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INTRODUÇÃO À ANÁLISE
ESTRUTURAL
Renan de Lima Branco
Thiago Drozdowski Priosta
1ª edição
Londrina
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
2019
2
© 2019 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio,
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de
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Coordenador
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Revisor
Priscila Flavia Souza da Silva
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Daniella Fernandes Haruze Manta
Hâmila Samai Franco dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
ISBN 978-85-522-1557-8
CDD 620
____________________________________________________________________________________________
Thamiris Mantovani CRB: 8/9491
2019
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
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INTRODUÇÃO À ANÁLISE ESTRUTURAL
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 5
Caracterização de estruturas 6
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Apresentação da disciplina
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Caracterização de estruturas
Autor: Renan de Lima Branco
Objetivos
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1. A concepção estrutural
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A Pont du Gard (Figura 2) é um aqueduto que data da era do império
Romano, construído sobre o rio Gardon, próximo a cidade de Vers-
Pont-du-Gard, no sul da França (PONT DU GARD, 2019). A Pont du Gard,
também conhecida como Ponte do Gard, foi construída de forma a
sobrepor três fileiras de arcos. O objetivo era levar água para a cidade
de Nîmes, é a mais alta de todas as elevações romanas e uma das mais
bem preservadas. Esta é uma obra característica do período histórico
em que os romanos expandiram seu império através do investimento
em infraestrutura, como abastecimento de água e estradas, fixando
cidades e consolidando seu domínio nas regiões por onde construía.
Fonte: espiegle/iStock.com.
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A Grande Muralha da China (Figura 3) é uma barreira fortificada no norte
da China com 21.196 km de extensão. A construção da muralha começou
na Dinastia Qin (221-206 a.C.), sob o Primeiro Imperador Shi Huangdi e
continuou por centenas de anos ao longo de muitas dinastias diferentes
(WALDRON, 1990). Este é um exemplo de uma mega construção motivada
pelas necessidades de proteção em períodos de guerra.
Fonte: Hung_Chung_Chih/iStock.com.
1.2 A estrutura
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Figura 4 - Elementos da superestrutura e da infraestrutura
2. Análise estrutural
• flechas (deslocamentos); e
• reações de apoio.
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Figura 5 – Relação entre dimensionamento e locação da estrutura.
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A primeira etapa da análise estrutural é a previsão do comportamento
da estrutura descrita em projeto. O estado da estrutura deve atender,
dentro dos coeficientes normatizados, às condições de segurança
e de utilização para as quais ela foi projetada. É importante ser
enfatizado que o comportamento aceitável é aquele que não apresente
deslocamento ou vibração excessivos sob carga (GILBERT et al., 2009).
O estudo das estruturas data desde meados do século XVII, por Galileu
Galiei. Desde então notórios cientistas1 e matemáticos contribuíram
para a formalização da engenharia estrutural (MARTHA, 2010). Esse
embasamento científico criado permite o estudo dos carregamentos
e esforços atuantes nos componentes estruturais. Dois adventos que
marcam avanços no campo da análise estrutural foram a Revolução
Industrial, que trouxe à tona o uso de novos materiais na construção, e o
advento dos computadores, que possibilitou a resolução de complexos
equacionamentos de análise estrutural.
1
Jacob Bernoulli (1654-1705), Euler (1707-1783), Lagrange (1736-1813), Coulomb (1736-1806), Navier (1785-
1836), Thomas Young (1773-1829), Saint-Venant (1797-1886), Kirchhoff (1824-1887), Kelvin (1824-1907), Maxwell
(1831-1879), Mohr (1835-1918), entre outros.
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PARA SABER MAIS
A Engenharia Civil brasileira está presente nas listas de
recordes mundiais, especialmente na construção de pontes.
De acordo com Martha (2010), o Brasil foi cenário de um
forte e concentrado investimento em infraestrutura na
metade do século XIX, o que proporcionou grande evolução
na construção de grandes pontes, hidrelétricas e rodovias.
Fonte: https://edrmedeso.com/tekla-structures-and-sap2000-v-17-interface-2/.
Acesso em: 24 fev. 2019.
13
Esses avanços permitem a construção de estruturas cada vez mais
complexas, uma vez que é possível realizar as verificações estruturais num
curto espaço de tempo e com grande confiabilidade dos resultados. A
confiabilidade dos resultados está diretamente relacionada com a correta
parametrização da estrutura, em termos normativos. Além disso, o domínio
técnico do profissional que atua nas análises estruturais é o ponto-chave
para a correta interpretação dos resultados e tomadas de decisões que
favoreçam o desempenho seguro das estruturas. Graças aos recursos
computacionais, hoje é possível construir arranha-céus rapidamente (Figura
7), servindo como marcos que representam o desenvolvimento tecnológico
e a competitividade econômica dos países (DEMPSEY, 2014).
Fonte: MindStorm-inc/iStock.com.
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Para passar da simples interpretação da estrutura real até chegar ao
modelo computacional é necessário seguir o processo apresentado
na Figura 8. A estrutura real é apresentada graficamente e sobre ele
pode ser elaborado o modelo estrutural, que consiste na visualização
dos carregamentos sobre a estrutura. Essa etapa exige grande poder
de intepretação e abstração por parte do profissional. A etapa seguinte
é o modelo discreto, onde serão apresentados os deslocamentos
e deformações. Trata-se de uma etapa intrínseca ao cálculo
computacional, no entanto, para uma série de análises prévias é possível
obter o modelo por meio de alguns métodos analíticos (Método das
Forças e Método dos deslocamentos). Por fim, o modelo computacional
é aquele a ser tratado por meio do Método dos Elementos Finitos (MEF)
e tem como resultado um resumo detalhado do comportamento de
todos os elementos da estrutura e a relação entre eles.
