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Graziele Corso2
Este texto corresponde à apresentação de parte dos resultados preliminares de uma pesquisa
de mestrado em andamento, na qual são analisados os impactos da proibição do tráfico atlântico na
configuração da escravidão na cidade de Porto Alegre. Nele busco problematizar a relação entre o
padrão de posse de escravizados e o tráfico atlântico, tornado ilegal em todo Império do Brasil
primeiramente pela lei Feijó, de 7 de novembro de 1831.
A lei que ficou conhecida popularmente como uma lei “para inglês ver”, devido às pressões
inglesas pelo fim do tráfico atlântico, de fato não impediu a entrada de novos escravizados no
Brasil. Estimativas demográficas indicam que entre 1831 e 1850 (ano este da promulgação da lei
Eusébio de Queiróz, considerada mais efetiva para a abolição desse trato) mais de 700.000 pessoas
africanas foram ilegalmente desembarcadas em terras brasileiras.3
Entretanto, em pesquisas recentes a lei de 1831 e sua caracterização mais comum tem sido
repensadas. Por um lado, historiadoras e historiadores entendem que a lei “teve interpretações
diversas (e controversas) entre as décadas de 1830 e 1880, buscam mapeá-las e, assim, trazem
contribuições importantes para a reinterpretação do impacto desta lei sobre as transformações na
1 INSIRA AQUI SUA MANIFESTAÇÃO: TENHO INTERESSE EM PUBLICAR ESTE TEXTO NOS
ANAIS DO EVENTO http://www.escravidaoeliberdade.com.br/
3 Estimativas e documentos sobre o tráfico transatlântico de escravizados podem ser conferidas no banco
dados online “Voyages: The Trans-Atlantic Slave Trade Database”, criado com a colaboração de
historiadores de diversos países e disponibilizado pela Emory University (Atlanta, EUA) no sítio:
http://www.slavevoyages.org/assessment/estimates, acesso em: 20/03/2017.
1
escravidão brasileira durante o século XIX” 4. Em outro sentido, a lei foi compreendida como um
componente importante nas formações partidárias e nas práticas legislativas do Império brasileiro,
tendo sido influente no processo de consolidação do Partido Conservador, que levava a diante uma
“política do tráfico negreiro” contrária a esta lei 5. Mesmo o peso da pressão inglesa foi
problematizado, considerando-se a autonomia dos parlamentares brasileiros e os conflitos políticos
internos.6
Essas análises, entre outras que abordam conjunturas locais e variados sujeitos históricos,
demonstraram a complexidade do tema da proibição do tráfico atlântico e a importância de
aprofundar os estudos sobre lei de 1831 e o período que a segue. Este é o ponto de partida deste
trabalho, aliado ao interesse de comprender os detalhes da escravidão em uma província meridional
do império brasileiro, mais especificamente em sua capital.
Porto Alegre foi um dos quatro primeiros munícipios do Rio Grande do Sul, junto de Rio
Grande, Rio Pardo e Santo Antônio da Patrulha. Sua invocação era atribuída a “Nossa Senhora
Madre de Deus” e também já havia sido chamado de Porto do Dorneles, Porto do Viamão, Porto de
São Francisco dos Casais, Porto dos Casais e Nossa Senhora da Madre Deus de Porto Alegre. Seu
povoamento teve inicio em 1732, mas apenas recebeu a concessão da carta de sesmaria provisória
em 5 de novembro de 1740. Tornou-se sede do governo da capitania do Rio Grande de São Pedro
4 GRINBERG, Keila; MAMIGONIAN, Beatriz G. (org.). Dossiê - “Para inglês ver?” Revisitando a lei de
1831. Revista Estudos Afro-Asiáticos. Rio de Janeiro: Conjunto Universitário Cândido Mendes, 2007, v.29
n.1/3 jan/dez, p. 89.
5 PARRON, Tâmis A política da escravidão no império do Brasil, 1826-1865. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2011.
6 RODRIGUES, Jaime. O Infame Comércio: propostas e experiências no final do tráfico de africanos para o Brasil
(1800-1850). Campinas, SP: Editora da Unicamp, Cecult, 2000.
