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INSTITUTO CULTUS

PÓS GRADUAÇÃ EM
AUDITORIA E PERÍCIA AMBIENTAL

JALMIR DEMORI

ANÁLISE E AVALIAÇÃO DA AÇÃO ANTRÓPICA NO ECOSSISTEMA DO


MANGUEZAL NAS MARGENS DO RIO COMPRIDO EM JOINVILLE – SANTA
CATARINA

JOINVILLE - SC
2021
ANÁLISE E AVALIAÇÃO DA AÇÃO ANTRÓPICA NO ECOSSISTEMA DO
MANGUEZAL NAS MARGENS DO RIO COMPRIDO EM JOINVILLE – SANTA
CATARINA

Autor1, (Jalmir Demori)

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro


também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo
sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma
fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do
trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim
realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis,
penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o
crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do
Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO – Neste trabalho foi realizada uma analise e avaliação da ação antrópica através do
registro fotográfico da região do ecossistema do manguezal nas margens do Rio Comprido no Bairro
Comasa em Joinville Santa Catarina, entre os anos 2000 e 2021. A área próxima ao rio vem sofrendo
com impactos ambientais desde o início da sua formação em 1970 sendo mais acentuado em
meados da década de 1980 a meados da década de 1990, quando a população começou a invadir a
área de mangue próximo para se estabelecer devido à expansão industrial da cidade. A prefeitura
para conter esse avanço decidiu abrir canais artificiais na área de mangue e retificar o leito do Rio
Comprido e como conseqüência o maciço populacional concentrou-se próximo ao rio que acaba
recebendo o esgoto sanitário sem qualquer tipo de tratamento, resíduos de construções e despejo de
lixo em suas margens, tornando possíveis focos de doenças transmitidas por vetores como ratos,
mosquitos e aranhas, além do escoamento pluvial que arrasta sedimentos finos causando o
assoreamento do leito do rio. O registro fotográfico mostra que a falta de uma fiscalização mais
atuante, sem projetos de conscientização ambiental a região do Rio Comprido irá continuar sofrendo
um forte aporte da ação antrópica, fazendo-se necessário a criação de uma política ambiental onde
seja envolvida toda a comunidade para a conservação e recuperação do meio ambiente já fortemente
impactado.

PALAVRAS-CHAVE: Rio Comprido. Vegetação. Margens. Lixo.

1
E-mail: jalmir@edu.univali.br
1 - INTRODUÇÃO

Os problemas ambientais, na medida em constituem uma ameaça aos


interesses humanos, tendem a ser encarados de uma forma em que primeiro se
pensa no beneficio ou na comodidade, já as conseqüências são deixadas para se
pensarem no futuro quando o problema acontecer. Joinville é a maior cidade do
estado e o maior polo industrial, sua população cresce a cada ano e com um plano
de habitação urbana deficiente acaba gerando ocupações em áreas de preservação
ambiental e permanente. O Bairro Comasa concentra uma grande gama de
pequenas empresas dos mais variados setores tais como: panificação, postos de
combustíveis e lavação, oficinas mecânicas, postos de saúde e etc. O Rio Comprido
situado no Bairro Comasa – Joinville, pertence a Bacia Hidrográfica da Lagoa do
Saguaçú, tendo sua nascente localizado no Morro do Boa Vista próximo ao Hospital
Regional Hans Diet Schmidt.
Á medida que o Rio Comprido avança em direção a Baia da Babitonga, seu
leito em parte canalizado recebe esgotos domésticos e industriais sem prévio
tratamento afetando o meio ambiente não somente do rio, mas também da região do
mangue existente na região. O Rio Comprido teve parte de seu leito original
modificado. A vegetação existente as suas margens de ambos os lados foram
derrubadas para dar lugar a loteamentos que despejam seus esgotos sanitários sem
tratamento em canalizações que vão para o rio e mangue ali existente.
O mangue funciona como faixa de segurança contra ventos fortes proveniente
do mar, além disso, evita que as águas carreguem a terra para o rio do mesmo
modo que impede o carregamento de lixo para o leito do rio, contudo, essa área vem
sofrendo ações antrópicas com o descarte de lixo em suas margens além do corte
esporádico de sua vegetação. Em estudo realizado no início do ano de 2000 foi
realizado uma avaliação química da água do rio e um breve registro fotográfico da
situação das margens. Sendo o presente trabalho uma nova avaliação antrópica da
região do Rio Comprido em Joinville – Santa Catarina.
A ação antrópica na região do Rio Comprido é causada pela ausência de uma
consciência ambiental da comunidade e por falta de fiscalização dos órgãos públicos
competentes.
Face necessária uma nova análise e avaliação das condições antrópicas da
região do Rio Comprido com o registro fotográfico buscando demonstrar a condição
atual das margens do rio e o seu entorno.
Sendo assim, este trabalho se justifica, quando se propõe analisar a região a
fim de fazer uma projeção futura sobre a qualidade da vida urbana ribeirinha, além
de tornar de conhecimento da população os riscos da saúde que venham ocorrer
provenientes desses processos antrópicos.
A metodologia utilizada será o levantamento fotográfico e uma breve revisão
bibliográfica sobre o assunto.

