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Lista de Exercícios – Filosofia Política

QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA


1 - (ENEM 2014) TEXTO I
O presidente do jornal de maior circulação do país destacava também os avanços
econômicos obtidos naqueles vinte anos, mas, ao justificar sua adesão aos militares em
1964, deixava clara sua crença de que a intervenção fora imprescindível para a
manutenção da democracia. Disponível em: http:/loglobo.globo.com. Acesso em: 1 sei.
2013 (adaptado).

TEXTO II
Nada pode ser colocado em compensação à perda das liberdades individuais. Não
existe nada de bom quando se aceita uma solução autoritária. FICO, C. A educação e o
golpe de 1964. Disponível em: www.brasilrecente.com. Acesso em: 4 abr. 2014
(adaptado).

Embora enfatizem a defesa da democracia, as visões do movimento político-militar de


1964 divergem ao focarem, respectivamente:

a) Razões de Estado - Soberania popular.


b) Ordenação da Nação - Prerrogativas religiosas.
c) Imposição das Forças Armadas - Deveres sociais.
d) Normatização do Poder Judiciário - Regras morais.
e) Contestação do sistema de governo – Tradições culturais.

2 - (UNICAMP 2017) “Muitos políticos veem facilitado seu nefasto trabalho pela
ausência da filosofia. Massas e funcionários são mais fáceis de manipular quando não
pensam, mas tão somente usam de uma inteligência de rebanho. É preciso impedir que
os homens se tornem sensatos. Mais vale, portanto, que a filosofia seja vista como algo
entediante.” (Karl Jaspers, Introdução ao pensamento filosófico. São Paulo: Cultrix,
1976, p.140.)

Assinale a alternativa correta.

a) O filósofo lembra que a filosofia tem um potencial crítico que pode desagradar a
políticos, poderosos e ao senso comum, tal como ocorreu na Grécia em relação a
Sócrates.
b) A filosofia precisa ser entediante para estimular o pensamento crítico, rigoroso e
formar pessoas sensatas, a partir do ensino de lógica, retórica e ética.
c) A ditadura militar no Brasil retirou a disciplina de filosofia das escolas por
considerá-la subversiva, mas atenuou a medida estimulando os Centros Populares de
Cultura (CPC), ligados a entidades estudantis.
d) Os políticos e a estrutura escolar não são o verdadeiro obstáculo ao ensino de
filosofia, mas a concepção de que ela é difícil e tediosa, considerando-se que existem
mecanismos para aproximá-la do senso comum.
3 - (ENEM 2016) A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo
e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte
de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera
tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente
considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que
outro não possa igualmente aspirar. (HOBBES. T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes.
2003.)

Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam
o mesmo objeto, eles

a) entravam em conflito.
b) recorriam aos clérigos.
c) consultavam os anciãos.
d) apelavam aos governantes.
e) exerciam a solidariedade.

(UNICAMP 2012) Leia o texto abaixo para as próximas duas questões:

“O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos
demais não deixa de ser mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém, é um
direito sagrado que serve de base a todos os outros. (...) Haverá sempre uma grande
diferença entre subjugar uma multidão e reger uma sociedade. Sejam homens isolados,
quantos possam ser submetidos sucessivamente a um só, e não verei nisso senão um
senhor e escravos, de modo algum considerando-os um povo e seu chefe. Trata-se, caso
se queira, de uma agregação, mas não de uma associação; nela não existe bem público,
nem corpo político.” (Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo:
Ed. Abril, 1973, p. 28,36.)

4- No trecho apresentado, o autor

a) argumenta que um corpo político existe quando os homens encontram-se associados


em estado de igualdade política.
b) reconhece os direitos sagrados como base para os direitos políticos e sociais.
c) defende a necessidade de os homens se unirem em agregações, em busca de seus
direitos políticos.
d) denuncia a prática da escravidão nas Américas, que obrigava multidões de homens a
se submeterem a um único senhor.

