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FRENTE U | CAPÍTULO 02
Os sofistas
2.2 FILOSOFIA
CLÁSSICA O termo “sofista” vem do grego sophos, que significa sábios.
Os sofistas, em geral, não eram atenienses, mas oriundos das
colônias gregas da Jônia e Magna Grécia. Além disso, defendiam
o humanismo e o relativismo, o que contribuiu para que fossem
duramente criticados por Sócrates e seus seguidores.
“Escola de Atenas” pintura renascentista do italiano Rafael Sanzio, foi pintada PROTÁGORAS DE ABDERA
entre 1509 e 1510 sob encomenda do Vaticano.
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pois os prisioneiros ofuscados pela luz, optaram por permanecer Aristóteles é considerado fundador da Lógica Clássica. Para
no mundo das sombras. ele, a lógica nos capacita a descobrir erros e estabelecer verdades.
Ele foi o formulador do Silogismo. Desta forma, por estabelecer
O homem que se liberta é como o filósofo: ele vê além das as regras do raciocínio correto, a lógica serve de orientação para
aparências. As pessoas comuns não têm muita noção da realidade, as demais ciências.
porque se contem em olhar o que está diante delas, em vez de
refletir profundamente sobre as coisas. Contudo, as aparências
Silogismo: é um tipo de raciocínio em que a conclusão
são enganosas. O que veem são sombras, não a realidade.
WARBURTON, N. Uma breve história da filosofia. Porto Alegre: L&PM, 2015. p. 6.
pode ser deduzida com base em premissas e suposições
específicas.
Exemplo:
I. Essência e Acidente:
Política
A essência é aquilo que faz uma coisa ser o que é. Já o acidente,
No livro A República, Platão descreve uma sociedade perfeita. refere-se às mudanças sofridas pelo ser sem que isso afete sua
Nela, os filósofos ocupariam o posto mais alto da sociedade e, natureza essencial. Exemplo: Sócrates é um ser humano, o que
também, governariam os cidadãos. Abaixo estavam os soldados, designa sua essência, Sócrates é calvo, a calvície não altera a
cuja finalidade era defender o país. Na base da sociedade natureza essencial de Sócrates.
estariam os trabalhadores.
II. Necessidade e Contingente:
“[...] Teoria da Reminiscência. De acordo com esta teoria, Necessidade seria a essencial, pois sem elas as coisas não
a alma – ainda desencarnada em um estágio anterior – foi seriam o que são, ou seja, as características essenciais são
capaz de percorrer os céus em contemplação das Ideias necessárias. Contingentes são características não essenciais do
eternas. Ao cair na terra para nascer em forma humana, ser, ou seja, os acidentes.
consumou-se, então, um esquecimento temporário
dessa contemplação. Ainda assim, traços de memória III. Ato e Potência:
permanecem no espírito, e tal contemplação poderia,
segundo essa teoria, ser relembrada (anamnêsis) por uma Ato é a forma do que a substancia expressa, mediante uma
dada organização da matéria, naquele exato momento. Potência
análise adequada e pelo questionamento dos dados da
diz respeito ao conjunto de formas possíveis que a coisa
experiência. Para Platão, ‘aprender é relembrar’”. poderá atualizar, ainda que não tenha até o presente momento
TOURINHO, Carlos D. C. Saber-fazer filosofia: da antiguidade à Idade Média.
São Paulo: Ideias e Letras, 2010. p. 89-90. atualizado. Exemplo: Uma semente é semente em ato e uma
árvore em potencial. Já a árvore é arvore em ato e lenha em
potencial.
Política
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Estoicismo
QUINO, J. S. L. Toda Mafalda: da primeira à última tira. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p.217.
Ataraxia: ausência de perturbação e/ou
imperturbabilidade da alma.
