Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
que permitem tomar decisões. O argumento central para É informação sobre produtos específicos e
a defesa desse conceito se baseia no argumento tecnologia. Também é monitoramento de
que é a inteligência, e não a informação, que auxilia informação externa que afeta o mercado da
o administrador a tomar decisões corretas no organização, como, por exemplo, a informação
ambiente corporativo. econômica, regulatória, política e demográfica.
A expressão inteligência competitiva pode ser definida, De modo geral, as definições e conceitos de
segundo Queyras e Quoniam (2006), como inteligência competitiva convergem bastante na
um processo de aprendizagem motivado pela literatura. Kahaner (1997, p. 16), por exemplo,
competição, fundada sobre a informação que conceitua inteligência competitiva como:
permite a otimização da estratégia da organização
a curto e longo prazo. Conforme Kahaner (1997), a (...) um programa sistemático para coletar e
inteligência competitiva (IC) tem se tornado a última analisar informação sobre as atividades de seus
arma na guerra mundial da economia, que coloca competidores e tendências de negócios para
nação contra nação, deslocando o eixo de poder atingir os objetivos da empresa.
das armas de destruição tradicionais em direção a
Tarapanoff (2001, p. 46) ainda cita Tyson (1998),
armas econômicas baseadas no uso da inteligência nas
argumentando que em sentido mais amplo a
organizações. Esse autor observa que a inteligência
inteligência competitiva orienta as organizações a
competitiva há muito integra a política industrial
manter um foco no ambiente externo continuamente,
japonesa e está se tornando um componente oficial
de modo a estudar os competidores e qualquer
das políticas industriais de vários países europeus
outra coisa que possa tornar a organização mais
e dos EUA, ressaltando que apesar de o número
competitiva e posicioná-la melhor no mercado.
de empresas americanas praticando inteligência
competitiva ainda ser relativamente pequeno, ela é Outro aspecto interessante da inteligência
a disciplina corporativa de crescimento mais rápido competitiva se reporta ao seu posicionamento nas
atualmente. estruturas organizacionais: enquanto alguns autores
defendem que ela constitui um processo, como
De um ponto de vista mais conceitual de interesse
Kahaner (1997), outros argumentam que ela deve
da ciência da informação (CI), Tarapanoff (2001)
ser tratada como uma função com estrutura formal
esclarece que a inteligência competitiva representa
nas organizações, como Prescott e Miller (2001).
uma nova síntese teórica no tratamento da informação
para a tomada de decisão nas organizações, uma McGee e Prusak (1994) e Porter (1986) tendem a
metodologia que permite o monitoramento encaixar a inteligência competitiva numa visão de
informacional da ambiência e, quando sistematizada planejamento estratégico, como a da necessidade
e analisada, a tomada de decisão. A inteligência de se desenvolver um sistema de inteligência
competitiva, para a autora, é composta de diversos sobre os concorrentes, e Davenport (2000) prevê
tipos de informação – tecnológica, ambiental a inteligência competitiva como uma visão em sua
e sobre o usuário, competidores, mercados e concepção holística de ambiente informacional
produtos, conceito complementado com a visão (ecologia da informação). Outra visão interessante
de um processo sistemático que transforma pedaços esparsos é a de Santos (2000), que define o problema de
de dados em conhecimento estratégico. Entretanto, uma modo bastante simples e didático: em geral, as
versão simplificada do conceito de inteligência organizações têm dificuldade não para coletar e
competitiva mais próximo do senso comum seria, armazenar informações para tomada de decisão,
ainda, apresentada por Tarapanoff (2001, p. 45): mas sim para processá-las de modo a se tornarem
úteis no processo. Ou seja, o problema se deve à de modo claro para que se possa estabelecer