2
em 1773, passou à vila e sede de município em 1808 e elevou-se a cidade com carta de lei de 14 de
novembro de 1822.7
Inicialmente, o território que deu origem a cidade de Porto Alegre fazia parte dos chamados
Campos de Viamão, que foram ocupados nos anos de 1730 por proprietários de rebanhos. Em 1763,
quando Rio Grande, sede da capitania até aquele momento, foi invadida por espanhóis, instalou-se a
Câmara Municipal em Viamão, que se tornou então a capital do Rio Grande de São Pedro do Sul.
Mas em 1772 o governador da capitania, José Marcelino de Figueiredo, decidiu mover a Câmara
para uma localização mais próxima do estuário do Rio Guaíba, transpondo-a para o Porto dos
Casais.8
3
Adaptado de: Acervo Cartográfico do Instituto Histórico e Geográfico do RS. Província de
São Pedro do Rio Grande do Sul – 1822. João C. Campomar, 1942.
Em 1824 o munícipio de Porto Alegre tinha seis principais povoações para além da própria
cidade: Viamão, Nossa Senhora dos Anjos da Aldeia, Santa Ana do Rio dos Sinos, Triunfo, Dores
de Camaquã e São João Batista do Camaquã. Em 1835, com a eclosão da guerra farroupilhas,
surgem novas divisões: Barra do Ribeiro, São João Batista do Camaquã, Nossa Senhora dos Anjos
da Aldeia, Pedras Brancas (Guaíba), São Leopoldo, São Sebastião do Caí, Triunfo, Viamão, Novo
Hamburgo e Dores de Camaquã.
A importância do trabalho escravo nesta cidade foi defendida por Luciano Costa Gomes em
sua dissertação de mestrado, na qual abordou estruturas sociais, econômicas e demográficas. Ainda
enquanto freguesia da capitania do Rio Grande de São Pedro, Porto Alegre já demarcava um núcleo
4
urbanizado e dinâmico, cercado por propriedades rurais, onde relações de subordinação
socioeconômicas eram evidentes e a escravidão era imprescindível.9
Enquanto capital da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, Porto Alegre se
constituiu como o principal centro econômico, político e administrativo. Assim como em outras
localidades do Império do Brasil, aproveitou-se do trabalho de negros escravizados para
impulsionar seu desenvolvimento. Como afirma Luciano Gomes, a escravidão foi fundamental
desde o momento inicial da sua formação (1772- 1802).
A escravidão era, nesses anos, decisiva no funcionamento de diferentes atividades produtivas, tanto que os
cativos representavam a variável de maior relevo no intenso crescimento populacional da freguesia. Havia uma
nítida divisão entre um área caracterizada pelo predomínio de ocupações urbanas e com uma população cujo
perfil era o mais heterogêneo possível, e outra, formada por propriedades agrárias de diferentes dimensões,
cujos os moradores eram em sua maioria, vinculados à terra e organizavam-se a partir de suas famílias. Em
ambas as terras, os escravos eram imprescindíveis.10
10 Idem, ibidem.
5
das características do tráfico negreiro para o Rio Grande do Sul, entre 1790 e 1825 (e em artigo
posterior em que estende análise até 1830).12
Gabriel Berute combina os apontamentos de Roberto Borges Martins e Mariza Soares para
situar o Rio Grande do Sul nos diferentes ramos do tráfico. Para Martins o tráfico poderia ser
diferenciado em suas três “pernas”: a primeira seria caminho entre o interior do continente africano
e o litoral onde ocorria o embarque; a segunda, a travessia através do Atlântico; e a terceira seria o
caminho percorrido desde o desembarque nos portos do continente americano até o destino de
compra. E Mariza Soares definiu como tráfico interno, o comércio de crioulos ou africanos ladinos
e como a etapa interna do tráfico transatlântico de escravos o comércio de africanos novos ou
“boçais” distribuídos dos portos atlânticos para o restante da colônia. Portanto, para Berute:
O Rio Grande de São Pedro do Sul [posteriormente Província de São Pedro do Rio Grande do Sul] participava
de um duplo movimento de abastecimento de mão-de-obra escrava. Em primeiro lugar, como etapa interna do
tráfico transatlântico, e que tinha no Rio de Janeiro o seu principal ponto de partida (ou seja, a capitania deve
ser considerada como um dos destinos finais da “terceira perna” do tráfico); e, em segundo lugar, como parte
integrante das rotas do tráfico interno, através da qual foi negociada uma importante parcela dos escravos
despachados para a capitania.13
Sendo assim, pode-se considerar que, enquanto localidade central da província, Porto
Alegre estaria também na ponta da “terceira perna” do tráfico, aquela entre o local de desembarque
dos africanos no litoral da América e o seu destino final no interior deste continente, ao mesmo
tempo que era um ponto nas rotas do tráfico interno e na etapa interna do tráfico transatlântico.