Aristóteles acreditava que a felicidade (eudaimonia) era o bem
supremo e o fim perseguido por todos. Sendo assim, a virtude
seria o meio utilizado pelas pessoas para atingir a felicidade. E, a Segundo os estoicos, o homem deveria resignar-se a aceitar
virtude exige, simultaneamente, escolha e hábito. os acontecimentos predeterminados, entretanto, isso não se
traduz em inação. Devemos agir de acordo com os preceitos
Para ele, uma escolha virtuosa seria o meio-termo entre dois éticos e fazer o que julgamos correto, ou seja, devemos aceitar
eixos. Entretanto, para que um indivíduo atinja um nível elevado as consequências de nossa ação e o curso inevitável dos
de virtude seria necessário um ambiente adequado, o que exige acontecimentos.
um governo adequado. Portanto, para esse pensador, ética e
política andariam lado a lado e seriam ferramentas para atingir a Epicurismo
felicidade/bem comum.
A escola epicurista foi fundada em Atenas por Epicuro.
Também conhecida como filosofia de jardim, pois seus membros
costumavam reunir-se em um jardim. Os epicuristas, assim
como os estoicos, postulavam como princípio básico a felicidade,
obtida pela ataraxia (tranquilidade da alma), porém, para eles,
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QUESTÃO 02 naquela ciência, que de nada mais é senão daquele próprio belo,
e conheça enfim o que em si é belo.
PLATÃO. Banquete, 211 c-d. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1972.
(UFU) Considere o seguinte trecho
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de
“No diálogo Mênon, Platão faz Sócrates sustentar que a virtude
Platão, é correto afirmar que:
não pode ser ensinada, consistindo-se em algo que trazemos
conosco desde o nascimento, defendendo uma concepção,
segundo a qual temos em nós um conhecimento inato que se
A. a compreensão da beleza se dá a partir da observação de um
indivíduo belo, no qual percebemos o belo em si.
encontra obscurecido desde que a alma encarnou-se no corpo. O
papel da filosofia é fazer-nos recordar deste conhecimento”
B. a percepção do belo no mundo indica seus vários graus que
MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora. visam a uma dimensão transcendente da beleza em si.
C. a compreensão do que é belo se dá subitamente, quando
Nesse trecho, o autor descreve o que ficou conhecido como: partimos dele para compreender os belos ofícios e ciências.
D. a observação de corpos, atividades e conhecimentos permite
A. a teoria das ideias de Platão. distinguir quais deles são belos ou feios em si.
B. a doutrina da reminiscência de Platão. E. a participação do mundo sensível no mundo inteligível
C. a ironia socrática. possibilita a apreensão da beleza em si.
D. a dialética platônica.
QUESTÃO 05
QUESTÃO 03
(UFU) “O filósofo natural e o dialético darão definições diferentes
(UNIOESTE) Segundo a conhecida alegoria da caverna, que para cada uma dessas afecções. Por exemplo, no caso da pergunta
aparece no Livro VII da República, de Platão, há prisioneiros, “O que é a raiva?”, o dialético dirá que se trata de um desejo de
voltados para uma parede em que são projetadas as sombras de vingança, ou algo deste tipo; o filósofo natural dirá que se trata
objetos que eles não podem ver. Esses prisioneiros representam de um aquecimento do sangue ou de fluidos quentes do coração.
a humanidade em seu estágio de mais baixo saber acerca da Um explica segundo a matéria, o outro, segundo a forma e a
realidade e de si mesmos: a doxa, ou “opinião”. Um desses definição. A definição é o “o que é” da coisa, mas, para existir, esta
prisioneiros é libertado à força, num processo que ele quer precisa da matéria.”
evitar e que lhe causa dor e enormes dificuldades de visão Aristóteles. Sobre a alma, I,1 403a 25-32. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2010.
(conhecimento). Gradativamente, ele é conduzido para fora da
caverna, a um estágio em que pode ver as coisas em si mesmas, Considerando-se o trecho acima, extraído da obra Sobre a Alma,
isto é, os fundamentos eternos de tudo o quê, antes, ele via de Aristóteles (384-322 a.C.), assinale a alternativa que nomeia
somente mediante sombras. Esses fundamentos são as Formas. corretamente a doutrina aristotélica em questão.