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3. Elementos estruturais
Elementos lineares (ou barras, Figura 9.a) são aqueles onde uma das
dimensões é maior em pelo menos três vezes a maior dimensão da
seção transversal. Os exemplos mais comuns são as vigas (recebem
carga verticalmente ao eixo principal) e os pilares (recebem carga
axialmente ao eixo principal).
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Figura 9 – Exemplo de elementos no contexto da estrutura
a. Barras que compõem uma estrutura, b. Superfície que compõem uma estrutura,
desempenhando papel de vigas e pilares. desempenhando papel de laje.
Fonte: runna10/iStock.com. Fonte: sheldunov/iStock.com.
4. Tipos de estruturas
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PARA SABER MAIS
O concreto tem como principal característica a elevada
resistência a compressão. Já o aço apresenta como
principais características a ductilidade, resistência à tração,
flexão e torção. Dessa forma, juntos, compõem um dos
sistemas estruturais mais utilizados globalmente.
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de alguns cuidados, como o tratamento contra fungos e cupins e,
em algumas situações, a aplicação de substâncias que retardam a
propagação do fogo em caso de incêndio. Entre as vantagens do uso das
estruturas de madeiras podemos destacar a leveza do material, baixo
preço e o fato de ser composta por materiais renováveis.
5. Recapitulando
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TEORIA EM PRÁTICA
Você trabalha em um escritório de análise e cálculo
estrutural. Além de projetos estruturais, a empresa é
responsável por emitir laudos quanto à estabilidade e
segurança de estruturas. Em épocas em que o mercado
da construção está aquecido, as principais tarefas
estão relacionadas com cálculo e desenvolvimento de
projetos estruturais. Em épocas de baixa no mercado da
construção, o principal serviço é a visita aos mais variados
tipos de edificações, inspeção, análise dos esforços aos
quais cada elemento está submetido e o parecer quanto
ao comportamento do sistema estrutural. Você está
responsável por treinar um novo funcionário e como
primeira tarefa pediu que fizesse um relatório com duas
construções que encontrasse no trajeto até o restaurante
na hora do almoço, descrevendo resumidamente os
elementos estruturais presentes na edificação, bem
como os prováveis esforços a que estão submetidos.
O novo funcionário apresentou em seu relatório um
museu e um galpão industrial. Agora você precisa explicar
detalhadamente os elementos estruturais e apresentar os
esforços característicos aos quais estão sujeitos.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. A estrutura é o esqueleto de uma construção. Ela é
responsável pela sustentação de todos os sistemas e
subsistemas, resistindo aos esforços atuantes. Além
disso, é responsável por prover segurança e estabilidade
à construção. A estrutura deve ser projetada para:
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a. proporcionar um ambiente com iluminação e
ventilação natural, seguro e com longa vida útil.
2. Modelo discreto
3. Estrutura Real
4. Modelo estrutural
b. 1-3-4-2.
c. 3-4-2-1.
d. 3-4-1-2.
e. 4-3-2-1.
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3. A escolha dentre os diferentes sistemas estruturais
é uma tomada de decisão que deve ser baseada nas
características necessárias para o projeto. Avalie as
afirmativas a seguir com V para verdadeiro e F para falso.
a. V-V-V.
b. V-F-V.
c. V-F-F.
d. F-F-V.
e. F-V-V.
Referências bibliográficas
22
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KASSIMALI, A. Structural analysis. Cengage Learning, 2009.
MARK, E. Great Wall of China. Ancient History Encyclopedia. Disponível em: https://
www.ancient.eu/Great_Wall_of_China/. Acesso em: 24 fev. 2019.
MARTHA, L. F. Análise de estruturas: conceitos e métodos básicos. 1. ed. Rio de
Janeiro: Editora Elsevier, 2010.
PONT DU GARD. Site oficial da Ponte do Gard. Disponível em: http://www.
pontdugard.fr/fr?langue=FR. Acesso em: 17 mar. 2019.
WALDRON, Arthur. The Great Wall of China: from history to myth. Cambridge
University Press, 1990.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: B
A estrutura é o esqueleto de uma construção. Ela é responsável
pela sustentação de todos os sistemas e subsistemas, resistindo aos
esforços atuantes. Além disso, é responsável por prover segurança
e estabilidade à construção. A estrutura deve ser projetada para
resistir a intempéries, choques mecânicos e outros fatores que
possam afetar a construção.
Questão 2 – Resposta: C
A estrutura real é apresentada graficamente e sobre ele pode ser
elaborado o modelo estrutural, que consiste na visualização dos
carregamentos sobre a estrutura. Essa etapa exige grande poder de
intepretação e abstração por parte do profissional. A etapa seguinte
é o modelo discreto, onde serão apresentados os deslocamentos
e deformações. Trata-se de uma etapa intrínseca ao cálculo
computacional, no entanto, para uma série de análises prévias é
possível obter o modelo por meio de alguns métodos analíticos
(Método das Forças e Método dos deslocamentos). Por fim, o
modelo computacional é aquele a ser tratado por meio do Método
dos Elementos Finitos (MEF) e tem como resultado um resumo
detalhado do comportamento de todos os elementos da estrutura
e a relação entre eles.
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Questão 3 – Resposta: E
A 1ª afirmativa é falsa, pois o aço apresenta alta confiabilidade nas
características do material por ser produzido industrialmente. As
outras afirmativas são verdadeiras.
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Classificação das forças atuantes
nas estruturas
Autor: Renan de Lima Branco
Objetivos
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1. Carregamentos
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Tabela 1 – Pesos específicos geralmente adotados
Material Peso específico (kN/m³)
Alumínio 25,9
Tijolo 18,8
Concreto armado 23,6
Aço (estrutural) 77,0
Madeira 6,3
Fonte: Kassimali (2009).