5 - Sobre Do Contrato Social, publicado em 1762, e seu autor, é correto afirmar que:

a) Rousseau, um dos grandes autores do Iluminismo, defende a necessidade de o


Estado francês substituir os impostos por contratos comerciais com os cidadãos.
b) A obra inspirou os ideais da Revolução Francesa, ao explicar o nascimento da
sociedade pelo contrato social e pregar a soberania do povo.
c) Rousseau defendia a necessidade de o homem voltar a seu estado natural, para assim
garantir a sobrevivência da sociedade.
d) O livro, inspirado pelos acontecimentos da Independência Americana, chegou a ser
proibido e queimado em solo francês.

6 - (UEL 2016) As leis da natureza (como a justiça, a equidade, a modéstia e a


piedade) por si mesmas, na ausência do temor de algum poder capaz de levá-las a ser
respeitadas, são contrárias às nossas paixões naturais, as quais nos fazem tender para a
parcialidade, o orgulho e a vingança. Os pactos sem a espada não passam de palavras,
sem força para dar qualquer segurança a ninguém. Portanto, apesar das leis da natureza
(que cada um respeita quando tem vontade de respeitá-las e quando pode fazê-lo com
segurança), se não for instituído um poder suficientemente grande para nossa
segurança, cada um confiará, e poderá legitimamente confiar, apenas em sua própria
força e capacidade, como proteção contra todos os outros. (Adaptado de: HOBBES, T.
Leviatã. São Paulo: Victor Civita, 1974. p.107.)

Um dos problemas enfrentados pela Filosofia Política diz respeito às razões que levam
os indivíduos a se unirem com o objetivo de constituir uma ordem civil. Trata-se do
problema de a ordem política requerer ou não umelemento coercitivo a fim de garantir
a vida civil.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre Thomas Hobbes, assinale a alternativa
correta.

a) A ordem política é o fim natural para o qual os homens tendem, o que dispensa a
força para fundar e manter a associação política.
b) Uma multidão reunida em associação civil age espontaneamente com base na justiça
e nas leis da natureza, o que leva ao respeito mútuo sem o uso da força.
c) Os seres humanos, natural e necessariamente, entendem-se, uma vez que buscam
concretizar na vida civil fins comuns, o que dispensa o uso da coerção.
d) Os seres humanos reúnem-se politicamente porque a vida civil, em que se cultiva o
diálogo sem o uso da força, realiza a perfeição humana.
e) Os seres humanos precisam se sujeitar e obedecer a um poder comum que os
mantenha em respeito se quiserem viver em paz e em ordem uns com os outros.

7 – (UNICAMP 2016) Quanto seja louvável a um príncipe manter a fé, aparentar


virtudes e viver com integridade, não com astúcia, todos o compreendem; contudo,
observa-se, pela experiência, em nossos tempos, que houve príncipes que fizeram
grandes coisas, mas em pouca conta tiveram a palavra dada, e souberam, pela astúcia,
transtornar a cabeça dos homens, superando, enfim, os que foram leais (...). Um
príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne
prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir.
(Nicolau Maquiavel, O Príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 1997, p. 73-85.)

A partir desse excerto da obra, publicada em 1513, é correto afirmar que:


a) O jogo das aparências e a lógica da força são algumas das principais artimanhas da
política moderna explicitadas por Maquiavel.
b) A prudência, para ser vista como uma virtude, não depende dos resultados, mas de
estar de acordo com os princípios da fé.
c) Os princípios e não os resultados é que definem o julgamento que as pessoas fazem
do governante, por isso é louvável a integridade do príncipe.
d) A questão da manutenção do poder é o principal desafio ao príncipe e, por isso, ele
não precisa cumprir a palavra dada, desde que autorizado pela Igreja.

8 - (UNESP 2011) Analise o texto político, que apresenta uma visão muito próxima de
importantes reflexões do filósofo italiano Maquiavel, um dos primeiros a apontar que
os domínios da ética e da política são práticas distintas.

