “Mada”.
N14. Humberto de Oliveira Castro
nasceu em Bananeiras aos
28/08/1937. Graduou-se em Admi-
nistração de Empresas pela UFPB.
Casou-se, em João Pessoa, com Ma-
ria Lúcia Y Plá Onofre e radicaram-
se em Salvador, onde Humberto fa-
leceu aos 30/05/2010 com 72 anos
de idade. Do casal houve a seguinte
sucessão:
B34. Marília de Oliveira Castro nasceu em João
Pessoa e reside em Salvador. É casada e tem des-
cendência de um filho.
B35. Humberto de Oliveira Castro Filho nasceu e
reside em Salvador. É casado e dele ainda não há
descendência.
B36. Marcelo de Oliveira Castro nasceu e reside em
Salvador. É casado e tem uma filha.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 112

N15. Ivone de Oliveira Barbosa nasceu em Bananeiras aos


03/04/1939, foi batizada na Capela
de Pilões do Maia pelo vigário José
Pereira Diniz aos 28/04 do mesmo
ano e teve por padrinhos Anísio
Maia Filho e Olímpia de Castro
Maia, cf. Termo 629, fls. 16 v, Livro
60 do arquivo paroquial de Bana-
neiras. Casou-se em João Pessoa, no
ano de 1962, com Antonio de Souza
Barbosa, natural de Bananeiras, e fa-
leceu em João Pessoa, aos
03/12/1997. Antonio também já é
falecido. Dessa união houve os filhos:
B37. Marcos Antonio de Oliveira Barbosa nasceu e
reside em João Pessoa. É casado e tem uma filha.
B38. Ione Maria de Oliveira Barbosa nasceu em Jo-
ão Pessoa. É casada e sem descendência.
N16. Maria da Conceição Oliveira Mendes de Carvalho
“Mariazinha” nasceu aos 02/07/1940; foi batizada na Cape-
la de Pilões do Maia pelo vigário José Pereira Diniz aos
30/08 do mesmo ano, tendo por padrinhos Odilon de Oli-
veira Castro e Ozanete de Oliveira Castro, cf. Termo 1.161,
fls. 2, Livro 61 do arquivo paroquial de
Bananeiras.
Graduou-se em Direito pela Uni-
pê e exerceu a advocacia como procura-
dora da UFPB.
Casou-se, aos 11/01/1964, com
Wallace Mendes de Carvalho, natural de
Pernambuco, filho de José Mendes da
Silva e Maria de Lourdes Carvalho Tino-
co. Ele graduado em Administração e
professor da UFPB.

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 113

Dona Mariazinha foi a peça chave para a montagem


do arcabouço de grande parte das informações das memó-
rias familiares adormecidas do casal Joaquim e Amália,
seus avós maternos, com os quais ela teve forte ligação afe-
tiva e de convívio familiar. Ao longo de mais de sete meses
do ano em curso, após o nosso primeiro contato via telefo-
ne e o fechamento de nosso acordo para o início dessa em-
preitada histórica, fomos gradativamente discutindo virtu-
almente, opinando, levantando e checando dados e organi-
zando todos os subsídios da tradição oral desse ramo fami-
liar que culminou com o presente trabalho.
As nossas conversas virtuais me revelaram em D.
Mariazinha traços de personalidade de uma mulher de es-
pírito muito jovem e altamente dinâmico, bem informada,
amante da cultura e extremamente devotada às raízes fami-
liares maternas, das quais me falava sempre com grande
entusiasmo e paixão.
Do consórcio matrimonial de Mariazinha e Wallace
houve a seguinte descendência:
B39. Paulo Sérgio Oliveira de Carvalho nasceu em
João Pessoa. É graduado em Engenharia Civil e In-
formática e Doutor em Engenharia Mecânica. A
música é uma de suas paixões: é também cantor e
compositor. Casou-se em João Pessoa com Marluce
Acyoman Mourão Costa. Desse consórcio houve ge-
ração de dois filhos, que prosseguem com a descen-
dência.
B40. Paulo Roberto Oliveira de Carvalho nasceu
em João Pessoa. É graduado em Ciências Contábeis
e Especialista em Auditoria Fiscal. Casou-se em João
Pessoa com Eliene Alves de Souza. Dessa união
houve geração de dois filhos.
F13. Odília de Oliveira Castro “Didi” (*15/02/1915-†25/11/2012)
nasceu no Povoado de Pilões do Maia, Termo de Bananeiras.

SUMÁRIO
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Aos dezenove dias do mez de Março do anno mil no-


vecentos e quinze, na Capella de Pilões, baptisei so-
lemnemente a Odilia, nascida em quinze de Feve-
reiro do mesmo anno, filha legitima de Joaquim Pe-
reira de Castro e Amalia de Oliveira, naturaes e mo-
radores desta freguesia. Foram padrinhos Rodolphi-
ano de Azevêdo Filho e Maria José de Azevêdo. E pa-
ra constar mandei lavrar este assentamento, que as-
signo (Transcrição integral do Termo 412, fls. 24 v,
Livro 35 do arquivo paroquial de Bananeiras).
Vigro. Manuel Christovam Ribeiro Ventura.

Odília teve as primeiras experiências escolares em casa


paterna, com professor contratado por seu pai para alfabetizá-la
junto com os demais irmãos. Em seguida vai para a capital do Es-
tado, onde frequentou o Colégio das Neves e completou sua for-
mação. Basicamente viveu na companhia de seus pais na Vila de
Pilões do Maia. Foi servidora dos Correios e Telégrafos. Faleceu
solteira e não deixou descendência. De pele branca e baixa estatu-
ra, possuía cabelos alourados. Dentre os
irmãos Oliveira Castro, foi a que alcançou
maior longevidade, chegando próximo dos
98 anos de vida, em perfeito estado de lu-
cidez e atividade.
Meu contato com o universo da
família Castro ocorreu através de D. Odília
e das periódicas visitas que lhe fazíamos,
em companhia dos meus pais, ao casarão
dos Castro em Pilões. Foi através dela, que
sempre nos recebia de forma muito solícita
e carinhosa, que surgiram as minhas pri-
meiras inquietações e indagações sobre o
passado da sua família. Uma das ra-
zões para isso eram as diversas histó-
rias e personagens recorrentes que costumava ouvir nas narrativas
das memórias da adolescência de meu pai, que viveu em compa-
nhia da família por mais de quatro anos. As paredes imensas da-

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 115

quele velho casarão e tudo ao redor daquele ambiente me instiga-


va a conhecer mais da história. Outro elemento desafiador da mi-
nha curiosidade era um imenso painel de fotografias, colocado
bem ao centro da sala de jantar, que sempre me convidava a co-
nhecer mais a fundo todas aquelas pessoas que, em pequeno ou
maior grau, haviam feito parte da adolescência do meu pai.
Dona Odília tinha um jeito meigo e especial de cativar os
que visitavam o velho casarão da Vila. Sempre nos recebia com
uma gentileza, um doce caseiro, um biscoito com o café da tarde, a
prosa na mesa da cozinha, o passeio pelo enorme quintal do casa-
rão contemplando uma infinidade de plantas, com as quais tinha
um cuidado especial. Tinha muito carinho por minha avó paterna
Leopoldina Cordeiro e suas irmãs, que na mocidade residiram no
sítio Cumaty, proximidades de Pilões do Maia.

Dona Odília de Castro ao lado do autor e a mãe deste em dezembro de 2011.

Dona Odília com os pais do autor, Edinaldo e Aurora, além do primeiro bisneto do casal,
Matheus Filho, que representa a oitava geração da Família Castro/ Ago. 2009.

SUMÁRIO
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F14. Joaquim de Oliveira Castro (*15/07/1917-†14/06/1991) nas-


ceu no Povoado de Pilões do Maia, Termo de Bananeiras. Confron-
tando informações de batistério e registro civil de nascimento, en-
contramos divergências das datas informadas. Em família, é sabi-
do que seu nascimento ocorreu em julho de 1917 e sempre se co-
memorou seu natalício nesta data.

Aos vinte quatro dias do mez de Abril do anno mil


novecentos e dezesseis, na Capella de Pilões, o Rvd.
Padre Gabriel Toscano, de minha licença, baptisou
solemnemente a Joaquim, nascido em quinze do
mesmo mez e anno, filho legitimo de Joaquim Pereira
de Castro e Dona Amalia d’Oliveira Castro, natura-
es e moradores desta freguesia. Foram padrinhos o
Padre Gabriel Toscano Rocha e Octacilia d’Oliveira
Castro. E para constar, mandei lavrar este assenta-
mento que, assigno (Transcrição Integral do Termo
436, fls. 45 v, Livro 36 do arquivo paroquial de Ba-
naneiras.
Vigro. Manuel Christovam Ribeiro Ventura.

Joaquim cursou as primeiras letras em casa de seus pais,


com um professor que seu pai contratava para alfabetizar os filhos.
Logo após foi encaminhado para a capital, onde prosseguiu os
estudos no Colégio Pio X. Foi nomeado agente fiscal da fazenda
estadual.
Casou-se, civil e religiosamente, na Matriz de Araruna (PB)
com Miriam Bezerra Carneiro da Cunha (*22/02/1922) aos
30/12/1941, cf. Termo 259, fls. 66, Livro 16 do arquivo paroquial
de Araruna. Ela, nascida no lugar Várzea, Distrito de Tacima, filha
de José Leão Carneiro da Cunha (*1894) e Josefa Ferreira da Costa
(*1900). A união, no entanto, duraria pouco tempo e foi desfeita
antes do nascimento do segundo filho do casal.
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 117

Tempos depois Joaquim voltaria a contrair núpcias com


Maria José de Morais. Residiram por alguns anos em Cruz do Es-
pirito Santo (PB). Joaquim faleceu em João Pessoa.
Da primeira união de Joaquim e Miriam houve os filhos:
N17. Angela Bezerra de Castro nasceu em Bananeiras.
Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela UFPB. É
escritora e membro da Academia Paraibana de Letras.
N18. José Leão Carneiro da Cunha. Sem informações.
Da segunda união de Joaquim com Maria José houve a se-
guinte geração:
N19. Eugênia Castro. Sem informações.
N20. Joaquim de Oliveira Castro Júnior nasceu em Sapé
(PB). Engenheiro Civil pela UFPB. É casado com Maria da
Penha Castro e deles há descendência. Residem em João
Pessoa.
N21. Normando Castro nasceu em Cruz do Espírito Santo.
É auditor fiscal do Estado, casado e com descendência. Re-
side em João Pessoa.
N22. Odon de Oliveira Castro nasceu em Cruz do Espírito
Santo. Casou-se com Maria de Lourdes e residem em João
Pessoa. Deles há descendência.
N23. Humberto Castro. Sem informações.
N24. Elza Castro nasceu em Cruz do Espírito Santo. Reside
em Santa Rita.
N25. Eneida Castro nasceu em Cruz do Espírito Santo. É
casada com Antonio Adauto e residente em Santa Rita.
N26. Amália Castro nasceu em Cruz do Espírito Santo. É
Licenciada em Letras. Reside em Santa Rita (PB).
N27. Fernando Castro. Sem informações.

SUMÁRIO
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F15. Osvaldo de Oliveira Castro “Vado” (*03/01/1920-


†20/09/1973) nasceu no Povoado de Pilões do Maia, Termo de
Bananeiras.

Aos trese de junho de mil novecentos e vinte e um,


em Pilões, baptisei solemnemente a Oswaldo, nas-
cido á três de janeiro do anno anterior, filho legitimo
de Joaquim Pereira de Castro e D. Amalia de Olivei-
ra Castro, moradores no mesmo lugar, sendo padri-
nhos João Olimpio Cardoso e D. Bertha dos Santos
Cardoso. E para constar, fiz este assentamento que
assigno. (Transcrição integral do Termo 744, fls.
191 e 191 v, Livro 41 do arquivo paroquial de Bana-
neiras).
Vigro. Manuel Christovam R. Ventura.

Osvaldo casou-se religiosamente na Matriz de Bananeiras


aos 26/07/1950, com sua prima Carmésia de Oliveira Farias
(*17/03/1921), em cerimônia realizada pelo vigário Edwards Cal-
das Lins, cf. Termo 159, fls. 12, Livro 17 do arquivo paroquial de
Bananeiras. Ela era filha de Fausto Barbosa de Farias (*1866-
13/09/1950) e Ana Telésphoro de Oliveira Farias (*1890-
†13/11/1982). Na certidão de casamento civil, ocorrido em outu-
bro de 1950, colhemos a informação de que os noivos eram primos
no quarto grau civil de consanguinidade.
Viveram parte de suas vidas em Pilões do Maia, onde Os-
valdo trabalhava no ramo de comércio e Carmésia era professora
do ensino básico. Anos mais tarde se transferem para João Pessoa,
onde Osvaldo faleceu. Seus descendentes estão relacionados na
descendência de Carmésia de Oliveira Farias, anteriormente rela-
cionada neste trabalho.
Da união matrimonial de Osvaldo e Carmésia são os filhos:
N28. Maria de Fátima de Farias Castro nasceu em Bana-
neiras e faleceu no Rio de Janeiro.

SUMÁRIO
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N29. Roberto de Farias Castro nasceu em João Pessoa e fa-


leceu no Rio de Janeiro.
N30. Ronaldo de Farias Castro nasceu em João Pessoa e fa-
leceu no Rio de Janeiro.
F16. Ozanete de Oliveira Castro (*12/11/1921-†13/08/2001) nas-
ceu no Povoado de Pilões do Maia, Termo de Bananeiras, e faleceu
em João Pessoa.

Aos vinte sete de outubro de mil novecentos e vinte e


um em Pilões, o Revmo. Pe. Gabriel Toscano, de mi-
nha licença, baptisou solemnemente a Ozaneth, fi-
lha de Joaquim Pereira de Castro e Amalia
d’Oliveira de Castro, nascida a doze de novembro do
dito anno, sendo padrinhos Fausto Barboza de Farias
e Anna d’Oliveira de Farias. E para constar mandei
fazer este assentamento que assigno (Transcrição in-
tegral do Termo 1.262, fls. 2554 v, Livro 41 do ar-
quivo paroquial de Bananeiras)
Vig. Manoel Christovam R. Ventura

A exemplo dos demais irmãos, Ozanete, a caçula, estudou


o ensino básico em Pilões do Maia e prosseguiu com os estudos no
Colégio das Neves, na capital do Estado. Casou-se na Matriz de
Bananeiras, aos 18/05/1941, com Genival José da Costa
(*27/04/1920-†18/01/1990), natural de Bananeiras, filho de João
José da Costa (*1874-†09/08/1938) e Francisca Elvira da Costa
(*1884-†05/09/1958). O evento foi celebrado pelo vigário Antonio
Costa, em presença das testemunhas Otávio Costa e Adelson Lu-
cena, cf. Termo 103, fls. 49, Livro 14 do arquivo paroquial de Ba-
naneiras. O casal residiu em João Pessoa, onde faleceu. Genival foi
sepultado em João Pessoa. Era servidor público.
Da união de Genival e Ozanete são os filhos:
N31. Maria Marlene Costa de Almeida nasceu em Bana-
neiras. É graduada em Filosofia e também artista plástica.

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Casou-se com Antonio Augusto de Almeida e desse con-


sórcio houve o filho:
B41. José Augusto Costa de Almeida é pós gradua-
do em Geologia e também artista plástico. Nas artes
usa o pseudônimo “José Rufino”.
N32. Maria Marli Costa Goldfarb nasceu em João Pessoa.
Casou-se com Júlio Goldfarb, professor universitário da
UFPB. Dessa união são os filhos:
B42. Genival Costa Goldfarb nasceu em João Pes-
soa.
B43. Raquel Costa Goldfarb nasceu em João Pes-
soa.
B44. Maurício Costa Goldfarb nasceu em João Pes-
soa.
B45. Ana Costa Goldfarb nasceu em João Pessoa.
N33. Maria Marluce Costa Castor nasceu em João Pessoa.
Formada em Psiquiatria. Casou-se com Salatiel Castor Fi-
lho, odontólogo e professor universitário. São seus filhos:
B46. Vanina Costa Castor nasceu em João Pessoa.
Graduada em Direito. É casada e com descendência.
B47. Dimitri Costa Castor nasceu em João Pessoa.
Graduado em Arquitetura. Casado e com descen-
dência.

SUMÁRIO
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CONSIDERAÇÕES

Ao buscarmos reconstituir fragmentos da trajetória da Família


Castro, que de longa data se fixou na povoação de Pilões do Maia, ao
final dessa empreitada invade-nos um sentimento de dever cumpri-
do, no sentido de ter contribuído modestamente para o resgate de
páginas importantes da história de Bananeiras, meu sublime torrão!
O resultado desse estudo veio evidenciar a importância dessa
linhagem familiar, mostrando os entrelaçamentos ocorridos com di-
versos ramos familiares paraibanos, além de demonstrar a importân-
cia desse clã e a sua enorme contribuição para a história da sociedade
bananeirense e paraibana. Deus nos abençoe!

REFERÊNCIAS

Bibliográficas:
(1) BASTOS, Sebastião de Azevedo. No Roteiro dos Azevedo e Ou-
tras Famílias do Nordeste. João Pessoa: Gráfica Comercial Ltda.,
1954.
(2) CAMARA, Epaminondas. Municípios e Freguesias da Paraíba.
Campina Grande: Edições Caravela, 1997.
(3) IBGE. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, XVII volume.
Rio de Janeiro: Serviço Gráfico do IBGE, 1960.
(4) JOFFILY, Irineu. Notas sobre a Parahyba. Rio de Janeiro: Typo-
graphia do Jornal do Commércio, 1892.
(5) MEDEIROS, João Rodrigues Coriolano de. Dicionário Corográfi-
co do Estado da Paraíba. – 4. ed. – João Pessoa: IFPB, 2016.
(6) NOVAES, José Ferreira de. Traços Sobre Bananeiras. In: Revista
do Instituto Histórico e Geográphico Parahybano, Vol. 4. Pa-
rahyba do Norte: Imprensa Oficial, 1912.
(7) TAVARES, João de Lyra. Apontamentos para a história territo-
rial da Parahyba. Coleção Mossoroense, volume CCXLV, 1982.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 122

(8) ZUQUETE, Afonso Eduardo Martins. Armorial Lusitano – Ge-


nealogia e Heráldica. Lisboa: Editorial Enciclopédia Ltda., 1961.
Fontes

Manuscritos:
(9) ARQUIVO ECLESIÁSTICO DE ARARUNA. Paróquia N. S. da
Conceição. Livros de Casamentos. Araruna (PB).
(10) ARQUIVO ECLESIÁSTICO DE BANANEIRAS. Paróquia N. S.
do Livramento. Livros de Batismos, Casamentos e Óbitos. Bana-
neiras (PB).
(11) ARQUIVO ECLESIÁSTICO DE ESPERANÇA. Paróquia N. S. do
Bom Conselho. Livros de Casamentos. Esperança (PB).
(12) ARQUIVO ECLESIÁSTICO DE MAMANGUAPE. Paróquia de
S. Pedro e S. Paulo. Livros de Batismos e Casamentos. Maman-
guape (PB).
(13) ARQUIVO ECLESIÁSTICO DE SERRA DA RAIZ. Paróquia de
Nosso Senhor do Bomfim. Livros de Batismos e Casamentos.
Serra da Raiz (PB).
(14) CARTÓRIO DO REGISTRO CIVIL DE ARARUNA. Livros de
Casamentos. Araruna (PB).
(15) CARTÓRIO DO REGISTRO CIVIL DE BANANEIRAS, Livros de
Nascimentos, Casamentos e Óbitos. Bananeiras (PB).
(16) CARTÓRIO DO REGISTRO CIVIL DE SERRARIA. Livros de Ca-
samentos. Serraria (PB).
(17) CARTÓRIO DO REGISTRO CIVIL DE SERRA DA RAIZ. Livros
de Casamentos. Serra da Raiz (PB).

Periódicos:
(18) Jornal do Recife, edição 286, de 09/12/1926.
(19) O Norte, edição nº 1154, de 04/09/1953.
(20) O Norte, edição nº 826 de 25/11/1952.

Sítios eletrônicos
(21) Google Maps
https://www.google.com.br/maps/place/Bananeiras+-+PB/@-6.7116394,-
35.7073458,11.33z/data=!4m5!3m4!1s0x7adc637f3cb719d:0xc43c019f65ea96df!8m2!3d-
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SUMÁRIO
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EURIVALDO CALDAS TAVARES


NO SEU CENTENÁRIO DE NASCIMENTO
Cicero Caldas Neto 1

“O biógrafo é sempre um apaixonado. A gente


só cuida mesmo das vidas que intimamente ama,
as vidas que nos fascinam. A biografia, mais do
que qualquer outro gênero, é sempre um ato de amor.”

(Virginius da Gama e Mello, citado pelo


Mons. Eurivaldo na Introdução do seu livro
Retrato Nobre, com os dados biográficos
do seu pai, Dr. Eurípedes Tavares)

*29.04.1921
+24.06.2013

1
Membro Efetivo do IPGH, Titular da Cadeira N.º 23.
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Senhor, no monte Sinai, ao ordenar a Moisés a santifica-


ção do ano quinquagésimo (Levítico, 25, 10), sentou um

O
precedente divino para a comemoração de eventos após o
decurso de determinados períodos de tempo. Etapas mais
ou menos curtas, atentas à fragilidade humana neste per-
curso terreno, com a esperança de atingir, no céu, a eter-
nidade abrangente de todos os tempos.
Enraíza-se, portanto, a celebração do centenário de nasci-
mento do Monsenhor Eurivaldo Caldas Tavares, nascido numa
sexta-feira 29 de abril do ano de 19212, dia de Santa Catarina de
Sena3, às 20h:30 na casa4 nº 540 da antiga Rua Epitácio Pessoa, atu-
al Trincheiras, na Capital do Estado. Filho do Dr. Eurípedes Tava-
res da Costa e Dª. Maria das Dores Caldas Tavares, sendo ele o

2
O paraibano Epitácio Pessoa presidia o Brasil, como 11º Chefe de Estado
da jovem república.
3
Caterina di Giacomo di Benincasa é uma das figuras femininas de maior
influência no cristianismo. Foi a responsável por fazer com que o papado
retornasse à Roma, após setenta anos em Avignon, na França. A escolha
do dia 29 de abril para comemorar as obras de Santa Catarina de Sena é
uma homenagem à data de sua morte, em 1380. A santa morreu aos 34
anos de idade, com um derrame cerebral.
4
A Família Caldas Tavares residiu na casa nº 540 da antiga Rua Epitácio
Pessoa, onde hoje está localizada a Academia de Comércio Epitácio Pes-
soa (1921), vinda de Itabaiana (1918), onde nasceu o irmão Dagoberto na
casa nº 9 da Rua Cônego Tranquelino; após, fixam residência na casa nº
397 da antiga Rua Epitácio Pessoa (1919), onde nasceu a irmã Eunilde; em
seguida, na casa nº 240 da Rua da República (1922), onde nasceu Romil-
do; mudam-se para o pavimento térreo do sobrado nº 81 da Rua Direita
(1925), atual Duque de Caxias, onde nasceu Ivanise, a caçula. Em 1934
fixaram-se na Av. Tabajaras. Após as segundas núpcias, a 6 de outubro
de 1956, Eurípedes mudou-se para o bairro das Trincheiras, na Alameda
Faraco, depois para Jaguaribe, na Av. 12 de Outubro, fixando-se, final-
mente, na Av. Aderbal Piragibe nº 334, onde faleceu.
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R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 125

quarto descendente de uma prole de seis filhos. Foi batizado5 pelo


reverendíssimo Cônego Pedro Anísio, coadjuvado por Manoel
Almeida, às 17h na Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, a 22 de
agosto de 1921, data de aniversário do seu avô materno, o desem-
bargador Trajano Américo de Caldas Brandão. Foram seus padri-
nhos o Dr. Joaquim Gomes Hardman e sua esposa Maria Stela Pe-
drosa Hardman.

AS PRIMEIRAS LETRAS

Os seus estudos primários foram feitos no Grupo Escolar


“D. Pedro II”, concluindo-os no Grupo Escolar “Thomaz Mindelo”
(1932). Para fazer o Exame de Admissão aos estudos secundários
frequentou o curso particular da professora Francisca Moura. A
inclinação pelo sacerdócio levou-o a matricular-se, em fevereiro de
1933, no Seminário Arquidiocesano da Paraíba Imaculada Concei-
ção (SAPIC)6, onde concluiu o ginasial e colegial em 1937. Já deci-

5
A propósito do batismo, ressalto que foram 3 as crianças batizadas na
mesma ocasião: Eurivaldo, Maria Salomé, filha de Diógenes Caldas, e
meu tio Ademar William, filho de Cícero Caldas. Maria Salomé teve co-
mo padrinhos o coronel Antonio Pereira de Castro e senhora, já Adhemar
foi apadrinhado pelo avô, o desembargador Caldas Brandão e a senhora
Henriqueta Menezes, esposa de Júlio Menezes, do Telégrafo Nacional.
6
O Seminário Arquidiocesano foi fundado por D. Adauto em 04 de mar-
ço de 1894, no prédio do Palacete do Barão do Abiahy, na Rua das Trin-
cheiras, na capital da Paraíba. Entretanto, poucos dias depois, foi transfe-
rido para o Convento de Santo Antônio e Igreja de São Francisco, perma-
necendo na localidade até 1965. Durante o Bispado e posterior Arcebis-
pado de Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, período entre 1894
e 1935, o Seminário passou pela gestão de sete Reitores: durante os deze-
nove primeiros anos desde a criação, foram Reitores: o Cônego Sabino
Coelho (entre os anos de 1894 e 1897); seguido pelo Mons. Joaquim
D'Almeida (1898 a 1904); e o Mons. Manuel Antônio de Paiva (1905).
Entre os anos de 1915 e 1935, foram Reitores: do período de 1915 e 1925, o
Mons. Manuel Martins de Morais; ainda em 1925, o Mons. Francisco Coê-
lho assumiu a Reitoria, permanecendo até 1929; entre os anos de 1929 e
1931, a Reitoria foi comandada pelo Mons. Antônio Afonso, cuja gestão
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 126

dido a seguir sua vocação sacerdotal, continuou no Seminário.


Cursou o primeiro ano de Filosofia no Seminário de Olinda, em
Pernambuco, e o restante no Seminário paraibano, onde concluiu
os estudos filosóficos e teológicos. No Seminário Arquidiocesano
da Paraíba, Eurivaldo laureou-se em Filosofia (1939) e em Teologia
(1943), sob a orientação esclarecida e competente do Reitor José
Tibúrcio de Souza Miranda.
Padre Eurivaldo também se licenciou em Filosofia pela Fa-
culdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Católica
de Pernambuco (1970).

NO MAGISTÉRIO

Dedicou-se ao magistério inicialmente em Campina Gran-


de, onde foi professor de Latim e Religião, em 1944, no Colégio
Diocesano Pio XI, tendo ali exercido o cargo de Vice-Diretor; lecio-
nou Língua Francesa, no Colégio Comercial Dr. Corálio Soares, de
Sapé, em 1957, do qual foi fundador e primeiro Diretor; ensinou
Latim no Colégio Estadual de Sapé (1958); foi professor de Reli-
gião no Colégio Arquidiocesano Pio XII, em 1961; foi Diretor do
Colégio Estadual de Sapé, em 1960.
No ensino superior, tornou-se professor-fundador da Uni-
versidade Autônoma de João Pessoa (atual UNIPÊ), onde lecionou
a cadeira de Estudo de Problemas Brasileiros, em 1972. Foi profes-
sor assistente da Universidade Federal da Paraíba, por concurso,
lecionando a disciplina de Estudo de Problemas Brasileiros, em
1976, quando se aposentou.
Nessa área, possuía os seguintes cursos de aperfeiçoamen-
to:

foi considerada a mais breve do Seminário; a partir de fevereiro de 1931,


o Mons. José Tibúrcio de Miranda assumiu a Reitoria, encerrando sua
gestão em 1945.
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 127

• Professor do Ensino Secundário (CADES), pelo Ministério


de Educação e Cultura, em 1959;
• Relações Públicas e Humanas, pelo Centro Paraibano de
Relações Públicas, em 1959;
• Curso Intensivo de Estatística, pelo IBGE, em 1969;
• Problemas de Administração e Contabilidade, pela Facul-
dade de Ciências Econômicas da UFPB, em 1970;
• Segurança e Desenvolvimento, pela Associação dos Diplo-
mados da Escola Superior de Guerra, em 1970;
• Curso de Extensão Universitária para formação de Profes-
sores de Estudo de Problemas Brasileiros, pela UFPB, em 1973.

OUTROS CARGOS EXERCIDOS

Exerceu, ainda, cargos na Administração Pública Estadual e


Municipal, atuando como Secretário de Educação e Cultura da
Prefeitura de João Pessoa, na gestão do Prefeito Domingos Men-
donça Neto. Foi sua a ideia da criação da Banda de Música 5 de
Agosto, concretizada através da Lei Ordinária N.º 620/1964. Foi
representante do Governo do Estado junto ao Ministério da Edu-
cação e Cultura para acompanhar os temas relacionados com o
ensino médio da Paraíba (1960); fiscal da Comissão Executiva do
Concurso Vestibular Regional (1977); membro da Comissão Cen-
tral da organização dos festejos centenários do Presidente João
Pessoa, representando o Instituto Histórico e Geográfico da Paraí-
ba (1977); membro da Comissão encarregada pelo Governo do
Estado de selecionar documentos de valor histórico-cultural junto
ao Arquivo Público da Paraíba (1977).

O CAPELÃO DA POLÍCIA MILITAR DA PARAÍBA

Corria o ano de 1969, Eurivaldo exercia a função de Assis-


tente Religioso na Penitenciária Modelo, vinculada à Secretaria de
Justiça do Estado, quando foi escolhido para exercer as funções de
Capelão da Polícia Militar, quando governava a Paraíba o Sr. João
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N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 128

Agripino. Foi contratado em 4 de fevereiro de 1969, aos 48 anos de


idade, por 3 anos, no posto de Capitão. Tinha verdadeira paixão
pela Polícia Militar e, por conta da sua dedicação, nela exerceu as
funções de Secretário-Geral substituto, Chefe do Serviço de Rela-
ções Públicas, Chefe de Gabinete do Comando Geral, Diretor da
Escola Regimental7 e Capelão durante 12 (doze) anos (1969 a 1981).
Além das tarefas burocráticas, realizava a páscoa dos mili-
tares, o batismo e a primeira comunhão dos filhos dos policiais,
celebrava casamentos e missas no pátio interno do Quartel, nos
sábados, e ainda proferia palestras sobre temas religiosos e ético-
profissionais para militares e seus familiares.
Findos os três primeiros anos do contrato, foi reconduzido
ao cargo no dia 6 de junho de 1972, agora na graduação de Major.
A partir de junho de 1977 passou à disposição do Instituto Históri-
co e Geográfico da Paraíba, motivo pelo qual ficou agregado8.
Foi sua a proposta de criação da Galeria dos Ex-
comandantes, que foi inaugurada em 10 de outubro de 1970. Tam-
bém procedeu ao levantamento de dados que permitiram estabele-
cer o histórico da Corporação, desde a sua origem até o início do
século XX, que desaguou na obra “Século e Meio de Bravura e He-
roísmo”, publicada em 1982. Entretanto, seu maior feito e prova de
dedicação à “briosa” foi comprovar que a data correta de criação
da PMPB foi o dia 3 de fevereiro de 1832, e não 10 de outubro de
1831, como se comemorava anteriormente.
Após 12 anos de bons serviços prestados, com referências
elogiosas em Boletins, sendo 9 anos no posto de Major, no dia 9 de
fevereiro de 1981, aos 59 anos de idade, Eurivaldo passou para a
reserva remunerada, de forma compulsória, como determinava o
Estatuto do Pessoal da Polícia Militar.

7
A Escola Regimental ensinava os policiais de baixa escolaridade.
8
A agregação militar é conceituada como a situação na qual o militar da
ativa deixa de ocupar vaga na escala hierárquica, permanecendo nela
sem número.
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R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 129

Sua brilhante trajetória foi lembrada por um grupo de inte-


lectuais escritores militares coestaduanos, que resolveram home-
nageá-lo escolhendo seu nome como patrono da Academia Parai-
bana de Escritores Militares Estaduais, fundada nesta Capital no
dia 29 de março de 2021. A data foi escolhida previamente pelos
fundadores para lembrar a passagem do primeiro centenário de
nascimento do sacerdote.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 130

A VIDA SACERDOTAL

Ordenado sacerdote pelas mãos do arcebispo Dom Moisés


Coelho, a 4 de março de 1944, aos 24 anos de idade, o padre Euri-
valdo, na manhã seguinte, entoou sua primeira missa solene na
Catedral Metropolitana, hoje Basílica Menor. Após a missa, viajou
para Campina Grande para assumir a função de Vice-Diretor e
Professor do Colégio Diocesano Pio XI, daquela cidade.
Embora tivesse concluído seus estudos filosóficos e teológi-
cos desde novembro de 1943, sua idade de apenas 22 anos não
permitia receber a unção sacerdotal exigida pela Santa Sé, o que
viria a acontecer somente no ano seguinte, após dispensa especial
concedida pelo Vaticano. A data de sua ordenação ocorreu no
mesmo dia em que se comemorava o Jubileu de Ouro do Seminá-
rio Arquidiocesano9, com missa solene em que participou o inter-
ventor Ruy Carneiro, autoridades e grande número de sacerdotes
e fiéis. Por ocasião do Te Deum falou o Cônego João de Deus e o
sermão esteve a cargo de Dom Carlos Coelho, então Arcebispo
Metropolitano.
De Campina Grande foi transferido para Sapé, na qualida-
de de Pároco local, ali chegando e se empossando, a 4 de março de
1945, quando comemorava seu primeiro ano de vida sacerdotal.
Após longo pastoreio de 16 anos em Sapé, foi nomeado Pároco da
recém-criada Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Miramar,
nesta Capital, por provisão do Arcebispo Dom Mário de Miranda
Villas Boas de 15 de janeiro de 1961, ali permanecendo até 8 de
março de 1969.

9
O Seminário Arquidiocesano foi criado pelo Arcebispo Dom Adauto de
Miranda Henriques, em 4 de março de 1894.
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 131

Relíquia do Jubileu de Prata da Fundação da Paróquia de Sapé -


1926/195110

A turma do padre Eurivaldo é de 1943, e dela faziam parte


Euzébio de Oliveira, João Fernandes (falecido ainda muito jovem)

10
São homenageados na montagem fotográfica Dom Adauto - criador da
Paróquia (foi Bispo da Paraíba de 1894 a 1914, sendo elevado por Brasão
Episcopal do Vaticano, em Roma, na Itália, a Arcebispo da Paraíba de
1914 a 1935, quando faleceu no dia 15 de agosto, ambos ocupados por
nomeação dos Papas Pio X e Bento XV). Cônego José João Pessoa da Cos-
ta - fundador da Paróquia (desmembrada de Cruz do Espírito Santo e
anteriormente vinculada a São Miguel de Taipu). Dom Moyses Coelho -
Arcebispo da época do Jubileu de Prata. E os seguintes Vigários: 1) Mon-
senhor Rafael de Barros - 1926/1927; 2) Cônego Silvio de Melo -
1927/1928; 3) Cônego Emiliano de Cristo - 1929/1933; 4) Padre José Tri-
gueiro - 1933/1938; 5) Padre Antônio Trigueiro - 1938/1941; 6) Padre
Hildon Bandeira - 1941/1945; 7) Padre Eurivaldo Caldas Tavares -
1945/1951 (Vigário na época do Jubileu de Prata).
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 132

e José Paulo de Almeida (este Pároco de Mamanguape por mais de


30 anos).
Com ele ordenaram-se os padres Fernando Abath, Rui Vi-
eira, Cornélio Belo e os depois bispos D. Fragoso e D. Epaminon-
das. Como sacerdote, o Monsenhor Eurivaldo teve a seguinte as-
censão na Igreja Católica Romana:
1944 – Ordenado padre;
1950 – Cônego Honorário do Cabido Metropolitano da Pa-
raíba;
1998 – Monsenhor, Capelão do Papa.
Ocupou ainda as seguintes Capelanias:
• Capelão do Colégio Diocesano Pio XI, Campina Grande;
• Capelão do Hospital Regional Dr. Sá Andrade, de Sapé;
• Foi o primeiro Pároco da Igreja de Nossa Senhora de Fáti-
ma, de João Pessoa;
• Capelão do Hospital Napoleão Laureano, João Pessoa;
• Capelão da Penitenciária Modelo, João Pessoa;
• Capelão do Externato Santa Dorotéia, João Pessoa;
• Major-Capelão da Polícia Militar da Paraíba;
• Capelão da Igreja da Misericórdia da Santa Casa da Miseri-
córdia da Paraíba (25 anos);
• Capelão da Capela de Santo Expedito, do I Grupamento de
Engenharia de Construção, João Pessoa.
• Capelão da Capela Nossa Senhora Medianeira de todas as
Graças, localizada à Av. Maranhão, 163, onde residia.

Aos 12 de outubro de 1958, em cerimônia realizada em ora-


tório particular, na residência dos pais da noiva, o Padre Eurivaldo
oficiou o casamento do seu irmão Romildo com a senhorita Maria
Emilia Pedrosa de Vasconcelos, filha de Agripino Guedes Pessoa
de Vasconcelos e de Maria José Pedrosa de Vasconcelos, evento
que lhe trouxe enorme alegria.
Descendente de católicos convictos, Monsenhor Eurivaldo
Tavares demonstrou no exercício eclesiástico abnegação e digni-

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 133

dade, conquistando a simpatia dos paroquianos e da sociedade em


geral, tendo sido, por sua atuação, agraciado com diversas honra-
rias, destacando-se como Patrono da Biblioteca Paroquial de Sapé
e Cônego Honorário do Cabido Metropolitano da Paraíba.

DISTINÇÕES HONORÍFICAS

Foi distinguido com dezenas de condecorações, como me-


dalhas e diplomas, a exemplo da Cidadania Honorária de Sapé;
Medalha e Diploma de Amigo da Marinha, pelo 3º Distrito Naval;
Diploma de Colaborador Emérito da Polícia Militar da Paraíba;
Diploma do Mérito Universitário, pela UNIPÊ; Diploma de Cola-
borador Emérito do Exército; Diploma e Medalha de O Pacifica-
dor, pelo Exército Brasileiro; Medalha e Diploma do Mérito Mili-
tar, conferido pela Presidência da República: a Comenda Ad Imor-
talitatem e o Diploma do Mérito do Serviço Cultural, ambos dados
pela Academia Paraibana de Letras.

NO INSTITUTO HISTÓRICO E NA ACADEMIA PARAI-


BANA DE LETRAS

Eurivaldo Tavares ingressou no Instituto Histórico e Geográ-


fico Paraibano no dia 20 de dezembro de 1974, sendo recepcionado
pelo historiador Joacil de Brito Pereira. No Instituto ocupava a
Cadeira nº 26, que tem como patrono Diógenes Caldas, da qual foi
o fundador e primeiro ocupante.
Ocupou vários cargos na Diretoria, como 1º e 2º Secretário, e
participou de algumas Comissões Permanentes de Estudo, com
atuação das mais destacadas, tendo sido agraciado com a Comen-
da e Medalha do Mérito Cultural “José Maria dos Santos”.
Sua participação no Ciclo de Debates promovido pelo Insti-
tuto nas comemorações dos 500 anos da Descoberta do Brasil foi
das mais qualificadas, tendo debatido os temas A IGRE-

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 134

JA NA PARAÍBA e a INQUISIÇÃO, com segurança e brilhantis-


mo, conforme consta dos Anais editados pelo Instituto.

Eurivaldo no IHGP

Além do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, o Mon-


senhor Eurivaldo Caldas Tavares foi membro da Academia Parai-
bana de Letras, empossado em 5 de março de 1980 como titular da
Cadeira nº 36, cujo patrono é o historiador Manoel Tavares Caval-
canti e que teve o desembargador Mauricio Furtado, grande amigo
do seu pai Eurípedes, como antecessor e fundador. A Academia
lhe tributou Homenagem Póstuma em 14 de março de 2014, como
registrado na Revista da APL n.º 25, de junho de 2014.
Também pertenceu ao Instituto Paraibano de Genealogia e
Heráldica, inscrição n.º 99, à União Brasileira de Escritores - Seção
da Paraíba e Academia de Letras Municipais do Brasil - Seção da
Paraíba.

