Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
br
Reafirmação municipalista........................................................................3
Introdução................................................................................................4
Prefácio.....................................................................................................6
Agradecimento..........................................................................................6
(Fim do sumário)
O PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL NO BRASIL
Papel institucional, desafios e perspectivas
Brasília – 2016
Apresentação
O Instituto Legislativo Brasileiro (ILB), Escola de Governo do Senado Federal,
desempenha hoje atividades que avançam para o desenvolvimento institucional desta
Casa e do Legislativo como um todo. A disseminação de conhecimentos para o
aperfeiçoamento dos trabalhos legislativos e administrativos é a grande vocação do
ILB, que resulta na melhoria do desempenho do mandato parlamentar em favor da
representação política dos cidadãos.
O presente trabalho, fruto de parceria institucional do ILB com a Consultoria Legislativa
e a Gráfica do Senado, reafirma o meu compromisso e o dos senadores da República
com o fortalecimento do Legislativo em todos os níveis da Federação. Esta obra, que
ora apresentamos à sociedade brasileira, é um roteiro didático do verdadeiro papel do
Poder Legislativo municipal, que está vinculado às orientações da Constituição Federal
e das legislações que estimulam as câmaras de vereadores a atuarem diretamente na
elaboração e aprovação de políticas públicas, em benefício das pessoas.
De fato, neste momento em que o Brasil é desafiado pela necessidade do crescimento
econômico e da geração de emprego e renda, os municípios devem dar a sua
contribuição ao processo de retomada do desenvolvimento econômico e social. Para
tanto, é indispensável que a municipalidade conte com um Legislativo forte, moderno e
transparente, sintonizado com as reais necessidades da sociedade organizada. É o
Poder Legislativo municipal que irá deliberar sobre os orçamentos das cidades e sobre
a alocação eficiente dos recursos públicos, no atendimento das demandas de saúde,
educação e segurança, entre outras. É a câmara de vereadores, enfim, a principal
instituição de controle social sobre a atuação do poder público nos municípios
brasileiros.
Esperamos que essa publicação estreite, cada vez mais, a relação institucional entre o
Senado Federal e as câmaras municipais, trabalho que vem sendo realizado de forma
exitosa pelo Programa Interlegis, hoje gerido pelo ILB. A integração do Poder
Legislativo, por meio dessas ações do ILB e do Interlegis, colabora verdadeiramente
para fortalecer a democracia no nosso País.
Como verão os leitores, nas páginas seguintes, as câmaras municipais desempenham
um papel de grande relevância no contexto político e social e, no que depender deste
Presidente do Senado Federal, contarão com o apoio técnico e científico desta Casa do
Congresso. Uma excelente leitura a todos.
Senador RENAN CALHEIROS,
Presidente do Congresso Nacional
Reafirmação municipalista
Por ato da Mesa Diretora do Senado Federal, instituiu-se o Conselho de Estudos
Políticos (CEP) como fórum permanente de discussão acerca do planejamento e da
avaliação das políticas públicas. Na qualidade de instância consultiva, o CEP se propõe
a formular políticas e diretrizes legislativas, bem como a fomentar a difusão de
publicações inerentes ao aperfeiçoamento da nossa democracia.
É o que ocorre agora, quando o CEP apoia e estimula a ação do Instituto Legislativo
Brasileiro (ILB), órgão gestor do Programa Interlegis, para publicar obra versando sobre
o papel institucional do Poder Legislativo nos municípios brasileiros. Nossa convicção
municipalista reforça ainda mais o apoio ao presente empreendimento. Aliás, por dever
de justiça, devemos rememorar o ato histórico e pioneiro do Programa Interlegis, ainda
embrionário, em 1997, quando conectou 100 câmaras municipais à internet.
Esta publicação chega numa ocasião especial da vida nacional. É durante a travessia
de tempos incertos que tonificamos os valores democráticos e fortalecemos as
instituições. Essa reafirmação é reclamada numa quadra em que já se vivencia a
expectativa do processo sucessório municipal. A discussão haverá de ser intensa e
gigantesca, pois o nosso País possui mais de cinco mil legislativos municipais, que
abrigam 60 mil vereadores. Temos a clareza de que a esfera do debate público está
exatamente situada nas cidades, onde a vida real das pessoas transcorre no cotidiano.
Em razão disso, disponibilizamos este acervo de informações para auxiliar a
qualificação do Poder Legislativo local e a busca de soluções coletivas.
