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Conteúdo

Nota do tradutor ✦ vii


Prefácio à Edição em Língua Inglesa ✦ xi
Formulário ✦ 1
Sketchbook 1 ✦ 3
Ideia ✦ 5
Sketchbook 2 ✦ 7
Força formativa ✦ 10
Sketchbook 3 ✦ 13
O Prazer de Desenhar ✦ 15
Sketchbook 4 ✦ 18
Forma Formans ✦ 20
Sketchbook 5 ✦ 22
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v
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De Eu Para Si Mesmo ✦ 25
Sketchbook 6 ✦ 28
Consentindo consigo mesmo ✦ 31
Sketchbook 7 ✦ 34
Prazer Gestual ✦ 37
Sketchbook 8 ✦ 42
O Prazer da Forma ✦ 44
Sketchbook 9 ✦ 52
O Desenho / Design das Artes ✦ 54
Sketchbook 10 ✦ 57
Mimesis ✦ 59
Sketchbook 11 ✦ 64
Prazer de Relacionamento ✦ 66
Sketchbook 12 ✦ 71
Morte, Sexo, Amor ao Invisível ✦ 73
Sketchbook 13 ✦ 78
Prazer ambíguo ✦ 81
Sketchbook 14 ✦ 88
Propósito sem propósito ✦ 90
Sketchbook 15 ✦ 96
O Desejo da Linha ✦ 98
Sketchbook 16 ✦ 106
Notas ✦ 109

Nota do tradutor
estes ‘‘ cadernos ’’ podem ser lidos na ordem em que
aparecem ou folheados independentemente do texto. No
original, as citações incluem títulos de livros ou ensaios
do qual foram retirados, mas não há notas de rodapé
fornecidas para qualquer uma das citações. O próprio
texto
também inclui várias citações que não têm fonte ou
nota de rodapé. Como Nancy afirma em uma nota
anexada ao início do texto: ‘‘ não é necessário aqui ficar
sobrecarregado de erudição. ’’ A tradução do texto,
portanto, representou um
número de problemas, principalmente quando Nancy cita
o inglês
textos traduzidos ou textos em francês ou de outras
línguas em que já existam traduções para o inglês.
Sempre que possível, tentei usar essas traduções
existentes,
mesmo quando nenhuma fonte ou nota de rodapé é
fornecida em qualquer
original ou esta tradução. No entanto, existem algumas
ocasiões em que a tradução existente para uma citação
não
foi encontrado. E há várias ocasiões em que
as traduções existentes foram modificadas para seguir
a ênfase que Nancy coloca em certos termos.

Traduzir o título do texto de Nancy não provou ser


menos
desafiador, principalmente à luz da insistência de Nancy
ao longo de seus escritos sobre o papel que as
preposições desempenham em nosso
pensando, em outras palavras, em repensar e rearticular
a relação entre o pensamento e o objeto de pensamento,
como
bem como nossa relação uns com os outros. A expressão
le plaisir au dessin já é incomum em francês, uma vez
que
a expressão mais comum e a preposição que a
acompanha seria le plaisir de, como no prazer que
sentimos
fazendo algo. Um idioma semelhante com a preposição
a`
existe, mas geralmente esta é uma contração do prazer
leva ou se encontra fazendo algo. Ao mesmo tempo,
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au dessin no título evoca expressões como au travail (''
em
trabalho ’’) ou a` l’œuvre (como na frase a` l’œuvre em
connaıˆt
l’artisan, ‘‘ você pode dizer a um artista por seu trabalho
’’). Eu espero que,
traduzido como The Pleasure in Drawing, o título pelo
menos
evoca o prazer que pode ser obtido no ato de desenhar, o
prazer que atrai, bem como o prazer que
existe nos desenhos, não como um tema, mas como uma
força ou desenho.
Nesse sentido, certamente, outra possibilidade para o
título
poderia ser o prazer do desenho.
3
A referência a dessin ou "desenho" em todo o
texto também se relaciona com as referências de Nancy a
dessein, geralmente
traduzido como design, como no design de um objeto ou
design de projeto, mas que também se refere a uma
intenção — a` dessein
é fazer algo deliberadamente, por design, de propósito.
Quando Nancy reúne os dois termos referindo-se
to dess (e) in (um dos títulos da seção é Le dess [e] in
des arts),
evocando assim a substituição frequente entre desenhos
e design que existia em textos até o décimo oitavo
século, não encontrei outra opção para traduzir dess (e)
em
do que '' desenho / design ''. No entanto, também deve
ser lembrado
que dess (e) in sugere proximidade com o Dasein
alemão, o termo familiar para "existência" que
Heidegger usa
para ‘‘ estar ’’ ou ‘‘ estar lá ’’, cujas implicações Nancy
explorações ao longo do texto. Talvez mais
tendenciosamente,
dess (e) in sugere alguma proximidade com des seins,
que Nancy
explorou mais em seu texto ‘‘ La naissance des seins ’’
(traduzido para o inglês como ‘‘ The Birth of Breasts ’’) -
novamente,
esta questão do nascimento e sua relação com o ser
(finito) será
aparecem com alguma frequência no texto que se segue,
um
das condições para pensar o prazer de desenhar.
Finally, a word concerning Nancy’s frequent use of
reflexive verbs in the text. While it is common to
translate reflexive verbs into the passive form in English,
the use of phrases such as se demande lui-meˆme—
where the additional ‘‘itself’’ or soi-meˆme supplements
the existing reflexive verb—offers a different set of
challenges. Rather than translating this as ‘‘its self’’ each
time—as in something that ‘‘makes demands on its
self’’—we have referred more simply to ‘‘itself.’’
However, we should recall that the terms of this
reflexivity refer less to an interiority, selfenclosure, or
self-identity than a condition in which the self—the
‘‘itself’’—is defined by its ‘‘own’’ exteriority to its
‘‘self,’’ and hence (in Nancy’s terms) exposed. The self
exposes itself to (or toward) its self (‘‘From Self Toward
Self’’ is one of the section titles), opening a gap or
displacement within any self-reflexivity. This use of the
reflexive verb form recurs with some frequency in the
pages that follow. For their help in the translation, or for
finding sources for quotations, I would especially like to
thank Matthieu Branlat, Claire Farago, Lisa Florman,
Laura Lisbon, Stephen Melville, and Ginette Michaud.
Jennifer Branlat reviewed every word with a
wonderfully scrupulous and careful eye—needless to
say, any remaining errors are my own. Helen Tartar
offered just the right advice and extraordinarily generous
help in bringing the translation to completion. As ever,
Jean-Luc Nancy was perfectly gracious in answering
questions and suggesting solutions.

