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FILOSOFIA

FRENTE U | CAPÍTULO 03

FILOSOFIA MODERNA II: TEORIAS POLÍTICAS

para Maquiavel, esse governo estaria fadado ao fracasso, pois o


FILOSOFIA MODERNA II ser humano é egoísta, covarde, simulador, volúvel e ambicioso.
Dessa forma, um bom governante deveria buscar ser temido
pelos seus súditos, mais do que buscar por uma justiça ideal.

FILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 03


ALGO A MAIS

Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que


temido ou temido que amado. Responde-se que ambas
as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-
A palavra política vem do grego “politike” e significa a arte las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando
ou a ciência da cidade. A política foi ganhando concepções haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode
diferentes desde o seu surgimento, na antiguidade. dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis,
Durante o período clássico, o filósofo Platão defendeu a simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes
sofocracia como sendo a melhor forma de governo, uma fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os
vez que, para ele, a democracia seria arriscada por ser bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo
praticada por pessoas sem o compromisso com a verdade. está longe; mas quando ele chega, revoltam-se.
Sofocracia: governo dos sábios. Neste sistema, só MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.
poderá governar quem contemplou a ideia de Bem, o
filósofo.
O abandono da ética cristã

Aristóteles, outro pensador clássico, afirmou que “o homem A ideia mais radical e característica de Maquiavel foi sua
é um animal político”. Entretanto, para ele, apesar do objetivo rejeição da virtude cristã como uma boa diretriz a ser seguida
da política ser o de promover o bem comum, ela poderia ser pelos líderes políticos (secularização da política). Dessa forma,
degenerada e, assim, assumir formas deturpadas e, com isso, para ele, existia uma diferença primordial entre “o que se vivia”
desviar-se do seu propósito essencial. Ao longo da Idade Média e “como se dizia que se deveria viver”, ou seja, a ação do príncipe
e em parte da Idade Moderna, surgem teóricos que passam a deveria levar em consideração apenas aspectos políticos.
defender o direito divino do rei governar. O filósofo francês Jean
Bodin, por exemplo, escreveu que os reis seriam “imagem de Virtú e Fortuna
Deus na Terra”.
Ao longo da Idade Moderna foram surgindo novas concepções O príncipe deveria, segundo Maquiavel, agir com virtú
políticas, nesse novo cenário destacaram-se: Nicolau Maquiavel, (virtudes), porém suas ações não poderiam ser guiadas pela
Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau. benevolência, mas pela força. Outrossim, a fortuna (acaso, sorte,
oportunidade) precisaria estar ao lado do governante. Em síntese,
NICOLAU MAQUIAVEL Maquiavel defendia que o governante deveria aproveitar as
oportunidades para realizar as mudanças necessárias e manter-
se no poder.

THOMAS HOBBES

Maquiavel nasceu em Florença, no ano de 1469. Ele é


considerado o pai da política moderna pela forma inovadora de
abordar o fato político. Maquiavel viveu em uma Península Itálica
fragmentada e, por isso, sofria constantes invasões de povos
estrangeiros. Hobbes nasceu na Inglaterra, em 1588. Esse filósofo era um
Maquiavel desempenhou funções diplomáticas durante o monarquista convicto, pois em tempos tumultuados, escreveu
governo de Girolamo Savonalora, um republicano. Savonalora “Os elementos da lei natural e política”. Nessa obra, ele defendia a
era um cristão idealista e fervoroso, além disso, era favorável ao
desenvolvimento de um governo pacífico e democrático. Por isso,
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monarquia e, consequentemente, o rei Carlos I. Durante a Guerra


Civil Inglesa, Hobbes exilou-se na França e, lá, ele escreveu seu Segundo Locke, os homens abandonam o estado de natureza
livro mais famoso, “Leviatã”. porque não se sentem protegidos, pois estão sempre sujeitos
Vale ressaltar que, assim como Maquiavel, Hobbes defendia a ao ataque de um poder maior. Na tentativa de preservar sua
monarquia absolutista como melhor sistema de governo, mas não liberdade e propriedade natural, os homens se juntam em
aceitava a teoria do direito divino dos reis. sociedade e elaboram um contrato social, que contém as regras
para viverem juntos, com legislação e jurisdição previstas para
O estado natural humano apenas um corpo político. Dessa forma, entende-se que o único
propósito do governo seria apoiar e promover o bem estar de
Segundo Hobbes, o estado natural do homem seria um estado todos ao resguardar os direitos naturais dos indivíduos.
de “guerra de todos contra todos”, ou seja, como os indivíduos O governo tem, segundo Locke, a capacidade de proteger
no estado natural estaria sem governo, sem leis, eles acabariam os direitos de modo mais eficiente do que uma pessoa sozinha.
Porém, caso o governo não promova o bem estar de todos, ele
destruindo uns aos outros, essa perspectiva hobbesiana foi
deve ser substituído, direito de rebelião, e é uma obrigação moral
sintetizada na frase “Homo homini lupus” (o homem é o lobo do
da comunidade se revoltar.
homem).