Ao longo da minha vida pública, tenho reafirmado que o Poder Legislativo é a mais
legítima expressão do Estado Democrático de Direito. Por isso mesmo, o CEP atua,
entre outros campos, em benefício do fortalecimento institucional das câmaras
municipais, na expectativa de que esse trabalho traga impactos positivos para a
representação política da cidadania.
Senador FERNANDO COLLOR,
Presidente do Conselho de Estudos Políticos do Senado Federal
Introdução
“O Poder Legislativo municipal no Brasil”, publicação que ora apresentamos, foi
idealizada pelo “Programa Interlegis” com o objetivo de auxiliar os vereadores de todo o
País no desempenho da nobre missão de exercer o poder legislativo em seus
municípios. Esperamos que seja igualmente útil para toda a sociedade, na medida em
que o direito de acesso à informação exige dos detentores de cargos públicos cada vez
mais transparência no desempenho de suas atribuições, especialmente nesta época de
interatividade sem precedentes promovida pela internet.
Trata-se de guia prático, que tem por objetivo prestar todo tipo de informação e
esclarecimento sobre a organização do Poder Municipal. É também um manual de
orientação para o bom desempenho da atividade legislativa de um vereador em suas
mais diversas atuações na câmara, junto à comunidade e ainda em outras esferas de
Poder.
Tudo no mais absoluto respeito aos ditames das Leis de Responsabilidade Fiscal, da
Transparência e de Acesso à Informação (mais conhecida como LAI) que, atualmente,
são guias obrigatórios de fiscalização dos Três Poderes pelos respectivos tribunais de
contas.
A partir dessas premissas básicas, o livro foi todo escrito em linguagem simples e de
fácil acesso, com explicações, exemplos, anexos e trechos das leis citadas. O Capítulo
1 é um relato sobre o contexto histórico de um município brasileiro à luz do século XXI,
com sua organização, fontes de recursos e limitações de gastos. O Capítulo 2 descreve
toda a estrutura de uma câmara municipal, incluindo o regimento interno e também os
limites de gastos.
O regime jurídico do mandato de um vereador é o tema do capítulo 3, que traz
informações essenciais sobre as prerrogativas do cargo, bem como as limitações e os
subsídios relativos ao mandato parlamentar.
As atividades legislativas e fiscalizatórias de uma câmara municipal estão,
respectivamente, nos capítulos 4 e 5. No primeiro, é abordada toda a competência
legislativa do município, assim como o processo legislativo da lei municipal, das leis
orçamentárias, das resoluções e dos decretos legislativos. Já no capítulo 5, o foco é
voltado para o controle dos gastos da prefeitura e o julgamento do prefeito por crimes
de responsabilidade, a sustação de atos normativos do Poder Executivo, as comissões
parlamentares de inquérito (CPIs), a convocação de secretários municipais e os
pedidos de informação.
A participação do cidadão nas atividades do Legislativo municipal é o tema abordado
no capítulo 6. Nele estão contidos todos os tipos de participação popular, como a
iniciativa de leis e sugestões legislativas, as audiências públicas, o direito de petição
pela LAI, as conferências de políticas públicas e o orçamento participativo.
O Capítulo 6 é dedicado às principais políticas públicas desenvolvidas pelos municípios
em 11 áreas estratégicas, entre elas a saúde, a educação, o saneamento básico, o
transporte, o planejamento urbano e a segurança pública.
Dito isso, é importante destacar o papel fundamental de um vereador, representante
direto das demandas e interesses da comunidade que representa. É ele, o vereador, o
primeiro a ter contato com as propostas de interesse coletivo de sua região e as
transformar em proposições encaminhadas à votação no Plenário de suas respectivas
câmaras. É ele, também, o primeiro intermediário dessas propostas nas casas
legislativas estaduais e, depois, se for o caso, no Congresso Nacional, para que os
recursos públicos, oriundos de impostos diversos, possam retornar ao município em
forma de obras públicas para atender as demandas locais e, assim, permitir a todos o
exercício da cidadania.
É com muito orgulho e satisfação, portanto, que, na condição de Primeiro Secretário do
Senado Federal e Diretor Nacional do Programa Interlegis, disponibilizamos a toda a
sociedade essa publicação. Trata-se, a nosso ver, de uma fonte de consulta obrigatória
da sociedade, mas, em especial, de todos os que detêm representação popular e que
colocam os seus mandatos plenamente a serviço da cidadania.