Prefácio à edição de idioma inglês


Desenho: esta palavra em inglês sugere desenho,
alongamento e extração. Pode-se traçar uma linha e
traçar um
lição. Em francês, pode-se traçar [tirer] uma frase ou
uma lição,
mas é impossível tirar uma lição. Ou melhor,
dessiner uma lição em francês significa algo totalmente
diferente de ‘‘ desenhar ’’. Seria para dar uma ilustração,
uma representação visual de seu conteúdo, como quando
Platão pergunta
seu leitor para traçar uma linha na mente que ele então
dividir em segmentos proporcionais para melhor
compreender a relação entre o sensível e o inteligível.
Em francês, dessiner uma lição é fazer ser visto, mostrar
e apresentá-lo a uma compreensão intuitiva. Uma lição
mais importante é
reunir as lições aprendidas de um evento específico que
por si só
não é uma lição: por exemplo - e novamente de Platão -
para
concluir das qualidades morais de Sócrates que a feiura
física pode abrigar uma riqueza de idéias.
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XI
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Para mostrar, para concluir, ostensão, inferência: gestos
que,
na verdade, vêm juntos por meio de uma ou outra ponta
fina,
seja a ponta de uma caneta, um dedo ou uma mente.
No entanto, isso não significa que esses termos e seus
tradução em diferentes idiomas acaba por sobreposição
um outro. Pelo contrário, é sabido que há
nunca é homotetia entre as línguas, e precisamente
esta falta confere à tarefa de tradução o seu prazer e
personagem perturbador. Quando leio desenho em
inglês,
sabendo que deveria estar pensando em dessin, eu me
sinto
levado para longe em um mar de complexidade, o tempo
todo
sabendo que haverá algo a descobrir, uma ilha
de sentido, ou mesmo apenas uma zona atual ou
turbulenta.
É também por isso que se experimenta tanta gratidão por
quem segura o leme desta perigosa navegação - em
neste caso, as mãos robustas de Philip Armstrong. (No
beira do oceano, Helen Tartar lança balizas e
marcadores para pouso.)
*** Between drawing out and showing—an asymptotic
contact—there is something to discover. To show, to
make something seen, to designate—designare—is also
what accompanies the de-monstration through which a
conclusion or lesson is drawn. One draws—one traces or
extracts—in order to show. One shows by extending or
spreading out in front of oneself. Better, in order to show
something well, in order to render it fully manifest, one
must not cease drawing (if only to draw attention), and
in order to draw out (trace or pull), one must not lose
sight of the invisible PAGE xii xii .................18416$
PREF 03-27-13 14:51:13 PS extremity of the mark
[trait], the point by which the line advances and loses
itself beyond itself in its own desire. The gesture of
showing by extending—extending in order to show or
bring to light, extracting the lineament and incision of a
form, contour, sense, or idea from the shadow or a
compact mass—such is the gesture of existing. A sketch
(Entwurf ), Heidegger says, a term for which one retains
above all the meaning of jet (werfen—‘‘throwing,
casting’’), of projection toward what continues to come
[le non-advenu], leaving in shadow the value of the
mark, the tracing out, the form in the process of forming
itself. To exist is to sketch oneself [s’esquisser]. One
would like to write s’exquisser—to open oneself to a
form which shows itself in the movement of its uprising
[surgissement]. No one would consent to live if they did
not experience this desire—to open oneself to the desire
of (letting oneself ) being drawn to the outside. J-L.N.
August 2012