Partindo destes pressuposto, Berute investigou o tráfico para a Capitania do Rio Grande de
São Pedro do Sul no trânsito do século XVIII para XIX – período no qual o tráfico transatlântico
ainda era legal – por meio da análise do perfil demográfico dos escravizados e da caracterização do
circuito mercantil. As fontes utilizadas foram as guias de transporte, passaportes e despachos
emitidos no Rio de Janeiro, e as sisas dos escravizados da Vila de Rio Grande.
12 BERUTE, Gabriel S. Dos escravos que partem para os Portos do Sul: características do tráfico negreiro
do Rio Grande de São Pedro c.1790-1825. Dissertação (mestrado), PPGH, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2006, p,15.
13 Idem, Ibidem.
6
Considerando que durante o período de tráfico ilegal não foram produzidas fontes “oficiais”
que permitissem uma análise das entradas e saídas de cativos, ou do perfil demográfico dos
escravizados que chegam em Porto Alegre através do tráfico interno, na presente pesquisa não
pareceu ser possível traçar os deslocamentos, rotas ou a distribuição de africanos ilegalmente
escravizados após 1831. Também considerando que documentos como registros de compra e venda
de escravos (que fundamentam algumas pesquisas sobre tráfico inter) apenas tornaram-se
obrigatórios após 1860, sendo escassos para os anos anteriores. Optou-se então pela análise da
estrutura de posse e do perfil dos cativos, feita com o suporte dos inventários registrados na cidade
de Porto Alegre, com o objetivo de levantar as questões que fossem possíveis sobre a manutenção
do tráfico e o nível de dependência deste trato para a manutenção das escravarias.
Os inventários foram escolhidos por meio de uma amostragem que estabeleu um intervalo
de cinco anos entre os documentos. Foram consultados, portanto, os inventários dos anos 1825,
1830, 1835, 1840, 1845 e 1850. O período de análise se encerra em 1850 pois é quando há a nova
lei de proibição do tráfico, o que implica em um novo impacto sobre as escravarias, fugindo do foco
de análise que é o impacto da primeira proibição em 1831. A análise retorna até 1825 para que se
possa tecer comparações entre um período anterior e um posterior à lei. O ano de 1825 é também
anterior ao acordo que o Império do Brasil estabelece com o Inglaterra, que previa a proibição do
7
tráfico a abolição do tráfico ainda para 1830. Em 1835 já poderíamos perceber se houve
permanencias ou mudanças em relação à estrutura e ao perfil observado nos anos anteriores e
sucessivamente nos intervalos posteriores.
8
Na página seguinte, a tabela 1 mostra um panorama das quantidades de senhores e escravizados por faixa de tamanho de escravaria. Logo percebe-se
que no ano de 1840 há lacunas de informações. O número de inventariados nesse ano é inferior que aos anteriores e posteriores. Para 1825, 1830 e
1835 há, respectivamente, 28, 36 e 22 inventários, enquanto para 1840 apenas 13 foram encontrados. Já para 1845 e 1850 existem, também
respectivamente, 26 e 25 registros. É plausível que este subregistro esteja relacionado ao período da guerra farroupilha (1835-1845), já que, como se
vê no gráfico 1, posterior à tabela, a diminuição do número de inventários em todo o Rio Grande do Sul entre 1836 e 1840 é evidente.Tabela 1 –
Variação da estrutura de posse de escravizados (1825-1850)
nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº %
1a4 11 39,3 20 6,8 14 38,9 32 6,7 8 36,4 18 6,0 9 69,2 18 38,29 13 50,0 31 22,5 17 68,0 38 31,1
5a9 13 46,4 81 27,4 12 33,3 72 15,1 5 22,7 37 12,3 3 23,1 18 38,29 11 42,3 71 51,4 4 16,0 24 16,7
10 a 1 3,6 19 6,4 7 19,4 96 20,1 5 22,7 76 25,2 1 7,7 11 23,4 1 3,8 10 7,2 3 12,0 38 31,1
19
20 a 1 3,7 28 9,5 2 5,5 127 26,6 3 13,6 112 37,2 _ 1 3,8 26 18,8 1 4,0 22 18,0
49
9
Gabriel Berute, em sua tese de doutorado, também encontrou um menor número de fontes a
partir da segunda metade da década de 1830. Entre 1836 e 1840, principalmente, ele observou um
declínio nos registros das escrituras de bens em Porto Alegre. Sobre a possível explicação, Berute
comenta:
Cabe lembrar que a eclosão da guerra dos farrapos representou grandes dificuldades para a capital, pois apesar
de ter sido mantida sob o controle imperial, Porto Alegre sofreu com três cercos por tropas farroupilhas no
período de junho de 1836 a dezembro de 1840, ou seja, exatamente no lustro em que as escrituras e seus
valores apresentam uma queda bastante acentuada.14
Portanto, diante dos indícios de que este foi um ínterim bastante crítico para a economia do
Rio Grande de São Pedro, é compreensível que haja um menos número de inventário registrados em
Porto Alegre em 1840.
