Você está na página 1de 4

Lei eleitoral de Moçambique "serve partidos e não cidadãos"

Missão da UE critica pacote eleitoral aprovado pela FRELIMO e que


RENAMO quer mudar

Publicado 24 Jul, 2013, 13:02 / atualizado em 24 Jul, 2013, 13:00


Uma missão de acompanhamento eleitoral da União Europeia considera
que o novo pacote eleitoral aprovado este ano pelo  Parlamento
moçambicano "reflete os interesses particulares dos partidos políticos" e
não dá garantias dos direitos políticos dos cidadãos.  

A opinião vem expressa num relatório elaborado pelos integrantes da


missão e onde se refere que "apesar das expectativas terem sido altas,
o pacote eleitoral de 2013 reflete os interesses particulares dos partidos
políticos em vez de se apresentar como uma legislação geral  e clara
que possa ser aplicada intemporalmente para garantir os direitos
políticos dos cidadãos".    
 
Desde dezembro, as autoridades governamentais e o principal partido
da oposição tentam alcançar, sem êxito, um consenso em torno da
legislação eleitoral aprovada no parlamento pela FRELIMO e apoiada
pelo MDM, terceira bancada parlamentar com oito deputados. A lei
prevê uma presença menor dos representantes dos partidos na
Comissão Nacional de Eleições e maior representação da sociedade
civil no órgão de gestão das eleições, mas a RENAMO pretende
paridade no órgão.  
 
Segundo a missão da União Europeia, encabeçada pela edeputada
Fiona Hall, "inúmeros temas, como o espaço político para os
candidatos, o abuso de recursos do estado, o papel da polícia durante
as eleições, a auto censura nos meios de comunicação, dependem da
vontade de implementar a lei e, acima de tudo, da vontade política para
realizar eleições genuínas". A missão de acompanhamento eleitoral da
União Europeia, que visitou o país em maio último, apela no relatório
para uma maior abertura por parte da CNE, a quem propõe que torne
pública imediatamente todas as deliberações e reclamações
apresentadas por partidos políticos e não só.  
 
O documento da União Europeia destaca também "os desafios sobre a
credibilidade" que a CNE enfrenta na sequência do imbróglio rela
tivo à sua composição, lembrando que "os dois representantes da RENAMO não
tomaram posse" no órgão eleitoral. Embora considere que a ausência de elementos
da RENAMO "tem um maior impacto político do que técnico", para a União Europeia
"a CNE pode funciona e deliberar com mais de metade dos seus membros
presentes". "No entanto, a CNE enfrenta um desafio sobre a sua credibilidade, uma
vez que a sua ação tem sido vista como isenta de transparência, justiça  e
imparcialidade e demonstrando laços com os interesses do partido no poder",
assinala a missão.  
 
Citado pelo semanário Canal de Moçambique, editado em Maputo, o
constitucionalista moçambicano Gilles Cistac lembrou que a CNE é composta por
um presidente e 12 vogais, pelo que "ela deve refletir, escrupulosamente, a referida
composição, sob pena de violar, flagrantemente, as referidas disposições". Segundo
Gilles Cistac, "a CNE não foi devidamente constituída por não refletir a composição
expressamente prevista na lei e não sendo devidamente constituída a mesma não
podia iniciar legalmente o seu funcionamento". "Mas iniciou. Ilegalmente. E sendo
assim não pode continuar a funcionar porque está numa situação de ilegalidade", aliás,
"contínua ilegal", defendeu o professor catedrático, diretor-adjunto para Investigação e
Extensão e Coordenador do curso de pós-graduação da Faculdade de Direitos na
Universidade Eduardo Mondlane.

