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REALIDADE ÉTNICA, SOCIAL, HISTÓRICA, GEOGRÁFICA, CULTURAL,


POLÍTICA E ECONÔMICA DO ESTADO DE GOIÁS
PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES

Aula 02 – Política

Olá pessoal, como estão? Estudando bastante? Espero que


estejam tirando muito proveito das aulas e elevando o conhecimento
de vocês para que possam fazer uma prova de forma maravilhosa!

Na aula passada nós falamos um pouco sobre a economia


de Goiás, mas, como não poderia deixar de ser, tocamos em
assuntos bem variados, não é mesmo? Hoje, o enfoque de nossa aula
é a política, no entanto, mais uma vez, trataremos também de
assuntos correlatos.

Espero que os temas estejam ficando claros e gostaria de


reforçar a ideia de que o fórum é o caminho de diálogo entre nós, ok?
Qualquer dúvida que venha surgir com a leitura das aulas deve ser
colocada lá para que a construção do conhecimento seja o mais
completa possível.

Vejamos quais são os tópicos da aula de hoje:

Aula 02 - Política - Modernização da agricultura e urbanização do


território goiano. 3. População goiana: povoamento, movimentos
migratórios e densidade demográfica. Aspectos da história política de
Goiás: a independência em Goiás, o coronelismo na República Velha,
as oligarquias, a Revolução de 1930, a administração política de 1930
até os dias atuais. Modernização da agricultura: impactos na
economia e política goiana. Partidos políticos e democracia: o fim do
regime militar e a ordem política em Goiás. 9 Atualidades políticas do
Brasil, especialmente do Estado de Goiás

Aspectos da História Política de Goiás


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Falar da história de Goiás é, necessariamente, falar um


pouco sobre a própria história do Brasil. Isso se deve, principalmente,
ao fato de que Goiás é um dos estados brasileiros e, portanto, sofre
interferências do que acontece no Brasil como um todo e, da mesma
forma, suas próprias transformações afetam o processo histórico
brasileiro.

Nosso início de conversa será o processo de independência e


de que forma isso refletiu no estado goiano.

Na primeira metade do século XIX, o Brasil passou por


transformações importantíssimas para sua economia e política. Bem
no inicinho deste século, o Brasil que era apenas uma colônia viu-se
elevado ao patamar de sede do Império luso. Em seguida, o rei
português voltou ao seu país, mas deixou seu filho como príncipe
regente. Por várias questões e sofrendo a pressão interna, em 1822
D. Pedro proclamou a independência do Brasil em relação à Portugal.

Em todo o Brasil, a maioria dos elementos das elites


políticas e econômicas apoiavam a independência, principalmente, no
sentido de cortar as antigas relações coloniais. O mesmo acontecia
em Goiás.

Assim, se por um lado a população rural estava meio alheia


às mudanças, por outro, elementos da elite política e econômica do
estado, além do clero, manifestavam seu apoio ao processo de
independência. Portanto, mesmo estando “teoricamente”
independente de Portugal, o Brasil como um todo e Goiás em
particular ainda encontravam-se presos a alguns aspectos de
dependência, principalmente econômica.

“Mas, professora, o que isso quer dizer?”

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Quer dizer, meus amigos, que as relações econômicas ainda


mantinham muitos traços da antiga colônia, o que desfavorecia em
muito os grandes proprietários. Isso fez com que os grandes
proprietários do Norte de Goiás ensaiassem um movimento
separatista em relação ao Sul.

O primeiro movimento no sentido da separação, antecedeu


a independência brasileira. Aconteceu em 1821 e contou com as
lideranças do capitão Felipe Antônio Cardoso – mobilizando os
quartéis - e do pe. Luiz Bartolomeu Marques – que buscou conclamar
o povo e as lideranças para a preparação de um golpe que iria depor
o capitão- general Sampaio , que era a personificação da dominação
portuguesa.Mas, assim como aconteceu em vários outros
movimentos de cunho político na história do Brasil, houve uma
denúncia sobre o golpe, o que gerou a ordenação de prisão dos
principais líderes rebeldes.

Um mês após a tentativa fracassada de deposição de


Sampaio, instalou-se o governo independentista do Norte, com
Capital provisória em Cavalcante, fazendo circular, em seguida, uma
circular que proclamava a separação do governo.

Mas, esse movimento separatista não durou muito tempo,


pois em outubro de 1821, Theotônio Segurado transferiu-se para
Portugal como representante nas Cortes Portuguesas.

Depois desse primeiro fracasso, já durante o Império, ou


seja, depois da independência brasileira, duas outras tentativas de
separação foram feitas:

1) a defesa de Visconde de Taunay, na condição de


deputado pela Província de Goiás, propondo a separação do norte

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goiano para a criação da Província da Boa Vista do Tocantins, com a


vila capital em Boa Vista (Tocantinópolis) em 1863;

2) de maneira mais efetiva, em 1889, houve o projeto de


Fausto de Souza para a redivisão do Império em 40 províncias,
constando a do Tocantins na região que compreendia o norte goiano.

No entanto, meus queridos, embora tendo começado ainda


no século XIX, a separação do Norte de Goiás só efetivou-se em
1988, quando houve a criação efetiva do Estado do Tocantins. Como
podem perceber isso é bem recente e alguns de nós ainda éramos
criancinhas.

Durante todo o período de Império, o Estado de Goiás


destacou-se economicamente devido ao crescimento do rebanho
bovino e da agricultura, mas isso nós vimos na aula passada. Em
termos políticos, a centralização das decisões nas mãos do imperador
não deixava aflorar muito as manifestações localizadas, embora
tenha sido por meio das mãos das oligarquias políticas que a
República foi proclamada, inaugurando uma nova época para a
história brasileira e, posteriormente, goiana.

Com o desenvolvimento da agropecuária do tipo extensiva,


formaram-se grandes latifúndios em Goiás, trazendo, com isso,
implicações econômicas, políticas e sociais. As relações de trabalho
nessas áreas de produção agropecuária eram marcadas pelo
predomínio da força dos senhores, os grandes coronéis que
marcaram todo um longo período da história brasileira, e como não
poderia deixar de ser, goiana. Enquanto na região mais ao sul do
estado a força dos coronéis aumentava dia-a-dia, no norte, que era
uma área mais desabitada, reinava certa instabilidade, aumentado o
banditismo de jagunços e a luta dos coronéis por sua supremacia.

