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EFINÉIAS STROPPA DOS SANTOS

EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA NA
GRADUAÇÃO EM
DIREITO

Brasília – DF

2010
Efinéias Stroppa dos Santos
10/0099327

Educação a Distância na
Graduação em Direito

Projeto de monografia de conclusão de curso apresentado


como requisito parcial para obtenção de menção na
disciplina Pesquisa Jurídica, do Curso de Direito da
Universidade de Brasília.

Orientadora: Profa. Loussia P. Musse Félix.

Brasília – DF

2010
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................4

1.1. DELIMITAÇÃO TEMÁTICA.........................................................................................4

1.2. JUSTIFICATIVA.............................................................................................................5

1.3. OBJETIVOS.....................................................................................................................5

2. PROBLEMATIZAÇÃO..........................................................................................................5

3. REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................................6

4. METODOLOGIA....................................................................................................................6

4.1. TIPO DE PESQUISA.......................................................................................................6

4.2. MÉTODO DE PROCEDIMENTO..................................................................................7

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................8
4

1. INTRODUÇÃO

1.1. DELIMITAÇÃO TEMÁTICA

Os avanços da tecnologia da informação nos últimos anos transformou radicalmente


vida das pessoas em seus mais variados aspectos. Microcomputadores, internet, smartphones,
tablets entre outras tecnologias estão por toda a parte, alterando a forma como nos comportamos
e nos relacionamos.
A área jurídica não passou imune a essas transformações. O computador não é mais
utilizado apenas como uma máquina de escrever. A própria estrutura do processo se alterou, e o
chamado e-processo, ou processo eletrônico, é uma tendência irreversível. O advogado moderno
pode não só saber informações sobre seu processo, como visualizar o processo na íntegra e
peticionar online. Com a Lei 11.419 de 2006, tais serviços se tornaram possíveis no Brasil, e já
são realidade, por exemplo, no Superior Tribunal de Justiça (SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA, 2009). Até a mais alta corte do país, o Supremo Tribunal Federal, realiza julgamentos
totalmente virtuais no chamado Plenário Virtual (REVISTA CONSULTOR JURÍDICO, 2008).
A educação também sentiu essas transformações. O ápice da influência tecnológica
na educação é a chamada Educação a Distância (EAD), onde o uso de novas tecnologias permite
que ocorra aprendizado sem que professores e alunos estejam fisicamente presentes no mesmo
local.
Entretanto, a educação em Direito não alcança o mesmo nível de vanguarda no uso
de recursos tecnológicos que o judiciário brasileiro possui. Existe então um descompasso entre o
profissional que se forma em direito e as exigências do mercado.
O uso dos recursos de EAD na graduação desponta como uma possível solução para
este problema.
O meio jurídico brasileiro apresenta grande receio da graduação a distância. As
iniciativas de abertura de cursos totalmente virtuais encontram resistência, por exemplo, por
1
parte da OAB, que rejeitou a proposta de abertura de um curso virtual no Brasil e pediu a
sustação de todas as iniciativas neste sentido 2. É prudente agir assim, pois devemos evitar a
formação de cursos mercadológicos que gerem profissionais mal preparados, mas não podemos
abandonar de pronto o ensino a distância, pois não conhecemos toda sua potencialidade. Se é
provável que a forma presencial seja indispensável para o desenvolvimento de certas
competências necessárias para o bom profissional em direito, também o é que a EAD possibilite
a formação de competências indispensáveis ao profissional moderno.
Propomos então como foco de nosso estudo um modelo misto, nos moldes do já
legalmente previsto pela Portaria 4059/2004 do MEC, que abre a possibilidade de que 20% da
1
Vide: http://www.oab.org.br/oabeditora/users/revista/1235069367174218181901.pdf
2
Vide: http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia.aspx?cod=54606
5
carga horária total dos cursos de graduação em Direito seja dado na forma semipresencial.
Estudaremos então o uso da Educação a Distância em uma disciplina da graduação em Direito.
Atacando já outro problema do ensino jurídico, a reprodução de conhecimento
através de aulas puramente explanatórias e teóricas, pretendemos combinar a EAD com o
método de aprendizagem baseado em problemas (PBL - Problem Based Learning).

1.2. JUSTIFICATIVA

Como vimos acima, a educação a distância vem sendo desprezada ou subutilizada na


graduação em Direito no país. Por ser uma área nova, a existência de trabalhos que se debrucem
sobre este tema é importante para demonstrar as vantagens e os limites de sua aplicação visando
vencer o preconceito e o receio existentes, e possibilitar sua maior disseminação.

1.3. OBJETIVOS

Testar o uso da educação à distância na graduação em Direito.


Verificar quais os benefícios do uso dos recursos de EAD.
Verificar quais as limitações do uso da EAD na área de Direito
Levantar quais as competências foram mais bem desenvolvidas através do uso
desses recursos.
Propor novas formas de utilização desses recursos.