falta de entendimento sobre o fim a que se destina conexões epistemológicas entre inteligência
a informação: o consumo e não o estoque. competitiva (IC) e a ciência da informação (CI): (1)
o processo de tomada de decisão nas organizações
Kahaner (1997, p. 23-30) argumenta que a e (2) a interação informacional da organização com
inteligência competitiva deve constituir um programa o ambiente externo. O primeiro ponto, apesar de
formalizado e ter como objetivos, entre outros: endereçado há muito pela administração, como nas
a) antecipar mudanças no mercado e nas ações dos obras seminais de Simon (1976) e Argyris (1978 e
competidores; 1991), tem despertado atenções e motivado linhas de
pesquisa na CI inspiradas em trabalhos mais recentes
b) descobrir novos ou potenciais competidores; de autores mundialmente reconhecidos, tais como
Choo (2003, 1998 e 1991), Nonaka e Takeuchi (1997)
c) aumentar as opções e a qualidade das empresas
e Daft e Weick (1984). Quanto ao segundo ponto,
alvo de aquisições;
o problema tem sido tratado principalmente nas
d) aprender sobre novas tecnologias, produtos e publicações de Davenport (2000), McGee e Prusak
processos que afetam os negócios da organização; (1994), Porter (1986) e outros. Choo (2003), na obra
que está se tornando um clássico na CI, apresenta
e) aprender sobre mudanças políticas, legislativas ou
uma síntese epistemológica contemporânea útil para
regulatórias que podem afetar os negócios;
a teorização acerca dos processos de tomada de
f) entrar num novo negócio; decisão nas organizações, argumentando que:
TABELA 1
Modelo de coleta, interpretação e uso da informação nas organizações
Adaptada a partir de técnicas utilizadas pelas – Eu coleto tanta informação quanto eu puder,
agências de inteligência política e militar da de tantas fontes quanto eu tiver acesso, raciocino
época da Guerra Fria, inteligência competitiva sobre tudo, então eu decido o que fazer.
é um simples processo de quatro passos que
pode, em última análise, viabilizar ou quebrar Kahaner (1997) concluiu, então, que era por esse
empresas de qualquer tamanho, em qualquer motivo que o executivo lia tanto sobre tudo –
ramo de negócio. era o seu modo de transformar informação em
inteligência útil. E essa é, geralmente, a missão dos
E cita, ainda, como metáfora motivadora da prática executivos das organizações: tomar decisões do
de inteligência competitiva nas organizações, modo mais seguro e abalizado possível, com base
célebre lema de Frederico (Barba Ruiva), o Grande nas informações e no conhecimento disponível no
(imperador germânico da Idade Média): “É perdoá- momento da decisão. Esse autor apresenta breve
vel ser derrotado, mas nunca ser surpreendido”. retrospectiva do interesse recente pela inteligência
competitiva no mundo corporativo, observando
Prescott e Miller (2001) reforçam a tese sobre as que se trata de área relativamente nova e ainda não
origens da inteligência competitiva nas organizações, desenvolvida nos EUA, onde menos de 7% das
argumentando que ela herdou as práticas e o grandes empresas teriam, há uma década, as próprias
conhecimento das agências governamentais de divisões de inteligência competitiva e a maior parte
inteligência e dos grupos de inteligência militar. seria relativamente recente – 80% delas teriam
menos de cinco anos de idade.
Inteligência competitiva como disciplina
corporativa Outra fonte, referenciada em Prescott; Miller (2001),
traz dados estatísticos mais recentes, baseados em
Como ilustração da necessidade da inteligência pesquisa de 1998 do The Futures Group, segundo a
competitiva nas organizações contemporâneas, qual 82% das maiores empresas multinacionais nos
Kahaner (1997) transcreve um diálogo que EUA com faturamento maior que US$ 10 bilhões
teve com Bill McGowan, então chief executive anuais teriam unidade organizada de inteligência
officer - CEO, ou executivo-chefe) da empresa competitiva.