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Mas, não pensem, pessoal, que a força dos coronéis se


resumia aos limites de seus próprios latifúndios. Não, seu poder e
influência ia muito além e interferia diretamente na vida política.

Como vimos na aula passada, com o passar dos anos, ainda


no século XIX, houve a expansão da pecuária em terras goianas.
Lentamente essa cultura foi perdendo sua característica de
subsistência e foi sendo transformada em rendosa atividade
econômica.

Algumas famílias foram ampliando suas fazendas pela


simples posse de mais terras e aumentando a criação, fazendo surgir
as grandes fazendas pertencentes a poucos proprietários. No sul do
Estado de Goiás as vilas se desenvolviam justamente em função da
criação de gado e os fazendeiros iam se tornando cada vez mais ricos
e poderosos, com grande influencia sobre a população que muitas
vezes dependiam diretamente deles.

Eram chamados de coronéis e representavam as famílias de


maior poder no estado como, Rodrigues, Jardim, Fleury, Bulhões,
Caiado, Castro, Ludovico entre outras. Essa denominação vinha do
prestígio do cargo que muitos ocupavam na Guarda Nacional no
século XIX.

A maioria da população era pobre e acabava se submetendo


aos grandes fazendeiros que, além de ricos e poderosos, também
possuíam o domínio da política local. Assim, eram eles mesmo, ou
membros de suas famílias as pessoas que ocupavam os cargos
políticos como forma de se manter no poder. Como o voto não era
secreto naquela época, os coronéis controlavam facilmente e
recorriam a fraudes eleitorais quando o adversário vencia. Por isso
pessoal, falei na aula passada que estaríamos sempre voltando em

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assuntos econômicos, pois como já pudemos observar , não dá pra


falar de política sem falar em economia, né?

Até porque era justamente o poder econômico que garantia


o político e isso era passado de pai para filho por diversas gerações.

Café - a grande lavoura do século XIX

Pessoal, sei que nossa aula de economia foi a anterior, mas


como já foi falado, os assuntos estão muito relacionados. Dessa
forma, achei melhor deixar pra falar dessa atividade econômica que
“pegou fogo” na segunda metade do século XIX, como o principal
produto de exportação brasileiro, pois isso tem tudo a ver com a
política desse período.

Todos nós estamos lembrados daquilo foi chamado de


republica do café com leite, né? Ainda que não nos lembremos
exatamente o que é, tenho certeza que o termo lhes é familiar...

Pois bem, a chamada política do café com leite foi uma


política de revezamento do poder nacional executada na República
Velha entre 1898 e 1930, por presidentes civis fortemente
influenciados pelo setor agrário dos estados de São Paulo - mais
poderoso economicamente, principalmente devido à produção
de café - e Minas Gerais - maior pólo eleitoral do país da época e
produtor de leite.

Nesse momento, em que o consumo de café na Europa e


nos EUA crescia rapidamente crescia também a necessidade de
aumentar a produção nacional desse produto. Mas afinal, se estamos
falando de Minas e São Paulo, o que é que Goiás tem a ver com isso?

Tudo!!!

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Lembram que na aula passada falamos sobre o fato de, no


inicio do século XX , o estado ter tido um significativo crescimento
das suas plantações? Pois então, como o café era a bola da vez nas
exportações nacionais ele começou a ocupar grandes extensões de
terra, principalmente no sudoeste goiano, onde as terras eram mais
férteis e mais baratas. Portanto, amigos, Goiás não ficou a margem
da chamada política do café com leite, afinal vocês acham que a
construção da estrada de ferro que falamos na aula anterior foi ou
não foi uma decisão política?

Ora, dada a precariedade estrutural do nosso país naquele


momento uma estrada de ferro seria bem vinda em qualquer outra
parte do Brasil, no entanto as estradas de ferro foram construídas
para transportar o café do interior até a cidade de são Paulo- de onde
era transportado até santos para que fosse enviado para fora do país.

Lembrando pessoal, que naquele momento o transporte


ferroviário era considerado revolucionário, pois encurtava distâncias,
carregava quantidades muito maiores de mercadorias e trazia com
rapidez, notícias e novidades vindas dos centros mais desenvolvidos
do Brasil.

Como já vimos, em Goiás, esse meio de transporte só


chegou em 1913, na cidade de Ipameri e , em Anápolis, em 1935 -
ligando o sul do Estado a Minas Gerais e São Paulo, diminuindo assim
parte do isolamento goiano.

De todo modo, a importância do café na economia brasileira


desse período era tão grande que influenciou as políticas
governamentais de infraestrutura a “beneficiar” Goiás com a estrada
de ferro, pelo simples fato do estado possuir grandes extensões de
terra ocupadas pelo plantio do café.

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Por tudo isso que falamos dá pra entender porque até 1930,
as oligarquias coronelistas dominavam a política, principalmente
reforçadas pela política dos governadores que foi implantada no
governo de Campos Sales, não é mesmo?

A força dos coronéis era caracterizada pela


sobreposição sobre os poderes legislativo e
judiciário, assim, as relações de dependência
pelo voto caracterizam a política da época,
conhecido atualmente como o famoso "voto
de cabresto".

O Brasil era o maior produtor de café do mundo e é claro


que os grandes fazendeiros queriam continuar ganhando muito com
suas lavouras. Porém , com o crescimento da produção começa a
sobrar café e os preços dos produtos caiam no comercio
internacional. No entanto, estão lembrados que quem dominava a
política eram os próprios cafeicultores? Pois é, pessoal, como eles
tinham o poder político e decidiam quem seria o Governo, esse
“governo Federal” aprovou uma série de medidas que beneficiavam
apenas os cafeicultores gerando um grande descontentamento em
todo o brasil.

E finalmente, como sabemos, as decisões políticas estão


sempre inseridas num contexto social e econômico. E
economicamente falando, com a quebra da Bolsa de Nova York, em
1929, o preço do café brasileiro caiu drasticamente, o que levou os
cafeicultores paulistas a terem uma crise de superprodução.