“A política arruína o caráter”, disse Otto von Bismarck (1815-1898), o “chanceler de


ferro” da Alemanha, para quem mentir era dever do estadista. Os ditadores que agora
enojam o mundo ao reprimir ferozmente seus próprios povos nas praças árabes foram
colocados e mantidos no poder por nações que se enxergam como faróis da democracia
e dos direitos humanos: Estados Unidos, Inglaterra e França. Isso é condenável? Os
ditadores eram a única esperança do Ocidente de continuar tendo acesso ao petróleo
árabe e de manter um mínimo de informação sobre as organizações terroristas
islâmicas. Antes de condenar, reflita sobre a frase do mais extraordinário diplomata
americano do século passado, George Kennan, morto aos 101 anos em 2005: “As
sociedades não vivem para conduzir sua política externa: seria mais exato dizer que
elas conduzem sua política externa para viver”.(Veja, 02.03.2011. Adaptado.)

A associação entre o texto e as ideias de Maquiavel pode ser feita, pois o filósofo

a) considerava a ditadura o modelo mais apropriado de governo, sendo simpático à


repressão militar sobre populações civis.
b) foi um dos teóricos da democracia liberal, demonstrando-se avesso a qualquer tipo
de manifestação de autoritarismo por parte dos governantes.
c) foi um dos teóricos do socialismo científico, respaldando as ideias de Marx e Engels.
d) foi um pensador escolástico que preconizou a moralidade cristã como base da vida
política.
e) refletiu sobre a política através de aspectos prioritariamente pragmáticos.

9 - (ENEM 2015) Dominar a luz implica tanto um avanço tecnológico quanto uma
certa liberação dos ritmos cíclicos da natureza, com a passagem das estações e as
alternâncias de dia e noite. Com a iluminação noturna, a escuridão vai cedendo lugar à
claridade, e a percepção temporal começa a se pautar pela marcação do relógio. Se a
luz invade a noite, perde sentido a separação tradicional entre trabalho e descanso -
todas as partes do dia podem ser aproveitadas produtivamente. SILVA ALHO, A. L M
For1ateza· imagens da cidade. Fortaleza: Museu do Ceará; Secult-CE, 2001 (adaptado)
Em relação ao mundo do trabalho, a transformação apontada no texto teve como
consequência a
a) melhoria da qualidade da produção industrial.
b) redução da oferta de emprego nas zonas rurais.
c) permissão ao trabalhador para controlar seus próprios horários.
d) diminuição. das exigências de esforço no trabalho com máquinas.
e) ampliação do período disponível para a jornada de trabalho.

10 - (ENEM 2016) Uma dimensão da flexibilização do tempo de trabalho é a sutileza


cada vez maior das fronteiras que separam o espaço de trabalho e o do lar, o tempo de
trabalho e o de não trabalho. Os mecanismos modernos de comunicação permitem que,
no horário de descanso, os trabalhadores permaneçam ligados à empresa. Mesmo não
exercendo diretamente suas atividades profissionais, o trabalhador fica à disposição da
empresa ou leva problemas para refletir em casa. É muito comum o trabalhador estar
de plantão, para o caso de a empresa ligar para o seu celular ou pager. A remuneração
para esse estado de alerta é irrisória ou inexistente.
KREIN, J. D. Mudanças e tendências 2006 (adaptado)
A relação entre mudanças tecnológicas e tempo de trabalho apresentada pelo texto
implica o

a) prolongamento da jornada de trabalho com a intensificação da exploração.


b) aumento da fragmentação da produção com a racionalização do trabalho.
c) privilégio de funcionários familiarizados com equipamentos eletrônicos.
d) crescimento da contratação de mão de obra pouco qualificada.
e) declínio dos salários pagos aos empregados mais idosos.

