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MÉTODO EXECUTIVO DO GRAMPEAMENTO DE SOLO

A execução dos tirantes pode ser dividida em cinco etapas: perfuração, montagem,
instalação, injeção e protensão.
PERFURAÇÃO
Para execução dos grampos, devido às características do terreno, optou-se pela
perfuração manual utilizando-se de equipamentos especifico composto por uma
máquina, tubos guia e uma broca, a qual sempre é fixada na ponta dos tubos guia. E
ainda não se fez necessário à utilização de revestimentos, visto que o solo não
apresentava riscos de estrangulamento do furo.
Para facilitar a execução do furo, utiliza-se água a fim de diminuir a resistência do
solo à perfuração. A quantidade de água utilizada não pode ser muito grande, caso
contrário, ocorreria um aumento no diâmetro do furo, o que levaria a um elevado
consumo de cimento e dificultaria a posterior limpeza do furo.
A determinação do ângulo era realizada com o auxilio de um transferidor escolar, no
qual era presa uma linha que possuía em sua extremidade uma porca. Depois de
determinado o ângulo com o auxilio dos materiais acima citados, o operador marcava a
altura que o equipamento perfurador encostava-se a seu corpo e a partir daí essa era sua
forma de manter o ângulo. No inicio do furo eram feitas novas conferências do ângulo,
mas depois de uma certa profundidade, essa conferência já não era feita visto que o
desvio do furo se tornava mais difícil.
Durante todo o processo de perfuração, o furo era limpo de forma que ao final não
sobrasse material resultante desta etapa. A processo de limpeza era executado com o
auxilio da maquina perfuradora, visto que após escavada uma certa profundidade, o
conjunto perfurador era retirado do furo, de forma a trazer na broca o material resultante
da perfuração.
Imediatamente antes da instalação do grampo no furo, deve-se realizar uma nova
limpeza neste de forma a garantir que não fique material proveniente da perfuração no
seu interior.
MONTAGEM
Enquanto uma equipe executa os furos, outra é destinada a montagem dos tirantes,
de tal maneira que quando os furos estiverem prontos, o material já possa ser instalado.
Desta maneira, consegue-se obter uma alta produtividade.
Os tirantes podem ser executados utilizando-se monobarras ou cordoalhas. Na obra
em estudo, optou-se pela utilização de monobarras, visto que estas apresentam menor
flexibilidade e ainda maior facilidade executiva.
Os tirantes eram compostos por fdsfdfdsfdsfds e tubos de PVC, no caso de 32 mm.
Os tubos de PVC utilizados devem possuir propriedade de não se deformar facilmente
quando exposto a intempéries, a fim de não influenciar na linearidade do tirante.
O tirante era inserido dentro de um tubo de PVC de mm, com comprimento
equivalente ao do trecho livre pré determinado no projeto, de forma a garantir que este
não fosse coberto pela nata de cimento.
As barras devem ser fixadas do lado externo do tubo auxiliar de injeção, amarradas
com arame.
Devem ser utilizados espaçadores (“carambolas”), entre o tubo e a barra de aço a fim
de garantir o cobrimento da nata de cimento ao aço.
Os tubos de PVC devem ser furados por todo o seu diâmetro e distanciando os furos
50 cm. Nestes ainda devem ser colocadas válvulas manchetes posicionadas em cima dos
furos previamente feitos no tubo de PVC.
Quando se fez necessária à emenda das monobarras, estas eram executadas por
luvas.
Deve se ressaltar que no caso de tirantes, após a perfuração é colocada no local, a
armadura da placa de ancoragem, a qual é responsável por resistir os esforços
solicitantes no momento da protensão ou de algum incremento de carga. Na obra
acompanhada, essa armadura foi previamente montada e então posicionada no local
designado a placa de ancoragem.

Deve se ressaltar que no caso de tirantes, se faz necessário à montagem da placa de