1
Área de influência é a porção da área da laje que exerce influência sobre o comprimento de uma viga espe-
cífica. A sustentação de uma laje, geralmente, se dá pela distribuição de sua carga sobre algumas vigas, dessa
forma é necessário calcular qual será a parcela de carga que cada uma das vigas recebe. Há uma seção espe-
cífica para você estudar mais sobre este assunto.
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Como não se conhece o comprimento total da viga, pode ser admitido o
carregamento por unidade de comprimento:
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quanto em localização da sua aplicação, e ainda podem ser causadas
pelos pesos de objetos temporariamente colocados em uma estrutura,
veículos em movimento ou forças naturais. Existe a estipulação de
valores mínimos a serem adotados pela norma NBR 6120 (ABNT, 2000).
As cargas acidentais (ou variáveis) normalmente são especificadas como
cargas uniformemente distribuídas em kN / m2. A Tabela 2 apresenta
alguns valores mínimos a serem adotados para diferentes usos.
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• Acréscimo de carga vertical de 1 kN na posição mais desfavorável
de todo elemento isolado de coberturas, tais como ripas, terças e
barras de banzo superior de treliças;
As mais comuns delas são cargas de vento, produzidas pelo fluxo do vento
em torno da estrutura. A NBR 6123 (ABNT, 2013) trata das forças devidas
ao vento em edificações. Neste caso, as cargas de vento são consideradas
ambientais pela sua origem, mas não excepcionais, pois ocorrem numa
frequência maior do que sismos e incêndios, por exemplo.
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A velocidade básica do vento, V0, é a velocidade de uma rajada de 3
segundos, excedida em média uma vez em 50 anos, a 10 metros acima
do terreno, em campo aberto e plano. A Figura 2 apresenta o gráfico das
isopletas da velocidade básica no Brasil, com intervalos de 5 m/s. Como
regra geral, é admitido que o vento básico pode soprar de qualquer
direção horizontal.
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As cargas de ventos são especialmente importantes para estruturas
metálicas, pois são estruturas leves e o vento representa um risco à
estabilidade e segurança. Em estruturas metálicas, o vento pode causar
efeitos de sobrepressão (efeito é somado às cargas permanentes
e acidentais) ou efeitos de sucção (efeito é subtraído das cargas
permanentes de acidentais).
2. Área de influência
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espaçadas (AE, BF, CG, DH) e duas longarinas (AD, EH). Em casos como
esse, cada viga receberá uma carga proporcional à metade da área
da laje que apoia, onde q é a carga acidental considerada. No caso
de vigas centrais, BF, CG, elas recebem duas vezes o valor das vigas
laterais AE, DH.
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Para este caso apresentado, vale ressaltar que a carga q apresentada
está relacionada com o carregamento da laje, não estando somado o
valor do peso próprio das vigas metálicas.
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Figura 4 – Áreas de influência sobre vigas, caso 2
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Figura 5 – Áreas de influência sobre vigas, caso 3
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3. Combinações de carregamentos
ASSIMILE
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TEORIA EM PRÁTICA
Você trabalha em um escritório de análise e cálculo
estrutural e precisa determinar o carregamento das vigas
e das longarinas de uma estrutura metálica. A estrutura
está apresentada na Figura 6 e se sabe que este pavimento
será destinado às salas de gerência de um banco. A laje foi
feita em concreto armado (16 centímetros de espessura) e
as vigas são de um perfil metálico com 0,7 kN / m de carga
devido ao peso próprio, e longarinas com 2,1 kN / m.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
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a. incluem os pesos dos pilares, vigas, lajes, telhados,
paredes, ventos e esforços gerados por recalques.
b. incluem os pesos dos pilares, vigas, lajes, telhados,
paredes, entre outros elementos construtivos.
c. incluem os pesos dos pilares, vigas, lajes, telhados,
paredes, ventos e esforços pela dilatação térmica.
d. incluem os pesos dos pilares, vigas, lajes, telhados,
paredes, esforços pela dilatação térmica, entre outros
elementos construtivos.
e. incluem os pesos dos pilares, vigas, lajes, telhados,
paredes, ventos, entre outros elementos construtivos.
( ) topográfico;
( ) rugosidade do terreno;
( ) conceitos probabilísticos.
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3. Com relação às cargas acidentais, analise as
afirmativas a seguir:
I. Cargas podem variar tanto em magnitude quanto em
localização da sua aplicação;
b. II.
c. III.
d. I e II.
e. II e III.
Referências bibliográficas
40
40
BEER, Ferdinand P. et al. Vector mechanics for engineers. 9. Ed. Tata McGraw-Hill
Education. Nova Iorque, 2009.
HIBBELER, Russell C.; TAN, Kiang-Hwee. Structural Analysis in SI Units. Pearson
Australia Pty Limited, Sinapura, 2016.
KASSIMALI, A. Structural analysis. Cengage Learning, Ilinois, 2009.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: B
As cargas permanentes consistem dos pesos dos vários elementos
estruturais e nos pesos de quaisquer objetos que compõem ou
estão permanentemente conectados à estrutura. Assim, para um
edifício, as cargas permanentes incluem os pesos dos pilares, vigas,
lajes, telhados, paredes, entre outros elementos construtivos.
Cargas de ventos, deslocamentos e deformações são acidentais.
Questão 2 – Resposta: E
A força do vento em uma superfície plana depende da velocidade
característica do vento, que por sua vez depende da velocidade
básica e de diferentes fatores, são eles: topográfico; rugosidade
do terreno; posicionamento da estrutura (bem como altura) e
conceitos probabilísticos. O carregamento do vento independe o
uso da edificação.
Questão 3 – Resposta: A
Existe a estipulação normatizada dos valores de cargas acidentais
mínimos que devem ser adotados em função do uso da edificação.
A norma ainda prevê a minoração de cargas acidentais quando a
edificação não será utilizada como depósito de armazenamento,
por exemplo.