2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Área de Estudo

Segundo DEMORI (2008, p.34 apud IPPUJ, 2006) entre as décadas de 50 e


80, Joinville houve um grande surto de crescimento populacional e industrial, com o
fim do conflito mundial. Como conseqüência a cidade transformou-se em pouco
tempo em um dos principais pólos industriais do país. Segundo o IPPUJ (2006) o
perfil da população modificou-se de forma muito rápida com a chegada de
imigrantes vindos de outros estados do país, em busca de melhores condições não
só de trabalho e de vida também.
IPPUJ (2017, p. 49) relata que a Fundição Tupy, uma das maiores indústrias
da cidade na década de 1950, realocasse todo seu parque industrial para o bairro
Boa Vista, fazendo com que os trabalhadores migrassem suas casas para perto da
empresa, pois na época o local era de difícil acesso. Havendo um grande de
operários migrando para essa região em 1972, ocorreu a implantação do Conjunto
Habitacional Comasa do Boa Vista, que ficou mais conhecido popularmente por
Comasa Boa Vista e em 1997, a região foi transformada no Bairro Comasa.
O Rio Comprido corta o bairro no sentido oeste para leste. Teve parte de seu
percurso canalizado para a construção de uma das principais vias urbanas do bairro.
A parte que permaneceu sem obras de canalização sofreu o processo de
linearização além do alargamento da calha para evitar os alagamentos na região.
Em ambos os lados região antes ocupada por floresta de mangues sofreram com
enorme adensamento populacional deixando apenas remanescentes da floresta do
mangue nas margens do rio.
Mapa 1: Limite territorial do Bairro Comasa

Fonte: Extraído de: https://www.google.com.br/maps/search/mapa+do+bairro+comasa+do+


boa+vista+na+década+de+80/@-26.2832577,-48.8097167,3769m/data=!3m1!1e3?hl=pt-BR
Acessado em 21/03/2021.

2.2 Ecossistema de Manguezal e Legislação Ambiental

Quando falamos em ecossistema de manguezal ou mangue temos que ter


uma definição mais explícita sobre o assunto. Segundo Planalto (2012) a Lei Federal
nº 12.651/2012 no seu artigo 3º inciso XIII traz o conceito de manguezal, que são:

“manguezal: ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos


à ação das marés, formado por vasas lodosas recentes ou arenosas, às
quais se associa, predominantemente, a vegetação natural conhecida como
mangue, com influência fluvio marinha, típica de solos limosos de regiões
estuarinas e com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre
os Estados do Amapá e de Santa Catarina.”

Em outra definição de mangue, Correia (2005, p.24) diz que: “O manguezal é


um sistema ecológico costeiro tropical, entre a terra e o mar, localizado em terrenos
baixos na foz dos rios e estuários, com solo inundado pelas variações das marés e
tendo grande variação de salinidade.”
Segundo o Programa Integrado de Urbanização das Favelas localizadas nas
áreas de mangue de Joinville protocolo nº 552 da Prefeitura de Joinville, em um
termo mais abrangente podemos dizer como sendo florestas onde águas salobras e
salinas periodicamente sofrem os efeitos do movimento das marés; são equivalentes
tropicais dos pântanos salgados da zona temperada.
Em Joinville de acordo com Demori (2000), a vegetação do mangue é
composta basicamente por quatro espécies: A Rhizophora mangle (mangue
vermelho) em pequena quantidade, Avicennia schaueriana (siriuba) em grande
quantidade, Laguncularia racemosa (mangue branco) e a Spartia montevidense.
Em 1973 foi aprovada a lei orgânica nº 1262 de reestruturação do plano
diretor da cidade onde em seu Art 4º (Prefeitura Municipal de Joinville, 1973, p. 17)
diz que:
Nenhum parcelamento do solo será permitido em terrenos baixos,
alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para
assegurar-lhe o escoamento das águas. As obras necessárias para tal fim
poderão ser projetadas quando for o caso, juntamente com as das vias de
circulação a serem abertas. Da mesma forma não será permitido o
parcelamento de terrenos que tenham sido aterrados com materiais nocivos
à saúde pública, sem que sejam previamente saneados. Não será
igualmente permitido o parcelamento de terrenos com declividade igual ou
superior a 30% (trinta por cento).