SUMÁRIO
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EURIVALDO E A SUA PRODUÇÃO INTELECTUAL

A produção literária, histórica e genealógica do Mons. Eu-


rivaldo foi bastante enriquecedora, priorizando o resgate da me-
mória de figuras proeminentes da história paraibana, sem descu-
rar do viés religioso, fazendo publicar vários artigos em jornais e
revistas, plaquetas e livros.
Segue a relação de alguns dos seus trabalhos publicados:
• Subsídios para a história religiosa de Mari (ex-Araçá), 1953;
• O Seminário Arquidiocesano da Paraíba e o Jubileu de Diamante
da Fundação, 1954;
• Qualidades naturais e virtudes morais e cívicas do militar, 1970;
• 140 anos a serviço da nossa segurança, 1971;
• Bases Filosóficas do Ensino de Moral e Cívica, 1972;
• Perfil Biográfico de D. Moisés Coelho, 1974;
• 70 anos do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, 1975;
• Duas Vidas a Serviço da Paraíba – Diógenes e Analice Caldas,
1976;
• Deus, Pátria e Família, 1977;
• Soldado Paraibano – orgulho do grande presidente, 1977;
• Implicações da Axiologia no Estudo de Moral e Cívica, 1978;
• Subsídios para o Estudo de Problemas Brasileiros, 1980;
• Legendas que se entrelaçam. Discurso de Posse na Academia Pa-
raibana de Letras, 1980;
• Subsídios para o Estudo de Problemas Brasileiros, 2ª. edição,
1981;
• Tavares Cavalcanti – o Romano Antigo, 1981;
• Século e meio de bravura e heroísmo, 1982;
• Mathias Freire – Padre, Poeta, Arcanjo e Passarinho, 1982;
• Monsenhor Anísio – cultor da ciência divina e da ciência huma-
na, 1983;
• Subsídios para o Estudo de Problemas Brasileiros, 3ª. edição,
1983;
• Cônego João de Deus – o amigo, o padre e o poeta, 1985;

SUMÁRIO
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• Itinerário da Paraíba Católica, 1985;


• Diógenes Caldas – Um missionário do bem comum, 1986;
• Retrato Nobre – traços biográficos de Eurípedes Tavares, 1989;
• Monsenhor Tibúrcio – Um apóstolo e formador de apóstolos,
1990;
• Paraíba – 100 anos de Bispado, 1972;
• Um pioneiro da grandeza da Paraíba. In Revista do IHGP, n.º
21, 1975, pp. 40-50;
• Coriolano o justo. In Revista do IHGP, n.º 22, 1979, pp. 30-32;
• Aquartelamentos da Polícia Militar, através dos tempos. In Re-
vista do IHGP, n.º 22, 1979, pp. 121-143;
• Veiga Júnior que eu conheci. In Revista do IHGP, n.º 22, 1979,
pp. 167-169;
• Centenário de um padre-mestre. In Revista do IHGP, n.º 24,
1984, pp. 117-126;
• Centenário do Monsenhor Coelho. In Revista do IHGP, n.º 24,
1984, pp. 127-134;
• O jornalista que se fez arauto da boa notícia do evangelho. In Re-
vista do IHGP, n.º 27, 1995, pp. 135-137;
• Paraíba – 100 anos de bispado (1892-1992). In Revista do
IHGP, n.º 27, 1995, pp. 107-127;
• Para o arquivo histórico da cidade de João Pessoa. In Revista do
IHGP, n.º 30, 1998, pp. 25-32;
• Saudação ao Arcebispo D. Marcelo Carvalheira. In Revista do
IHGP, n.º 30, 1998, pp. 179-182;
• D. Mário Villas Boas – 3º Arcebispo Metropolitano da Paraíba.
In Revista do IHGP, n.º 31, 1999, pp. 31-32;

EURIVALDO E A SUA GENEALOGIA

O ramo dos TAVARES, de que descende Eurípedes, pai do


Monsenhor Eurivaldo, teve origem da união de ANTONIO TA-
VARES DA COSTA com Cassemira Acioli Toscano de Brito, se-
gundo afirma Sebastião de Azevedo Bastos em seu livro “No Ro-
teiro dos Azevedos e outras famílias do Nordeste”. O pai de Cas-

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 137

semira era Bernardo do Rego Toscano de Brito, um dos primitivos


donos do Engenho da Graça, nesta Capital. Todos são descenden-
tes dos italianos Alberto e José Toscano do Rego Brito, filhos de
Vitorino Toscano de Brito e Ana Maria Toscano de Brito que emi-
graram para o Brasil nas primeiras décadas da era de 1700. Seus
descendentes como os Rego Barros e Toscano de Brito tomaram
parte em movimentos políticos de então, no Nordeste.
Do casal ANTONIO TAVARES DA COSTA – CASSEMIRA
ACIOLI TOSCANO DE BRITO, dentre outros, nasceu ROSENDO
TAVARES DA COSTA, que desposando FRANCELINA LOPES
DA COSTA teve a descendência seguinte: Graciliano Tavares da
Costa, c/com Jaci de Siqueira Tavares; alferes Caio Tavares da
Costa, c/com Aurélia Cesar Tavares da Costa, deixando filhos:
Berlita e Vercelêncio Cesar da Costa; Possidônio Tavares da Costa,
c/com Ana Francisca da Costa e com os filhos: Alice Tavares
Wanderley, esposa de Abel Francisco Wanderley, e com os filhos o
casal Edvirges Tavares Rolim, esposa de Romualdo de Medeiros
Rolim, e Maria do Carmo Costa Gomes, esposa do Dr. Alvaro João
do Rego Gomes, sogro do tabelião João José Torres desde que este
é casado com Maria José Gomes Torres. Ainda Francisco Tavares
da Costa, c/com Catarina da Cunha Costa e com os filhos: Cres-
cêncio, Alice e Auta da Cunha Tavares da Costa; Amélia Tavares
da Costa, Estefânia Tavares da Costa, Cora Lopes da Costa Gama
Cabral, viúva do Capitão Manoel da Gama Cabral, com os filhos:
Filogônia da Gama Cabral Ciraulo, viúva do comerciante Victor
Ciraulo, filho de Antonio Ciraulo e Nicolina Tróccoli Ciraulo, não
tendo filhos. Arminda da Gama Cabral Bezerra, viúva de Rui da
Silva Bezerra, filho de Antonio de Araújo Bezerra e de Adelaide da
Silva Bezerra, tem os filhos: Juarez Cabral Bezerra e Zivany Cabral
Bezerra; Frederico da Gama Cabral, já falecido, funcionário públi-
co, c/com Maria da Conceição Salomé Cabral, filha do Dr. Heitor
Salomé Pereira e com os filhos: Miriam, Mirtes, Marlene, Manoel,
Frederico e Heitor da Gama Cabral; Maria de Lourdes da Gama
Cabral, e funcionária pública nesta Capital, além do Dr. Eurípedes
Tavares da Costa, ex-Secretário do Tribunal de Justiça da Paraíba,
viúvo de Maria das Dores Caldas Tavares e com os filhos: Monse-
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 138

nhor Eurivaldo Caldas Tavares, Dagoberto Caldas Tavares, c/com


Isabel Borges Tavares, sem filhos, Romildo Caldas Tavares, Eunil-
de Caldas Tavares, Ivanise Caldas Tavares, além de Suzette Caldas
Tavares, falecida prematuramente num desastre aéreo.
Eurivaldo não conheceu pessoalmente o avô Rosendo, que
residia no Engenho Central, hoje Usina São João, no município de
Santa Rita, mas dele sabia que, junto com seu irmão Manoel Tava-
res da Costa, o Coronel Jacinto Cruz e a família Duarte eram co-
proprietários do vasto e antigo sítio dos Macacos, atual avenida D.
Pedro II, nesta Capital, e que exerceu a profissão de farmacêutico
prático, trabalhando durante anos no Hospital da Santa Casa de
Misericórdia, além de ter pertencido à Guarda Nacional tendo
atingido o Posto de Capitão. Acometido de derrame cerebral, em
1901, tornou-se, daí por diante, paralítico irreversível, vindo a fale-
cer a 6 de outubro de 1917, aos 75 anos de idade, posto que havia
nascido no ano de 1842.
Com a avó Francelina manteve carinhosa relação. Ela nas-
ceu a 18 de dezembro de 1854 e faleceu em 17 de setembro de 1930
quando contava Eurivaldo com apenas nove anos de idade. Era
tratada pelos netos por “dindinha França”.

Rosendo Tavares da Costa e Francelina Lopes da Costa,


avós paternos de Eurivaldo.
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 139

Na região da Várzea, mais propriamente na Fazenda Cha-


ves e arredores, no município de Pilar, situam-se as origens da
família CALDAS, na Paraíba. Do casal Antonio Felix de Caldas
Brandão e Rita Sofia de Caldas descende Trajano Américo de Cal-
das Brandão Senior, fazendeiro e comprador de algodão, residente
em Canafístula, depois Acaú, o qual unindo-se a Ana Salvina de
Caldas Cavalcanti gerou TRAJANO AMÉRICO DE CALDAS
BRANDÃO JUNIOR, ali nascido a 22 de agosto de 1861. Bachare-
lou-se pela Faculdade de Direito de Recife em 188311. Foi jornalista,
advogado, promotor público, juiz de direito, no interior e na Capi-
tal, procurador geral do Estado, desembargador do Superior Tri-
bunal de Justiça (como era chamado à época o Tribunal de Justiça
da Paraíba), juiz federal na secção da Paraíba. Na condição de Pro-
vedor da Santa Casa de Misericórdia tornou-se um dos maiores
benfeitores daquela Pia Instituição, quando construiu e inaugurou,
em 1914, o prédio do atual Hospital Santa Isabel, desta Capital.
Pioneiro da Previdência Social, entre nós, partiu dele a ini-
ciativa de sugerir ao Presidente Castro Pinto a criação, em 1913, do
antigo Montepio dos Funcionários Públicos do Estado, depois
IPEP e atual PBPREV, do qual redigiu os primitivos Estatutos e foi
seu primeiro Diretor.

11
Paraibanos formados em 1883: Abilio Ferreira Baltar, Alfredo Deodato
de Andrade Espinola, Augusto Abel Peixoto de Miranda Henriques, Cí-
cero Brasiliense de Moura, Inácio Guedes da Silva Sobral, João Batista
Alves Pequeno, João Leite de Paula Primo, João Lopes Pereira, Manuel
Cavalcanti Ferreira de Melo, Santos Estanislau Pessoa de Vasconcelos,
Trajano Américo de Caldas Brandão, Teófilo Barbosa da Silva.
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 140

Des. Trajano Américo de Caldas Brandão e Amélia Emília de


Vasconcelos Caldas, avós maternos.

Casou-se em 18 de julho de 1885 com AMÉLIA EMÍLIA DE


VASCONCELOS CALDAS, natural de Timbaúba (PE) onde nas-
ceu a 12 de julho de 1868, sendo filha de João Nunes de Vasconce-
los e Lourença Elvira Marques de Vasconcelos. De seu consórcio
houve os seguintes filhos: 1) DIOGENES CALDAS, falecido a 31
de dezembro de 1972, funcionário do Ministério da Agricultura e
que foi casado com Maria Beatriz Pedrosa Caldas, falecida a 31 de
outubro de 1982. 2) OLÍVIO CALDAS, falecido a 13 de março de
1980, funcionário do Telégrafo Nacional. Foi casado com Floriza
Santa Cruz Caldas. 3) CÍCERO CALDAS12, funcionário do Telégra-
fo Nacional, falecido em 17 de julho de 1964. Foi casado com Maria
Laura de Menezes Caldas, falecida a 6 de março de 1988. 4) OS-
WALDO CALDAS, funcionário dos Correios, falecido aos 13 de
julho de 1941, c/com Maria das Dores Silva Caldas, falecida em 17
de julho de 1977. 5) MARIA DAS DORES CALDAS TAVARES,
falecida a 16 de julho de 1952, c/com Dr. Eurípedes Tavares da

12
Cícero Caldas é avô do autor deste trabalho.
SUMÁRIO
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Costa. 6) MARIA DO CARMO CALDAS CASTRO, falecida a 13 de


novembro de 1939, c/com Antonio Pereira de Castro, falecido a 3
de junho de 1962. 7) MARIA DAS NEVES CALDAS, solteira, fale-
cida em 7 de julho de 1968. 8) LUIZ CALDAS, funcionário da Re-
partição do Saneamento da Capital, falecido a 24 de maio de 1965,
c/com Olga Caldas. 9) MARIA DA CONCEIÇÃO CALDAS VON
BLUCHER, c/com o Cel. Ernst Burchard Von Blucher, oficial do
Exército Alemão, falecido a 13 de julho de 1977. 10) AMÉRICO
CELSO CALDAS, falecido em 6 de março de 1975, funcionário do
Ministério da Agricultura, c/com Maria Dalva Pereira Caldas.
O desembargador Caldas Brandão, após longa enfermida-
de, faleceu a 12 de setembro de 1933, e foi sepultado no Cemitério
Senhor da Boa Sentença, nesta Capital. Sua esposa e fiel compa-
nheira Amélia Emília, carinhosamente chamada “Dindinha Amé-
lia” no seio familiar, faleceu aos 64 anos de idade, em 6 de agosto
de 1932, um ano antes do esposo, o qual sentiu-lhe profundamente
a ausência, a ponto de ter-se-lhe agravado o estado de saúde e,
certamente, abreviado seus dias.

Eurípedes Tavares da Costa Maria das Dores Caldas


1889–1963 1891–1952
SUMÁRIO
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Filhos (6)

Suzette Caldas Tavares Dagoberto Caldas Tavares


1916–1945 1918–1982

Eunilde Caldas Tavares Eurivaldo Caldas Tavares


1919–Falecida 1921–2013

SUMÁRIO
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Romildo Caldas Tavares Ivanise Caldas Tavares


1922–1979 1925–2005

Bodas de Prata matrimoniais. O casal, os filhos e os oficiantes do civil e do


religioso, juiz Manoel Idelfonso Azevedo e padre José Tibúrcio Miranda.

SUMÁRIO
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Eurípedes e Dorinha noivos

A PARTIDA SEM VOLTA

Em sua passagem terrena, consumiu 80 anos de intensa


atividade eclesiástica, destacando-se em todas as atividades de-
sempenhadas, seja no Instituto Histórico, na Academia Paraibana
de Letras ou na sua idolatrada Polícia Militar. Era conferencista
requisitado e nunca se negou a realizar palestras em instituições
culturais, grupos escolares e em colégios da capital.
No seio familiar, o Padre Vavá era sempre ouvido e a todos
ajudava com conselhos e orações. Afastado das obrigações para
com a Universidade Federal e a Polícia Militar, requereu autoriza-
ção para prosseguir rezando o Ofício da Santa Missa em sua pró-
pria residência, na Capela Nossa Senhora Medianeira de todas as
Graças, assim mantendo contato com os fiéis dos arredores da Av.
Maranhão, no Bairro dos Estados, onde residiu até falecer, numa
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manhã nublada de segunda-feira, aos 92 anos de idade e 69 de


vida sacerdotal.
Ao falecer, era o proto-presbítero da Arquidiocese da Para-
íba, isto é, o sacerdote mais velho tanto na idade quanto no tempo
de sacerdócio. O velório ocorreu no Mosteiro de São Bento, Igreja
de Mont Serrat, na Av. General Osório próximo à Catedral Basílica
Nossa Senhora das Neves. A Missa de Corpo Presente foi celebra-
da no Mosteiro, às 15h, e o sepultamento ocorreu no túmulo da
família, no Cemitério Senhor da Boa Sentença, nesta Capital.
Prestou-lhe o colendo Tribunal Regional Eleitoral da Paraí-
ba, por unanimidade de seus membros, um Voto de Pesar pelo
falecimento, numa propositura do então presidente, desembarga-
dor Marcos Cavalcanti de Albuquerque.
Como ressaltou Eurivaldo, na conclusão de seu livro em
tributo ao Dr. Euripedes Tavares, citando Machado de Assis na
monumental obra Dom Casmurro, “o louvor dos mortos é um
modo de orar por eles”. Portanto, dou como finda a tarefa de re-
gistrar a passagem do centenário de nascimento de mais um gene-
alogista e historiador, homenageando-o com o esforço de recorda-
ções pessoais e ajuda de documentos ao meu alcance, cônscio de
que não exagerei, pois dei-me o desconto da suspeitosa condição
de primo.

≈ FIM ≈

SUMÁRIO
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REFERÊNCIAS

Sítios eletrônicos

Eurivaldo Caldas é o patrono da Academia Paraibana de Escritores Militares


Estaduais. Disponível em
<http://abriosa.com.br/eurivaldo-caldas-e-o-patrono-da-academia-
paraibana-de-escritores-militares-estaduais/> Acesso em 01 set 2021
Eurivaldo Caldas Tavares. Disponivel em <
http://www.ihgp.net/luizhugo/eurivaldo.html> Acesso em 01 set
2021
Relíquia do Jubileu de Prata da Fundação da Paróquia de Sapé. Disponível
em < https://pt-
br.facebook.com/SapeDeOutrora/photos/rel%C3%ADquia-do-
jubileu-de-prata-da-funda%C3%A7%C3%A3o-da-par%C3%B3quia-
de-sap%C3%A9-19261951-25-anos-de/1203819556419630/> Acesso
em 05 set 2021

Livros e Artigos

BASTOS, Sebastião de Azevedo. No Roteiro dos Azevedos e outras famí-


lias do Nordeste. João Pessoa: Gráfica Comercial Ltda, 1954.
OLIVEIRA, Natacha Moreira de. MORAIS, Jose Jassuipe da Silva.
Contabilidade e Religião: Seminário Arquidiocesano da Paraíba (1894-1935).
In Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Quei-
rós, ISSN 2179-9636, Ano 7, número 28, novembro de 2017.
<www.faceq.edu.br/regs> Acesso em 05 set 2021
CUNHA, Rui Vieira da. As Provanças do Quadragésimo. In Revista do
IHGB, Rio de Janeiro, 153(377): 89-95, out/dez, 1992.
NOBREGA, Apolonio. Bacharéis Paraibanos de Olinda e Recife. De 1832 a
1960. In Revista do IHGB, n.º 262, jan-mar 1964, pp 3-240.
TAVARES, Eurivaldo Caldas. Diógenes Caldas – um missionário do bem
comum, João Pessoa, 1986.
__________. Retrato Nobre. Dados biográficos de Eurípedes Tavares. João
Pessoa: Unigraf, 1989.
__________. Deus, Pátria e Família. João Pessoa: A União Cia Editora,
1977.

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UM ROTEIRO PARA A DESCENDÊNCIA DE


ANTÔNIO ARRUDA CÂMARA E
TACIANA AUGUSTA BAHIA ARRUDA CÂMARA
Gustavo José Barbosa1

“Um apelido ilustre


jamais deixará de ter eficácia
para quem saiba dignamente levá-lo”
Papa Leão XIII

Apresentação

Genealogia ocupa um lugar privilegiado na reconstru-

A
ção da história das nossas comunidades e, no momento
em que nos debruçamos sobre a origem das famílias que
viveram em determinado lugar, transpiramos os efeitos
das obras delas herdada. O município de Nova Cruz
(RN) localizado numa posição geográfica privilegiada, próxima
aos Estados da Paraíba e de Pernambuco, nasceu com os vaqueiros
que por ali passavam transportando seu gado e paulatinamente foi
erguendo-se como um dos mais importantes do Estado do Rio
Grande do Norte.
Quando iniciei a pesquisa genealógica em busca de infor-
mações sobre os meus antepassados, lendo e relendo os livros da
paróquia e dos cartórios de Nova Cruz, percebi que poderia dar
uma modesta contribuição à história do nosso lugar, se tomasse
nota dos termos não apenas dos meus parentes, mas também das

1
Sócio Correspondente do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica
– IPGH.
SUMÁRIO
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famílias antigas que por ali viveram desde o século XIX. Um dos
clãs que logo me chamou a atenção foi o Arruda Câmara visto que
meu padrinho de batismo, Cid Arruda Câmara, é neto do patriarca
dessa família Antônio Arruda Câmara (1882-1956) e de sua esposa
D. Taciana Augusta Bahia Arruda Câmara (1886-1971).
O governador Geraldo Melo escreveu recentemente um
prefácio para uma obra sobre genealogia de famílias do Seridó
Potiguar e lembrou que o trabalho eficaz é aquele que “foge à ten-
tação de produzir um catálogo, uma simples listagem dos nomes
de fulano, filho de sicrano, neto de beltrano”.2 Outrossim, é mister
num apanhado deste tipo entender e relatar como os personagens
citados no trabalho modelaram a comunidade onde viveram, as-
sim a árvore ganha nova feição como prediz Cardoso de Miranda:

Florescem os seus ramos, enfeitam-se de cor e de som, animam-se,


enchem-se de vida, esmaltam-se de glória sentida e compreendida,
quando investigamos nos alfarrábios e tiramos do pó o espírito dos
antepassados, para viver suas existências, comungar suas obras,
beber suas lições, impregnar-nos de suas virtudes e do heroísmo de
seus martírios. 3

Neste artigo apresentamos a descendência do casal tronco,


Antônio Arruda Câmara e D. Taciana Bahia, trazendo a descrição
dos seus filhos, netos e bisnetos, seguindo o sistema alfa numérico
adotado pelo Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica
(IPGH):
F – Filho
N – Neto
B – Bisneto

2
MELO, Geraldo. Prefácio. In: MELO, Luiz Fernando Pereira. Um ramo
judaico dos Medeiros do Seridó. 2020. p. 5.
3 MIRANDA, Cardoso de. O valor da genealogia. Carta mensal do Colé-

gio Brasileiro de Genealogia. Abril de 1989, n° 7, p. 4.


SUMÁRIO
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Agradeço vivamente aos inúmeros netos deste ilustre casal


que foram tão solícitos em fornecer as informações para a constru-
ção deste artigo; não vou aqui nominá-los para não cometer ne-
nhuma omissão. Por sua vez, foram primordiais as entrevistas, a
bibliografia citada, o acesso à hemeroteca digital brasileira da Bi-
blioteca Nacional e os arquivos do Family Search que são disponibi-
lizados com tanta presteza pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias.
Dedico este artigo aos meus avós Gustavo Barbosa (1915-
1988) e D. Alaíde Ferreira (1924-2009) que há exatos oitenta anos,
aos 30/12/1941, casaram-se religiosamente na Matriz de Nova
Cruz sob a assistência do padre Antônio Barros (1914-2000), cul-
minando com a continuidade da história da minha família.

Solânea, novembro de 2021.

Gustavo José Barbosa


Sócio Correspondente do IPGH
gustavoufpb@outlook.com

SUMÁRIO
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Sobre a origem
[

Este apelido é de origem toponímia, ou seja, está relaciona-


da ao nome de um lugar onde havia muito arruda (Ruta graveo-
lens), e ainda pode estar ligado à região dos Arruda dos Vinhos na
fronteira entre Portugal e Espanha.4 Em Lisboa são grandes os fei-
tos de Osores Diaz Arruda no campo da arquitetura, em obras
como a Quinta e a Torre dos Arruda na Freguesia de São Pedro de
Ataíde.
Mas foi Martim Diogo, o primogênito de Osores, que por
volta do século XV adotou este apelido, passou a administrar inú-
meras propriedades e, por conseguinte, lhe foi concedido títulos
nobiliárquicos. O pesquisador Marcos Antônio Filgueira, tratando
sobre a origem judaica dos Arrudas nordestinos salienta que esses
portugueses migraram da Ilha de São Miguel de Açores, onde ha-
viam grandes construtores, como os irmãos Diogo e Francisco,
edificadores da Torre de Belém, em Portugal. 5
Tratando da origem da família Arruda Câmara no Estado
da Paraíba, o genealogista Fábio Arruda Lima6 corrobora com a
tese supracitada sobre a origem portuguesa, e sustenta que o re-
presentante pioneiro desta estirpe, neste solo, foi Francisco de Ar-
ruda Câmara, nascido entre 1686 e 1687 na Ilha de São Miguel e
que por aqui, chegou no ano de 1707. Francisco casou-se com D.
Clara de Mendonça Vasconcelos, filha do capitão Antônio de
Mendonça Machado e D. Catarina de Vasconcelos, sendo que des-
se matrimônio houve descendência.

4
Origem do sobrenome. Disponível em:
https://www.origemdosobrenome.com.br/familia-arruda. Acesso em
04.set.2021.
5 FILGUEIRA, Marcos Antônio. Os judeus foram nossos avós. Fundação

Ving-Um Rosado, sem data. p. 93.


6 LIMA, Fábio Arruda. Genealogia da família Arruda Câmara da Paraí-

ba. Sem local: edição do autor, sem data. pp. 1-2.


SUMÁRIO
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As armas

Tratando da origem da heráldica enquanto “arte ou a ciên-


cia dos brasões”, que vem sendo cultivada desde a Idade Média no
continente europeu, a pesquisadora Zilma Ferreira Pinto pontuou
que:

“as cores e os símbolos armoriais representavam nele


uma inspiração subjetiva. Tinha-os como algo de co-
notação humana e transcendental. Era uma narrati-
va. Um registro de vida da família, ou do herói, com
uma divisa moral que se perpetua aos descenden-
tes”.7

A genealogista Natércia Suassuna Du-


tra (1941-2021) informou que o brasão da fa-
mília Arruda foi concedido por D. João I
(1357-1433), Rei de Portugal, em 1422, membros do clã que des-
cendem de Martim Diogo. 8
O brasão da família Arruda é constituído de três flores-de-
lis, duas dispostas na parte superior, sendo, a da esquerda, na cor
amarela e a da direita na cor vermelha; observa-se ainda que, o
fundo a receber essas figuras, à sua esquerda, a cor é vermelha e,
do seu lado direito, a cor é branca. Por sua vez a coloração da flor-
de-lis, centrada abaixo, é dividida: branco na parte esquerda e
vermelha na parte direita.
Dentre as características atreladas ao brasão do clã Arruda
destacam-se: coragem, coerência, superação, carisma, proteção,
luta, competência, paz, entendimento, autoridade, consideração,

7
PINTO, Zilma Ferreira. Nossos brasões. Revista do Instituto Paraibano
de Genealogia e Heráldica, João Pessoa, 2007, n° 9, pp. 59-60.
8 DUTRA, Natércia Suassuna. Antônio Gomes: o educador do Sertão.

Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica, João Pessoa,


2008, n° 10, p. 13.
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empenho, lógica, alegria, esperteza, motivação, força, sabedoria,


fé, foco, estima e caridade. 9

Introdução

O município de Itatuba (PB) está localizado na região me-


tropolitana de Campina Grande (PB), em pleno semiárido nordes-
tino, e sua emancipação política aos 17 de fevereiro de 1961. Até
então, o lugar era denominado Cachoeira das Cebolas e pertencia
ao município de Ingá, nesse mesmo Estado.
Sobre a
chegada dos pri-
meiros coloniza-
dores de Ingá,
afirma que em
meados do século
XVII povoavam o
lugar Dona Cosma
Tavares Leitão,
Francisco de Ar-
ruda Câmara e
Gaspar Correia, e também afirma que o primeiro explorador da-
10

quele torrão fora Manoel da Costa Travassos (pode ter casado com
uma Arruda Câmara ou ser irmão de Francisco Arruda Câmara)
que explorava a criação de gado no território. 11

9
Sobrenomes: Arruda. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=os9c_M1KEyw. Acesso em:
24/07/2021.
10 IBGE. Ingá. Disponível em

https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/inga/historico.
11 Idem. Genealogia da família Arruda Câmara da Paraíba. Sem local:

edição do autor, sem data. p. 22.


SUMÁRIO
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Foi na comunidade Cachoeira


das Cebolas que nasceu aos
29/02/1882 Antônio Arruda Câmara
(foto ao lado) o primogênito de Domí-
cio de Arruda Câmara (o 1° de nome) e
D. Dalvina Pergentina de Carvalho
Raposo. Seus avós paternos foram José
Antônio Arruda Câmara e D. Maria
José Duarte Arruda Câmara; os avós
maternos são Felisbino de Carvalho
Raposo e D. Maria Eugenia Raposo.12
Domício era advogado, traba-
lhava como auditor de guerra da Guar-
da Nacional e havia casado com sua sobrinha Dalvina entre os
anos de 1880 e 1881 no Estado de Pernambuco,13 todavia a jovem
esposa faleceu aos 14/06/1885 quando dava à luz ao segundo fi-
lho do casal, e que também veio a falecer. 14
Naquelas circunstâncias, coube à tia materna de Antônio,
conhecida como D. “Maroca”, educar a criança, cujo lugar foi o
Engenho Gramame, próximo à divisa dos Estados da Paraíba com
Pernambuco. Porém, passados dez anos, no ano de 1894, Domício,
que residia na região Norte do país, fez uma visita à família que
passara a ser a do seu filho e anunciou o seu propósito: levar An-
tônio para viver com ele no Norte do país; entretanto, ocorreu um
novo percalço na vida do agora menino, com 12 anos de idade: o
pai falecera naquela viagem, no navio que os levava em direção ao

12
Do casal Felisbino e D. Maria Eugênia soubemos de mais quatro filhos
citados no convite da missa de 7° Dia de D. Dalvina: Elpídio de Carvalho
Raposo, José Eugênio Raposo, D. Julia de Carvalho Raposo e D. Maria
Anunciada de Carvalho Raposo. Fonte: Diário de Pernambuco, Recife,
24/06/1885, p. 5.
13 Diário de Pernambuco, Recife, 28/12/1880, p. 3.
14 CABRAL, Terezinha Arruda Câmara. Memórias de Nova Cruz. Natal:

Cartgraf Gráfica e Editora, 2004. pp. 25-26.


SUMÁRIO
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que seria um recomeço de vida familiar: um pai se reencontrando


com o único filho.
Novamente, Antônio Arruda Câmara necessitou viver sob
os cuidados de parentes. Dessa feita, já grandinho, além de estu-
dar, foi sendo introduzido paulatinamente no mundo do trabalho,
de forma que, quando adulto, no trabalho de extrativista, passou a
gerenciar o seringal Guajarahá, no município de Lábrea (AM), de
propriedade do coronel Francelino Ferreira Borges.
Por duas décadas, esse seringal empreendeu a extração da
borracha, também conhecido pelo codinome de “ouro branco”.
Atraídos pelo denominado ciclo da borracha, sabe-se que, a partir
do ano de 1871, uma leva de nordestinos fixaram residência na-
quele município, que passou a ser chamado de a “Princesinha do
Rio Pirus”.
Antônio, nas funções que lhe competia, realizava viagens
para recrutar trabalhadores para o seringal, e numa dessas viagens
ao Estado da Paraíba, passou pela cidade de Guarabira (PB), mo-
vido por uma motivação muito especial: encontrar uma jovem
para casar. Assim, após uma decisiva
intermediação realizada por uma
pessoa de sua confiança, apresentou-
se ao futuro sogro para pedir a filha
dele em casamento, a jovem Taciana
Augusta Bahia de Arruda Câmara
(*1886-†12/09/1971), filha de Mizael
da Costa Bahia e D. Maria de Azeve-
do Bahia “Dondon” (*1861-
†29/04/1944) , natural da Vila de
15

Pilar, Estado da Paraíba.

15
D. Maria Azevedo Bahia nasceu em Currais Novos (RN) e faleceu com idade
de oitenta e três anos na residência do genro Antônio Arruda Câmara, em Nova
Cruz. Foi sepultada no cemitério público do local, cf. Termo 196, fls. 80-
81, Livro C-01, do arquivo do 2° Ofício de Registro Civil de Nova Cruz
(RN).
SUMÁRIO
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O casamento civil de Antônio e D. Taciana aconteceu aos


13/02/1911, em Guarabira, e foram testemunhas: o Tenente Coro-
nel João Farias Pimentel e José Antônio Ferreira Rocha, cf. Termo
31, fls. 100, Livro 2 do arquivo do Registro Civil de Guarabira. No
dia seguinte, os jovens se casaram religiosamente naquela impor-
tante cidade do Brejo Paraibano conforme transcrição abaixo:
Aos quatorze de Fevereiro de mil novecentos e onze, nesta
Matriz, perante as testemunhas Manoel Pereira da Silva
Simões e Amaro Guedes Bezerra, o Reverendo Vigário Ig-
nácio D´Almeida, assistiu o recebimento matrimonial de
Antônio Arruda Câmara, filho legítimo de Domício de
Arruda Câmara e Dalvina Pergentina de Carvalho Raposo,
com Taciana Augusta Bahia, filha legítima de Mizael da
Costa Bahia e Maria de Azevedo Bahia. O nubente é natu-
ral da Freguesia de Campina Grande, e morador na Capital
de Manaos; a nubente é natural da Freguesia de Gurinhem,
e moradora nesta Freguesia. Do que mandei faze este termo
que assigno. (Transcrição do Termo 47, constante no Livro
de Casamentos vol. 2 da Paróquia de Guarabira).

D. Taciana descende das antigas famílias do Seridó Poti-


guar, sendo neta paterna de Porfírio Venâncio da Costa Bahia e D.
Joaquina Galvão Generosa da Costa Bahia, e neta materna de Ma-
noel Clementino Pereira de Azevedo e D. Silvina Esmeralda Go-
mes de Azevedo.16 Através da “pena inspirada” do genealogista
Sebastião de Azevedo Bastos identifiquei os nomes dos irmãos da
jovem Taciana: Fraterno Bahia (*24/08/1896-†?), D. Júlia Bahia de
Vasconcelos (*16/06/1892-†09/12/1978), D. Maria Augusta Bahia
Alcoforado, D. Maria Nazaré Bahia Burgos e D. Noemi Bahia Sil-
va.17
Após o casamento Antônio retornou às suas atividades no
Amazonas, onde sua jovem esposa foi mãe de dois filhos, entretan-

16 BASTOS, Sebastião de Azevedo. No Roteiro dos Azevedo e outras


famílias do Nordeste. João Pessoa: 1954-1955. pp. 49-50.
17 Idem. No Roteiro dos Azevedo e outras famílias do Nordeste. João

Pessoa: 1954-1955. pp. 51-58.


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N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 156

to por contrair a doença Beribéri, por orientação médica, o jovem


foi orientado a viver num lugar seco e quente. Daí haver retornado
ao Brejo Paraibano, à Guarabira, onde atuou no ramo do comércio,
porém a permanência naquela cidade seria de apenas um ano.
O casal resolveu estabelecer-se na promissora vila de Nova
Cruz (RN), que cinco anos depois foi emancipada politicamente e
ali durante décadas, o patriarca atuou no comércio e nas ativida-
des agropecuárias, integrando-se plenamente à vida do lugar.

Além do Coytezeiras

Temos notícias que o processo de povoamento de Nova


Cruz data do século XVIII quando por ali se estabeleceram os cria-
dores de gado. Relata o historiador Manoel Dantas que “os povo-
adores do valle do Curimataú foram indo rio acima até os campos
além do Cuytezeiras, muito próprios para a grande criação e
abundante em caça”.18
Observamos que as denominações do lugar estão intima-
mente ligadas aos aspectos da flora e fauna, pois a primeira faz
referencia à presença em demasia da planta urtiga (Urtica dioica L.)
e a segunda, ao fato de que, naquele povoado havia uma anta (Ta-
pirus terrestris) que assustava os moradores, conforme nos lembra
o escritor novacruzense Diógenes da Cunha Lima:

Num mês de junho, encarnado de flores do mulungu, ouviu-se di-


zer que tinha uma anta enorme que andava no entroncamento dos
rios. À boca da noite, saiu um caçador com a sua “lazarina” carre-
gada de pregos e chumbo à procura da anta. Depois de andar mui-
to, divisou por trás do tronco rugoso de um pé de mulungu o pêlo
escuro da anta com mais de dois metros de altura. O animal apro-
ximou-se sem medo, balançando levemente a tromba com mostras
de alegria pelo encontro. O caçador nem ligou: Fez pontaria e fogo.

18
DANTAS, Manoel. Denominação dos municípios: Rio Grande do Nor-
te. Natal: Empresa Typographia Natalense Ltda, 1922, p. 36.
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R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 157

A anta caiu e ainda viva lhe foi tirado o couro. Mesmo esfolada,
fugiu sangrando prá dentro do rio. 19

Assim, os moradores de Anta Esfolada encontraram paz e


tranquilidade, quando por ali passou o missionário franciscano
Frei Serafim de Catanea, OFM Cap (1812-1887). O grande feito
desse capuchinho foi mandar fazer uma cruz e fixá-la no lado di-
reito da margem do Rio Curimataú. Por conta desse ato, celebrado
com orações, aquela freguesia20 ganhou a denominação de Nova
Cruz.
Com o advento da Lei nº 470, de 3 de dezembro de 1919, o
município de Nova Cruz foi elevado à categoria de cidade pelo
governador do Estado, Joaquim Ferreira Chaves (1852-1937).21
Anos depois, Nova Cruz, que há tempo desfrutava do status de
cidade, sente lhe respingar inúmeras transformações na adminis-
tração municipal, por ocasião da Revolução de 1930.
No final do período conhecido como República Velha a
administração municipal de Nova Cruz estava centrada no grupo
liderado por Afonso Ernesto Belmont (1880-1932) e Nestor José
Marinho (1888-1947), que lideravam o Partido Popular (PP) na
cidade. Quando o paraibano Irineu Joffily (1886-1964) foi nomeado
interventor federal do Rio Grande do Norte, logo designou Antô-
nio Arruda Câmara, que não pertencia àquele grupo, para admi-
nistrar o município de Nova Cruz entre os anos de 1930 a 1935.
O fato é que por cinco anos, apesar da dificuldade para
conseguir recursos públicos, essa nova liderança tomou corpo
porque conseguiu edificar importantes obras públicas como o ce-

19 LIMA, Diógenes da Cunha. A lenda de Nova Cruz: a Anta Esfolada.


Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. Na-
tal 1980, n° 70, p. 31.
20 A Freguesia de Nossa Senhora da Conceição foi instituída pela Lei Pro-

vincial n° 313/1858.
21 Rio Grande do Norte. Actos legislativos e decretos do governo: 1919.

Natal: Tipografia Comercial J. Pinto & C. , 1920. p. 28.


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mitério, açudes, estradas e calçamento com paralelepipedo (essa


obra, particularmente, foi considerada inovadora no Rio Grande
do Norte).22 Outras edificações, tão importantes quanto, também
podem ser lembradas nessa administração, como a construção do
prédio da prefeitura municipal, que funcionava no antigo Grupo
Escolar Padre Tomaz de Aquino, e a reestruturação da Escola Al-
berto Maranhão, como fator de dinamização do ensino primário,
seguindo os avanços nesse setor que vinham ocorrendo no país.
Antônio Arruda Câmara foi novamente nomeado prefeito
municipal de Nova Cruz no ano de 1944 e logo após a Segunda
Guerra Mundial, ele e sua família aderiram ao Partido Social De-
mocrata (PSD) idealizado pelo presidente da República Eurico
Gaspar Dutra (1883-1954). Mas, além das atividades políticas e do
comércio, Antônio Arruda teve uma intensa vida sociocultural;
liderou, por exemplo na fundação da Cooperativa Agropecuária
de Nova Cruz, e foi eleito seu primeiro presidente aos
15/05/193823, da mesma forma, como membro do conselho con-
sultivo, muito contribuiu com a criação do Colégio Nossa Senhora
do Carmo24 no ano de 1940.25
O novacruzense Antenor Laurentino, que conheceu o casal
Antônio e Taciana naquela tranquila Nova Cruz da segunda me-
tade do século XX lembra a rotina do casal: “tendo a Rua do Sapo
como limite, no sentido inverso, ficava a loja de Joanita Arruda,
a residência de seu Arruda e Dona Taciana, sentavam-se sempre
na calçada, à brisa da noite, a cumprimentarem e a serem cumpri-
mentados”. 26

22 O Poti, Natal, 16/03/1956, Ano II, n° 443, pp. 2, 7.


23 A Ordem, Natal, 17/05/1938, p. 4.
24 Esta instituição foi idealizada pelo monsenhor Pedro Rebouças de

Moura e é dirigida até os dias atuais pelas Irmãs Franciscanas de Nossa


Senhora do Bom Conselho, instituto fundado pelo missionário italiano
Frei Caetano de Messina, OFM Cap (1807-1878).
25 A Ordem, Natal, 28/09/1940, p. 2.
26 Idem. Memorial da Anta Esfolada: Nova Cruz no espaço e no tempo.

Natal: Feedback, 2014, pp. 106-107.


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A família Arruda reunida em Nova Cruz no ano de 1947


Fonte: Família Arruda Câmara

Os filhos do ilustre casal, tema deste artigo, foram atingin-


do a idade adulta e contraindo matrimônio com membros de ou-
tros clãs tradicionais do lugar, dentre os quais: Ramalho, Lisboa e
Maciel. Houve também alguns filhos de Antônio e Taciana que se
casaram com pessoas de cidades distantes (duas do Rio de Janeiro)
e três de plagas de além mar (duas da Alemanha e uma da Itália).
No entardecer da vida e após longos dias de convalescênça
com a presença constante dos padres Pedro Rebouças de Moura
(1913-1999) e Alcides Pereira da Silva (1923-2011) Antônio recebeu
o sacramento da unção dos infermos e faleceu aos 13/03/1956, em
Nova Cruz, com 77 anos de idade em decorrência de um câncer.
Foi sepultado no cemitério que ajudou a edificar na cidade de No-
va Cruz, cf. Termo 2.848, fls. 20, Livro C-06, do arquivo do 2° Car-
tório de Registro Civil de Nova Cruz.

SUMÁRIO
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Enterro de Antônio Arruda Câmara


Fonte: Família Arruda Câmara

D. Taciana Arruda além das responsabilidades familiares e


do comércio, tinha participação ativa nas atividades religiosas da
paróquia da Imaculada Conceição e desenvolveu uma devoção
especial por Santa Terezinha, a jovem carmelita descalça de Lisi-
eux (razão pela qual sua filha caçula recebeu esse nome). Da viu-
vez e à seus últimos anos de vida, Taciaca morou com a sua filha
Terezinha, em Campina Grande (PB), onde faleceu aos
12/09/1971. Foi sepultada às 16:00 horas do dia seguinte, no jazigo
da família Arruda Câmara no cemitério público de Nova Cruz.