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Classificação dos apoios das
estruturas e suas reações
Autor: Renan de Lima Branco
Objetivos
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1. Apoios de elementos estruturais
Figura 1 - Representação de apoios: (a) classe I, apoio móvel. (b) classe II,
apoio fixo. (c) classe III, engaste
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PARA SABER MAIS
2. Equilíbrio de estruturas
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Figura 2 – Atuação de forças externas e momentos atuantes em um
elemento tridimensional
1
O momento em torno do eixo z é considerado no sistema de equações, pois ele é gerado pelas forças nos
eixos x e y.
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Figura 3 – Principais carregamentos. (a) Força concentrada. (b) Momento
concentrado. (c) Carga distribuída
3. Cálculo de reações
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Figura 4 – Equilíbrio estático em uma viga biapoiada
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O primeiro passo é fazer as considerações necessárias, como
atribuir nomenclatura para os apoios. No caso, foi considerado
apoio A aquele mais à esquerda do elemento, e B, aquele mais à
direita do elemento.
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Figura 6 – Resolução
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Resolvendo este sistema, apresentam-sem as seguintes equações:
Figura 8 – Resolução
50
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O primeiro passo é fazer as considerações necessárias, como atribuir
nomenclatura para os apoios. No caso, foi considerado apoio A aquele
mais à esquerda do elemento, e B, aquele mais à direita do elemento.
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Figura 10 - Resolução
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Resolvendo este sistema, apresentam-sem as seguintes equações:
Figura 12 - Resolução
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Figura 13 – Viga biapoiada com balanço e carregamento distribuído
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Figura 14 - Resolução
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Resolvendo este sistema, apresentam-sem as seguintes equações:
Figura 16 – Resolução
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4.3 Força aplicada em pórtico
57
Para visualizar o resultado obtido, é importante relembrar o sentido das
reações de apoio adotadas. No caso, a equação da somatória das forças
na direção do eixo y mostra que as reações RA e RB apresentam sinal
contrário ao da força concentrada aplicada, ou seja, foi convencionado
para a resolução do problema que as reações teriam sentido contrário
à força aplicada, caso o sinal seja positivo. Como RA apresenta sinal
negativo, seu sentido apresenta o mesmo da força aplicada.
TEORIA EM PRÁTICA
Você está responsável por analisar um pórtico que recebe
diferentes carregamentos: um carregamento distribuído,
uma carga concentrada e um momento concentrado (Figura
18). Fazendo as considerações necessárias, apresente os
valores das reações nos apoios desse pórtico.
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Figura 18 – Pórtico inclinado com carga concentrada
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
59
d. os valores transmitidos independem do tipo de
conexões e restrições de movimentos que ela
proporciona.
a. V-V-V-V.
b. F-V-V-V.
c. V-F-F-V.
d. V-V-F-F.
e. V-V-F-V.
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60
3. Avalie as afirmativas a seguir, onde cada uma delas
descreve as principais formas de carregamento em um
elemento estrutural:
I. a força concentrada é caracterizada por ser aplicada
em um único ponto, podendo variar módulo, sentido
e direção.
b. II.
c. III.
d. I e II.
e. II e III.
Referências bibliográficas
BEER, Ferdinand P. et al. Vector mechanics for engineers. 9. ed. Tata McGraw-Hill
Education, Nova Iorque, 2009.
HIBBELER, Russell C.; TAN, Kiang-Hwee. Structural Analysis in SI Units. Pearson
Australia Pty Limited, Singapura, 2016.
KASSIMALI, A. Structural analysis. Cengage Learning, Ilinois, 2009.
RIDPATH, Ian. A dictionary of astronomy. Oxford University Press, Oxford, 2012.
61
Gabarito
Questão 1 – Resposta: A
Existe um trabalho integrado entre os elementos para que seja
alcançada a estabilidade da estrutura. A relação entre elementos se
dá por conexões. Quando é feita uma análise estrutural detalhada,
analisa-se cada um dos elementos isoladamente, na medida do
possível. Dessa forma, cada tipo de conexão entre elementos
pode ser representado como um apoio, classificados em rígidos,
articulados ou com rolamento.
Questão 2 – Resposta: D
As reações de apoio são consideradas forças externas à estrutura,
mas é fundamental seu conhecimento para o cálculo dos esforços
internos. O equilíbrio é alcançado quando todas as forças atuantes
(concentradas, distribuídas, momentos e reações de apoio)
equilibram-se, ou seja, a resultante em cada direção é igual a zero.
Questão 3 – Resposta: A
O momento fletor causa a rotação do elemento
perpendicularmente ao eixo de aplicação da força. A carga
distribuída pode ser aplicada ao longo de um trecho do elmento,
não necessariamente em todo o elemento e pode variar o formato
da sua distribuição.
62
62
Diagramas de esforços solicitantes
para estruturas lineares
Autor: Renan de Lima Branco
Objetivos
63
1. Forças e momentos internos
64
64
Figura 2 – Esforços internos na seção da viga
(a) (b)
Fonte: Elaborada pelo autor.
65
2. Procedimento para cálculo
Para o cálculo dos esforços internos basta ter registrados os esforços
externos e a geometria do elemento. Para o caso das vigas, pode-se
considerar o procedimento descrito na Figura 3.
(a)
(b)
66
66
(c)
(d)
Para as vigas da Figura 4, considere uma seção num ponto ‘C’ localizado
a 1 metro da extremidade direita. A seguir será apresentado o roteiro de
cálculo para os esforços internos desta seção para cada um dos casos
(vigas das Figuras 4(a), 4(b), 4(c) e 4(d).
67
Semelhantemente aos cálculos para a viga da Figura 4(a), a viga da
Figura 4(b) apresenta os mesmos carregamentos externos quando
considerada a porção à direita da seção.