Assim, em 1930, os grupos opositores fizeram uma


revolução liderada pelo gaúcho Getúlio Vargas, Mais uma vez a

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fraude eleitoral grassa durante o processo eleitoral (feita por ambos


os lados), e novamente a situação leva a melhor, elegendo Júlio
Prestes presidente.
Pode-se perceber, que situação econômica estava
insustentável, e atrelada ao estranho assassinato do candidato à vice
presidência da Aliança Liberal, João Pessoa, que passa a ser visto e
alardeado como manobra do governo para calar qualquer opositor.
Tais fatos culminam com a revolta militar, partindo do sul, com o
objetivo de derrubar o regime.
O governo, impopular perante às massas, cai facilmente.
Getúlio Vargas depôs o então presidente Washington Luís e pôs um
ponto final na tal política do café com leite. Getúlio Vargas assume o
poder em caráter provisório a 3 de novembro de 1930

A partir da “revolução” de 1930, que colocou Getúlio Vargas


na Presidência da República do Brasil, começaram a ser feitas
algumas mudanças no campo político. Os governantes de estado
foram destituídos e Getúlio Vargas colocou em cada estado um
governo provisório composto por três membros.

Goiás também se envolveu na revolução com poderosas


famílias apoiando os dois lados revolucionários : os a favor de Getúlio
e os a favor de Washington Luis. A família Ludovico, por exemplo,
grande proprietária de terras do sul do Estado, apoiou Getúlio Vargas
e com a vitória deste candidato eles assumiram o poder estadual –
onde mantiveram-se por 34 anos seguidos!

É bom lembrar, pessoal, que nesse tempo muita coisa


mudou no Estado e esse Goiás que nós conhecemos hoje é muito
diferente do Goiás do período em que estamos falando aqui. Naquele
tempo o estado ainda era formado por vastas áreas praticamente
despovoadas e improdutivas. Os políticos goianos, liderados pela

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família Ludovico, sabiam que era necessário ocupar essas terras com
atividades que aumentassem a produção e trouxesse crescimento
econômico ao estado. Goiás precisava acabar com o isolamento e se
integrar ao resto do país, principalmente a região econômica mais
forte: a sudeste.

Assim, em 1933 tivemos uma das mais importantes


decisões políticas de Goiás: a mudança da capital do Estado e a
construção de uma cidade para abrigá-la. As principais razões para a
mudança foram a dificuldade de acesso a antiga capital , Vila Boa de
Goiás ou Cidade de Goiás – que ficava localizada entre as serras , e a
falta de estradas.

Uma das metas do governo goiano, depois do movimento de


1930 e da ascensão de Vargas, foi trazer o desenvolvimento para o
Estado, resolvendo, assim, os problemas do transporte, da educação,
da saúde e da exportação. Mas, um dos maiores destaques para
este período foi, sem dúvida, o início à construção de Goiânia
e a mudança da capital.

Uma nova etapa era inaugurada após 1930, os ideais de


progresso e desenvolvimento passaram a fazer frente a todos os
planos do novo governo. Isso acabou influenciando no processo de
crescimento do Estado, onde um dos maiores destaque foi, sem
dúvida, o início da construção de Goiânia e a mudança da nova
capital que melhor representasse esses ideais. Como vimos na aula
passada, a região de Campinas foi escolhida para ser o local onde se
edificaria a nova capital, principalmente, por apresentar melhores
condições hidrográficas, topográficas, climáticas, e também pela
proximidade da estrada de ferro. Não delongarei muito nesse
assunto, pois já o vimos na aula anterior, ok?

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De qualquer modo , acho bom salientar que muitos goianos


não viam com bons olhos a mudança da nova capital, mas, apesar
da resistência a capital foi construída e sua ocupação e o povoamento
das terras foram concretizados algumas décadas depois como
veremos adiante ao abordar o período militar.

Além disso, é importante destacar, meus amigos, que no


período posterior à 1930, o Estado de Goiás foi marcado por um
movimento, muito importante para sua história e que não poderia
ficar de fora de nossos estudos.

Entre 1950 e 1957 aconteceu na região mais ao Norte de


Goiás uma revolta que ficou conhecida como “A Revolta de Trombas e
Formoso”. Esse é um raro exemplo de revolta camponesa que logrou
sucesso na história da república brasileira e contou com a
participação dos camponeses sem terra e dos grileiros – pessoas que
tomavam posse da terra por meio de documentos falsificados.

Ao final do movimento, essa região conheceu bastante


desenvolvimento, principalmente devido à ajuda do camponês José
Porfírio, que foi eleito Deputado Estadual.

Mas, como nem sempre as história permanecem com o seu


final feliz, a partir do golpe militar de 1964, muitos camponeses da
região, incluindo o próprio José Porfírio, foram vítimas de torturas e
perseguições.

Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em


prova!

1) (UEG/Câmara de Valparaíso de Goiás/2008) Dentre os


fatores citados abaixo, qual deles NÃO possui relação com o
histórico isolamento pelo qual passou o antigo norte goiano e

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que culminou com a fundação do estado do Tocantins, em


1988?

a) O processo de povoamento do antigo território goiano, que


remonta ao século XVII, privilegiando o centro-sul, enquanto a
Correição do Norte caracterizava-se por uma relativa dispersão na
distribuição dos núcleos urbanos.

b) O movimento separatista ocorrido em 1821, que instalou um


governo provisório na cidade de Cavalcante e, ao mesmo tempo,
jurou fidelidade a D. João VI e à Coroa portuguesa.

c) A chegada dos trilhos da estrada de ferro em Goiás, em 1913, que


reestruturou a dinâmica econômica do norte goiano e facilitou o
acesso da produção agrícola da região ao porto de Itaquí, no
Maranhão.

d) A proposta de construção da nova capital goiana que manifestava


o total descompasso socioeconômico entre a região sul do Estado de
Goiás e o norte, como justificativa para não transferir a capital para
aquela região.

COMENTÁRIOS:

Novamente, veremos item por item para que possamos


entendê-los de uma maneira mais clara.

a) A criação do Estado de Tocantins tem origem bem remota. Vamos


ler um pouco sobre isso? Nas décadas de 1730 e 1740 ocorreram as
descobertas de ouro no norte de Goiás e, em função delas, a
formação dos primeiros arraiais no território onde hoje se situa o
Estado do Tocantins. Na época da mineração, as minas localizadas ao
norte da capitania de Goiás eram consideradas mais ricas do que as
do centro-sul, todavia, a arrecadação de impostos era inferior. Os