11 - (UNESP 2017 MEIO DE ANO)Texto I

Nunca houve no mundo tanta gente vivendo com suas necessidades básicas atendidas,
nunca uma porcentagem tão alta da população mundial viveu fora da miséria – uma
vitória espetacular, num planeta com 7 bilhões de habitantes. Nunca houve menos
fome. Nunca tantos tiveram tanta educação nem tanto acesso à saúde. (José Roberto
Guzzo. “Um mundo de angústias”. Veja, 25.01.2017.)

Texto 2

Mais sóbrio – e talvez mais pessimista – é olhar para quanto cada grupo se apropriou
do crescimento total: os 10% mais ricos da população global se apropriaram de 60% de
todo o crescimento do mundo entre 1988 e 2008. Uma grande massa de população
melhorou de vida, é verdade, mas o que esse dado demonstra é que poderia ter
melhorado muito mais se o resultado do crescimento não terminasse tão concentrado
nas mãos dos ricos. O que está em jogo é mais do que dinheiro. Em um mundo
globalizado, os estados nacionais perdem força. Um grupo pequeno de pessoas com
muita riqueza tem grande poder de colocar as cartas a seu favor. Em casos extremos, a
desigualdade é uma ameaça à democracia. (Marcelo Medeiros. “O mundo é o lugar
mais desigual do mundo”. http://piaui.folha.uol.com.br, junho de 2016. Adaptado.)

O confronto entre os dois textos permite concluir corretamente que

(A) ambos manifestam um ponto de vista liberal em termos ideológicos, pois


repercutem as vantagens da valorização do livre mercado e da meritocracia.
(B) o texto 1 pressupõe concordância com o liberalismo econômico, enquanto o texto 2
integra problemas econômicos com tendências de retrocesso político.
(C) o texto 1 critica o progresso entendido como aperfeiçoamento contínuo da
humanidade, enquanto o texto 2 valoriza a globalização econômica.
(D) ambos apresentam um enfoque crítico e negativo sobre os efeitos do
neoliberalismo econômico e suas fortes tendências de diminuição dos gastos públicos.
(E) ambos manifestam um ponto de vista socialista em termos ideológicos, pois
enfatizam a necessidade de diminuição da concentração de renda mundial.

QUESTÕES DISSERTATIVAS
1 - (UNESP 2013 segunda fase)

Texto 1

Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto


da sua própria pessoa e posses, […] por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que
[…] sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio
responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a fruição […] da
propriedade que possui nesse estado é muito insegura, muito arriscada. […] não é sem
razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros […], para a
mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de “propriedade”.
(John Locke. O segundo tratado sobre o governo.)

Texto 2

Horrorizai-vos porque queremos abolir a propriedade privada. Mas, em nossa


sociedade, a propriedade privada já foi abolida para nove décimos da população; se ela
existe para alguns poucos é precisamente porque não existe para esses nove décimos.
Acusai-nos, portanto, de querer abolir uma forma de propriedade cuja condição de
existência é a abolição de qualquer propriedade para a imensa maioria da sociedade.
Em suma, acusai-nos de abolir a vossa propriedade. Pois bem, é exatamente isso o que
temos em mente. (Karl Marx e Friedrich Engels. O manifesto comunista.)

Os textos citados indicam visões opostas e conflitantes sobre a organização da vida


política e social. Responda quais foram os sistemas políticos originados pelos dois
textos e discorra brevemente sobre suas divergências.
2 - (UNESP 2017) Texto 1

Entre os que se consideram a parte civilizada da Humanidade, que fizeram e


multiplicaram leis positivas para a determinação da propriedade, ainda vigora esta lei
original da natureza e, em virtude dessa lei, o peixe que alguém apanha no oceano
torna-se propriedade daquele que teve o trabalho de apanhá-lo, pelo esforço que o retira
daquele estado comum em que natureza o deixou. Deus, ao dar o mundo em comum a
todos os homens, ordenou-lhes também que trabalhassem. Aquele que, em obediência a
esta ordem de Deus, dominou, lavrou e semeou parte da terra, anexou-lhe por esse
meio algo que lhe pertencia, a que nenhum outro tinha direito. (Locke. Ensaio acerca
do entendimento humano, 1991. Adaptado.)