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Dois irmãos de D. Taciana também fixaram residência em


Nova Cruz: Fraterno Bahia que se casou com Dona Laura Marinho
Bahia e Dona Júlia Bahia Vasconcelos que contraiu matrimônio
com Pedro Barbosa de Vasconcelos (1893-1969) e deles houve des-
cendência. Tudo o que Antônio Arruda Câmara fez pela cidade
gerou um clima de harmonia social e política cuja herança foi per-
seguida pelos seus descendentes atuando no campo da medicina,
política, direito, empreendedorismo, rural e na cultura.
A seguir, a partir do casal tronco Antônio Arruda Câmara e
D. Taciana Augusta Bahia Arruda Câmara, traremos a árvore ge-
nealógica apresentando os filhos, netos e bisnetos.

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Árvore da Descendência de
Antônio Arruda Câmara
&
Taciana Augusta Bahia Arruda Câmara

F1. Domício de Arruda Câmara (o 2° de


nome) nasceu em Lábrea (Bispado da Ama-
zônia) aos 12/11/1911 e na Amazônia pas-
sou seus primeiros anos em meio aos indí-
genas que ajudavam sua mãe nas ativida-
des do lar. Domício na adolescência, resi-
diu em Recife (PE) para concluir o curso
ginasial e, em seguida, cursou medicina na
Universidade de Medicina do Rio de Janei-
ro (RJ).
Domício aprimorou a formação profissional nos Estados
Unidos, orientado pela psicanalista austríaca Melaine Klein (1882-
1960), e na Inglaterra, onde foi aluno do psicanalista britânico Wil-
frede R. Bion (1897-1979). Quando retornou ao Brasil fundou e foi
presidente do Instituto Brasileiro de Psicanálise no ano de 1947,
sendo um dos precursores da psicanálise em nosso país.
Casou-se em primeiras núpcias com D. Iraci Doile (*1911-
†1956) de quem veio a divorciar-se, sem descendência. Contraiu
segundo matrimônio, na Inglaterra, com D. Wupps Cortez de Ar-
ruda Câmara, com quem teve duas filhas, que segue. Domício fa-
leceu aos 30/04/1994 no Rio de Janeiro, onde foi sepultado.
N1. Christina Arruda Câmara é empreendedora, adminis-
tra o Largo do Arruda, no Rio de Janeiro, e dela houve três
filhos:

B1. Francisco (...); B2. João (...); B3. Miguel (...).


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N2. Cláudia Lucena é arquiteta, casou-se com José Henri-


que Pereira de Lucena, que são pais de cinco filhos:
B4. Daniel (...); B5. Diogo (...); B6. Eduardo (...); B7.
Eugênio (...); B8. “Nina” (...)
F2. Lauro Arruda Câmara (o 1° de nome)
nasceu aos 09/10/1912 em Lábrea e ca-
sou-se civilmente na Fazenda Umbuzeiro,
em Nova Cruz, aos 14/08/1935, com D.
Joanita Torres Arruda Câmara (*1912-
†1993), filha de Antônio Cleofas da Silva
“Totô Jacinto” (*04/04/1887-†01/04/1969)
e D. Maria Queiroz Torres, natural de
Araruna (PB), cf. Termo 30, fls. 85-86, Li-
vro 06-B, do arquivo do 2° Cartório de
Registro Civil de Nova Cruz. O casamen-
to religioso foi assistido pelo padre Severino Leite Ramalho (1873-
1937) na mesma data e local, e foram padrinhos Antônio Arruda
Câmara, Adolpho Torres, Francisco Targino Pessoa e José Lins
Bahia.27
Lauro Arruda foi prefeito de Nova Cruz (1948-1950) pelo
PSD e durante seu mandato conseguiu atuar nas mais diversas
áreas estruturais do município, como na minimização dos proble-
mas hídricos da cidade (construção de açudes e poços), organiza-
ção de posto de saúde, iluminação pública, abertura de um posto
de fomento agropecuário, apoio à cultura local e construção de
cinco escolas rurais (São Bento, Passa e Fica, Lagoa D´Anta, Barra
do Geraldo e Monte Alegre).28
Foi eleito deputado estadual no Rio Grande do Norte
(1950-1954) pelo PSD, e nos quatro pleitos seguintes ficou na su-
plência para o legislativo potiguar. Posteriormente, dedicou-se às
atividades do comércio e no setor agropecuário; Lauro faleceu aos

27 A Ordem, Natal, 17/08/1935, p. 1.


28 Diário de Natal, Natal, 05/07/1951, p. 1.
SUMÁRIO
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24/07/1996 em Natal, e foi sepultado no cemitério público de No-


va Cruz.
Descendência:
N3. Marluce Arruda Câmara Diniz (*1936) nasceu em João
Pessoa (PB); casou-se com Francisco Freitas Diniz, residem
em Natal e deles houve três filhos:
B9. Francisco de Freitas Diniz Filho;
B10. Lauro Arruda Câmara de Freitas Diniz;
B11. Silvio de Freitas Diniz Neto.
N4. Cassiano Arruda Câmara (*1944) nasceu em João Pes-
soa; é jornalista (assina a coluna Roda Viva, uma das mais
longevas da imprensa potiguar), publicitário, professor e
escritor, ocupa a Cadeira n° 4 da Academia Norte-Rio-
Grandense de Letras, cujo patrono é Lourival Açucena
(1827-1907). Casou-se com D. Nilma Silveira Dias de Ar-
ruda Câmara com quem teve três filhos, todos residentes
em Natal.
B12. Arturo Silveira Dias de Arruda Câmara;
B13. Jacintho Silveira Dias de Arruda Câmara;
B14. Laurita Silveira Dias de Arruda Câmara.
N5. Laurita Arruda Câmara (*1946-†20/03/1970) nasceu
em João Pessoa, faleceu com 24 anos de idade, em Nova
Cruz, e foi sepultada no cemitério da cidade, cf. Termo
5.575, fls. 19, Livro C-10, do arquivo do 2° Cartório de Nova
Cruz. Sem descendência.
N6. Leonardo Arruda Câmara (o 1° de nome) nasceu em
João Pessoa (*1947) é advogado, foi vereador de Nova Cruz
(1970-1972), deputado estadual do Rio Grande do Norte
(1982-1987 e de 1991-2002), Secretário de Estado da Justiça e
Cidadania do RN e presidente do ABC Futebol Club (1995-
1998), em Natal. Do consórcio com D. Maria das Graças de

SUMÁRIO
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Paiva Souza Arruda Câmara houve duas filhas que resi-


dem em Natal. Descendência:
B15. Júlia de Paiva Sousa Arruda Câmara;
B16. Silvia de Paiva Sousa Arruda Câmara Alvares.
N7. Cid Arruda Câmara (*1949) nasceu em João Pessoa, é
engenheiro civil, foi professor da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN) e prefeito de Nova Cruz
(2001-2008 e 2013-2016). Casou-se com D. Valéria Maria
Vieira Arruda Câmara; residem em Natal e do casal houve
três filhos:
B17. Gabriela Vieira Arruda Câmara Benavides;
B18. Rafael Vieira Arruda Câmara;
B19. Rodrigo Vieira Arruda Câmara.
N8. Domício Torres Arruda Câmara Sobrinho “Nonom”
(*1952) nasceu em João Pessoa, é médico, foi presidente da
Confederação Nacional das Cooperativas Médicas (UNI-
MED Natal), diretor geral do Hospital Walfredo Gurgel,
em Natal, e Secretário de Estado da Saúde do RN. Casou-se
com D. Margarida Mota Rocha Arruda Câmara. São resi-
dentes em Natal. Desse consórcio são os filhos:
B20. João Rocha de Arruda Câmara;
B21. Luiz Rocha de Arruda Câmara;
B22. Olívia Rocha de Arruda Câmara;
B23. Paulo Rocha de Arruda Câmara.
N9. Lauro Arruda Câmara Filho “Laurinho” (*1957) nasceu
em João Pessoa. É médico, casado com a jornalista D. Ana
Luiza Andrade Arruda Câmara. Dessa união houve dois fi-
lhos e todos residem em Natal. Descendência:
B24. Joanna Vale Andrade de Arruda Câmara;
B25. Pedro Vale de Andrade Arruda Câmara.

SUMÁRIO
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N10. Paula Franssinete de Arruda Câmara nasceu em João


Pessoa e faleceu infante. Sem mais notícias.
F3. Armando Arruda Câmara nasceu aos
09/12/1914 na Rua Dr. Pedro Velho, em
Nova Cruz, cf. Termo 66, fls. 39-40, Livro
1-A do arquivo do 1° Cartório de Ofício do
Registro Civil de Nova Cruz. Cursou o
ensino primário em Nova Cruz e o ginasial
em Natal (RN).
Casou-se em Recife (PE), aos
24/07/1948, com D. Mariana Ginnari Sa-
triani de Arruda Câmara (*1930-†2002),
filha de Felipe Ginnari e D. Antônia La-
banca Ginnari Satrianni, e deles houve sete filhos, que segue.
Armando foi vereador de Nova Cruz (décadas de 1940 e
1950), vice-prefeito da cidade (1958-1962),29 produtor rural e funci-
onário do Ministério da Agricultura sendo responsável pelo posto
de meteorologia do município. O professor Antenor Laurentino
recordou que “Armando era simples: vestia-se com trajes típicos
do campo, botas, calça de mescla azul, camisa grossa, de algodão.
Enfim, um telúrico. O cheiro da terra o atraía. Nunca se deixou
levar pela ostentação. Era assim que se sentia bem”.30 Armando
Arruda faleceu aos 13/09/1996 na capital potiguar, onde também
foi sepultado. Descendentes:

N11. Felipe Carmenen Arruda Câmara (*1949) nasceu em


Recife; é servidor aposentado do Instituto Brasileiro do

O Poti, Natal, 08/01/1958, p. 6.


29

Idem. Memorial da Anta Esfolada: Nova Cruz no espaço e no tempo.


30

Natal: Feedback, 2014, p. 88.


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Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBA-


MA), casou-se com D. Cibele Calafange Arruda Câmara,
residem em Várzea (RN) e do casal houve três filhos:
B26. Armando Arruda Câmara Neto;
B27. Luciana Calafange Arruda Câmara;
B28. Mozart Calafange Arruda Câmara.
N12. Tadeu Genari de Arruda Câmara (*1951) nasceu em
Recife; é economista, assessor da Assembleia Legislativa do
RN, reside em Natal e dele houve três filhos:
B29. Fábio Luís Arruda Câmara;
B30. Liliane de Melo Arruda Câmara;
B31. Mariane Veras Arruda Câmara.
N13. José de Arruda Câmara “Zindo” (o 2° de nome) nas-
ceu em Recife (*1952), foi servidor aposentado do Ministé-
rio da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), ca-
sou-se com D. Maria Auxiliadora Assunção Arruda Câma-
ra e são os pais de duas filhas. José faleceu no ano de 2021
na capital do Rio Grande do Norte.
B32. Bruna Assunção Arruda Câmara;
B33. Rhaíssa Assunção Arruda Câmara Fidelis.
N14. Bartolomeu Arruda Câmara “Tito” (*1954) nasceu em
Recife; é técnico em mineração, reside em Natal e dele hou-
ve dois filhos:
B34. Leandro Gusmão Arruda Câmara;
B35. Sara Gusmão Arruda Câmara.
N15. João Arruda Câmara “Joquinha” (*1955-†1959) faleceu
infante, na cidade do Recife. Sem mais notícias.
N16. Armando de Arruda Câmara Filho “Manduca” (*1956-
†2021) nasceu em Recife; foi técnico em mineração, faleceu
em Natal e dele não houve geração.
SUMÁRIO
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N17. Cássia Romana Arruda Câmara (*1959) é servidora


pública aposentada, reside em Parnamirim (RN) e mãe de
dois filhos:
B36. Diniz Andrade Neto;
B37. Tiago Arruda Câmara da Silva.
N18. José César de Arruda Câmara (*1960) é zootecnista da
Secretaria de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca
do RN (SAPE), casou-se com D. Zenaide Gonçalves Arru-
da Câmara, reside em Natal e são os pais de dois filhos.
B38. Arthur Bezerra Arruda Câmara;
B39. José César Arruda Câmara Filho.
F4. José de Arruda Câmara “Zuzinha” (o
1° de nome) nasceu aos 20/03/1917, em
Nova Cruz, cf. Termo 5, fls 190, Livro 01-
A do arquivo do 1° Ofício de Nova Cruz.
Quando jovem já demostrava grande
apreço pelas letras e sua mãe nutria espe-
rança que nele fosse despertada a vocação
sacerdotal.
Na década de 1930 estudou no
Atheneu Norte-Riograndense, em Natal,
quando atuou em diversas atividades
culturais: na gerência da revista ilustrada O Atheneu31 e presidên-
cia da Academia de Letras da escola 32 sob as orientações do pro-
fessor Luís da Câmara Cascudo (1898-1896). Concluiu o curso de
direito na Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro.

31 A Ordem, Natal, 30/09/1936, p. 1.


32 A Ordem, Natal, 30/05/1937, p. 1.
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 169

José casou-se religiosamente aos 08/02/1949 na Matriz de


Nova Cruz com D. Ione Frazão de Arruda Câmara (*18/04/1923-
†1998), filha de Clodomiro Frazão e Dona Emília de Morais Frazão,
natural de Serra da Raiz (PB). O casamento foi assistido pelo padre
Pedro Rebouças de Moura e foram testemunhas o irmão Lauro
Arruda Câmara e Pedro Carneiro, cf. Termo 69, fls 178, Livro de
Casamento (1915-1940) do arquivo paroquial de Nova Cruz.
Trabalhou no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) no Rio de Janeiro, foi iniciado em instrumentos musicais
(especialmento no piano) e escritor. Zuzinha faleceu no ano de
1988, em Nova Friburgo (RJ), onde foi sepultado.
Do casal José e Ione soubemos de duas filhas:
N19. Jolly Arruda Câmara é médica, reside em Campina
Grande (PB). É mãe de dois filhos:
B40. Elvia Arruda Câmara Ferreira;
B41. Erick Arruda Câmara Ferreira.
N20. Taciana Emília Frazão de Arruda Câmara é adminis-
tradora, casou-se com Raimundo Gonçalves Diniz, reside
em Natal e deles houve quatro filhos:
B42. Marcela Frazão Arruda Câmara Diniz (*1977-
†2018);
B43. Manoel Frazão Arruda Câmara Diniz
B44. Marcel Rafael Frazão Arruda Diniz;
B45. Matheus Frazão Arruda Diniz.
F5. Antônio Arruda Câmara Filho “Totinha” nasceu às 14:00 horas
do dia 04/03/1918 na Rua Dr. Pedro Velho, em Nova Cruz, cf.
Termo 67, fls. 41, Livro 1-A do arquivo do 1° Cartório de Ofício do
Registro Civil de Nova Cruz. Cursou o ensino primário em Nova
Cruz, o secundário em Natal e o bacharelado em direito na Facul-
dade de Direito de Recife.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 170

Antônio foi diplomata com atuação


na Alemanha, Finlândia e Honduras 33 e
ainda 2° tenente da Força Aérea Brasileira
(FAB). Após a aposentadoria da diploma-
cia retornou ao Rio de Janeiro e exerceu a
atividade laboral de advogado. Faleceu aos
02/02/1989, pelas 9:30 horas, em Ilhas (RJ),
e foi sepultado no cemitério de São João
Batista, no Rio de Janeiro, cf. Termo 5.803,
fls. 202, Livro vol. C07-C17, do arquivo do
1° Circunscrição do Rio de Janeiro.
Do casamento com D. Anamarie Inge Krauel de Arruda
Câmara (*1924-†2012) houve dois filhos:
N21. Wolfgang Amadeus de Arruda Câmara “Vavá”
(*04/11/1950-†17/09/2013) foi um aeroviário, sommelier,
faleceu e foi sepultado em Campos do Jordão (SP). Dele
não houve descendência.
N22. Verônica de Arruda Câmara Siqueira e Silva é pro-
fessora de idiomas (inglês e alemão), designer, ilustradora,
artista plástica, casou-se com Jorge Siqueira e Silva, reside
em Campos do Jordão e deles houve três filhos:
B46. Filomena Siqueira;
B47. Joana Krauel de Arruda Câmara Silva;
B48. Leonardo Krauel de Arruda Câmara Silva.
Antônio Arruda posteriormente divorciou-se e estabeleceu
um novo relacionamento matrimonial com D. Heider de Arruda
Câmara, com a seguinte descendência:

33
BRASIL, Anuário histórico do Ministério de Relações Exteriores: Bra-
sília, 2007, p. 51.
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 171

N23. Aarne Yamos de Arruda Câmara “Tuca” é pesquisa-


dor universitário na área de informática, reside em Helsin-
que, Finlândia 34 e dele houve três filhos:
B49. Leandro Decat de Arruda Câmara;
B50. Luiza Valquiria Decat de Arruda Câmara;
B51. Mateus Decat de Arruda Câmara.
N24. Antonius de Arruda Câmara “Santo” é professor, ca-
sou-se com D. Maria de Arruda Câmara, reside em Helsin-
que, na Finlândia e do casal houve geração:
B52. Antônio Marcos de Arruda Câmara;
B53. Dora de Arruda Câmara;
B54. Vera de Arruda Câmara.
N25. Caio de Arruda Câmara casou-se com D. Anna-Maija
Talvikki de Arruda Câmara, reside em Helsinque, na Fin-
lândia, e com descendência:
B55. Leonel Olavi de Arruda Câmara.
F6. Romildo Arruda Câmara nasceu
aos 24/04/1919, na Rua Dr. Pedro Ve-
lho, em Nova Cruz, cf. Termo 19, fls.
70, Livro 1-A do arquivo do 1° Cartó-
rio de Ofício do Registro Civil de Nova
Cruz. Foi comerciante, líder do Sindi-
cato Varejista na sua cidade natal e
produtor rural.
Casou-se aos 26/02/1944 na re-
sidência do seu sogro, em Nova Cruz,
com D. Zilda Lisboa de Arruda Câmara (*14/01/1926-†1987), filha
de Tomaz Lisboa (*1881-†?) e D. Adília de Carvalho Lisboa (*1892-
†?), natural de Nova Cruz, cf. Termo 113, fls. 111, Livro B-01 do

34
Idem, Genealogia da Família Arruda Câmara da Paraíba, p. 186.
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 172

arquivo do 1° Cartório de Ofício do Registro Civil de Nova Cruz.35


Romildo faleceu aos 26/09/1988 e foi sepultado no cemitério pú-
blico de Nova Cruz, cf. Termo 2.780, fls. 208, Livro C-13, do arqui-
vo do 2° Cartório de Registro Civil de Nova Cruz.

Do casal Romildo e Zilda soubemos dos filhos:


N26. Thomas Lisboa Arruda Câmara “Tomazinho”
(*25/02/1945-†14/04/2005) nasceu em Nova Cruz, traba-
lhou no ofício de motorista, casou-se com D. Maria Men-
des Arruda Câmara e deles houve quatro filhos, faleceu em
Natal e foi sepultado em Nova Cruz, cf. Termo 44.670, fls.
230, Livro C-195, do arquivo do 4° Cartório de Registro Ci-
vil de Natal.
B56. Joaquim de Souza Neto (*1970-†1995);
B57. Alessandra Lisboa Arruda Câmara (*1975-
†1976);
B58. Taciana Lisboa Arruda Câmara;
B59. Silvana Lisboa Arruda Pinheiro;
N27. Celso Lisboa Arruda Câmara nasceu aos 31/12/1947,
em Nova Cruz; faleceu aos 21/05/2004 no Hospital Mon-
senhor Pedro Moura na mesma cidade e seu corpo foi se-
pultado no cemitério público do lugar, cf. Termo 5.586, fls.
11, Livro C-16, do arquivo do 2° Cartório de Registro Civil
de Nova Cruz. Dele não houve descendência.
N28. Adília Maria Lisboa de Arruda Câmara (*1950) ca-
sou-se com José Augusto de Melo, reside em Natal e deles
houve quatro filhos:

35
O casal separou-se judicialmente aos 08/05/1984 conforme averbação
anotada no termo de casamento.
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 173

B60. Cláudio Augusto Lisboa Arruda de Melo


Dantas;
B61. Danielly Augusta Lisboa Arruda de Melo
Dantas;
B62. José Daniel Lisboa Arruda de Melo;
B63. Zilda Dalliany Lisboa Arruda de Melo.
N29. Romilda Lisboa Arruda Câmara (*1954) é servidora
pública aposentada, dela houve dois filhos e reside em No-
va Cruz.
B64. Péricles Lisboa Arruda Câmara (*1988-†2012);
B65. Ana Celina Lisboa Arruda Câmara Marinho.
N30. Ivan Lisboa Arruda Câmara (*1955-†2015) foi um co-
merciante, casou-se com D. Maria das Dores de Araújo Ar-
ruda Câmara, são os pais de três filhos, que segue, e faleceu
em Nova Cruz.
B66. Ivana de Araújo Arruda Câmara Alves;
B67. Ricardo Lisboa de Araújo Arruda Câmara;
B68. Rodrigo Lisboa de Araújo Arruda Câmara.
N31. Antônio Lisboa Arruda Câmara (*1956) é servidor
público municipal, casou-se com D. Maria Nazaré de Al-
meida Arruda Câmara, reside em Nova Cruz e do casal
soubemos de três filhos:
B69. Celso Otávio Lisboa Arruda Câmara;
B70. Tazio de Almeida Arruda Câmara;
B71. Tomaz Lisboa Arruda Câmara Sobrinho.
De Antônio também houve uma outra filha:
B72. Stephânia Souza de Oliveira Barbosa.
N32. José Lisboa Arruda Câmara (*08/02/1958-
†15/02/1958) nasceu em Nova Cruz e faleceu infante na
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 174

mesma cidade, cf. Termo 3.345, fls. 209, Livro C-06, do ar-
quivo do 2° Cartório de Registro Civil de Nova Cruz.
N33. Maria Helena Lisboa Arruda Câmara (*1959) reside
em Nova Cruz e dela houve três filhos:
B73. Adriano Lisboa Arruda Câmara;
B74. José Neto Lisboa Arruda Câmara;
B75. Suzana Lisboa Arruda Câmara.
N34. Romildo Lisboa Arruda Câmara Filho “Dinho” é es-
pecialista em mecânica automobilística, reside em Nova
Cruz e do seu primeiro casamento houve os filhos:
B76. Renan Gibson Arruda Câmara;
B77. Ricarth Arruda Câmara;
Posteriormente, num novo relacionamento, Romil-
do Filho foi pai de mais duas filhas:
B78. Aline Priscila de Medeiros Câmara;
B79. Rosana Freire dos Santos.
Da união com D. Ana Cristina da Silva Inácio hou-
ve oito filhos:
B80. Cláudio Daniel Arruda Câmara;
B81. Domício Arruda Câmara Sobrinho;
B82. Lauro Arruda Câmara (o 2° de nome);
B83. Romildo Arruda Câmara Neto;
N35. Ronaldo Lisboa Arruda Câmara (*1968) é artesão, re-
side em Nova Cruz. Dele houve quatro filhos:
B84. Carlos Alves Arruda Câmara;
B85. Jakeline Alves Arruda Câmara;
B86. Marta Alves Arruda Câmara;
B87. Severino Alves Arruda Câmara.
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 175

N36. Rosilda Lenieri Lisboa Arruda Câmara Ribeiro é ca-


sada com Antônio Cândido Ribeiro, reside em Natal e de-
les houve um filho:
B88. Almir Lisboa Arruda Câmara Ribeiro.
F7. Hélio de Arruda Câmara “Lelinho”
nasceu aos 12/06/1920, por volta das
19:30 horas, na Rua Dr. Pedro Velho, em
Nova Cruz, cf. Termo 29, fls. 108, Livro 1-
A do arquivo do 1° Cartório de Ofício do
Registro Civil de Nova Cruz. Foi batiza-
do aos 08/08/1920 na matriz de Nova
Cruz pelo cônego Luiz Adolfo de Paula
(1884-1949), e foram seus padrinhos:
Francisco Targino Pessoa e D. Olindina
Pessoa Ramalho, cf. Termo 970, fls. 148, Livro de Batismo (1919-
1923) do arquivo paroquial de Nova Cruz.
Hélio cursou o ensino primário na sua cidade natal, e inici-
ou o ginasial em Recife, todavia voltou-se para as atividades ru-
rais, do comércio e trabalhou ainda nos Correios. Casou-se com D.
Irene Aguiar Arruda Câmara (*1943). Faleceu no ano de 1996. Do
casal houve sete filhos:

N37. Rubem Arruda Câmara Sobrinho (*1966) é servidor


público, casou-se com D. Maria Luiza de Souza Arruda
Câmara, reside em Nova Cruz e deles houve três filhas:
B89. Bruna Laize de Souza Arruda Câmara;
B90. Bianca Luiza de Souza Arruda Câmara;
B91. Brena Larissa de Souza Arruda Câmara.
N38. Leonardo Arruda Câmara (*1968) - o 2º de nome - ca-
sou-se com D. Maria de Lourdes Soares, reside em São Jo-

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 176

sé de Campestre (RN) e deles houve descendência de dois


filhos:

B92. Antônio Fernando Coutinho de Andrade Ne-


to;
B93. Maria Clara Soares Arruda Câmara.
N39. Joanita Arruda Câmara (*1969) é professora, mãe de
uma filha e reside em Nova Cruz.
B94. Nicole Arruda Câmara Ramos.
N40. Fabiane Arruda Câmara da Silva (*1971) casou-se
com Gilberto Felipe da Silva Junior, são os pais de duas
filhas e residem em Nova Cruz.
B95. Tayná Arruda Câmara da Silva;
B96. Rélter Arruda Câmara da Silva.
N41. Fábio Arruda Câmara (*1975) é taxista, possue uma fi-
lha e reside em Nova Cruz.
B97. Laysa Melo Arruda Câmara.
N42. Taciana Arruda Câmara Bezerra (*1979) casou-se com
Sérgio Alessandro de Almeida Bezerra, reside em Nova
Cruz e do casal houve dois filhos:
B98. Beatriz Arruda Câmara Bezerra;
B99. Theo Arruda Câmara Bezerra.
N43. Verônica Arruda Câmara dos Santos (*1967) casou-se
com José Arnóbio dos Santos, residem em Natal e deles
houve três filhos:
B100. Hélio Arruda Câmara Neto; B101. Olena Ar-
ruda Câmara Santos; B102. Ramon Arruda Câmara
Santos.
F8. Ivan Arruda Câmara nasceu aos 05/09/1921, pelas 15:30 horas,
na Rua Dr. Pedro Velho, em Nova Cruz, cf. Termo 15, fls. 125, Li-
vro 1-A do arquivo do 1° Cartório de Ofício do Registro Civil de

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 177

Nova Cruz. Foi batizado aos 12/11/1921


na matriz de Nova Cruz pelo cônego Luiz
Adolfo de Paula, e foram seus padrinhos:
Galdino dos Santos Lima e D. Ana Mara-
nhão dos Santos Lima, cf. Termo 768, fls.
76, Livro de Batismo (1919-1923) do Ar-
quivo Paroquial de Nova Cruz.
Ivan, assim como os demais irmãos,
cursou o ensino ginasial em Natal, no tra-
dicional Atheneu Norte-Riograndense, e
ao retornar à Nova Cruz envolveu-se no
empreendedorismo (cinema e panificação). Foi vereador em Nova
Cruz, juiz de paz e, através de concurso público, tornou-se fiscal
de rendas do Estado do RN, presidente da Associação dos Servi-
dores Fiscais e Arrecadadores do Estado do RN (ASFAE) em Na-
tal.
O oitavo filho de Antônio e Taciana casou-se religiosamen-
te aos 10/06/1943 na residência do cônego Luiz Adolfo de Paula
(que também oficiou o ato), em Natal, com D. Maria Neide Maciel
Arruda Câmara (*1921-†2011), filha de João Batista Maciel
(*20/10/1892-†12/05/1966) e D. Lucina Paula Maciel (*1886-
†23/12/1941).36 Do casamento foram testemunhas: D. Idila dos
Santos Lima, José de Paula Maciel, Luiz Antônio e D. Maria Nila
de Paula; e no ato civil foram paraninfos Djalma Marinho (1908-
1981) e José Bahia.37
No ano de 1964 realizou uma proeminente campanha fi-
nanceira na capital potiguar para ajudar a população de Nova
Cruz que foi vítima de uma enchente. 38 Ivan Arruda faleceuno
ano de 1993 em Natal e foi sepultado naquela mesma cidade. Des-
cendência:

36
D. Lucina é irmã do cônego Luiz Adolfo de Paula que foi vigário paro-
quial de Nova Cruz.
37 A Ordem, Natal, 12/06/1943, p. 6.
38 Diário de Natal, Natal, 18/07/1964, p. 6.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 178

N44. Antônio Arruda Câmara Neto (*18/09/1944-


†15/09/2016) nasceu em João Pessoa, foi engenheiro civil,
casou-se com D. Vera Lúcia Vilar Garcia Arruda Câmara,
deles houve dois filhos. Antônio Neto faleceu com 72 anos
de idade, em Natal, e foi sepultado na capital potiguar.
B103. Odilon Roberto Vilar Garcia de Arruda Câ-
mara;
B104. Veruska Vilar Garcia de Arruda Câmara.
N45. Cândida Lucina Arruda Câmara de Paula (*1947)
nasceu em Nova Cruz, casou-se com Alberto Luiz de Pau-
la, residem em São Paulo. Descendência:
B105. Adriana Arruda Câmara de Paula;
B106. Alberto Luiz de Paula Filho;
B107. Alice Arruda Câmara de Paula.
N46. Eva Cristini Arruda Câmara Barros (*1948) nasceu em
João Pessoa, é doutora em ciências humanas pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), na área de
história e filosofia da educação, professora da UFRN e ocu-
pa a Cadeira n° 132 do Instituto Histórico e Geográfico do
Rio Grande do Norte (IHGRN) cujo patrono é Floriano Ca-
valcanti (1895-1973).
Drª Eva casou-se com João Eduardo Cortês Barros,
residem em Natal e com descendência:
B108. Luciana Arruda Câmara Barros;
B109. Maurício Arruda Câmara Barros;
B110. Rogério Arruda Câmara Barros.
N47. Taciano Arruda Câmara (*1950) nasceu em Natal, é
empreendedor, artesão, casou-se com D. Maria Lúcia de

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 179

Araújo Arruda Câmara e residem na capital potiguar. Do


casal Taciano e Maria houve os filhos:
B111. Celina Araújo Arruda Câmara de Medeiros;

B112. Cibele Araújo Arruda Câmara de Andrade;


B113. George Araújo Arruda Câmara.
N48. Ivaneide Maciel de Arruda Câmara (*1952) nasceu
em Natal, é administradora, casou-se com Haroldo Ferreira
de Medeiros, e residem em Natal. Descendência:
B114. Márcia Arruda Câmara de Medeiros;
B115. Ricardo Arruda Câmara de Medeiros.
N49. Alexandre Maciel de Arruda Câmara (*1953) nasceu
em Natal, é arquiteto, empreendedor, casou-se com D. Ra-
quel Ferreira Arruda Câmara e residem em Natal. Do casal
Alexandre e Raquel soubemos dos filhos:
B116. Marcelo Ferreira Arruda Câmara;
B117. Marina Ferreira Arruda Câmara;
B118. Renato Ferreira Arruda Câmara.
N50. Fátima de Arruda Câmara (*1956) nasceu em Nova
Cruz, é arquiteta, especialista em engenharia de trânsito,
trabalhou na Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana
(STTU) casou-se com Walter de Medeiros Rocha e residem
em Natal. Descendência:
B119. Beatriz Arruda de Medeiros Rocha;
B120. Isabel Arruda de Medeiros Rocha;
B121. Joana Arruda de Medeiros Rocha.
F9. Rubem Arruda Câmara nasceu aos 16/10/1923, pelas 13:00
horas, na Rua Dr. Pedro Velho, em Nova Cruz, cf. Termo 21, fls.
183, Livro 1-A do arquivo do 1° Ofício de Nova Cruz. Criou uma

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 180

sorveteria e administrou, junto com o


irmão Ivan, o Cine Arruda Câmara e
“transformava seu cinema numa quase
emissora de rádio. Poderia ser conside-
rado, em Nova Cruz, um inovador na
comunicação do seu tempo”, como lem-
brou o professor Laurentino Ramos. 39
Rubem foi vereador de Nova
Cruz (década de 1950), trabalhou no Ins-
tituto Nacional do Sal, na função de ins-
petor, e no final daquela década fixou
residência em São Pedro da Aldeia (RJ) onde foi eleito prefeito
entre os anos de 1977 a 1983 pela Aliança Renovadora Nacional
(ARENA). O filho de Antônio Arruda reverenciou, em diversos
momentos da sua vida pública, a memória do seu genitor, e por
ocasião da inauguração da nova sede da prefeitura de São Pedro
da Aldeia “Palácio Marechal Juarez Távora” lembrou que tinha
como compromisso que se “um dia, em qualquer parte, em qual-
quer lugar desse Brasil, caso seja mandatário do povo, reproduzi-
rei todo o feito do meu inesquecível pai”. 40
O casamento religioso de Rubem aconteceu aos 24/01/1954
na matriz de São Sebastião, em Natal, com D. Joana Reinaldo de
Melo (*1928-†?), filha de Antônio Reinaldo de Melo e D. Rosina
Maria da Conceição, natural de Natal; o sacramento foi assistido
pelo padre Luiz Klúr, MSF, e foram testemunhas: Manoel Henri-
que da Silva e Patrício de Medeiros, cf. Termo 96, fls. 175, Livro de
Casamentos n° 13 do Arquivo Paroquial de Nova Cruz, e deles
não houve descendência. Posteriormente, Rubem estabeleceu um
novo relacionamento matrimonial com D. Zilah Firmino de Paula
Câmara (*1934-†2010) e deles houve cinco filhas, que segue.

39
Idem. Memorial da Anta Esfolada: Nova Cruz no espaço e no tempo.
Natal: Feedback, 2014, p. 83.
40 O Fluminense, Niterói, 15/01/1982, p. 9.

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Rubem Arruda faleceu aos 14/10/2001 e na ocasião o pre-


feito de São Pedro da Aldeia, Paulo Lobo, manifestou “que o
exemplo de dedicação e amor, a irreparável conduta de cidadão e
sua intensa participação na vida da comunidade, são exemplos
dignos de serem imitados pelas novas gerações de aldeenses”.41 O
deputado federal Iédio Rosa (PFL-RJ) na sessão da Câmara Fede-
ral, em Brasília, de 18/10/2001, usou a tribuna para manifestar
pesar pela morte do ilustre novacruzense. 42
N51. Verônica de Arruda Câmara (*1961) é psicóloga, téc-
nica especializa em previdência complementar, mãe de um
filho e reside em Brasília.
B122. Sérgio Murilo de Arruda Câmara Jansem.
N52. Mônica de Arruda Câmara (*1962-†2009) foi uma
economista da PETROBRÁS, trabalhou no Ministério das
Minas e Energias e dela houve um filho:
B123. Bruno Gabriel de Arruda Câmara.
N53. Vânia Arruda Câmara (*1963) exerceu funções no
campo da administração, é mãe de quatro filhos e reside
em Brasília. Descendência:
B124. Kaylany Arruda Câmara;
B125. Roberto Paulo da Cunha Dutra Filho;
B126. Thiago de Arruda Câmara Cunha.
N54. Rúbia Arruda Câmara (*1966) é mãe de uma filha e
reside em Brasília.
B127. Letícia Vitória Câmara Barroso.

41
Decreto n° 113/2001. Disponível em:
https://cmspa.rj.gov.br/arquivos/3073/_0000001.pdf. Acesso em
15.mai.2021.
42 Câmara dos Deputados. Breves comunicações. Disponível em:

https://www.camara.leg.br/internet/plenario/sumario/extraord/e1810
01m.pdf. Acesso em 15.mai.2021.
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 182

N55. Yvana Arruda Câmara (*1974) reside em Brasília e de-


la houve dois filhos:
B128. Miguel de Arruda Câmara Rodrigues;
B129. Vinícius Arruda Câmara Braz de Souza.
F10. Maria Nice de Arruda Câmara
Ramalho nasceu aos 14/01/1925 na
Rua Dr. Pedro Velho, em Nova Cruz, cf.
Termo 6, fls 2-3, Livro 02-A do arquivo
do 1° Ofício de Nova Cruz. Foi a pri-
meira mulher a nascer naquela prole
que já intregalizava nove filhos, e logo
ganhou como mimo o codinome “Nici-
nha”.
D. Nicinha cursou o ensino pri-
mário no Colégio Nossa Senhora do
Carmo, em Nova Cruz, e iniciou o cur-
so ginasial no Colégio das Damas, em Recife, todavia não concluiu
esta etapa da formação acadêmica e resolveu trilhar o caminho do
matrimônio.
Casou-se civilmente aos 20/02/1941, por volta das 17:00
horas, na residência dos seus pais, em Nova Cruz, com Wilson
Amâncio Ramalho (*27/12/1916-†1972), filho de Luiz Amâncio
Ramalho (*1887-†08/04/1936) e D. Francisca Maroja Ramalho
“Santa” (*1883-†?), cf. Termo 252, fls 162, Livro 07-B do arquivo do
1° Ofício de Nova Cruz; o casamento religioso aconteceu aos
27/02/1941, em Nova Cruz, e a cerimônia foi assistida pelo padre
Francisco Tanajura, sendo testemunhas o juiz de direito Carlos
Augusto e Odilon Amâncio Ramalho (1892-1983).43
D. Maria Nice reside em Natal e da união matrimonial com
Wilson Ramalho houve as filhas:

43 A Ordem, Natal, 28/01/1941, p. 4.


SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 183

N56. Marly Ramalho Pessoa (*1941) nasceu às 2:35 horas,


na Rua Dr. Pedro Velho, n° 2, em Nova Cruz, cf. Termo
1.084, fls. 172, Livro 06-A do arquivo do 1° Ofício de Nova
Cruz. É empreendedora, casou-se com Humberto Pessoa
(*15/06/1935-†?) aos 16/01/1965 na Matriz de Nossa Se-
nhora da Apresentação, em Natal. Do casal houve dois fi-
lhos:
B130. Herbene Ramalho Pessoa;
B131. Humberto da Cunha Pessoa Filho.
N57. Marinice Ramalho de Medeiros (*1943) nasceu às
4:00 horas na Rua Cleto Campelo, n° 4, em Nova Cruz, cf.
Termo 1.206, fls. 222, Livro 06-A do arquivo do 1° Ofício de
Nova Cruz. Casou-se com Luiz Alberto Pereira de Medei-
ros, residem em Natal e são os pais de dois filhos:
B132. Alberto Luiz Ramalho de Medeiros;
B133. Izabella Ramalho Medeiros Azevedo.
N58. Madalena Ramalho Freire casou-se com Haroldo
Vergara e deles houve dois filhos:
B134. Haroldo Vergara Neto;
B135. Flávia Vergara Marinho.
Posteriormente D. Madelena casou-se em segundas
núpcias com José Alírio Freire, sem descendência e resi-
dem em Natal.
N59. Margarida Ramalho Mousinho é empreendedora, ca-
sou-se com Flávio Mousinho Moreira, filho de José Mar-
ques Moreira e D. Ione Mousinho Moreira, residem em Na-
tal e do casal soubemos de dois filhos:
B136. Fabiano Ramalho Moreira;
B137. Flávio Mousinho Ramalho Moreira.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 184

F11. Martha Arruda Câmara nasceu aos


19/07/1927, pelas 11:30 horas, na Rua Dr.
Pedro Velho, em Nova Cruz, cf. Termo 10,
fls 53-54, Livro 02-A do arquivo do 1° Ofí-
cio de Nova Cruz. Foi batizada aos
03/05/1931 na matriz de Nova Cruz pelo
padre Paulino Duarte, sendo seus padri-
nhos: Alcebíades de Amorim Pereira e
Rodrigues Francisco Pereira, cf. Termo 252,
fls. 72, Livro de Batismo (1927-1939) do
Arquivo Paroquial de Nova Cruz.
D. Marta estudou no Colégio Nossa
Senhora do Carmo, em Nova Cruz, onde cursou o ensino primá-
rio, já o ensino ginasial foi realizado no Colégio Nossa Senhora das
Neves44 e no Lyceu Parahybano, em João Pessoa.
Na adolescência era envolvida na vida paroquial da cidade,
foi eleita secretaria da Congregação dos Santos Anjos por ocasião
de sua fundação aos 15/08/1939, onde atuou junto a outras leigas
católicas. 45 Foi professora de ensino primário da Escola Alberto
Maranhão em sua cidade natal, na década de 1940. 46 D. Marta
faleceu no ano de 2018 no Rio de Janeiro.
No primeiro relacionamento matrimonial com Edmundo
da Costa Neves houve descendência:
N60. Edmundo Fábio Câmara da Costa Neves é professor,
comunicador, artista plástico, e reside em Salgueiro (PE) e
dele houve duas filhas:
B138. Laurine Beatriz Stafin Arruda Câmara;
B139. Marianna Pereira Arruda Câmara.

44 Este colégio foi fundado no ano de 1858 com objetivo de atender a cri-
anças do sexo feminino em regime de internato.
45 A Ordem, Natal, 22/08/1939, p. 2.
46 Diário de Natal, Natal, 22/03/1949, p. 6.