transnacional norte-americana MCI, do ramo de
telecomunicações. O autor esclarece que um dia Outro ponto relevante nessa análise se reporta ao
perguntou a McGowan: ambiente corporativo japonês que, em contraste,
possui tradição mais antiga de inteligência competitiva
– Qual é a essência do seu trabalho? (KAHANER, 1997, p. 16-17):
Sem hesitação, o executivo respondeu: As empresas japonesas (...) têm tido sistemas
de inteligência competitiva bem estabelecidos
– Tomar decisões. Se eu tomo a decisão correta, desde a 2ª Guerra Mundial, apesar de sua história
eu sou um herói. Se eu tomo a decisão errada, de coleta de inteligência econômica remontar a
eu sou um pária5. muitos séculos. Sua atual infra-estrutura inclui
Prosseguindo na entrevista, Larry Kahaner empresas de comércio (sogo shosha) e agências
indaga: governamentais que operam ao redor do mundo
para coletar informação e colocá-la em grandes
– Como você toma decisões? repositórios no Japão, para uso dos tomadores
de decisão nas empresas.
Resposta de Bill McGowan:
A Mitsubishi, por exemplo, tem aproximadamente
5
Tradução aproximada para o termo bum, do idioma inglês. 13 mil empregados em mais de duzentos
escritórios no mundo. Eles coletam mais de (SCIP), que segundo Kahaner (1997) foi criada
30 mil peças de informação competitiva de em 1986, contando hoje com mais de cinco mil
negócios diariamente. Esses dados são filtrados, membros ao redor do mundo. O endereço eletrônico
analisados e disseminados para empresas do de seu sítio na Web é <http://www.scip.org/> e ela
grupo Mitsubishi para serem utilizados como se propõe, conforme declarado na primeira página, a
munição na atual guerra global contra seus prover educação e oportunidades de relacionamento
competidores. (networking) com profissionais de negócio trabalhando
no campo de rápido crescimento que é a inteligência
Na Europa, a situação é algo similar na medida competitiva, que consiste na “atividade legal e
em que as agências governamentais também ética de coleção e análise de informação sobre a
têm assumido ativo interesse na inteligência capacidade, as vulnerabilidades e as intenções dos
competitiva. Na Alemanha, os bancos estatais competidores nos negócios” (SCIP, 2008).
desempenham um grande papel no controle
dos negócios no país e por isso têm interesse No Brasil, a atividade acadêmica de inteligência
em proteger seus investimentos. Os bancos têm competitiva surgiu na década de 1990, com a
tradicionalmente utilizado seu poder e influência criação do Curso de Especialização em Inteligência
para coletar informações confidenciais sobre Competitiva (CEIC) pela Universidade Federal
empresas estrangeiras e discretamente disseminá- do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com a
las para as empresas alemãs. Université d’Aix-Marseille III. Segundo Gomes &
Braga (2004), são poucas as universidades brasileiras
Na França, o governo trabalha com empresas
que oferecem a disciplina em seus cursos de pós-
de modo mais encoberto – frequentemente
graduação: Universidade Católica de Brasília,
ilegalmente, pelos padrões norte-americanos
Universidade Estácio de Sá, Universidade Federal
– para coletar informação sobre competidores
do Rio de Janeiro e Fundação Getúlio Vargas (no
estrangeiros. Entre 1987 e 1989, um grupo
Rio de Janeiro).
de vinte pessoas do Direction Générale de
la Sécurité Extérieure (DGSE), uma agência A atividade de inteligência competitiva no Brasil
governamental equivalente à CIA, espionou vem crescendo nos últimos anos, principalmente
empresas como a IBM e a Texas Instruments após a criação da Associação Brasileira dos Analistas
e passou informações para seus competidores de Inteligência Competitiva (Abraic), no ano 2000.
franceses. O então executivo-chefe Pierre Marion Dentre os principais objetivos da Abraic destacam-se
disse: ‘Não seria normal que nós espionássemos
o desenvolvimento de estudos sobre o tema, apoio
os Estados Unidos em assuntos políticos ou
à organização de eventos e projetos relacionados à
militares. Nós somos aliados, mas em termos
inteligência competitiva, promoção de assessoria à
de competição econômica, de competição
implantação da atividade de inteligência competitiva
tecnológica, nós somos competidores. Nós não
em organizações, difusão da mentalidade de
somos aliados.’