O contratualismo como solução


ALGO A MAIS
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Hobbes formula uma teoria contratualista, pois, para ele, a


única maneira para estabelecer a paz seria por meio da reunião Sem supor o domínio da propriedade de Adão sobre o
dos humanos para criar um contrato social, ou seja, o medo, a mundo inteiro, com exclusão de todos os outros homens,
violencia, a necessidade natural de segurança e tranquilidade coisa impossível de provar, nem supor originariamente
teriam levado os homens a renunciar aos direitos naturais. Dessa a propriedade de qualquer pessoa, mas supondo que o
forma, através desse contrato, os indivíduos concordariam em mundo foi dado aos filhos dos homens em comum, como
submeter-se ao rei (Leviatã). de fato foi, vemos como o trabalho pode dar aos homens
direitos diferentes sobre várias partes dele para uso
particular, não cabendo nisso qualquer dúvida de direito
nem lugar para discussão.
LOCKE, John. Segundo Tratado Sobre o Governo.
São Paulo: Martin Claret, 2011. p. 37.

A divisão dos poderes

Locke apresenta no livro “Dois tratados sobre o governo”,


um modelo de governo caracterizado pela existência de três
poderes: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Federativo.
O Poder Legislativo competia ao Parlamento, isto é, elaboração
de leis. O Poder Executivo seria responsável pela aplicação das
leis e o Poder Federativo cuidaria das relações internacionais do
governo.

ALGO A MAIS
JOHN LOCKE A tolerância para os defensores de opiniões opostas
acerca de temas religiosos está tão de acordo com o
Evangelho e com a razão que parece monstruoso que
os homens sejam cegos diante de uma luz tão clara. Não
condenarei aqui o orgulho e a ambição de uns, a paixão a
impiedade e o zelo descaridoso de outros. Estes defeitos
não podem, talvez, ser erradicados dos assuntos humanos,
embora sejam tais que ninguém gostaria que lhe fosse
abertamente atribuídos; pois, quando alguém se encontra
seduzido por eles, tenta arduamente despertar elogios ao
disfarçá-los sob cores ilusórias. Mas que uns não podem
Locke nasceu em 1632, na Inglaterra, em uma família puritana. camuflar sua perseguição e crueldade não cristãs com
Sua amizade com lorde Ashley rendeu-lhe bons frutos, pois o pretexto de zelar pela comunidade e pela obediência
foi convidado para redigir a constituição das Carolinas, no às leis; e que outros, em nome da religião, não devem
Novo Mundo (América). Locke defendia como melhor sistema solicitar permissão para a sua imoralidade e impunidade
de governo a Monarquia Parlamentarista, por isso, acabou se de seus delitos; numa palavra, ninguém pode impor-se
envolvendo em uma conspiração para depor o rei Carlos II. O a si mesmo ou aos outros, quer como obediente súdito
fracasso da operação o levou a buscar asilo na Holanda. Lá, ele de seu príncipe, quer como sincero venerador de Deus:
escreveu sou principal livro, “Ensaio sobre o entendimento considero isso necessário sobretudo pra distinguir entre
humano”. as funções do governo civil e da religião, e para demarcar
as verdadeiras fronteiras entre a Igreja e a comunidade. Se
O Contratualismo de Locke

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Em seu estado natural, o homem é feliz, necessita de pouco.