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 185

Da união com Elias João da Costa (*1919-†1986) houve


uma filha:
N61. Elimar Gabriela Câmara Araújo é mãe de um filho e
reside no Rio de Janeiro.
B140. Leonardo Câmara Pedrosa.
F12. Tacio Arruda Câmara nasceu aos 11/08/1928, às 2:00 horas,
na Rua Dr. Pedro Velho, em Nova Cruz, cf. Termo 13, fls 64, Livro
02-A do arquivo do 1° Ofício de Nova Cruz. Foi batizado aos
24/03/1929 pelo padre Joel Fialho na matriz de Nova Cruz e teve
como padrinhos: Osvaldo Grillo e Nossa Senhora, cf. Termo 329,
fls. 237, Livro de Batismo (1927-1939) do Arquivo Paroquial de
Nova Cruz.
Tácio Arruda faleceu infante aos 13/05/1932 na residência
dos seus pais, em Nova Cruz, e foi sepultado no cemitério daquela
localidade, cf. Termo 39, fls. 195-196, Livro 02-C do arquivo do 1°
Ofício de Nova Cruz.
F13. Terezinha Arruda Câmara Cabral
nasceu aos 14/07/1931, por volta das
15:00 horas, na Rua Dr. Pedro Velho,
em Nova Cruz, cf. Termo 19, fls. 129,
Livro 02-A, do arquivo do 1° Ofício de
Nova Cruz. Foi batizada aos
14/07/1932 na matriz de Nova Cruz e
teve como padrinhos: Alcebíades de
Carvalho Santos e D. Francisca Maria
Eduarda de Barros Santos, cf. Termo
487, fls. 122, Livro de Batismo (1927-
1939) do Arquivo Paroquial de Nova Cruz.
Estudou no Colégio Nossa Senhora do Carmo, em Nova
Cruz, e foi muito próxima às religiosas franciscanas. Posteriormen-
te transferiu-se para o Colégio Nossa Senhora das Neves, em João
Pessoa, dirigido pelas irmãs da Congregação da Sagrada Família,
onde recebeu uma esmerada formação cultural no estilo francês.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 186

Casou-se religiosamente aos 27/12/1951 em oratório parti-


cular, em Nova Cruz, com Geonardo de Paula Cabral
(*09/07/1926), filho de José Cabral de Macêdo e D. Maria Paula
Cabral, natural de Natal; o casamento foi assistido pelo padre Ge-
raldo Almeida (1922-2015) e foram testemunhas o pai Antônio
Arruda Câmara e o irmão Lauro Arruda Câmara, cf. Termo 262,
fls. 48, Livro de Casamento n° 13 do Arquivo Paroquial de Nova
Cruz. Reside em Campina Grande (PB). É autora da obra “Memó-
rias de Nova Cruz”.
Do casal Geonardo e Teresinha Arruda houve os filhos:
N62. Helmulth de Arruda Cabral (*22/04/1959-
†02/09/1978) foi estudante do curso de engenharia de mi-
nas, faleceu em decorrência de um acidente motociclístico,
em Campina Grande, onde foi sepultado.
N63. Ana Suely de Arruda Câmara de Paula Cabral é dou-
tora em linguística pela University of Pittsburgh, nos Estados
Unidos, professora da Universidade de Brasília (UNB), re-
side na capital federal e mãe de dois filhos:
B141. Benjamim Nícolas Cabral de Medeiros Bar-
ros;
B142. Rudá Cabral de Medeiros Barros.
N64. Érica Cabral Guimarães é graduada em design, pro-
fessora universitária na área de arquitetura, casou-se com
Luiz Eduardo Cid Guimarães, residem em Campina
Grande. Do casal houve dois filhos:
B143. André Cabral Guimarães;
B144. Paloma Cabral Guimarães.
N65. Júlio César de Arruda Câmara Cabral é engenheiro
elétrico, reside em João Pessoa e do primeiro casamento
houve dois filhos:
B145. Renan Martins Cabral;
B146. Rodrigo Martins Cabral.
SUMÁRIO
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Do segundo matrimônio com D. Ysmenia Mickel-


lainy Maranhão da Silva Cabral soubemos de um filho:
B147. Jhonathan Maranhão Cabral.
N66. Valentina Arruda Câmara Cabral é administradora,
reside em Campina Grande e mãe de uma filha:
B148. Maria Tereza Cabral Pereira.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 188

GUIOMAR TRAVASSOS CHIANCA


Poetisa areiense

Maria das Victória Chianca1

1
É Membro Efetivo do IPGH, Titular da Cadeira N.º 22.
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 189

uiomar Travassos de Aquino, assim foi registrada no

G
Cartório José da Costa Neiva, oficial de Registro Civil da
Cidade de Areia, Estado da Paraíba. Nascida a 2 de maio
de 1912, filha de João Tomás de Aquino Ribeiro e Hono-
rina Travassos da Luz Aquino, foi batizada na Matriz de
N. S. da Conceição pelo monsenhor Francisco Coelho de Albuquer-
que, o mesmo que a casaria com Edésio Chianca, filho de Felipe
Santiago Chianca e Francisca Maria da Conceição Fonseca.
Seu casamento se deu a 2 de fevereiro de 1930, registrando-a
com o sobrenome Chianca, do pai, seria então Ribeiro, tornou-se
Guiomar Travassos Chianca.
Mas não foi tão fácil ter o consentimento paterno para con-
ceder àquele moço a mão de sua filha primogênita. No tempo do
patriarcalismo vigente no Nordeste, o pai João Cazuza, como o
chamavam, era homem rigoroso, honesto profissional, fabricante de
móveis para toda a cidade e vizinhanças. Com sua oficina montada
e a personalidade de caráter firme, frequentador da igreja, achava
sua filha muito jovem e mal preparada para o matrimônio. Tinha
apenas 17 anos, mal saíra da escola, assim pensava o pai que a colo-
cou fechada num quarto, de castigo.
A mãe Honorina não se pronunciava, mas a tia Birina (Seve-
rina) trazia escondido o lanchinho para a prisioneira, que definhava.
E foi assim, o casamento se efetuou.
Escreveu Guiomar:
“Nasci em Areia, Paraíba, me casei aos dezesseis anos de idade,
tornei-me mãe de família numerosa. A vida foi assim:
Eu tinha tudo, dentro dos limites da minha concepção. Mas, dentro
de mim existia uma dor sem que eu pudesse localizá-la. Amava o meu ma-
rido, meus filhos e amigos. Mesmo assim, aquela mágoa era só minha.
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 190

Pensava no que poderia fazer para afastá-la.


‘Um dia fiz a grande descoberta. Os momentos de inspiração me
eram frequentes. Comecei a escrever sonetos, o meu primeiro foi dedicado à
“Minha Terra”. Areia −, o segundo foi dedicado à gameleira “A árvore de
Serra”; daí em diante, foi isso o que mais amei “a poesia”.
A criação literária fluía, floriu naturalmente, algumas nem eram
rimadas, era coisa assim espontânea, como a correnteza de um rio; mas
tenho comigo um grande defeito; entrego a minha poesia genuína com a
mesma simplicidade com que a sinto e escrevo. Não existe burilado, existe
inspiração e espontaneidade.
Não há egoísmo meu, é apenas uma preguiça congênita que não me
ajuda a melhorar o trabalho, por cima do próprio momento de inspiração.
A partir de 1946 busquei o convívio daqueles que compartilhavam
do mundo da criação literária, entre eles me tornei a criança que deixara há
muito de ser.
Quando comecei a escrever os meus primeiros versos, os trazia
escondidos, como se quisesse ocultar uma falta, uma condenação. O meu
primeiro soneto publicado em “O Século”, jornal semanal que circulava em
Areia, sob orientação do inesquecível prof. Antonio Benvindo de Vasconce-
los, em colaboração do poeta Bacharel José Correia Lima. Foram as suas
vicissitudes, que puseram minha alma em contato com a Musa. Vim co-
nhecê-la afinal, através das queridas lembranças e das saudades de minha
terra.
Nunca pensei que um dia chegaria a publicar um soneto. No en-
tanto, a vida me ofereceu o cenário dos sonhos e dos desenganos, me ofer-
tando ao espírito o crepúsculo das coisas idas, quase consumidas pelo tem-
po.
A tentação foi grande. Tive por momentos vontade de não escrever
o que tanto senti. Venceu, porém, a voz de minha alma que contava e corria
comigo nos momentos de solidão tão conhecidos pelos que escrevem versos.
Eles saíram da inspiração de minha mente, como águas correntes de um rio.
Não tive domínio sobre mim para não escrevê-los.

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R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 191

Não me condenem os que não gostarem dos versos que escrevi com
os olhos da alma, com a tinta do coração e a pena que sinto ainda de tudo
que se foi e não volta jamais.
Quando escrevi RESSURREIÇÃO levei-o quase em segredo, para
meu ilustre amigo José Américo de Almeida, que o leu com carinho e com-
preendeu todo o seu conteúdo. Eu estava triste, naquele momento, por isso
meu livro saiu tão triste. E aqueles instantes foram para mim difíceis de
viver.
Mas vivi. Ressuscitei amparada pela força oculta daquele que me
apoiou pelos caminhos.
Hoje, depois de tantos anos continuo ainda as aquarelas aonde a
mente me leva embalada ao som dos sinos que tocam para me deixar dormir
o sono derradeiro: quero Senhor que eles repiquem a cada instante, que o
som de todos os campanários venham a mim de mansinho, mas sempre que
a minha mente fique desperta, até mesmo no momento em que escreva mi-
nha última canção.
Nunca temi as críticas, porque elas dentro de si próprias são mo-
mentâneas, variáveis de julgamento. Alguns críticos já me enviaram men-
sagens, que agradeço de coração.
Sou pessoa muito humana e simples, quando escrevo penso que
aquilo que registro difunda O AMOR.”
Guiomar Travassos Chianca

AREIA (1912/1938)

Areia, cidade incrustada no Planalto da Borborema, a 121


quilômetros da capital, está a 618 metros de altitude, com a deno-
minação de Zona do Brejo, o clima ameno, chuvoso e temperatura
fria, no inverno. Ocupa uma área de 143 km2, a terra é fértil e regada
por diversos rios e riachos; por isso foi propícia a cultura do café,
que João Cazuza tentou, porém, foi prejudicado por uma praga que
tirou os agricultores deste ramo e intensificou-se o plantio da cana-
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 192

de-açúcar e a implantação dos engenhos e fabricação de seus deri-


vados.
Guiomar, na cidade de Areia, teve sua formação intelectual.
Alfabetizada pelas professoras Plácida e Nita, lembra sua 1a carta do
ABC. Estudou com a professora Julia Leal, rigorosa e sábia, que
também alfabetizara José Américo de Almeida.
Aluna aplicada, tinha sempre os primeiros lugares na classe,
participava dos festivais anuais escolares, declamando ou cantando
tinha bela voz, pertencia ao coral da Igreja N. S. da Conceição (Ma-
triz).
Também teve como mestres os professores Leônidas Santia-
go e D. Ezilda Milanez (Barreto).
O curso ia até o 6o ano, o que equivaleria ao curso médio nos
nossos dias.
Foram seus colegas no Colégio Santa Rita: Antônia Freire;
Maria das Neves (?); Benedita Augusta; Ziza Souza; Calimaria Cas-
tro; Rita Ramalho; Maria de Lourdes Pereira; Eulália Torres (prima)
de Oliveira, Zilda Almeida; Alice Costa; Avany Nunes; Beatriz
Mesquita; Alda Pereira; Alice Costa; Alice Pereira; Arcema Pereira;
Severina Pereira; Maria de Lourdes Maia.
Teve como colegas do sexo masculino: Firmino Freire; Impe-
riano Meira; Aurélio de Albuquerque; Deodonio Albuquerque; Ze-
no Almeida; Thales Almeida; Delson Almeida; Senesio Medeiros;
Claudio Lemos; Austro Freitas.
Em Areia, Guiomar e Edésio foram pais de Edemar, que
faleceu aos seis meses de idade, para tristeza dos pais, avós e tias
que compunham a família. Dois anos depois, nasceu Maria das Vi-
tórias; mais dois anos José William e outros dois anos José Wagner
nasceu, quando a família residia no acampamento da Escola de
Agronomia do Nordeste, criada pelo ministro da Viação José Amé-
rico, no Governo Vargas.

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 193

CURRAIS NOVOS (1939-1941)

Edésio, relações públicas da Escola, resolveu acompanhar


seu chefe, Dr. Germano, para o sertão do Rio Grande do Norte, Cur-
rais Novos, onde se instalava também um acampamento da IFOCS
(Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas), mais tarde seria o
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. A família saiu de
Areia quando a primeira filha já se alfabetizara no Colégio Santa
Rita das Freiras Alemães Franciscanas. A família se instalou na ci-
dade com seus três filhos. Chegou mais uma menina Mirtzi Horten-
se. Foi grande o impacto diferencial da mudança saindo de Areia,
uma cidade pequena mas cheia de vida, com teatro, cinema, igreja e
sociedade organizada, com um clima frio e ameno, para uma zona
do Sertão onde faltava, principalmente, o contato com amigos e fa-
miliares.
Mesmo assim o casal se adaptou, fez novas amizades, no
acampamento e na cidade, durante o pouco tempo que ali residiu.
Ainda residiu (o casal) na cidade de Currais Novos quando Guio-
mar resolveu aprender a costurar. Seu primeiro trabalho foi um
difícil desafio para a nova profissional: uma batina para um semina-
rista, mas por sua persistência ela conseguiu, saiu perfeita!
Como dona de casa, mãe e esposa, morando num lugar insí-
pido como era a cidade naquele tempo, ela não deixava de ler, rece-
bia pelo correio fascículos de romances, editados no sul. Nesse tem-
po a filha maior já estudava e andava muitos quilômetros para al-
cançar a escola, que ficava no fim da cidade, tendo de atravessar o
leito de um rio, que nem sempre estava seco, mas com água no meio
da perna e quando não tinha condições, ia por outro ponto com os
companheiros.
Ela estava com apenas seis anos. Uma professora particular
fora contratada, vinha da cidade, mas era deficiente, tivera paralisia
infantil e com muito esforço chegava ao acampamento, de ônibus,
usava muletas, chamava-se Zulmira.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 194

No entusiasmo com a nova profissão, Guiomar queria


aprender mais e resolveu viajar para Campina Grande, levando
apenas a primeira filha, para “diplomar-se” modista.
Esse foi o primeiro passo para que o casal se animasse para
uma nova mudança.

CAMPINA GRANDE (1941-1949)

Foi o tempo que nasceu mais um rebento, desta vez outra


menina: Miriam, saudável e mimosa. Vieram morar em sua compa-
nhia Maria do Carmo e João Batista, seus irmãos que, ao mesmo
tempo de Guiomar, estudavam e atendiam em uma mercearia que
Edésio montara com o conterrâneo Chico Nunes. Localizava-se à
Rua Irineu Joffily, no centro.
Os filhos maiores já frequentavam a escola. A rua possuía
dois cinemas, o Babilônia e o Capitólio. Guiomar era boa frequenta-
dora das clássicas fitas americanas, seus filhos iam às matinais e
matinês acompanhar os seriados de cowboys, mocinhos, bandidos
ou conquistadores do espaço, era esse o lazer daqueles pequenos
estudantes.
Mais um membro da família surgia: Antonio de Pádua, en-
quanto sua irmã Maria do Carmo ultimava-se com hepatite, vindo a
falecer em Areia Guiomar e família lamentaram aquele aconteci-
mento.
Aos domingos ia à Missa na Igreja N. S. da Conceição (hoje
Catedral), mas não era assídua, porque sempre tinha um “menino
novo” para prestar atenção.
À noite (quando o marido não estava viajando à trabalho)
vestia seu melhor vestido, levando a adolescente filha para ver as
virtudes das lojas da Rua Maciel Pinheiro ou assistir algum show
popular no Edifício Esial de Luiz Gonzaga.
A vida intelectual de Guiomar se formava, a boa literatura
estava a seu alcance, uma amiga da família Gusmão, campinense,

SUMÁRIO
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professora, inteligente, lhe colocou biblioteca às mãos e ela muito se


adiantou nas leituras, confirmando sua vontade de escrever.
Em Campina Grande, à Rua 4 de Outubro, a família organi-
zada, Guiomar instalou-se como modista costurando para senhoras
e moças da sociedade. Alugara a casa vizinha, contava com auxilia-
res para o serviço de costura. Colaborava com as mensalidades dos
colégios, livros, fardamento de cinco filhos. Demonstrava seu zelo
pela instrução, os filhos frequentavam os melhores colégios.
Mantinha as contas todas em dia. “Na minha casa não passa
cobrador”, dizia, e sempre foi esse exemplo que deu!
Nas horas vagas, ou à noite, Guiomar, na mesa da sala, es-
crevia suas rimas, suas crônicas. E os meninos que brincassem no
quarto, no quintal, as meninas com suas bonecas, que Papei Noel
não esquecia. No dia 26 de dezembro todos estavam exibindo seus
presentes na calçada, lá dentro a árvore nunca faltava, mesmo
quando “descobriram” quem era Papai Noel.
As amizades intelectuais iam aparecendo, ouvia uma com-
posição poética, mostrava seus trabalhos. Entre estes, Egídio Lima,
pai da futura escritora Violeta Lima, Epitácio Soares, Elpídio de
Almeida, Murilo Buarque.
Mas nem tudo foram flores, na sua vida familiar. O esposo
agora era construtor de estradas, trabalhava em lugares diversos,
não só na Paraíba, ele abria estradas, construía pontes, asfalto, em
vários municípios do interior do Nordeste: da Bahia ao Ceará. Isto
causava grandes ausências com suas consequências: a solidão, o
sofrimento, tornaram-se tema da inspiração e lamento nos seus po-
emas.
Foi nesse clima, que a cidade de Campina Grande ficou pe-
quena para a ansiedade dos que partilhavam da falta do chefe da
família, e também do que Guiomar passava para os filhos.
Assim, quando nas festas do ano o marido não estava, ela
limpava as lágrimas e mandava que todos se vestissem para olhar a
festa da rua. Ninguém frequentava clube, não se sabia o que era

SUMÁRIO
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carnaval, se não as ala-ursas quando passavam ou um desfile de


corso na rua principal de Campina.
Como a sede do DER (Departamento de Estradas de Roda-
gens) de onde saíam os contratos para os tarefeiros, era na capital,
foi uma felicidade para todos, quando se anunciou a mudança para
João Pessoa.

JOÃO PESSOA (1949-1979)

Parte da família já residia, tias, primos, de ambos os lados,


além do mais tinha colégios gratuitos, o Liceu, a grande atração e
sonho de todos, a Praia de Tambaú.
Mudança feita, Rua das Trincheiras, o bonde na porta, mer-
cearia do irmão de Edésio – Abdon Chianca, com seus filhos e fi-
lhas, sua irmã Avany, casada com Mário Chianca, os sobrinhos.
Outro mundo. Mudança e matrículas para os adolescentes. Também
se encontravam primas, sobrinhos de Honorina. Era tudo novidade.
Foi quando veio ao mundo o último filho: Vicente de Paulo.
Quando a família foi residir na Epitácio Pessoa, Guiomar era
uma estilista que foi se tornando conhecida, por confeccionar vesti-
dos de festa, com promoções e desfile de peças das fábricas de teci-
dos do Sul. Assim também as confecções de vestidos, com requintes
da última moda, que incluía suas filhas, mocinhas, frequentando os
melhores clubes da cidade e já de namorados.

Romance inacabado

Começo a ler o meu romance triste


Ainda inacabado, e entretanto
Sinto na face me rolar o pranto
Pois nosso amor somente em dor consiste...

SUMÁRIO
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Escrevi nele o dia em que partiste


E que da vida me levaste todo encanto
Escrevi rimas do amor tão puro e santo
Que igual ao nosso, outro não existe...

Hoje, porém, a triste realidade.


Matizou o nosso mundo de saudade
Sem nenhum resquício de esperança

Só nos resta o provérbio que assim diz:


Se você quiser na vida ser feliz,
− Espere quem espera sempre alcança.

João Pessoa, 12/02/1955.

Corria a década de 60. Sua introdução oficial ao mundo inte-


lectual da cidade, da capital do Estado da Paraíba, João Pessoa.
O primeiro passo foi a publicação de seu livro Ressurreição,
que recebeu a crítica dos mais renomados intelectuais da época. A
começar por José Américo de Almeida, seu conterrâneo, que a rece-
bia na sua mansão na Praia do Cabo Branco, quando já viúvo asses-
sorado por Lourdinha Luna, que a bem recebiam, conversavam
horas e horas, foi ele quem lhe deu a introdução do livro e também
lhe apresentou seu livro de poesia, intitulado Quarto minguante.

Depois vieram os críticos do momento, como:

• Virgínius da Gama e Melo, Jornal do Comércio, Recife em 04 de


julho de 1975.
• Oscar de Castro, 18/08/1964.
• Pe. Luiz de Gonzaga Oliveira, 18/08/1964.
• Pe. Manuel Batista de Medeiros (jornal), agosto de 1964.
• Durval de Albuquerque, Jornal da ASPEP.
• General A. de Lyra Tavares, Jornal A União, 04/09/1964.
• Antídio de Azevêdo, Natal.
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• Sebastião de Azevedo Bastos, ASPEP.


• Radiel Cavalcanti.
• Maviael de Oliveira, Jornal A União.
• Antonio T. de Carvalho. Diário da Borborema, 04/08/1965).
• Antonio Barroso Pontes – Jornal ASPEP.
• Antonio Freire, Correio da Paraíba, 12/07/70.
• Jornal ASPEP, Fevereiro de 68.
• Diário da Borborema, 04/08/65, Campina Grande.
• José Mangieri, Serranópolis, Paraná, 14/08/65.
• Sociais de Brasília (lançamento).
• Célia Almeida (carta), Rio, 30/05/65.
• Julia Leal (carta); 05/03/65.
• Julia Verônica dos Santos Leal (professora).

Lançamentos

Seus novos contratos sociais e poéticos se iniciaram frequen-


tando a Academia Paraibana de Poesia, que funcionava no prédio
da ASPEP (Associação dos Servidores Públicos do Estado da Paraí-
ba), cujo presidente Antonio Tancredo de Carvalho, brejeiro de La-
goa Nova, conhecido dos tempos de Areia, a recebeu, tendo à frente
o jovem poeta Luiz Fernandes da Silva, editor do jornal na coluna
de notícias e promoções de eventos na escolha dos melhores do ano.
Entre seus contatos com outros poetas antigos e iniciantes
estavam o próprio Luiz Fernandes (que se tornou seu correspon-
dente), Ricardo Bezerra, Helena Raposo, Waldice Porto, Maria Pires
Soares, e outros membros da associação.
Década de 70 (Ciclo Paraibano). Em 1973 lança seu 2o livro
de poesias com lançamento em João Pessoa, Brasília, Campina
Grande (Vide Bibliografia).
Perfil de Responsabilidade da Revista Acadêmica de Letras
de Brasília com apresentação feita pelo escritor Murilo Moreira Ve-
ras:

SUMÁRIO
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“Ela veio da valorosa Paraíba, alvissareiro lugar de Augusto


dos Anjos e José Lins do Rego. No Planalto Central pousou a suave
busca de suas estrelas. Cantando em versos toda a ressurreição de
seus momentos de amor, beleza e nostalgia.
Em Brasília radicou-se, fez seu círculo de amizade, além de
cultura e poesia. Guiomar Travassos Chianca faz também ficção,
aventurando-se, vez por outra no mundo de crônica, onde transita
como quem tece um fio de seda no mundo mágico de ternura e es-
perança.
Ocupou a cadeira número XI, na academia, patrocinada pelo
desassombrado autor de A bagaceira, José Américo de Almeida.”

BRASÍLIA – 1980

No início de 80 a vida de Guiomar tomava outro rumo, dei-


xava João Pessoa, os seus filhos, familiares, companheiros da Aca-
demia Paraibana de Poesia e partia para Brasília.
Em João Pessoa, filhos casados, os netos e o esposo que ficou
com a filha mais velha e o filho caçula, já formado, morando num
apartamento no centro da cidade.
O chamado foi da filha Dra. Mirtzi, que esperava seu pri-
meiro filho, Marconi. E Guiomar foi ficando, ficando, nem pensava
mais em voltar, lá também estava outra parte dos filhos, José Willi-
am e José Wagner, já com família formada. À Paraíba voltava ape-
nas em visita aos filhos, familiares e amigos, inclusive José Américo
de Almeida.
Nesse tempo, todos os filhos já habitavam a zona praieira,
quando ela vinha de férias era recebida pelas filhas Victória, Miriam
e os filhos Antonio de Pádua e Vicente de Paulo. Também matava
as saudades do velho Edésio, que levava uma vida tranquila na orla
entre o Cabo Branco e Manaíra, com os filhos.
Sua vida intelectual em Brasília iniciou-se com o encontro
com a escritora e poetisa Maria de Lourdes Reis.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 200

Com Lourdes Reis tornou-se uma das fundadoras da Aca-


demia de Letras de Brasília.
Em seguida, também sócia fundadora da Casa do Poeta Bra-
sileiro. Iniciando-se, assim nos movimentos intelectuais de Brasília.
Teve passagem pelo Paraná, em Curitiba, em casa de sua
irmã Maria de Lourdes, casada com o tenente Gabriel Batista, com a
filhinha (que mais tarde iria morar na Suécia, casaria, teria filhos e
se tornaria romancista e poetisa). Aí fez amizades intelectuais. Re-
encontrou a família Amaral, seus contraparentes.
Nesse momento da sua vida, Guiomar estaria se filiando a
diversas entidades como sócia correspondente, de honra, até fora do
Brasil, onde mantinha correspondência regular com entidades, de
real valor intelectual.
Sua vida familiar, em Brasília foi uma história de amor. Viu
nascer seus netos, e a todos deu e recebeu carinho e afeto.
Foi a partir dos anos 80 que teve maior participação nas en-
tidades culturais aqui citadas:

A casa do Poeta brasileiro (Brasília)

A nossa casa É nesta casa


É a casa do poeta Que vivemos bons momentos
Morada predileta Onde nossos sentimentos
Nosso pedacinho de flor Caminham em liberdade
É tão bonita É nessa casa
Construída com carinho Que a poesia tem abrigo
Nossa casa é o ninho O amigo tem amigo
Dos que cantam o amor. Da maior sinceridade

Poema à minha Terra


Recordo as noites de lua
Areia, terra querida Onde a paisagem da rua
Nunca mais hei de esquecer Era um cenário de luz
Os dias idos, passados Banhado pelo luar...
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R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 201

Onde a infância vivi... − Areia terra querida


− A sua paisagem bela De onde olhei para a vida,
Hoje vive como tela Nunca hei de esquecer...
Escrita no firmamento,
− Não te esqueço, terra amada − Minha terra, minha terra
Porque tu vives guardada O perfil da grande serra
No céu do meu pensamento. Que me viu nascer

Confrades e Confreiras da Casa do Poeta Brasileiro, fundada a


4/5/1975 / Brasília.
• Maria de Lourdes Reis
• J. G. de Araujo Jorge (José Guilherme)
• Pedro Celestino da Silva Filho
• Olimpíades Guimarães Correia
• Elvira Wernek
• Lília Portugal Magnavita
• Áureo Mello
• Lenine Fiuza
• José Albuquerque Silva

A partir de 1980, em Brasília, a escritora e poetisa Guiomar


Travassos Chianca passou a pertencer a diversas academias no Bra-
sil como sócia efetiva e correspondente, participante de antologias e
com publicações independentes (vide anexos).
Na Academia de Letras de Brasília, fundada a 20 de março
de 1982, foi empossada em 6 de dezembro de 1982, no grupo de
acadêmicos fundadores.

Sócios Fundadores
• Argemiro José Cardoso
• Clairê Peres
• Corsidinio Monteiro da Silva
• Dilson Ribeiro
• Reis de Souza
• E.d’ Almeida Victor
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N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 202

• Edson Vidigal
• Eliezer Bezerra
• Elizete Soares do Nascimento
• Fernando Braga
• Guiomar Travassos Chianca
• Itabajaro Catta Preta
• Lilia Portugal Magnavita
• Maria de Lourdes Reis
• Murilo Moreira Veras
• Newton Egídio Rossi
• Olimpíades Guimarães Correa
• Olímpio Cruz
• Pedro Celestino da Silva Filho
• Victor Tannuri
• Wilson da Silva Nunes
• Waldney Milhomem

Crônicas

Guiomar tornou-se cronista e correspondente entre Brasília e


a Paraíba, e trazia as notícias das ocorrências e eventos culturais da
capital da República, como de outros estados. Festividades, come-
morações, lançamentos de livros eram divulgados. O jornal de mai-
or acesso foi o ASPEP, patrocinado pela Associação dos Servidores
Públicos da Paraíba, quando presidida por Tancredo de Carvalho e
tinha Luiz Fernandes da Silva, poeta e promotor de eventos, como
correspondente de Guiomar para publicar seus trabalhos na coluna
Portais de Brasília. Luiz sempre manteve correspondência com escri-
tores brasileiros e de diversos países, sendo bastante conhecido. Ele
organizou festas por muitos anos, às vezes em parceria com Ricardo
Bezerra (paraibano) nas quais premiava as categorias da intelectua-
lidade paraibana e brasileira. Publicou, no Jornal Movimento Poéti-
co, toda a correspondência com Brasília. Assim, Guiomar foi algu-
mas vezes laureada com títulos como “Embaixatriz da Poesia Parai-
bana”, em 26 de janeiro de 1980, pelo Jornal ASPEP, “Poetisa Desta-

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R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 203

que”, em 26 de maio de 1979; “Mulher escritora” – Gente 1977 (Luiz


Fernandes).
Eis algumas de suas reportagens, poesias e prosas publicadas
naquele jornal.
Publicado no Jornal da ASPEP (discurso).

“Do planalto onde o destino empurro, a viver há mais de um lus-


tro, ouvi “toque de clarim”, como intitulou no seu livro o escritor Érico
Veríssimo “Um toque de Clarineta”, e escutando as suas notas cheias de
sonoridade e fascinação, segui o chamado mágico e aqui cheguei.
Essa imperiosa ordem, a quem obedecem os soldados desde a alvo-
rada até o toque de recolher, reconheci as notas do chamado à Terra-Mãe.
Era a vez da Paraíba que me fazia desprezar a atração de outras
paradas, de outros prados verdes neste Brasil imenso, trocando tudo isso
por um recanto pequenino e mirrado do Nordeste, mas que tem para mim o
significado de um jardim sempre florido.
A Paraíba é um grande canteiro onde encontro os rebentos da mi-
nha saudade. E volto a ela, vejo o seu solo e nele as plantas mais perfumo-
sas, os familiares, os amigos, que aqui permanecem por terem raízes tão
profundamente fincadas no solo que em sua maturidade morreriam ao se
transportarem a outras regiões.
Essa sensação, senti ao deixar a Paraíba, mas, dentro de mim, a
esperança de voltar sempre a ela me permitiu ser moradora de uma terra
que não me pertence.
Aceitei a madrasta para sobreviver, mas o meu coração habita junto
à Mãe-Terra. Meus amigos, é aqui onde estou que os companheiros fazem o
canteiro de flores do campo, espontâneas de colorações diversas, de perfu-
mes nativos que me atraem até vós. Aqui estou, como membro, como parte
integrada de vós, um Poeta que não se sofisticou, que não adotou fórmulas
estranhas, mas, que voltou sempre à origem, foi aqui que encontrei o mais
carinhoso público, as palavras típicas de ternura e gestos mais humanos e
sutis, que só a singeleza dos poetas consegue traduzir.
Em breve voltarei ao exílio de luxo que é Brasília. Levarei uma
braçada de recordações, de calor humano, que me ajudarão e hão de me
incentivar a vontade de vir de novo.
Ficarei aguardando o contato epistolar daqueles que me trouxerem
notícias da terra, dos amigos comuns, dos valorosos escritores, que se ale-

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N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 204

vantam enchendo de orgulho a terra que lhe gerou. Meus amigos, até a
volta.
“Trabalho lido na noite de 8 de janeiro na Academia Parai-
bana de Poesia, na festa ‘A Poesia Pede Passagem’, promoção cro-
nista Luiz Fernandes da Silva, presidente da entidade”.
Nesta mesma noite a cronista Maria Mariah foi homenagea-
da.

Rimas

Muitas e muitas (rimas) quadrinhas, escreveu e declamou a Po-


etisa nas reuniões informais, ou em grupo de trovadores. Exemplo:

“Quem ama sinceramente


Quando vai, um dia, volta
Vai chegando, de repente
Batendo na nossa porta.

Quantos judas pelo mundo


Trocando amor por moedas.

Na frente olhar profundo


E por trás jogando pedras.

Coração, sino que bate


E que às vezes quer parar
Se ama, sem ser amado
Se amado é, sem amar.

Despedida – à minha mãe Guiomar

Victória Chianca

Hoje, mamãe, neste momento


Eu não sou sua filha

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R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 205

Sou sua mãe;


Em nove meses que passei
No seu ventre
Você passa comigo
Me visita.

Quanta atenção, mamãe


Você me deu
No berço a me afagar
E hoje você ao ressonar
Já com a idade avançada
Sinto os ares da morte
A lhe espreitar

Seguiu meus dias


Passo a passo
Quando me surgiu a dentição
Quando engatinhei
E comecei a andar
Você me incentivou
Segurando minha mão
Para que eu desse os primeiros passos
Hoje eu a amparo
Para que dê os últimos

Quando eu chorei, berrei


Por alimento e vontade de viver
Você me deu seu leite para beber
Agora, tenho que lhe negar o alimento
Que iria lhe ofender.
Eu balbuciei palavras
Que só você sabia entender
Nesse momento, eu mal posso
Compreender sua fala embaraçada
Se eu chorava para viver
Ora você chorara por não querer morrer.

SUMÁRIO
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Que poderei eu fazer


Quando você se for?
Minhas lágrimas, as saudades
Até as injustiças sofridas
Castigos merecidos, às vezes não
A nós, seus filhos, nos ensinou
No caminho percorrido
Para onde estamos indo

Eu lhe dou adeus, Mamãe, agora


Quem irá primeiro, eu não sei
Depois, o silêncio não falará
Porque quem irá ouvir
Quando seu último sopro se findar?

Honrarias

Nome em rua do Altiplano do Cabo Branco – João Pessoa –


PB. Concedido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa, pelo vere-
ador Mário Cahino.
Condecoração com Medalha de Ouro pela Ordem Internaci-
onal dos Jornalistas, a 25/05/1986. Brasília – DF, Supremo Conselho
Internacional, Ordem Internacional dos Jornalistas, Mérito Femini-
no – 25/05/1986.
Em reunião no Senado Federal, representando a Academia,
foi cumprimentada pelo Presidente José Sarney, conforme publica-
do em órgão federal.
Na Academia Paraibana de Poesia recebia homenagens reci-
tadas e compostas pelas companheiras Helena Raposo, Vespertina
Ribeiro, entre outros.
Nas academias brasilienses igualmente.

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 207

Depoimentos

“A poetisa Guiomar Chianca atraia para si olhares pelas belezas


que ali habitava. A beleza poética é sua imortalidade pela grandiosidade de
seus poemas, levando-a à Academia Paraibana de Poesia e a integrar tam-
bém as Academias de Letras de Brasília e a Casa do Poeta Brasileiro.
A beleza física era exaltada pelo tamanho brilhante de pequeno.
Porém, tornava-se grande em estatura pelo salto do sapato permanente de
15 centímetros, de vestido moldado ao corpo, com cabelos sempre penteados
para grandes bailes, moldurando o rosto com maquiagem marcante de estilo
e classe, complementada por acessórios de bolsa, pulseiras, anéis, brincos e
colares que a igualavam a uma rainha.”
Ass: Acadêmico Ricardo Bezerra
Escritor, poeta e advogado

“Posso afirmar que a nossa Guiomar será sempre perpetuada no


mundo da poesia, pois a sua atuação será inesquecível.
Recordo os diversos títulos que foram conferidos através de minha
direção.
Guiomar Travassos Chianca foi uma mulher genial, uma pessoa
super fina e se esmerava em todos os ângulos. Sua presença nos eventos se
destacava em elegância e cultura.”
Ass: Luiz Fernandes da Silva
Poeta

“Guiomar Chianca, poeta de extrema sensibilidade, seus sonetos e


poemas líricos são cheios de sentimento de uma mulher do Século XX, que
nos intervalos de suas tarefas domésticas e artesã de moda tecia também
sonhos. Teve coragem de expor seus sentimentos mais recônditos, os frene-
sis de emoção, uma saudade esvoaçante lhe alertava e amenizava os soluços
da alma. Aquela vontade inquebrantável, o desejo de se comunicar com o
mundo através dos seus escritos!"
Maria do Socorro Xavier
Poetisa / Escritora

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 208

Ascendentes e Descendentes de Guiomar Travassos


Chianca

Pai
João Tomás de Aquino Ribeiro, nascido na cidade do Ingá –
PB, no ano de 1870. Sua mãe, Manoela Eufrazina de Arruda, filha de
José Paulo Travassos de Arruda Agra, filho de José Ribeiro da Cos-
ta. Faleceu em João Pessoa, foi enterrado em Areia.

Mãe
Honorina Travassos da Luz Aquino, sobrenome adotado
por erro cartorial, passado para os descendentes. Nascida na cidade
do Ingá a 29/9/1883, falecida em João Pessoa a 28/6/1973, filha de
Claudina da Costa Travassos e Antonio José da Luz, filho de João
Batista Guedes Alcoforado e Rosalina da Costa Travassos.
O casamento foi realizado em Ingá – PB em 1908, onde nas-
ceu o primeiro filho. Depois mudaram-se para a cidade de Areia,
nascendo mais 8 filhos. Foram eles:

1. Antonio c/c Maria Mata


2. Guiomar c/c Edesio Chianca
3. Geny c/c Álvaro Xavier
4. Maria Avany c/c Mario Chianca
5. Maria do Céu (falecida enfarte)
6. Maria de Lourdes c/c Gabriel Batista
7. José Romeu (falecido enfarte)
8. Maria do Carmo ( falecida jovem)
9. João Batista c/c Severina Caroca

Genealogia da Família

Guiomar Travassos Chianca casou com Edésio Chianca em 9


de fevereiro de 1930, ele residindo em João Pessoa até sua morte no
dia 25/9/1986.