inteligência competitiva no país e estímulo à pesquisa
(...) Muitos países de economias emergentes e reconhecimento às boas práticas empresariais, por
como China, Vietnã, Coréia e Tailândia vêem a meio da realização dos prêmios de Inovação e de
inteligência competitiva como um meio de vencer Excelência Empresarial.
as guerras econômicas contra países maiores e
mais industrializados. Com base em Santos (2000), pode-se identificar, na
implantação de projetos ou células organizacionais
Existe, nos EUA, uma organização denominada de inteligência competitiva, quatro perfis básicos
Society of Competitive Intelligence Professionals de profissionais dessa área: (i) “profissionais de
interface”, que se parecem com os antigos analistas organizações de grande porte, como Procter &
de sistemas à medida que devem exercer o papel de Gamble, IBM, Shell, Xerox, Motorola, Daimler-
“agentes sociais” que definem demandas e ofertas Benz Aeroespacial, Chevron e na antiga DEC
de informações úteis; (ii) analistas de dados com (depois adquirida pela HP). Como essas empresas
habilidades técnicas, (iii) especialistas nas fontes operam em mercados de alta tecnologia (tecnologia
de informação de interesse; e (iv) especialistas no da informação e comunicação, transporte aéreo,
assunto de interesse, que se parecem com analistas prospecção de petróleo e fármacos), um novo termo
de negócio. Os últimos precisariam ter visão é utilizado, adicionalmente, para caracterizar as ações
sistêmica, pois seriam os responsáveis pela validação de IC: monitoramento tecnológico, numa visão de
da inteligência gerada no processo e apresentação veille technologique6. Os estudos mais paradigmáticos
dos insights aos executivos. talvez sejam os da Shell, em que se buscou uma
convergência entre inteligência competitiva e
Estudos de caso gestão de conhecimento; o da DEC, no qual a IC
desencadeou um programa de reengenharia de
A literatura começa a apresentar algumas lições
processos; o da Daimler-Benz, no qual se executou
das trincheiras da inteligência competitiva nas
análise de cenários; e o da Chevron, em que foram
organizações, ou seja, da sua prática como disciplina
utilizadas técnicas de benchmark para avaliação de
corporativa. Prescott e Miller (2001) arriscam
tecnologias concorrentes.
algumas delas na obra referenciada, observando
que: São inúmeros os benefícios organizacionais
decorridos da prática de inteligência competitiva,
I. os programas de IC requerem clara definição
principalmente como suporte às decisões estratégicas.
de papéis que emergem ao longo de um processo
Terra (2008a) menciona alguns em seu artigo:
de reaprendizado das necessidades de recursos de
antecipação a movimentos da concorrência;
inteligência dos membros da organização;
detecção antecipada de tecnologias emergentes e
II. o conjunto de produtos de um programa de de alto impacto estrutural; redução de custos com
inteligência competitiva deve ser disseminado o aprimoramento do desempenho operacional;
tempestivamente, prover implicações de ações e subsídios para estratégias de fusão e aquisição;
ser percebido como algo que tenha credibilidade melhoria da eficiência das ações de marketing;
e valor; reavaliação constante das estratégias com a criação
de cenários; desenvolvimento de fornecedores mais
III. a cultura de inteligência de uma organização estratégicos e competitivos em custo; penetração em
deve ser construída com uma pessoa de cada novos mercados.