Conforme as sociedades humanas se tornam mais complexas
isso não for feito, não se pode pôr um fim às controvérsias surgem elementos como a propriedade privada e a divisão do
entre os que realmente têm, ou pretendem ter, um trabalho, amplificando assim, a exploração dos pobres. Dessa
profundo interesse pela salvação as almas de um lado, e, forma, Rousseau aponta a propriedade privada como causa da
por outro, pela segurança da comunidade. origem das desigualdades entre os homens.
Locke, John. Carta acerca da tolerância.
São Paulo: Abril Cultural, 1992. p. 5
ALGO A MAIS

JEAN-JACQUES ROUSSEAU O primeiro que, ao cercar um terreno, teve a audácia


de dizer é meu e encontrou gente bastante simples para
acreditar nele foi o verdadeiro fundador da sociedade civil.
Quantos crimes, guerras e assassinatos, quantas misérias
e horrores teria poupado ao gênero humano aquele que
arrancando as estacas e cobrindo o fosso, tivesse gritado
a seus semelhantes: “não escutem esse impostor! Estarão

FILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 03


perdidos se esquecerem que os frutos são de todos e a
terra é de ninguém!”.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os
fundamentos da desigualdade entre os homens.
Porto Alegre: LePM, 2013. p. 80.
Rousseau nasceu em 1712, na Suíça, foi um dos mais
importantes pensadores franceses do séc. XVIII no campo
da política, da moral, da educação, influenciando os ideais do
Iluminismo e da Revolução Francesa. Durante a Revolução REVISÃO NA PLATAFORMA
Francesa, o governo revolucionário ordenou que as cinzas de
Rousseau fossem depositadas no Panteão de Paris e que ele fosse
lembrado como herói nacional. AULAS 08
O homem no estado natural
4. FILOSOFIA MODERNA
O ponto de partida da filosofia de Rousseau é a concepção
de natureza humana representada pela famosa ideia segundo
a qual “o homem nasce bom, a sociedade o corrompe”, à qual se APOSTILAS: 2 resumos + 15 questões
acrescentaria a ideia de que “o homem nasce livre e por toda
parte se encontra acorrentado”. Porém, não é toda e qualquer EXERCÍCIOS ONLINE: 30 questões
sociedade que Rousseau condena, mas sim aquela que acorrenta CAIU NO ENEM: 38 questões
e aprisiona o homem, chegando a adotar como modelo de
sociedade justa e virtuosa Roma republicana.

O contrato social SEÇÃO VESTIBULARES


Para Rousseau, a única forma legítima de autoridade
política é aquela em que todas as pessoas tenham concordado
em torno de um governo com o objetivo da preservação QUESTÃO 01
mútua através de um contrato social. Dessa forma, para ele,
a soberania política pertence ao conjunto dos membros da (UNIOESTE)
sociedade, sendo o fundamento dessa soberania a vontade geral.
Texto I

ALGO A MAIS “[...] Quando um homem deseja professar a bondade, natural é


que vá à ruína, entre tantos maus. Assim, é preciso que, para se
“A soberania não pode ser representada pela conservar, um príncipe aprenda a ser mau, e que se sirva ou não
mesma razão por que não pode ser alienada, consiste disso de acordo com a necessidade”. 
essencialmente na vontade geral e a vontade MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 2004, p. 99.
absolutamente não se representa. (...). Os deputados
do povo não são nem podem ser seus representantes; Texto II
não passam de comissários seus, nada podendo concluir
definitivamente. É nula toda lei que o povo diretamente “[...] Assim deve o príncipe tornar-se temido, de sorte que, se não
não ratificar; em absoluto, não é lei.” for amado, ao menos evite ódio, pois é fácil ser, a um só tempo,
ROSSEAU, J.J. Do Contrato social, São Paulo, temido e não odiado, o que ocorrerá uma vez que se prive da posse
Abril Cultural, 1973, livro III, cap. XV, p. 108-109 dos bens e das mulheres dos cidadãos e dos súditos, e, mesmo
quando forçado a derramar o sangue de alguém, poderá fazê-lo
apenas se houver justificativa apropriada e causa manifesta” [...].
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe.
A desigualdade social
São Paulo: Nova Cultural, 2004, p. 106-7

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  Considerando o texto e a situação da mulher na Atenas clássica,