ASSIMILE
68
68
Para a seção de interesse da viga apresentada na Figura 4(c), tem-se os
seguintes cálculos:
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3. Diagramas de esforços internos
70
70
Para esta viga, como o esforço cortante se mostrou independentemente
do valor de ‘x’, o diagrama observado é um retângulo de altura 20 kN por
comprimento 5 metros. Já o diagrama do momento fletor é um triângulo
na parte superior da viga (sinal negativo é representado na parte
superior), iniciando com valor igual a zero kN.m na origem e chegando a
100 kN.m no ponto do engaste.
Cortante (kN)
Momento
Fletor (kN.m)
Para a viga da Figura 4(b), você perceberá que para cada ponto de
esforço externo deve haver uma seção para estudar os esforços
internos, pois há uma descontinuidade no diagrama. No primeiro
caso isso não foi necessário, pois se tratava de uma viga engastada
somente em uma extremidade. Para uma carga concentrada em uma
viga biapoiada com um trecho em balanço há a aplicação de uma
carga concentrada de 20 kN na extremidade direita, tomando esta
extremidade como origem de um eixo x, você pode avaliar como os
esforços internos se desenvolvem ao longo do eixo:
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Para esta viga, como o esforço cortante se mostrou independente do
valor de ‘x’ em cada um dos trechos analisados e o diagrama observado
é um retângulo de altura 20 kN por comprimento 2 metros (trecho em
balanço) e um outro retângulo de altura 13,3 kN com sinal negativo
para o trecho entre os apoios. Já o diagrama do momento fletor é um
triângulo na parte superior da viga (sinal negativo é representado na
parte superior), onde tem um valor máximo de 40 kN.m no apoio mais
ao centro e valor nulo em ambas as extremidades.
Cortante (kN)
Momento
Fletor (kN.m)
72
72
Para a viga da Figura 4(c), a resolução será muito similar à resolução da
viga 4(b), pois há mais de um ponto de aplicação de esforços externos ao
longo da viga. Tomando esta extremidade como origem de um eixo x, você
pode avaliar como os esforços internos se desenvolvem ao longo do eixo:
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Viga Figura 4(c) Diagrama
Cortante (kN)
Momento
Fletor (kN.m)
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74
elemento) com altura máxima sobre o apoio mais ao centro com valor
de 19,3 kN e altura mínima sobre o apoio fixo com valor de 7,3 kN. Já
o diagrama do momento fletor é uma parábola com concavidade para
cima no trecho entre os apoios e um triângulo no trecho em balanço.
A altura máxima está no apoio mais ao centro, com valor de 40 kNm.
Nas extremidades o valor é nulo.
Cortante (kN)
Momento
Fletor (kN.m)
TEORIA EM PRÁTICA
Você está responsável por dimensionar a armadura de uma
viga biapoiada e com uma extremidade em balanço. Tal viga
recebe diferentes carregamentos ao longo de sua extensão.
No primeiro trecho, tomando como referência o apoio à
esquerda da viga, do ponto 0 aos 2 metros recebe 2 kN/m e
recebe também uma carga concentrada de 10 kN no ponto
3 metros. Na extremidade em balanço ainda há uma carga
concentrada de 5 kN.
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Como engenheiro estrutural você sabe que a correta
armação da viga depende diretamente da análise dos
diagramas de esforços cortantes e de momento fletor.
Fazendo as considerações necessárias, apresente os
diagramas dessa viga.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
76
76
d. Os apoios de um elemento estrutural representam
um tipo de esforço externo e não é considerado no
cálculo dos esforços internos.
77
a. V-V-V.
b. F-V-V.
c. V-F-F.
d. V-V-F.
e. V-V-F.
a. I.
b. II.
c. III.
d. I e II.
e. II e III.
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78
Referências bibliográficas
Gabarito
Questão 1 – Resposta: B
Os esforços internos são aqueles que partem do elemento
estrutural realizados sobre o restante, como uma forma de manter
o equilíbrio com as forças externas. As forças externas são todas
aquelas que atuam sobre o elemento, sejam carregamento ou
reações dos apoios.
Questão 2 – Resposta: D
Para que haja equilíbrio no elemento como um todo, observe que
o sentido dos esforços internos em uma mesma seção, quando
analisada por diferentes segmentos, são opostos. O esforço normal
interno, por exemplo, em qualquer seção é igual em magnitude,
mas com sentido oposto à soma algébrica das componentes na
direção paralela ao eixo da viga em ambos os lados da seção
considerada. Assim como essa forma de interpretar vale para o
esforço normal, ela pode ser aplicada aos demais esforços internos.
Questão 3 – Resposta: B
O esforço normal positivo é aquele que tende a tracionar
o elemento. O esforço cortante positivo é aquele que gera
momento no sentido horário sobre uma seção. O momento fletor
negativo é aquele que tende a tracionar as fibras inferiores e
comprimir as superiores.
79
Diagramas de esforços solicitantes
para estruturas em pórticos
Autor: Renan de Lima Branco
Objetivos
80
80
1. Pórticos
81
Figura 1 – Estrutura de quadros mais utilizados
(a) (b)
(c) (d)
82
82
ASSIMILE
A viga Gerber consiste na associação de vigas com
estabilidade própria com outras sem estabilidade própria.
Nesta associação, as vigas com estabilidade própria suprem
as demais dos vínculos que lhes faltam, ficando o conjunto
estável. A ligação entre as partes se dá por meio de
articulações (rótulas) (FONTES, 2005).
83
ASSIMILE
“Deve-se salientar o fato de que ao ser considerada a
seção de uma barra qualquer de um pórtico, devem ser
consideradas todas as cargas externas aplicadas à direita
ou à esquerda da seção, inclusive as cargas que atuam em
outras barras que não a em estudo” LEGGERINI e KALIL
(2010, p. 79).
84
84
Por exemplo, você verá que as reações de apoio são definidoras dos
valores de esforços cortantes e normais na interface do elemento
estrutural com o apoio até haver uma nova carga externa ou até que
mude o elemento.