vez, com o aumento da habilidade de operar com
recursos de inteligência e o desenvolvimento de Os benefícios advindos da prática de inteligência
redes de pessoas e de mecanismos que facilitem o competitiva nas organizações são resultados de
fluxo de informação; um trabalho árduo, tanto para sua implementação
quanto para sua manutenção. Terra (2008b) também
IV. a evolução dos programas de inteligência o compara a um trabalho de formiguinha, pois envolve
competitiva é um fenômeno natural direcionado a utilização constante de informações, bem como
pelas necessidades da organização, retroalimen-tação a colaboração e mobilização de grande número de
(feedback) e técnicas de melhoria da qualidade. pessoas da organização. A prática de inteligência
competitiva nas organizações deve considerar, Sun Tzu, que recomenda, para o êxito na guerra,
ainda, aspectos como governança, infraestrutura “conhecer a si mesmo e conhecer seu inimigo”. Com
de tecnologia da informação e comunicação (TIC), esta premissa importada da inteligência militar milenar,
taxonomia, cultura, postura ética, estratégia e a consequência lógica é que gestão da informação
dificuldade de obter informações. e gestão do conhecimento devem ser encaradas
como ferramentas de inteligência competitiva,
CONCLUSÕES E QUESTÕES EM emprestando métodos e técnicas para rentabilização
ABERTO dos fluxos de informação na organização, tratando-
se tanto de informações externas (resultado do
Os executivos convivem atualmente, nas
monitoramento) como de informações internas.
organizações, com um paradoxo bastante estimulante
para pesquisas no campo da ciência da informação: Os desafios de pesquisa de inteligência
a abundância (ou inundação) de informações e competitiva na linha de gestão da informação e do
a necessidade de informação útil para embasar conhecimento (Gico) são formidáveis, exigindo
processos de tomada de decisão. Com a globalização abordagens multidisciplinares que integram a
dos mercados e o advento da Internet e da Web o estrutura epistemológica da ciência da informação.
problema tem se agravado, aumentando a demanda Contrariando visões superficiais sobre os ambientes
por informação como arma na competição global das de inteligência competitiva nas organizações, em
empresas, ao mesmo tempo em que mais e mais que transparecem apenas abordagens das ciências
informações são publicadas na rede. Evidente, sociais, como a administração e a psicologia, eis
nesse cenário, surge a necessidade de seleção de que surgem no núcleo dos modelos de composição
informações úteis na inundação informacional, de modo metodológica, como ferramentas de suporte
a viabilizar processos de tomada de decisão nas às atividades multidisciplinares da inteligência
“guerras econômicas”. competitiva, as ciências duras (hard sciences) que
suportam a inteligência artificial, como a lógica, a
A inteligência competitiva (IC), herdada de práticas
matemática e a ciência da computação.
milenares de governantes e militares na arte da guerra,
apresenta-se como uma disciplina corporativa, Obras correlatas relativamente recentes, como
exigindo tratamento epistemológico adequado para as de Choo (2003), Davenport (2000), McGee e
que apresente resultados positivos, ou rentabilização Prusak (1994), Porter (1986) e outros, oferecem
de fluxos de informação (SANTOS, 2000). A promoção insights poderosos para a elicitação dos problemas e
da inteligência competitiva para o status de disciplina construção de possíveis soluções para a inteligência
corporativa também implica a necessidade de competitiva. Questões interessantes se apresentam
encaixe (ou integração) de conceitos, algo baseado nesse novo cenário, tais como: qual será o perfil
na visão de Bates (2005) na ciência da informação, do gerente do futuro nas organizações com a
pois existem iniciativas acadêmicas em linhas de consolidação de unidades de inteligência competitiva
pesquisas correlatas, como gestão da informação em suas estruturas e processos? Existirá um
(GI), gestão do conhecimento (GC) e business verdadeiro mercado de informações corporativas
intelligence (BI), nas quais a inteligência competitiva no futuro do mesmo modo como existe hoje um
poderá ser aninhada sinergicamente, com potencial mercado de informações científicas e um mercado
promissor de sínteses epistemológicas. de notícias?