Para além das Formas, brilha o Sol, que representa a Forma das
Formas, o Bem, fonte essencial de todo ser e de todo conhecer e A. Teoria das categorias.
unicamente acessível mediante intuição direta. B. Teoria do ato-potência.
C. Teoria das causas.
Com base nisso, responda à seguinte questão: se chegamos D. Teoria do eudaimonismo.
ao conhecimento das Formas mediante a dialética, que
é o estabelecimento de fundamentos que possibilitam o QUESTÃO 06
conhecimento das coisas particulares (sombras), é CORRETO
dizer: (PUC-PR) Na primeira parte da Apologia de Sócrates, escrita
por Platão, Sócrates apresenta a sua defesa diante dos cidadãos
A. para Platão, a dialética é o conhecimento imediato (doxa) dos atenienses, afirmando que: “(...) considerai o seguinte e só prestai
objetos particulares. atenção a isto: se o que digo é justo ou não. Essa de fato é a
B. o Bem é um objeto particular, que pode ser conhecido virtude do juiz, do orador (...)”
sensivelmente, de modo imediato e indolor, por todos os seres PLATÃO, 2000\2003, p.4.
humanos.
C. as Formas são somente suposições teóricas, sem realidade A partir da análise do fragmento, qual é, segundo Sócrates, a
nelas mesmas. virtude do juiz, do orador, a que se refere o texto em questão?
D. a dialética, que não é o último estágio do ser e do conhecer,
permite chegar, mediante um processo difícil, que exige A. Lidar com a mentira.
esforço, às coisas em si mesmas (Formas). B. Dizer a verdade.
E. a dialética, último estágio do ser e do conhecer, permite C. Tergiversar a verdade.
chegar, mediante um processo difícil, ao conhecimento do D. Convencer-se das acusações.
Bem. E. É deixar-se guiar somente pela defesa.
QUESTÃO 04 QUESTÃO 07
(UEL) Leia o texto a seguir. (UNISC) Aristóteles, na obra Etica a Nicômaco, procura o fim
último de todas as atividades humanas, uma vez que tudo o que
Eis com efeito em que consiste o proceder corretamente nos fazemos visa alcançar um bem, ou o que nos parece ser um bem.
caminhos do amor ou por outro se deixar conduzir: em começar Pergunta-se, então, pelo “sumo bem”, aquele que em si mesmo é
do que aqui é belo e, em vista daquele belo, subir sempre, como um fim, e não um meio para o que quer que seja. Para Aristóteles,
que servindo-se de degraus, de um só para dois e de dois para na Ética a Nicômaco, o sumo bem está:
todos os belos corpos, e dos belos corpos para os belos ofícios,
e dos ofícios para as belas ciências até que das ciências acabe
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A. na honra. C. o empirismo, que acredita ser possível chegar ao saber por
B. na riqueza. meio dos sentidos.
C. na fama. D. o apriorismo, que funda a eficácia da razão humana na prova
D. na vida feliz. de existência de Deus.
E. na lealdade. E. o dualismo, que resulta no ceticismo sobre a possibilidade do
saber humano.
QUESTÃO 08
QUESTÃO 10
(UEL) Platão
(UEA) A sabedoria do amo consiste no emprego que ele faz dos
A arte de imitar está bem longe da verdade, e se executa tudo, ao seus escravos; ele é senhor, não tanto porque possui escravos,
que parece, é pelo facto de atingir apenas uma pequena porção mas porque deles se serve. Essa sabedoria do amo nada tem,
de cada coisa, que não passa de uma aparição. aliás, de muito grande ou de muito elevado; ela se reduz a saber
PLATÃO. A República. 7.ed. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. mandar o que o escravo deve saber fazer. Também todos que a
ela se podem furtar deixam os seus cuidados a um mordomo, e
Aristóteles vão se entregar à política ou à filosofia.
