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REDAÇÃO COMENTADA

Tema: Os desafios da educação inclusiva no Brasil

Introdução: O parágrafo apresenta contextualização histórica, mas as informações foram pouco


aprofundadas, fazendo com que o período ficasse muito expositivo. No segundo período, não
houve uma relação que interligasse as duas ideias apresentadas e, além disso, é necessário re-
forçar o ponto de vista do candidato no texto.

Desenvolvimento I: O parágrafo não possui muitos conectores, o que prejudica a coesão textu-
al. Além disso, o aprofundamento do argumento em questão ficou raso e não houve uma expli-
cação que vinculasse o gibi “A turma da Mônica” à temática da educação inclusiva. A defesa do
ponto de vista não foi detalhada e, ademais, foi tratada de forma superficial.

1 Durante a Segunda Guerra Mundial, Adolf Hitler considerava


2 os deficientes físicos uma ameaça à genética ariana e mandou execu-
3 tá-los. Nos dias atuais, as escolas têm se esforçado para combater os
4 preconceitos vigentes, mas ainda possui dificuldades para realizar uma
5 educação inclusiva no Brasil.
6 A leitura é uma ferramenta útil para discutir sobre a inclusão. A
7 literatura, por exemplo, pode simbolizar as diferenças e combater pre-
8 conceitos, como pode ser visto no gibi “A turma da Mônica” a partir
9 dos anos 2000. Por esse motivo, cria-se uma naturalização dos perso-
10 nagens ao abordarem sobre a diversidade e isso influencia uma maior
11 integração social desde criança.
12 O professor é culpabilizado pela ausência de inclusão, mas o pró-
13 prio colégio não oferece recursos para a sua capacitação. Exemplos disso
14 são as crianças que possuem dislexia ou TDAH, fazendo com que esses
15 casos mereçam uma atenção especial na hora da aprendizagem. Outra
16 questão é que o educador nem sempre tem domínio sobre esse tipo de
17 abordagem e acaba sendo responsabilizado pelos responsáveis desses
18 alunos.
19 Portanto, medidas são imprescindíveis para desenvolver um am-
20 biente escolar mais inclusivo. O governo, em parceria com as escolas,
21 deve incentivar a leitura aos jovens e é papel da coordenação dos colé-
22 gios promover cursos de qualificação para os seus funcionários. Só as-
23 sim, evitaremos os discursos preconceituosos do passado e teremos uma
24 sociedade mais harmoniosa.
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Desenvolvimento II: Seria interessante inserir mais conectivos ao longo do texto para interligar
as ideias apresentadas, além disso, as informações não foram justificadas, o que corroborou
para deixar o texto expositivo. Por que é preciso um tratamento diferenciado para essas crian-
ças? Essa pergunta precisa ser respondida. Ademais, a sigla TDAH deveria vir, entre parênteses
ou vírgula com o seu nome por extenso.

Conclusão: O parágrafo de conclusão apresenta a retomada da tese, o apontamento para os agentes interventores e
suas propostas, entretanto, não há um detalhamento dessas medidas, o que prejudica no caráter argumentativo do
texto.
REDAÇÃO EXEMPLAR

Tema: Os desafios da educação inclusiva no Brasil

Sugestão de reescrita:

1 Durante a Segunda Guerra Mundial, Adolf Hitler considerava os deficientes físicos uma ame-
2 aça à pureza genética ariana e mandou executá-los pelo programa que os nazistas denominavam de
3 “T-4”, reforçando um discurso de ódio às diversidades. Nos dias atuais, as escolas, responsáveis pela
4 formação cívica dos jovens, têm se esforçado, cada vez mais, para combater estereótipos e os diver-
5 sos tipos de discriminação, entretanto, ainda há dificuldades para promover uma educação inclusiva
6 na sociedade brasileira, sendo iminente ações para alterar este cenário.
7 A leitura é, primeiramente, uma ferramenta útil para discutir sobre a inclusão. A literatura,
8 por exemplo, tem o poder de simbolizar as diferenças, aludindo à realidade e aproximar o leitor,
9 incitando-o à conscientização e ao combate de preconceitos. Nos anos 2000, o autor Maurício de
10 Souza inseriu novos personagens ao gibi “A turma da Mônica”, com a presença de deficientes visuais
11 e físicos em diálogo com o público infantil. Assim, a naturalização dessa temática e a forma que os
12 personagens lidam com a diversidade reforçam o companheirismo e uma maior integração social em
13 vez de despertar olhares de repulsa. Porém, o presente obstáculo é a falta de incentivo à leitura e a
14 ausência de debate sobre tais questões em sala de aula.
15 Além disso, o professor é culpabilizado pela ausência de inclusão, mas o próprio colégio não
16 oferece recursos para a sua capacitação. Exemplos disso são as crianças que possuem dislexia ou so-
17 frem de TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), tais casos merecem atenção
18 especial do docente na hora da aprendizagem, pois esses alunos têm dificuldades na compreensão da
19 leitura e na concentração dos estudos, respectivamente. Porém, o educador que tem pouco domínio
20 sobre como realizar uma abordagem diferenciada nessas circunstâncias, faz o que está ao seu alcance
21 e, quando não consegue, é responsabilizado pelos pais, evidenciando uma lacuna na falta da gestão
22 educacional das escolas que não debatem ações pedagógicas para facilitar essas interações.
23 Fica claro, portanto, que medidas são imprescindíveis para desenvolver um ambiente escolar
24 mais inclusivo. Com o intuito de desconstruir paradigmas, o governo, em parceria com as escolas,
25 deve implantar projetos que incentivem a leitura, como a instalação de bibliotecas e rodas de lei-
26 tura em salas de aula, estimulando o debate e o senso crítico. Ademais, a coordenação dos colégios
27 deve promover a seus funcionários cursos de qualificação voltados para a educação integrada, com
28 o acompanhamento de psicólogos e pedagogos para maior suporte e instrução ao docente. Assim,
29 evitaremos os discursos preconceituosos do passado e teremos uma sociedade mais harmoniosa.
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