A necessidade de integração de conceitos se torna Outra questão interessante é bastante óbvia:
axiomática à medida que se assume como útil o como deverão ser estruturados os departamentos
modelo filosófico de inteligência competitiva de acadêmicos para tratar de temas multidisciplinares
como inteligência competitiva? Ou, de modo ainda DAY, George S.; REIBSTEIN, David J.; GUNTHER, Robert. A
dinâmica da estratégia competitiva. Tradução de Ana Beatriz Rodrigues e
mais detalhado: qual deverá ser o perfil dos acadêmicos Priscilla Martins Celeste. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
para atuar em pesquisas de inteligência competitiva
DILL, William R. Environment as an influence on managerial
nas universidades? Os atuais departamentos de autonomy. Administrative Science Quarterly, v. 11, n. 1, p. 409-443,
CI nas universidades estão preparados para tratar 1958.
de universos epistemológicos multivariados e FLEISHER, Craig S.; BENSOUSSAN, Babette E. Business and
complexos como inteligência artificial, teoria dos competitive analysis: effective application of new and classic methods.
jogos e simulações computacionais, que constituem New Jersey: FT Press, 2007.
ferramentas metodológicas e tecnológicas da FULD, Leonard. The new competitor intelligence. [S.l.]: John Wiley &
inteligência competitiva? Sons, 1994.
AOKI, Masahiko; DORE, Ronald (Ed.). The Japanese firm: sources of JACOBIAK, François. Pratique de la veille technologique. Paris: Éditions
competitive strength. Oxford University Press, 1996. d’Organisation, 1996.
ARGYRIS, C.; SCHON, D. Organizational learning: a theory of action JUHARI, Ariff S.; STEPHENS, Derek. Tracing the origins of
perspective. Reading, MA: Addison-Wesley, 1978. competitive intelligence throughout history. Journal of competitive
intelligence and management, v. 3, n. 4, 2006.
ARGYRIS, Chris. Teaching smart people how to learn. Harvard
Business Review, maio/jun. 1991. Disponível em: <http://www. KAHANER, Larry. Competitive intelligence: how to gather, analyze,
velinperformance.com/downloads/chris_argyris_learning.pdf>. and use information to move your business to the top. New York:
Acesso em: 6 jun. 2008. Touchstone, 1997.
BATES, Marcia J. Information and knowledge: an evolutionary LIEBOWITZ, Jay. Strategic intelligence: business intelligence, competitive
framework for information science. Information Research, v. 10, n. 4, jul. intelligence, and knowledge management. [S.l.]: Auerbach, 2006.
2005. Disponível em: <http://informationr.net/ir/10-4/paper239.
html>. Acesso em: 20 maio 2008. MARCIAL, Elaine Coutinho. Utilização de modelo multivariado
para identificação dos elementos-chave que compõem sistemas de inteligência
BREEDING, Bret. CI and KM convergence: a case study at Shell competitiva. 2007. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação)–
Services International. In: PRESCOTT, John E.; MILLER, Stephen Universidade de Brasília, Brasília, 2007.
H. (Ed.). Proven strategies in competitive inteligence: lessons from the
trenches. [S.l.]: John Wiley & Sons, 2001. MAURY, Patrick. Inteligência competitiva e decisão empresarial.
Ciência da Informação, Brasília, v. 22, n. 2, p. 138-141, maio/ago.
CHOO, Chun Wei. A organização do conhecimento: como as organizações 1993.
usam a informação para criar significado, construir conhecimento
e tomar decisões. Tradução de Eliana Rocha. São Paulo: SENAC, McGEE, James; PRUSAK, Laurence. Gerenciamento estratégico da
2003. informação: aumente a competitividade e a eficiência de sua empresa
utilizando a informação como uma ferramenta estratégica. Tradução
______. Information management for the intelligent organization: the art of de Astrid Beatriz de Figueiredo. 11. ed. Rio de Janeiro: Campus,
scanning the environment. 2. ed. [S.l.: s.n.], 1998. (ASIS Monograph 1994.
Series).