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R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 209

Edésio Chianca, nascido no município de Areia – PB, a 13 de


junho de 1902, foi comerciante, agricultor e relações públicas na
Escola de Agronomia do Nordeste, em Areia, e trabalhou depois no
IFOCS, em Currais Novos – RN; transferido para Campina Grande
pela mesma repartição pública, montou casa comercial, mas foi co-
mo tarefeiro pelo DER, DNER e DNOCS que construiu estradas de
rodagens, ferrovias, açudes, pontes e barragens em diversos estados
nordestinos, do Ceará à Bahia. Morreu em João Pessoa no dia
25/5/1986.
Eles são pais de:
1 . Edemar Travassos Chianca (falecido infante)
2 . Maria das Victórias Chianca c/c Ascendino Nóbrega Filho
3 . José William Chianca c/c Norma Silva
4 . José Wagner Travassos Chianca c/c Vânia Villar
5 . Mirtzi Hortence Chianca c/c Aluisio Franca
6 . Miriam Chianca c/c Mauricio Gama
7 . Antonio de Pádua Chianca c/c Maria das Neves Oliveira
8 . Vicente de Paulo Chianca c/c Fernanda Caldas

1 − Edemar Travassos Chianca, nascido a 8 de dezembro de


1931 e falecido a 23 de abril de 1932.
2 – Maria das Victórias Chianca, 8/8/1933, em Areia, estu-
dou no Colégio Santa Rita, foi sua professora Dona Hilda Pereira de
Almeida. Mudando-se para Campina Grande, continuou estudando
no Colégio da Imaculada Conceição (Damas Cristãs) e em João Pes-
soa fez o ginásio nas Lourdinas, o pedagógico na Escola de Profes-
sores e graduou-se em Geografia e História na FAFI/PB. Lecionou
em diversos colégios, inclusive no Liceu Paraibano. No Estado tra-
balhou na Secretaria de Educação e Cultura – PB, como coordena-
dora da COMOCI – Coordenação de Educação Moral e Cívica – PB,
também na Secretaria de Serviço Social e na Fundação Casa de José
Américo; aposentada como professora do Estado; foi casada com
Ascendino Nóbrega Filho, ele bacharel em Direito e empresário
(falecido). É autora de diversos livros e escreveu artigos em jornais
da cidade.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 210

Pertence ao Instituto Paraibano de Genealogia e Heraldica, à


Academia Paraibana de Poesia, a Associação Cultural Ítalo-
Brasileira Dante Alighieri; pertenceu a Academia de Letras e Artes-
do Nordeste, à Associação dos Diplomados da Escola Superior de
Guerra (ADESG) e à Associação dos Clubes da Maior Idade da Pa-
raíba.
Foi cronista nos jornais paraibanos de 1970/90 A União,
Correio da Paraíba, O Norte, O Momento, O ASPEP. Participou de
diversas antologias e nas Revistas anuais do IPGH com estudos das
famílias Travassos, Daluz, Guedes, Alcoforado, Beiriz e Chianca.
É autora dos livros:
• Regulamento do Ensino da Educação Moral e Cívica na Pa-
raíba (SEC/PB). A moça na janela (Poesia).
• Biografia e Bibliografia de José Américo de Almeida – João
Pessoa e suas Pessoas (Crônicas, 1999).
• Tópicos da História Colonial da Paraíba, Ordens Religiosas
e Invasão Holandesa (2010).
• Em parceria com Dr. Osias Gomes foi publicado pela UFPB
o livro “João Medeiros, uma vida dedicada a infância (Cole-
ção UFPB, 1984).
2.1 – Luiza Cristina Nóbrega, nascida em 15/05/1969 em Jo-
ão Pessoa, médica formada pela UFPB, com residência
em hospital do Rio de Janeiro e Brasília. Como cirurgiã
plástica exerce sua profissão especializada em estética
facial e corporal atendendo em diversos estados, inclu-
sive a Paraíba. Tem ativa participação em congressos
nacionais e internacionais. Pertence ao Conselho Regio-
nal de Medicina. Residiu no Tocantins, Brasília, Rio de
Janeiro e atualmente em João Pessoa, onde mantém sua
clínica.
2.2 – Verônica Nóbrega Vella, nascida em Recife em
16/04/1967, com residência em João Pessoa, casou com
o engenheiro elétrico Mauro Paiva Elberto Vella, traba-
lhou em empresa particular, fez seus estudos de primei-
ro e segundo graus em João Pessoa, onde reside atual-
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R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 211

mente, formada em Administração de Empresas pela


UFPB, são seus filhos:
2.2.1 – Amanda Nóbrega Elberto Vella, nascida em São
Paulo no dia 16/01/1992. Cursou o primeiro grau
em colégio particular, cursos de inglês, Direito no
IESP. Formado pela Faculdade IESP. Especialidade
Criminal. Tem inscrição na OAB, fez curso na gra-
duação da Universidade de Coimbra / Portugal.
2.2.2 – João Carlos Nóbrega Elberto Vella. Nasceu em João
Pessoa no dia 30/01/1994. Estudou no Colégio
GEO. Formado em Engenharia Civil pelo IESP – Jo-
ão Pessoa – PB. Construtor.
2.2.3 – Victor Chianca Nóbrega de Lima. Nasceu em
24/02/2008 em João Pessoa. Estudante, filho de Lu-
iz Souza Lima (esporte Natação).
2.3 – Ascendino Nóbrega Neto, nascido em Recife em
22/09/1969, com residência em João Pessoa. Fez seus
estudos, primeiro e segundo graus em João Pessoa. Tra-
balhou em algumas indústrias; formado em Adminis-
tração Internacional pela ASPER. Tem curso de Náutica
e Higiene ambiental. É solteiro, pai de:
2.3.1 – Davi Justa de Sá – filho de Rozete Justa de Sá –
nascido em 18/05/2014, em João Pessoa, onde
estuda e reside com sua mãe.
3 – José William Chianca, nascido em Areia – PB em
20/05/1935, com a família residiu em Campina Grande e João Pes-
soa, onde fez os estudos básicos, no Liceu Paraibano. Residente em
Brasília, bacharelou-se em Ciências Jurídicas ocupando diversos
cargos de assessoria em ministérios federais, inclusive na Compa-
nhia Vale do Rio Doce. Exerceu a profissão particularmente; após a
aposentadoria, dedicou-se à criação de gado, no interior do Distrito
Federal, no município de Ubiara, onde assumiu cargos no municí-
pio. Atualmente é pecuarista em Goiás. Foi casado com a advogada
Norma Silva (Chianca) (in memoriam). São pais de:
SUMÁRIO
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3.1 – Isaias Silva Chianca. Nascido em 14/06/1966, em Brasí-


lia, onde sempre residiu. formou-se em Veterinária, casado
com Maria Eloá da Silva Marbos Pereira. Atualmente divorci-
ado. São pais de:
3.1.1 – Luiz Henrique Pereira Martins, 25/06/1992: nas-
cido em Brasília onde reside, cursa Administra-
ção de Empresas.
3.1.2 – Guilherme Pereira Chianca, 16/07/1993: nascido
em Brasília onde reside, estuda Psicologia.
3.1.3 – Rafael Pereira Chianca. Nascido em Brasília,
28/9/97, onde reside, cursa Engenharia da Com-
putação.
3.2 – William Silva Chianca, nascido em João Pessoa, a
04/03/1962. Residente em Brasília, onde fez seus es-
tudos básicos e cursou Técnicas Agrícolas. Casou em
primeiras núpcias com Ana Paula (professora); em se-
gundas núpcias com Luciana.
3.3 – Viviane Chianca de Brito, 10/07. Nasceu em João Pes-
soa, fez o curso de Direito. Casada com Roberto Valé-
rio Araújo de Brito Freitas, filho de Raimundo de Brito
Freitas e Maria das Neves de Araújo Freitas. Residem
em Brasília onde exercem suas profissões. São pais de:
3.3.4 – Valentina Chianca de Brito, nascida em Brasília
em 23/6/2011. Estudante
3.4 – Erica Silva Chianca, nascida em Brasília, 16/10, onde fez
seus estudos básicos. Formada em Artes Plásticas com
Técnicas em Tela e Cerâmica. Casada com Ataíde
Brandão Costa (médico cardiologista). São pais de:
3.4.1 – Leonardo Chianca Brandão Costa, nascido em
Brasília, em 19/8/2007, estudante.
3.5 – Daniella Silva Chianca, nascida em Brasília a 27/07, on-
de fez seus estudos básicos, formada em Psicologia

SUMÁRIO
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pela UFPB / João Pessoa. Em Brasília exerce sua


profissão. Mãe de:
3.5.1 – Gabriel Antal Chianca Koloniks, nascido a
05/07/2005, estudante no Colégio Mckenzie.
Pai de Giorgy Antal Kolonits.
4. José Wagner Travassos Chianca, 15.01.1937, nascido em
Areia – PB, estudou em Campina Grande, depois em João Pessoa,
concluindo seus estudos universitários em Brasília, onde reside,
formando-se em Administração pela CEUB. Trabalhou em diversos
órgãos públicos, inclusive na Presidência da República. Também
residiu em Rondônia, faleceu em João Pessoa no dia 07 de fevereiro
de 2008. Era casado com Vânia Villar Chianca. São seus filhos: Or-
lando e Carmem Villar.
4.1 – Antonio Aquino da Luz Chianca, nascido em Brasília,
falecido precocemente.
4.2 – Paulo Ricardo Villar Chianca, 03/05/1967, nascido em
Brasília. Concluiu seus estudos básicos. Fez cursos em nível
de graduação e pós-graduação nos Estados Unidos. É profes-
sor de inglês, solteiro. Reside em Brasília, formado em Medi-
cina Veterinária (UPIS).
4.3 – Ana Vilma Villar Chianca, 29/08, nascida em Brasília,
onde cursou seus estudos básicos. É graduada em Adminis-
tração Hospitalar pela UNEB (União Educacional de Brasília).
Solteira, falecida em 20/9/2010.
4.4 – Carla Villar Chianca, 10/11, nascida em Brasília, onde
reside e fez seus estudos. Formada em Administração de Sis-
temas de Informação, pós-graduação (área de projetos). Casa-
da com Nauri Silva Behr, são pais de:
4.5 – Henrique Chianca Behr, nascido em 30/11/2000 em
Brasília, estudante do curso de Jogos Digitais. Gosta de dese-
nhar Mangás, Esporte, Corrida.
5. – Mirtzi Chianca Franca, 19/02/1939, nascida em Currais
Novos – RN, quando lá residiram seus pais, que depois foram mo-
SUMÁRIO
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rar em Campina Grande. Em João Pessoa fez seus estudos básicos e


segundo grau em Curitiba, graduando-se em Medicina pela UFPB.
Em Brasília, especializou-se em Endocrinologia. Foi médica
do Hospital Distrital de Brasília e outros, tem sua clínica particular
no Distrito Federal. Casada com o médico Aluísio Franca.
Trabalhou, durante o início do curso, na Secretaria do Interi-
or e Justiça com o desembargador Silvio Porto. Concluido o curso
em 1969, foi residir em Brasília como Médica Residente no Hospital
Distrital.
Mirtzi Hortence Travassos Chianca tornou-se Franca pelo
casamento com o médico Aluísio Toscano da Franca, filho de Ma-
ximiano Monteiro, nascido em João Pessoa, residiu em Brasília, on-
de chegou a ocupar o cargo de Secretário de Saúde do Distrito Fede-
ral e lá faleceu. Mirtzi, fez seus estudos primários em colégios reli-
giosos, o curso médio no Paraná, residindo na Rua Marechal Malet,
no 62, com o casal Maria de Lourdes e o oficial da Aeronáutica Ga-
briel Batista, estudou no Colégio Durna Providência. Fez vestibular
para Química Industrial (2o lugar) mas, voltando a João Pessoa, fez
vestibular para Odontologia e Medicina, na UFPB, optando por esse
último, fazendo ambulatório no Hospital Santa Izabel.
Por concurso, foi requisitada para a Secretaria da Presidência
da República, no governo de João Batista Figueiredo, nesse interim
trabalhou no setor médico do Hotel Nacional, no Clube do Con-
gresso Nacional. Finalmente, foi para o Posto de Assistência Médica
Central (TAT) até a aposentadoria.
Abriu consultório particular, ainda como médica residente.
Alguns estágios realizados:
• Endocrinologia.
• Especialização oficial em clínica médica.
• Medicina estética.
• Crescimento (França).

Aluísio Toscano da Franca, nascido em João Pessoa,


27/6/2014, filho do genealogista Maximiano Aureliano Monteiro da
Franca (sócio do IPGH), casado com Maria Clelia Toscano de Brito

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 215

Tavares Franca. Ele foi fundador de diversas entidades desportivas


na capital.
Aluísio Franca fez seus estudos em João Pessoa (UFPB) e es-
tagiou como cirurgião no Hospital Distrital de Brasília, onde traba-
lhou por 11 anos no setor da UTI (foi fundador). Como médico tra-
balhou no INSS, Hospital das Forças Armadas de Brasília e no
INAMPS.
Foi Diretor do Hospital de Base de Brasília e Secretário da
Saúde do Distrito Federal. Desportista, navegador e hockey sobre
patins, faleceu a 11/3/2019, em Brasília. São pais de:
5.1 – Marconi Chianca Toscano da Franca, nascido em
20/09/1971, Brasília, formado em Economia pela CEUB
e Direito na mesma cidade. Exerce sua profissão.
Desportista, participante de corridas internacionais. Desquitado
da advogada Renata Fontes, casado atualmente com Fernanda Viei-
ra de Sousa. Das primeiras nupcias são pais de:
5.1.1 – Luiza Fontes Chianca. 03/01/2002, nascida em Brasília,
onde reside e estudou.
5.1.2 – Valéria Chianca Toscano da Franca, 11/10, nascida em
Brasília onde reside. Formada em Direito, trabalha em sua
profissão. É solteira, tem cursos de pós-graduação. Espor-
te: Ciclismo.
5.2 – Guilherme Chianca Franca, nascido em Brasília. Administra-
dor de Empresas, fez seus estudos básicos em Brasília. Casa-
do com Marta Dias Fernandez.
5.2.1 – Maria Eduarda Dias Fernandez, nascida em 2/2/2006
em Brasília, onde reside e estuda. Pianista, com ten-
dência para a moda de vestuário.
5.2.2 – Luiz Guilherme Dias Fernandez, nascido em Brasília
onde reside e estuda, gosta de praticar footboal na
escola Grande senso de humor.
6 – Miriam de Araújo Gama, 25/04, nascida em Campina
Grande. Ali iniciou seus estudos, continuando-os em João Pessoa,
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 216

onde fez o curso médio: cursou turismo no IESP até trancar. Empre-
sária do setor de hotelaria, frequentou vários cursos na área, francês,
turismo e outros. Casou com Maurício de Araújo Gama (N
22/05/1930) industrial, comerciante, criador de diversos empreen-
dimentos: SALP (leite) CIAVE (aves), Elite Bar (restaurante), Samo-
var (lanche, café), Cheiro Verde (restaurante), criação de gado (fa-
zenda em Belém de Caiçara). A família sempre residiu e reside em
João Pessoa. Maurício faleceu a 28/12/2003. Foram pais de:
6.1 – Maurício Gama Filho, nascido em João Pessoa a
09/11/1978, fez os estudos no Colégio Diocesano Pio X,
onde concluiu o 2o grau, faria vestibular para Agrono-
mia. Faleceu aos 21 anos, em acidente, solteiro.
6.1.1 – Ana Gabriela Gama Cabral, 06/07/1970. Nascida em
João Pessoa, onde fez estudos e graduou-se em Admi-
nistração de Empresas na Área de Hotelaria. Adminis-
trativa, ao lado da família, o “Restaurante Cheiro Ver-
de”. Casada com Erly Cabral Júnior, faleceu aos 21
anos. Foram pais de:
6.1.1.1 – Anna Luma Gama Gadelha, nascida aos
28/08/2014 em João Pessoa.
6.1.1.2 – Maurício de Araújo Gama, bisneto nascido a
01/9/2015, em João Pessoa.
7 – Antonio de Pádua Chianca, 05/05/1953, nascido em Cam-
pina Grande, foi para João Pessoa com seus pais. Estudou com a
professora Maria Bronzeado, depois em outras escolas, serviu ao
Exército. Terminou seus estudos formando-se em Ciências Contá-
beis, pela Faculdade de Ciências Econômicas da Paraíba. Trabalhou
no setor público, inclusive na Prefeitura Municipal, representante
teve uma loja comercial na Praia de Tambaú. Casado com Maria das
Neves Oliveira, formada em Finanças; aposentado, pertence, jun-
tamente com a família, a associação religiosa católica. São pais de:
7.1 – Erika de Fátima Chianca, 23/03/1970, nascida em João
Pessoa, onde fez seus estudos básicos em colégios par-
ticulares, graduada em Educação Física pela UNIPÊ.
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 217

Casada com Afrânio de Sousa Branco. São proprietá-


rios da Pousada Estrela do Mar, em Lucena. São pais
de:
7.1.1 – Daniel Chianca Branco, nascido em João Pessoa a
10/12/2010. Estudante, esporte: Tênis / Colégio
Visão.
7.1.2 – Marco Antonio Chianca Branco, nascido em João
Pessoa em 2/5/2010, estudante – Escola Agape Vi-
são, de Lucena (PB).
7.2 – Patricie Chianca de Brito Freitas, católica, nascida em
João Pessoa, onde fez seus estudos básicos, formada
em Administração de Empresas, tem curso de pós-
graduação. Proprietária das fazendas Gabriela, no
Estado de Alagoas, e Bitury, em Pernambuco, onde
desenvolve um ativo programa agropecuário. Casa-
da com Raimundo de Brito Freitas Junior, nascido a
03/06/1966, filho de Raimundo de Brito Freitas e
Maria das Neves Araújo de Brito Junior, como é
chamado, é católico, empresário no ramo de couro e
proprietário do Frigorífico Mafrial, na capital Ma-
ceió, no Estado de Alagoas; a família é envolvida
com os atos e cerimônias religiosas e curte a música
popular brasileira, nas reuniões e comemorações
domésticas. São pais de:
7.2.1 – Gabriela Chianca de Brito, 09/10/1990, nascida em
João Pessoa, onde fez seus estudos básicos, nascida a
4/10/1990, católica. formada em Engenharia da
Produção, casada com Bernard Saldanha da Gama
Lins, advogado, que trabalha na área do comércio,
residem em João Pessoa, porém estão em constante
movimentação administrativa, seus bens agropecuá-
rios no Estado de Pernambuco. São pais de:
7.2.1.1 – Lorenzo Chianca de Brito Lins, nascido em João
Pessoa, em 18/01/2018.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 218

7.2.1.2 – Dimitri, infante nascido em João Pessoa em


27/04/2021.
7.2.2 – Eduardo Chianca de Brito Freitas, católico, solteiro, nas-
cido em João Pessoa a 18/04/1994. Fez seus estudos nesta
cidade, formando-se em Arquitetura. Fez curso de Piloto
Civil, cursando Piloto Comercial em Jundiaí – SP, onde
reside.
7.2.3 – Kelly Caroline Oliveira Chianca. Católica, nasceu a
6/1979 em João Pessoa, onde fez seus estudos básicos, ba-
charelado em Fisioterapia Funcional pela FIPE e Fisiotera-
pia em UTI pela Universidade UNIT. Trabalhou na Clínica
San Diego, como Dermatologista Funcional, e como profes-
sora no curso de Medicina na FAMENE. Atua no Serviço
de Atendimento Domiciliar - SAD da Prefeitura Municipal
de João Pessoa desde 2013.
8. - Vicente de Paulo Chianca, 17/07/1949, nascido em João
Pessoa onde fez o curso médio, formou-se na UFPB em Engenharia
Civil, especializando-se em Cálculos Estruturais, participou do Pro-
jeto Rondon, foi professor em diversas escolas e colégios particula-
res antes de formado. Residiu em Brasília e em São Paulo, onde tra-
balhou em empresas de construção civil. Ainda estudante estagiá-
rio, fez os cálculos do Farol do Cabo Branco. Indo residir em São
Paulo, casou com Fernanda Caldas. Voltando a João Pessoa traba-
lhou no BNH, depois cincorporada pela Caixa Econômica Federal.
Faleceu aos 42 anos em João Pessoa, deixando dois filhos:
8.1 - Juliana Caldas Chianca, nascida em São Paulo. Em João Pes-
soa veio com seus pais e fez seus estudos. Fez curso de Arqui-
tetura na UFPB. Mãe de:
8.1.1 − Ana Luiza. Nascida em 12/01/2007, estudante, reside na
cidade em companhia da sua mãe.
8.2 − Bruno Caldas Chianca, nascido em João Pessoa em
23/04/1952, casado, tem descendente.

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 219

Curriculum Vitae – Diplomas e Títulos

Gente – 1977 – À Sra. Guiomar Travassos Chianca. A Colu-


na de Letras, Fatos e Gente do Jornal “O ASPEP”, tem a honra de
outorgar a V.Sa., o título de “Mulher Escritora” pela atuação em
benefício da comunidade. João Pessoa, 10 de dezembro de 1977.
Luiz Fernandes da Silva.

Gente – 1978 – A coluna de Letras, Fatos e Gente do jornal


ASPEP, tem a honra de outorgar o título de “Poetisa Destaque” à
Guiomar Travassos Chianca.
Luiz Fernandes da Silva. João Pessoa, 26 de maio de 1979.

Diploma – Movimento Poético Nacional confere o título de


Honra ao Mérito à Guiomar Travassos Chianca, em homenagem ao
seu destacado nível cultural e à honrosa dedicação à liderança brasi-
leira. São Paulo, 09 de junho de 1979.
Ass. Presidente/Diretor (ilegíveis)
Caravana Nacional de Poesia.

Correio da Poesia – Título – Jornal ASPEP, João Pessoa. A


direção deste jornal concede à Guiomar Travassos Chianca o título
de Poetisa do Ano 1980, pelo destaque que teve em suas atividades.
Luiz Fernandes da Silva.

Jornal “A Mensagem”. Título: À Dona Guiomar Travassos


Chianca, a coluna Letras, Fatos e Gente do Jornal “A Mensagem”,
tem a honra de outorgar a Vossa Senhoria o título de Destaque Fe-
minino – Poesias, pela atenção (atuação), em benefício da comuni-
dade. João Pessoa, 26 de janeiro de 1980.
Luiz Fernandes da Silva.

Brasília em Foco. A verdade à serviço do Povo. Vinte anos


de serviço em Brasília. Vinte e quatro anos: Núcleo Bandeirante
vinte anos Brasília em Foco. Comemorando a epopeia dos pioneiros
que ergueram a Capital da República, o Jornal “Brasília em Foco”

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 220

concede o presente diploma à poetisa Guiomar Travassos Chianca


pelos relevantes serviços prestados à Brasília, ao Núcleo Bandeiran-
te e sua comunidade. Brasília (Núcleo Bandeirante, 19 de dezembro
de 1980, Lourival Pinto Baudeice).
(Diretor) (ilegível)
A equipe.

Centro Cultural Jornal de Filgueiras, Centro Cultural, Lite-


rário e Artístico de “O Jornal de Filgueiras”. Arte, Literatura e Ci-
ência. Diploma Honorífico de titular acadêmico deste sodalício
simbólico de cultura, concedido a V. Excia. Sra. Dona Guiomar Tra-
vassos Chianca pelos méritos literários, artísticos e culturais que
concorrem na pessoa da laureada e que acreditamos como membro
benemérito “Ad Honorem”. Filgueiras, 30 de dezembro de 1980
(Portugal).
Ass. Ilegível.

Academia Internacional Três Fronteiras. Fundada a 11 de


setembro de 1965. Rua 13 de maio, 2356, Uruguaiana, Rio Grande
do Sul – Brasil. Diploma da Academia Internacional de Letras Três
Fronteiras (Brasil/Argentina/Uruguai) de acordo com os seus esta-
tutos, confere à intelectual Guiomar Travassos Chianca, domiciliada
em Brasília (Distrito Federal), o presente Diploma de Membro Ho-
norário, registrado sob o no 212. Uruguaiana (RS) 20 de julho de
1981.
Humberto Feliciano de Carvalho
Presidente
Secretário Geral (ilegível)

Clube Internacional da Boa Leitura. Fundado a 17 de se-


tembro de 1975. Rua 13 de maio, 2356 – Uruguaiana, Rio Grande do
Sul, Brasil. Diploma o CLUBE INTERNACIONAL DA BOA LEI-
TURA, de acordo com seus estatutos e tendo em vista o mérito da
escritora Guiomar Travassos Chianca, domiciliada em Brasília – DF,
confere o presente Diploma de Membro Honorário, registrado sob o
no 119, Uruguaiana (RS), 2 de julho de 1981.

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 221

Ass. Ilegível
Humberto Feliciano de Carvalho
(Secretário)

Academia Internacional de Heráldica e Genealogia. Fun-


dada em 9 de novembro de 1967. Rua 13 de maio, 2356, Uruguaiana
– Rio Grande do Sul – Brasil. A Academia Internacional de Heráldi-
ca e Genealogia, de acordo com seus estatutos e tendo em vista os
méritos da Escritora Guiomar Travassos Chianca, domiciliada em
Brasília (Distrito Federal), confere-lhe o presente diploma de Mem-
bro Honorário, registrado sob o no 207, Uruguaiana (RS) 1 de se-
tembro de 1981.
Humberto Feliciano de Carvalho
(Presidente)
Ismar Salgueiro de Sousa
(Secretário Geral)

Academia Internacional de Ciências Humanísticas. Funda-


da em 9 de novembro de 1967. Rua 13 de maio 2356, Uruguaiana –
Rio Grande do Sul – Brasil. A Academia Internacional de Ciências
Humanísticas, de acordo com seus estatutos e tendo em vista os
méritos da intelectual Guiomar Travassos Chianca, domiciliada em
Brasília (Distrito Federal), confere-lhe o presente Diploma de Mem-
bro Honorário, registrado sob o no 161. Uruguaiana (RS) 20 de ou-
tubro de 1981.
Ismar Salgueiro de Sousa
(Presidente)
Humberto Feliciano de Carvalho
(Secretário Geral)

Academia de Trovadores da Fronteira Sudoeste RGS. Fun-


dada em 8 de abril de 1961. Rua 13 de Maio 2356, Uruguaiana – Rio
Grande do Sul – Brasil. Diploma da Academia de Trovadores da
Fronteira Sudoeste do RGS, de acordo com os seus estatutos e tendo
em vista os méritos da intelectual Guiomar Travassos Chianca, do-
miciliada em Brasília (Distrito Federal) confere-lhe o presente Di-

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 222

ploma de Membro Honorário, registrado sob o no 152, Uruguaiana


(RS), 8 de fevereiro de 1982.
Ismar Salgueiro de Sousa
(Presidente)
Humberto Feliciano de Carvalho
(Secretário Geral)

Academia Anapolina de Filosofia, Ciência e Letras em ses-


são regular elegeu Guiomar Travassos Chianca como membro da
Academia, com todos os privilégios inerentes a tal filiação, do que
pora constar confere-lhe o presente diploma. Aprovado na cidade
de Anápolis, pelo símbolo da Academia e as assinaturas afixadas.
Anápolis, 17 de abril de 1982.
Ass. Ilegíveis.

Associação Uruguaiana de Escritores e Editores. Fundada


em 23 de janeiro de 1961. Rua 13 de maio 2356, Uruguaiana – Rio
Grande do Sul – Brasil. Diploma. A Associação Uruguaianense de
Escritores e Editores de acordo com o seu estatuto e tendo em vista
os méritos da Escritora Guiomar Travassos Chianca, domiciliada em
Brasília (Distrito Federal), confere-lhe o presente diploma de Mem-
bro Honorário, registrado sob o no 148. Uruguaiana (RS) 6 de maio
de 1982.
Ass. Ilegível Presidente
Humberto Feliciano de Carvalho
(Secretário Geral)

Clube da Poesia de Uruguaiana. Fundado a 23 de janeiro de


1961. Rua 13 de Maio 2356. Uruguaiana – Rio Grande do Sul – Bra-
sil. Diploma. O Clube da Poesia de Uruguaiana de acordo com seus
estatutos e tendo em vista os méritos da intelectual Guiomar Tra-
vassos Chianca, domiciliada em Brasília (Distrito Federal) confere-
lhe o presente Diploma de Membro Honorário, registrado sob o n o
142, Uruguaiana (RS) 20 de maio de 1982.
Ismar Salgueiro de Sousa
(Presidente)

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 223

Humberto Feliciano de Carvalho


(Secretário Geral)

Academia de Letras da Fronteira Sudoeste do RGS. fundada


em 9 de dezembro de 1959, Rua 13 de Maio 2356, Uruguaiana – Rio
Grande do Sul – Brasil. Diploma. A Academia de Letras da Frontei-
ra Sudoeste do RGS, de acordo com seus estatutos e tendo em vista
os méritos da intelectual Guiomar Travassos Chianca, domiciliada
em Brasília (Distrito Federal), confere-lhe o presente diploma de
Sócio Honorário, registrado sob o no 227. Uruguaiana (RS) 2 de fe-
vereiro de 1982.
Humberto Feliciano de Carvalho
(Secretário Geral)

Centro de Estudo e Difusão Cultural “Romaguera Corrêa”.


Fundado em 17 de setembro de 1975, Rua 13 de Maiio 2356, Uru-
guaiana – Rio Grande do Sul – Brasil. Diploma. O Centro de Estudo
e Difusão Cultural Romaguera Corrêa, de acordo com seus estatu-
tos, tendo em vista os méritos da intelectual Guiomar Travassos
Chianca, domiciliada em Brasília (Distrito Federal), confere-lhe o
presente Diploma de Membro Honorário, registrado sob o no 109,
Uruguaiana (RS) 13 de abril de 1982.
Humberto Feliciano de Carvalho
(Secretário Geral)

Academia Paraibana de Poesia. Fundada em 2 de janeiro de


1919, Cadeira no 3, Patrono José Américo de Almeida. Diploma de
Honra. Academia Paraibana de Poesia, baseada nos seus estatutos,
concede à Escritora e Poetisa Guiomar Travassos Chianca o título de
sócio militante desta instituição e ocupante da cadeira no 11, tendo
como seu patrono o Escritor e Poeta – José Américo de Almeida.
João Pessoa, 26 de fevereiro de 1983.
Paulo Miranda D’Oliveira
(Presidente)
Helena Raposo da Cunha
(Vice-Presidente)

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 224

Hilma Ferreira dos Santos (Secretária)

The International Academy of Letters of England (Grafton


Road. London, England) meeting in a session duly convened elect-
ed: Guiomar Travassos Chianca. Es a member of the Academy, with
the rights and privileges inherent in the that little and in roitress
thercof conters him is present Diplome wich bear the signature of
the officer of sani and to rohich is afixed the symbol of the academy.
London, 4th july, 1985.
Ass. Ilegível
Stuart...
Presidente or Delegate

Ordem Internacional dos Jornalistas. Supremo Conselho


Internacional. Entidade de âmbito internacional de caráter científico,
cultural, honorífico e social. Registrada como personalidade jurídica
sob o no 4034, Lei Federal 6015 de 31 de dezembro de 1973. CGCMF
27.767.466/000173. Sede Nacional Rio de Janeiro. Sede Internacional
Brasília. Ofício n. 214. São Paulo, 08 de abril de 1986. Exma Sra. Co-
mendadora, temos imensa satisfação de levar ao seu conhecimento
que a Ordem Internacional dos Jornalistas, por voto unânime do
Conselho de Honrarias e Mérito, tem a honra de conferir à Vossa
Excelência a láurea do “Mérito Feminino”, com todas as honras e
direitos.
Jornalista Antonio Pedro Celestino
(Presidente)

A Casa do Poeta Brasileiro Poebras, Seção de Brasília. fun-


dada em 24 de maio de 1978. Diploma. A Casa do Poeta Brasileiro,
Seção de Brasília (Distrito Federal) de acordo com seu estatuto, con-
fere o presente Diploma de Membro à Poetisa Guiomar Travassos
Chianca, Brasília, 02 de dezembro de 1987.
Mario de Lourdes Reis
(Presidente)
Pedro Alves Vieira
(Secretário Geral)

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 225

Ordem Internacional dos Jornalistas. Supremo Conselho


Internacional, Brasília (Distrito Federal), Sede Nacional Rio de Janei-
ro – Brasil. O presidente do Supremo Conselho da Ordem Interna-
cional dos Jornalistas, entidade de âmbito internacional de caráter
científico, cultural e social, cumprindo o disposto do artigo 2o letras
A e B, combinado com o artigo 45, do diploma legal e Decreto no 4
do SCI, registrada como personalidade jurídica sob o no 4034, de
acordo com a Lei Federal no 6015 de 31 de dezembro de 1973, outor-
ga a láurea Medalha de Mérito Feminino à Guiomar Travassos Chi-
anca, com todas as honras, direitos e privilégios inerentes ao título,
pelos seus valiosos exemplos em defesa da causa humana e particu-
larmente na preservação da honra, dignidade e união da família. O
presente diploma fica inscrito no livro 02, fls 16 de registro de láu-
reas da Ordem Internacional dos Jornalistas sob o no 604. Rio de
Janeiro, 23 de maio de 1986.
Presidente do Supremo Conselho Internacional
Grão Mestre Nacional
Brasil Chanceler Nacional
Ass. Ilegíveis

Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni, Fundada


em 15 de agosto de 1983. Diploma. A Academia Petropolitana de
Poesia Raul de Leoni, tendo em vista as disposições estatutárias,
confere a Guiomar Travassos Chianca o título de Membro Corres-
pondente, conforme deliberação da diretoria, em reunião de 3 de
março de 1989. Petrópolis, Rio de Janeiro, 3 de março de 1989.
Ass. Ilegíveis
Paulo Cesar dos Santos

Casa do Poeta Brasileiro – Poebras, Seção de Brasília. Fun-


dada a 24 de março de 1978. Certificado. A Casa do Poeta Brasilei-
ro. Seção de Brasília (Distrito Federal), de acordo com seus estatu-
tos, confere o presente Certificado de Participação do 1o Encontro
Nacional de Trovadores à Guiomar Travassos Chianca. Brasília
(DF), 16 de maio de 1991.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 226

Maria de Lourdes Reis


(Presidente)

Casa do Poeta Brasileiro – Poebras, Seção de Brasília. fun-


dada a 24 de março de 1978. Certificado a Casa do Poeta Brasileiro.
Seção de Brasília (Distrito Federal) de acordo com seus estatutos,
confere o presente certificado de Membro Efetivo Fundadora no 19 a
Guiomar Travassos Chianca. Brasília (DF), 24 de maio de 1993.
Maria de Lourdes Reis
(Presidente)

Amigos das Artes – Galeria 13.


Diploma. Conferimos o presente diploma de “Amigo das
Artes” à Guiomar Travassos Chianca, (sonetos e músicas) por sua
destacada participação sociocultural em nosso Estado. Salvador, 05
de agosto de 1993.
Devaldo Lins e Pedro Alves Vieira

Sócio Benemérito no 36. A Associação de Imprensa de Bra-


sília, de conformidade com o artigo 12 dos seus estatutos, por apro-
vação unânime da diretoria executiva na reunião do dia 16 de janei-
ro de 1987, reconhecendo os relevantes serviços prestados pelo só-
cio, outorga o presente título à Acadêmica Guiomar Travassos Chi-
anca, Brasília, 02 de abril de 1987.
Guiomar Travassos Chianca
Presidente/portador

Instituto Histórico e Geográfico de Campina Grande, Mo-


nummentum aere perenice, este é o monumento mais duradouro
que o bronze Patrono Elpídio de Almeida, Casa Historiador Dr.
João Tavares, presidente Emérito Historiador Amaury Vasconcelos,
refundado em 17 de outubro de 1998 Diploma. O Instituto Histórico
e Geográfico de Campina Grande IHGCG por sua diretoria e seus
estatutos houve por bem outorgar o presente diploma à Sra. Sócia
Correspondente Guiomar Travassos Chianca, servindo-lhe este co-
mo título.

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 227

Campina Grande, 17 de outubro de 1998


Assinado pelo Presidente e Secretário

Federação das Entidades Culturais Fronteiristas. fundada


em 09 de novembro de 1967. Rua 13 de maio 2356, Uruguaiana –
Rio Grande do Sul – Brasil. Diploma. Federação das Entidades Cul-
turais Fronteiristas, de acordo com seus estatutos, tendo em vista os
méritos da escritora Guiomar Travassos Chianca, domiciliada em
Brasília (Distrito Federal), confere o presente Diploma de Membro
Honorário, registrado sob o no 98. Uruguaiana (RS), 03 de março de
1982.
Humberto Feliciano de Carvalho
(Presidente)

Diploma (AJEB) A Associação de Jornalistas e Escritores


do Brasil confere à Guiomar Travassos Chianca, natural de Areia,
Estado da Paraíba, o Diploma de Sócia Efetiva. Curitiba, 19 de maio
de 1989.
Helbe Vellozo Fernandes
(Presidente)
Selene a Luna Sperandir
(Vice-Presidente)

Associação de Jornalistas e Escritores do Brasil


Sócia: Guiomar Travassos Chianca
CI: 289 – ano 1994 – 1998
AJEB – Brasília – Distrito Federal
ASS. Guiomar Travassos Chianca
Pres. Nacional: G. Bueno Pinto

Associação de Jornalistas e Escritores do Brasil (AJEB)


Cartão de Identificação no 289,
Guiomar Travassos Chianca
Categoria de Sócia Efetiva 1985 – 1989
Assinatura do presidente ilegível
Guiomar Travassos Chianca

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 228

Bibliografia e participação em revistas e jornais

CHIANCA, Guiomar Travassos. “Ressurreição”. Ed. “A União”


poesias. 1964. João Pessoa. 94 p, capa: foto da cidade de Areia.

______. “Música de Estrelas”. Capa: Tonio. A União Cia Editora.


João Pessoa. 1964, 94 p.

______. “Tempo de Calar/Tempo de Falar”. Memórias romancea-


das, Edições Caravela. Campina Grande. 2000, 189 p.

Antologias

Casa do Poeta Brasileiro/Seção de Brasília/DF. Mãe Antologia.


Brasília. 1983. De GCT: “Mãe/Minha Mãe/Mamãe/Mãe de Je-
sus/Mãe.

Revista da Academia de Letras de Brasília, 1990, 119/121 p. Poesi-


as: “O Ceguinho”/”Não deve ser Deus”/”Maria”/”Conselho a um
poeta”/”Mãe de Jesus”.

Poética I. Organizador: Antonio Soares. Poebras/Edições Caravela.


Campina Grande/PB. Poema “Eu sou”, 13/10/91.

Revista da ACELB (Academia de Letras de Brasília). Brasília


1991/1992, 217 p. Poesia: “A Estrela D’alva”.

Antologia da Casa do Poeta Brasileiro/Seção Brasília-


DF/1978/1993, 144p. Participação de GTC: “O poema à minha Ter-
ra”, “15 anos de Poesia”.

Revista da Academia de Letras de Brasília/Arcádis/Brasília


1994/1995. Artigo: “O medo do medo”/Pequena biografia de José
Américo de Almeida/Escritora Ezilda Milanez Barreto. p. 196/197.

Casa do Poeta Brasileiro/Antologia da Casa do Poeta Brasilei-


ro/Seção Brasília/DF, Público Carísio de Paulo editor: Minas editora
1978/1998. Participação de GTC: “Quando o tempo Passa”. “Terei
um dia”. (poemas).

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 229

Revista da Academia de Letras de Brasília /Arcádia/Brasília/1998


32000. Colaboração GTC: Artigo: “João Pessoa e suas relíquias”.

Autores Parahybanos 1999. Organizadores: Antonio Soares


/Socorro Xavier. Edições Caravela. Campina Grande/PB. Brasil.
Participação de GTC: “A mulher e a Rosa” (prosa) “Um certo sorri-
so” (poesia).

Edições Póstumas

AQUARIUS/Agenda Literária 2002. Poesia. Organização de Sérgio


Germano. Gráfica. Oficina. Participação de GTC.

ZODÍACO/Agenda Literária, 2003. Organização Sérgio Germano,


oficina Editora 2002. Participação GTC: “O Último Poema”. (in me-
moriam).

Jornais

O Século – Areia – PB
O ASPEP – João Pessoa – PB
A Voz da Poesia – João Pessoa – PB
Movimento Poético Nacional de São Paulo – SP

Cargos que ocupou na ACLAB


1990 – Presidência de Lilia Portugal Magnavita
GTC – Diretora de Arquivo
1991/92 – Presidência Mauro Cunha
GTC – Diretora da Biblioteca
1995/95 – Presidência Mauro Cunha Campos de Morais e Castro
1998 – Casa do Poeta Brasileiro (Brasília). Membro do Conselho
Fiscal.

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LIVROS E PUBLICAÇÕES

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EPAMINONDAS CÂMARA
UMA HISTORIOGRAFIA SINGULAR
Maria do Socorro Cardoso Xavier 1

1
É Membro Efetivo do IPGH, Titular da Cadeira N.º 03.
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Informações Genealógicas e Biobibliogáficas

paminondas Câmara, paraibano, nascido em Esperança em

E
04 de junho de 1900 e falecido em Campina Grande, em
data de 28/04/1958.
Seus pais:
Horácio de Arruda Câmara e Adalgisa Sobreira Câmara.
Casado com sua prima Isaura Gameiro, não teve filhos.
Seus avós maternos:
Professor Manoel Maria Gomes Sobreira, falecido em 1883,
e Maria Joaquina de Araújo Sobreira.
Bisavô materno:
Sargento-mor Miguel Gomes de Araújo Correia - fazendei-
ro do “Cabeça de Boi”.
Seus avós paternos:
Dinamérico de Arruda Câmara e Felismina Rodrigues Câ-
mara.
Em pesquisas na internet, encontrei o nome de Epaminon-
das Câmara Filho, apesar de constar em todas as fontes que Epa-
minondas não teve filhos. Deve ser de outro Epaminondas Câmara
que teve este filho com o nome Epaminondas Câmara Filho.
Residiu em Taperoá por volta de 1910 e, depois, radicou-se
em Campina Grande (1920), onde trabalhou no Banco Auxiliar do
Povo (1940). Morou no Rio de Janeiro e lá trabalhou com represen-
tações, mas sem obter sucesso retornou à Campina Grande.
Era atuante no mundo cultural da cidade; publicou seus
primeiros escritos no “Almanach de Campina Grande”, de 1932;
foi vice-presidente da “União dos Moços Católicos” em 1934; em

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1937 foi co-fundador da revista mensal católica “Idade Nova!”,


juntamente com os professores Hildebrando Leal e Otília Sampaio
Xavier Agra. O primeiro número da Revista Católica Mensal “Ida-
de Nova” circulou em 16 ou 19 de maio de 1937. (Numas fontes
consta a data 16, noutras 19 de maio).
Responsabilizou-se pela sucursal do jornal A Imprensa,
criado em Campina Grande.
Em 1945 ocupou, na Academia Paraibana de Letras, a Ca-
deira nº 12, antes ocupada pelo professor campinense Mauro Lu-
na, que viveu entre 27 de junho de 1897 a 23 de novembro de 1943,
e tem como Patrono Irinêo Jofili (Irinêo Ceciliano Pereira da Costa:
15-12-1843/7-2-1902)
Foi contador por profissão e escritor autodidata. Patrono e
co-fundador, em 1948, do Instituto Histórico e Geográfico de
Campina Grande. Pertenceu a Academia de Letras de Campina
Grande, na qual ocupou a Cadeira nº 12, que teve como ocupante
o jornalista e professor Williams Ramos Tejo, sucedido pelo Pro-
fessor e pesquisador Josemir Camilo de Melo.
Epaminondas pode ser considerado um historiador campi-
nense. Dedicou-se à pesquisa histórica, focalizando pormenoriza-
damente Campina Grande, em particular, e a Paraíba, em geral,
naquele contexto social, econômico, político e religioso.
Bastante religioso, deixou escrito folhetins acerca do Catoli-
cismo, publicados no Jornal A Imprensa, acervo da Cúria Metro-
politana de João Pessoa, Estado da Paraíba. Material que as Edi-
ções Caravela, de Campina Grande publicou em um livro intitula-
do “Evolução do Catolicismo na Paraíba”, no ano de 2000, mesmo
título que o historiador usava ao publicar os artigos naquele jornal.
Inegável sua obstinação na pesquisa sobre a História de
Campina Grande, produzindo dois livros nesta área: “Alicerces de
Campina Grande” e “Datas Campinenses”. Colaborou incansa-
velmente com a imprensa paraibana, publicando seus artigos nos
Jornais A Imprensa. Com base nestes artigos, transcritos pela pro-
fessora Maria do Socorro Xavier, o editor das Edições Caravela, o
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 240

português professor Antônio Soares, que residiu e atuou cultural-


mente um bom tempo em Campina Grande, publicou “Municí-
pios e Freguesias da Paraíba”: 1997: Edições Caravela: Campina
Grande/PB: (49 folhetins do Jornal A Imprensa (publicados de
fevereiro a junho de 1946) e “Evolução do Catolicismo na Paraí-
ba”: 2000: Edições Caravela/Secretaria de Educação de Campina
Grande/PB: 140p. (artigos publicados no Jornal a Imprensa de 6-4-
à 20-08-1950)
Escreveu em vida e publicou os seguintes livros:
• Alicerces de Campina Grande (esboço histórico-social do po-
voado e da vila) Primeira edição:Livraria Moderna:1943: 110 p.
Segunda edição: 1999: Edições Caravela:Campina Grande/PB:
124p.
• Datas Campinenses (Povoação, Vila e Cidade: 1697-1864) Pri-
meira edição: Departamento de Publicidade/Imprensa Oficial:
1947: segunda edição: 1998: Edições Caravela: Campina Gran-
de/PB: 164p.
Em folhetins, no Jornal A Imprensa:
• Síntese Histórica de Campina Grande: 1938: 46 folhetins (25 de
janeiro a 26 de julho de 1938 (Do aldeamento até os dias atuais)
que não chegou a ser publicada).
Obras inéditas publicadas após 40 anos de sua morte: Edições Ca-
ravela/Secretaria de Educação de Campina Grande/PB:
• Municípios e Freguesias da Paraíba: 1997: Edições Caravela:
Campina Grande/PB:
(49 folhetins do Jornal A Imprensa, publicados de fevereiro a ju-
nho de 1946).
• Evolução do Catolicismo na Paraíba: 2000: Edições Carave-
la/Secretaria de Educação de Campina Grande/PB: 140 p. (ar-
tigos publicados no Jornal a Imprensa de 6-4 à 20-08-1950).