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moradores do norte pensaram, então, em se desligarem da capitania


e, ao mesmo tempo, os governantes mudaram as regras de cobrança
do quinto a fim de frear o desenvolvimento do norte. No período de
1779 a 1822, ocorreu a queda brusca da arrecadação do quinto
devido ao fim das descobertas do ouro. Rapidamente toda a capitania
entrou num processo de estagnação econômica, ficando o norte da
capitania numa situação mais precária. Isolado tanto
propositadamente quanto geograficamente, o norte sempre sofreu
medidas que frearam o seu desenvolvimento. A proibição da
navegação fluvial pelos rios Tocantins e Araguaia eliminou a maneira
mais fácil e econômica da região atingir outros mercados
consumidores. Sendo assim, a letra a está errada. Lembrando que
estamos procurando a letra que NÃO corresponde ao isolamento do
norte de Goiás e à criação do Estado de Tocantins.

b) Bem, vamos recordar rapidamente alguns fatos históricos para


entendermos esta questão. Em 1820, em Portugal, aconteceu a
Revolta do Porto que exigia a recolonização do Brasil, mobilizando a
elite intelectualizada do país em prol da emancipação. Em 1821, em
Goiás, essas ideias liberais refletiram na tentativa de derrubar a
própria personificação da dominação portuguesa: o capitão-general
Manoel Sampaio. Esta tentativa fracassou devido a uma denúncia
contra o golpe. Um mês depois, instalou-se o governo independente
do norte com a capital provisória de Cavalcante. Esse governo buscou
a independência do centro-sul de Goiás e não necessariamente em
relação à Coroa Portuguesa. Por esses motivos, a letra B está errada.

c) Agora ficou bem fácil. Mesmo que não soubéssemos a resposta


certa, a própria questão nos daria a resposta. Não há como a
construção de uma ferrovia contribuir para o isolamento de uma
região. O que aconteceu com a chegada dos trilhos em 1913 foi

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justamente o contrário de isolamento. Houve o desenvolvimento


sócio econômico do Estado através do transporte das mercadorias,
valorização das terras, formação de novos centros urbanos. Portanto,
a construção da estrada de ferro NÃO contribuiu para o isolamento da
região, logo a letra C está correta.

d) Você sabia que a cidade de Goiás, também conhecida como Goiás


Velho, foi capital do Estado de Goiás por mais de 200 anos? E que
tem o título de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade,
conferido pela Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO)? Pois bem, com a decadência do ciclo do
ouro, a Cidade de Goiás, antiga capital do estado, perdeu sua
importância. Apesar disso, com o tempo surgiu o interesse do
governo para a mudança dessa capital para uma região mais
próspera e de fácil acesso dentro do estado, Goiânia. Como já
sabíamos a letra D está errada.

2) (UEG/Assembleia Legislativa/2006) A Revolução de 1930


representou, em parte, uma reação política ao poder dos
grandes Estados. Em Goiás, a experiência política republicana
(1930-1945) resultou:

a) na centralização das decisões políticas e na adesão da elite local ao


projeto de integração nacional representado pela Marcha para o
Oeste.

b) na consolidação do regime democrático decorrente da integração


da região aos novos fluxos econômicos alimentados pela mudança da
capital de Goiás para Goiânia.

c) na autonomia do poder local em relação ao governo central


(União) com base no poder pessoal do interventor, Pedro Ludovico
Teixeira.

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d) na afirmação dos valores republicanos redefinidos pelos novos


partidos políticos criados a partir da implantação do Estado Novo.

COMENTÁRIOS:

Vejamos:

a) Primeiramente, vamos entender o que foi a Marcha para o


Oeste. A Revolução de 30 mostrou uma preocupação do
governo em ocupar espaços vazios do território nacional.

Sendo assim, a Marcha para o Oeste foi um projeto dirigido


pelo governo Getúlio Vargas no período do Estado Novo, para ocupar
e desenvolver o interior do Brasil. Isso porque o Brasil tinha se
desenvolvido mais no litoral enquanto o interior permanecia pouco
povoado e desenvolvido. Além disso, a Revolução de 1930 também
assumiu um caráter antioligárquico e anti-imperialista – contra o
domínio dos grandes proprietários de terras, sendo as classes médias
as principais condutoras da Revolução de 1930 em Goiás e por elas
favorecidas. Ou seja, a classe média se viu beneficiada pela Marcha
para o Oeste e por isso o apoiou. Portanto, a letra A está correta.
Mais a frente voltaremos nessa marcha para compreender que apesar
dela ter seu projeto editado por Getúlio ela só se efetiva em números
décadas depois como podemos ver no gráfico abaixo:

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De qualquer forma, pessoal, ainda voltaremos mais nessa marcha


para entendê-la um pouco melhor, ok?

b) Precisamos analisar alguns pontos para entendermos esta


questão. A construção de Goiânia e a transferência da capital foram
arrojadas apostas no desenvolvimento do Estado. Entretanto, o
processo demonstrou ser mais complexo e de solução mais lenta. No
inicio da década de 1940, Goiânia era uma cidade perfeitamente
estabelecida, porém, o desenvolvimento do Estado ainda estava
longe de ser satisfatório. Foi, na verdade, o começo de uma nova
etapa, uma aposta no futuro. Tanto que acreditou se que a nova
capital seria um polo de desenvolvimento industrial, o que não se
ocorreu tão rápido, apesar de ter sido demarcada, desde o início,
extensa área para instalação de indústrias no município. A mudança
da capital foi sim, um marco para a mudança futura que o estado
sofreu. Portanto, a letra B está errada.

c) Bem, vamos falar um pouco sobre um importante político goiano,


Pedro Ludovico Teixeira, que fazia parte da oposição em Goiás contra

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o poderio político dos Caiado. Ludovico reuniu um grupo de 120


voluntários de Goiás e Triângulo Mineiro com a intenção de invadir o
sudoeste goiano. Perto de Rio Verde, Pedro Ludovico foi preso pelas
tropas caiadistas (4 de outubro de 1930), sendo solto logo que
chegou a notícia em Goiás da vitória da revolução. Sendo um dos
líderes da Revolução de 1930, em Goiás, tornou-se interventor
federal no Estado (1930-1933) e governador de 1935 a 1937, sendo
responsável direto pela mudança da capital da cidade de Goiás para
Goiânia. Portanto, ele não representou um poder autônomo, ele fazia
parte do Governo. A letra C está errada.

d) O que aconteceu na época do Estado Novo foi justamente o


contrário. Em 10 de novembro de 1937, Getúlio anunciou, pelo rádio,
a "nova ordem" do país, a Constituição de 1937, que extinguiu a
Justiça Eleitoral, aboliu os partidos políticos existentes, suspendeu as
eleições livres e estabeleceu eleição indireta para presidente da
República, com mandato de seis anos. Logo, a letra D também está
errada.