Com uma interpretação distorcida desse artigo á área de mangue poderia ser
utilizada para habitação, tendo um avanço descontrolado sobre essas áreas
principalmente no final da década de 1970 e início da década de 1980 com a
expansão do setor industrial da cidade.
Segundo Planalto (2012) em maio de 2012 foi sancionada a Lei Federal nº
12.651/2012, que trata sobre a proteção da vegetação nativa que alterou as Leis nº
6.938, de 31/08/1981, a lei nº 9.393, de 19/12/1996, e a lei nº 11.428, de 22/12/2006
e ainda revogou as Leis n o 4.771, de 15/09/1965, e 7.754, de 14/04/1989, além da
Medida Provisória nº 2.166-67, de 24/08/2001. Contudo a nova lei no 4º artigo que
dispõe sobre as Áreas de Preservação Permanente manteve o texto original nos
incisos VI – as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de
manguezais; inciso VII - os manguezais, em toda a sua extensão, mantendo essas
áreas protegidas por lei federal.

3 – AVALIAÇÃO E ANÁLISE DA ÁREA

Atualmente observa-se que a área ainda sofre antrópica como observado em


registros fotográficos realizados nos anos de 2000 e 2021.

Foto 2 – Moradias as margens do rio no


Foto 1 – Rua Ponte Serrada, canalização. entroncamento das ruas José Fernandes,
do Rio Comprido entre linhas vermelhas. Ponte Serra e Apucarana

Foto editada pelo autor. Fonte: Jalmir Demori, 2021.


Fonte: Jalmir Demori, 2021.

A foto 1 mostra em vermelho o traçado do Rio Comprido na Rua Ponte


Serrada, em 1970 tinha seu leito canalizado com muro de pedra, e já em meados da
década de 1980 a canalização inicial foi substituída por canalização pré-moldada
que melhorou o escoamento do rio e melhorando a condição da via na região. A foto
2 mostra edificação irregular junto a calha do rio onde pode-se notar que vários
detritos da construção foram lançados dentro rio além da remoção da vegetação.

Foto 3 – Moradias as margens do rio no Foto 4 – Moradias as margens do rio com


entroncamento das ruas José Fernandes, o esgoto sanitário sendo lançado diretamente
João Ebert. no leito do rio.

Fonte: Jalmir Demori, 2000. Fonte: Jalmir Demori, 2021.

A foto 3 mostra moradias próximas ao rio junto a rua José Fernandes, com a
vegetação alta fica impossível de observar as saídas de esgoto sanitário que são
lançados dentro do rio sem tratamento. Essa condição faz com que lixo fique preso
as margens podendo se transformar esses locais em focos de transmissão de
doenças provocadas por mosquitos e ratos, além de mau cheiro.
A foto 4 mostra o desenvolvimento atual em uma escala mais reduzida do
bairro junto a parte canalizado do rio e o início da calha do rio a céu aberto. A região
ainda não possui rede coletora de esgoto, dessa maneira todo esgoto sanitário e
escoamento pluvial ainda é lançado para dentro do rio sem qualquer tipo de
tratamento prévio.

Foto 5 – Imagem da parte canalizada do rio e a calha do rio sem proteção. Pontos de referência das
fotos 1, 2 e 3.

Fonte: Extraído de https://www.google.com.br/maps/@-26.2791102,48.8082587,942m/data=!3m1!1e3


Acessado em 17/03/2021.
Foto editada pelo autor: Jalmir Demori, 2021.

Mapa 2: Calha original do Rio Comprido e o novo traçado em vermelho realizado em 1991.
mapa do sistema rodoviário municipal,Município de Joinville,1987.
Fonte: https://www.joinville.sc.gov.br/publicacoes/mapas-historicos-do-municipio-
de-joinville. Acessado em 20/03/2021.
Imagem modificada por: Jalmir Demori, 2021.

