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POLÍTICAANGOLA

Deputado da UNITA diz que só alternância


permitirá reformas
Lusa
06/11/20216 de novembro de 2021
Em declarações, este sábado (06.11), o deputado da UNITA afirmou que
só a alternância política permitirá as reformas necessárias para um
Estado democrático de direito.

O deputado da UNITA, maior partido da oposição angolana, Adalberto Costa


Júnior defendeu, este sábado (06.11), que apenas num contexto de alternância
será possível a realização de um conjunto de reformas necessárias para um
verdadeiro Estado democrático de direito.

Adalberto Costa Júnior foi orador do tema sobre "A Interação entre Partidos
Políticos e a Sociedade Civil para uma Angola do Futuro", numa conferência
denominada "Angola e os Caminhos da Construção da Democracia: Desafios e
Perspetivas" de iniciativa da Comissão Episcopal de Justiça e Paz da
Conferência Episcopal de Angola e São Tomé

(CEAST), em parceria com a Fundação germânica Konrad Adenaur (KAS), que


hoje terminou.

O político citou como reformas necessárias em Angola, a despartidarização do


aparelho do Estado e a sua reforma, a transparência efetiva, a prestação de
contas, a desburocratização, a descentralização, a desconcentração e a
realização das autarquias locais, a reforma da justiça e o aprofundamento da
liberdade de expressão e de imprensa.

Segundo o líder do grupo parlamentar da União Nacional para a Independência


Total de Angola (UNITA), que até outubro deste ano foi presidente do partido,
entretanto, destituído do cargo por anulação, pelo Tribunal
Constitucional, do XIII congresso do partido realizado em 2019, no qual foi
eleito, a alternância é "uma condição 'sine quo' para que se possam atingir
avanços significativos no processo democrático angolano".

Devem ser mobilizadas todas as sinergias necessárias para gerar


alternância, por via democrática, condição que significará um passo de
gigante de viragem no sinuoso caminho de implementação da
democracia no nosso país", frisou.
"Escândalos hoje fazem-se à luz do dia"

"As reformas acima referenciadas só serão exequíveis num contexto


de alternância, é o que nos começa a parecer possível, porque as
vozes da sociedade repetem-se permanentemente nesta exigência,
mas os adiamentos estão aí permanentes e os , não há mais qualquer
tentativa de se esconder aquilo que se pratica, pelo que, nós
pensamos que nós temos que sujeitar este pacote de reformas de
estruturas profundas às propostas da campanha eleitoral",
acrescentou.

Para Adalberto Costa Júnior, "Angola neste momento está perante


uma crise profunda multidimensional, que radica essencialmente no
facto de o partido Estado continuar capturado por uma pequena elite
que tem vindo a derrubar algumas das conquistas, deste processo de
2002 até hoje".

De acordo com o líder da bancada parlamentar da UNITA, "hoje


regressou de forma ostensiva a censura extrema nos órgãos de
comunicação social públicos", numa altura, lembrou, que o país se
encontra em fase de campanha pré-eleitoral.

"Pior, o Governo institucionalizou estruturas que agridem o Estado de


direito democrático, cito o caso do Gabinete de Ação Psicológica e
Informação da Presidência da República, pago com dinheiros
públicos, cuja ação é o combate aos partidos políticos, às suas
lideranças e à sociedade civil protagonista de iniciativas que não
estejam alinhadas ao seu propósito de impedir, por todos os meios, a
alternância democrática do poder político", considerou.

Hoje mais do que nunca os partidos democráticos devem cooperar


entre si e promover a participação da sociedade civil, prosseguiu
Adalberto Costa Júnior, "buscando em conjunto soluções para resolver
o sofrimento do nosso povo, promover o desenvolvimento e recolocar
o país no rumo do progresso".

CNE "independente"

O dirigente da segunda maior organização política do país defendeu


igualmente uma revisão da lei eleitoral, para consagrar uma
administração eleitoral efetivamente independente, corrigindo os
aspetos relativos à isenção, composição, desempenho e probidade da
Comissão Nacional Eleitoral
"É uma das nossas absolutas exigências, necessidades. Tornar a
CNE uma instituição independente, equidistante e credível, para se
garantir eleições verdadeiras, justas e transparentes", realçou

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