85
pela soma dos esforços normais que chegam no elemento, seja pela
direita ou pela esquerda. Pela direita, como a única força externa no
sentido do eixo do elemento horizontal é a força de 10 kN aplicada, este
será justamente o valor do esforço normal. Como atua comprimindo o
elemento, terá representação de sinal negativo. Pela esquerda, o valor
obtido será o mesmo, pois somando-se o valor da reação de apoio com
a carga distribuída no elemento a sua esquerda, obtém-se o valor de 10
kN comprimindo o elemento.
86
86
A Figura 4(c) apresenta justamente o diagrama de momentos fletores.
O elemento à direita terá valor nulo, pois não há esforços externos
que tendam a fletir a estrutura (causar efeito de giro). O elemento
à esquerda apresenta uma carga de reação de apoio concentrada
na extremidade inferior e uma carga distribuída que tendem causar
flexão ao longo de todo o elemento, atingindo o valor de 24 kN.m
na extremidade superior. A barra horizontal recebe uma carga
concentrada na extremidade à direita, a qual é minimizada pelo valor
da reação de apoio deste lado. Esta carga concentrada resultante
(3,5 kN), em conjunto com a carga distribuída, causa uma flexão com
formato parabólico iniciando em 0 kN.m e indo até 24 kN.m em sua
extremidade oposta.
(a) Esforço normal (kN) (b) Esforço cortante (kN) (c) Momento fletor (kN.m)
Fonte: Elaborada pelo autor.
87
Figura 5 – Pórtico engastado e com elementos em balanço
88
88
Figura 6 – Pórtico engastado-apoiado com rótulas internas
89
Figura 7 – Pórtico com apoio fixo e móvel, com uma barra em balanço
90
90
Figura 8 – Pórtico com apoios fixos e viga Gerber
Como expectativa para este capítulo, você deve praticar o que aprendeu
e treinar desenhos de diagramas de esforços internos para pórticos. Por
mais exemplos que você tenha tido contato, a prática profissional nos
91
expõe a cada dia a uma situação diferente, onde o diferencial está em
aplicar aquilo que foi consolidado através de exemplos para qualquer
pórtico com que se deparar.
TEORIA EM PRÁTICA
Você está responsável por dimensionar uma estrutura
composta por elementos metálicos e você já sabe que
dependendo dos esforços atuantes em cada um dos
elementos é que você poderá encomendar o tipo da peça.
Trata-se de um pórtico onde há atuação de vento na lateral
direita e uma carga pontual (para baixo) proveniente de
uma estação de tralbalho no topo do elemento vertical à
direita. O vento causa um esfoço externo distribuído de 3,0
kN/m, enquanto a carga pontual aplicada é de 10 kN.
92
92
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
93
( ) A ligação entre as partes se dá por meio de engastes.
94
94
Referências bibliográficas
Gabarito
Questão 1 - Resposta C
Questão 2 - Resposta D
95
Questão 3 - Resposta B
96
96
Relação matemática entre os
diagramas de esforços solicitantes
e o comportamento das estruturas
Autor: Thiago Drozdowski Priosta
Objetivos
97
1. Carregamentos
98
98
Para compreender melhor o que ocorre com a barra prismática da
Figura 1, podemos afirmar que se aumentarmos continuamente
a carga concentrada P aplicada à barra prismática da Figura 1, ela
provavelmente se romperá junto ao engastamento, pois é onde se terá
o maior momento fletor nesta barra e, conseqüentemente, onde ela
estará sujeita aos maiores esforços (NETO, 1996).
99
PARA SABER MAIS
A compreensão completa do comportamento de uma
estrutura claramente não deve estar fundamentada na
análise apenas dos diagramas de esforços solicitantes.
Outros pontos importantes são necessários para que se
conheça corretamente o comportamento de uma estrutura,
como, por exemplo, os deslocamentos que ocorrem e as
deformações nos materiais que compõem a estrutura.
100
100
A representação da situação de um elemento estrutural, portanto, é
realizada por meio dos diagramas e a construção destes pode ser obtida
com a construção das equações fundamentais da estática.
1
Extremamente pequeno. Na matemática, diz-se das grandezas infinitamente pequenas ou consideradas
como somas de acréscimos sucessivos infinitamente pequenos.
101
Figura 3 – Diagrama de corpo livre do trecho de comprimento
infinitesimal de uma viga biapoiada
102
102
Tomando como referência o ponto “O” na face direita da Figura 3 e a
convenção de sinais apresentada na Tabela 1, a cortante Q é positiva,
pois está para cima e as forças Q+DQ e q(x).Dx são negativas, pois estão
em direção oposta ao da cortante Q.
103
os cálculos para o diagrama de esforços solicitantes e será visto mais
adiante em exemplo prático a ser realizado.
104
104
da Eq. 6 representa a área sob o diagrama do esforço cortante
entre dois pontos ao longo da viga. Resumidamente, pode-se afirmar
que a variação do momento fletor entre dois pontos ao longo da viga
é igual a área do diagrama de esforço cortante entre os mesmos dois
pontos ao longo desta viga.
105
Onde M é exatamente o momento concentrado aplicado e define-se
que a variação do momento fletor no ponto de aplicação do momento
concentrado é igual ao valor do próprio momento concentrado no ponto.
106
106
por meio dos diagramas de esforços solicitantes e que a prática na
análise desses diagramas fará com que você possa interpretar cada vez
melhor o funcionamento e o comportamento das estruturas.
ASSIMILE
Não se esqueça que o conceito de graus de liberdade se
refere aos movimentos de um corpo rígido. No plano, temos
3 graus de liberdade, sendo 2 translações e 1 rotação. No
caso do espaço tridimensional, são 6 os graus de liberdade,
sendo 3 translações e 3 rotações.