2. PROBLEMATIZAÇÃO
A utilização maior dos recursos de Educação a Distância (EAD) na graduação em
Direito contribui para a formação de competências necessárias para o bom desempenho do
profissional? O uso da aprendizagem baseada em problemas combinado a EAD é eficiente para
o desenvolvimento de competências?
Nossa hipótese a ser testada neste trabalho é a de que o uso da EAD transforma
radicalmente o aprendizado, deixando o professor de ser apenas um reprodutor de
conhecimentos e passando a ser um orientador da turma. O foco na educação virtual desloca-se
para o aluno, que passa a exercer um papel muito mais ativo, construindo ele o seu próprio
aprendizado. O aluno de EAD tem maior liberdade para dedicar o tempo que achar necessário ao
estudo. A participação do aluno não sofre limites que existem no ensino presencial, sendo o
maior deles o tempo. É impossível que todos os alunos participem e expressem sua opinião
durante uma aula presencial, que possui tempo determinado, mas em EAD essa limitação não
existe. Ocorrerá também maior participação do aluno que por timidez ou insegurança deixa de
participar da aula presencial, mas que provavelmente se sentirá mais à vontade para participar
em discussões online.
Supomos também que essas competências serão mais facilmente alcançadas através
6
do uso do método de aprendizagem baseada em problemas, combinado a educação a distância,
por ser este um método que se alinha a EAD no direcionamento do foco da aprendizagem para o
aluno e por estimular a discussão, evitando o isolamento do aluno.
Esperamos obter melhores resultados no desenvolvimento das seguintes
competências:
 Capacidade de exercer sua profissão trabalhando em equipe com colegas;
 Capacidade de raciocinar e argumentar juridicamente;
 Capacidade de dialogar e debater a partir de uma perspectiva jurídica,
compreendendo os distintos pontos de vista e articulando-os com o propósito
de oferecer uma solução razoável e, principalmente,
 Capacidade para usar a tecnologia necessária na busca de informações
relevantes para o desempenho e atualização profissionais.

3. REFERENCIAL TEÓRICO
Pretendemos utilizar como referencial teórico para a definição de educação a
distância a dada por José Manuel Moran que diz:
Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias,
onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente.
É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente juntos,
fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as
telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a
televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes. (MORAN,
2002)
Este projeto visa verificar as competências que podem ser desenvolvidas por EAD na
graduação de direito. Usaremos como referencial de competências específicas desejáveis aos
profissionais dessa área as selecionadas pelos representantes latino-americanos do Projeto Alfa
Tuning, na II Reunião Geral da Costa Rica. Tais competências estão elencadas no artigo “O
Projeto ALFA Tuning e a Área de Direito: Competências como Eixo da Formação na Perspectiva
Latino-Americana” da Professora Loussia Musse Félix (FELIX).
Outro conceito a ser trabalhado é o de aprendizado através de problemas (PBL –
Problem Based Learning). Usaremos como referência a forma como ele é descrito por João
Virgílio Taguavina no artigo “A ousadia de um novo ensino jurídico: interdiciplinaridade e
aprendizado por problemas”[ CITATION Tag04 \l 1046 ], por achar que ela atende bem as nossas
necessidades.

4. METODOLOGIA

4.1. TIPO DE PESQUISA

Nossa pesquisa será sócio jurídica, conforme classificação proposta pela professora
Christine Peter no artigo “A pesquisa científica na graduação em direito”; (SILVA, 2004).

4.2. MÉTODO DE PROCEDIMENTO


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Nossa pesquisa consistirá na ministração da disciplina de Pesquisa Jurídica no curso


de graduação em Direito da UNB através de Educação a Distância.
A Disciplina encontra-se presente no fluxo do curso de direito já no primeiro
semestre, portanto encontrará alunos recém-ingressados na universidade e mais abertos a novas
experiências, sendo portanto um grupo excelente para participar desta pesquisa inovadora.
Para evitar a mera reprodução de conhecimentos, elaboraremos juntamente com a
professora responsável pela disciplina um projeto de aulas que exija intensa participação dos
alunos, priorizando o uso do PBL. Para isso contaremos com ferramentas de colaboração online
de uso já testado tanto no ambiente acadêmico como no mundo corporativo.
A plataforma utilizada será, pela facilidade de uso e a ampla disponibilidade de
ferramentas, além da familiaridade que parte dos alunos já terá com as ferramentas, o Google
Apps for Education.
Esta plataforma conta com editor de texto online que pode ser trabalhado por todos
os alunos de forma simultânea não importando onde eles estejam, mensagens instantâneas, e-
mail, sites de colaboração, grupos de discussão, entre outros recursos.
Vejamos a experiência de um usuário:
"Os projetos colaborativos proporcionam uma excelente experiência
educacional não apenas porque os alunos podem trocar ideias e melhorar suas
habilidades escritas, mas também porque o próprio processo os ensina a
trabalhar bem em equipe, uma habilidade muito importante para todos." - Richard
Ellwood, Coordenador de tecnologia e professor de artes digitais, Columbia Secondary School
(GOOGLE)

A verificação das competências adquiridas serão feitas através de auto avaliação dos
próprios alunos e de avaliação feita pelos professores, assistentes e monitores, com base em todas
as discussões, experiências e trabalhos realizados no período. Todas essas discussões serão
documentadas com o auxílio das ferramentas da plataforma.
Ao final pretendemos a publicação de um artigo com os resultados da experiência.
8
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FELIX, L. P. M. O projeto alfa tuning e a área de Direito: competências como eixo da formação
na perspectiva latino-americana. Revista Notícia do Direito Brasileiro, v. 13, p. 197-222.

