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«mas deixemos os poetas livres, deixemos viver, em cada época, até para exemplo, um punhado de almas livres, inteiramente livres, de almas
desviadas, mas que se castiguem e fiquem presas na sua própria liberdade!...» António Ferro
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15/01/2017
A escrita como experiência do incerto: a obra de Silvina Rodrigues Lopes
Poesia
Bras de Seine près de Giverny (1897), por Claude Monet
Óleo sobre tela, 75 x 92,5. Paris, musée d'Orsay.
Escritores de A a Zink
« A cet endroit de la toile, peindre ni ce qu'on voit parce qu'on ne voit plus rien, Agustina BessaLuís
ni ce qu'on ne voit pas puisqu'on ne doit peindre que ce qu'on voit, (CLABL)
mais peindre qu'on ne voit pas, que la défaillance de l'œil qui ne peut pas voguer sur António Boto (Ler)
le brouillard lui soit infligée sur la toile comme sur la rivière, c'est bien beau. » António Cândido Franco
(LLL)
Evocação do quadro de Monet por Proust, António Lobo Antunes
(blogue)
em Jean Santeuil (1952, romance póstumo) António Lobo Antunes
(site)
Aquilino Ribeiro (Ler
AR)
“Ouvir a ressonância do mar através do búzio é já sofrer a atração que moveu
poetas e navegadores, gregos e portugueses, em resposta ao apelo do desconhecido, Clarice Lispector
(Arquivo)
que nos indica que nem tudo se resume ao já sabido.”
Clarice Lispector (ed.
Silvina Rodrigues Lopes
Rocco)
Eça de Queirós (BNP,
obra digital)
Eça de Queirós
(Fundação)
A VIDA
Eduardo Lourenço (Ler)
Silvina Rodrigues Lopes, nasceu em Ansião, em 1950.
Eduardo Pitta
Professora universitária, ensaísta, crítica literária, ficcionista, poetisa, editora.
Fernando Pessoa (Casa)
Fernando Pessoa (Um FP
Fernando Pesssoa
Silvina Rodrigues Lopes: "A d…
d… (Multipessoa)
Florbela Espanca (Ler)
Graciliano Ramos
(oficial)
Guerra Junqueiro
(Junqueiriana)
Helder Magalhães
Henrique Levy
Joana Varela
João Morgado
Jorge Amado (Fundação
Casa de)
“A dança das teorias”, comunicação
Jorge de Sena (Ler)
In: Colóquio “O edifício da alegria: o pensamento de Eduardo Prado Coelho”,
José Luís Peixoto
José Régio
Org. Centro de Estudos sobre o Imaginário Literário / Observatório Político,
José Saramago
(Fundação)
Lisboa, FCG, 15-16 nov. 2012 . – Texto reprod. no blogue do GILF da UNL.
José Terra
Lídia Jorge (site)
Silvina Rodrigues Lopes licenciou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras da
Luís Amaro
Universidade de Lisboa (FLUL), em 1980, onde concluiu o Mestrado em Literatura Portuguesa
Luís de Camões (blog
do Século XX (1985) com uma dissertação a partir da ficção de Agustina Bessa-Luís. Doutorou- Camoniana)
se na Universidade Nova de Lisboa (UNL) com a defesa da tese sobre O problema da Luís Filipe Castro
legitimação em literatura (1993). Mendes
Luís Miguel Nava
(Fundação)
É professora catedrática de Teoria da Literatura no Departamento de Estudos Portugueses
Luísa Dacosta
da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL. Dedica-se ao ensino e investigação nas
Luíz Pacheco
áreas de teoria da literatura, estudos de literatura e literatura portuguesa do século XX, áreas em
Machado de Assis (ABL)
que tem orientado teses académicas, embora também intervenha e escreva no âmbito do
Machado de Assis
pensamento contemporâneo e da arte.
(Espaço)
Manuel Alegre
Maria Graciete Besse
Mário de SáCarneiro
Online
Moacyr Scliar (oficial)
Ondjaki
Paulo Coelho (oficial)
Richard Zimler
Sophia de Mello Breyner
Andresen (BNP, espólio)
Vitorino Nemésio
Foi codiretora da revista Elipse: gazeta improvável (Lisboa: Relógio d'Água Editores, Zetho Cunha Gonçalves
pensamento da atualidade”, partindo “da convicção de que a subordinação a estratégias de
sucesso e de imposição de imagens e modelos não é uma fatalidade.” E desse modo a Intervalo
“não visa de modo nenhum concorrer para a acumulação de saber pronto a consumir” e
“recusa o espaçotempo do consenso, as suas estratégias comunicativas e as suas visões
totalizadoras.” (in site da Intervalo).
