Rafaela Pinheiro de Lima move ação contra Geandson Alves Cavalcante pedindo:
1) Reconhecimento e dissolução de união estável de 3 anos da qual nasceu uma filha
2) Partilha de bens adquiridos durante a união, incluindo um carro, casa e moto
3) Guarda da filha menor de idade e pagamento de alimentos pela manutenção da filha
Rafaela Pinheiro de Lima move ação contra Geandson Alves Cavalcante pedindo:
1) Reconhecimento e dissolução de união estável de 3 anos da qual nasceu uma filha
2) Partilha de bens adquiridos durante a união, incluindo um carro, casa e moto
3) Guarda da filha menor de idade e pagamento de alimentos pela manutenção da filha
Rafaela Pinheiro de Lima move ação contra Geandson Alves Cavalcante pedindo:
1) Reconhecimento e dissolução de união estável de 3 anos da qual nasceu uma filha
2) Partilha de bens adquiridos durante a união, incluindo um carro, casa e moto
3) Guarda da filha menor de idade e pagamento de alimentos pela manutenção da filha
agricultora, RG nº 9.958.213, e inscrita no CPF nº 708.772.874-14, residente e domiciliada no Projeto Brígida, Agrovila nº 08, sem nº, Zona Rural, Orocó-PE, por seu procurador, instrumento de mandato em anexo, vem perante Vossa excelência, com fulcro nos artigos 226, § 3º da CF/88, arts 1.723 à 1.727, 1.583 à 1.590, 1.624, 1.694, 1.695 do Código Civil, art. 4º da Lei nº. 5.478/68, e demais previsões legais, propor a presente:
AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL
COM PARTILHA DE BENS CUMULADA COM ALIMENTOS em face de
GEANDSON ALVES CAVALCANTE, brasileiro, solteiro,
agricultor, CPF e RG não sabido, residente e domiciliada no Projeto Brígida, Agrovila nº 08, sem nº, Zona Rural, Orocó-PE, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:
DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS
a) DO RECONHECIMENTO DA UNIÃO ESTÁVEL
A união estável encontra guarida no ordenamento
jurídico brasileiro na Lei nº 9.278/96 e no artigo 1.723 e seguintes do Diploma Civil vigente. O artigo 1.723 em sua inteligência afirma:
“Art. 1.723. É reconhecida como
entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
A Requerente e o Requerido viveram juntos como se
fossem marido e mulher durante 03 (três anos, no período compreendido entre o começo de 2015 até o mês de Janeiro de 2019.
Dessa relação, o casal teve 01 (uma) filha ainda
menor, Ágatha Sophia Pinheiro Cavalcante, CPF nº 145.557.164-42, hoje com 01 ano e 07 meses de idade;
Além disso, os companheiros tiveram uma relação,
pública e com a finalidade de constituir família, requisitos exigidos pelo código civil em seu artigo 1.723, e por isso deve ser reconhecida por esse D. Juízo.
b) DA DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL
A relação entre o casal veio a se dissolver em
Janeiro de 2019, em razão da impossibilidade de conviver harmoniosamente, ocasião que levou a autora a sair de casa e ir morar na casa da sua mãe, na mesma Agrovila. Passados alguns dias após a separação, a Requerente foi agredida fisicamente com empurrões e tapas, o que levou ela a ir à Delegacia deste município solicitar Medida Protetiva contra o Requerido, conforme mostra documento acostado aos autos.
DOS BENS A SEREM PARTILHADOS PELO CASAL
No decorrer da convivência entre os companheiros,
o casal adquiriu:
a) 01 (um) automóvel Volkswagem, Modelo GOL, ano XXX,
placa XXX, com preço médio conforme tabela FIPE R$ xxx reais, mantendo o Requerido a posse do veículo.
b) 01 (uma) casa localizada no Projeto Brigida,
Agrovila 08, sem nº, Zona Rural, Orocó-PE, com 2 Quartos, 1 Sala, 1 Banheiro, 1 Cozinha e Muro, que se encontra em uso pelo Requerido, no valor estimado de R$15.000,00 (quinze mil reais).
c) 01 (uma) moto Honda, modelo xxx, ano xxx, placa
xxx, com preço médio conforme tabela FIPE R$ xxx reais, mantido também em posse do Requerido.