Gráfico 1 – Inventários de proprietários de escravizados do Rio Grande do Sul (1820 - 1850)
60
50
40
30
nº de inventários
20
10
Fonte: APERS. Catálogos de inventários post-mortem do projeto Documentos da Escravidão no RS, v.1 e v.2
14 BERUTE, Gabriel Santos. Atividades Mercantis do Rio Grande de São Pedro: negócios, mercadorias e
agentes mercantis (1808-1850). Tese (doutorado), PPGH, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2011, p. 171.
10
Ainda sobre a tabela 1, observa-se que na faixa de tamanho de 1 a 4 que o percentual de
propriedades se manteve estável até 1835 e aumenta após 1840, o mesmo pode ser dito para o
percentual de escravizados dessa faixa. As faixas médias, a partir desses inventários, parecem ser
bastante instáveis. Enquanto a faixa de grandes proprietários, que nos dois primeiros anos da análise
concentrava uma a maior parte dos escravizados (principalmente em 1825) , desaparece após1835.
A disparidade dos dados produzidos nesse divisão por faixa de tamanho de escravarias
dificultam os comentários sobre o impacto da proibição do tráfico, principalmente no que se refere a
lei de 1831. No entanto, chamou a atenção o fato de em 1830 haver um maior número de
inventários e de escravizados arrolados. Pode-se arriscar a associar este fato com o anúncio do fim
do tráfico atlântico em 1826, do qual se seguiu um período de compra acelerada de novos escravos.
No período estudado por Florentino, O Rio de Janeiro era o maior porto de importação de
cativos da América e o principal fornecedor destes trabalhadores para as outras províncias. Os
portos da Bahia e de Pernambuco também tinham expressão e muitos dos escravos destas
localidades eram comercializados em outras regiões, inclusive na Província de São Pedro.
Entretanto, não se sabe ao certo como ocorriam essas distribuições, sobretudo após a interdição do
15 FLORENTINO, Manolo. Em Costas Negras: uma história do tráfico de escravos entre a África e o Rio
de Janeiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 47.
11
tráfico, pois durante a ilegalidade houve mudanças dos locais de desembarque e das rotas de
transporte dos africanos e, além disso, não haviam fontes que documentassem a entrada das pessoas
recém escravizadas.
Este medo também pôde ser constatado também no outro lado do Atlântico. De acordo com
Roquinaldo Ferreira:
Imaginava-se, de fato, que o tráfico acabaria em 1830. E, por esta razão, as chefias africanas dos
sertões da cidade de Benguela, quando faltavam apenas 70 dias para a proibição do tráfico, ameaçaram invadir
a cidade. Nos sertões, os negociantes brancos eram presos e tinham que se arriscar em perigosas fugas noturnas
para voltar à costa. Chegou-se a ‘questionar’ a soberania portuguesa sobre as possessões da Costa Ocidental da
África [...]. Criaram-se apreensões tão fortes que os portugueses acabaram por se acautelar e reforçaram as
forças de segurança em alguns pontos de Angola. Em Benguela construiu-se um novo forte para aumentar a
defesa e foi aumentado o número de soldados na cidade.16
A proibição exigiu o deslocamento das rotas usuais do tráfico e dos locais de embarque na
África. Em Luanda – capital de Angola e onde estava localizado o principal porto africano de
exportação de escravos – tornou-se muito difícil continuar com esse comércio, portanto, novos
16 FERREIRA, Roquinaldo. Dos Sertões ao Atlântico: Tráfico Ilegal de Escravos e Comércio Lícito em
Angola, 1830-1860. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1966,
p. 7.
