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Ao longo de 2009 e início de 2010, foram realizadas várias pesquisas que, como
era de se esperar, às vezes apresentavam resultados contraditórios, especialmente nas
semanas que antecederam o dia das eleições.
Uma pesquisa conduzida pela empresa UNIMER, entre 9 e 15 de setembro,
pouco antes do início oficial da campanha eleitoral, com uma amostra de 1.220 pessoas,
indicou que a candidata do PLN reunia 55% das preferências entre os eleitores
prováveis. O candidato Ottón Solís contava com 13% de apoio, e o libertário Otto
Guevara, com 11%. Dos entrevistados, 76% eram prováveis eleitores, enquanto 24%
indicavam que possivelmente não votariam. No entanto, essa mesma pesquisa destacou
que apenas 25% dos entrevistados demonstravam estar decididos a votar e tinham
preferência definida (La Nación, 24 de setembro de 2009).
À medida que a campanha se desenrolava, as pesquisas começaram a revelar um
notável aumento na simpatia por Otto Guevara, enquanto a candidata Chinchilla
mantinha-se estável, com uma tendência de queda, e Ottón Solís permanecia muito
abaixo dos outros dois candidatos. A pesquisa realizada pela UNIMER entre 23 e 26 de
novembro mostrou Guevara com um aumento significativo na preferência do eleitorado,
alcançando 34,1%, Chinchilla mantinha-se com 41,9% e Solís continuava em um
patamar inferior (La Nación, 16 de janeiro de 2010). No entanto, conforme as eleições
se aproximavam, a preferência por esses dois últimos candidatos se aproximava dos
percentuais indicados com base nessas pesquisas.
7. Resultados
8. Ganhadores e perdedores
O bloco de forças políticas e econômicas que esteve por trás das transformações
ocorridas na estrutura produtiva, na institucionalidade estatal e no fortalecimento do
mercado foi o verdadeiro vencedor das eleições de 2010. Essas forças, que antes das
eleições de 2006 estavam um tanto dispersas, se expressando politicamente por meio de
partidos como o PUSC e o ML, começaram a se reagrupar sob o guarda-chuva do PLN,
após as acusações de corrupção contra os ex-presidentes Calderón e Rodríguez, mas
principalmente a partir da oficialização da candidatura de Oscar Arias em 2005. Esse
processo continuou na luta para aprovar o TLC e culminou nas eleições de 2010, com a
candidatura de Laura Chinchilla. Seguindo Alcántara (2010), pode-se afirmar que o
PLN se recompos e manteve sua preeminência histórica.
No entanto, falta a consolidação definitiva de grupos recém-chegados dentro do
PLN, e para isso, eles precisam se reunir novamente em torno de uma candidatura bem-
sucedida. Até agora, a única figura que se destaca no cenário liberacionista é, como
indicado, Rodrigo Arias, o irmão do ex-Presidente, que está tentando controlar o partido
para se tornar o próximo candidato presidencial. Como um novo triunfo do PLN em
2014 passa por uma boa gestão governamental neste período, Arias tentou superar a
administração Chinchilla, até agora com pouco sucesso. Suas pretensões são vistas com
desconfiança por outros grupos econômicos e vários setores com influência real dentro
do Partido.
Entre os partidos de oposição, há vencedores e perdedores. Otto Guevara e o
Movimento Libertário saíram vitoriosos, pois, apesar da queda experimentada nas
semanas anteriores à eleição, aumentaram consideravelmente a porcentagem de votos
em relação à eleição anterior: de 8,5% para 20,9%. Embora sua mensagem tenha calado
em uma parcela significativa do eleitorado, insatisfeito com o PLN e o PAC, que não
cedeu ao "medo da propaganda", desta vez não contou com o apoio dos grandes
empresários e teve problemas para financiar sua agressiva campanha contra a candidata
Chinchilla. O ML tentou se posicionar perante o eleitorado como a verdadeira oposição
ao PLN, em relação a um PAC que não assumia totalmente esse papel.
O PAC e Otón Solís perderam, alcançando o pior percentual de votos dos três
processos eleitorais em que participaram, abrindo uma interrogação sobre o futuro do
Partido e sua atuação legislativa. A liderança do PAC cometeu vários erros ao longo da
campanha, começando com a oposição dos setores "otonistas" a uma convenção aberta
e à integração da chapa presidencial, que confundiu muitos eleitores em potencial, e
terminando com a resistência a um acordo com outras forças políticas afins. A liderança
do PAC esperou ao longo do processo que a história de 2006 e 2010 se repetisse,
quando Otón Solis e o partido souberam canalizar o descontentamento de grande parte
da população e representá-lo politicamente. Desta vez, as circunstâncias históricas eram
outras, a sociedade mudou, e não se fez uma leitura correta dessas mudanças. No
entanto, o PAC continua sendo o principal partido de oposição e, portanto, tem uma
base sobre a qual poderia construir uma nova proposta agregadora de forças.
Como mencionado, o avanço alcançado pelo PASE foi uma das surpresas
reveladas por este processo, assim como o número significativo de deputados alcançado
pelo PUSC, o que indica a persistência de uma estrutura na maior parte do país e uma
base de seguidores que permanecem fiéis apesar dos sérios tropeços sofridos por este
Partido. Eles não votaram em Luis Fishman como candidato presidencial, mas votaram
nos candidatos a deputados. Provavelmente, dentro do esquema de multipartidarismo
moderado existente hoje, o PUSC continuará desempenhando um papel como partido
pequeno, embora com uma representação legislativa significativa. No entanto, a
liderança não se resigna a aceitar esse papel e está buscando como se posicionar melhor
como partido de oposição.
Os partidos cristãos mantiveram seus deputados, já que contam com um
eleitorado cativo convenientemente concentrado na Província de San José. São partidos
que desempenham bem suas funções, cuidando de seus interesses particulares e
procurando manter as melhores relações possíveis com o governo em exercício, das
quais dependem para alcançar seus objetivos.