Considerando o pensamento de Maquiavel e os textos citados, podemos afirmar que se trata de uma sociedade
assinale a alternativa CORRETA
na qual o casamento também tem implicações políticas e
O pensamento de Maquiavel volta-se à realidade e busca sociais.   
alternativas para estabelecer um Estado estável onde a ordem que, por ser democrática, dá uma atenção especial aos direitos
possa reinar. da mulher.   
Maquiavel, assim como Platão, revela-se um idealista ao em que o amor é o critério principal para a formação de casais
estabelecer padrões ao governante fundamentados na da elite.   
bondade natural do homem. em que o direito da mulher se sobrepõe ao interesse político
O príncipe deve ser um homem dotado de boas virtudes (virtù) e social.   
e dinheiro (fortuna) para que todos o respeitem e ele possa
fazer reinar a estabilidade. QUESTÃO 04
Estado e Igreja se fundem, de acordo com o filósofo. De
nada adianta ao príncipe tentar estabelecer a ordem, já que (UEL) Leia o texto a seguir.
ela depende de um estado natural das coisas e de uma força
extraterrena, tornando todo seu esforço em vão. A República de Veneza e o Ducado de Milão ao norte, o reino de
O objetivo último do pensamento político de Maquiavel é o Nápoles ao sul, os Estados papais e a república de Florença no
de evitar a guerra a todo custo, pois as atrocidades da guerra centro formavam ao final do século XV o que se pode chamar
desafiam os valores éticos que determinam a ação política. de mosaico da Itália sujeita a constantes invasões estrangeiras
e conflitos internos. Nesse cenário, o florentino Maquiavel
QUESTÃO 02 desenvolveu reflexões sobre como aplacar o caos e instaurar a
ordem necessária para a unificação e a regeneração da Itália. 
(PUC - PR)  Leia o fragmento a seguir, extraído do Discurso sobre
a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, de Adaptado de: SADEK, M. T. “Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o
intelectual de virtú”. In: WEFORT, F. C. (Org.). Clássicos da política. v.2. São
Rousseau:
Paulo: Ática, 2003. p.11-24.
  
“É do homem que devo falar, e a questão que examino me
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia política
indica que vou falar a homens, pois não se propõem questões
de Maquiavel, assinale a alternativa correta.
semelhantes quando se teme honrar a verdade. Defenderei, pois,
com confiança a causa da humanidade perante os sábios que a
isso me convidam e não ficarei descontente comigo mesmo se me A anarquia e a desordem no Estado são aplacadas com a
tornar digno de meu assunto e de meus juízes”. existência de um Príncipe que age segundo a moralidade
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da convencional e cristã.   
desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p.159. A estabilidade do Estado resulta de ações humanas concretas
que pretendem evitar a barbárie, mesmo que a realidade seja
A partir da teoria contratualista de Rousseau, assinale a móvel e a ordem possa ser desfeita.   
alternativa que representa aquilo que o filósofo de Genebra A história é compreendida como retilínea, portanto a ordem
pretende defender na obra. é resultado necessário do desenvolvimento e aprimoramento
humano, sendo impossível que o caos se repita.   
Que a desigualdade social é permitida pela lei natural e, A ordem na política é inevitável, uma vez que o âmbito dos
portanto, o Estado não é responsável pelo conflito social. assuntos humanos é resultante da materialização de uma
Que a desigualdade social é autorizada pela lei natural, ou seja, vontade superior e divina.   
que a natureza não se encontra submetida à lei.    Há uma ordem natural e eterna em todas as questões humanas
Que no estado natural existe apenas o direito de propriedade.   e em todo o fazer político, de modo que a estabilidade e a
Que a desigualdade moral ou política é uma continuidade certeza são constantes nessa dimensão. 
daquilo que já está presente no estado natural.   
Que há, na espécie humana, duas espécies de desigualdade: a QUESTÃO 05
primeira, natural, e a segunda, moral ou política.  
(UNICAMP) A maneira pela qual adquirimos qualquer
QUESTÃO 03 conhecimento constitui suficiente prova de que não é inato.
LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano.
São Paulo: Nova Cultural, 1988, p.13.
(UNICAMP) Apenas a procriação de filhos legítimos, embora
essencial, não justifica a escolha da esposa. As ambições políticas
O empirismo, corrente filosófica da qual Locke fazia parte,
e as necessidades econômicas que as subentendem exercem
um papel igualmente poderoso. Como demonstraram inúmeros
estudos, os dirigentes atenienses casam-se entre si, e geralmente afirma que o conhecimento não é inato, pois sua aquisição
com o parente mais próximo possível, isto é, primos coirmãos. É deriva da experiência.   
sintomático que os autores antigos que nos informam sobre o é uma forma de ceticismo, pois nega que os conhecimentos
casamento de homens políticos atenienses omitam os nomes das possam ser obtidos.   
mulheres desposadas, mas nunca o nome do seu pai ou do seu aproxima-se do modelo científico cartesiano, ao negar a
marido precedente. existência de ideias inatas.   
Adaptado de Alain Corbin e outros, História da virilidade, vol. 1. Petrópolis: defende que as ideias estão presentes na razão desde o
Vozes, 2014, p. 62. nascimento.   

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QUESTÃO 06 desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p.159.