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Hoje, eu Maria do Socorro Xavier, autora deste artigo, es-


tou publicando os 4 folhetins de autoria do historiador Epaminon-
das Câmara sob o título Evolução Social de Campina Grande.
Colaborando, pesquisando e transcrevendo artigos do Jor-
nal a Imprensa nos Arquivos da Cúria Metropolitana de João Pes-
soa para a edição do livro “Municípios e Freguesias da Paraíba”,
de Epaminondas Câmara, editado em 1997 pelas Edições Caravela
(Campina Grande), descobri estes folhetins que passo a publicar
em primeira mão neste artigo:
A seguir, transcrevo os (04) folhetins de sua autoria, publi-
cados no Jornal a Imprensa, sob o título Evolução Social de Cam-
pina Grande.
Jornal A Imprensa-I- 20-6-41

Epaminondas Câmara

Olinda e Recife mercê do primado que lhes coube na colonização


do nordeste brasileiro foram as pontas dessa região que em primeiro lu-
gar criaram os dois tipos multisseculares do homem “sedentário” e do
“aventureiro”. Predominava em Olinda a mística do trabalho, a ética
conservadora, os preconceitos medievais, a aristocracia rural de senhores
de engenho burguesia orgulhosa a transplantar da península ibérica o
amor à tradição, a tara feudal, o sentimento de pátria, família e religião.
No Recife ao contrário o que caracteriza a sua gente, os seus humildes
moradores era a tendência à mercancia bem como a ética dos grandes
lucros a agitação das idéias, o espírito inovador, a rebeldia às institui-
ções.

O olindense via na autoridade a manifestação do direito divino e


nas instituições um dogma... ao passo que o recifense as tolerava como
postulado simplesmente humano ou mero acidente social.

Os sentimentos e costumes duns do entras tanto o sedentarismo


olindense como a aventura recifense, encontram clima favorável em pon-
tas distintas da capitania da Paraíba.

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N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 242

A chamada civilização do açúcar que na antiga capital pernambu-


cana concentrara o elemento mais ponderável enraizou-se virtualmente
nos lugares paraibanas, de cultura de cana várzea, brejo nos quais eram
núcleos de população mais importantes. Mamanguape, Pilar e Areia.
Reportamo-nos aos princípios do século XVIII.
Campina Grande porém, sem terras apropriadas ao cultivo da
cana, não teve na sua colonização a assistência dos senhores de engenho:
desenvolveu-se o pastoreio em quase todos os seus sítios - transição de
brejo e agreste, caatinga e cariris, imperando, por tal motivo, na zona
rural a influência de criadores e vaqueiros.
Mas esta influência foi quase nula em relação aos moradores do
povoado, em virtude de não terem estes predisposição para as indústrias
agrícola e pastoril.
Em contato direto com tropeiros dos sertões, num constante mo-
vimento comercial de cereais eles não tinham afinidade com a gente das
fazendas circunvizinhas e o tipo local gerou-se heterogeneamente dum
misto de mamelucos e especuladores pobres.
Ao passo que Areia, Mamanguape etc, copiavam de Olinda as
tradições européias, Campina estruturava a formação, substrato social em
parte no modelo do Recife - tipo americano do norte; e em parte nos cos-
tumes da gente dos sertõe. Era efeito do meio cósmico ou simples impera-
tivo mesológico? Ambos concorreram.
Tornou-se então marcante a distinção entre os dois tipos de cam-
pinense - urbano e rural, tendo cada um costumes e mentalidade diferen-
tes.
Com o tempo desfigurados os trabalhos exóticos, aprofundaram-se
na mentalidade dos campinenses locais as qualidades essenciais do reci-
fense e do sertanejo. Virtual heterogeneidade.
E posteriores circunstâncias vieram estratificar a adaptação e os
pendores.
Como ramos a heterogeneidade campinense começa pela diferen-
ciação geológica dos seus terrenos. Estavam próximos do povoado quatro
zonas distintas, cujas denominações mencionamos linha atrás. Saindo do

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R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 243

aspecto geológico vamos evidenciá-la mais claramente na formação da sua


sociedade. Primeiro chegou uma tribo de índias depois alguns parentes de
Oliveira Ledo, mais tarde alguns negros escravos.
Com o correr dos anos é que chegaram outras famílias brancas,
mesmo com esse contingente de brancos, o ambiente local não conseguiu
clarificar-se devido à miscigenação das duas raças inferiores, cujo número
de membros era certamente muitas vezes maior.

Jornal: A Imprensa –II- 21-6-41.

Foram os Capitães-mores Teodósio de Oliveira Ledo, José Nunes


Viana e Bento José Alves Viana, oriundos ou descendentes de Portugal,
os troncos das três primeiras e principais famílias brancas que povoaram
Campina Grande e adjacências durante o período colonial, Elas se consti-
tuíram moldadas em princípios endogâmicos e graças aos preconceitos
lisboetas se conservaram isoladas do restante da população. Preconceitos
de cor e de costumes. Os outros mamelucos na maioria chocaram-se fa-
talmente pela opressão de tais atitudes.
É interessante apreciar-se o modo das nossas famílias antigas – se
isolavam dos forasteiros. Há 200 anos os Oliveiras Ledo, dos quais sou
descendente e por isso me sinto mais a vontade para discutir, imbuídos
num orgulho patriarcal escondem-se nos solares do Cariri Velho ou do
Oriá abandonando o povoado aos novatos. Depois são os Nunes que se
acastelam na rua das Barrocas onde edificam casarões senhoriais conser-
vando a linhagem peninsular sempre enojados dos missangueiros e trafi-
cantes do largo da matriz. Os Vianas preferiram viver nos latifúndios do
Zabelê ou do Loango cultivando rebanhos sem se preocupar com o viver
mesquinho dos habitantes da povoação.
A vila não tinha valor para a gente dos Oliveiras ou dos Nunes
ou dos Vianas. E esta ojeriza às cabrochas e especuladores transformou
em retrógrados os primeiros membros dessas famílias. Tanto assim que os
brancos não compreenderam a visão de Baltazar Luna, genro de José Nu-
nes, quando iniciou a construção dum mercado para feira há cerca de 200
metros da matriz, em local onde não chegavam as edificações mas que
ficava à margem das estradas dos sertões.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 244

Os forasteiros, ante a opressão moral e social dos mais antigos,


tiveram fatalmente de vingar-se ou de desopilar-se seguindo o mesmo
processo de isolamento para com os que chegassem depois. Com o tempo
eles iam se abraçando aos primitivos moradores, e as vítimas do isolamen-
to passariam a ser exclusivamente os que viessem por último: e assim por
diante...
Por tal maneira de encarar a vida social, nunca tivemos em Cam-
pina o verdadeiro e espontâneo sentimento de sociabilidade que tanto
realce tem dado a outras.
E não era somente isolamento o que mais antigo restava aos foras-
teiros. Era coisa pior, Era uma rivalidade congênita que se acentuava até
entre os moradores duma e outras ruas. Era o despeito. Com a mudança
da feira da rua das Barrocas para o largo da matriz (esta habitada por
forasteiros e aquela pelos antigos) era natural que esta centralizasse a vida
local; ademais tinha igreja e cadeia e depois mercado. A dos Barrocas per-
deu o prestígio e lhe vem a decadência. A mesma sorte coube a da matriz
quando a vida estendeu-se em procura do sertão pela rua do Seridó (hoje
Maciel Pinheiro).
Chamo a atenção dos leitores para um fenômeno histórico. Os
forasteiros foram desde os primeiros anos de vida local os pioneiros do
progresso e como tal preferiram sempre abrir novas ruas em direção do
poente abandonando as do nascente aos moradores antigos. Por esta razão
e pela ojeriza que lhes votavam estes, eles, os novatos, detentores do co-
mercio e das pequenas indústrias, conseguiram através dos anos deslocar
a contragosto dos outros o centro do comércio. Das Barrocas para a frente
da matriz deste ponto para o largo do mercado de Baltazar Luna dali para
a rua do Seridó desta para a frente do mercado de Alexandrino Cavalcan-
te (hoje praça Epitácio Pessoa). E os forasteiros vão levando o comercio
pela rua das Areias.
Quando surgiram, na época regencial, os partidos liberal e con-
servador então a ojeriza sem perder o atavismo mesquinho ganhou partido
entre os partidos. Os antigos alistaram-se caprichosamente conservado-
res.

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R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 245

E com este fato registramos mais um aspecto da heterogeneidade


campinense, liberais com índole conservadora e conservadores com ten-
dências liberais.
E é fácil compreender-se também que em tal estado de espírito as
antigas (Barrocas do meio) eram habitadas pelos liberais e as outras pelos
conservadores.

Jornal: A Imprensa - III - 22-6-1941.

Dizem que no centro desta cidade de Campina Grande quando se


reúnem cinco Pessoas somente uma é filha da terra. Há uma simples ver-
dade nesta afirmativa, mas é um fato que não constitue vergonha para os
campinenses natos. Ao contrario. É uma prova robusta de que a cidade
cresce vertiginosamente, E isto acontece com o Rio ou S. Paulo.
Tal fato não me impressiona. O que me prende a atenção é o inte-
resse por que os forasteiros têm bem ou mal revelado pelo engrandecimen-
to da localidade. Embora seja eficiente indireta ou mesmo remeta a causa
econômica nem por isto eu deixo de fazer-lhe justiça. E os que não se nega
é que todos os grandes empreendimentos e grandes iniciativas particula-
res que no correr de dois séculos tem enriquecido o acervo material da
URBS foram custeados, orientados ou influenciados por pessoas que vie-
ram doutras paragens. Fosse forçado a uma tréplica eu daria o nome dos
colégios, sociedades, hospitais, templos, fábricas, usinas, bancos, cinemas,
ou empresas pelos que não tiveram a felicidade de nascer nesta hospitalei-
ra e pacata cidade.
Muitos forasteiros aqui têm granjeado fortuna outros tem-na
perdido. O argumento se neutraliza.
No ponto de vista do relaxamento dos costumes os forasteiros não
devem acusar os campinenses, nem estes aqueles. O tal relaxamento não é
tão acentuado como se pensa. Ninguém deve confundir falta de cavalhei-
rismo, de urbanidade com baixeza de caráter. Há hoje como levaria ontem
na maioria das pessoas elegantes, educadas que vivem dentro da cidade
num isolamento social inexplicável. Não convivem com o vulgar nem
tampouco com as que possuem os mesológica as uniu, E esta maçaria que
poderia pesar, que poderia predominar em todas as instituições onde se
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requer o fino trato prova-se das relações sociais e fica como uma espécie de
reserva moral inoperante sem ação... Enquanto isto os medíocres, os opor-
tunistas tomavam vanguarda e seus nome passam a figura em primeiro
lugar no oral das cousas serias. Campina é a terra dos contrastes.

Jornal: A Imprensa - IV- 26-6-1941. - (conclusão)

Os variados aspectos da evolução social campinense não tiveram


marcha em sentido paralelo. Há pontos onde o ritmo é apressadíssimo,
assombroso outros vagaroso, desconcertante. Ninguém pense que esta
Campina Grande, em 1941, com duas centenas de automóveis e um mi-
lhar de rádios, com cinemas e colégios, telefones e jardins públicos, biblio-
tecas e bancos, hospitais e saneamento, já estes correspondendo rigorosa-
mente às exigências da moderna civilização, muito cousa lhe falta, quer de
ordem urbanística quer de ordem cultural, educacional, social etc. Nestes
três últimos aspectos falta-nos quase tudo. O que temos é pouco mais do
que arremedo dos grandes centros, com organizações falhas e sentimento
à unidade precaríssimo.
De passagem, devo dizer que o conjunto desse progresso, sentido
geral analisado meticulosamente, aparece-nos cheio de silencio e arestas,
recortes e depressões, a configuração da planta da própria cidade com
excrescências e tentáculos (permitam-me a expressão e a forma de compa-
rar) é bem a sua imagem o seu retrato, o seu símbolo.
E quem não encontra a causa remota de tudo isto na heterogenei-
dade ancestral, no espírito irrequieto da população?
É que uma sofreguidão e como uma absorvente delirante: caracte-
riza o tipo local. Há em torno do núcleo social um imediatismo que com-
prime tudo que estiola as iniciativas do espírito e desagrega os elementos
de índole tradicional, e conservadora para condensar na massa de noventa
e cinco por cento em incessante luta pela vida mercantil. E a maior gravi-
dade consiste precisamente no fato de a maioria dissipar superfluamente
os próprios lucros econômicos. E por que os dissipa e porque corre a ad-
quir mais outros em razões de ordem biológica e social compreende-se que
se lhe escasseia o tempo para outros misteres.

SUMÁRIO
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Campina Grande é a luta viva na sua forma mais materializada, é


a luta pelos lucros estonteadores, é a aventura pelo ouro dia e noite numa
agitação febril desordenada, insana...
Ninguém desconhece que o meio urbano oferecesse num jogo de
interesses um incremento material extraordinário, mas ninguém desco-
nhece também que tal incremento está condicionado a efeitos instáveis em
virtude da ausência dum plano estabelecido, onde se encontra unidade,
harmonia e definição.
E por estas razões a história do progresso campinense desnorteia e
confunde observador. Os aspectos social, cultural, espiritual, comercial
etc, não tiveram em sua evolução o mesmo rumo, a mesma constância, a
mesma coesão. Ninguém descobriria no conjunto o que chamamos de
progressão geométrica, um seguiu diretriz isolado ao leo... prematuros,
uns precoces, outros parecendo pelotões sem comando geral. Faltou a
marcha de cada um, o gênio da direção única, coordenador que lhe apro-
veitasse todas as energias latentes imprimindo-lhe coesão e uniformidade.
Os valores reais do campinense (intelectual, moral, espiritual)
postos à margem pela maioria imediatista ainda se inclinam a um crimi-
noso anquilosamento. E este colapso, associado a uma mentalidade étnico
e socialmente heterogênea de raízes ancestrais, tem projetado no meio
local mais uma das características dessa evidente instabilidade, que infe-
lizmente se observa em quase todos os cometimentos campinenses. É que
um núcleo social influenciado por agentes de tal natureza é eterna vítima
de excessos.
Sem uma mentalidade conservadora sedentária, dita de fixação, o
homem não realiza, se não de afogadilho, atarefado, sem norte, receitando
o porvir. Talvez já estejamos no início duma revolução moral, social, de
caráter centrípeto em nosso meio. O gênio da agitação que nos guiou du-
rante duzentos anos vier a repousar? E quem sabe se o campinense, em
sua maioria gastador e irrequieto, não modifique, nos próximos dias, os
seus pendores, criando um clima ameno, moderado, um ambiente de sere-
nidade interior?

SUMÁRIO
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EPAMINONDAS CÂMARA: Uma historiografia singular

“Ciência dos homens no tempo...A incompreensão do pre-


sente nasce fatalmente da ignorância do passado” (Marc Bloch).
“Não é mesmo nada se deveis continuar a vossa ação do
pensamento, a vossa vida de historiador da nossa vida de homem”
(Lucien Febvre).
Um historiador se consagra na historiografia campinense:
Epaminondas Câmara, ressuscitado das cinzas dos arquivos e pra-
teleiras, com a edição e reedição da algumas de suas obras.
Em 1997 é reeditado “Municípios e Freguesias da Paraíba”, a
partir da incansável busca dos originais, localizados, de maneira
mais ou menos completa, no arquivo da Cúria Metropolitana de
João Pessoa-PB. Foram transcritos quarenta e nove folhetins de sua
autoria, publicados no jornal A Imprensa. Trata-se de uma publica-
ção inédita, contendo linearmente notas acerca da divisão adminis-
trativa, jurídica e eclesiástica da Paraíba, de fevereiro a junho de
1946, inclusive narrando desde os primeiros núcleos até as princi-
pais cidades da Paraíba.

Na trajetória de um historiador

Epaminondas Câmara, paraibano de Esperança, fixou-se


em Campina Grande em 1920, até falecer em 1958. Alí trabalhou
incansável e autodidatamente sem formação acadêmica. Entretan-
to, procede minuciosa seleção dos fatos sociais, políticos, econômi-
cos e religiosos de sua comunidade. Muitas vezes se assemelham a
crônicas históricas, sob uma linguagem simples, clara, sem rebus-
cadas teorias. Pormenorizadamente e com persistência dos obsti-
nados, transcreve aspectos diversos da realidade campinense nas
férteis obras que deixou, das quais duas editadas em vida. A pri-
meira é “Alicerces de Campina Grande”, editada pela primeira vez
em 1943. A obra pretende ser um esboço histórico-social do povo-

SUMÁRIO
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ado e da vila, que simultaneamente coincide, na macro, com a Co-


lônia, Primeiro Reinado, Regência e Segundo Reinado. Eis que em
1999 é reeditada pela Edições Caravela.
A segunda, “Datas Campinenses”, é editada pela primeira
vez em 1947 [povoação, vila e cidade], também reeditada pela Ca-
ravela em 1998. Na cronologia, a data prevalece sobre a narrativa,
em registros e dados meticulosos da vida campinense. É o factual
episódico em nível micro, pois municipal. Seus homens progressis-
tas, seus feitos, ora relevantes, ora medíocres. Dados que poderão
ser válidos como apoio para trabalhos historiográficos futuros. A
história positivista serve à história interpretativa, global, de cícli-
cas contradições internas e externas. Arrefecido um tanto o auge
do entusiasmo pelo materialismo histórico de Marx, várias corren-
tes e linhas de pensamento se multifacetaram em busca de explicar
o processo histórico. Destacam-se a Escola dos Annales (Marc
Bloch, Lucien Febvre, Braudel e outros), a Nova História, a Histó-
ria Serial, temática, a história descontínua de Michael Foucault e a
história contrafatual.
Hoje, o historiador Epaminondas Câmara estaria bem à
vontade nestas décadas de história do cotidiano de Jacques Le
Goff e outros corifeus, onde tudo é acontecimento e objeto da his-
tória.
Das obras de Epaminondas Câmara, faltam publicar, mas já
se encontram em pauta das Edições Caravela, “Síntese Histórica
de Campina Grande”, constando de vinte e seis folhetins, capítulos
XX e XLVI, publicados no jornal A Imprensa, 25 de janeiro/26 de
julho e ainda “Evolução Social de Campina Grande”, material inédito,
com quatro capítulos (20/21/22/26/junho/1941), também publi-
cados no citado jornal. Tive o prazer de descobrir tal manancial, no
arquivo da Cúria Metropolitana de João Pessoa/PB. Outro materi-
al inédito, lá encontrado, é a “Evolução do Catolicismo na Paraí-
ba”, com sessenta folhetins, (6/abril/20/agosto de 1950). Trata-se
de material já editado também pelas Edições Caravela, no ano de
2000 (Campina Grande/PB) e, ainda, “Outros Inéditos Dispersos”.

SUMÁRIO
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Epaminondas Câmara ocupou com o devido mérito a Ca-


deira número 12 da Academia Paraibana de Letras, cujo patrono é
Irineu Joffily. É, sem sombra de dúvida e com justiça, o pai da his-
toriografia campinense, como o foram Heródoto e Tucídides para
a história grega.

A questão dos fatos em Epaminondas

Em suas obras historiográficas, laica e eclesiástica, o histo-


riador Epaminondas Câmara centrou-se predominantemente nos
fatos. Segundo Carr, há um perigo de se conferir peso maior à in-
terpretação que ao fato em si. Narra-os com conhecimento de cau-
sa, documentando bem o que detalha, com maestria. Doa à Cam-
pina Grande obras relevantes que servirão não só para preservar a
memória histórico-cultural da cidade, mas como material bruto
para outras abordagens e vertentes históricas. Tal linearidade do
acontecido, com preciso pormenor, está presente em “Municípios e
Freguesias da Paraíba” e “Datas Campinenses”. Nas demais obras já
citadas anteriormente, o autor ensaia abordagem mais flexível e
movimentada, a partir de suas observações in loco do ir e vir da
sociedade campinense, ele próprio, agente ativo do processo histó-
rico em ebulição, concepção esta defendida pelo historiador fran-
cês Lucien Febvre.
O historiador capta o imaginário urbano do município de
Campina Grande, que fecha com “história real de muitos fantas-
mas” à página 98 de “Alicerces de Campina Grande”, reedição 1999.
Não sendo um historiador econômico, mesmo assim toca no con-
texto e emite, vez por outra, juízos de valor ao se referir à politica-
gem tropeira da Borborema. O autor pinta um quadro semiótico
vivo e exuberante da urbe, nos transporta à sua gestação e cresci-
mento, que se metamorfoseiam mais tarde, qual casulo em borbo-
leta. É a menina-adolescente jovem e adulta, com as vulnerabili-
dades e riquezas de cada fase. Periodiza muito bem.

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 251

Da leitura que fiz de Epaminondas Câmara, percebi uma


espécie de brancura ideológica, uma ausência de compromisso
sócio-político, embora não possamos falar em total neutralidade.
Nas entrelinhas sempre fica algo, o não dito pelo dito. Escreveu a
partir de meticulosa pesquisa, critério e empenho, sem pretensões
pedantescas. É como se quisesse legar à posteridade o máximo de
informações o mais próximas da realidade que fossem, pois não
existe o absoluto em história, sem medir esforços. Abarca relati-
vamente quase tudo e assim o inestimável pesquisador lega à
Campina Grande, sobre sua história, não uma historiografia de
cunho rigorosamente científico, uma vez que isto ainda é muito
discutível e polêmico entre os estudiosos da História, mas algo
escrito com probidade, na qual o próprio autor justifica o finito de
seus conhecimentos, dados e informações, como por exemplo, em
Datas Campinenses (reedição 1998, pg. 17-18, Caravela): “tive de omi-
tir muitas outras por não exprimirem fatos de interesse geral, ao passo
que houve muitas omissões por escassez de provas e fontes fidedig-
nas...houve também neste particular muitas omissões por falta de dados.”
Aí o autor comunga com o historiador Marrou, que ressalta: “A
História faz-se com documentos e é inseparável do historiador.”
Com sua cosmovisão do geral, seu detalhe do particular,
seu critério na documentação escrita e informação oral, obtida dos
seus contemporâneos mais antigos, com o pouco existente, sua
perspicácia e faro de verdadeiro historiador, translada para o pa-
pel impressões e realidades da vida campinense, em obras marcan-
tes, que indelevelmente memorizarão a história de Campina
Grande. Situa-se no espaço-tempo-acontecimento, uma história
eventual. Investiga-a, evitando uma história historizante, que nem
sempre consegue; noutras vezes arranha uma hermenêutica. Não
podemos afirmar que Epaminondas foi um historiador crítico, mas
vez por outra ataca a politicagem campinense. Oscila entre a cre-
dulidade e o racionalismo. Empiricamente elabora seu trabalho
sem formulações filosófico-metodológicas, ficando em torno de
uma história conjuntural.
Na realidade o autor não se propôs fazer uma análise pro-
funda dos fatos, mas a sua reprodução, com base em pesquisa,
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N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 252

observações dos acontecimentos e quejandos. Soube temperar sen-


sivelmente com passagens bem peculiares suas assertivas. Selecio-
nou acontecimentos do passado e do presente, no qual viveu. Com
bastante cultura geral, soube absorver, filtrar com muita acuidade
a vida cotidiana do homem campinense, sua heterogeneidade, sua
hierarquização, sua posição social, portanto, nas devidas propor-
ções, relativizando, Epaminondas Câmara deu indubitavelmente
sua ímpar contribuição à historiografia local.

REFERÊNCIAS

CÂMARA, Epaminondas. Alicerces de Campina Grande. Campina


Grande: Livraria Moderna, 1943, 110p.
_______________. Alicerces de Campina Grande. 2 ed. Secretaria de
Educação/ Prefeitura Municipal de Campina Grande. Campina
Grande: Edições Caravela, [s.d.], 124p.
__________. Datas campinenses. Departamento de publicidade/
Imprensa Oficial. João Pessoa: Edições Caravela, 1947.
__________. Datas campinenses. 2 ed. Secretaria de Educação/ Pre-
feitura Municipal de Campina Grande. João Pessoa: Edições Cara-
vela, 1998, 164p.
__________. Municípios e freguesias da Paraíba. [s.l.]: Edições Carave-
la, 1997,124p.
__________. Evolução do Catolicismo na Paraíba. Secretaria de Educa-
ção/ Prefeitura Municipal de Campina Grande. Campina Grande:
Edições Caravela, 2000.
__________. Síntese histórica de Campina Grande (46 folhetins). João
Pessoa: Jornal A Imprensa, 1938.
__________. A Imprensa: jornal. João Pessoa: Arquivo Cúria Metro-
politana, (1941, Jan./ Jul., 1938; 20/26 Jun., 1941; 1946; 1950).

Cartório do Serviço Registral Lyra- Esperança-PB.


Marrou, H.I. Do Conhecimento Histórico, editorial Aster, Lisboa, 2
edição.
Bloch, Marc. Introdução à História, coleção Saber, Publicações Euro-
pa-América, 1976, 3 edição.
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ICONOGRAFIA:

Epaminondas Câmara e esposa

Publicações

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HERMANO JOSÉ
ARTE, CULTURA E ECOLOGIA
Nemésio Gomes Cavalcanti 1

Hermano José (*1922 – †2015)

o próximo ano a Paraíba comemorará o centenário de nas-

N
cimento do artista plástico, agente cultural e militante eco-
lógico Hermano José, que é considerado um dos maiores
artistas plásticos do Estado. Hermano, nascido em 1922
quando acontecia a “Semana de Arte Moderna”, teve reco-
nhecimento internacional no estilo gravura, com exposições
realizadas nos EUA, Japão, Europa e América Latina, nos mais
variados estilos. Foram muitos os prêmios recebidos, como o de
“Melhor Gravador do Ano”, pela Picolla Galeria, do Instituto Itali-
ano de Cultura.
Hermano José Guedes nasceu no Engenho Baixa Verde, em
Serraria, localidade situada na região do Brejo da Paraíba, no dia
15 de julho de 1922 e faleceu em João Pessoa (PB), aos 21 de maio
de 2015. Era filho de Raul Espínola Guedes e Maria Alice Espínola

1
É Membro Efetivo do IPGH.
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Guedes (nascida Espínola de Melo), neto, pelo lado paterno, de


Firmino Bezerra Guedes e Anna Anália Espínola Guedes (nascida
Espínola Cavalcanti), e pelo ramo materno de Joaquim José Pereira
de Melo e Maria Augusta Espínola de Melo (dona Nazinha). Po-
rém, no início do ano seguinte, aos oito meses de idade, mudou-se
com a família para Caiçara, onde foi registrado e viveu seus pri-
meiros dias, mudando-se para João Pessoa aos 11 anos de idade.
O artista sempre encontrou na natureza a sua fonte de ins-
piração, desde os primeiros desenhos da época em que estudou
com a professora Maria Carneiro. O Rio Curimataú, que passava
pelo quintal da sua casa (atuais casas de Hamilton e de Lúcia, da
Escola “Arco Íris”) e a Pedra do Pão de Açúcar, que avistava no
horizonte, são marcas muito fortes da sua infância, além das tem-
poradas dos circos e da Festa de Reis. O teatro e a música de Cai-
çara também influenciaram a sua pintura. As peças, no Grupo João
Soares, e os cantadores de viola, na feira, o marcaram muito.
Em 1936, com a vinda da família para a capital, Hermano
foi aprimorando seus desenhos. Residindo na beira mar da praia
do Cabo Branco, o artista passou a ter a Ponta do Seixas como uma
de suas principais inspirações. Em 1945 ingressa, por concurso
público, no Banco do Brasil, em Natal (RN) e pinta seus primeiros
quadros à óleo. No ano seguinte, volta para João Pessoa e participa
da instalação do Centro de Artes Plásticas da Paraíba, no qual se
tornou professor.
O reconhecimento de Hermano José se firma em 1950,
quando foi premiado pelo suplemento Correio das Artes, do jornal
A União, e indicado para estudar como bolsista na Europa. Assim,
no começo dos anos 1950, seguiu para a Europa, onde manteve
contato com as obras de vários gênios da pintura.
Em 1956 Hermano, no Rio de Janeiro, ingressa na primeira
escola de gravura do Brasil e no curso de pintura do Museu de
Arte Moderna, ministrado por Ivan Serpa. Na então capital fede-
ral, participou, por quatro anos consecutivos – 1960 a 1963, do Sa-
lão Nacional de Arte Moderna, evento mais respeitado do gênero
na época. Em 1961 foi selecionado para expor na Bienal de São
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Paulo. Em 1963 foi premiado como o “Gravador do Ano”, pela


Picolla Galleria, do Instituto Italiano de Cultura (Rio de Janeiro).
O ano de 1963 foi marcado pelo seu reconhecimento inter-
nacional ao participar da I Bienal Latino Americana de Gravura,
em Santiago (Chile); integrou as exposições “A Gravura Brasilei-
ra”, com temporadas nos EUA, Inglaterra, Alemanha, Japão e
América Latina; passou a ter gravura no acervo do Museu Metro-
politano de Nova York. Suas empreitadas internacionais prosse-
guiram em 1966, quando, a convite da Galeria de Vancouver, ex-
pôs na Bienal Americana de Arte, em Córdoba (Argentina) e no V
Salão Internacional de Arte Atual, em Valência, na Espanha. Em
1975, expôs na Embaixada do Brasil, em Roma.
Hermano José é citado em várias publicações do Brasil e do
exterior, como a espanhola “Los Pintores Contemporâneos” (1963);
na obra “A Gravura Brasileira Contemporânea” (1965); no “Dicio-
nário Brasileiro de Artes Plásticas”, editado pelo Instituto Nacional
do Livro (1973); na “Grande Enciclopédia Delta Larousse” (1974);
na “Cronologia das Artes Plásticas no Rio de Janeiro de 1816 a
1994”; e em “Gravura Brasileira Hoje” (1996).
Embora tenha escolhido a pintura como sua principal arte,
sua incursão pelo teatro também foi exitosa. Em 1955 dirigiu a
peça “Cantam as Harpas de Sião”, de Ariano Suassuna, e fez ce-
nografias de outras como “O Grande Teatro do Mundo” e “A Cor-
da”, pela qual recebeu medalha de prata no 2º Festival Nacional de
Teatro, realizado em Natal/RN.
O retorno de Hermano para a Paraíba se deu em 1976,
quando foi convidado pelo então governador Ivan Bichara para
assumir a função de Assessor Cultural do Governo do Estado e
instalar o Museu de Arte da Paraíba, projeto que acabou não sendo
concretizado. Nesse período, Hermano ingressou como professor
do Departamento de Artes da Universidade Federal da Paraíba,
tendo presidido a comissão responsável pela sua instalação. Em
1978 passou a trabalhar no Espaço Cultural José Lins do Rêgo,
onde ministrou cursos e foi responsável pela primeira exposição
de artistas locais. Engajou-se também no ideal de levar a cultura
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para todo o interior da Paraíba, com ações como o Festival de Arte


de Cajazeiras. Em 1987 presidiu a comissão para implantação da
Pinacoteca da UFPB, que coordenou durante 4 anos, e participou
do Conselho do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do
Estado da Paraíba (IPHAEP), sendo um dos principais responsá-
veis pelo tombamento do Centro Histórico de João Pessoa.
Na sua vida profissional ainda consta atuação no Departa-
mento Cultural da Prefeitura de João Pessoa, na década de 1990,
quando foi responsável, dentre outros feitos, pela implantação do
projeto cênico da Paixão de Cristo, pela retomada do Salão Muni-
cipal de Artes Plásticas e participação destacada na implantação
da Lei Viva Cultura, hoje Fundo Municipal de Cultura.
Hermano também se notabilizou pela militância ecológica.
Empenhou-se contra a construção de “espigões” no Parque Solon
de Lucena e na orla da capital, sendo um dos responsáveis por
fazer constar na Constituição do Estado a proibição de tais obras.
As diversas pinturas sobre a Ponta do Cabo Branco fizeram com
que a imagem virasse quase uma assinatura do pintor. A vertente
ecológica da sua obra o levou, por ocasião da ECO 92, a participar
da IV Exposição de Arte Bikooten, Rio 92, patrocinada pelo Banco
de Tokio.
O seu trabalho foi exaltado ao longo de mais de 60 anos,
com destaque para a gravura, a pintura à óleo e o pastel. Não é à
toa que este serrariense transformou-se em motivo de orgulho
nacional, principalmente no meio artístico.
Em 1998 o Colégio Marista Pio X, de João Pessoa, o home-
nageou com a instalação da “Pinacoteca Hermano José”. Em 2001
o VII Festival Nacional de Arte (FENART), promovido pela Fun-
dação Espaço Cultural, foi feito em sua homenagem. Em 2002 re-
cebeu título de Honra ao Mérito, do Conselho Estadual de Cultura
e o “Troféu Imprensa” da capital. Em 2003 foi homenageado com a
instalação da Sala Hermano José, no Núcleo de Arte do Centro
Federal de Educação Tecnológica da Paraíba (CEFET). Ainda em
2003 lançou o livro “Hermano José”, uma síntese da sua vida e

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obra. Em 2008 seu poema “Duas vezes não se faz2”, sobre a neces-
sidade da preservação ambiental, foi uma das bases para o filme
poema de mesmo nome. A última exposição dos seus principais
trabalhos se deu em 2009, na inauguração da Biblioteca de Arte
que também leva seu nome.
Antevendo o final da sua trajetória terrestre, Hermano re-
solve doar, em 2014, toda a sua produção artística e o imóvel onde
morou para a UFPB, hoje transformado na Casa de Cultura Her-
mano José, na Praia do Bessa. Lá os visitantes podem conhecer o
rico acervo, formado por objetos de arte, livros, pinturas, gravuras,
desenhos e vários outros itens, coletados em sua rica história no
mundo das artes.

CRONOLOGIA

1922 – Nascimento, Engenho Baixa Verde, em Serraria – PB;


1923 - Sua família muda-se para Caiçara, Paraíba;
1936 - Muda-se novamente, agora para João Pessoa;
1945 - Pinta seus primeiros quadros à óleo e ingressa no Banco do
Brasil, em Natal – RN;
1946 - Amplia seus conhecimentos da técnica da pintura à óleo
com J. Lira;

2 O documentário curta-metragem de 2008, primeira produção do cine-


asta paraibano Marcus Vilar a utilizar a tecnologia digital, com duração
de 12 minutos, é um poema sobre a Ponta do Cabo Branco, extremo ori-
ental das Américas, mostrando sua lenta degradação pelas correntes ma-
rítimas e os fluxos das marés, acentuada nas últimas décadas pela inter-
venção humana nas encostas. O roteiro foi construído a partir
de prosas e poesias sobre este ponto turístico pessoense, de autores co-
mo José Américo de Almeida, Luiz Augusto Crispim, Ascendino Lei-
te, Vanildo Brito e Hermano José, que também foi um dos primeiros artis-
tas plásticos a pintar tal monumento e escritor do poema “Duas vezes
não se faz”, que deu origem ao título deste documentário.
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R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 259

1946 - Participa da instalação do Centro de Artes Plásticas da Para-


íba, em João Pessoa, ao lado de J. Lira, Olívio Pinto, Edésio Rangel,
Odon Bezerra e Leon Clerot;
1950 - Premiado pelo suplemento Correio das Artes;
1950 - Recebe indicação da coordenação da exposição Um Século
da Pintura Brasileira para estudar como bolsista na Europa;
1952 - Faz a ilustração para a capa do livro Êxodo, de José Rafael
de Menezes, editado pela Tipografia Andrade;
1954 - Faz a ilustração para a capa do livro A Miragem do Sul, de
José Rafael de Menezes;
1955 - Dirige a peça Cantam as Harpas de Sião, de Ariano Suassu-
na, encenada no Teatro dos Estudantes da Paraíba, em João Pes-
soa;
1955 - Faz a cenografia da peça O Grande Teatro do Mundo, de
Caldeiron de La Barca;
1955 - Recebe a medalha de prata no 2º Festival Nacional de Tea-
tro, realizado em Natal, pela cenografia da peça A Corda;
1955 - Faz a ilustração para a capa do livro Gemidos Matutos, de
Quito Dias, publicado pela Editora Teone;
1956 - Publica ilustração no jornal Diretriz, João Pessoa – PB;
1956 - Fixa residência no Rio de Janeiro. Estuda gravura com Or-
lando da Silva, no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, e
estuda pintura com Ivan Serpa, no Museu de Arte Moderna -
MAM/RJ;
1959 - É selecionado como bolsista para o curso de gravura em
metal com os gravadores Johnny Friedlaender e Edith Behring;
1976 - Volta a residir em João Pessoa, ingressa na Universidade
Federal da Paraíba - UFPB, onde ministra o curso de gravura em
metal;
1976 - É assessor cultural do governador Ivan Bichara Sobreira;
1976 - Participa da instalação da Pinacoteca da UFPB;
1978 - Trabalha no Espaço Cultural José Lins do Rego, como pro-
fessor de desenho, sendo o responsável pela primeira exposição de
artistas locais;
1987 - Ilustra o livro duplo “Sinal das Horas/Cantigas de Amor
para Inalda” de Vanildo Brito, publicado pela Edições 200 Livraria;

SUMÁRIO
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1987 - Participa do conselho do Instituto do Patrimônio Histórico e


Artístico do Estado da Paraíba – IPHAEP;
1993 - Trabalha no Departamento Cultural da Prefeitura de João
Pessoa, sendo o responsável pela implantação do projeto cênico da
Paixão de Cristo;
2000 - É curador da Sala Especial Desenho do 9º Salão Municipal
de Artes Plásticas, realizado no Núcleo de Arte Contemporânea da
Universidade Federal da Paraíba - NAC/UFPB;
2001 - É homenageado no 7º Festival Nacional de Arte, promovido
pela Fundação Espaço Cultural, em João Pessoa;
2002 - Recebe o título de Honra ao Mérito, do Conselho Estadual
de Cultura, em João Pessoa;
2003 - É homenageado com a instalação da Sala Hermano José, no
Núcleo de Arte, Cultura e Eventos - NACE do Centro Federal de
Educação Tecnológica da Paraíba - CEFET, em Jaguaribe, Paraíba;
2003 - Publicação do livro Hermano José, com textos de Gabriel
Bechara, Fernando Moura, Silvana Sorrentino e Terezinha Fialho,
publicado pela Textoarte;
2007 – Recebe homenagem da Assembléia Legislativa do Estado
da Paraíba, numa propositura da deputada Nadja Palitot;
2013 – É lançado o livro “A Vida Luminosa de Hermano José”, por
Irismar Fernandes de Andrade, João Pessoa PB, edições SESC Pa-
raíba;
2017 - É Inaugurada, pela UFPB, a Casa de Cultura Hermano José,
em João Pessoa.