107
Na Figura 5 é apresentado o diagrama de corpo do livre para a viga
biapoiada da Figura 4. Note que são demonstradas as equações dos
valores das reações dos apoios A e B desta viga.
108
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Para o equilíbrio desta seção, a equação da força cortante é apresentada
na Eq. 9 e a equação do momento fletor na Eq. 10.
Diante destas equações, para o ponto “C” desta viga, é possível observar na
Figura 7 os diagramas de esforço cortante (DEC) e momento fletor (DMF).
109
Figura 8 – Diagrama de corpo livre da região à esquerda da seção S
110
110
Ao se analisar as Figura 7 e 9, observa-se a existência das relações
citadas anteriormente no item 1.1 desta aula. Para estas relações,
temos conforme:
Ainda, para este exemplo, pode-se citar que devido a não existência
de momentos concentrados aplicados nos apoios e por estes
apoios serem de 1º gênero, também conhecido como “apoio
móvel” (caso do apoio “B”) e de 2º gênero, também conhecido como
“apoio fixo” (caso do apoio “A”), os momentos nestes pontos são
sempre nulos, conforme representado na Figura 9. Esta é mais uma
relação que pode ser tomada de maneira a se verificar e analisar o
comportamento de uma estrutura.
111
2. Considerações finais
TEORIA EM PRÁTICA
Considerando que você trabalha diretamente com cálculo
estrutural, seu superior em um escritório de engenharia
solicitou que você realizasse todos os cálculos pertinentes a
uma viga biapoiada, que será posicionada sobre a entrada
de uma garagem de uma residência. Nesta garagem, a viga
estará recebendo uma carga concentrada (pontual) ,que
é exatamente o ponto onde um portão será instalado na
entrada desta garagem. Você deve calcular as reações de
apoio que esta viga possui, bem como os esforços cortantes
e momentos fletores existentes, e traçar os referidos
diagramas. Para esta tarefa, desconsider o peso próprio da
viga, portanto, considerar apenas a carga concentrada do
apoio do portão como sendo 2,2 kN. As dimensões da viga
são demonstradas na Figura abaixo, assim como a posição
da carga concentrada de 2,2 kN. Para traçar os diagramas
de esforços cortantes (DEC) e o de momentos fletores
112
112
(DMF), procure avaliar as relações entre carga, cortante e
momento citadas nesta aula.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. O ponto mais provável para a ruptura de uma peça
recebe o nome de seção crítica. No geral, essa seção
crítica é a seção onde...
a. ...os esforços são exatamente iguais aos carregamentos.
b. ...a força cortante possui valor igual ao do
momento fletor.
c. ...os carregamentos na estrutura são máximos.
d. ...as tensões na estrutura são máximas.
113
( ) Cargas concentradas geram descontinuidade no
diagrama de esforço cortante;
a. V-V-V-F.
b. F-V-V-V.
c. V-F-F-V.
d. F-V-F-V.
e. F-F-V-F.
a. I e III.
b. II e III.
114
114
c. II.
d. I e II.
e. I.
Referências bibliográficas
Gabarito
Questão 1 – Resposta: D
Os pontos mais importantes para uma análise estrutural ocorrem
onde a seção é submetida às tensões máximas que podem
ocorrer em uma peça. No geral, o dimensionamento estrutural
visa atender à seção com esforços máximos e, consequentemente,
seção onde ocorre a máxima tensão no material que compõe a
estrutura. Os pontos onde ocorrem os maiores carregamentos, não
necessariamente são onde ocorrem as maiores tensões.
Questão 2 – Resposta: E
Quando há aplicação de carga concentrada, o diagrama de esforço
cortante possui uma descontinuidade, pois em função da aplicação
da força em um único ponto concentrado, o diagrama de esforço
115
cortante representa esta carga através de uma mudança brusca na
direção do diagrama (descontinuidade).
Questão 3 – Resposta: B
Mesmo sendo uma ótima maneira de se compreender como
determinado material vai se comportar, o diagrama de esforços
solicitantes não é o fator preponderante para essa escolha, pois
outros fatores devem ser analisados, como a oferta do material
na região da obra, a expertise da mão de obra que realizará a
construção, o custo x benefício, entre outros.
Os diagramas de esforços solicitantes de fato representam o
comportamento da estrutura de maneira gráfica.
Os diagramas de esforços cortantes e momentos fletores possuem
relações entre si e o conhecimento destas relações facilita o
entendimento do comportamento estrutural.
116
116
Introdução à hiperestaticidade
das estruturas
Autor: Thiago Drozdowski Priosta
Objetivos
117
1. Introdução
• Estrutura Hipostática
• Estrutura Isostática
• Estrutura Hiperestática
118
118
Uma das vantagens deste tipo é que, se comparada às estruturas
isostáticas, as hiperestáticas possuem capacidade de redistribuição
dos esforços enquanto que as outras não. Em caso de alguma parte da
estrutura ficar sobrecarregada, ela possui capacidade de redistribuir
estes carregamentos a mais para os elementos ao seu redor, fazendo
com que a estrutura possua uma folga a mais na sua capacidade
portante. Martha (2010, p. 43) afirma que:
119
Outra situação que ocorre de modo a gerar um efeito negativo são as
tensões que surgem em virtude da variação da temperatura. Sendo
a estrutura hiperestática uma estrutura com menor possibilidade
de deformação, as dilatações e retrações geradas por variação de
temperatura causam acréscimos de esforços nos vínculos, situação esta
que não ocorre com tanta intensidade em estruturas isostáticas.
120
120
Já para as estruturas hiperestáticas (também conhecidas como
estruturas estaticamente indeterminadas), não é possível definir as
reações e os esforços internos somente com as equações de equilíbrio,
uma vez que possuem mais reações de apoio e/ou elementos. Neste
contexto, Kassimali (2015) afirma que estruturas deste tipo: “devem
ser complementadas por relações adicionais com base na geometria
de deformação das estruturas”, ou seja, levam em consideração as
hipóteses geométricas utilizadas na concepção do modelo estrutural.