O artigo 5º da Lei nº. 9.278/96 que trata a
respeito da União Estável, estabelece que os bens móveis ou imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na constância da união estável e a título ONEROSO, são considerados fruto do trabalho e da colaboração de ambos os companheiros. O artigo 1.725 do C. C, estabelece que na união estável, salvo contrato escrito, o regime de bens será regido pelo o regime de comunhão parcial de bens. Como não houve qualquer contrato escrito referente a escolha do regime de bens deve ser partilhado em 50% (cinquenta por cento) para cada convivente do valor já pago do referido veículo;
DA GUARDA DA FILHA ÁGATHA SHOPIA PINHEIRO CAVACALCANTE
Quando da separação do casal, é de interesse da
Requerente que a menor Ágatha Sophia permaneça sob a guarda e cuidados da Autora, uma vez que ainda é muito nova para sair dos cuidados maternos.
DOS ALIMENTOS
“Art. 1.724. As relações
pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos.”
O legislador ao consagrar a união estável como
ente familiar garantiu aos conviventes direitos, mas também impôs deveres.
É o que se vê no art. 1.724 do Código Civil de
2.002, lê-se:
“As relações pessoais entre os
companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos.”
Além dos deveres recíprocos relacionados neste
artigo, há outros implícitos – teoria dos deveres implícitos – que devem ser respeitados pelos companheiros, como o de respeito pela dignidade da família, o de não expor o outro convivente a companhias degradantes, o de não conduzir a companheira a ambientes de baixa moral.”
A lente Maria Helena Diniz, leciona a respeito do
dever de mútua assistência (mútua material e imaterial).
“Importante ressaltamos que todo
direito gera dever e, em sendo assim, todo dever emana de direito”.
Adentramos neste instante especificamente no tema
dos alimentos para ex-companheira, quando da dissolução da união estável, nos aprofundando no dever de mútua assistência entre os conviventes que não se encerra com o fim da união estável, dever este capitulado no artigo 1.724 do Diploma Civil vigente.
O consagrado autor PAULO LÔBO, a respeito do
dever de mútua assistência, leciona:
“A assistência moral (direito
pessoal) e material (direito patrimonial, notadamente alimentos). O direito à assistência material, exigível de um companheiro a outro, está consagrado expressamente no art. 1.694 do Código Civil, projetando-se além da extinção da união estável, na forma de alimentos, independentemente de ter o companheiro necessitado ter dado ou não causa à dissolução.”
O consagrado Mestre em Direito Civil, e
Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo, CARLOS ROBERTO GONÇALVES, leciona com bastante precisão para a consolidação do entendimento sobre a matéria, in verbis:
“O art. 1.624 do Código Civil
assegura o direito recíproco dos companheiros aos alimentos. Na hipótese de dissolução da união estável, o convivente terá direito, além da partilha dos bens comuns, a alimentos, desde que comprove suas necessidades e as possibilidades do parceiro, como o exige o parágrafo 1º do aludido dispositivo. Cessa, todavia, tal direito, com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor. Perderá também o direito aos alimentos o credor que tiver “procedimento indigno em relação ao devedor” (art. 1.708, parágrafo único).
Cabe ressaltar que a Requerente desde os seus 16
(dezesseis) anos, sendo ainda menor, passou a conviver com o Requerido que já era “um homem feito”. Hoje, aos 20 anos de idade, tendo dedicado sua vida à família, isto é, encontra-se fragilizada, desamparada financeira e psicologicamente diante desta situação, e em decorrência dos fatos (principalmente o de estar sem a companhia da filha menor).