SUMÁRIO
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ÁRVORE DOS DESCENDENTES DE


JOAQUIM JOSÉ PEREIRA DE MELO E
MARIA AUGUSTA ESPINOLA DE MELO

F1 – Maria Alzira Espínola de Melo, nasceu no Engenho Baixa


Verde, município de Serraria – (PB), aos 30 de maio de 1896 e fale-
ceu em João Pessoa, aos 04 de junho de 1981. (Zirinha – solteira).
F2 – Maria Alice Espínola Guedes (Licinha), nasceu no Engenho
Baixa Verde, em Serraria (PB), aos 06 de junho de 1897 e faleceu
em João Pessoa, 1995, casou-se com seu primo Raul Espínola Gue-
des, na cidade de Cruz do Espírito Santo, em 22 de maio de 1921.
Residiu por muito tempo na cidade de Caiçara (PB), onde Raul
exercia o cargo de Coletor Federal. Com os filhos:
N1 – Hermano Guedes de Melo, nasceu no Engenho Baixa
Verde, aos 15 de julho de 1922 e faleceu em João Pessoa
(PB);
N2 – José Espínola Guedes;
N3 – Ailton Espínola Guedes;
N4 – Humberto Espínola Guedes;
N5 – Gilson Espínola Guedes, nasceu em Caiçara (PB), aos
09 de junho de 1933 e faleceu em João Pessoa (PB), em 15
de junho de 2019. Formado em Medicina pela Universidade
Federal da Paraíba, onde foi professor; era casado com
Vilma Espínola Guedes.
N6 – Nilton Espínola Guedes;
N7 – Sílvio Espínola Guedes;
N8 – Maria Zélia Espínola Guedes;
N9 – Lurdes Espínola Guedes;
N10 – Maria Salete Espínola Guedes de Mello Lula, espo-
sa do Dr. José Weber de Mello Lula;
SUMÁRIO
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N11 – Maria do Carmo Espínola Guedes Pereira de Carva-


lho, nasceu em João Pessoa (PB), é casada com o engenhei-
ro Carlos Pereira de Carvalho.
N12 – Maria Ilza Espínola Guedes.
F3 – Joaquim José Pereira de Melo Filho, nasceu no Engenho Bai-
xa Verde, no município de Serraria (PB), aos 07 de dezembro de
1898 e faleceu em João Pessoa (PB), aos 26 de julho de 1996, sendo
sepultado no cemitério público de Serraria (PB). Funcionário pú-
blico federal (Ministério da Agricultura / Departamento de Fo-
mento Agrícola em João Pessoa); era casado com a professora Auta
Cardoso de Melo. Pais de:
N13 – José Reinolds Cardoso de Melo, nascido em João
Pessoa em 1944; Engenheiro Civil e Sanitarista com mes-
trado em Saneamento e doutorado em Urbanismo, profes-
sor da UFPB (aposentado) e engenheiro da Companhia de
Águas e Esgotos da Paraíba – CAGEPA (aposentado) casa-
do, desde 1970, com Luiza Marilac Pinto de Melo, Farma-
cêutica, Bioquímica, Bióloga e Professora. Pais de:
B1 – Dimitri Pinto de Melo, nascido em João Pes
soa em 1971, Engenheiro Civil com mestrado em
Recursos Hídricos, Bacharel em Direito e Auditor
Fiscal do Estado da Paraíba, casado em primeiras
núpcias com Fabíola Castor de Melo, Médica (fale-
cida), pais de Filipe Castor de Melo (estudante de
Medicina), e casado em segundas núpcias com Ger-
lane Azevedo Guedes de Melo, Engenheira, pais de
Letícia Azevedo Guedes de Melo (estudante do
primeiro ano do Ensino Médio);
B2 – Alessandra de Melo Espínola Guedes, Admi
nistradora de Empresas com Habilitação em Análise
de Sistemas, nascida em João Pessoa em 1974, casa-
da com Hamilton Madruga Espínola Guedes, Pri-
meiro Tenente do Exército (reserva) e Administra-
dor de Empresas com Habilitação em Análise de

SUMÁRIO
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Sistemas, pais de Humberto de Melo Espínola Gue-


des (Médico) e Luiza de Melo Espínola Guedes (es-
tudante de Odontologia).
N14 – Joaquim Robertson Cardoso de Melo; nascido em
João Pessoa em 1949, Engenheiro Agrônomo formado pela
UFPB, casado em primeiras núpcias com Maria Raimunda
de Sousa Melo (Professora e Contadora). Pais de:
B3 - Rodrigo de Sousa Melo, nascido em 01 de outu
bro de 1977, na cidade de Teresina (PI). Formado em
Turismo e Hotelaria pela Universidade Católica de
Pernambuco, com mestrado em Desenvolvimento e
Meio Ambiente pela UFPB e doutorado em Desen-
volvimento e Meio Ambiente, pela UFPI. Casado
com Ruceline Paiva Melo Lins, formada em Ciências
Biológicas pela UEPB, com mestrado em Desenvol-
vimento e Meio Ambiente pela UFPB e doutorado
em Recursos Naturais pela UFCG, pais de Heitor
Paiva Melo Lins e Mariana Paiva Melo Lins.
B4 - Daniela de Sousa Melo, nascida em 16 de junho
de 1981, na cidade de Teresina (PI). Administradora
de Empresas, formada pela Universidade Federal de
Pernambuco, funcionária do Banco do Brasil em João
Pessoa, casada com Paulo José Pimentel Rodrigues de
Lemos, aposentado do Banco do Brasil, Advogado.
35 - Luciana de Sousa Melo, nascida em 02 de abril
de 1985, na cidade de Teresina (PI). Arquiteta forma-
da pela Universidade Federal de Pernambuco, com
escritório e residência em Recife PE.
N15 – Maria Selda Cardoso de Melo, nascida em João Pes
soa em 1941, Geógrafa, Professora (aposentada) e ex-
funcionária da Companhia Hidroelétrica do Vale do São
Francisco – CHESF, viúva de José Amaury Borges de Mo-
rais, Administrador com ênfase em Marketing. Pais de:

SUMÁRIO
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B6 - Rogério de Melo Morais nascido em Recife (PE)


em 26 de fevereiro de 1985, Administrador de Em-
presas, Especialista em Gestão do Processo Educaci-
onal pela UPE, e Especialista em Gestão e Liderança
Pública, pelo Centro de Liderança Públi-
ca/Singularidades, casado com Jadde Barbosa do
Nascimento, Administradora com MBA em Gerenci-
amento de Projetos, nascida em Parnaíba (PI), em 28
de maio de 1988.
T1 – Joana Barbosa de Carvalho, nascida
em Recife (PE), aos 02 de abril de 2020.
F4 – Maria do Carmo Espínola de Melo (Carminha – solteira),
nasceu no Engenho Baixa Verde, município de Serraria (PB), aos
07 de março de 1900 e faleceu em João Pessoa (PB).
F5 – Maria das Mercês Espínola Guedes, nasceu no Engenho Bai-
xa Verde, município de Serraria (PB), em 15 de dezembro de 1901.
Era casada com seu primo Oscar Espínola Guedes, com os filhos:
N16 – Juarez Espínola Guedes;
N17 – Selma Espínola Guedes
N18 – Germana Espínola Guedes;
N19 – Célio Espínola Guedes;
N20 – Celeste Espínola Guedes;
N21 – Oscar Espínola Guedes.
F6 – Maria de Lourdes Pereira de Vasconcelos (Lurdinha), nasceu
no Engenho Baixa Verde, no município de Serraria (PB), aos 11 de
agosto de 1903, estudou em Natal (RN) e em João Pessoa (PB),
funcionária do Departamento de Fomento Agrícola em João Pes-
soa; era casada com Miguel Pessoa de Vasconcelos, ex-funcionário
dos Correios e Telégrafos.
F7 – Maria das Neves Espínola de Melo (Nevinha – solteira), nas-
ceu no Engenho Baixa Verde, no município de Serraria (PB), aos 28
de fevereiro de 1907 e faleceu em João Pessoa (PB).
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 265

REGISTRO DE BATISMO Nº 417 – HERMANO

Aos dois de agosto de mil novecentos e vinte e dois,


na Matriz, foi solenemente baptisado pelo padre
abaixo assignado HERMANO nascido a quinze de
julho deste ano, filho legítimo de Raul Espínola Frei-
res e Maria Alice Espínola, sendo padrinhos: Firmi-
no Freires Bezerra e Maria Augusta Espínola. Para
constar mandei fazer este termo que assigno.
Padre Gabriel Toscano – Vigarº.

Fonte: Livro nº 12, página 198. Paróquia do Sa-


grado Coração de Jesus de Serraria – PB.

O ENGENHO BAIXA VERDE 3

Em 1846 nasceu Joaquim José Pereira de Melo 4, na cidade


de Areia no Brejo Paraibano. Perdeu o pai ainda jovem e junto com
outro irmão foi criado por um tio - Salustiano Pereira de Melo - no
engenho Cafundó, em Serraria, em meio à grandes dificuldades.
Muito trabalhador, recebeu do tio um sítio onde poderia plantar
nos períodos de descanso. Conseguiu juntar e comprar a terra de

3
Depoimento e informações prestadas por José Reinolds Cardoso de
Melo, neto de Joaquim José Pereira de Melo.
4 Em 1908, com 62 anos, faleceu vítima de tétano (comentário da família),

deixando a viúva Dona Nazinha com seis filhas e um filho – Joaquim José
Pereira de Melo Filho, com apenas dez anos e que após concluir seus
estudos em internato no Colégio Diocesano Pio X, assumiu a administra-
ção do Baixa Verde onde se casou, em 1940, com Auta Cardoso de Melo,
nascida no engenho Macaíba de São Severino, em Alagoa Nova, sobrinha
do Cônego Cardoso (Pároco) e professora em Serraria.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 266

Baixa Verde, onde construiu o engenho e a Casa Grande em 1883,


(já no final do período da escravidão) com 37 anos de idade, pois
tinha assumido que só casaria quando pudesse ter uma boa casa
para constituir sua família. Casou-se em 1895 com Maria Augusta
Espínola de Melo, uma belíssima jovem da família Batista Espíno-
la, de Mamanguape, para onde ele levava rapadura para vender e
avistou a donzela na janela de sua casa!

Joaquim José Pereira de Melo e Maria Augusta Espínola de Melo - Nazinha


(acervo da família).

A Casa Grande do engenho Baixa Verde, com 715m², con-


forme atesta o documento histórico “Brejo Paraibano: contribuição
para o inventário do patrimônio cultural” escrito por Antônio Au-
gusto de Almeida em 1994, é imponente, construído durante o rico
ciclo econômico do café e da rapadura no Brejo, utilizou materiais
industrializados importados, representando um dos principais
exemplares de Casa-Grande de engenho do Brejo Paraibano, e
demonstra a influência neoclássica da época no elaborado projeto.
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R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 267

O corpo principal da casa, com três níveis, sendo o inferior ocupa-


do por depósitos e um pátio ladrilhado para secagem de café, o
segundo com salas, quartos, copa e cozinha, com cinco janelas
frontais com balcões de ferro forjado compondo a fachada, e o ter-
ceiro nível é um sótão, com todo o piso em assoalho de madeira,
com quartos comunicados por um corredor com balaustrada aber-
ta voltada e interligada com a sala do segundo piso através de
uma escada helicoidal também em madeira e janelas para o oitão.
A casa é ladeada por um jardim amplo no mesmo nível e que in-
terliga com uma Capela (construída em 1917) e um sobrado para
hóspedes com cinco quartos.

Casa Grande de Baixa Verde e seu entorno em 1/09/2020


(fonte: www.glaucomoraisimoveis.com.br).

SUMÁRIO
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Casa Grande do Engenho Baixa Verde (foto: Palmari de Lucena).

Vista aérea do complexo arquitetônico do Engenho Baixa Verde: Casa Grande,


fábrica, senzalas e barracões (foto: Palmari de Lucena).

SUMÁRIO
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Jardins da Casa Grande do Engenho Baixa Verde (foto: Palmari de Lucena).

A HISTÓRIA E A ESTRUTURA DO ENGENHO BAIXA VERDE


5

O Engenho Baixa Verde, situado no município de Serraria


(PB), foi construído em 1883. Conserva a capela, casa curada, bar-
racão e fábrica de açúcar, que envolve moenda, pás de mexer, ga-
rapa fria e fervente, nos tachos. É, hoje, local para visitações e es-
tudos sobre os ciclos do café e açúcar.
A sua Casa-Grande contém portentosos gradis que guar-
dam um pátio para a secagem do café produzido. Vale salientar
que a região do Brejo da Paraíba foi produtora de café, em escala
razoável.
Está situado no sopé da serra que dá acesso à cidade de
Serraria e, por isso, seu entorno apresenta reservas de Mata Atlân-
tica com árvores centenárias, clareiras e pedras gigantes, além de
poderosa cachoeira, formando um cenário ecológico dos mais
aprazíveis.

5Pesquisa conjunta realizada com a professora, economista e pesquisado-


ra Zélia Almeida, do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba.
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 270

HISTÓRICO DA ÁREA

O Complexo Baixa Verde constitui o mais completo


exemplar colonial. Participou dos vários ciclos econômicos pelos
quais a região do Brejo da Paraíba atravessou. Permanece perfeito,
em sua concepção original.
Difícil seria encontrar um patrimônio cultural completo,
onde se introduz, pelo menos, uma existência de 140 anos.
Joaquim José Pereira de Melo, seu fundador, foi uma
grande liderança política de Serraria, tendo exercido vários cargos
na administração municipal. Foi vereador e o primeiro vice-
presidente da Intendência de Pilões, quando a sede do Município
era naquela então vila – 1885. Em 1895 foi eleito Presidente do
Conselho Municipal, em 1897, com a transferência da sede do mu-
nicípio de Pilões para Serraria, em virtude da Lei no 80, de 13 de
outubro de 1897, foi eleito presidente do Conselho Municipal de
Serraria. Constitui um dos líderes da emancipação política do Mu-
nicípio, em 1897, ao lado dos irmãos Antônio Bento, Francisco Du-
arte dos Santos, e Padre Francisco Targino. Também, um dos balu-
artes da transferência da Freguesia do Sagrado Coração de Jesus
de Pilões para Serraria, conforme Decreto Diocesano de 02 de ou-
tubro de 1900, assinado pelo Bispo da Paraíba, Dom Adauto de
Miranda Henriques. Contribuiu para a construção da Igreja Ma-
triz.
José Reinolds Cardoso Melo6 diz que seu avô chegou jo-
vem na povoação de Serraria, em companhia do irmão José Pereira
Góis. Passou a trabalhar com o coronel Joaquim Salustiano Pereira
de Melo, proprietário do Engenho Cafundó. Ele trabalhava muito,
mesmo nos finais de semana. Amealhava recursos, com o intuito
de adquirir a propriedade Baixa Verde. Posteriormente, construi-
ria o complexo arquitetônico.

6
José Reinolds Cardoso de Melo é neto do fundador do Engenho Baixa
Verde.

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O artista plástico Hermano José7, nascido no Engenho Bai-


xa Verde, dizia que a construção da Casa-Grande do Engenho foi
um desafio colocado pela noiva do seu avô. Ele topou o desafio,
cumpriu sua promessa, mesmo que não houvesse casado com ela.
Joaquim José produzia açúcar mascavo, café, aguardente e,
também, rapadura. Escoava a produção pelo Porto de Maman-
guape. Nessa cidade – Mamanguape – conheceu Maria Augusta
Cavalcanti Espínola, casando-se em 1895. Daí, passaram a habitar
o Engenho Baixa Verde.

O FUNDADOR

Joaquim José Pereira de Melo nasceu na cidade de Areia


(PB), no ano de 1846 e faleceu na Vila de Serraria (PB), no ano de
1908. Era filho do capitão Estevão Pereira de Góis e Rosa Francisca
de Montenegro (Rosária Francisca de Vasconcelos). Casou-se com
49 anos, em Mamanguape, aos 18 de maio de 1895, com a jovem
Maria Augusta Cavalcanti Espínola, 22 anos, filha de Joaquim Ba-
tista e Cordulina Bezerra Cavalcanti Espínola. Depois de casada,
dona Maria Augusta passou a chamar-se Maria Augusta Espínola
de Melo, a Dona Nazinha. O casal teve 7 filhos: Joaquim José Pe-
reira de Melo Filho; Maria Alice, Maria Alzira, Carmen, Maria de
Lourdes, Maria das Neves e Maria das Mercês.

O COMPLEXO CASA-GRANDE

A Casa-Grande está situada numa encosta, em posição ele-


vada ao Engenho e demais edificações. O sítio localiza-se na con-
fluência do riacho Roncador com o rio Araçagi-Mirim e ocupa a
porção convexa de um dos interessantes meandros que este curso
forma, nas proximidades da cidade de Serraria, ao contornar as
vertentes escarpadas. O acesso se faz a partir dessa cidade de onde

7
Hermano José, artista plástico, neto de Joaquim José Pereira de Melo.

SUMÁRIO
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se desce a escarpa em meia encosta, alcançando-se o conjunto obli-


quamente à fachada sudeste da Casa-Grande.
É um dos principais exemplares, com pátio externo e en-
trada lateral, da arquitetura de Casa-Grande de engenho do Brejo
da Paraíba. No último quartel do século XIX, quando já se acentu-
ava o declínio do regime escravagista, se difundiam novas técnicas
construtivas que foram utilizadas na construção, inclusive se utili-
zando materiais industrializados importados. Mas foi o rico ciclo
econômico do café que proporcionou o acabamento mais elabora-
do. O pátio ladrilhado tinha a função de secador solar de café e as
dependências térreas, os depósitos. O muro o isolava da bagaceira
do engenho, onde ficavam os animais. A produção do açúcar par-
ticipava do programa da planta: a dependência à direita, a se co-
municar diretamente com o engenho, era o seu depósito e secador
de açúcar. O corpo principal da casa é uma adaptação do sobrado
urbano descrito por Vauthier8, com cumeeira paralela à fachada
frontal.
A antiga agroindústria atualmente é propriedade privada
da família Espínola. Integra o cenário do Engenho Baixa Verde,
deslumbrante paisagem de terra, clima agradável – frio e úmido –
que adornam o visual dos velhos engenhos. Próximo à proprieda-
de encontra-se a mata do Grilo, que tem como diferencial a curiosa
Pedra da Furna. Era utilizada pelos índios, como abrigo. No Enge-
nho Baixa Verde foram realizadas as filmagens de época para um
documentário de Machado Bittencourt.
A Cidade de Serraria é famosa pela sua paisagem serrana.
Mostra muitas florestas de palmeiras. Os vales verdejantes, que
perduram na região do Brejo da Paraíba, integram a paisagem dos
velhos engenhos, que favorecem a atividade cultural e turística.
Nomes ilustres, como os Pereira de Melo, Guedes Pereira,
Miranda Henriques, Duarte Santos e Santos Lima na região dos

8 Louis Léger Vauthier foi um engenheiro fourierista e politico francês,


conhecido no Brasil por ter projetado importantes obras durante o século
XIX em Pernambuco.
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municípios de Serraria, Bananeiras, Areia e Pilões, favorecem a


integração econômica da região.

ICONOGRAFIA

Capitão Joaquim José Pereira de Melo, Senhor do Engenho Baixa Verde.


Foto: gentilmente cedida por Reinolds Melo.

Casal Maria Augusta Espínola de Melo (Nazinha) e Joaquim José Pereira de


Melo – avós maternos de Hermano José (foto cedida por Gilson Espínola Gue-
des Filho).

SUMÁRIO
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Dona Maria Alice Espínola Raul Espínola Guedes, pai


Guedes, mãe de Hermano de Hermano (foto: Salete
José (foto cedida por Salete Espínola Guedes).
Espínola).

Firmino Guedes Bezerra, Dona Anna Anália Espínola


avô paterno de Hermano Guedes, avó paterna de
José (foto: Salete Espínola Hermano José (foto: Salete
Guedes). Espínola Guedes).

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Joaquim José Pereira de Melo Filho, tio de Hermano


(foto cedida por José Reinolds Cardoso de Melo).

Hermano José com os conterrâneos, poeta Genézio Mendes, jornalista José


Nunes e Nemésio Cavalcanti, no lançamento do livro “A vida luminosa de
Hermano José”, de Irismar Fernandes de Andrade. Sesc João Pessoa (PB), 2013
(foto: arquivo do autor).

SUMÁRIO
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REFERÊNCIAS:

Arquivos pessoais de José Reinolds Cardoso de Melo, Salete Espí-


nola Guedes, Dr. Gilson Espínola Filho, Pesquisador de Caiçara
Jocelino Tomaz e José Nunes.
ALMEIDA, Augusto de. Brejo Paraibano: contribuição para o
inventário do patrimônio cultural. João Pessoa: Secretaria de
Educação e Cultura. 1994.
ALMEIDA, Zélia. Cenários turísticos: potencial e crise. João Pes-
soa: Ideia, 2007.
_______________. A dor da pobreza, uma dor de mundo. João
Pessoa: Ideia, 2019
ANDRADE. Irismar Fernandes de. A vida luminosa de Hermano
José. João Pessoa, Sesc Paraíba/ Gráfica Santa Marta, 2013.
LIMA. Antenor E. de Oliveira. História das cidades de Araruna e
Caiçara no Estado da Paraíba e de seus familiares. João Pessoa,
1988.
FamilySearch. sítio da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últi-
mos Dias, disponível em http://familysearch.org
ITAÚ CULTURAL.
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/in
dex.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=4958&cd_idio
ma=28555&cd_item=3&CFID=15852626&CFTOKEN=16325049&js
essionid=5c303b08a4964b691a5b
CAICARA PB.
Disponível em <http://www.caicarapb.com.br/?p=2042>

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ITINERÁRIO HERÁLDICO DA PARAÍBA CATÓLICA 1

Iª PARTE – A HERÁLDICA CARMELITA


Cícero Caldas Neto2
ciceroc@gmail.com

“Hoje a heráldica e os brasões são dixes


com que se entretêm as crianças barbadas:
o jôgo de xadrês é coisa
incomparavelmente mais grave”. 3

I
nstado a escrever algumas linhas sobre a passagem do
centenário de nascimento do confrade Monsenhor Euri-
valdo Caldas, outrora membro do Instituto Paraibano
de Genealogia e Heráldica, debrucei-me em algumas
obras por ele editadas, relacionadas à história da Igreja
Católica na Paraíba. Assim, delas escolhi a mais repre-
sentativa para servir de base para este artigo e que permitisse sua
mescla com a Heráldica Eclesiástica como se da leitura resultasse
um “complemento, um adendo” àquela, sem descurar da riqueza
da pesquisa histórica levada a cabo naqueloutras editadas pelo
Monsenhor.

1
Tomei por base o título do livro do Mons. Eurivaldo Caldas, publicado
em 1985, da Coleção IV Centenário da Paraíba.
2
O autor é Membro Efetivo do IPGH, Titular da Cadeira N.º 23.
3 Alexandre Herculano, in Solemnia Verba, Lisboa, Imprensa Nacional,

1850, p. 61 (Rodrigues: 1957, p. 395).

SUMÁRIO
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Nas comemorações do IV Centenário da Paraíba, em 1985,


Eurivaldo se preocupou em resgatar “o valioso contributo presta-
do pela Igreja Católica ao aperfeiçoamento moral e espiritual do
homem paraibano...” e fez editar o “Itinerário da Paraíba Católica”
onde compilou fatos, pessoas e datas ligadas à caminhada da Para-
íba católica, desde a sua colonização até à assunção de Dom Adau-
to de Miranda Henriques como o primeiro Bispo e Arcebispo da
nossa terra.
Naquele livro, deu destaque à chegada das primeiras or-
dens religiosas4 em nosso Estado - Jesuítas, Franciscanos, Carmeli-
tas e Beneditinos – e sua ação missionária. Assim, com a trilha já
aberta, fui buscar na Heráldica Eclesiástica, o ramo da armaria
sobre o qual estudos não sobejam, a descrição dos brasões das or-
dens primeiras que aqui aportaram, como um contributo à memó-
ria do parente, hoje no plano espiritual e, ao mesmo tempo, revi-
gorar um dos objetivos do IPGH, o de cultuar a antiga ciência e
arte de descrever os brasões de armas ou escudos.
Para não me alongar e provocar cansaço no leitor, resolvi
dividir o trabalho em 4 partes, dando início com a Heráldica da
Ordem Carmelita, seguindo-se, na próxima edição da Revista do
IPGH, com a da Ordem Franciscana, na sequência virá a Benediti-
na e finalizando com a Jesuíta, ressaltando que desta última faz
parte o Cardeal Jorge Mário Bergoglio (atual Papa Francisco), o
primeiro jesuíta a alcançar o Trono de São Pedro, a partir de 13 de
março de 2013.

4
Para aprofundar o conhecimento sobre as ordens religiosas que aqui
aportaram, recomendo leitura do trabalho “O Clero Secular e Regular nos
primórdios da Paraíba. 1. Os Jesuítas, 2. Os Franciscanos, 3. Os Benediti-
nos, 4. Os Carmelitas”, de autoria do médico, historiador e confrade Gui-
lherme Gomes da Silveira D’Ávila Lins.
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 279

A CHEGADA DOS CARMELITAS NA PARAÍBA

É controversa a data de chegada do clero carmelitano à


Paraíba, todavia chegaram após os jesuítas, primeiros a se estabe-
lecerem no Brasil. Prefiro não adentrar na questão por fugir ao
objetivo maior do presente trabalho, mas destaco que vários histo-
riadores consideram a vinda no ano de 1591, ligados que eram à
expedição de Frutuoso Barbosa à este Estado, autorizada pelo rei
Cardeal Dom Henrique, em 1579.
Vale a menção em sentido contrário:
“Podemos dizer, por exemplo, que até o dia
19 de setembro de 1599 — quando os Jesuí-
tas já estavam expulsos da Capitania da
Paraíba e os Franciscanos a tinham aban-
donado em virtude de desinteligências com o
Capitão e Governador Feliciano Coelho de
Carvalho — os Carmelitas ainda não eram
chegados a esta terra. Isto se depreende de
um documento cartorial naquela data, refe-
rente aos Beneditinos que, por sua vez, ain-
da não haviam se estabelecido na Paraíba,
embora muita gente pense o contrário.” 5

E arremata o historiador quanto à provável data de chega-


da daqueles religiosos à terra tabajara:

“Diante disso, já se pode dizer, em caráter


preliminar, que os Carmelitas só arribaram
às plagas da Capitania da Paraíba por vol-
ta dos primeiros anos do Século XVII, entre
cerca de agosto de 1600 e cerca de setembro
de 1604 e, por razões que ficarão claras a se-
guir, este estabelecimento ocorreu possivel-
mente na segunda metade daquele período
(1602-1604).”6

5
D’Ávila Lins, Op. cit.
6
D’Ávila Lins, Op. cit.
SUMÁRIO
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Portanto, está feito o registro e esclarecida a data da chega-


da dos carmelitas, fruto da substanciosa pesquisa levada a cabo
pelo professor Guilherme D’Ávila Lins.
Também é certo que em 1584 fundaram em Olinda seu
primeiro convento, seguindo-se o da Bahia, Rio de Janeiro e San-
tos. De igual modo, foi no dia 15 de agosto de 1722 que se lançou a
pedra fundamental da Capela da Ordem Terceira7 de Nossa Se-
nhora do Monte do Carmo (MELLO, 2004: 47) nesta cidade de João
Pessoa (PB) e na manhã do dia 27 de dezembro de 1859 a Impera-
triz Tereza Cristina Maria, esposa do Imperador Dom Pedro 2º, fez
visita oficial àquela Capela quando recebeu o título de Prioreza
Perpétua e Protetora da Venerável Ordem Terceira do Carmo da
Paraíba (ALMEIDA, 1982: 107).
Em data de 11 de novembro de 1909 foram vendidos todos
os bens existentes neste Estado da Paraíba e no do Rio Grande do
Norte, então pertencentes ao patrimônio do antigo Convento de
Nossa Senhora do Carmo desta Cidade, ao Reverendíssimo Bispo
Dom Adauto de Miranda Henriques, para o patrimônio da Mitra
diocesana.

7
As Ordens ou Congregações Religiosas dividem-se em três classes ou
categorias distintas: a) a primeira, composta pelos frades de vida conven-
tual e voto perpétuo; b) a segunda, é a das freiras, monjas e irmãs, que
também fazem votos e vivem em comunidade claustral; c) a terceira,
compõe-se de leigos, homes e mulheres, casados, solteiros ou viúvos, e de
padres diocesanos que embora não vivam em convento congregam-se em
associação religiosa... e de conformidade com uma regra ou estatuto es-
pecial, também fazem o seu ano de noviciado e solenemente professam.
A denominação de Ordem Terceira advém do diploma pontifício de
Sixto IV, no século XV.
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A conclusão da obra do complexo carmelitano foi demora-


da, pois incluía o Convento, a igreja de Nossa Senhora do Carmo8,
a capela de Santa Teresa e a casa dos exercícios dos Irmãos Tercei-
ros, o que se deu somente no século XVIII quando, de acordo com
os registros históricos, Frei Manuel de Santa Teresa as deu por
encerradas após usar recursos próprios.

Em 1906 Dom Adauto transformou o Convento do Carmo


no prédio que hoje é conhecido como Palácio do Bispo. Em 1965, o
Palácio foi transformado na sede da Arquidiocese da Paraíba, fun-
cionando, até hoje, como Cúria Metropolitana.

8
Na Igreja do Carmo estão sepultados os pais do Arcebispo Dom Adauto
de Miranda Henriques, Ildefonso e Laurinda; como também o Barão do
Abiahy, Silvino Elvídio Carneiro da Cunha.
SUMÁRIO
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Túmulo do Barão de Abiahy,


na Igreja do Carmo

Interior da Igreja de Nossa


Senhora do Carmo

SUMÁRIO
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Erguida em 1592, em barroco romano, a igreja possui uma


única torre, com as características do estilo quinhentista. Sua fa-
chada e a torre são todas em pedra, assim como as talhas e os rele-
vos dos altares. A nave é ampla e majestosa, com motivos florais
esculpidos em calcário. Veem-se, ainda, o escudo da Ordem do
Monte Carmelo e um grande painel no Altar-mor com as iniciais
de Nossa Senhora do Carmo.

A HERÁLDICA ECLESIÁSTICA

A Heráldica é a ciência que estuda e interpreta as origens, a


evolução, o significado social e simbólico, filosofia própria, valor
documental e a finalidade icônica da nobreza, ou seja, os escudos
de armas (MATTOS, 1941: 15). A Heráldica Eclesiástica, por sua
vez, é o ramo da armaria que estuda e concebe as armas dos religi-
osos e de instituições da igreja. Nesse sentido, as armas dos religi-
osos têm sempre duas funções. A primeira é a de identificar o in-
divíduo; a segunda, de identificar a dignidade, a função do religio-
so na Igreja (SEIXAS, 2008: 416). A heráldica dos eclesiásticos tem
sido objeto de poucos estudos, dos quais sobressai a obra de sínte-
se de Bruno Heim9, o primeiro trabalho de arrolamento e análise
dos usos heráldicos dos membros da Igreja Católica. Este autor
veio a tornar-se o principal responsável pela investigação e aplica-
ção prática deste ramo da armaria.
Como dito, a heráldica das instituições religiosas não atraiu
tanto a atenção dos estudiosos, todavia encontramos estudos sobre
os brasões das várias ordens, mas dispersos por publicações pró-
prias destas instituições, geralmente inseridos em obras mais vas-
tas acerca da sua história, das quais constituem um pequeno apon-
tamento quase a título de curiosidade (SEIXAS, 2013: 37). Acresce
que tais obras são por vezes difíceis de encontrar e de consultar.

9Este importante estudo, resultado de uma vida dedicada à investigação


e à produção da heráldica eclesiástica, veio substituir as escassas obras
anteriores, todas elas fragmentadas e ultrapassadas.
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Assim se justifica, a meu ver, retomar o estudo das armas das con-
gregações religiosas, especificamente daquelas que se instalaram
na Paraíba, de forma a dinamizar estudos sobre a heráldica do
clero regular.

A HERÁLDICA CARMELITA: ZELO ZELATUS SUM PRO


DOMINO DEO EXERCITUUM

A heráldica da Ordem de Nossa Senhora do Monte do


Carmo constitui um caso peculiar e rico em simbolismo. As armas
seguem, com algumas variantes, o seguinte ordenamento: chapado
cruzado de prata e de castanho, três estrelas entrecambadas.10

10
Diz-se das figuras heráldicas, que, por entrarem noutras, se pintam de
cor diversa na parte que entra.
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 285

A partição do escudo, semelhante à da Ordem de São Do-


mingos (a qual difere nos esmaltes, negro e prata, e na ausência da
cruz), constitui inequívoca alusão a duas realidades. Em primeiro
lugar, ao local onde a ordem se originou: o monte Carmelo, na
Terra Santa, local sagrado desde tempos imemoriais. Com efeito,
terá existido aí um santuário ao deus Baal, depois reconvertido
pelos judeus em construção alusiva à presença do profeta Elias, e
por fim transformado numa pequena igreja dedicada à Virgem
Maria.
Segundo o Livro dos Reis do Antigo Testamento, desenro-
lou-se neste local o ordálio11 entre Elias e os sacerdotes de Baal: aí
se juntou a população depauperada por três longos anos de seca e
de fome, cabendo aos concorrentes fazerem pública prova de valor
da respectiva divindade. Ao passo que as preces dos seguidores de
Baal ficavam sem resultado, Iahvé enviou o fogo do céu para con-
sumir o holocausto preparado por Elias. A esta manifestação se-
guiu-se uma chuva portentosa, que pôs fim à provação do povo. A
partir de então, o profeta elegeu o monte Carmelo como local de
habitação. Por isso, este lugar é considerado sagrado, tanto para
judeus como para cristãos e muçulmanos, que veem nele a expres-
são da supremacia do Deus único.
Em segundo lugar, o chapado lembra o hábito da ordem. A
Idade Média conferia assinalável apreço ao simbolismo das vestes
religiosas. Neste sentido, o hábito carmelita acabou por se revestir
de uma inegável importância para a simbólica da ordem, em parti-
cular em três das suas componentes:
1. A túnica de lã crua, derivada da pele de camelo usada
pelo profeta Elias e pelos seus seguidores em sinal de austeridade
e de penitência; votos estes que a Ordem Carmelita, por séculos,
pretendeu perpetuar;

11
Prova judiciária destinada a inocentar um acusado. (O ordálio, também
chamado juízo de Deus, foi muito usado nos primeiros séculos da Idade
Média. Consistia em submeter à prova do fogo ou da água o acusado,
que, se dela saísse salvo, seria em geral declarado inocente.)

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 286

2. O escapulário, que cobria os ombros e incluía um capuz,


com o seguinte simbolismo: ao cobrir os ombros e tapar a cabeça,
representava o jugo da obediência, outro voto próprio da ordem; o
escapulário ligava-se à visão que São Simão Stock12 teve da Virgem
Maria e ao privilégio, dito “sabatino”, daí decorrente para aqueles
que pudessem usar esta veste de origem milagrosa;
3. O manto branco, alusivo àquele com que Elias cobriu o
rosto na gruta de Horeb e que deixou como herança ao seu discí-
pulo Eliseu, simbolizava a pureza do coração e a castidade do cor-
po; a capa era também apresentada como sinal de santidade e de-
voção, e considerada como peça essencial do hábito da ordem.
Originalmente, a capa seria barrada de negro e de branco, com um
simbolismo diversificado; porém a partir do século XIV predomi-
nou a capa toda branca. Outra explicação simbológica complemen-
tar relacionava a capa branca com o milagre da Imaculada Concei-
ção de Maria, tornando-a, pois, como símbolo de pureza.
Os esmaltes das armas carmelitas (prata e castanho) afigu-
ram-se invulgares do ponto de vista heráldico, pois o castanho não
faz parte do rol das limitadas tonalidades admitidas pela armaria.
A escolha destes esmaltes remete também para o hábito destes
religiosos: o castanho corresponde ao burel, tecido rude, áspero e
cuja cor derivava da ausência de tingimento, sendo tomado como
símbolo de pobreza e austeridade; ao passo que a prata representa
mais uma vez a pureza.

12
São Simão Stock foi um frade carmelita inglês, que viveu no século XIII,
e morreu em Bordeaux, França. Foi Prior Geral da Ordem dos Carmelitas.
Segundo uma tradição católica, Nossa Senhora do Monte Carmelo apare-
ceu-lhe numa visão e entregou-lhe o escapulário como sinal de sua prote-
ção.
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 287

Armas da Ordem do Carmo, na parede da Igreja Stella Maris (Haifa,


Israel)

Para além destes elementos simbólicos retomados do hábi-


to carmelita, as armas incluem também a presença de três estrelas
entrecambadas. Estas vêm tornar ainda mais complexo e simbólico
um escudo de armas já rico em ambas as características. Com efei-
to, as estrelas aludem à Virgem Maria, ao profeta Elias13 e ao seu
seguidor Eliseu.
A referência a Elias e a Eliseu explica-se da seguinte forma.
Segundo a tradição, Elias é entendido como o mais remoto funda-
dor do monaquismo14, pois vive no deserto e na solidão, especial-

13
Em 1725 o papa Benedito XII confirmava o profeta como fundador dos
carmelitas por intermédio da autorização da instalação da escultura de
Santo Elias na Praça de São Pedro no Vaticano, figurando-o entre os de-
mais fundadores das ordens monásticas.
14
Modo de vida daquele que deixa os assuntos do mundo e se devota à
religião. Essas pessoas são chamadas de monges se são homens e de
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 288

mente no Monte Carmelo, como nos indica o Livro dos Reis. A


comunidade dos “filhos do profeta” é entendida como o mais re-
moto antecedente de qualquer tipo de vida austera; e São Jerônimo
resume esta idéia fazendo remontar o princípio da ideia monástica
a Elias e Eliseu, logo seguidos por São João Batista. Essa mesma
tradição é retomada pelo primitivo monaquismo egípcio, para o
qual a primeira pessoa a se afastar dos prazeres, dedicando-se a
orações, privações e flagelações seria Elias, que procura Deus na
solidão do monte Carmelo. Com ele surgem os temas do deserto,
do isolamento, do ermo solitário, da mortificação e da procura da
perfeição.
O profeta não se limitou a um percurso solitário individual,
ao escolher Eliseu como seu sucessor criou o gérmen da própria
idéia da comunidade de homens que procuram Deus, ou seja, lan-
ça o modelo das comunidades de monges ou frades que estarão na
base das congregações religiosas cristãs.
Este predomínio da figura do profeta Elias levou à fixação
de mosteiros nos lugares a que a sua memória se encontrava liga-
da, na Terra Santa: o vale do Jordão; o monte Horeb; o monte Ta-
bor; a povoação de Sarepta; e, por fim, o monte Carmelo. O monte
Carmelo, sendo indicado como local privilegiado para a ascese15
do profeta Elias.
Traçou-se, depois, um paralelo entre Elias-Eliseu e Maria,
como exemplos de pureza extrema a atingir pela dedicação à vida
monástica. Este paralelismo constitui uma característica própria da
religiosidade carmelita, transplantada para a Europa pelos cruza-

monjas ou irmãs se são mulheres. As palavras monasticismo e mona-


quismo vêm do termo grego monos, que significa só.
15
Conjunto de preceitos severos, de ações disciplinares, e regras morais
destinadas aos fiéis, justificadas pelo ato de realizar as vontades divinas
ou para cumprir leis sagradas.

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 289

dos que com ela haviam contactado na Terra Santa, estando cla-
ramente representado nas conquistas carmelitanas de 128116.
O profeta do Antigo Testamento e a Mãe de Deus estavam
unidos na consonância da linhagem (ambos descendentes de
Abrãao) e na virgindade (respectivamente entre os homens e entre
as mulheres), ocupando, portanto, ambos o lugar de fundadores
espirituais da Ordem do Carmo. Assim se chegou à representação
da trindade Maria–Elias-Eliseu, que acabou por transitar para a
heráldica carmelita, primeiro sob a forma de figuração, depois sob
a forma simbólica de estrelas.
A escolha das estrelas explica-se por duas ordens de razão.
Em primeiro lugar, por se tratar de uma invocação mariana pre-
sente na oração de São Simão Stock (Stella Maris) associada ao es-
capulário; e porque o seu número corresponde também às três
estrelas usadas na iconografia mariana em alusão à virgindade de
Maria antes, durante e depois do parto. Em segundo lugar, as es-
trelas aludem ao episódio da transfiguração de Elias aos céus, le-
vado num carro de fogo, num episódio que funciona, na ótica cris-
tã, como precursor quer da ascensão de Cristo, quer da assunção
da Virgem Maria. Note-se, por fim, que esta proximidade simbóli-
ca entre Maria e Elias está representada nos dois timbres costumei-
ros nas armas da ordem, ora aparece o braço com a espada flame-
jante referente ao holocausto consumado no monte Carmelo, ora o
semicírculo de doze estrelas, símbolo consagrado de Maria.

16
Formuladas em 1281 as Constituições Carmelitanas de Londres tenta-
vam esclarecer dúvidas sobre a origem e desenvolvimento da Ordem de
Nossa Senhora do Carmo, além de dispor sobre os aspectos mais gerais
da congregação. A sua rubrica I mencionava o profeta Elias na tentativa
de elucidar os inúmeros questionamentos que surgiam sobre os primór-
dios da ordem.
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 290

O ESCUDO DO CARMO

A representação do escudo carmelita surge pela primeira


vez nos finais do século XV, em 1499, na capa dum livro sobre a
vida de São Alberto da Sicília. Alí o símbolo gráfico aparece sob a
forma de um “vexillum”, isto é, um estandarte ou bandeira que
depois se foi modificando nalguns pormenores com o correr dos
tempos até assumir a atual forma de escudo heráldico. O Escudo
do Carmo é composto por cinco elementos:

A montanha

Uma montanha estilizada com ladeiras arredondadas e cu-


jo cimo se projeta para o céu. Esta montanha evoca o monte do
Carmelo, lugar de origem da Ordem do Carmo. O monte do Car-
mo se situa em Haifa, Israel. No século IX antes de Cristo ali viveu
o profeta Elias. No mesmo lugar e nos finais do século XII depois
de Cristo, ali se agruparam alguns eremitas inspirados no profeta

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 291

Elias, com o objetivo de “viver em obséquio de Jesus Cristo” (Re-


gra 2).
O monte se encontra coroado com a Cruz de Cristo que São
João da Cruz lhe acrescentou.