Senador VICENTINHO ALVES,
Primeiro-Secretário do Senado Federal
Prefácio
Nestes tempos de grandes desafios, em que o Estado brasileiro se empenha para
retomar o desenvolvimento econômico com justiça social, é indispensável a atuação
dos municípios no desenho e na implementação de políticas públicas, sobretudo
aquelas mais voltadas para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Isso envolve,
naturalmente, ações no campo da geração de emprego e renda, avanços no
atendimento à saúde e educação, enfrentamento da violência e criminalidade nas
cidades, entre outras.
O planejamento e a execução dessas políticas públicas, relacionadas ao dia a dia das
cidades brasileiras e das pessoas que nela residem, não é uma tarefa exclusiva dos
prefeitos municipais. Ao contrário, a ação do Poder Executivo local requer a
legitimidade democrática, que só poderá ser ofertada pela manifestação soberana das
câmaras municipais. Em suma, o Legislativo municipal é o local de elaboração e
aprovação de matérias que devem estar sintonizadas com a realidade do município e
as reais necessidades das pessoas.
Para tanto, faz-se necessário o fortalecimento contínuo do Poder Legislativo municipal,
trabalho que conta com as ações institucionais do Instituto Legislativo Brasileiro (ILB),
Escola de Governo do Senado Federal, que, entre outras atividades, desenvolve o
Programa Interlegis. Estimamos que a melhoria institucional do Legislativo municipal
traga benefícios para a própria atuação das assembleias legislativas, nos estados, e
repercuta positivamente no Congresso Nacional.
A publicação “O Poder Legislativo Municipal no Brasil: papel institucional, desafios e
perspectivas”, elaborada pela Consultoria Legislativa do Senado, em parceria com o
ILB e a Gráfica do Senado, busca, portanto, disseminar informações e conhecimentos
relevantes para aperfeiçoar a atuação dos vereadores brasileiros e servidores das
câmaras municipais.
Estamos convictos de que ações como esta irão aprimorar a integração do Poder
Legislativo. É dessa integração que resultará maior controle social sobre a utilização
dos recursos da sociedade e sobre a eficiência das políticas públicas, cujo único
destinatário é o cidadão.
ANTÔNIO HELDER MEDEIROS REBOUÇAS,
Diretor do Instituto Legislativo Brasileiro do Senado Federal
Agradecimento
Ao Consultor Legislativo do Senado Federal, VICTOR MACEL PINHEIRO, que,
prontamente, com conhecimento e eficiência, de forma didática, produziu o texto desta
publicação, inclusive de seus anexos.
O PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL NO BRASIL
Papel institucional, desafios e perspectivas
Como será visto, trata-se de uma instituição fundamental e imprescindível para a vida
municipal, mediante a qual os vereadores e cidadãos participam da condução da
política local.
Além da Lei Orgânica, há outro ato normativo central para o desempenho dos trabalhos
da câmara municipal: o Regimento Interno, uma resolução que disciplina uma série de
regras sobre o funcionamento da casa. O Regimento Interno prevê, por exemplo, o
número de comissões temáticas existentes, os critérios para concessão da palavra aos
vereadores, as regras sobre autoria de proposições legislativas, as diretrizes para
definição das prioridades de votação, entre outros assuntos.
Nos termos da Lei Orgânica municipal e de seu Regimento Interno, a câmara é dividida
em diversos órgãos com competências específicas. Destacam-se:
a) Plenário: órgão que reúne todos os vereadores e se constitui na instância
máxima decisória da casa;
b) Mesa: órgão composto por vereadores eleitos pelos seus pares e responsável
pela condução dos trabalhos legislativos e administrativos da casa; e
c) Comissões: órgãos colegiados permanentes ou temporários, compostos por
vereadores, que examinam proposições legislativas, realizam investigações e
acompanham atos do Poder Executivo nas suas áreas de atuação (exemplo:
saúde, educação, meio ambiente, entre outros).
Esses três órgãos colegiados apresentam seus presidentes e vice-presidentes, eleitos
pelos vereadores, sendo que o presidente da câmara preside também o Plenário e a
Mesa. Os presidentes são os responsáveis pela condução dos trabalhos, definição das
pautas e da ordem de votação, concessão da palavra aos vereadores e manutenção da
ordem pública nos recintos de deliberação, entre outros.
O número de membros da Mesa e das comissões é fixado no Regimento Interno, e as
vagas são preenchidas conforme o critério da proporcionalidade parlamentar. Isso
significa que, na medida do possível, essas composições devem espelhar as forças
políticas da câmara.