O mapa mostra as obras realizadas em 1991 para conter o processo de


invasões que estavam ocorrendo na região. Dois canais foram abertos
artificialmente além da retificação, aprofundamento da calha do rio bem como o
alargamento para poder aumentar o fluxo de escoamento de água. O material
dragado dos canais e do rio serviu como material de aterro.

Foto 6: Moradias com maré baixa


(fundos da rua praia Grande, altura do nº 911). Foto 7: Moradias com maré alta.

Fonte: Jalmir Demori, 2021. Fonte: Jalmir Demori, 2021.


No final da Rua Praia Grande as construções a exemplo da Rua José
Fernandes, também foram construídas próximas a área de enchente do rio. Na foto
6 e 7 podemos observar o recuo e o avanço das marés em direção as residências.

Foto 8: Margem direita (rua Praia Grande na Fotos 9: Margem esquerda (rua Profª Ivete
altura do nº 961). Rocha da Silva), altura do nº 1326.

Fonte: Jalmir Demori, 2000. Fonte: Jalmir Demori, 2021.

A foto 8 realizada em 2000 já mostrava sinais de assoreamento, já 2021


observa-se o assoreamento bem acentuado da calha do rio.

Foto 10: Tubulação de esgoto sendo Foto 11: Tubulação de esgoto sendo
lançado diretamente no rio. lançado diretamente no rio.

Fonte: Jalmir Demori, 2000. Fonte: Jalmir Demori, 2021.

As fotos 10 e 11 mostram o despejo de esgoto de ambos os lados do rio. Aas


fotos 12 e 13 mostram a prática de despejo do lixo nas margens do rio para que seja
carregado na enchente da maré, ou é queimado quando se acumula; em 2000 a
região não tinha placa de indicação de proibição ou advertência dizendo que o local
era de preservação.

Foto 12: Lixo sendo depositado e queimado Foto 13: Sacos de lixo sendo jogados nas
nas margens do rio. margens de ambos os lado do rio.

Fonte: Jalmir Demori, 2000. Fonte: Jalmir Demori, 2000.

As fotos 14, 15,16 e 17 já em 2021 mostram que mesmo com as placas de


advertência os moradores continuam jogando e queimando lixo, sendo que a região
consta com o serviço de coleta de lixo urbano e coleta seletiva. A companhia de
limpeza ainda dispõe do serviço de coleta de resíduos (móveis quebrados ou
danificados pelas chuvas ou enchentes) por agendamento.

Foto 14: Sinalização as margens do rio. Foto 15: Lixo as margens do rio.

Fonte: Jalmir Demori, 2021. Fonte: Jalmir Demori, 2021.


Foto 16: Sinalização as margens do rio. Foto 17: Sinalização as margens do rio.
Fonte: Jalmir Demori, 2021. Fonte: Jalmir Demori, 2021.

Outro problema observado na região, porém mais evidenciado na margem


esquerda do rio em sentido a sua foz é o corte da vegetação. Aonde era apenas um
caminho em 1994 foi construída uma estrada para facilitar o transito local como
mostra a foto 18. Com o alargamento da estrada a pequena faixa de mangue ali
existente foi praticamente suprimida em um trecho de aproximadamente 250 metros
como mostra as foto 19.

Foto 18: Trecho da margem do rio sem Foto 19: Trecho da margem do rio sem
vegetação. vegetação.

Fonte: Jalmir Demori, 2000. Fonte: Jalmir Demori, 2021.

A foto 18 pode se observar ainda o rebocador da tubulação da draga. Essa


estrutura metálica foi abandonada no final e processo e acabou-se se deteriorando
até ser literalmente consumida pela ferrugem devida a salinidade da água.
Foto 20: Trecho da margem do rio sem Foto 21: Trecho da margem do rio sem
vegetação durante a maré baixa. vegetação durante a maré alta.

Fonte: Jalmir Demori, 2021. Fonte: Jalmir Demori, 2021.

Aas fotos 20 e 21 mostram a amplitude das marés junto as margens do rio.


Contudo desde 2010 a região vem sofrendo com um novo tipo de degradação que é
o aterro das suas margens com restos de construções e de obras de melhorias das
vias próximas.
A foto 22 mostra despejo antigo de restos de construção (pedaços de telhas,
tijolos, pedaços de folhas de eternit) lançados na margem esquerda do rio no sentido
a sua foz. Contudo na margem direta do rio em sentido a foz esse processo tem se
agravado nos últimos amos como mostra as fotos 23, 24 e 25.