Texto 2

Ora, nada é mais meigo do que o homem em seu estado primitivo, quando, colocado
pela natureza a igual distância da estupidez dos brutos e das luzes funestas do homem
civil, é impedido pela piedade natural de fazer mal a alguém. Mas, desde o instante em
que se percebeu ser útil a um só contar com provisões para dois, desapareceu a
igualdade, introduziu-se a propriedade, o trabalho tornou-se necessário e as vastas
florestas transformaram-se em campos que se impôs regar com o suor dos homens e
nos quais logo se viu a escravidão e a miséria germinarem e crescerem com as
colheitas. (Rousseau. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre
os homens, 1991. Adaptado.)

Qual a diferença entre os dois textos no tocante à origem do direito à propriedade? A


partir dos textos, explique como os autores influenciaram o desenvolvimento do
pensamento liberal e do pensamento socialista.

3 - (UNESP 2013 segunda fase) Entre a população brasileira, 39% acham que a
desigualdade social alimenta a criminalidade, mas 58% acreditam que a maldade das
pessoas é a sua principal causa. Esse contraste entre posições liberais e conservadoras é
uma marca da sociedade brasileira, de acordo com pesquisa nacional feita pelo
Datafolha. Foram realizadas 2 588 entrevistas em 160 municípios. Inspirado por uma
metodologia adotada por institutos de pesquisa estrangeiros, o Datafolha submeteu os
entrevistados a uma bateria de perguntas sobre assuntos polêmicos para verificar a
inclinação das pessoas por valores liberais e conservadores. (Tendência conservadora é
forte no país. Folha de S.Paulo, 25.12.2012. Adaptado.)

Relacione a diferença entre as opiniões de liberais e conservadores sobre as causas da


violência às concepções de natureza humana no pensamento de Jean-Jacques Rousseau
[1712-1778] e Thomas Hobbes [1588-1679].
4 - (UNESP 2016 MEIO DE ANO) Texto 1

Se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo que é impossível ela ser
gozada por ambos, eles tornam-se inimigos. E no caminho para seu fim (que é
principalmente sua própria conservação, e às vezes apenas seu deleite) esforçam-se por
se destruir ou subjugar um ao outro. E disto se segue que, quando um invasor nada
mais tem a recear do que o poder de um único outro homem, se alguém planta, semeia,
constrói ou possui um lugar conveniente, é provável de esperar que outros venham
preparados com forças conjugadas, para desapossá-lo e privá-lo, não apenas do fruto de
seu trabalho, mas também de sua vida e de sua liberdade. Por sua vez, o invasor ficará
no mesmo perigo em relação aos outros. (Thomas Hobbes. Leviatã [publicado
originalmente em 1651], 1999. Adaptado.)

Texto 2

Anarquismo é a doutrina segundo a qual o indivíduo é a única realidade, que deve ser
absolutamente livre e que qualquer restrição que lhe seja imposta é ilegítima. Costuma-
se atribuir a Proudhon (1809-1865) o nascimento do Anarquismo. Sua principal
preocupação foi mostrar que a justiça não pode ser imposta ao indivíduo, mas é uma
faculdade do eu individual que, sem sair do seu foro interior, sente a dignidade da
pessoa do próximo como a sua própria e, portanto, adapta-se à realidade coletiva
mesmo conservando a sua individualidade. (Nicola Abbagnano. Dicionário de
Filosofia, 2000. Adaptado.)

Qual foi a solução proposta por Hobbes para a resolução do problema exposto no texto
1? Explique a principal diferença entre Hobbes e a doutrina anarquista de Proudhon
quanto à organização política.

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