A sua intervenção cultural inclui a direção da editora Vendaval, cujo catálogo apresenta
como proposta uma seleção de obras que faz “coexistir vários géneros” e tem “como horizonte
irrepresentável a multiplicidade – nada fixo ou definido, mas aquilo que no limite da sua
forma se torne infinito e assim responda ao impossível.” (do texto editorial).
Mais conhecida no meio académico, como docente e investigadora, Silvina Rodigues Lopes
desde cedo é detentora de uma voz literária. Estreou-se com o texto de ficção Tão simples como
isso (1985), logo seguido de E sepára (1988). Recentemente, após um vasto e profundo
percurso teórico e filosófico, aconteceu o livro de poesia Sobretudo as vozes (2004):
“Sobretudo as vozes. O que passa em campos e não é comum.
Magnetiza, desvia. As palavras tornamse infinitas, fios
segregados em incontáveis relações. Formam teias que a
consciência não domina. “Eu” é uma palavra para o conflito,
paragem mínima em que instinto, hábito e potência criadora
tocam limites, que confirmam e repudiam […] Movemonos
na precariedade e é a ela que o amor traz os seus abismos”.
São várias as outras obras publicadas nesta área – geralmente coletâneas constituídas por
textos avulsos, inéditos ou dispersos – cujos títulos, tomados de um dos textos inclusos, são já
reveladores de perspetivas e concepções do literário: Aprendizagem do incerto (1990),
Literatura, defesa do atrito (2003), A anomalia poética (2005), A estranhezaemcomum (São
Paulo, 2012).
Nos seus estudos de literatura portuguesa do século XX, destacamos o volume Exercícios
de aproximação (2003), composto por um conjunto de ensaios sobre obras de Fernando Pessoa,
Ruy Belo, Luiza Neto Jorge, Sophia, Luís Miguel Nava, Irene Lisboa, Agustina, Vergílio Ferreira
e Maria Gabriela Llansol, e os extensos e notáveis ensaios dedicados às obras dos seguintes
escritores: Agustina Bessa-Luís (A alegria da comunicação, 1989; Agustina BessaLuís: as
hipóteses do romance, 1992); Maria Gabriela Llansol (Teoria da despossessão, 1988); Carlos de
Oliveira (Carlos de Oliveira: o testemunho inadiável, 1996); Herberto Helder (A inocência do
devir, 2003). Na conhecida coleção “Textos Literários” da Editorial Comunicação tem estudos,
de apresentação e linhas de leitura, sobre a Mensagem de Fernando Pessoa e a Poesia de
Teixeira de Pascoaes e de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Silvina Rodrigues Lopes também se tem dedicado à tradução, a partir da língua francesa,
ao longo da sua vida de escrita, investigação e ensino. Alguns títulos: Elogio do cosmopolitismo,
de Guy Scarpetta (1988), O crime perfeito, de Jean Baudrillard (1996), A obraprima
desconhecida, de Honoré de Balzac (2002) e A besta de lascaux, de Maurice Blanchot (2003).
A OBRA
Ficção e poesia
(1985) Tão simples como isso [ficção]. Lisboa: Black Sun.
(1988) E Se-pára [ficção]. Lisboa: Hiena. – V. recensão crítica.
(2004) Sobretudo as vozes [poesia]. Lisboa: Vendaval.
Estudos de literatura portuguesa
Vitorino Nemésio
(1984) “Dos caminhos de um monstro (interrogação e felicidade da palavra em alguma poesia de
Vitorino Nemésio), Colóquio/Letras, n.º 82 (1984), 28-42. – reprod. em “Des chemins d'un
monstre. Interrogation et bonheur du mot dans quelques poèmes de Vitorino Nemésio”,
Colóquio/Letras, n.º spécial (mars 1998), 55-71.
Agustina
Fernando Pessoa
(1986) MENSAGEM / de Fernando Pessoa. Apresent. crítica e linhas de leitura de Silvina
Rodrigues Lopes. Lisboa: Comunicação. – Col. Textos Literários, 47.
(1988) “Des-figurações (sobre o Livro do Desassossego)”, Colóquio/Letras, n.º 102 (1988),
61-68; reprod. em Aprendizagem do Incerto. Lisboa: Litoral, 1990, p. 143-152.
(1987) POESIA / de Teixeira de Pascoaes. Apresent., seleç. e linhas de leitura de Silvina
Rodrigues Lopes. Lisboa : Comunicação. – Col. Textos Literários, 54.