Foto 22: Restos de construções lançados na Foto 23: Restos de construções depositados
margem esquerda do rio sentido a sua foz . na margem direita do rio sentido a sua foz.

Fonte: Jalmir Demori, 2021. Fonte: Jalmir Demori, 2021.


Foto 24: Restos de construções lançados na Foto 25: Restos de construções lançados na
margem direita do rio sentido a sua foz . margem direita do rio sentido sua foz.
Fonte: Jalmir Demori, 2021. Fonte: Jalmir Demori, 2021.

Quando há um volume considerável uma máquina da própria prefeitura espalha


esses entulhos em direção a calha do rio diminuindo dessa forma a faixa de mangue
ali existente ainda.

4 – CONCLUSÃO

A área de mangue no Bairro Comasa já foi quase que dizimado,


remanescente dessa vegetação são encontrados as margens do Rio Comprido.
Para conter o avanço desenfreado sobre o mangue a prefeitura optou pela abertura
de canais artificiais e retificação do Rio comprido; como conseqüência da expansão
populacional a rede de coleta pluvial e que também recebe o esgoto sanitário são
lançados diretamente no rio sem prévio tratamento.
Quando analisado a situação do rio no ano de 2000 percebemos que este já
sofria com os despejos de esgoto, lixo e restos de construção em suas margens,
porém com o passar dos anos podemos observar uma agravamento das ações
antrópicas como desmatamento, invasão da área remanescente do mangue, sua
urbanização, constantes despejos de lixo e restos de construções. Essas ações
trazem como conseqüências diretas a população, doenças vinculadas a vetores
como ratos, baratas, aranhas e mosquitos (pernilongos, maruins, butucas,
borachudos e moscas). Outro problema bastante acentuado é o assoreamento da
calha do rio por sedimentos finos transportados principalmente pela água da chuva e
com a carga orgânica do esgoto sanitário formam uma camada de lama que quando
exposta na maré baixa exala mau odor. Na maré cheia a água acaba invadindo ruas
e alguns lotes mais próximos ou áreas mais baixas.
Sem uma fiscalização mais atuante, sem projetos de conscientização
ambiental as margens do Rio Comprido bem como seu leito continuarão sofrendo
um forte aporte da ação antrópica, podendo ainda chegar até a uma degradação
total da área.
Para essa região faz-se necessário uma política ambiental onde sejam
envolvidos todos os atores a fim de conservar e recuperar o meio ambiente já
fortemente impactado.

4 – REFERÊNCIAS

CORREIA, Mônica Dorigo. Ecossistemas marinhos: recifes, praias e


manguezais. Mônica Dorigo Correia, Hilda Helena Sovierzoski. – Maceió: EDUFAL,
2005.

DEMORI, Jalmir. Análise histórica da contaminação por metais pesados na Baía


da Babitonga – SC. 2008. 95 f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia

Ambiental), Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, SC, 2008, apud Instituto de


Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville – IPPUJ.
Joinville – Cidade em dados. Prefeitura Municipal Joinville, 2006

_______, Jalmir. Análise e avaliação dos poluentes encontrados na região do


rio comprido. Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, Joinville, 2000.

https://www.google.com.br/maps/search/
mapa+do+bairro+comasa+do+boa+vista+na+década+de+80/@-26.2832577,-
48.8097167,3769m/data=!3m1!1e3?hl=pt-BR

https://www.joinville.sc.gov.br/publicacoes/mapas-historicos-do-municipio-de-joinville

Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de


Joinville – IPPUJ. Joinville – Cidade em dados. Prefeitura Municipal Joinville, 2006.
________. Joinville – Cidade em dados. Prefeitura Municipal Joinville, 2017

Lei ordinária nº1262 de 27 de Abril de 1973. Reestrutura o plano diretor e da outras


providencias
<https://leismunicipais.com.br/a/sc/j/joinville/lei-ordinaria/1973/126/1262/lei-ordinaria-
n-1262-1973-reestrutura-o-plano-diretor-e-da-outras-providencias> acessado em:
20/03/2021

Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre o Código Florestal.


< https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>
acessado em: 20/03/2021

Protocolo: nº 552 de 02/03/1988; Programa Integrado de Urbanização das Favelas


localizadas nas áreas de mangue de Joinville/ Etapa espinheiros

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