3) (UEG/Câmara de Valparaíso de Goiás/2008) O processo de


transferência da capital goiana, da Cidade de Goiás para
Goiânia, foi motivado por uma série de fatores. Entre eles, o
elemento decisivo foi o de que:

a) A antiga capital representava o mais importante centro político de


oposição a Pedro Ludovico Teixeira, sendo necessário desarticulá-lo.

b) A antiga capital não reunia as condições hidro-sanitárias


fundamentais para comportar uma grande cidade, como planejava
construir o interventor Pedro Ludovico Teixeira.

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c) A antiga capital era considerada lócus de doenças que


periodicamente assolavam a região e que eram intensificados pela
insalubridade do seu clima.

d) O relevo acidentado da antiga capital impedia grandes


intervenções urbanas e, além disso, dificultava a instalação de um
ramal férreo próximo à cidade.

COMENTÁRIOS:

a) A ideia de mudança da capital de Goiás era um desejo desde o


Séc.XVIII. Os motivos eram diversos: falta de estrutura, problemas
de abastecimento de água e esgoto, até o clima e o relevo eram
motivos para a mudança da capital, que na verdade, significaria a
também deslocar o poder para outras mãos. Foi exatamente o que
aconteceu com a deflagração da Revolução de 30. No caso de Goiás,
a revolução foi decisiva porque o presidente Getúlio Vargas nomeou
Pedro Ludovico Teixeira como interventor, em 1930. Como Ludovico
fazia oposição aos Caiado, detentores do poder em Vila Boa, antiga
capital, ficou bem claro a sua intenção de romper com o poder da
situação vigente, empenhando-se ao máximo, para que a
transferência da capital acontecesse. Todos os argumentos citados
nas letras B, C e D correspondem aos argumentos apresentados por
vários historiadores. Entretanto, o fator decisivo para a transferência
da capital goiana foi o interesse pelo poder, portanto a letra A está
correta.

4) (UEG/Câmara de Valparaíso de Goiás/2008) O período


entre o final da ditadura de Getúlio Vargas (1945) e o início da
ditadura militar (1964) é marcado por forte instabilidade
sociopolítica. São acontecimentos relacionados a esse período,
em Goiás:

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a) A “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, ocorrida em


Goiânia em abril de 1964.

b) O “Queremismo”, movimento reivindicatório da permanência do


governador Mauro Borges no poder.

c) A passagem da Coluna Prestes por Goiás, em sua fuga para a


Bolívia.

d) A revolta camponesa de Trombas e Formoso, na década de 1950.

COMENTÁRIOS:

Então, meus queridos, vamos falar um pouquinho sobre cada


item a fim de encontrarmos a resposta certa, ok?

a) A Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade, foi um movimento


civil conservador inicialmente organizado em oposição ao governo do
presidente trabalhista João Goulart, eleito em 1961, mas que, na
verdade estava abrindo caminhos para o golpe militar. A marcha era
supostamente contra o comunismo e contra a corrupção que também
supostamente ameaçava a nação. Esse tipo de movimento se
estendeu por todo o território nacional. Milhares de pessoas se
reuniam a principio para pedir a deposição de Jango e uma
intervenção militar e depois, pós-Golpe, para comemorarem a
deposição de João Goulart. O erro desta questão é a data, pois a
Marcha aconteceu em Goiânia em 13/05/64 e não em abril. Detalhe
bem simples, não acham. Então, cuidado! A informação inicialmente
verdadeira pode nos levar ao erro. Leiam tudo, com atenção.

b) Vamos rever um pouquinho sobre o “Queremismo”. O Queremismo


foi um movimento político surgido em maio de 1945 com o objetivo
de defender a permanência de Getúlio Vargas na presidência da
República. A expressão se originou do slogan utilizado pelo

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movimento “Queremos Getúlio” e significava o adiamento das


eleições presidenciais, o lançamento da candidatura de Vargas, e a
convocação da Assembleia Nacional Constituinte. Portanto, não se
relaciona com a permanência do governador Mauro Borges, eleito em
1960. A letra B está errada.

c) A Coluna Prestes foi um movimento militar que surgiu no Rio


Grande do Sul em outubro de 1924, tendo como principal figura o
Capitão do Exército Luis Carlos Prestes. O movimento deslocou-se
pelo interior do país pregando reformas políticas e sociais e
combatendo o governo do então presidente Artur Bernardes e,
posteriormente, de Washington Luís. Os integrantes da Coluna
Prestes denunciavam a miséria da população e a exploração das
camadas mais pobres pelos líderes políticos. Apesar dos esforços, a
Coluna Prestes não conseguiu a adesão da população. A longa
marcha foi concluída em fevereiro de 1927, na Bolívia, perto de nossa
fronteira, sem cumprir seu objetivo, disseminar a revolução no Brasil.
O movimento percorreu vinte e cinco mil quilômetros pelo interior do
Brasil durante dois anos e meio, e não especificamente em Goiás.
Além disso, ocorreu entre 1924 e 1927, período anterior ao período
citado no enunciado(1945 a 1960), portanto a letra C está errada.

d) Resta-nos a última opção, que fala de um assunto que vimos logo


acima, não é mesmo?

Esta revolta ocorreu na região norte do Estado de Goiás, de 1950 a


1957. A luta tinha de um lado, camponeses sem terra, liderados por
José Porfírio, e, do outro, os grileiros (pessoas que falsificam
documentos para fingirem serem os donos da terra). Os combates
aconteceram tanto no terreno da luta política institucional, quanto da
luta armada propriamente dita. A Revolta foi uma das poucas lutas
camponesas vitoriosas no Brasil republicano. Após a vitória do

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movimento, o camponês José Porfírio foi eleito Deputado Estadual. A


região de Trombas e Formoso desenvolveu-se. Com o golpe militar,
em 1964, os camponeses da região foram torturados e perseguidos.
José Porfírio foi “caçado” e preso pelos militares. Logo, a letra D está
correta.

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Goiás em tempos de Ditadura

Nos anos de 1970, o Brasil estava sob o comando de uma


ditadura militar, implantada desde 1964. Como sabemos, esse
período da Ditadura Militar no Brasil foi marcado tanto por momentos
de grande euforia econômica, quanto, por outro lado, por grandes
perturbações políticas.

Apesar disso, muitos dos benefícios alcançados pela


modernização do país – objetivo principal do governo militar – não
atingiram igualmente toda a população, uma vez que as políticas
implantadas favoreciam a uma minoria (como todas as outras que
vimos até o momento, né, pessoal?)

