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ALBERTO CAEIRO
Considerado o Mestre, já que é o único que consegue atingir a paz, a tranquilidade e a serenidade, através da
recusa do pensamento e privilegiando o sentimento.
“Eu não tenho filosofia, tenho sentidos”
É o oposto do ortónimo (oposto da angústia e da ansiedade), já que não pensando é que se atinge a felicidade
Desculturalização – nega a visão da realidade sujeito à análise do pensamento, defendendo que existir é
apenas de acordo com as leis naturais
Poemas dividem-se em 3 (O Guardador de Rebanhos; O pastor amoroso; Poemas inconjuntos)
Guardador de Rebanhos
Nega que a natureza tenha significados ocultos, acredita na simplicidade e na aceitação
O mundo é como é …
“Aprender a desaprender”
Aceitar a vida e a morte sem mistérios, despejados de todo o pensamento e de toda a subjetividade
TEMAS CITAÇÕES
Contato entre natureza e pessoa Perceção sensorial dos elementos
“Os meus pensamentos são contentos, só tenho
Anular o vício de pensar
pena de saber que eles são contentes”
Pensamento = Infelicidade “Pensar incomoda como andar à chuva”
Sujeito em paz consigo mesmo, sem ambições
Escrever é natural “Escrevo versos num papel que está no meu
pensamento Sinto um cajado nas mãos E vejo um
recorte em mim”
Linguagem simples com comparações “O meu olhar é nítido como um girassol”
Real é o caminho para a felicidade “Sinto todo o meu corpo deitado na realidade Sei a
verdade e sou feliz”
Mensagens a reter!
Defesa da objetividade
Predomínio da sensação sobre o pensamento – pensamento deturpa o significado
Comunhão total entre o Homem e a Natureza – aceitar os processos naturais
Neopaganismo – descrença total na transcendência (do que há para além da vida)
Desculturalização – não pensar nas coisas é não as compreender
Estoicismo – aceitação passiva de tudo (vida humana faz parte do universo); aceitar a realidade como é
conduz à tranquilidade
Estilo de escrita
Linguagem simples
Léxico objetivo
Poucos adjetivos
Metáforas e comparações
Paralelismos
Verbos no presente
Sonoridade
Ritmo lento
Sons nasais e vogais abertas
Sem rimas
Alberto Caeiro é o mestre de todos os sujeitos poéticos, atinge a paz consigo mesmo e com a vida, através da
ingenuidade, da pureza e da ligação com a Natureza
Mostra o predomínio das sensações, principalmente a visão, não pensa, e com foco na vivência do presente
RICARDO REIS
Procura encontrar a paz e o equilíbrio como o Mestre, assim os seus textos mantêm o equilíbrio do espírito
clássico, conseguido com a harmonia entre o epicurismo e o estoicismo.
O epicurismo é o ideal com o objetivo de ter tranquilidade da alma, conseguida por não temer a morte,
procuras os prazeres simples da vida e a fuga à dor.
O estoicismo propõe regra de vida próprias para alcançar a felicidade e a sabedoria, através de dominar as
emoções e aceitar os factos e as regras universais, incluindo a morte.
Poesia cerebral
Carpe diem (“aproveita o dia e confia o mínimo possível no amanhã” em latim), recusando assim
compromissos afetivos para que nada perturbe a nossa serenidade, vivendo assim sem dor (epicurismo)
Não expressa emoções que o possam comprometer vivendo sempre sereno (estoicismo)
É a adoção destas filosofias que o aproxima de um estado de ataraxia, que significa uma ausência de
inquietação
Defende que tudo é efémero e que a vida é momentânea adiável da morte, fazendo com que procure uma
vivência suave do presente
Niilismo
É a negação da realidade e verdade, mas que não gera revolta nem angústia, com aceitação das limitações e
das falhas
“não ter nada nas mãos” para se sentir completo consigo mesmo
A vida é um caminho
Traduzido com metáforas, como “rio”, “decurso”, “fuga”, que indica que a vida foge e flui até ao momento fatal
Não sofre com a eminência da morte
Acredita que a vida é efémera e, por isso, devemos viver sem compromissos
Poesia didática
Uma necessidade de ensinar o que o leem, diz-nos tudo isto com um discurso de professor, com se nos tivesse
a ensinar que não devemos sofrer por coisas desnecessárias porque a vida é um caminho já destinado
Nem os deuses escapam a uma força superior
Reis só tem uma certeza, que não se foge ao destino certo -> morte
“há noite antes e após o pouco que duramos”
Individualismo
Reis cultiva o individualismo, o que leva a afastar-se dos outros, segundo a lição epicurista, abdica dos
prazeres violentos a favor da tranquilidade e renúncia ações inúteis para evitar a dor.
