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Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Curso de Direito

Matéria: Economia Política I


Turma: C - 02
Trabalho: Teoria Neoclássica
Alunos(as): Andréia Borges Rotundo
Beatriz Arantes Moreira de Melo
Clayton dos Santos Sá Filho
Felipe Elias
Gabriel Martins
Gustavo Rodrigues de Brito
Isabela Moreira Inácio
ORIGEM DA TEORIA NEOCLÁSSICA
A partir de 1870, o pensamento econômico passava por um período de incertezas diante de teorias
contrastantes (marxista, clássica e fisiocrata). Esse período conturbado só teve fim com o advento da
Teoria Neoclássica, em que se modificaram os métodos de estudo econômicos. Por isso também conhecida
como 'economia neoclássica' ou 'economia marginalista'. A economia neoclássica sistematizou a oferta e
demanda como determinantes conjuntos do preço e da quantidade transacionada em um equilíbrio de
mercado, afetando tanto a alocação da produção quanto a distribuição de renda. Ela dispensou a teoria do
valor-trabalho em favor da teoria do valor-utilidade marginal no lado da demanda e uma teoria mais geral
de custos no lado da oferta.
Na microeconomia, a economia neoclássica diz que os incentivos e os custos tem um papel importante no
processo de tomada de decisão. Um exemplo imediato disso é a teoria do consumidor da demanda
individual, que isola como os preços (enquanto custos) e a renda afetam a quantidade demandada. Na
macroeconomia é refletida numa antiga e duradoura síntese neoclássica com a macroeconomia
keynesiana.

A economia neoclássica é a base do que hoje é chamada economia ortodoxa, tanto pelos críticos quanto
pelos simpatizantes, mas com muitos refinamentos que ou complementam ou generalizam as análises
anteriores , como a econometria, a teoria dos jogos, a análise das falhas de mercado e da competição
imperfeita, assim como o modelo neoclássico do crescimento econômico para a análise das variáveis de
longo-prazo que afetam a renda nacional.

A Economia Neoclássica é uma corrente de pensamento econômico, para qual o Estado não deveria se
intrometer nos assuntos do mercado, deixando que ele fluísse livremente, ou seja, o Liberalismo
econômico.

Surgida em fins do século XIX com o austríaco Carl Menger (1840-1921), o inglês William Jevons (1835-
1882) e o suíço Léon Walras (1834-1910). Posteriormente, se destacaram o inglês Alfred Marshall (1842-
1924), o sueco Knut Wicksell (1851-1926), o italiano Vilfredo Pareto (1848-1923) e o estadunidense Irving
Fisher (1867-1947).

Pode-se dividir essa nova teoria em quatro importantes escolas: Escola de Viena ou Escola Psicológica
Austríaca, Escola de Lausanne ou Escola Matemática, Escola de Cambridge e a Escola Neoclássica Sueca. A
primeira se destaca por formular uma nova teoria do valor, baseada na utilidade (teoria subjetiva do valor),
ou seja, o valor do bem é determinado pela quantidade e utilidade do mesmo. Também chamada de
Teoria do Equilíbrio Geral, a Escola de Lausanne, enfatizava a interdependência de todos os preços do
sistema econômico para manter o equilíbrio. A Teoria do Equilíbrio Parcial ou Escola de Cambridge
considerava que a economia era o estudo da atividade humana nos negócios econômicos, portanto, a
economia seria uma ciência do comportamento humano e não da riqueza. Por fim, a Escola Neoclássica
Sueca foi a responsável pela tentativa da integrar a análise monetária à análise real, o que mais tarde foi
feito por Keynes.

Conforme a Teoria Neoclássica, o homem saberia racionalizar e, portanto, equilibraria seus ganhos e seus
gastos. É nela que se dá a consolidação do pensamento liberal. Doutrinava um sistema econômico
competitivo tendendo automaticamente para o equilíbrio, a um nível pleno de emprego dos fatores de
produção.

Em contraposição ao Karl Marx, um importante neoclássico, Jevons, ponderava que o valor do trabalho
deveria ser determinado pelo valor do produto e não o valor do produto determinado pelo valor do
trabalho. Afinal, o produto dependerá da aceitação do preço pelo comprador para ser vendido.

Com base em novos modelos teóricos, com novas concepções de conceitos sobre valor, trabalho, produção
e outros, os neoclássicos se disporam a rever toda a análise econômica clássica. Várias obras foram escritas
tendo por fim alcançar a cientificidade pura da economia.

A principal preocupação dos neoclássicos era o funcionamento de mercado e como se chegar ao pleno
emprego dos fatores de produção, baseada no pensamento liberal.