Aristóteles. A política, s/d. Adaptado.
O imitar é congênito no homem e os homens se comprazem no
imitado. O filósofo Aristóteles dirigiu, na cidade grega de Atenas, entre
ARISTÓTELES. Poética. 4.ed. Trad. De Eudoro de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1991. 331 e 323 a.C., uma escola de filosofia chamada de Liceu. No
excerto, Aristóteles considera que a escravidão:
Com base nos textos, nos conhecimentos sobre estética e a
questão da mímesis em Platão e Aristóteles, assinale a alternativa A. é um empecilho ao florescimento da filosofia e da política
correta. democrática nas cidades da Grécia.
B. permite ao cidadão afastar-se de obrigações econômicas e
A. Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomênicas, dedicar-se às atividades próprias dos homens livres.
um exemplo particular e, por isso, algo inadequado e inferior, C. facilita a expansão militar das cidades gregas à medida que
tanto em relação aos objetos representados quanto às ideias liberta os cidadãos dos trabalhos domésticos.
universais que os pressupõem. D. é responsável pela decadência da cultura grega, pois os
B. Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, pintores e senhores preocupavam-se somente em dominar os escravos.
escultores representam perfeitamente a verdade e a essência E. promove a união dos cidadãos das diversas pólis gregas no
do plano inteligível, sendo a atividade do artista um fazer sentido de garantir o controle dos escravos.
nobre, imprescindível para o engrandecimento da pólis e da
filosofia. QUESTÃO 11
C. Na compreensão de Aristóteles, a arte se restringe à
reprodução de objetos existentes, o que veda o poder do (UNCISAL) Na Grécia Antiga, o filósofo Sócrates ficou famoso
artista de invenção do real e impossibilita a função caricatural por interpelar os transeuntes e fazer perguntas aos que se
que a arte poderia assumir ao apresentar os modelos de achavam conhecedores de determinado assunto. Mas durante o
maneira distorcida. diálogo, Sócrates colocava o interlocutor em situação delicada,
D. Aristóteles concebe a mímesis artística como uma atividade levando-o a reconhecer sua própria ignorância. Em virtude de
que reproduz passivamente a aparência das coisas, o que sua atuação, Sócrates acabou sendo condenado à morte sob
impede ao artista a possibilidade de recriação das coisas a acusação de corromper a juventude, desobedecer às leis da
segundo uma nova dimensão. cidade e desrespeitar certos valores religiosos. Considerando
E. Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é imitação e essas informações sobre a vida de Sócrates, assim como a forma
entende que a música, o teatro e a poesia são incapazes de pela qual seu pensamento foi transmitido, pode-se afirmar que
provocar um efeito benéfico e purificador no espectador. sua filosofia:
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Com base no texto, é correto afirmar que a noção de physis, tal uma vez que tudo o que aparece a alguém ou é opinado por
como empregada por Aristóteles, compreende: alguém é imediatamente real para essa pessoa.
KERFERD, G. B. O movimento sofista.São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado).
A. A disposição da ação humana, que ordena a natureza.
B. A finalidade ordenadora, que é inerente à própria natureza. O grupo ao qual se associa o pensador mencionado no texto se
C. A ordem da natureza, que determina o hábito das ações caracteriza pelo objetivo de:
humanas.
D. A origem da virtude articulada, segundo a necessidade da A. alcançar o conhecimento da natureza por meio da experiência.
natureza. B. justificar a veracidade das afirmações com fundamentos
E. A razão matemática, que assegura ordem à natureza. universais.
C. priorizar a diversidade de entendimentos acerca das coisas.
QUESTÃO 13 D. preservar as regras de convivência entre os cidadãos.