(UFPA) “A soberania não pode ser representada pela mesma A partir da teoria contratualista de Rousseau, assinale a
razão por que não pode ser alienada, consiste essencialmente alternativa que representa aquilo que o filósofo de Genebra
na vontade geral e a vontade absolutamente não se representa. pretende defender na obra.
(...). Os deputados do povo não são nem podem ser seus
representantes; não passam de comissários seus, nada podendo Que a desigualdade social é permitida pela lei natural e,
concluir definitivamente. É nula toda lei que o povo diretamente portanto, o Estado não é responsável pelo conflito social.
não ratificar; em absoluto, não é lei.” Que a desigualdade social é autorizada pela lei natural, ou seja,
ROSSEAU, J.J. Do Contrato social, São Paulo, que a natureza não se encontra submetida à lei.   
Abril Cultural, 1973, livro III, cap. XV, p. 108-109 Que no estado natural existe apenas o direito de propriedade.  
Que a desigualdade moral ou política é uma continuidade
Rousseau, ao negar que a soberania possa ser representada daquilo que já está presente no estado natural.   
preconiza como regime político:  Que há, na espécie humana, duas espécies de desigualdade: a
primeira, natural, e a segunda, moral ou política. 
um sistema misto de democracia semidireta, no qual atuariam
mecanismos corretivos das distorções da representação QUESTÃO 09
política tradicional. 
a constituição de uma República, na qual os deputados teriam (UFU) Para bem compreender o poder político e derivá-lo de sua
uma participação política limitada.  origem, devemos considerar em que estado todos os homens
a democracia direta ou participativa, mantida por meio de se acham naturalmente, sendo este um estado de perfeita
assembleias frequentes de todos os cidadãos.  liberdade para ordenar-lhes as ações e regular-lhes as posses e
a democracia indireta, pois as leis seriam elaboradas pelos as pessoas conforme acharem conveniente, dentro dos limites da
deputados distritais e aprovadas pelo povo.  lei de natureza, sem pedir permissão ou depender da vontade de
um regime comunista no qual o poder seria extinto, assim qualquer outro homem.
como as diferenças entre cidadão e súdito.  LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo.
São Paulo: Abril Cultural, 1978.
QUESTÃO 07
A partir da leitura do texto acima e de acordo com o pensamento
(UFU) Os filósofos contratualistas elaboraram suas teorias sobre político do autor, assinale a alternativa correta. 
os fundamentos ou origens do poder do Estado a partir de alguns
conceitos fundamentais tais como, a soberania, o estado de Segundo Locke, o estado de natureza se confunde com o
natureza, o estado civil, o estado de guerra, o pacto social etc.  estado de servidão. 
[...] O estado de guerra é um estado de inimizade e destruição Para Locke, o direito dos homens a todas as coisas independe
[...] nisto temos a clara diferença entre o estado de natureza e da conveniência de cada um. 
o estado de guerra, muito embora certas pessoas os tenham Segundo Locke, a origem do poder político depende do estado
confundido, eles estão tão distantes um do outro [...]. de natureza. 
LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. Segundo Locke, a existência de permissão para agir é
São Paulo: Ed. Abril Cultural, 1978. compatível com o estado de natureza. 

Leia o texto acima e assinale a alternativa correta.  QUESTÃO 10


Para Locke, o estado de natureza é um estado de destruição, (UNICAMP) “O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-
inimizade, enfim uma guerra “de todos os homens contra todos se a ferros. O que se crê senhor dos demais não deixa de ser
os homens”.  mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém, é um direito
Segundo Locke, o estado de natureza se confunde com o sagrado que serve de base a todos os outros. (...) Haverá sempre
estado de guerra.  uma grande diferença entre subjugar uma multidão e reger
Segundo Locke, para compreendermos o poder político, é uma sociedade. Sejam homens isolados, quantos possam ser
necessário distinguir o estado de guerra do estado de natureza.  submetidos sucessivamente a um só, e não verei nisso senão um
Uma das semelhanças entre Locke e Hobbes está no fato senhor e escravos, de modo algum considerando-os um povo e
de ambos utilizarem o conceito de estado de natureza seu chefe. Trata-se, caso se queira, de uma agregação, mas não de
exatamente com o mesmo significado.  uma associação; nela não existe bem público, nem corpo político.”

QUESTÃO 08 Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762].