ancoragem antes da instalação destes.
O processo de execução desta etapa inicia-se com a execução de pranchas de
madeira, localizadas atrás do perfil, e destinadas a evitar o contato do concreto
diretamente com o solo, além de servir como forma para este.
Depois de colocadas as placas, procedem à montagem das armaduras, destinadas a
resistir os esforços provenientes da protensão ou de incrementos de carga nos tirantes.
Na obra em estudo, realizou-se a montagem da armadura em local próprio e depois a
encaixou entre as abas do perfil.
Executada a placa de ancoragem, devem ser soldados na parte externa das abas dos
perfis ganchos destinados ao apoio do equipamento de protensão.
INSTALAÇÃO
O processo de instalação do grampo no furo é muito simples visto que se trata
apenas de colocar todo o conjunto acima descrito no interior do furo. Deve-se tomar
cuidado para que a barra não se desprenda do tubo, bem como para que os acessórios
não se desloquem.
INJEÇÃO
Utilizou-se para confecção da nata de cimento, apenas água e cimento. Esses
materiais eram misturados em uma mini betoneira, a qual possuía um tubo em sua parte
inferior destinado a lançar a nata no reservatório do equipamento de injeção. Este era
composto por um mangote que por sua vez era rosqueado a ponta dos tubos que se
localizavam no interior do furo.
Primeiramente fez-se uma injeção de nata com pressão variando de 10 a 15 kgf/cm²
apenas com a finalidade de preenchê-lo. Esta etapa é encerrada quando ocorre o
escorrimento da pasta de cimento na boca do furo.
Nesta etapa a relação água cimento utilizada variou de 0,6 a 0,7.
Em alguns furos o consumo de nata, foi maior devido a existência de formigueiros
no local, ou ainda, por razões que resultaram em poros (caminhos preferenciais) no solo.
Houve casos em que o terreno apresentava uma quantidade tão elevada de vazios, que se
fez necessário dividir esta etapa em outras duas. A inicial destinava-se a um primeiro
preenchimento do furo, já a segunda ao completo. Entre a primeira e a segunda injeção
deve-se esperar um tempo suficiente para que a nata resista o próximo incremento de
pressão.
Nesta ocasião optou-se por realizar a injeção, agora com as pressões variando de 15
a 20 kgf/cm², em um único estágio até atingir a pressão desejada, ou seja, a injeção era
realizada em uma única etapa formando assim todos os bulbos de uma só vez sem
necessidade de interromper a injeção.
Optou-se ainda por fazer uma reinjeção, destinada apenas a garantir que o bulbo não
apresente vazios ou falhas.
Nestas etapas a relação água cimento utilizada variou de 0,4 a 0,5.
Segundo o encarregado da empresa responsável pela execução dos grampos, baseado
na sua experiência de campo, o consumo médio de cimento para injeção de um grampo
de 10 m de comprimento é de cinco sacos, podendo variar dependendo do terreno.
PROTENSÃO
Após a cura da nata de cimento, deveria ser realizado a protensão do tirante, bem
como a realização dos ensaios previstos em norma, mas devido a problemas técnicos
(falta de equipamento) estas etapas não foram executadas. A empresa responsável pela
execução dos tirantes (Consist), realizou apenas um incremento de carga manual, com
auxilio de um bjbbhbhbh.
A empresa responsável pelo projeto analisou o caso e relatou que devido às
características do solo local e as dificuldades encontradas, a não execução da protensão
não implicaria em diminuição da eficiência da cortina de contenção.

ALTERAÇÕES NECESSÁRIAS NO MOMENTO DA EXECUÇÃO DO


GRAMPEAMENTO DE SOLO

O inicio da perfuração dos grampos, ocorreu na lateral voltada para avenida São
Paulo (corte 1 do projeto). Inicialmente o comprimento especificado em projeto, para
essa região, era de 14,00 m e com ângulo de 25º, mas no momento da execução, só foi
possível perfurar de 4 à 5 m de comprimento, devido a existência de uma barreira.
Após um levantamento da região, constatou-se que no local, antigamente construiu-
se um viaduto (na avenida São Paulo), o qual já havia sido desativado e aterrado a algum
tempo. Quando da desativação do viaduto, só foi demolido a parte superior deste, sendo
assim, toda a estrutura de fundação e contenção permanecia do local.
Depois de constatado este fato, procurou-se o órgão competente da prefeitura
municipal de Maringá, no caso a URBAMAR (urbanização de Maringá s/a), e solicitou-
se o projeto do viaduto, mas este departamento alegou que por se tratar de uma obra
muito antiga, não existiam mais os projetos.
Como não havia sido encontrada nenhuma solução imediata que não interferisse no
projeto, passou-se a situação para Fundacta (empresa responsável pelo projeto de
contenção e fundação).
A Fundacta nos solicitou que fosse tentado aumentar a profundidade da partida dos
grampos de 1,2 m para 1,5 m, bem como o ângulo do furo para até 55º, a fim de
constatar a profundidade da barreira. Estas tentativas foram em vão visto que por se
tartar de um viaduto, ou seja, uma obra de grande porte, tanto a parede de contenção
como os elementos de fundação, possuíam grandes profundidades, impossibilitando
assim a normal execução dos grampos.
Novamente o caso foi passado para empresa responsável.
Depois de verificações, decidiu-se pela execução de grampos com comprimentos
menores, variando de 4,0 à 5,0 m. Como esta decisão estaria diminuindo a estabilidade
da parede, o novo projeto estipulava que, seria necessário deixar apenas naquela lateral
um talude de terra e ainda utilizar perfis metálicos duplos com 6m de comprimento para
reforçar os tubulões que se encontravam naquela região.
Até o presente momento a empresa contratante do projeto (Catamarã), esta tentando
achar uma solução para que não seja necessária a utilização destes procedimentos, visto
que estes gerariam um atraso no cronograma da obra bem como um acréscimo no seu
custo.
Posteriormente realizou-se a execução do grampeamento na lateral voltada para
avenida Advogado Horácio Raccanello Filho. Nesta região o grampeamento pode ser
realizado de acordo com o projeto, ou seja, com 8,5 m de comprimento e com ângulo de
25º. Deve-se ressaltar que nesta lateral, encontra-se o túnel da linha férrea e por isso, os
grampos foram dimensionados com um comprimento menor do que nas demais faces.
Logo após procedeu-se a execução do grampeamento na lateral perpendicular a
avenida São Paulo, local onde se localizava o barracão da obra. Nesta região o
grampeamento pode ser realizado de acordo com o projeto, ou seja, com 14 m de
comprimento e com ângulo de 25º.
O projeto havia sido dimensionado de forma a executar-se o grampeamento em todo
o contorno da edificação, porém na lateral perpendicular a avenida Advogado Horácio
Raccanello Filho, não foi necessário a execução de grampos devido ao terreno vizinho já
ter sido escavado para execução de uma outra edificação, gerando assim um alivio de
carga sobre a parede neste local.

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