17 . Brasil e Angola no Tráfico Ilegal de Escravos. In: PANTOJA, Selma; SARAIVA, José F. S. (org.).
Angola e Brasil nas Rotas do Atlântico Sul. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999, p.144.
12
pontos de embarque foram espalhados pela costa desta região como tentativa de resistência dos
traficantes.
13
Africano/Africana _ _ _ _ 1 _
Origem 1825 1830 1835 1840 1845 1850
BRASILEIROS 77 81 66 14 48 45
77 81 61 14 46 41
Cor Conhecida
Cabra 9 1 1 1 1 1
Crioulo/Crioula 50 59 34 11 32 33
Pardo/Parda 6 9 23 2 11 7
Mulato/Mulata 12 12 3 _ 2 _
5 _ 2 4
Cor Desconhecida
Rio de Janeiro 2 _ 1 _
Bahia _ _ _ 4
Maranhão _ _ 1 _
"desta cidade" (Porto Alegre) 3 _ _ _
INCERTO 11 3 9 1 2 2
preto/preta 5 1 9 1 _ 2
negro/negra 6 2 _ _ _
TOTAL 173 132 194 45 100 101
14
sobre a origem dos escravizados nas fontes, já que também há a diminuição (ainda que em menor
constraste) dos registros de escravizados nascidos no Brasil.
Considerações Finais
Este artigo teve como objetivo mostrar superficialmente os resultados de uma pesquisa em
andamento. Há também outros dados importantes a serem considerados, como as idades dos
escravizados e a variação dos preços atribuídos a estes ao longo do tempo. Os dados não são
definitivos e devem repensados diante do cotejo com uma vasta bibliografia, da qual só foi possível
dar uma breve amostra.
Fontes
Acervo Cartográfico do Instituto Histórico e Geográfico do RS. Província de São Pedro do
Rio Grande do Sul – 1822, João C. Campomar, 1942.
Fundo 003: Comarca do Rio Grande do Sul. Localidade: Porto Alegre. Subfundo: I Vara
Cível e Crime; Subfundo: II Vara Cível e Crime; Subfundo: Provedoria; Subfundo: I Vara de
Família e Sucessão Subfundo: II Vara de Família e Sucessão.
15
Fundo 004: Comarca de Porto Alegre. Localidade: Porto AlegreSubfundo: I Vara Cível e
Crime; Subfundo: II Vara Cível e Crime; Subfundo: II e III Vara Cível e Crime; Subfundo: III Vara
Cível e Crime; Subfundo: Provedoria; Subfundo: I Vara de Família e Sucessão; Subfundo: II Vara
de Família e Sucessão; Subfundo: III Vara de Família e Sucessão.
Voyage: The Trans-Atlantic Slave Trade Database. Acessado em 20de março de 2017,
<http://www.slavevoyages.org/tast/index.faces>.
Bibliografia
BERUTE, Gabriel Santos. Atividades Mercantis do Rio Grande de São Pedro: negócios,
mercadorias e agentes mercantis (1808-1850). Tese (doutorado), PPGH, Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011.
. Dos escravos que partem para os Portos do Sul: características do tráfico negreiro do Rio
Grande de São Pedro c.1790-1825. Dissertação (mestrado), PPGH, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.
FERREIRA, Roquinaldo. Dos Sertões ao Atlântico: Tráfico Ilegal de Escravos e Comércio Lícito
em Angola, 1830-1860. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 1966.
. Brasil e Angola no Tráfico Ilegal de Escravos. In: PANTOJA, Selma; SARAIVA, José F. S.
(org.). Angola e Brasil nas Rotas do Atlântico Sul. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
FLORENTINO, Manolo. Em Costas Negras: uma história do tráfico de escravos entre a África e o
Rio de Janeiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
GRINBERG, Keila; MAMIGONIAN, Beatriz G. (org.). Dossiê - “Para inglês ver?” Revisitando a
lei de 1831. Revista Estudos Afro-Asiáticos. Rio de Janeiro: Conjunto Universitário Cândido
Mendes, 2007, v.29 n.1/3 jan/dez.
16
PARRON, Tâmis. A política da escravidão no império do Brasil, 1826-1865. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2011.
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