São Paulo: Ed. Abril, 1973, p. 28,36. 
(PUC - PR) Leia o fragmento a seguir, extraído do Discurso sobre
a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, de No trecho apresentado, o autor
Rousseau:
argumenta que um corpo político existe quando os homens
“É do homem que devo falar, e a questão que examino me encontram-se associados em estado de igualdade política. 
indica que vou falar a homens, pois não se propõem questões reconhece os direitos sagrados como base para os direitos
semelhantes quando se teme honrar a verdade. Defenderei, pois, políticos e sociais. 
com confiança a causa da humanidade perante os sábios que a defende a necessidade de os homens se unirem em agregações,
isso me convidam e não ficarei descontente comigo mesmo se me em busca de seus direitos políticos. 
tornar digno de meu assunto e de meus juízes”. denuncia a prática da escravidão nas Américas, que obrigava
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da multidões de homens a se submeterem a um único senhor. 

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FILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 03 EXERCÍCIOS

QUESTÃO 11 A teoria política de Thomas Hobbes teve papel fundamental


na construção dos sistemas políticos contemporâneos que
(UNICAMP) Sobre Do Contrato Social, publicado em 1762, e seu consolidou a (o)
autor, é correto afirmar que:
Monarquia Paritária.
Rousseau, um dos grandes autores do Iluminismo, defende a Despotismo Soberano.
necessidade de o Estado francês substituir os impostos por Monarquia Republicana.
contratos comerciais com os cidadãos. Monarquia Absolutista.
A obra inspirou os ideais da Revolução Francesa, ao explicar Despotismo Esclarecido.
o nascimento da sociedade pelo contrato social e pregar a
soberania do povo. QUESTÃO 14
Rousseau defendia a necessidade de o homem voltar a
seu estado natural, para assim garantir a sobrevivência da (UFU) Os filósofos contratualistas elaboraram suas teorias
sociedade. sobre os fundamentos ou origens do poder do Estado a partir de
O livro, inspirado pelos acontecimentos da Independência alguns conceitos fundamentais tais como, a soberania, o estado
Americana, chegou a ser proibido e queimado em solo francês. de natureza, o estado civil, o estado de guerra, o pacto social etc.

QUESTÃO 12 Com base em seus conhecimentos e no texto abaixo, assinale a


alternativa correta, segundo Hobbes.
(UFSM) Sem leis e sem Estado, você poderia fazer o que quisesse.
Os outros também poderiam fazer com você o que quisessem. [...] a condição dos homens fora da sociedade civil (condição
Esse é o “estado de natureza” descrito por Thomas Hobbes, esta que podemos adequadamente chamar de estado de
que, vivendo durante as guerras civis britânicas (1640-60), natureza) nada mais é do que uma simples guerra de todos contra
aprendeu em primeira mão como esse cenário poderia ser todos na qual todos os homens têm igual direito a todas as coisas;
assustador. Sem uma autoridade soberana não pode haver [...] e que todos os homens, tão cedo chegam a compreender essa
nenhuma segurança, nenhuma paz. odiosa condição, desejam [...] libertar-se de tal miséria.

Fonte: LAW, Stephen. Guia Ilustrado Zahar: Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar. HOBBES, Thomas, Do Cidadão, Ed. Martins Fontes, 1992.

Considere as afirmações: O estado de natureza não se confunde com o estado de guerra,