Um teórico de grande destaque:


Alfred Marshall (1842-1924)
Alfred Marshall, um dos grandes fundadores da teoria Neoclássica no séc. XIX, estudou em Cambridge,
onde se dedicou à matemática, à física e, posteriormente, à economia. No processo de sua construção,
procurou apoiar-se em dois paradigmas de ciência que não se combinam confortavelmente: o mecânico e
o evolucionário.

Mecânico: a economia real é entendida como um sistema de elementos (basicamente, consumidores e


firmas) que permanecem idênticos a si mesmos, exteriores uns aos outros, e que estabelecem relações de
troca orientados unicamente pelos preços. Estes últimos tem a função de equilibrar as ofertas e demandas
que constituem os mercados. Na economia como um sistema mecânico é preciso notar, todo movimento é
reversível e nenhum envolve qualquer mudança qualitativa.

Evolucionário: a economia real é compreendida como um sistema em permanente processo de auto-


organização que apresenta propriedades emergentes. Os elementos do sistema evolucionário podem se
transformar no tempo, influenciando-se uns aos outros, relacionando-se entre si de várias formas, as quais
também podem mudar. Ao contrário do que ocorre no sistema mecânico, neste último o movimento
acompanha a flecha do tempo e aos acontecimentos são irrevogáveis.

Da primeira perspectiva, pois, a economia é apresentada como um sistema que possui um caráter
balanceado e que, ao ser eventualmente perturbado por causas exógenas, tende a se reacomodar num
novo equilíbrio. Da segunda perspectiva, diferentemente, ela aparece como algo que possui fontes
internas de movimento, adapta-se ao ambiente e se desenvolve numa temporalidade irreversível. Neste
segundo caso, pode haver uma tendência para o equilíbrio, mas a sua efetivação é uma eventualidade que
pode vir a ocorrer ou não.
Marshall considerava que o paradigma evolucionário era mais adequado para apreender o sistema
econômico real, já que este é uma manifestação da vida e se desenvolve historicamente. Entretanto, por
razões técnicas ligadas à facilidade de manipulação analítica, em suas obras clássicas (nos Princípios de
Economia, por exemplo), ele empregou o paradigma mecânico na construção de modelos do
funcionamento da economia real. Tais modelos deveriam ser capazes de responder a questões sobre
relações de causa e efeito do tipo: se é aumentado o imposto por unidade de veículo, o que acontece com
a quantidade vendida desse bem e com a arrecadação de impostos. A visão evolucionária, entretanto, era
mantida em seus textos como uma forma de completar e corrigir a simplicidade da visão mecânica.

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DA TEORIA NEOCLÁSSICA


 Ênfase na prática da administração;
Os autores neoclássicos procuram desenvolver seus conceitos de forma prática, utilizável, visando
principalmente a ação administrativa, também objetivando resultados concretos e mensuráveis.

 Reafirmação relativa dos postulados clássicos;


Como uma reação à influência das ciências do comportamento no campo da Administração, os
Neoclássicos retomam os aspectos da Teoria Clássica adaptando-os a uma nova realidade de acordo
com a conjuntura da época. 
 

 Ênfase nos princípios gerais de administração;


Os princípios utilizados pelos clássicos como "leis" científicas são reanalisados como critérios mais
ou menos elásticos para a busca de soluções administrativas práticas. Os princípios gerais como:
Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar são apresentados e discutidos como comuns a todo e
qualquer tipo de empreendimento humano, e enfatizado como as funções do administrador.

 Ênfase nos resultados e objetivos;


É em função dos objetivos e resultados que a organização deve ser estruturada, dimensionada e
orientada. Contrapondo a Teoria Clássica que preconizava a máxima eficiência, a Teoria Neoclássica
busca a eficiência ótima através da eficácia. Um dos melhores produtos desta Teoria é o modelo de
Administração por Objetivos (ApO).

 Ecletismo;
Apesar de fortemente calçada na Teoria Clássica, a Teoria Neoclássica agregou contribuições das
diversas Teorias preexistentes: 
 

o Teoria das Relações Humanas - organização informal, dinâmica de grupos, liderança;

o Teoria da Burocracia - Organização hierárquica, autoridade/ responsabilidade, princípios e


normas formais de organização;

o Teoria Estruturalista - conflito entre objetivos pessoais e organizacionais, relacionamento


entre organização e meio ambiente;

o Teoria Behaviorista - Comportamento humano e conflitos nas organizações;


o Teoria Matemática - Abordagem de mensuração de resultados;

o Teoria dos Sistemas - Organização como um sistema composto de múltiplos subsistemas. 

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