Mas em Goiás, os benefícios chegaram sob a forma de


modernização do campo, com maquinas, silos e armazéns novos. Os
governadores indicados pelos presidentes militares promoveram a
modernização da grande propriedade rural, quando, muitas delas,
deixaram de ter uma exploração extensiva e se transformaram em
verdadeiras empresas agropecuárias.

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Tratores, colheitadeiras, adubos, fertilizantes, agrotóxicos,


seleção de sementes, pesquisas e técnicas para melhoria do rebanho,
uso de irrigação etc. tudo isso, pessoal, modificou completamente a
agricultura e pecuária nas grandes propriedades que passaram a
produzir mais e com melhor qualidade.

Mas, pessoal, vocês perceberam que a todo instante eu me


referi a grandes propriedades? Pois é, amigos, enquanto as grandes
propriedades se modernizavam com o apoio e o financiamento do
governo o pequeno produtor e os homens que dependiam da lavoura
foram simplesmente ignorados gerando um intenso movimento de
migração dos campos para as cidades.

A migração do campo para a cidade foi tão intensa que, em


1980, a população de 82 municípios goianos era menor do que em
1970. Hoje a maioria da população goiana é urbana, ou seja, vive nas
cidades , apesar der o estado ser predominantemente agrário, com
grandes plantações de soja, arroz, algodão e um enorme rebanho,
instalado nas fazendas, muitas delas pertencentes as grandes
industrias, ou a fazendeiros de outras regiões do país.

Portanto, pessoal, foi durante o governo militar que Mauro


Borges Teixeira , filho de Ludovico, efetivou a “Marcha para o Oeste”
e integrou Goiás ao restante do país como fornecedor de matérias-
primas, alimentos e como mercado consumidor, usando a infra-
estrutura básica, energética e viária.

Essa marcha foi basicamente um programa de incentivo a


migração interna, ou seja, ela visava o deslocamento de população
de uma determinada região do país para outra. Tudo isso sempre no
intuito de diminuir os grandes vazios demográficos de alguns estados
e, concomitantemente, oferecer maior quantidade de alimentos e
matérias primas ao restante do país. Vamos dar uma olhadinha na
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tabela abaixo pra visualizarmos melhor como se deu essa evolução


poulacional ?

Tabela 1 - ESTADO DE GOIÁS, Centro-Oeste e Brasil:


População recenseada - 1872, 1890, 1900, 1920, 1940,
1950, 1960, 1970, 1980, 1991, 1996, 2000 - 02.

Ano População (hab)


Goiás Centro-Oeste Brasil
1872 160.395 220.812 9.930.478
1890 227.572 320.399 14.333.915
1900 255.284 373.309 17.438.434
1920 511.919 758.531 30.635.605
1940 826.414 1.258.679 41.236.315
1950 1.214.921 1.736.965 51.944.397
1960 1.913.289 2.942.992 70.070.457
1970 2.938.677 5.073.259 93.139.037
1980 3.860.174 7.545.769 119.011.052
1991 4.018.903 9.427.601 146.825.475
1996 4.514.967 10.500.579 157.070.163
2000 5.003.228 11.636.728 169.799.170
2001(1) 5.116.462 11.885.529 172.385.826
2002(1) 5.210.335 12.101.540 174.632.960
Fonte: IBGE.
Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatísticas Socioeconômicas - 2003.
Nota: 1872 até 1950 : População presente.
1960 até 1980 : População recenseada.
1991 até 2000 : População residente.

Vejam como , mais uma vez tudo está muito interligado,


pessoal? As políticas publicas estavam sempre ligadas a fatores
econômicos que outrora foram o café e agora, quase em meados do
seculo XX, foi o intenso processo de insdutrialização pelo qual passou
se enveredou o Brasil.

As autoridades sabiam que para ocupar e desenvolver


economicamente o estado precisava de pessoas que se
estabelecessem na região e tivessem condições de sobreviver ali.
Portanto, o governo adotou pelo menos, três medidas muito
importantes para que a região fosse efetivamente ocupada:

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1- Doação de terras para atividades agricolas aos migrantes –


principlamente do nordeste do país.

2- Construção de rodovias – para evitar o isolamento das


populações e cidades que estavam se desenvolvendo

3- Construção de hidrelétricas – assegurar o fornecimento de


energia eletrica para o funcionamento de de industrias e eletrificação
rural.

Diante disso, a partir de 1940, Goiás passou a crescer em


ritmo acelerado em virtude da combinação de alguns fatores: o
desbravamento do Mato Grosso Goiano, a campanha nacional de
“Marcha para o Oeste” e a construção de Brasília. Nesse sentido,
pessoal, a população do estado cresceu vertiginosamente estimulada
pela forte imigração, conforme nos mostra a tabela acima.

Seu governo foi o primeiro a desenvolver um plano global


que contemplou todas as áreas de desenvolvimento econômico do
estado, abrangendo as áreas de agricultura, pecuária, energia
elétrica, transportes e comunicação, educação, saúde e assistência
social, mineração e turismo.

Durante seu governo, houve ainda uma reforma


administrativa que criou estatais e paraestatais responsáveis pelo
crescimento do estado. As indústrias que beneficiavam a matéria-
prima agrícola, como a soja e o algodão, e vendiam o produto final,
são chamadas de agroindústrias, ok, pessoal?

Isso porque são altamente mecanizadas e por aplicarem a


pesquisa e a tecnologia à lavoura e à criação de gado. Além disso,
elas usam modernos sistemas de armazenamento e transporte ,
permitindo que os produtos passem por diferentes etapas e

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transformações, chegando aos consumidores semi-industrializados ou


prontos para o consumo.

Mas foi no governo de Irapuan Costa Junior (1975-1978)


que foi criado o primeiro pólo industrial do estado que hoje é o maior
de todos eles: o Banco de desenvolvimento do Estado e o distrito
Agroindustrial de Anápolis – DAIA .

Embora não seja um estado muito populoso, amigos, a


economia goiana vem crescendo e se modernizando ao mesmo tempo
em que os problemas sociais aumentem e ficam cada vez mais
difíceis de serem resolvidos, tanto no campo quanto na cidade.

A grande propriedade e seus donos ainda são os maiores


beneficiários desse crescimento e modernização. O estado de Goiás é
hoje um grande exportador de produtos agropecuários e vem se
destacando pelo rápido processo de industrialização

Outra característica do estado de Goiás durante o período


da ditadura foi o alto nível de violência que este estado presenciou
diante da resistência das pessoas ao governo militar, principalmente
por meio da Guerrilha do Araguaia.