pois este é apenas circunstancial ao passo que o estado de
I. A argumentação hobbesiana em favor de uma autoridade natureza é uma condição da existência humana.
soberana, instituída por um pacto, representa inequivocamente A condição de miséria a que se refere o texto é o estado de
a defesa de um regime político monarquista. natureza ou, tal como se pode compreender, o estado de
II. Dois dos grandes teóricos sobre o “estado de natureza”, Hobbes guerra.
e Rousseau, partilham a convicção de que o afeto predominante O direito dos homens a todas as coisas não tem como
nesse “estado” é o medo. consequência necessária a guerra de todos contra todos.
III. Um traço comum da filosofia política moderna é a idealização A origem do poder nada tem a ver com as noções de estado de
de um pacto que estabeleceria a passagem do estado de guerra e estado de natureza.
natureza para o estado de sociedade.
QUESTÃO 15
Está(ão) correta(s)
(UNIOESTE) “A natureza fez os homens tão iguais, quanto às
apenas I. faculdades do corpo e do espírito que, embora por vezes se
apenas II. encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou
apenas III. de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se
apenas I e II. considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro
apenas II e III. não é suficientemente considerável para que qualquer um possa
com base nela reclamar qualquer benefício a que outro não
QUESTÃO 13 possa também aspirar, tal como ele. (...) Desta igualdade quanto à
capacidade deriva a igualdade quanto à esperança de atingirmos
(UEMA) Para Thomas Hobbes, os seres humanos são livres em nossos fins. Portanto, se dois homens desejam a mesma coisa, ao
seu estado natural, competindo e lutando entre si, por terem mesmo tempo (...) esforçam-se por se destruir ou subjugar um ao
relativamente a mesma força. Nesse estado, o conflito se outro. (...) Com isto se torna manifesto que, durante o tempo em
perpetua através de gerações, criando um ambiente de tensão e que os homens vivem sem um poder comum capaz de manter a
medo permanente. Para esse filósofo, a criação de uma sociedade todos em respeito, eles se encontram naquela condição a que se
submetida à Lei, na qual os seres humanos vivam em paz e chama de guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra
deixem de guerrear entre si, pressupõe que todos renunciem à todos os homens”.
sua liberdade original. Nessa sociedade, a liberdade individual é
Hobbes.
delegada a um só dos homens que detém o poder inquestionável,
o soberano.
Com base no texto citado, seguem as seguintes afirmativas:
Fonte: MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã ou matéria, forma e poder
de um estado eclesiástico e civil. Trad. João Paulo Monteiro; Maria Beatriz I. Os homens, por natureza, são absolutamente iguais, tanto no
Nizza da Silva. São Paulo: Editora NOVA Cultural, 1997. exercício de suas capacidades físicas, quanto no exercício de
suas faculdades espirituais.

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FILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 03 EXERCÍCIOS

II. Sendo os homens, por natureza, “tão iguais, quanto às


faculdades do corpo e do espírito” é razoável que cada um SEÇÃO ENEM
ataque o outro, quer seja para destruí-lo, quer seja para
proteger-se de um possível ataque.
III. Na inexistência de um “poder comum” que “mantenha a todos
em respeito”, a atitude mais racional é a de manter a paz e a QUESTÃO 01
concórdia na “esperança” de que todos e cada um atinjam seus
fins. (ENEM) O homem natural é tudo para si mesmo; é a unidade
IV. A condição dos homens que vivem sem um poder comum é de numérica, o inteiro absoluto, que só se relaciona consigo mesmo
guerra generalizada, de todos contra todos. ou com seu semelhante. O homem civil é apenas uma unidade
fracionária que se liga ao denominador, e cujo valor está em sua
V. O homem, por natureza, vive em sociedade e nela desenvolve
relação com o todo, que é o corpo social. As boas instituições
suas potencialidades, mantendo relações sociais harmônicas e
sociais são as que melhor sabem desnaturar o homem, retirar-
pacíficas.
lhe sua existência absoluta para dar-lhe uma relativa, e transferir
o eu para a unidade comum, de sorte que cada particular não se
Assinale a alternativa correta.
julgue mais como tal, e sim como uma parte da unidade, e só seja
percebido no todo.
Apenas I está correta.
Apenas II e III estão corretas. ROUSSEAU, J. J. Emílio ou da Educação. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
Apenas I e V estão corretas.
Apenas II e IV estão corretas. A visão de Rousseau em relação à natureza humana, conforme
Todas as afirmativas estão corretas. expressa o texto, diz que