“O que levamos desta vida inútil Tanto vale se é A glória, a fama, o amor, a ciência, a vida”
Através da recusa dos sentimentos, atinge a paz e a serenidade
Mensagens a reter!
Vocabulário erudito
Arcaísmos
Coloquialismos
Comunicação direta com o leitor
Nomes – atributos
Formas estróficas e métricas – influência clássica
Latinismos
Hipérbatos – queda de fonemas no final das palavras
Sonoridade
ÁLVARO DE CAMPOS
Os textos correspondem o percurso do engenheiro seduzido pelo ópio, marcado na fase decadentista, pelo
delírio futurista, marca na fase futurista, para por fim debruçar no tédio e no desânimo, na fase abúlica /
intimista.
Mostra uma pessoa com vários estados, desde o mais histérico ao mais desânimo
Poemas longos, desordenados e confusos exprimem um turbilhão de emoções variadas. Por isso, o que Pessoa
ortónimo não exprime, fala Campos, numa explosão de gritos e exclamações
Fase decadentista
Sujeito poético inadaptável ao mundo e à vida, apresenta um desencanto face à inutilidade da vida e denúncia
do fatalismo português, …
“Pertenço a um género de portugueses Que depois de estar a Índia descoberta Ficaram sem trabalho”
… pelo desejo de novas sensações.
“Ao toque adormecido da morfina Perco-me em transparências latejantes”
Depois desta fase depressiva, inicia uma fase de excitação
Fase futurista
Elogia explosivo e excessivo da civilização tecnológica, fascínio excessivo das sensações e celebração
exacerbada e provocatória do progresso e da civilização moderna.
Nesta fase os poemas de Campos, traduzem o enaltecimento da técnica, do progresso e das energias
associadas à força, ao movimento e à velocidade que rege na era industrial
Estilo de escrita
Temas Citações
Visão excessiva e intensa do real (quase alucinação) “Em fúria dentro de mim”
Sensações excessivas “Expressão de todas as minhas sensações”
“Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo
Ligações eufórica e exaltada com o mundo moderno
isto Rasgar-me todo, abrir-me completamente A
e supercivilizado
todos os perfumes de ílcos e calores e carvões”
Ode marítima
Neste poema, o poeta expressa não só a apologia da sensação, mas também a perceção de um ser consciente
que desperta para a realidade. Caracteriza-se por um olhar de quem vaguei pelo indefinido e deambula na vida
marítima, provocando um misto de sensações melancólicas, anunciando a fase intimista.
“Traça um semicírculo de não sei que emoção No silêncio comovido da minha alma”
Fase intimista
Semelhante à poesia do ortónimo de Pessoa
Passa para uma fase marcada pelo desencanto, o tédio e uma crise existencial. Campos dominado pelo
pensamento é incapaz de sentir, sente um tédio existencial e olha para a infância como um tempo de
felicidade / paraíso para sempre perdidos.
Caracteriza-se por sua faceta antissocial, renúncia da sociedade materialista, recusando o sistema que o
envolve, …
“Não: não quero nada Já disse que não quero nada”
… para além disso demostra uma recusa da mediocridade da vida, …
“Queriam-me cada, fútil, quotidiano e tributável?”
… mostra ainda um individualismo acerbado
“Quero ser sozinho Quero estar sozinho”
Mensagens a reter!
Fase decadentista
Desencanto
Procura por novas sensações
Fase futurista
Vanguarda
Sensacionismo
Expressão explosiva de emoções
Fase intimista
Melancolia da infância
Pessimismo
Tédio
Incapacidade de sentir
Desapego da sociedade
Desencanto total
Estilo de escrita
Vocabulário técnico
Empréstimos e neologismos
Adjetivos
Metáforas
Hipérboles
Verbos no presente
Sonoridade
Onomatopeias
Jogos de som
Sons abertos