121
• Condições de compatibilidade externa: referem-se aos vínculos
externos da estrutura e garantem que os deslocamentos e
deformações sejam compatíveis com as hipóteses adotadas com
respeito aos suportes ou ligações com outras estruturas.
122
122
1.3 Análise de estruturas hiperestáticas
Para Kassimali (2015, p. 406), o método das forças é usual para a análise
de estruturas hiperestáticas com poucos elementos e e/ou reações,
isto é, no geral, pequenas estruturas. O método dos deslocamentos
em contrapartida é mais conveniente para uso via computacional,
sendo mais adotado na análise de grandes estruturas e altamente
hiperestáticas. Por este motivo, na sequência, abordar-se-á apenas o
método das forças, por este ser a metodologia mais comum para o
cálculo e análise manual de estruturas.
123
a tornam estaticamente indeterminada. Em outras palavras, elimina-
se apoios para que a estrutura resultante desta remoção possa ser
considerada isostática (estaticamente determinada). A estrutura,
resultando da remoção dos apoios necessários, deve ser estática e
geometricamente estável, recebendo o nome então de estrutura principal.
Martha (2010) define a ideia básica do método das forças como sendo
determinar, dentro do conjunto de soluções, em forças que satisfazem
as condições de equilíbrio também satisfazem as condições de
compatibilidade. Resumidamente, esta ideia resulta na metodologia de
reduzir a estrutura hiperestática em estruturas isostáticas, introduzindo-
se graus de liberdade na estrutura.
Uma das tarefas iniciais ao método das forças (ou esforços) é a definição
do quão hiperestática é a estrutura. Isto é feito através da verificação do
grau de hiperestaticidade que a mesma possui. Se uma estrutura possui
grau de hiperestaticidade igual a 2, significa que serão necessários a
liberação de 2 vínculos para que a mesma se torne isostática e assim
possa satisfazer a condição citada no item anterior. Se a estrutura
possuir 1 grau de hiperestaticidade, apenas um 1 vínculo deverá ser
liberado para que a mesma se torne isostática e assim sucessivamente.
124
124
Para a verificação do grau de hiperestaticidade, vejamos a Figura 1 com
uma barra com carga uniformemente distribuída qualquer determinada
“q” e o vão “L”. O apoio à esquerda receberá o nome de apoio A e o
apoio à direita receberá o nome de apoio B.
125
Na Figura 2, o engaste foi transformado em apoio fixo no apoio A à
esquerda, isto é, o giro do apoio A foi eliminado, resultando assim em
uma estrutura isostática, pois possui 3 incógnitas (2 no apoio fixo A à
esquerda e 1 no apoio B à direita) e 3 equações de equilíbrio. Neste caso,
o momento no apoio A à esquerda, que foi removido com a eliminação
do engaste, é inserido no sistema com o nome de hiperestático no
mesmo ponto, como sendo um momento aplicado neste ponto.
126
126
Para esta viga, o apoio B à direita será removido, tornando a estrutura
em uma viga em balanço, portanto, uma viga isostática. Esta condição é
visualizada na Figura 5.
127
Em seguida, calcula-se o deslocamento (para o mesmo ponto B) que
ocorre em função da carga de reação adicionada (o hiperestático). Este
deslocamento receberá o nome de δ B,R , pois se trata do deslocamento
no ponto B devido à carga de reação (o hiperestático).
Para a estrutura com a carga real (sistema 0), por meio do método de
carga unitária, Lopez (2018) apresenta a equação para o deslocamento
deste referido sistema conforme está descrito pela Eq. 3.
128
128
O sinal negativo na Eq. 6 representa que o que fora adotado inicialmente
na Figura 6 para como sendo o sentido da carga hiperestática é o
oposto, neste caso, é para cima.
129
Com isso, as reações do exemplo proposto estão calculadas, cabendo
agora traçar os diagramas de esforços cortantes e momentos fletores. A
Figura 7 apresenta o diagrama de esforço cortante do exemplo.
130
130
O diagrama de momento fletor pode ser visualizado na Figura 8.
ASSIMILE
3. Considerações finais
131
incógnitas do que equações, sendo necessária a adoção de
equações adicionais que auxiliam na resolução dos problemas. O
método das forças, portanto, caracteriza uma boa maneira de se
resolver estes problemas.
TEORIA EM PRÁTICA
Você foi contratado para trabalhar em uma empresa que
atua diretamente com cálculo estrutural e uma das primeiras
atividades que seu superior lhe deu para auxiliar na sua
ambientação aos serviços de análise de estruturas foi o de
verificar o grau de hiperestaticidade de algumas estruturas
específicas. Calcule o grau de hiperestaticidade das seguintes
estruturas, demonstrando quais são os vínculos em cada
apoio. Também verifique qual a solução para tornar a
estrutura possível de ser calculada pelo método das forças:
132
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VERIFICAÇÃO DE LEITURA
133
d. É a estrutura onde não se é possível definir como
sendo hiperestática ou isostática.
Referências bibliográficas
134
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Gabarito
Questão 1 – Resposta: B
A ideia principal é reduzir a estrutura hiperestática em estruturas
isostáticas através da eliminação de vínculos abundantes.
Questão 2 – Resposta: C
É a estrutura incapaz de calcular todas as reações de apoio através
apenas das equações de equilíbrio da estática, pois neste caso
é necessária a adoção das equações de compatibilidade e das
relações entre força-deformação do elemento.
Questão 3 – Resposta: E
Quando a estrutura possui vínculos em abundância para garantir
a sua total imobilidade, ela é considerada como hiperestática,
pois possui maior capacidade de distribuição de esforços e, a
depender do apoio, se retirado algum, a estrutura ainda possui
capacidade de estabilidade.
135
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