GOOGLE. Dez motivos para usar o Google Apps. Google Apps. Disponivel em:
<http://www.google.com/a/help/intl/pt-BR/edu/sell.html>. Acesso em: 02 fev. 2011.

GUSTIN, M. B. D. S.; DIAS, M. T. F. (Re)Pensando a Pesquisa Jurídica: Teoria e Prática. 2.


ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2006.

MORAN, J. M. O que é educação a distância. USP, 2002. Disponivel em:


<http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm>. Acesso em: 30 jan. 2011.

REVISTA CONSULTOR JURÍDICO. STF decide abrir sessões do Plenário Virtual para o
público. CONJUR, 2008. Disponivel em: <http://www.conjur.com.br/2008-nov-
27/stf_decide_abrir_sessoes_plenario_virtual_publico>. Acesso em: 30 jan. 2011.

SILVA, C. O. P. D. A Pesquisa Científica na Graduação em Direito. Universitas Jus, v. 11, p. 25-


43, Dezembro 2004.

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Processo digital: futuro chega no dia 8 de junho ao STJ.
Superior Tribunal de Justça, 2009. Disponivel em:
<http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=92091>.
Acesso em: 30 jan. 2011.

TAGLIAVINI, J. V. A ousadia de um novo ensino jurídico: interdisciplinariedade e aprendizado


por problemas. Anuário ABEDI, Florionópolis, 2004. 205-228.
o
JURISDIÇÃO (País, Estado, Cidade). Nome do Tribunal. Tipo e n do processo. Partes
envolvidas. Relator: título e nome. Cidade do julgamento, Estado, se cidade homônima, dia de
mês de Ano. Diário de Justiça [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, dia mês.
Ano Disponível em: <http://www.endereço do site.html>. Acesso em: dia, mês. Ano.
o o o o
JURISDIÇÃO. Nome do órgão. Parecer n n , Processo n n . Partes. Procurador: nome,
Cidade, dia de mês de Ano. Disponível em: <http:// www.endereço do site.html>. Acesso em:
dia mês. Ano. NOME DOVERBETE. In DICIONÁRIO Nome. Cidade: editora, Ano.
Disponível em: <http://www.Endereço do site.html>. Acesso em: dia mês. Ano.

PRIMEIRA PALAVRA DO TÍTULO DO ARTIGO + restante do título. Nome do Jornal,


Cidade, dia mês. Ano.
o
SOBRENOME, Nome (Coord). Título da obra. n ed. Cidade: editora, ano.
o o o o
SOBRENOME, Nome et al. Título da obra. n ed. Cidade: editora, ano, v. n , p. n inicial e n
final.
o
SOBRENOME, Nome. Nome da palestra. In NOME DO CONGRESSO, n ., Ano da
realização, Cidade. Anais...Cidade: nome da editora ou empresa que publicou, Ano da
o
publicação. p. n inicial-final.
o
SOBRENOME, Nome. Nome da palestra. In NOME DO SEMINÁRIO, n ., Ano da realização,
Cidade, p. inicial-final. Texto distribuído aos participantes.

SOBRENOME, Nome. Título da obra. Atualização de fulano de tal. nº ed. Cidade: editora,
ano.
o
SOBRENOME, Nome. Título da obra. n ed. Cidade: editora, ano. SOBRENOME,
o
Nome. Título da obra. n ed. rev. e amp. Cidade: editora, ano. SOBRENOME, Nome.
o o
Título do artigo. Nome da revista eletrônica, Cidade, ano n , n. n ,
mês. ano. Disponível em: <http://www.endereço do site.htm>. Acesso em: dia mês. ano.
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SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Nome da Revista, Cidade, ano n , n. n , p. n inicial-
final, mês inicial/mês final. Ano.
o o o
SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Nome da revista, Cidade, v. n , ano n . p. n inicial-
o
n final, mês. ano.

SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Nome do Jornal, Cidade, dia mês. Ano. Nome do,
o
Caderno, p. n .
o
SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Nome do jornal, Cidade, dia mês. Ano, p. n .
Disponível em: <http://www.endereço do site/html>. Acesso em: dia mês. Ano.

SOBRENOME, Nome. Título do capítulo consultado. In . Título da obra. nº ed.


o o o
Cidade: editora, ano, v. n , p. n inicial e n final.
SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome; Título da obra.
o
Tradução de fulano de tal. n ed. Cidade: editora, ano.

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