Africa

RTP Notícias Desporto Televisão Rádio RTPPlay ZigZag Arquivos + Toggle Em direto Covid-19.
Acompanhe aqui as últimas informações sobre a pandemia no país e no mundo RDP África
Logotipo Site RDP África Programas Informação Desporto Artes e Espetáculos Vídeos
Podcasts Em Direto Noites Tropicais Com Carlos Pedro Lei eleitoral de Moçambique "serve
partidos e não cidadãos" Missão da UE critica pacote eleitoral aprovado pela FRELIMO e que
RENAMO quer mudar Publicado 24 Jul, 2013, 13:02 / atualizado em 24 Jul, 2013, 13:05 Lei
eleitoral de Moçambique serve partidos e não cidadãos Uma missão de acompanhamento
eleitoral da União Europeia considera que o novo pacote eleitoral aprovado este ano pelo
Parlamento moçambicano "reflete os interesses particulares dos partidos políticos" e não dá
garantias dos direitos políticos dos cidadãos. A opinião vem expressa num relatório
elaborado pelos integrantes da missão e onde se refere que "apesar das expectativas terem
sido altas, o pacote eleitoral de 2013 reflete os interesses particulares dos partidos políticos
em vez de se apresentar como uma legislação geral e clara que possa ser aplicada
intemporalmente para garantir os direitos políticos dos cidadãos". Desde dezembro, as
autoridades governamentais e o principal partido da oposição tentam alcançar, sem êxito,
um consenso em torno da legislação eleitoral aprovada no parlamento pela FRELIMO e
apoiada pelo MDM, terceira bancada parlamentar com oito deputados. A lei prevê uma
presença menor dos representantes dos partidos na Comissão Nacional de Eleições e maior
representação da sociedade civil no órgão de gestão das eleições, mas a RENAMO pretende
paridade no órgão. Segundo a missão da União Europeia, encabeçada pela euroddeputada
Fiona Hall, "inúmeros temas, como o espaço político para os candidatos, o abuso de
recursos do estado, o papel da polícia durante as eleições, a auto censura nos meios de
comunicação, dependem da vontade de implementar a lei e, acima de tudo, da vontade
política para realizar eleições genuínas". A missão de acompanhamento eleitoral da União
Europeia, que visitou o país em maio último, apela no relatório para uma maior abertura
por parte da CNE, a quem propõe que torne pública imediatamente todas as deliberações e
reclamações apresentadas por partidos políticos e não só. O documento da União Europeia
destaca também "os desafios sobre a credibilidade" que a CNE enfrenta na sequência do
imbróglio relativo à sua composição, lembrando que "os dois representantes da RENAMO
não tomaram posse" no órgão eleitoral. Embora considere que a ausência de elementos da
RENAMO "tem um maior impacto político do que técnico", para a União Europeia "a CNE
pode funciona e deliberar com mais de metade dos seus membros presentes". "No entanto,
a CNE enfrenta um desafio sobre a sua credibilidade, uma vez que a sua ação tem sido vista
como isenta de transparência, justiça e imparcialidade e demonstrando laços com os
interesses do partido no poder", assinala a missão. Citado pelo semanário Canal de
Moçambique, editado em Maputo, o constitucionalista moçambicano Gilles Cistac lembrou
que a CNE é composta por um presidente e 12 vogais, pelo que "ela deve refletir,
escrupulosamente, a referida composição, sob pena de violar, flagrantemente, as referidas
disposições". Segundo Gilles Cistac, "a CNE não foi devidamente constituída por não refletir
a composição expressamente prevista na lei e não sendo devidamente constituída a mesma
não podia iniciar legalmente o seu funcionamento". "Mas iniciou. Ilegalmente. E sendo
assim não pode continuar a funcionar porque está numa situação de ilegalidade", aliás,
"continua ilegal", defendeu o professor catedrático, diretor-adjunto para Investigação e
Extensão e Coordenador do curso de pós-graduação da Faculdade de Direitos na
Universidade Eduardo Mondlane. publicidade + Noticias Africa Noticias Africa Comandante
Geral da Polícia alerta para eventual vingança de terroristas em Moçambique Noticias Africa
Ano académico em Angola começou com cerimónia na cidade do Cuito Noticias Africa Carlos
Vila Nova toma posse como presidente de São Tomé e Príncipe Noticias Africa Governo de
Moçambique deseja ajustamento de leis para prevenir a Covid-19 Noticias Africa Angola vai
lançar segundo volume do dicionário de língua gestual Noticias Africa Impacto da Covid-19
nas pessoas que vivem com VIH/Sida em Angola Noticias Africa Oposição em Angola forma
Frente Patriótica Unida, para vencer o MPLA nas eleições de 2022 Noticias Africa UCID não
vai substituir o deputado Amadeu Oliveira Noticias Africa Cabo Verde e Portugal desenham
o próximo plano de cooperação Moradas e Telefones | Frequências | Rede de Satélites RTP
Notícias Desporto Televisão Rádio RTPPlay ZigZag Arquivos + Toggle Em direto Covid-19.
Acompanhe aqui as últimas informações sobre a pandemia no país e no mundo RDP África
Logotipo Site RDP África Programas Informação Desporto Artes e Espetáculos .
GILLES CISTAC PENSADOR E CONSTITUICIONALISTA

Você também pode gostar