Maria Gabriela Llansol
Sophia de Mello Breyner Andresen
(1990) POESIA / de Sophia de Mello Breyner Andresen. Apresent. crítica, seleç. e sugestões
para análise literária de Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa: Comunicação. – Col. Textos
Literários, 59. – V. recensão crítica
(1998) “[Crítica:] A linha musical do encantamento” [sobre O búzio de Cós, 1997, de Sophia],
Relâmpago, n.º 2 – O lugar da poesia? (4/1998), 83-86.
(2004) “Sophia: a afirmação silabada”, JL – Jornal de letras, arte e ideias, Lisboa, 22.07.04,
p. 11; reprod. em NetProf – Clube dos professores portugueses na Internet
[http://www.netprof.pt/].
Joaquim Manuel Magalhães
(1990) "Uma vista/aberta sobre paisagens insuspeitas": ensaísmo de Joaquim Manuel
Magalhães”, na secção “Notas e comentários” in Colóquio/Letras, n.º 115-116 (1990), 154-
157.
Irene Lisboa
(1994) “O nome de uma cidade” [sobre Irene Lisboa], Colóquio/Letras, n.º 131 (jan. 1994),
87-96. – V. ilustração deste artigo com “O Amante” (excerto de Esta Cidade!, p. 291-323,
fac-símile), em extra-texto.
Ana Hartherly
(1995) O mestre / Ana Hartherly. 3ª ed. Lisboa: Quimera. Prefácios de Silvina Rodrigues
Lopes e Simone Pinto Monteiro de Oliveira; posf. da autora. – [1.ª ed., Lisboa: Arcádia,
1963. / 2.ª ed., Lisboa: Quimera, 1976. – Pref. Maria Alzira Seixo].
Carlos de Oliveira
(1996) CARLOS DE OLIVEIRA: O TESTEMUNHO INADIÁVEL. Sintra: Câmara
Municipal.
José Correia Tavares
(1998) Leitura dos actos / José Correia Tavares. Pref. de Silvina
Rodrigues Lopes. Coimbra: Minerva.
Ralph Waldo Emerson, Daniel Costa
(2000) A confiança em si / Ralph Waldo Emerson, Daniel Costa; trad. Saúl Costa; apresent.
Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa: Vendaval.
Herberto Helder
p.
Ruben A.
José Tolentino Mendonça
António Ramos Rosa
(2013) Philosophie et modernité dans l'oeuvre poétique d'António Ramos Rosa / Jorge
Augusto Maximino. Préface de Silvina Rodrigues Lopes. Paris: L'Harmattan.
João Vário
(2009) Sair do paradigma da dívida – a partir da leitura de João Vário, Via Atlântica, n.º 15 –
Poéticas de língua portuguesa comparativismo e contemporaneidade (jun. 2009), 243-253.
Manuel de Freitas
(2015) Sunny bar / Manuel de Freitas. Sel. Rui Pires Cabral; posf. Silvina Rodrigues
Lopes. [S.l.] : Alambique [Lisboa: Europress].
(2009) “Pensar - estremecer”, in Os cantos de Maldoror: Poesias I & II / Conde de
Lautréamont; Isidore Ducasse. Trad. Manuel de Freitas; pref. Silvina Rodrigues
Lopes. Lisboa: Antígona. / 2.ª ed., sob o título Os cantos de Maldoror, Lisboa: Momo,
2015. – Trad. revista Manuel de Freitas; des. Ricardo Castro; texto Silvina Rodrigues
Lopes. Lisboa: Momo, 2015.
Ensaio e crítica
(1986) “Como quem escreve com sentimentos”, Prelo, nº 12 (jul.-set.1986), 31-35.
(1986) “Ficção: a realidade e o jogo”, Prelo, n.º 10 (jan.-mar. 1986), 65-70.
(1987) “A ficção em 1986”, Prelo, n.º 14 (jan.-mar. 1987), 13-17.
(1990) Aprendizagem do incerto. Lisboa: Litoral. – 234, [4] p.; Col. Estudo, 7.
(1990) “Alguns apontamentos sobre o ensaísmo de Eduardo Lourenço”, in
Aprendizagem do Incerto. Lisboa: Litoral, 199-205; reprod. em BAPTISTA, Maria
Manuel, org. (2003), Eduardo Lourenço: uma cartografia imaginária, Col. “Cadernos
do Mosteiro”, n.º 9, Maia: Câmara Municipal, p. 26-30, e em BAPTISTA, Maria
Manuel, org. (2004), Cartografia imaginária de Eduardo Lourenço: dos críticos.
Maia: Ver o Verso, p. 37-42.
