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Alberto Caeiro
➔ É um poeta bucólico de espécie complicada.
➔ Considera-se um antimetafísico, uma vez que recusa
qualquer tipo de intelectualização.
➔ Cria a sua própria filosofia, criando assim uma contradição.
◆ A sua filosofia está ligada à natureza, ou seja, quer ser
parte integrante da natureza. Vê a natureza em
constante mudança.
◆ É um poeta bucólico, que vive no campo, em constante
contacto com a natureza.
➔ Dá primazia à visão, considerando o “olhar” e o “ver” coisas
distintas. Para ele, a visão é o seu sentido da vida, logo os seus
desejos podem ser realizados.
➔ É o poeta da objetividade, do concreto.
➔ Recusa o pensamento, para que as imagens não sejam
deturpadas. É assim visto como o poeta do olhar, Caeiro procura
ver as coisas como elas são, sem ter que lhes atribuir significado
ou sentimentos humanos.
Linguagem e estilo
➔ Tom simplista, familiar, objetivo e coloquial.
➔ Utiliza versos longos e a irregularidade estrófica e métrica
são facilmente perceptíveis.
➔ Está muito presente a utilização de vocabulário do campo
lexical da natureza.
➔ A forma como ele escreve é reflexo da defesa da
espontaneidade e da simplicidade, deixando transparecer uma
aparente despreocupação.
Ricardo Reis
➔ É, dos três principais heterónimos, o mais clássico.
➔ Tem uma grande inspiração nos filósofos e poetas
greco-latinos.
➔ Latinista por educação alheia, e um semi-helenista por
educação própria, Reis, assume-se um epicurista e estoicista.
➔ Escreve principalmente odes e faz uma exortação, ou seja,
enaltece um determinado estilo de vida.
➔ Na sua poesia, tanto os homens como os deus se submetem
ao fado (destino).
➔ A sua vida está assente em duas filosofias:
◆ Estoicismo - defende que para viver a vida com
serenidade, devemos aceitar o destino. viver em
conformidade com as leis do destino.
- Indiferença perante as emoções;
- Apatia - aceitação do poder do destino;
- Atitude de abdicação;
- Segue o carpe diem horaciano, ou seja, é a
satisfação de aproveitar o dia e os prazeres do
momento presente.
◆ Epicurismo - preconiza a vivência do momento tendo
em conta a efemeridade da vida e a inevitabilidade da
morte. Consiste na busca de tranquilidade e ausência
de perturbação.
- Procura da felicidade relativa;
- Busca do estado de ataraxia (tranquilidade de
alma ou ausência de perturbação. Equilíbrio
emocional);
- Moderação e simplicidade nos prazeres;
- Fuga às sensações extremas e recusa das
emoções fortes (e, por extensão, à dor);
- Aceitação da efemeridade da vida;
- Indiferença face à morte;
- Atitude contemplativa.
◆ A consciência e encenação face à morte:
● Consciência da efemeridade da vida;
● Aceitação da transitoriedade da existência
(vivemos pouco tempo);
● Contemplação dos elementos naturais, como o rio
ou das flores, e analogia com a vida.
Linguagem e estilo
➔ É característica, destacando-se os demais heterónimos pelo
seu estilo trabalhado e rigoroso para assuntos elevados,
regularidade estrófica e métrica - ode (predomínio de versos
hexassilábricos e decassilábicos).
➔ Devido à sua grande influência do latim, utiliza uma
linguagem culta e alatinada (arcaísmos e vocabulário
erudito;
➔ Predomina as anáforas;
➔ Tom moralista.
Álvaro de Campos
➔ É o heterónimo que mais se identifica com Fernando Pessoa
ortónimo, muitas vezes coincidindo com temas como a dor
de pensar e a nostalgia da infância.
➔ É o poeta da modernidade, é um ser cosmopolita,
vanguardista e citadino, que, na sua primeira fase, celebra o
mundo e a sociedade moderna como um todo e a sua
evolução.
➔ Apresenta duas fases fundamentais, a primeira sendo a fase
futurista/sensacionista e, posteriormente, uma fase
decadente, intimista, de grande reflexão e nostalgia.
◆ Futurismo - a primeira destas fases é uma apologia à
civilização tecnológica e industrial, um elogio à força,
energia, movimento e velocidade, e, principalmente,
uma exaltação do presente, e como diz o próprio, o
presente engloba tudo, engloba o que se passou no
passado relacionando-se com o que se vai passar no
futuro (fusão do passado e do futuro num só tempo, o
momento), afastando-se assim dos demais futuristas.
Para além disso, há uma experiência exagerada e
excessiva das sensações, muitas vezes sádica e
masoquista, o que é reflexo da sua euforia emocional e
do seu tom exaltado e entusiástico, O “eu” quer sentir
tudo de todas as formas possíveis.
◆ Intimismo - após toda e euforia e exaltação, o “eu” fica
num tom introspetivo, pessimista e depressivo, num
tédio existencial e numa consciência profunda de si
mesmo, de desajusta face aos outros e da passagem
do tempo. De forma a combater esta reflexão interior,
ele recua ao passado, ao tempo da infância que é
símbolo de conforto, inconsciência e felicidade, mas,
em contrapartida, ganha consciência da perda
irrecuperável do tempo da meninice.
Linguagem e estilo
➔ Apresenta um estilo completamente diferente dos outros
dois heterónimos, sendo que os seus poemas podem ser
caracterizados como intensos repetitivos, de ritmo rápido e
linguagem exuberante e, crucialmente, pontuação emotiva.
➔ Para exprimir isto tudo, há uma grande irregularidade
métrica e estrófica.