A Guerrilha do Araguaia foi um movimento guerrilheiro que


desenvolveu-se ao longo do rio Araguaia, entre fins da década de
1960 e a primeira metade da década de 1970. Esse grupo foi criado
pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e tinha como objetivo
central fomentar uma revolução socialista. A ideia era iniciar o
movimento no campo, tomando como exemplo as experiências
vitoriosas da Revolução Cubana e da Revolução Chinesa, até
conseguir tomar o poder e derrubar a ditadura.

Esse movimento foi combatido pelo Exército a partir de


1972, quando vários de seus integrantes já haviam se estabelecido

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na região há pelo menos seis anos. O palco das operações de


combate entre a guerrilha e o Exército se deu onde os estados de
Goiás, Pará e Maranhão faziam divisa, seguindo ao longo do rio
Araguaia.

O saldo de mortos e desaparecidos foi muito grande e


marcou profundamente a história daquela região. Essas rápidas
palavras sobre esse movimento se justifica pela importância do
mesmo para a região ocupada pela guerrilha dentro do Estado de
Goiás.

Pessoal, depois de termos lido todo esse contexto político do


estado de Goiás, vocês já conseguem imaginar porque esse estado
concentrou os conflitos mais violentos da ditadura militar?

A resposta é bem simples: um dos principais eixos de apoio


da ditadura foi exatamente aquilo que havia de sobra em Goiás: o
latifúndio.

Mas só pra reforçarmos, é bom lembrar que as medidas


“sugeridas” pelo governo militar para o campo foram logo colocadas
em prática, como vimos ao abordar a marcha para o oeste, não foi?
Pois bem, ao fazer aquelas alterações o regime intensificou o avanço
do capital no campo e fortaleceu o latifúndio, através da entrada de
maquinários modernos e agrotóxicos.

Vimos também que isso causou um enorme transtorno na


vida dos mias pobres, que do dia pra noite, se viram substituídos por
maquinas e sem ocupação no campo. Portanto, esse é considerado
um dos períodos em que latifundiários, empresários e usineiros mais
expulsaram os camponeses, posseiros, indígenas e quilombolas de
suas terras.

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Essa massa de camponeses expulsa do campo,


desempregada e sem nenhum direito garantido, migravam para as
cidades sem perspectivas de vida e emprego. No entanto, pessoal
isso não ocorreu de forma pacífica, pois tensões se afloraram e
movimentos de resistência foram eclodindo em todo o país, inclusive
em Goiás, onde havia um enorme número de latifúndios - que se via
ameaçado pelas mobilizações populares.

Como forma de mascarar as tensões no campo e colocar um


freio nos movimentos campesinos, o governo de Castelo Branco
emitiu, em 1965, o estatuto da Terra. Mesmo contendo avanços,
como falar pela primeira vez da função social da propriedade e da
desapropriação para fins de Reforma Agrária, o estatuto não tinha o
objetivo de sair do papel e ainda conseguia acobertar o latifúndio em
um único item que assegurava que "a propriedade declarada empresa
rural não poderia ser desapropriada".

Enfim, pessoal, como é do conhecimento de todos , até hoje


a tão falada, sonhada e esperada reforma agrária ainda não saiu do
papel nem no estado de Goiás e nem em qualquer outra parte do
país.

Do mesmo modo, as grandes cidades goianas, atualmente


apresentam praticamente os mesmo problemas de qualquer outra
cidade grande do Brasil. Por isso falei pra vocês que não dá pra falar
de Goiás , em nenhum aspecto, de forma isolada, posto que ele se
configurou em meio a um contexto histórico nacional bastante
complexo!

Portanto, amigos, foi sem estrutura para receber todo o


fluxo de pessoas oriundas do campo que surgiram as grandes cidades
no estado de Goiás, ou seja, acabaram criando um verdadeiro
inchaço por terem crescido sem o menor planejamento.
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As pessoas que migraram para as cidades acabaram se


fixando nas periferias , onde terrenos e moradias são mais baratos, e
ocuparam subempregos. Assim, embora Goiás seja um estado
predominantemente agrícola em sua economia, hoje, devido ao forte
êxodo rural, a maioria da população vive na zona urbana como
podemos observar na tabela abaixo:

Ano População urbana População rural Total populacional

1940 142.000 684.000 826.000

1950 245.500 969.000 1.214.500

1960 575.000 1.338.000 1.913.000

1970 1.237.000 1.701.500 2.938.500

2000 4.393.292 610.905 5.003.228

A tabelinha deixa bem claro pra nós o quão forte foi essa
inversão de campo /cidade, não é mesmo? Justamente por esse
crescimento desordenado, o numero de favelas aumentou e surgiram
conglomerados urbanos onde faltam escolas, hospitais, transporte,
água encanada, esgoto etc.

Nos últimos 30 anos, o Estado de Goiás passou por


profundas transformações políticas, econômicas e sociais. O fim da
ditadura militar e o retorno da democracia para o cenário político foi
representado pela eleição de Iris Rezende para governador, em 1982,
com mais de um milhão de votos. Nesse campo, por sinal, Goiás
sempre ofereceu quadros significativos para sua representação em
nível federal, como pode ser observado no decorrer da “Nova

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República”, na qual diversos governadores acabaram eleitos


senadores ou nomeados ministros de Estado.

No campo econômico, projetos de dinamização econômica


ganharam forma, partindo de iniciativas voltadas para o campo, como
o projeto de irrigação Rio Formoso, iniciado ainda no período militar
e, hoje, no território do Tocantins, até a construção de grandes
estruturas logísticas, a exemplo do Porto Seco de Anápolis e a
implantação da Ferrovia Norte-Sul. É válido, ainda, o registro de
estímulos especiais para produção e a instalação de grandes
indústrias no estado, a exemplo dos polos farmacêutico e
automobilístico.

As modificações econômicas, no entanto, deixaram os


problemas sociais, que existiam no Estado, ainda mais acentuados,
com o registro de um grande número de pessoas sem moradia digna
e sem emprego. Essa situação mobilizou governantes e população a
empreender ações concretas de forma a minimizar essas dificuldades,
como programas de transferência de renda, profissionalização e
moradia, além de programas de estímulos para que a população se
mantivesse junto ao campo, evitando assim o êxodo rural.