QUESTÃO 16 o homem civil é formado a partir do desvio de sua própria


natureza. 
(UEL) Leia o texto a seguir. as instituições sociais formam o homem de acordo com a sua
essência natural. 
Justiça e Estado apresentam-se como elementos indissociáveis o homem civil é um todo no corpo social, pois as instituições
na filosofia política hobbesiana. Ao romper com a concepção de sociais dependem dele. 
justiça defendida pela tradição aristotélico-escolástica. Hobbes o homem é forçado a sair da natureza para se tornar absoluto. 
propõe uma nova moralidade relacionada ao poder político e sua as instituições sociais expressam a natureza humana, pois o
constituição jurídica. O Estado surge pelo pacto para possibilitar a homem é um ser político. 
justiça e, na conformidade com a lei, se sustenta por meio dela. No
Leviatã (caps. XIV-XV), a justiça hobbesiana fundamenta-se, em
última instância, na lei natural concernente à autoconservação,
QUESTÃO 02
da qual deriva a segunda lei que impõe a cada um a renúncia de
(ENEM) Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que
seu direito a todas as coisas, para garantir a paz e a defesa de si
temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas
mesmo. Desta, por sua vez, implica a terceira lei natural: que os
seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais
homens cumpram os pactos que celebrarem. Segundo Hobbes,
“onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das
há injustiça. Na guerra, a força e a fraude são as duas virtudes duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que
cardeais”. são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e
enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o
(HOBBES, T. Leviatã. Trad. J. Monteiro e M. B. N. da Silva. São Paulo: Nova sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o
Cultural, 1997. Coleção Os Pensadores, cap. XIII.) perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.
Hobbes, é correto afirmar:
A partir da análise histórica do comportamento humano em suas
A humanidade é capaz, sem que haja um poder coercitivo que relações sociais e políticas. Maquiavel define o homem como um
a mantenha submissa, de consentir na observância da justiça ser
e das outras leis de natureza a partir do pacto constitutivo do
Estado. munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si
A justiça tem sua origem na celebração de pactos de confiança e aos outros.
mútua, pelos quais os cidadãos, ao renunciarem sua liberdade possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar
em prol de todos, removem o medo de quando se encontravam êxito na política.
na condição natural de guerra. guiado por interesses, de modo que suas ações são
A justiça é definida como observância das leis naturais e, imprevisíveis e inconstantes.
portanto, a injustiça consiste na submissão ao poder coercitivo
naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e
que obriga igualmente os homens ao cumprimento dos seus
portando seus direitos naturais.
pactos.
As noções de justiça e de injustiça, como as de bem e de mal, sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus
têm lugar a partir do momento em que os homens vivem sob pares.
um poder soberano capaz de evitar uma condição de guerra
generalizada de todos. QUESTÃO 03
A justiça torna-se vital para a manutenção do Estado na medida
em que as leis que a efetivam sejam criadas, por direito natural, (ENEM PPL) Sendo os homens, por natureza, todos livres, iguais
pelos súditos com o objetivo de assegurar solidariamente a e independentes, ninguém pode ser expulso de sua propriedade e
paz e a segurança de todos.

393
FILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 03 EXERCÍCIOS

submetido ao poder político de outrem sem dar consentimento. A


maneira única em virtude da  qual uma pessoa qualquer renuncia
à liberdade natural e se reveste dos laços da sociedade civil
GABARITO
consiste em concordar com outras pessoas em juntar-se e unir-
se em comunidade para viverem com segurança, conforto e paz
umas com as outras, gozando garantidamente das propriedades VESTIBULARES ENEM
que tiverem e desfrutando de maior proteção contra quem quer
que não faça parte dela. 1 A 11 B 1 A
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Os pensadores. São
2 E 12 A 2 C
Paulo: Nova Cultural, 1978.
3 A 13 D 3 D
Segundo a Teoria da Formação do Estado, de John Locke, para
viver em sociedade, cada cidadão deve 4 B 14 B 4 A

5 A 15 D 5 E
manter a liberdade do estado de natureza, direito inalienável.
abrir mão de seus direitos individuais em prol do bem comum. 6 C 16 D 6 •
abdicar de sua propriedade e submeter-se ao poder do mais
forte. 7 C 17 • 7 •
concordar com as normas estabelecidas para a vida em 8 E 18 • 8 •
sociedade.
renunciar à posse jurídica de seus bens, mas não à sua 9 C 19 • 9 •
independência. 10 A 20 • 10 •
QUESTÃO 04
(ENEM) A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades
do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um
homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito
mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo
isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é
suficientemente considerável para que um deles possa com base
nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente
aspirar. 
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo Martins Fontes, 2003

Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois


homens desejavam o mesmo objeto, eles

entravam em conflito.   
recorriam aos clérigos.   
consultavam os anciãos.   
apelavam aos governantes.   
exerciam a solidariedade.  

QUESTÃO 05
(ENEM PPL) Mas, sendo minha intenção escrever algo de útil
para quem por tal se interesse, pareceu-me mais conveniente ir
em busca da verdade extraída dos fatos e não à imaginação dos
mesmos, pois muitos conceberam repúblicas e principados jamais
vistos ou conhecidos como tendo realmente existido.

MAQUIAVEL, N. O príncipe. Disponível em: www.culturabrasil.pro.br. 

A partir do texto, é possível perceber a crítica maquiaveliana à


filosofia política de Platão, pois há nesta a

elaboração de um ordenamento político com fundamento na


bondade infinita de Deus.
explicitação dos acontecimentos políticos do período clássico
de forma imparcial.
utilização da oratória política como meio de convencer os
oponentes na ágora.
investigação das constituições políticas de Atenas pelo método
indutivo.
idealização de um mundo político perfeito existente no mundo
das ideias.

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