(1991) “No limite, a afirmação (Apontamentos de uma leitura de Donner le Temps, de
Jacques Derrida” – publicado (pela primeira vez?) em Literatura, defesa do atrito:
ensaio. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2012, 131-136. [datado, aqui, de 1991].
(1993) O problema da legitimação em literatura. Texto policopiado. Tese de
doutoramento em lit. Portuguesa do séc. XX. Lisboa: FCSH-UNL. – 692 p.; (30cm);
bibliografia, p. 647-684.
1994) A Legitimação em literatura. Lisboa: Cosmos. – 516 p. – Edição da tese de
doutoramento. – Disponível online, aqui.
Organização de volumes (atas, homenagens, revistas...)
Entrevistas
ALMEIDA, Emília Pinto de (2012) A ironia das teorias: entrevista com Silvina Rodrigues Lopes
(conduzida por Emília Pinto de Almeida), Revista de História da Arte [revista do IHA –
Instituto de História da Arte da FCSH da UNL], n.º 10 – Práticas da Teoria (2012), 10-23;
reprod. em Caderno de Leituras, n.º 48, Belo Horizonte: Chão da Feira, agosto 2016, 1-19.
Traduções
Elogio do cosmopolitismo / Guy Scarpetta. Trad. Silvina Rodrigues Lopes. [S.l.]: João
Azevedo. 1988. – 272 p.
O crime perfeito / Jean Baudrillard. Trad. e pref. de Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa:
Relógio d'Água, 1996.
A obra-prima desconhecida / Honoré de Balzac; pref. Manuel San Payo. Trad. Silvina
Rodrigues Lopes. Lisboa: Vendaval, 2002.
A besta de lascaux / Maurice Blanchot. Trad. Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa:
Vendaval, 2003.
Morada: Maurice Blanchot / Jacques Derrida. Trad. Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa:
Vendaval, 2004.
BIBLIOGRAFIA PASSIVA
B
BAPTISTA, Abel Barros (1994) Recensão crítica a Agustina BessaLuís: as hipóteses do
romance, de Silvina Rodrigues Lopes, in Colóquio/Letras, Lisboa, n.º 132/133 (abr. 1994), 258-260.
BESSE, Maria Graciete (1989) Recensão crítica a E sepára, de Silvina Rodrigues Lopes, in Colóquio/Letras,
Lisboa, n.º 109 (maio 1989), 123-124.
C
COELHO, Eduardo Prado (2005) “Riscos” [sobre a editora Vendaval], na secção “O fio do
horizonte” do jornal Público digital, 16.09.2005.
F
FREITAS, Manuel de (2004), “Testemunho do abismo”, revista “Atual” do Expresso, n.º 1666,
2.10.2004, p. 57.
G
GRAÇA, Virgínia Pacheco (1994) Recensão crítica a Poesia de Sophia de Mello Breyner
Andresen, de Silvina Rodrigues Lopes, in Colóquio/Letras, Lisboa, n.º 131 (jan. 1994), 227-228.
GUSMÃO, Manuel (1996), recensão crítica de: Silvina Rodrigues Lopes, A Legitimação em
Literatura, Dedalus – revista da Associação Portuguesa de Literatura Comparada; dir. Maria
Alzira Seixo, n.º 6, 1996.
H
Hmbf (2004) “Sobretudo as vozes” [sobre o livro de poesia de SRL], in blogue Antologia do esquecimento,
11.10.2004.
Hmbf (2006) “A anomalia poética” [sobre a coletânea homónima de SRL], in blogue Antologia do esquecimento,
19.09.2006.
Hmbf (2006) “O valor” [sobre a revista Intervalo 1], in blogue Antologia do esquecimento, 7.01.2006.
N
NASCIMENTO, Eme (?) Resenha: Literatura, defesa do atrito.
R
RODRIGUES, Isabel Cristina (2004) “Graffi ti: entre a pedra e a palavra. Acerca de
Sobretudo as vozes de Silvina Rodrigues Lopes”, Forma breve, Aveiro, n.º 2 (2004), 215-219.
S
STUDART, Júlia (2013) “Silvina Rodrigues Lopes: literatura, estranheza e atrito”, Substantivo
Plural, porta, Rio Grande do Norte, Brasil, 29.07.2013.
VASCONCELOS, Mauricio Salles (2007), Sobretudo as vozes, de Silvina Rodrigues Lopes, Via
Atlântica, n.º 12 – Literatura, cultura e exclusão (2007), 231-235.
Publicada por José à(s) 04:28
Etiquetas: Estudos Literários, Silvina Rodrigues Lopes, Teoria da Literatura
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