MENEZES, Estera Muszkat. Inteligência competitiva: uma revisão
______. Towards an organization model of organizations. The de literatura. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação,
Canadian Journal of Information Science, v. 16, n. 3, p. 32-62, 1991. Campinas, v. 3, n. 1, p. 103-130, jul./dez. 2005.
DAFT, Richard L.; WEICK, Karl E. Toward a model of organizations MORESI, Eduardo Amadeu Dutra. Monitoramento ambiental. In:
as interpretations systems. Academy of Management Review, v. 9, n. 2, TARAPANOFF, Kira (Org.). Inteligência organizacional e competitiva.
p. 284-295, 1984. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001. p. 93-109.
DAVENPORT, Thomas H. Ecologia da informação: por que só a NEVO, Dorit; WADE, Michael R. How to avoid disappointment
tecnologia não basta para o sucesso na era da informação. Tradução by design: avoid market failure by aligning system performance with
de Bernadette Siqueira Abrão. 3. ed. São Paulo: Futura, 2000. stakeholder expectations. Communications of the ACM, v. 50, n. 4, p.
43-48, abr. 2007.
NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka. Criação de conhecimento na TARAPANOFF, Kira. Informação, conhecimento e inteligência
empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. em corporações: relações e complementaridade. In: ______ (Org.).
Tradução de Ana Beatriz Rodrigues e Priscilla Martins Celeste. 16. Inteligência, informação e conhecimento. Brasília: IBICT; UNESCO, 2006.
ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. p. 19-35.
PORTER, Michael E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de ______ (Org.). Inteligência, informação e conhecimento. Brasília: IBICT;
indústrias e da concorrência. Tradução de Elizabeth Marinho de UNESCO, 2006.
Pinho Braga. 7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1986.
______ (Org.). Inteligência organizacional e competitiva. Brasília: Editora
PRESCOTT, John E.; MILLER, Stephen H. (Ed.). Proven strategies Universidade de Brasília, 2001.
in competitive intelligence: lessons from the trenches. [S.l.]: John Wiley
& Sons, 2001. TERRA, José Cláudio Cyrineu. Gestão do conhecimento e inteligência
competitiva. 2008. Disponível em: <http://www.terraforum.com.br/
QUEYRAS, Joachim; QUONIAM, Luc. Inteligência competitiva. sites/terraforum/paginas/biblioteca/inteligencia_empresarial.aspx>.
In: TARAPANOFF, Kira (Org.). Inteligência, informação e conhecimento. Acesso em: 2 jun. 2008.
Brasília: IBICT; UNESCO, 2006. p. 73-97.
______. Inteligência competitiva: roteiro de filme ou trabalho de
SANTOS, Raimundo Nonato Macedo dos. Métodos e ferramentas formiguinha? 2008. Disponível em: <http://www.terraforum.com.
para gestão de inteligência e do conhecimento. Perspectivas em Ciência br/sites/terraforum/paginas/biblioteca/inteligencia_empresarial.
da Informação, Belo Horizonte, v. 5, n. 2, p. 205-215, jul./dez. 2000. Aspx>. Acesso em: 2 jun. 2008.
SIMON, H. A. Administrative behavior. 3. ed. New York: Free Press, TYSON, K. W. M. The complete guide to competitive intelligence.
1976. In: TARAPANOFF, Kira (Org.). Inteligência organizacional e competitiva.
Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.
SCIP – SOCIETY OF COMPETITIVE INTELLIGENCE
PROFESSIONALS. Sítio na World Wide Web. Disponível em: <http:// WALLE, A. H. Qualitative research in intelligence marketing: the new
www.scip.org/>. Acesso em: 6 jun. 2008. strategic convergence. Westport, Connecticut: Quorum books,
2001.
SUN TZU. A arte da guerra. Traduzido do idioma chinês para o francês
pelo Padre Amiot em 1772 e traduzido do francês para o português
por Sueli Barros Cassal. Porto Alegre: L & PM, 2008.