Com as mudanças políticas e a maior participação popular,


vinda com o advento da redemocratização da vida política nacional,
houve também uma maior exigência da sociedade em relação às
práticas administrativas. O governo de Goiás passou por várias
“reformas administrativas” e outras iniciativas nesse período, onde
foram buscadas a racionalização, melhoria e moralização da
administração pública.

Nesse período, também, Goiás aumentou seu destaque


quanto a produção no setor cultural, seja com a eleição da cidade de
Goiás como patrimônio da humanidade ou com seus talentos
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artísticos sendo consagrados, como Goiandira de Couto, Siron Franco


e Cora Coralina. Mas isso já é assunto pra nossa próxima aula né
pessoal?

Portanto só pra fechar, gostaria de falar apenas sobre um


dos aspecto mais comentados atualmente no que diz respeito a
Política atual em Goiás: o caso cachoeira.

Bem, pessoal, depois de termos tido um ano muito


tumultuado no que se refere a política nacional, mais um vez o
estado acompanhou o contexto histórico/político do Brasil e ganhou
visibilidade em todo país por sua corrupção política.

Num ano em que o mensalão foi julgado, e vários réus


condenados, Goiás também se destacou pelo caso do homem que
ficou conhecido por Carlinhos Cachoeira.

Certamente vocês ouviram falar muito sobre isso,


principalmente antes de começar o julgamento do mensalão, não foi?
Digo antes porque depois do início do “grande” julgamento o caso
cachoeira perdeu um pouco seu espaço na mídia. ;-)

Veja as figuras abaixo e puxe pela memória se elas são


familiares?

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Certamente esses rostos você viu várias vezes estampado em capas


de revistas ou nos telejornais no ano de 2012. Mas será que vocês se
lembram o que foi afinal esse caso?

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Bem, tudo começou quando um dos mais importantes


empresários do estado de Goiás, Carlinhos Cachoeira, foi preso no dia
29 de fevereiro de 2012. O empresário foi apontado pela polícia
Federal como comandante de um enorme esquema de jogos ilegais,
que envolvem políticos, servidores públicos e empresários de vários
segmentos.

A operação Monte Carlo, da Polícia Federal, desarticulou


uma organização que explorava máquinas de caça-níqueis no Estado
de Goiás, com a benevolência de políticos influentes tanto no estado
de Goiás quanto no país inteiro, como o senador Demóstenes Torres,
que aparece na primeira foto.

De todo modo, além da história dos jogos, Cachoeira é


suspeito de vários outros crimes, entre os quais corrupção ativa e
passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e contrabando.

Apesar de todas as denúncias e de ter ficado preso todo


esse tempo, o empresário foi solto no inicio desse mês e todas as
reportagens , até o momento, indicam que a CPI acabou em pizza.
De todo modo, nos resta esperar e acompanhar o desenrolar dos
fatos, já que essa história ainda esta bem longe de terminar!

Bem, amigos, ficaremos por aqui com nossa aula de política


e semana que vem nos encontramos novamente para falar dos
inúmeros aspectos da cultura e sociedade goiana, ok?

;-)

Abraços e bons estudos a todos

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Questões desta aula

1) (UEG/Câmara de Valparaíso de Goiás/2008) Dentre os


fatores citados abaixo, qual deles NÃO possui relação com o
histórico isolamento pelo qual passou o antigo norte goiano e
que culminou com a fundação do estado do Tocantins, em
1988?

a) O processo de povoamento do antigo território goiano, que


remonta ao século XVII, privilegiando o centro-sul, enquanto a
Correição do Norte caracterizava-se por uma relativa dispersão na
distribuição dos núcleos urbanos.

b) O movimento separatista ocorrido em 1821, que instalou um


governo provisório na cidade de Cavalcante e, ao mesmo tempo,
jurou fidelidade a D. João VI e à Coroa portuguesa.

c) A chegada dos trilhos da estrada de ferro em Goiás, em 1913, que


reestruturou a dinâmica econômica do norte goiano e facilitou o
acesso da produção agrícola da região ao porto de Itaquí, no
Maranhão.

d) A proposta de construção da nova capital goiana que manifestava


o total descompasso socioeconômico entre a região sul do estado de
Goiás e o norte, como justificativa para não transferir a capital para
aquela região.

2) (UEG/Assembleia Legislativa/2006) A Revolução de 1930


representou, em parte, uma reação política ao poder dos
grandes estados. Em Goiás, a experiência política republicana
(1930-1945) resultou:

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a) na centralização das decisões políticas e na adesão da elite local ao


projeto de integração nacional representado pela Marcha para o
Oeste.

b) na consolidação do regime democrático decorrente da integração


da região aos novos fluxos econômicos alimentados pela mudança da
capital de Goiás para Goiânia.

c) na autonomia do poder local em relação ao governo central


(União) com base no poder pessoal do interventor, Pedro Ludovico
Teixeira.

d) na afirmação dos valores republicanos redefinidos pelos novos


partidos políticos criados a partir da implantação do Estado Novo.

3) (UEG/Câmara de Valparaíso de Goiás/2008) O processo de


transferência da capital goiana, da Cidade de Goiás para
Goiânia, foi motivado por uma série de fatores. Entre eles, o
elemento decisivo foi o de que:

a) A antiga capital representava o mais importante centro político de


oposição a Pedro Ludovico Teixeira, sendo necessário desarticulá-lo.

b) A antiga capital não reunia as condições hidro-sanitárias


fundamentais para comportar uma grande cidade, como planejava
construir o interventor Pedro Ludovico Teixeira.

c) A antiga capital era considerada lócus de doenças que


periodicamente assolavam a região e que eram intensificados pela
insalubridade do seu clima.

d) O relevo acidentado da antiga capital impedia grandes


intervenções urbanas e, além disso, dificultava a instalação de um
ramal férreo próximo à cidade.

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4) (UEG/Câmara de Valparaíso de Goiás/2008) O período


entre o final da ditadura de Getúlio Vargas (1945) e o início da
ditadura militar (1964) é marcado por forte instabilidade
sociopolítica. São acontecimentos relacionados a esse período,
em Goiás:

a) A “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, ocorrida em


Goiânia em abril de 1964.

b) O “Queremismo”, movimento reivindicatório da permanência do


governador Mauro Borges no poder.

c) A passagem da Coluna Prestes por Goiás, em sua fuga para a


Bolívia.

d) A revolta camponesa de Trombas e Formoso, na década de 1950.

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