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TEXTO II
Nada pode ser colocado em compensação à perda das liberdades individuais. Não
existe nada de bom quando se aceita uma solução autoritária. FICO, C. A educação e o
golpe de 1964. Disponível em: www.brasilrecente.com. Acesso em: 4 abr. 2014
(adaptado).
2 - (UNICAMP 2017) “Muitos políticos veem facilitado seu nefasto trabalho pela
ausência da filosofia. Massas e funcionários são mais fáceis de manipular quando não
pensam, mas tão somente usam de uma inteligência de rebanho. É preciso impedir que
os homens se tornem sensatos. Mais vale, portanto, que a filosofia seja vista como algo
entediante.” (Karl Jaspers, Introdução ao pensamento filosófico. São Paulo: Cultrix,
1976, p.140.)
a) O filósofo lembra que a filosofia tem um potencial crítico que pode desagradar a
políticos, poderosos e ao senso comum, tal como ocorreu na Grécia em relação a
Sócrates.
b) A filosofia precisa ser entediante para estimular o pensamento crítico, rigoroso e
formar pessoas sensatas, a partir do ensino de lógica, retórica e ética.
c) A ditadura militar no Brasil retirou a disciplina de filosofia das escolas por
considerá-la subversiva, mas atenuou a medida estimulando os Centros Populares de
Cultura (CPC), ligados a entidades estudantis.
d) Os políticos e a estrutura escolar não são o verdadeiro obstáculo ao ensino de
filosofia, mas a concepção de que ela é difícil e tediosa, considerando-se que existem
mecanismos para aproximá-la do senso comum.
3 - (ENEM 2016) A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo
e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte
de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera
tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente
considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que
outro não possa igualmente aspirar. (HOBBES. T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes.
2003.)
Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam
o mesmo objeto, eles
a) entravam em conflito.
b) recorriam aos clérigos.
c) consultavam os anciãos.
d) apelavam aos governantes.
e) exerciam a solidariedade.
“O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos
demais não deixa de ser mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém, é um
direito sagrado que serve de base a todos os outros. (...) Haverá sempre uma grande
diferença entre subjugar uma multidão e reger uma sociedade. Sejam homens isolados,
quantos possam ser submetidos sucessivamente a um só, e não verei nisso senão um
senhor e escravos, de modo algum considerando-os um povo e seu chefe. Trata-se, caso
se queira, de uma agregação, mas não de uma associação; nela não existe bem público,
nem corpo político.” (Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo:
Ed. Abril, 1973, p. 28,36.)
5 - Sobre Do Contrato Social, publicado em 1762, e seu autor, é correto afirmar que:
Um dos problemas enfrentados pela Filosofia Política diz respeito às razões que levam
os indivíduos a se unirem com o objetivo de constituir uma ordem civil. Trata-se do
problema de a ordem política requerer ou não umelemento coercitivo a fim de garantir
a vida civil.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Thomas Hobbes, assinale a alternativa
correta.
a) A ordem política é o fim natural para o qual os homens tendem, o que dispensa a
força para fundar e manter a associação política.
b) Uma multidão reunida em associação civil age espontaneamente com base na justiça
e nas leis da natureza, o que leva ao respeito mútuo sem o uso da força.
c) Os seres humanos, natural e necessariamente, entendem-se, uma vez que buscam
concretizar na vida civil fins comuns, o que dispensa o uso da coerção.
d) Os seres humanos reúnem-se politicamente porque a vida civil, em que se cultiva o
diálogo sem o uso da força, realiza a perfeição humana.
e) Os seres humanos precisam se sujeitar e obedecer a um poder comum que os
mantenha em respeito se quiserem viver em paz e em ordem uns com os outros.
8 - (UNESP 2011) Analise o texto político, que apresenta uma visão muito próxima de
importantes reflexões do filósofo italiano Maquiavel, um dos primeiros a apontar que
os domínios da ética e da política são práticas distintas.
A associação entre o texto e as ideias de Maquiavel pode ser feita, pois o filósofo
9 - (ENEM 2015) Dominar a luz implica tanto um avanço tecnológico quanto uma
certa liberação dos ritmos cíclicos da natureza, com a passagem das estações e as
alternâncias de dia e noite. Com a iluminação noturna, a escuridão vai cedendo lugar à
claridade, e a percepção temporal começa a se pautar pela marcação do relógio. Se a
luz invade a noite, perde sentido a separação tradicional entre trabalho e descanso -
todas as partes do dia podem ser aproveitadas produtivamente. SILVA ALHO, A. L M
For1ateza· imagens da cidade. Fortaleza: Museu do Ceará; Secult-CE, 2001 (adaptado)
Em relação ao mundo do trabalho, a transformação apontada no texto teve como
consequência a
a) melhoria da qualidade da produção industrial.
b) redução da oferta de emprego nas zonas rurais.
c) permissão ao trabalhador para controlar seus próprios horários.
d) diminuição. das exigências de esforço no trabalho com máquinas.
e) ampliação do período disponível para a jornada de trabalho.