Os próprios regimentos internos, em geral, estabeleçam regras para a existência das
lideranças dos partidos e dos blocos parlamentares, com prerrogativas como
designação de vereadores para as comissões, representação dos vereadores da
bancada em votações simbólicas, entre outras.
Em razão do princípio constitucional da publicidade, previsto no art. 37 da Constituição
Federal, a regra geral é a de que todos os trabalhos legislativos, fiscalizatórios e
administrativos de uma casa legislativa sejam abertos ao público, dentro das
capacidades físicas dos locais em que se realizam as reuniões e sessões. Somente em
hipóteses excepcionais em que exista fundamento constitucional de sigilo, é possível
restringir o acesso e a publicidade dos trabalhos e dos votos proferidos.
A Constituição, em seu art. 29, inciso VII, e art. 29-A, estabelece expressamente os
limites de gastos dos recursos públicos dos municípios com o funcionamento da
câmara. São eles:
a) o total de despesa com a remuneração dos vereadores não pode ultrapassar 5%
da receita total do município;
b) o total da despesa da câmara, incluídos os subsídios dos vereadores e excluídas
as aposentadorias e pensões de seus servidores públicos, não pode ultrapassar
percentuais que variam de 3,5% a 7% da receita tributária do município, somado
aos recursos recebidos de tributos estaduais e federais e do Fundo de
Participação dos Municípios; e
c) o total das despesas com pessoal, inclusive com o subsídio dos vereadores, não
pode ultrapassar 70% da receita da câmara.
O anexo II traz os limites de despesa das câmaras municipais, conforme a Constituição
Federal.
3.4 Subsídio
Os vereadores devem ter suas atividades remuneradas por meio de subsídio: “parcela
única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
representação ou outra espécie remuneratória”, nos termos do art. 39, § 4º, da
Constituição Federal.
Esse subsídio deve ser fixado por meio de resolução ou decreto legislativo da câmara,
conforme estabeleça a Lei Orgânica municipal. Além disso, a Constituição estabelece
ainda que uma legislatura deve fixar o valor da remuneração dos parlamentares para a
subsequente. Em outras palavras, a modificação dos valores dos subsídios somente
produzirá efeitos a partir da legislatura seguinte.
A Constituição estabelece limites para os subsídios dos vereadores considerando, de
um lado, como limite absoluto, o vencimento do prefeito, e, de outro lado, um
percentual que varia de 25% a 75% do subsídio do deputado estadual, conforme a
população do município.
Os valores dos subsídios estão expostos no anexo III.
Tudo o que se disse a respeito do processo legislativo dos projetos de lei é aplicável a
resoluções e decretos legislativos. A diferença é que resoluções e decretos legislativos
não têm fase de sanção, promulgação ou veto, pois não são enviados ao prefeito.
Como esses atos são de competência exclusiva da câmara, uma vez aprovados pelo
Plenário, são promulgados e publicados pelo próprio presidente da casa legislativa.
Uma das principais atividades da câmara enquanto órgão fiscalizador é julgar as contas
prestadas anualmente pelo prefeito. Nos termos do art. 56 da Lei de Responsabilidade
Fiscal, nessa prestação, o prefeito deve apresentar todas as informações relativas à
execução do orçamento público, inclusive apontando a efetiva arrecadação de receitas
públicas e medidas tomadas para seu incremento.
É nessa oportunidade que a câmara deve avaliar se as principais metas e os objetivos
expostos nas leis orçamentárias foram cumpridos e quais medidas foram tomadas pelo
prefeito para solucionar eventuais problemas enfrentados.
A Constituição estabelece que, antes do julgamento das contas pela câmara, será
emitido um parecer a respeito pelo Tribunal de Contas competente. Somente por
decisão de 2/3 dos vereadores da casa legislativa, a conclusão emitida nesse parecer
deixará de prevalecer.
A câmara funciona como verdadeiro órgão processante e julgador nas ocasiões em que
é instada a julgar eventuais crimes de responsabilidade cometidos pelo prefeito, vice-
prefeito e, se houver participação, pelos secretários municipais.