A cruz

A cruz é o preço da salvação, a presença de Deus, a certeza


da Ressurreição, e a cruz da vida que o pai São João da Cruz para
si escolheu como sinal do amor de Deus.
A montanha e a cruz são castanhas e inscrevem-se num
fundo branco. Estas são as cores do hábito carmelita: túnica, esca-
pulário e capucho castanhos; capa e capucho brancos. Assim re-
vestidos devem recordar de que devem viver na terra castanha a
peregrinação da fé, porém com os olhos na alvura do Céu, morada
do Cordeiro Imaculado.

As três estrelas

Três estrelas de seis pontas que se dispõem da seguinte


maneira: uma de cor de prata situa-se no centro da montanha, e as
outras duas ficam simetricamente dispostas no céu de cor branca,
à direita e esquerda das ladeiras da montanha.
A interpretação das estrelas é variada e de grande riqueza.
A estrela branca, situada no nível inferior, evoca a pureza da Vir-
gem Maria, Mãe e Irmã dos Carmelitas, evoca também a primeira
igrejinha dedicada à Nossa Senhora do Carmo; há, porém, quem a
identifique com os Carmelitas que estão a caminho do cimo do
monte Carmelo. As estrelas superiores, de cor dourada, represen-
tam os pais e mestres da Ordem do Carmo: São João da Cruz e
Santa Teresa de Jesus. Noutras interpretações as duas estrelas re-
presentariam os profetas Elias e Eliseu, e ainda os Carmelitas que
já terminaram a sua peregrinação e subiram ao cimo do monte
Carmelo.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 292

A coroa

A coroa de ouro representa o Reino de Deus, o supremo


Soberano do Carmelo. Na verdade, os Carmelitas procuram “ser-
vir fielmente a Deus, com coração puro e de boa consciência” (Re-
gra 2). Para cumprir este serviço a Deus, os Carmelitas inspiram-se
nas figuras do Profeta Elias e da Virgem Maria.
A coroa representa ainda Maria e a sua realeza sobre a Or-
dem do Carmo, a Ordem de Maria.

O braço com uma espada

Um braço com uma espada de fogo e uma fita com uma ci-
tação bíblica. A origem eliana17 da Ordem está representada no
braço de Elias que sustenta uma espada de fogo. De um lado e de
outro da espada há uma fita com uma inscrição em latim: “Zelo
zelatus sum pro Domino Deo exercituum” (Ardo de zelo pelo Se-
nhor Deus dos exércitos [1 Reis 19,10]).
O braço e a espada mostram também a ardente paixão de
Elias pelo Absoluto de Deus, cuja “palavra ardia como um archo-
te” (Eclesiástico 48,1). Para os Carmelitas Elias é o profeta solitário
que vivendo na presença de deus cultiva a sede do único Deus.

17
A origem eliana ainda é um dos tópicos mais polêmicos na história da
Ordem Carmelita. Defendida com ardor pelos carmelitas, por diversas
vezes seria objeto de contestação por parte dos membros de outras con-
gregações e clero regular. “Atualmente, os carmelitas atribuem a Santo
Elias o título de pai da ordem, pois o profeta teria fornecido o modelo
que inspirou a vida ascética dos primeiros eremitas do Monte Carmelo.
Não obstante, esclarecem que Santo Elias não foi o fundador da Ordem
de Nossa Senhora do Carmo no sentido literal da palavra como Santo
Inácio havia sido dos Jesuítas ou São Francisco dos Seráficos, portanto, a
suposta origem eliana dos carmelitas seria uma lenda de valor puramen-
te espiritual. (HONOR: 2017, 3)
SUMÁRIO
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Por isso, como o Profeta, levam “a espada do Espírito, que é a Pa-


lavra de Deus” (Regra 19).

As doze estrelas

A índole mariana da Ordem está ainda simbolizada nas doze


estrelas que recordam a aparição “duma mulher vestida de sol,
com a lua debaixo dos pés e na sua cabeça uma coroa de doze es-
trelas” (Apocalipse 12,1). Na Virgem Maria, Mãe de Deus, os Car-
melitas encontram a imagem perfeita de tudo aquilo que desejam e
anseiam ser.
Numa outra interpretação, as doze estrelas em arco repre-
sentam todos os santos do Carmo. Eles são a coroa de estrelas que
rodeiam o trono de Deus e do Cordeiro, onde Maria tem lugar de
honra.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 294

REFERÊNCIAS

Sítios eletrônicos

Quo Primum. Conheça o brasão carmelita. Disponível em<


<https://twitter.com/quo_primum/status/1284091924081790977
/photo/3> Acesso em 26 set 2021
Zelo Zelatus Sum Pro Domino Deo. Disponível em
<http://escudocarmelitano.blogspot.com/2006/04/zelo-zelatus-
sum-pro-domino-deo.html> Acesso em 27 set 2021

Livros e Artigos

ALMEIDA, Maurilio Augusto de. A presença de D. Pedro II na


Paraíba. João Pessoa: 1982.
D’ÁVILA LINS, Guilherme Gomes da Silveira. O Clero Secular e
Regular nos primórdios da Paraíba. 1. Os Jesuítas, 2. Os Francis-
canos, 3. Os Beneditinos, 4. Os Carmelitas. João Pessoa: Edições
Fotograf, 2005.
HEIM, Bruno Bernard. Heraldry in the Catholic Church. Its origin,
customs and laws. Gerrards Cross: Van Duren, 1981.
HONOR, André Cabral. Cultura carmelita em ação. A construção
da origem Eliana da Ordem de Nossa Senhora do Carmo. in
SÆCULUM – Revista de História [37]; João Pessoa, jul./dez. 2017.
MATOS, Gastão de Mello de. BANDEIRA, Luiz Stubbs Saldanha
Monteiro. Heráldica. São Paulo: Verbo, 1969.
MATTOS, Armando de. Manual de heráldica portuguesa. Porto:
Livraria Fernando Machado. 1941.
MELLO, Virgínia Pernambucano de; Albuquerque, Marcos Caval-
canti de; Silva, Rita de Cássia Alves Ramalho da. História da or-
dem terceira do carmo da Paraíba. João Pessoa: A União Editora,
2004, 256. pág.

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 295

MONTEIRO, Luira Freire. SANTANA, Flávio Carreiro de. Fili-


péia, paisagens históricas. Campina Grande: EDUEPB/NUPEHL,
2019.
MONTEZEMOLO, Andrea Cordero Lanza di; POMPILI, Antonio.
Manuale di Araldica ecclesiastica nella Chiesa Cattolica. Vatica-
no: Libreria Editrice Vaticana, 2014.
POLIANO, Luiz Marques. Heráldica. São Paulo: GRD; Rio de Ja-
neiro: Instituto Municipal de Arte e Cultura/RIOARTE, 1986.
RODRIGUES, José Honório. Teoria da História do Brasil. 2º vol.
São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1957.
SEIXAS, Miguel Metelo. Heráldica franciscana. Separata da Revis-
ta Lusófona de Genealogia e Heráldica. Instituto de Genealogia e
Heráldica da Universidade Lusófona do Porto, Portugal. N.° 3 Ano
III, 2008.
________________. Heráldica carmelita. Separata da Revista O
Timbre, Portugal. Ano 1, N.º 1, 2013.
TAVARES, Eurivaldo Caldas. Itinerário da Paraíba Católica.
Campina Grande: Grafset, 1985.

SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 296

ENTRE LIVROS DE EVENTOS VITAIS E OUTROS


DOCUMENTOS: RELATOS DE EXPERIENCIAS.

Flauber Barros Leira 1

Tema apresentado no dia 27 de agosto de 2021


UEPB – Curso de Pós-graduação lato-sensu
Estudos em História Local: Sociedade, Educação e Cultura
Aula Inaugural – Turma de 2021 – 22

Figura 1 - Flauber Barros Leira digitalizando um livro de notas do início do


século XIX na Paraíba

1
O autor é Membro Correspondente do IPGH.
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 297

1. Os registros de eventos vitais | Introdução

Como estamos falando de História Local e já compreende-


mos a importância e a necessidade de se produzir mais desta, fala-
remos agora de uma série de diversas fontes manuscritas onde
podemos buscar nossa matéria-prima para a sua produção. Com-
partilharemos um pouco de nossa experiência e descobertas nestas
pesquisas.
Roberto Guedes e João Fragoso em seu trabalho História
Social em Registros Paroquiais2 anotam que as fontes oriundas
das paróquias são extremamente valiosas para historiadores preo-
cupados em medir variáveis sóciodemográficas da sociedade colo-
nial, observando um aumento nas últimas duas décadas de análi-
ses sistemáticas baseadas nestas fontes.
Nossa proposta é enfatizar da sua importância no conheci-
mento de nossa sociedade em um dado período da história em um
determinado local, elas trazem dados dos mais antigos e constitu-
em fontes vitais de estudos do indivíduo e de sua sociedade.

1.1. Os registros eclesiásticos | História


A prática de se registrar dados vitais, que são a fonte de
nossos estudos, começa com as resoluções da igreja católica que
visando um maior controle e padronização em suas ritualísticas
decidiu compilar uma série de normas a serem seguidas por seus
sacerdotes. Entre os anos de 1545 e 1563 ocorreu o Concílio de
Trento, em resposta às recentes insurreições levantadas pelo Pro-
testantismo, onde se reafirmava a fé e se estabelecia a disciplina
eclesiástica.
No Brasil, uma compilação de normas mais claras e deta-
lhadas sobre todas as regras eclesiásticas veio através da publica-

2
(GUEDES e FRAGOSO, 2016)
SUMÁRIO
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ção das Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia3, publi-


cadas em Coimbra em 1707, refletindo basicamente as resoluções
do dito Concílio Tridentino.
Nesta edição para o Brasil estão acrescentadas algumas ou-
tras particularidades da legislação eclesiástica portuguesa.

Figura 2 - Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia, 1707, Lisboa

3
(SEBASTIÃO MONTEIRO DA, 1853)
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 299

Mas do que se estipulava neste conjunto de leis?


Este verdadeiro manual geral de instruções eclesiásticas
trazia um código de conduta com informações detalhadas sobre a
ritualística da igreja, como por exemplo: a idade, o lugar, o porquê
e o modo de se administrar o batismo. Quais circunstâncias o ba-
tismo poderia ser realizado fora da igreja, quantos e quem poderi-
am ser os padrinhos; da obrigatoriedade destes dados vitais serem
registrados em um livro; o corpo do texto e as informações que
deveriam constar no seu registro.
Sobre o matrimônio, da idade mínima para se casar; sobre
os desposórios de futuro, onde os noivos poderiam ser prometi-
dos em casamento com a idade de sete anos e terem seus casamen-
tos celebrados quando atingissem a idade de quatorze anos para
os homens e doze para as mulheres. Traz, inclusive, instruções
sobre o matrimônio de escravos.
Este conjunto de instruções fala ainda sobre a posição em
que uma capela ou igreja deveria ser construída; com o seu altar
situado ao leste. Sobre os enterros dentro da igreja e da formalida-
de de seus registros. Sobre o que constituíam os crimes de heresia,
blasfêmia, feitiçaria, judaísmo, etc.

Figura 3 – Parte do índice do 5o volume das Constituições Primeiras do


Arcebispado da Bahia, 1853.
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 300

Este código prevaleceu inalterado até 9 de junho de 1899,


quando realizado o Concílio Plenário da América Latina, que per-
maneceu vigente até 1939, sendo substituído pelo Concílio Plená-
rio do Brasil.

1.2. Os registros cartorários | Período colonial e impe-


rial
Sob o aspecto legal, no que tange as antigas leis editadas em
1603, temos o código penal conhecido como as Ordenações Filipi-
nas4.
Conjunto de normas editadas pelo Regente Felipe I de Por-
tugal, em substituição ao Código Manuelino, que regiam o Brasil
Colônia e o Brasil Império e que durou até o ano de 1916, sendo
substituído pelo primeiro Código Civil Brasileiro promulgado na-
quele ano.
Compõe-se de uma publicação em cinco volumes de leis
que regiam o direito à propriedade, das sesmarias, da nomeação e
obrigações de Juízes de órfãos, tabeliães, das apelações e senten-
ças, regulamentações de testamentos e inventários, herdeiros e
partilha de bens, crimes e punições, degredos e degredados, estão
entre o seu conteúdo.

Entre algumas curiosidades que podemos citar estão: A


obrigatoriedade de se fazer o inventário de todos os bens, um mês
após o falecimento do defunto; da possibilidade do acréscimo de
sufixos toponímicos5 ao sobrenomes dos indivíduos portugueses,
migrados para as colônias, e da regulamentação do pronome de
tratamento “Dona” apenas para esposas e filhas de militares, como
capitães-mores e sargentos.

4
(ALMEIDA, 1870)
5
Sufixos toponímicos: Aqueles sufixos acrescidos ao sobrenome, dando conta da
naturalidade do indivíduo: Exemplos: -Guimarães, -Porto, -Lisboa, Crasto, -
Leira, etc.
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Figura 4 - Ordenações Filipinas, Fonte: Biblioteca do Senado Federal.

SUMÁRIO
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2. Apresentando os livros de eventos vitais | Tipos e localiza-


ção
Constituem as fontes primárias de nossos estudos e trazem
informações vitais dos indivíduos em uma unidade eclesiástica
denominada Curato, Freguesia ou Paróquia. Dentre estas fontes
encontramos algumas já conhecidas, acrescidas de algumas possí-
veis “novidades”:
IGREJAS
Livros de Batismos
Livros de Crismas

CARTÓRIOS & FÓRUNS MUNICIPAIS


Testamentos & Inventários
Livros de Notas
Processos Criminais
Livros de Registro Civil 6
Livros de Banhos (Fianças)
Livros de Matrimônios
Livros de Óbitos
Livros de Finanças
Livro do Tombo

3. As fontes vitais eclesiásticas vistas de perto | Seu conteúdo e


importância para a compreensão de uma sociedade
A leitura dos livros eclesiásticos nos traz importantes dados
e informações sobre o viver e o morrer em determinadas épocas

6
criado em 1874, mas executado após 1889
SUMÁRIO
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estudadas, como observamos nos seguintes exemplos de livros


vitais e outras fontes documentais:

3.1. Livros de Batismos


O estudo dos livros vitais nos mostra um retrato social, demo-
gráfico e estatístico de uma região, nos ajudando a compreender a
história de uma comunidade e as relações de parentesco e compa-
drio que se estabeleciam.
É possível traçar, por exemplo, estudos comparativos em rela-
ção a ortografia vigente na época dos livros, quanto à grafia dos
párocos, neste exemplo em que Medeiros7 nos traz, o mesmo pa-
dre Cipriano José da Câmara Gondim, que ora lembrava-se de
cedilhas e grafias, ora as esquecia:

Licença / liçenca / Lourenço / Conceicão


Karery / Kariry / Krery / Kriry
Brandão / Barandam / Barandao
Neto Paterno / Neto Patreno
Apolonia Viveiros / Aplonia Viveiros

É possível estudar a extensão da geografia local, de acordo


com a época pesquisada, a partir da leitura do livro de batismos,
anotando-se os nomes dos sítios e verificando suas atuais frontei-
ras.

Pode-se também traçar estudos da presença de etnias em uma


determinada região, ao observar as anotações que os padres fazi-
am, conforme seus próprios conceitos pessoais. Como podemos
notar na leitura feita por Tarcísio Dinoá Medeiros, da transcrição

7
(MEDEIROS, 1990)
SUMÁRIO
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do livro de batismos número 3 da Freguesia do Cariri de Fora 8


para os anos de 1773-1784. Nela, o padre Cipriano José da Câmara
Gondim registrou, das 528 crianças batizadas, as etnias de pelo
menos 453 delas, conforme demonstrado na tabela 1 abaixo:

Tabela 1 - Etnias classificadas pelo padre Cipriano entre 1773-1784 na


Freguesia dos Cariris de Fora

235 pardas
151 brancas
18 índias,
16 cabras
12 negras
8 mestiças
5 mamelucas
4 crioulas
1 curiboca
1 mulata

Vejamos na figura 4, seguinte, neste mapa de habitantes da


Capitania da Paraíba do Norte do ano de 1799, entre as populações
consideradas brancas, índias, pretas e mulatas, com as respectivas
idades e condições:

8
(MEDEIROS, 1990)
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 305

Figura 5 - Mapa de habitantes da Capitania da Paraíba do Norte de 1799.


Fonte: AHU, Pernambuco, 1799, Cx. 70

Foi registrado um total de 50 mil habitantes, para toda a Capi-


tania da Paraíba do Norte, o que corresponderia, hoje, a população
total do município de Mamanguape (PB).
Deste total, observamos que 26% são de brancos, 6% de índios,
24% de negros e 44% de mulatos foram registrados naquele ano.
É possível verificarmos também, além de outros aspectos, as
migrações do homem, nos indicando a procedência dos habitantes
da região estudada, dos usos e costumes das escolhas e da utiliza-
ção dos nomes e sobrenomes que não obedeciam a uma regra atu-
al, podendo-se, estes, alterar-se ao longo da vida adulta do indiví-
duo, como iremos verificar mais adiante.

SUMÁRIO
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3.2. Livros de Banhos (Fianças)


Os livros de fianças possuíam as proclamas de casamentos
e denunciações, onde o casal deveria estar registrado e ter seu ca-
samento anunciado por, pelo menos três domingos seguidos du-
rante as missas, tendo seus dados registrados em termos de de-
nunciações como por exemplo:

Figura 6 - Exemplo de Proclama de Banhos, pág. 110

Traziam também os Termos de Fiança, (figura 5) onde os


forasteiros que vinham se casar com uma freguesa da localidade
tinham de apresentar um fiador, que sempre era um freguês local
conhecido que se responsabilizaria pela união do forasteiro com
esta. Neste caso os banhos duravam por mais tempo, cerca de seis
meses. Vejamos este exemplo de documento e sua transcrição:

SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 307

Figura 7 - Termo de Fiança de Mateus Antônio Brandão. Fonte: Livro de


Fianças -1766-1776, Freg. N. Sra. dos Milagres.

SUMÁRIO
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“Termo de Fiança a banhos


Aos vinte e quatro dias do mês de Mayo de mil setecentos
e secenta e oito annos, neste Curato do Cariri de Fora Fre-
guesia de N. Sra. Dos Milagres, perante mim secretario da
visita abaixo nomeado apareceo o Sargento Mayor Matheus
Antônio Brandam morador na barra da Figueira desta
mesma freguesia pello que reconheço pela própria de que se
trata, e por elle foi dito em prezenca das testemunhas abayxo
nomeadas e assignadas, que elle de sua livre vontade sem
constrangimento de pessoa algua se obrigava a prezentar
dentro de hum anno ao Ex.R. Sn r. Vigro da Vara Antônio
Rodrigues Pires sertidam dos banhos da Frega. De N. Snra.
Da Conceipsam da Caissara do Sertam do Acarahú
donde he natural e foi morador Damazio Fernandes da
Gama livres os ditos banhos e desempedidos de todo e qual-
quer impedimento, e por haver justificado ser solteiro, livre e
desempedido na dta. Freguesia de seo natural para efeito de
poder cazar com Archangela Maria viúva que ficou do de-
funto Manoel Alvres obrigando se na mesma forma dentro do
referido termo apresentar também certidão do Baptismo do
dto. Damazio Fernandes da Gama e sujeitando sse apagar des
mil réis nam apresentando no dito termo os banhos livres, e
desempedidos, a certidão de Baptismo a as mais penas de do-
bro e três dobro enquanto nam apresentar na forma da Cons-
tituisam, em todas as perdas, danos, que se seguirem do dito
casamento, que quer celebrar o dito Damazio Fernandes da
Gama com Archangela Maria, cujo tempo lhe concede pelo
prezente termo de obrigacam, e que elle dito fiado disse se su-
jeitava na forma referida, e que se desaforava do juízo de seu
foro e de qualquer privilegio, que a seo favor alegar polla, e
bens e de raiz havidos, e por haver o may bem parado delles
como ate do referido se obrigou sendo presentes por testemu-
nhas o Rdo. José de Souza da Cunha e Antônio da Costa Dias
deste termo e assignou o sobredito fiador e as testemunhas.
Eu, João de Souza Fr. Secretario da Vizita escrevi.
José de Souza da Cunha – Matheus Antônio Brandão – Antônio da
Costa Dias – Gondim”
SUMÁRIO
R e v i s t a d o I n s t i t u t o P a r a i ba n o d e G e n e a l o g i a e H e r á l d i c a | 309

Estes mesmos livros, continham também as desobrigas,


formadas por denunciações em formato de termos de concubina-
to, termos de culpa (por quebra do preceito quaresmal) e termos
de benzedores além das certidões de solteiros, com o propósito
de se correrem os banhos, que acomodavam os autos de casamen-
to de menores, através dos assentos de petição, como vemos na
figura 8 e em seguida a sua respectiva transcrição:

SUMÁRIO
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Figura 8 - Autuamento de casamento da menor Josefa Correia, 1770.


Fonte: Freguesia de N.Sra. do Milagres

SUMÁRIO
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“Autuamento de hum petição de Menor Idade de Josefa


Correa para se cazar com Jacinto de Alveres de Figueire-
do de que procedeu no mes termo da dita justificação sendo a
sentença na mesma maneira e forma seguinte dei por justifi-
cado e deduzido na petição da justificante Josefa Correa ter
vindo Menor de oito pa. nove annos do seu natural fregue-
sia de Nossa Senhora das Neves da cidade da Parahiba para
esta freguesia do Cariry enq mora portanto assino o julgo e
mando q se lhe passe mandado de cazamto e pague as Custas
Cariry 14 de Julho 1770 Antônio Roiz Pires e não se conti-
nha há mas na dita justificação e sentença e eu Ignacio Roiz
da Rocha escrevão eleito o escrevi”

Neste Livro de Fianças da Freguesia de Nossa Senhora dos


Milagres de 1766-1776 9de um total de 72 certidões de solteiros
emitidas para fins de casamento, 25 delas eram de menores de
idade.

3.3. Livro de Matrimônios | Exemplo de passagem do


sobrenome da mulher para os descendentes:
Os livros de casamentos já são bem conhecidos dos genea-
logistas, e trazem muita informação sobre nossos antepassados,
assim como a história local. No entanto, fazendo-se uma leitura
compreensiva desses livros, pode-se ter informações mais detalha-
das sobre as tradições locais e temporais, como por exemplo, sobre
a passagem de nomes e sobrenomes a seus descendentes, nos ex-
plicando seus usos e costumes.
Observemos este assento de casamento entre Domingos
Luís Brandão e Esperança de Sousa Caldas, retirado do site do

9
Catalogado como: Livro de finanças e certidões de batismo da Freguesia de
Nossa Senhora dos Milagres, São João do Cariri, 1766 a 1776, disponível para
consulta online no site da British Library, Projeto EAP 627:
https://eap.bl.uk/collection/EAP627-1 (Consultado no dia 31.08.2021)
SUMÁRIO
N ú m e r o 2 3 – 2 0 2 1 – I S S N 2594-6684 | 312

FamilySearch 10, das imagens da Igreja Matriz de Viana do Castelo,


Portugal, para o ano de 1714:

Figura 2 - Registro de casamento de Domingos Luís Brandāo e Esperança


de Sousa Caldas. Fonte: FamilySearch.

10
Site do FamilySearch: https://www.familysearch.org
SUMÁRIO
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“Aos dose dias do mês de fevereiro do anno de mil setecentos, e


quatorze contrairão matrimonio em prezenca do padre Marcos
Barboza cúria desta igreja Domingos Luis Brandão filho le-
gitimo de Manoel Luis Santiago e de sua molher Catarina
Brandoa de Abreu já defuntos moradores que forão na villa
de Viana he elle dito Domingos Luis Brandão de prezenca asis-
tente na sua quinca na Freguezia de Valence, digo de Santa
Maria de Tavora, termo dos Arcos de Valdevez com Espe-
rança de Souza Caldas, filha legitima João de Araújo e Cal-
das e sua molher Anna de Araújo, já defunta desta Freguezia
do lugar da Fonte e dahi feito tudo na forma do sagrado Conci-
lio Tridentino, fiz este assento estando por testemunhas o Re-
verendo João Pereira e Reverendo Francisco de Sousa e João de
Araújo de Caldas mês e era ut supra. O padre Marcos Barbo-
sa”

3.4. Livros de Óbitos


Os livros de óbitos, como o nome já diz, traz informações
sobre a morte do indivíduo e podem trazer, além da causa mortis, a
cor e a irmandade da mortalha usada, para os registros mais anti-
gos.
Assim como os registros de matrimônio, se lidos em con-
junto com os demais assentos, podem trazer ainda certas curiosi-
dades como o caso desta família do casal Félix Francisco Correia
de Cantalice cc. Domingas Francisca de Oliveira.
Este casal teve pelo menos quinze filhos registrados nos li-
vros de batismos em São João do Cariri. O ano era 1856 e estavam
vivendo o início da epidemia do Cólera Morbus que assolou o Bra-
sil, numa era em que não existiam antibióticos. Na Paraíba, estima-
se que tenha causado pelo menos 25.390 mortos de acordo com o

SUMÁRIO
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Mapa da Mortalidade ocasionada pelo Cólera-morbus da Província da


Paraíba do Norte de Janeiro à Junho de 185611.
Conforme o livro de óbitos desta paróquia, numa leitura
compreensiva, que se estendia para os demais assentos registra-
dos, nos deparamos com cinco ocorrências de filhos deste mesmo
casal:

Figura 30 - Assentos de óbitos dos 5 filhos do casal Francisco e Maria,


1856. Fonte: British Library, Projeto EAP627, Freguesia de
N. Sra. dos Milagres.

11
Mappa da mortalidade occasionada pelo cholera-morbus na Provincia da
Parahyba do Norte de Janeiro à Junho de 1856. Disponível em:
https://brazil.crl.edu/bsd/bsd/583/000071.html

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11/03/1856 - Avelino e José, com 6 e 2 anos de idade


12/03/1856 - Maria e Inácio, com 16 e 9 anos de idade
13/03/1856 - Vitorino, com 4 meses de idade.

O casal em questão perdeu 5 de seus filhos, durante 3 dias


seguidos.
Cinco anjos que Deus levou.
Vejam a história de vidas, apenas com a leitura destes re-
gistros, o quanto uma perda deste tamanho, num curto período de
tempo abalou uma família e uma comunidade? Resgatam-nos pre-
ciosa história local que transcende em muitas vezes a coleta de
dados e a genealogia e transportam-nos para uma reflexão sobre a
nossa atualidade, nos encorajando também a evitar erros do pas-
sado, a respeitar mais a memória de nossos ancestrais e a carga de
histórias familiares e locais que trazemos conosco.

3.5. Testamentos & Inventários

Os Testamentos e Inventários post mortem, trazem relações


de parentesco, relações de filhos herdeiros, suas idades e seus côn-
juges, se fossem casados, mostram detalhes de seu cotidiano em
suas listas de bens, informando utensílios domésticos, por vezes
peças de vestuário, armas e acessórios em ouro e prata e também
seus objetos de devoção, como oratórios e santos.
Mostram ainda, se haviam bens semoventes, os animais de
gado vacum, cavalar, ovelhum, cabrum e muar.
Relacionam, se a família possuía escravos, com seus nomes,
condições e idades. E nos trazem os seus bens de raiz, que são as
suas terras e propriedades em forma de nomes de sítios, porções
de terras e casas de taipa, pedras ou tijolos.

SUMÁRIO
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Os Testamentos, se tivessem sido feitos em vida, eram utili-


zados na partilha de bens, trazendo informações assinadas pelo
próprio autor, como sua filiação, cônjuge, nomes dos filhos e ou-
tras relações de compadrio e amizade. Costumam trazer até a mú-
sica cantada em sua missa, o padre celebrante de preferência, local
aonde quer ser enterrado na igreja, a cor de sua mortalha, etc.
Vejamos um exemplo de lista de herdeiros, em uma das
primeiras páginas do inventário de Ana de Faria Castro, filha de
Domingos de Faria Castro e Isabel Rodrigues de Oliveira Ledo,
um dos primeiros habitantes da Vila de Cabaceiras, esposa que era
de Antônio de Barros Leira feita no ano de 1784.
Podemos observar, na transcrição logo após a imagem da relação
dos herdeiros do casal, alguns usos e costumes em relação aos
nomes e sobrenomes, na época, como: Perdas de sobrenomes dos
genearcas, de homenagens aos patriarcas, aos avós, de assimilação
de sobrenomes devocionais para as mulheres e toponímicos:

SUMÁRIO
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Figura 41 - Título de herdeiros em inventário de Ana de Faria Castro,


1784. Fonte: Fórum de Cabaceiras, Paraíba.

SUMÁRIO
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“Inventario que manda fazer o Juis Ordinro e Orfãos o Capm mor Ma-
theus Anto Brandão dos bens que ficarão por falecimto de D. Anna de
Faria Crasto, mer que foi do defunto Capm Antonio de Barros Leira
Invente
O Erdr° Jozé Felis de Barros Leira
Erdros
O Sargto mor Ignc de Barros Leira — casado
o

O Cap Antonio de Barros Leira — soltro de ide de 38 annos


m

Theresa Ma de Jezus, casada com Berndo José Cora


Joanna Bapta do Sacranto Casada com João Bapta Cora
Izabel Roiz de O, cazada com o Thente João de Sousa Castro
Joze Felis de Barros Leira soltro de ide de 33 annos
Domingos de Faria Crasto — casado
Franca Maria do Sacramto — cazada com Alexe Cora da S°
Franco de Borja de Faria — Soltro de ide de 26 annos
Valerio Cora de Cravides — Soltro de ide de 22 annos
Antonia Anastacia do Sacramto cazada com Ilario da Costa Romeo
Manoel Jozé de Faria — Solto de ide de 20 annos”

Nesta relação de herdeiros do casal Ana de Faria Castro e


Antônio de Barros Leira, temos o filho José Félix de Barros Leira,
que também foi o herdeiro-inventariante, observamos que recebeu
o sobrenome de seu pai, assim como seus outros irmãos; Inácio de
Barros Leira e José Félix de Barros Leira, sendo que Antônio de
Barros Leira (Filho) era seu homônimo. As suas filhas Teresa Ma-
ria de Jesus, Joana Batista do Sacramento, Francisca Maria do
Sacramento, Antônia Anastácia do Sacramento, não receberam os
sobrenomes de seus genearcas para receberem sobrenomes devo-
cionais, sendo que Isabel Rodrigues do Ó, teve seu nome origina-
do de uma homenagem a sua avó materna, Isabel Rodrigues de
Oliveira Ledo. Temos ainda Domingos de Faria Castro (Filho)
mais uma ocorrência de homônimo ao avô, Francisco de Borja de
Faria12, como um nome devocional de São Francisco de Borja, Va-

12
São Francisco Borja, ou Bórgia, santo jesuíta espanhol, celebrado no dia 10 de
outubro. Ex-membro da nobreza espanhola e bisneto do Papa Alexandre VI e de
Fernando II de Aragão. Depois da morte prematura de sua esposa, decidiu renun-
SUMÁRIO
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lério Correia de Cravides, apresentando a perda dos sobrenomes


dos genearcas e com um sobrenome toponímico de seu pai, que
era natural de Carvide, Leiria e Manoel José de Faria, que levava o
sobrenome da mãe e avô materno.
3.6. Livros de Notas
Temos ainda outras fontes, que podem trazer valiosas in-
formações de caráter histórico local e genealógico, como os Livros
de Notas, que se compõe de escrituras de venda, de doação, revo-
gação, procurações, cartas de alforria e até de querelas:

Figura 52 - Fragmento de escritura de revogação e doação de instituição de mor-


gado de Francisco de Oliveira Ledo. Fonte: Livro de Notas de Pombal, 1774.

ciar sua vida na corte real e devotar-se à Companhia de Jesus. Sendo canonizado
em 1671. Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo – Paulinas –
https://www.paulinas.org.br
SUMÁRIO
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“Escritura de Revogação e nova duação de instituição de morgado


que fazem o Capm. mór Francisco de Olivra. Ledo e sua
mer. D. Jacinta da Cruz de Olivra ao Sargento mór Mano-
el Pera. da Costa e seus parentes de sanguinidade

Saibam quantos este publico instrumento de Escritura de


Revogação e nova duacao de instituição de morgado ... como
indireto passa sua validade melhor no mesmo lugar haja e di-
zer por esta virem que sendo no anno do nascimento de Nos-
so Senhor Jesus Christo mil setecentos setenta equatro
aos dezenove dias do mês de Setembro do dito anno nesta fa-
zenda Serra Branca Ribeira do Rio do Peixe termo da
nova villa de Pombal de Nossa Senhora do Bom Suces-
so Capitania da Paraíba do Norte [...] nomiadas e assignadas
que elle [...] do lugar denominado capella em sua fazenda de
gado vacum e cavalar chamado Buqueirao com outros peda-
ços de terra situados no Sertão do Cariry de Fora e chamou
por administradores do dito vinculo dos Religiosos Carme-
litas da Reforma e Convento da Villa de Goyana que conta
da Escritura feita nas Nottas do Tabeliao da mesma
Villa anotada ... em dias de Mayo de setecentos e cincoen-
ta e seis e quais Religiosos...”

Neste trecho de escritura de revogação e de doação há in-


formações sobre datas, locais e indivíduos e instituição associados
à antigas propriedades, nos trazendo mais fragmentos da história
local, dando mais pistas de onde se procurar outros documentos,
direcionando para o Cartório de Notas de Goiana, Pernambuco,
em época anterior, no ano de 1756.

SUMÁRIO
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3.7. Os Registros Civis


Sobre os registros civis, que constituem uma fonte mais re-
cente de dados genealógicos e de história local, é importante lem-
brar de que foram criados em 25 de abril de 1874, ainda no Brasil
Império, sendo executados à 7 de março de 1888, mas sendo im-
plementados apenas em janeiro de 1889, na ocasião da mudança
do regime de governo, quando da Proclamação da República à 15
de novembro de 1889. Apenas a partir deste ano é que se encon-
tram os primeiros livros de registros civis, dos cartórios mais anti-
gos.
As regras ditadas para o registro civil de pessoas naturais
se deram através da publicação da Coleção de Leis do Império do Bra-
sil 13, através do Regulamento do Registro Civil.
Este regulamento traz, além de várias outras instruções, das
dimensões dos livros de registros, da numeração das páginas e dos
assentos, dos espaçamentos a serem mantidos para anotações de
erratas e averbações, além dos modelos-padrão de assentos de
registros de nascimentos, casamentos e óbitos.
Vale lembrar que, ao pesquisar a cidade dos nossos ances-
trais, se deve verificar a data da instalação do primeiro cartório de
registro civil da que comarca.

13
(IMPERIO DO BRASIL, 1889)
SUMÁRIO
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Figura 63 - Regulamento do Registro Civil, Rio de Janeiro, 1889. Fonte:


Arquivo Histórico da Câmara dos Deputados.

3.8. Outras fontes


Desde o século XVII até o final do século XIX, além dos re-
gistros eclesiásticos, podemos ainda contar com as pesquisas em
outras fontes vitais.

SUMÁRIO
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Os livros de crismas, livros de finanças, livro do tombo das


paróquias, os processos criminais arquivados nos fóruns munici-
pais, datas de sesmarias, cartas-patente, ordens honoríficas, ordens
régias, inquirições de Genere vita et moribus14 e processos do Tribu-
nal do Santo Ofício, são outros exemplos de fontes de dados que
contem informações de história local e genealogia.

4. E os mapas? | O que podem trazer?

Figura 7 - Carta Topográfica das Aldeias de Alhandra e Jacoca,


1865. Fonte: Arquivo Nacional

14
Inquirições de Gênere ou Genere vita et moribus, do latim, significando, nas-
cimento, vida e comportamento, que eram processos de inquéritos eclesiásticos
sobre a ascendência do acusado, usados para comprovação de pureza de sangue,
utilizado para cargos na igreja.
SUMÁRIO
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Numa pesquisa feita no acervo do Arquivo Nacional, pu-


demos encontrar uma série de quatro mapas numerados de 7 a 10,
datados de 1865, feitos por Antônio Gonçalves da Justa Araújo,
dando conta das sesmarias dos índios.
Os mapas mencionados estão nomeados como: Carta To-
pográfica das Sesmarias dos Índios de Jacoca e Alhandra, cidades
situadas ao sul da capital da Paraíba.
Interessante, trazem listas de nomes de índios com suas de-
vidas demarcações de terras, somando um total de 169 divisões de
terras para os índios que se deslocaram dos interiores para se esta-
belecerem nestes novos assentamentos.
Podemos observar a importância desta fonte de informa-
ções vitais, que trazem consigo o potencial de valiosos dados sobre
a história local, esclarecendo dúvidas e, em alguns casos, podendo
ajudar a reescrever a história como a conhecemos.
Seguindo nesta linha de estudos, poucas semanas atrás ob-
tivemos, através de uma metódica pesquisa na base de dados do
Arquivo do Exército Brasileiro, uma outra série de mapas, desta
vez dando conta das vilas instaladas na Paraíba do Norte para o
ano de 1847, feitas pelo Segundo Tenente Francisco Pereira da
Silva, mandadas levantar pelo Presidente da Província Frederico
Carneiro de Campos.
Estes mapas trazem mais luz e conhecimento sobre a for-
mação das mais antigas cidades do Estado, enriquecendo sua his-
tória, abrindo novos olhares e um novo leque de pesquisas.

SUMÁRIO
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Figura 85 - Flauber Barros Leira examina a Planta da Vila de Campina


Grande de 1847.

É importante lembrar que existem os desafios de que nem


todos os registros que foram produzidos em uma cidade estão
disponíveis para a pesquisa online, há de se pesquisar in loco, al-
gumas das instituições mantenedoras de seu acervo, quer sejam
cartórios, igrejas, fóruns, prefeituras, câmaras ou arquivos munici-
pais, podem demonstrar pouco interesse ou resistência em catalo-
gar, salvaguardar ou disponibilizar para pesquisa e digitalização.
Cada instituição possui o seu próprio conjunto de regras e
diretrizes de acesso ao seu acervo, fazendo-se necessário um traba-
lho de estabelecimento de relacionamento mútuo de confiança
para se pesquisar em cada uma delas.

SUMÁRIO
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3.2. Conclusão
Como podemos observar, encontramos padrões de compor-
tamento em relação aos diversos estágios de vida dos indivíduos,
que se descortinam por entre os livros vitais e documentos, desde
seu nascimento até a morte. Além dos exemplos aqui apresenta-
dos, também encontraremos outros fatores determinantes na atri-
buição de nomes e sobrenomes, idades em que eram batizados,
contraíam matrimônio, na quantidade de crianças nascidas fora
dos laços do casamento, expostas à sorte das casas de carida-
de/roda dos expostos, doenças comuns, causa-mortis etc.
O estudo sistemático e compreensivo dos livros e documen-
tos vitais tem como característica a preocupação primária, nos in-
divíduos em seu meio social, e que, em sua maioria, podem ser
pesquisados documentalmente através de uma leitura da sua ritu-
alística social até a sua morte.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, C. M. D. Código Filipino ou Ordenações e leis do


Reino de Portugal: Recompiladas por mandado do Rei D. Felipe I.
Rio de Janeiro: Tip. do Instituto Filomatico, 1870.
GUEDES, R.; FRAGOSO, J. História Social em Registros
Paroquiais [Sul-Sudeste do Brasil, séculos XVIII-XIX]. Rio de
Janeiro: Mauad X, 2016.
IMPERIO DO BRASIL. Colecao de Leis do Imperio do Brasil. Rio
de Janeiro: Imprensa Nacional, v. parte II, tomo LI, volume II,
1889.
MAPPA da mortalidade occasionada pelo cholera-morbus na
Provincia da Parahyba do Norte de Janeiro á Junho de 1856. [S.l.]:
[s.n.]. Disponivel em:
<http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/583/000071.html>.

SUMÁRIO
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MATTOS, A. D. Manual de Genealogia Portuguesa. Porto: F.


Machado e Cia. Ltda., 1944.
MEDEIROS, T. D. Freguesia do Cariri de Fora. Brasília: Gráfica
Editora Camargo Soares Ltda., 1990.
SEBASTIÃO MONTEIRO DA, A. 1.-1. Constituições primeiras do
Arcebispado da Bahia feitas, e ordenadas pelo Illustrissimo, e
Reverendissimo Senhor D. Sebastião Monteiro da Vide:
propostas, e aceitas em o Synodo Diocesano, que o dito Senhor
celebrou em 12 de junho do anno de 1707. Reimpressão. ed.
Lisboa: S. Paulo : Na Typ. 2 de Dezembro de Antonio Louzada
Antunes, 1853.
VASCONCELOS, J. L. D. Antroponimia Portuguesa. Lisboa:
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VIANA, H. Vultos do Império. Brasiliana. ed. São Paulo:
Companhia Editora Nacional, v. 339, 1968.

SUMÁRIO

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