Nunca houve no mundo tanta gente vivendo com suas necessidades básicas atendidas,
nunca uma porcentagem tão alta da população mundial viveu fora da miséria – uma
vitória espetacular, num planeta com 7 bilhões de habitantes. Nunca houve menos
fome. Nunca tantos tiveram tanta educação nem tanto acesso à saúde. (José Roberto
Guzzo. “Um mundo de angústias”. Veja, 25.01.2017.)
Texto 2
Mais sóbrio – e talvez mais pessimista – é olhar para quanto cada grupo se apropriou
do crescimento total: os 10% mais ricos da população global se apropriaram de 60% de
todo o crescimento do mundo entre 1988 e 2008. Uma grande massa de população
melhorou de vida, é verdade, mas o que esse dado demonstra é que poderia ter
melhorado muito mais se o resultado do crescimento não terminasse tão concentrado
nas mãos dos ricos. O que está em jogo é mais do que dinheiro. Em um mundo
globalizado, os estados nacionais perdem força. Um grupo pequeno de pessoas com
muita riqueza tem grande poder de colocar as cartas a seu favor. Em casos extremos, a
desigualdade é uma ameaça à democracia. (Marcelo Medeiros. “O mundo é o lugar
mais desigual do mundo”. http://piaui.folha.uol.com.br, junho de 2016. Adaptado.)
QUESTÕES DISSERTATIVAS
1 - (UNESP 2013 segunda fase)
Texto 1
Texto 2
Texto 2
Ora, nada é mais meigo do que o homem em seu estado primitivo, quando, colocado
pela natureza a igual distância da estupidez dos brutos e das luzes funestas do homem
civil, é impedido pela piedade natural de fazer mal a alguém. Mas, desde o instante em
que se percebeu ser útil a um só contar com provisões para dois, desapareceu a
igualdade, introduziu-se a propriedade, o trabalho tornou-se necessário e as vastas
florestas transformaram-se em campos que se impôs regar com o suor dos homens e
nos quais logo se viu a escravidão e a miséria germinarem e crescerem com as
colheitas. (Rousseau. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre
os homens, 1991. Adaptado.)
3 - (UNESP 2013 segunda fase) Entre a população brasileira, 39% acham que a
desigualdade social alimenta a criminalidade, mas 58% acreditam que a maldade das
pessoas é a sua principal causa. Esse contraste entre posições liberais e conservadoras é
uma marca da sociedade brasileira, de acordo com pesquisa nacional feita pelo
Datafolha. Foram realizadas 2 588 entrevistas em 160 municípios. Inspirado por uma
metodologia adotada por institutos de pesquisa estrangeiros, o Datafolha submeteu os
entrevistados a uma bateria de perguntas sobre assuntos polêmicos para verificar a
inclinação das pessoas por valores liberais e conservadores. (Tendência conservadora é
forte no país. Folha de S.Paulo, 25.12.2012. Adaptado.)
Se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo que é impossível ela ser
gozada por ambos, eles tornam-se inimigos. E no caminho para seu fim (que é
principalmente sua própria conservação, e às vezes apenas seu deleite) esforçam-se por
se destruir ou subjugar um ao outro. E disto se segue que, quando um invasor nada
mais tem a recear do que o poder de um único outro homem, se alguém planta, semeia,
constrói ou possui um lugar conveniente, é provável de esperar que outros venham
preparados com forças conjugadas, para desapossá-lo e privá-lo, não apenas do fruto de
seu trabalho, mas também de sua vida e de sua liberdade. Por sua vez, o invasor ficará
no mesmo perigo em relação aos outros. (Thomas Hobbes. Leviatã [publicado
originalmente em 1651], 1999. Adaptado.)
Texto 2
Anarquismo é a doutrina segundo a qual o indivíduo é a única realidade, que deve ser
absolutamente livre e que qualquer restrição que lhe seja imposta é ilegítima. Costuma-
se atribuir a Proudhon (1809-1865) o nascimento do Anarquismo. Sua principal
preocupação foi mostrar que a justiça não pode ser imposta ao indivíduo, mas é uma
faculdade do eu individual que, sem sair do seu foro interior, sente a dignidade da
pessoa do próximo como a sua própria e, portanto, adapta-se à realidade coletiva
mesmo conservando a sua individualidade. (Nicola Abbagnano. Dicionário de
Filosofia, 2000. Adaptado.)
Qual foi a solução proposta por Hobbes para a resolução do problema exposto no texto
1? Explique a principal diferença entre Hobbes e a doutrina anarquista de Proudhon
quanto à organização política.