E. analisar o princípio do mundo conforme a teogonia.
(UNISC) Nos livros II e III, Platão, através de Sócrates, discute
sobre as artes no contexto da educação dos guardiães. Já no QUESTÃO 02
livro X, ele trata de vários tipos de práticas artísticas, que devem
ser consideradas na cidade como um todo, não somente nas (ENEM) Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte;
instituições pedagógicas. Nesse último livro, Sócrates é duro ao o contato de Sócrates paralisa e embaraça; leva a refletir
afirmar que a poesia (imitativa) deve ser inteiramente excluída sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma direção incomum:
da cidade (595a). Em que obra essa recusa de Sócrates está os temperamentais, como Alcibíades, sabem que encontrarão
registrada? junto dele todo o bem de que são capazes, mas fogem porque
receiam essa influência poderosa, que os leva a se censurarem.
A. No diálogo “Banquete”, de Platão, em que Sócrates trata dos E sobretudo a esses jovens, muitos quase crianças, que ele tenta
diversos tipos de arte. imprimir sua orientação.
B. No diálogo “Teeteto”, de Platão, em que Sócrates e esse BRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
personagem discutem sobre a natureza da arte, especialmente
da poesia. O texto evidencia características do modo de vida socrático, que
C. No diálogo “Timeu”, de Platão, em que Sócrates discorre se baseava na:
sobre o tema da arte, reportando-se à natureza da pintura e
da poesia. A. contemplação da tradição mítica.
D. No diálogo “Político”, de Platão, em que Sócrates apresenta a B. sustentação do método dialético.
arte da política aos cidadãos atenienses. C. relativização do saber verdadeiro.
E. No diálogo “República”, de Platão, no qual Sócrates afirma que D. valorização da argumentação retórica.
a poesia pode levar à corrupção do caráter humano. E. investigação dos fundamentos da natureza.
QUESTÃO 14 QUESTÃO 03
(UFF) Aristóteles considerava que era melhor para a sociedade (ENEM) Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que
a soberania política ser entregue ao povo, como ocorre na desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejado no interesse
democracia, do que a alguns homens notáveis, como na oligarquia desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo
ou aristocracia. Ele argumentava que, mesmo que um indivíduo bem. Mas não terá o conhecimento, porventura, grande influência
isoladamente não fosse muito competente no ato de julgar, sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por determinar,
quando unido a outros cidadãos, julga melhor, porque a união ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das
reúne as qualidades de cada um. ciências ou faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidará de
que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais
A vantagem da democracia, segundo o ponto de vista de verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política
Aristóteles, seria a de: mostra ser dessa natureza, pois é ela que determina quais as
ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que
A. combinar as qualidades de muitos e neutralizar seus defeitos. cada cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as
B. garantir que os defeitos do povo sejam corrigidos pela elite. faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia
C. proporcionar à maioria as vantagens da corrupção. e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as
D. permitir que os grandes homens falem em nome de todos. demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o
E. promover o anonimato das opiniões e decisões. que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger
as das outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Paulo: Nova Gunman 1991 .
SEÇÃO ENEM
Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da
pólis pressupõe que:
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9 A 19 • 9 •
Os princípios, base da epistemologia aristotélica, pertencem ao
domínio do(a): 10 B 20 • 10 •
QUESTÃO 05
(ENEM) XI. Jamais, a respeito de coisa alguma, digas: “Eu a perdi”,
mas sim: “eu a restituí”. O filho morreu? Foi restituído. A mulher
morreu? Foi restituída. “A propriedade me foi subtraída”, então
também foi restituída. “Mas quem a subtraiu é mau”. O que te
importa por meio de quem aquele que te dá a pede de volta? Na
medida em que ele der, faz uso do mesmo modo de quem cuida
das coisas de outrem. Do mesmo modo como fazem os que se
instalam em uma hospedaria.
EPICTETO. Encheirídion. In: DINUCCI, A. Introdução ao Manual de Epicteto. São
Cristóvão: UFS, 2012 (adaptado).
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