Os crimes de responsabilidade não são crimes em sentido penal, mas infrações
político-administrativas que violam as normas federais, estaduais ou municipais e que
podem implicar, por decisão de 2/3 dos vereadores, pena de perda do mandato e
inabilitação para exercício de outro cargo público por oito anos. Os crimes de
reponsabilidade dos prefeitos são estabelecidos no art. 4º do Decreto-lei nº 201, de 27
de fevereiro de 1967, que regulamenta a matéria:
Art. 4º São infrações político-administrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao
julgamento pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cassação do
mandato:
I – Impedir o funcionamento regular da Câmara;
II – Impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos que
devam constar dos arquivos da Prefeitura, bem como a verificação de obras e
serviços municipais, por comissão de investigação da Câmara ou auditoria,
regularmente instituída;
III – Desatender, sem motivo justo, as convocações ou os pedidos de
informações da Câmara, quando feitos a tempo e em forma regular;
IV – Retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e atos sujeitos a essa
formalidade;
V – Deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo, e em forma regular, a
proposta orçamentária;
VI – Descumprir o orçamento aprovado para o exercício financeiro,
VII – Praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou
omitir-se na sua prática;
VIII – Omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou interesses
do Município sujeito à administração da Prefeitura;
IX – Ausentar-se do Município, por tempo superior ao permitido em lei, ou
afastar-se da Prefeitura, sem autorização da Câmara dos Vereadores;
X – Proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.
A Constituição Federal, em seu art. 5º, incisos XXXIII e XXXV, estabelece o direito de
petição gratuita. Esse direito possibilita a qualquer pessoa apresentar requerimento,
sugestão ou pedido de esclarecimento perante qualquer órgão público para assuntos
de sua competência. Com isso, a população pode requerer e sugerir providências dos
órgãos públicos, inclusive da câmara, que têm o dever de responder ao
questionamento ou à sugestão feita, apresentando as razões pelas quais acolhem ou
não a solicitação.
Como forma de aumentar a eficácia desse direito, foi editada a Lei de Acesso à
Informação (LAI – Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011) estabelecendo uma série
de deveres para todos os órgãos públicos brasileiros. Essa Lei está centrada na ideia
de transparência, entendida como a facilidade de a população em geral ter acesso a
informações relevantes do poder público, com exceção daquelas protegidas por sigilo.
A LAI estabelece o procedimento administrativo mediante o qual o interessado poderá
obter a informação solicitada, no prazo máximo de 20 dias, prorrogáveis
justificadamente por mais 10 dias. Em seu art. 8º, a LAI estabelece ainda uma série de
informações que deverão ser disponibilizadas na internet, em sítio oficial,
independentemente de requerimento, por órgãos públicos federais, estaduais e
municipais:
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente
de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas
competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas
ou custodiadas.
§ 1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, deverão constar, no
mínimo:
I – registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones
das respectivas unidades e horários de atendimento ao público;
II – registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros;
III – registros das despesas;
IV – informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os
respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados;
V – dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e
obras de órgãos e entidades; e
VI – respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
No entanto, a própria Lei dispensa a publicação dessas informações, em sítio oficial da
internet, em municípios com menos de dez mil habitantes.
7.1 Saúde
O dever de promover a saúde, entendida como serviços de bem-estar físico e mental
mediante ações preventivas e curativas, é compartilhado pela União, estados, Distrito
Federal e municípios.
A Constituição criou o Sistema Único de Saúde (SUS), que envolve a cooperação de
todos os entes federativos e entidades privadas. A Lei nº 8.080, de 19 de setembro de
1990, regulamenta a matéria, estabelecendo ser competência do município:
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete:
I – planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir
e executar os serviços públicos de saúde;
II – participar do planejamento, programação e organização da rede
regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação
com sua direção estadual;
III – participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às
condições e aos ambientes de trabalho;
IV – executar serviços:
a) de vigilância epidemiológica;
b) vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição;
d) de saneamento básico; e
e) de saúde do trabalhador;
V – dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos
para a saúde;
VI – colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham
repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos municipais,
estaduais e federais competentes, para controlá-las;
VII – formar consórcios administrativos intermunicipais;
VIII – gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;
IX – colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária de
portos, aeroportos e fronteiras;
X – observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e convênios
com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar e
avaliar sua execução;
XI – controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde;
XII – normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no
seu âmbito de atuação.
Além disso, a Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012, em seu art. 7º,
estabelece o percentual mínimo de aplicação, em atividades de saúde, de 15% dos
recursos municipais de impostos, do Fundo de Participação dos Municípios e das
transferências de recursos recebidos de impostos federais.
7.2 Educação
Realização:
Coordenação de Capacitação, Treinamento e Ensino
Instituto Legislativo Brasileiro
Senado Federal