Ainda assim, a Requerente mantém forças para
garantir sua sobrevivência ajudando sua mãe na agricultura.
Por ser assim, é indispensável que o Requerido
pensione alimentos em favor da Requerente, em que deve ser fixado um valor levando em consideração a necessidade desta e a renda financeira do Requerido. (Art. 1.694 do C. C).
Diante dos fatos, faz-se necessário o
arbitramento de alimentos a serem pagos pelo Requerido, pelo que se requer seja determinando que este efetue o pagamento dos alimentos, de modo a garantir o sustento e a própria sobrevivência da Requerente. Valor este que deverá se depositado em conta que será aberta em nome da Requerente e imediatamente informada a esse D. Juízo.
DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS
Dispõe o art. 4º da Lei 5.478/68:
Art. 4º. Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
O insigne jurista, Humberto Theodoro Júnior, traz
à baila entendimentos que corroboram as pretensões da Requerente:
“Como o sustento da pessoa
natural é necessidade primária inadiável, não pode o seu atendimento ser procrastinado até a solução definitiva da pendência entre devedor e credor de alimentos. (...)
Haverá, outrossim, sempre a possibilidade de
deferimento da liminar, inaudita altera parte, de uma mensalidade para mantença imediata. Essa concessão o juiz poderá fazer, a requerimento do interessado, mediante provisórios, em todos as casos.”
Ademais, os alimentos provisórios encontram
supedâneo do Código de Processo Civil, em seu art. 531.
Dessa maneira, requer digne-se Vossa Excelência a
antecipar a tutela pretendida com fundamento no artigo 294 e seguintes do Novo Código de Processo Civil, determinando o Requerido que efetue o pagamento dos alimentos, no equivalente a 40% do Salário Mínimo nacional em favor da Requerente, de modo a garantir o seu sustento bem como a sua própria sobrevivência.
DOS PEDIDOS
DIANTE DO EXPOSTO, REQUER SE DIGNE VOSSA EXCELÊNCIA a
determinar:
a) O benefício da Justiça Gratuita por ser a
Requerente pessoa pobre, na acepção jurídica da palavra, não podendo arcar com as despesas processuais sem privar-se do seu próprio sustento;
b) a citação do Requerido para, querendo, contestar a
presente dentro do prazo legal, sob pena de sujeitar- se aos efeitos da revelia e confissão;
c) a intimação do Digno Representante do Ministério
Público, para que acompanhe a presente;
d) por Vossa Excelência seja reconhecida bem como
decretada a Dissolução da União Estável;
e) que o automóvel acima descrito, casa e moto, que
encontra-se na posse do Requerido seja partilhado na proporção de 50% (cinquenta por cento) para cada um dos conviventes na forma da lei e segundo o prudente arbítrio de V. Exª.;
f) provados os fatos descritos nesta exordial, requer
digne-se Vossa Excelência a antecipar a tutela pretendida com fundamento no artigo 294 e seguintes do Novo Código de Processo Civil, e a título de alimentos provisórios, determinando que o Requerido efetue o pagamento dos alimentos, no equivalente a 40% do Salário Mínimo Nacional mensais em favor da Requerente que deverá ser depositado em conta bancária a ser aberta e imediatamente informada a este D. Juízo para fins de depósito, de modo a garantir o seu sustento bem como a sua própria sobrevivência;
g) seja fixado, à título de alimentos em favor da
Requerente, o valor equivalente a 40% do Salário Mínimo Nacional mensais;
h) seja o Requerido condenado ao pagamento das custas
processuais, despesas e honorários advocatícios à base de 20% sobre o valor da condenação;
Protesta provar o alegado por todos os meios de
prova em direito admitidos e ao caso cabíveis, em especial com o depoimento do Requerido e a inquirição das testemunhas abaixo arroladas.
Dá-se à causa o valor de R$25.000,00 (vinte e cinco