O prazer de desenhar
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xvi
Forma
O desenho é a abertura da forma. Isso pode ser pensado
em
dois caminhos: abertura no sentido de começo, partida,
origem, despacho, ímpeto ou esboçar e abrir
a sensação de uma disponibilidade ou capacidade
inerente. De acordo com
para o primeiro sentido, o desenho evoca mais o gesto de
desenho do que a figura traçada. De acordo com o
segundo,
indica a incompletude essencial da figura, uma não-
clausura ou não-totalização da forma. De uma forma ou
de outra,
a palavra desenho retém um valor dinâmico, energético e
incipiente que não existe em palavras como pintura,
filme ou
cinema. Em contraste, palavras como música, dança e
poesia, ou
palavras como fala e música, chegam mais perto de
preservar um
dinâmico ou potencial dentro de qualquer valor real ou
estático.
O desenho participa de um campo semântico onde atuar
e
força [puissance] são combinadas, ou onde o sentido do
ato, o estado ou o ser em questão não pode ser
totalmente desvinculado de um sentido de gesto,
movimento ou
tornando-se. A palavra desenho se desenha ou desenha
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FORMATO
-se diante de toda forma disposta, toda traçando
[trace´], como se estivesse iniciando um traço que
sempre deve ser descoberto novamente - aberto, aberto,
iniciado, incisado.
Na ideia de desenho, a própria palavra também pode
designar
uma suspensão essencial de uma realidade alcançada.
''Aqui está um
desenho de Rembrandt '' apenas nos dá o empobrecido
significado factual e informativo da palavra, enquanto
a expressão ‘‘ desenho de Rembrandt ’’ revela um valor
bastante diferente. Pois o desenho de Rembrandt é do
próprio Rembrandt
maneira de desenhar. É a coleção de características
que distinguem seu desenho. Além disso, é também o
papel que o desenho desempenha no seu trabalho, a
forma como o desenho
se desenrola dentro da obra, seja dentro das pinturas ou
como um exercício separado, seja em esboços, estudos,
ou gravuras. O ‘‘ desenho de Rembrandt ’’ tende a se
distinguir apenas da ‘‘ cor de Rembrandt ’’, uma
expressão
que designa a maneira adequada de acordo com a qual
Rembrandt emprega cor ou cores (seus matizes, nuances,
relacionamentos, etc.). (Por enquanto, vamos deixar de
lado
o compartilhamento muito delicado e, sem dúvida,
inextricável -
divisão, troca e combinação - entre cor e
desenhando).
Como uma tendência, então, ‘‘ desenho / cor de
Rembrandt ’’ é
O próprio ‘‘ Rembrandt ’’, ou ‘‘ arte de Rembrandt ’’.
Esta singularidade ou originalidade está situada além do
estilo ou talento. Irredutível a qualquer forma de análise,
é sem dúvida o mais indicado
ao afirmar essa singularidade ou originalidade como
"arte", em outro
palavras, como um savoir-faire ou know-how que
ultrapassa todos
conhecimento e tudo fazendo. Esta não é uma questão de
'' gênio '' (uma palavra sobre a qual devemos permanecer
cautelosos, e
por um bom motivo), mas sim o pensamento desse
excesso, um
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FORMATO
pensamento do impensável e inviável (o indizível e o
irrealizável). Cada vez que ocorre,
este pensamento como tal só pode ser único e singular,
sem
substituição possível, como toda verdade.
Na ideia de desenho, existe a singularidade do
abertura - a formação, ímpeto ou gesto - da forma,
ou seja, exatamente o que já não deve ter sido
dado em um formulário, a fim de se formar.2 O desenho
não é um
dada, disponível, forma formada. Pelo contrário, é o
presente, invenção, levante [surgissement] ou
nascimento da forma.
‘‘ Que vem uma forma ’’ é a fórmula do desenho, e esta

fórmula implica, ao mesmo tempo, o desejo e a


antecipação da forma, uma maneira de ser exposto ao
que vem, a
uma ocorrência inesperada, ou para uma surpresa que
nenhuma
a formalidade terá sido capaz de preceder ou pré-formar.
Sketchbook 1
‘‘ Pense no desenho de Ce´zanne, que, em uma palavra,

visa
no que aparece [l’apparaıˆtre] abaixo
aparência''
—Yves Bonnefoy, Remarks on the Gaze
‘‘ Composição é o desenho (up) da obra, mas o

o desenho da obra é a própria obra. O trabalho está


desenhado
(acima). O desenho não é, portanto, uma arte secundária:
preliminar
ou remanescente de outra arte. Não é mais uma arte entre
outros. É uma arte em parte, e o que existe de arte
em toda a arte. ’’
—E´ liane Escoubas, ‘‘ ‘The Happy Hand’:

Kandinsky e Composição ’’
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FORMATO
‘‘ O trabalho de desenho - aquele onde melhor surge

a rápida trajetória de pensamento e cegueira unificada. ’’


—Antonio Saura, em Pierre Alechinsky:

Trechos sobre o traço (Por)


‘‘ A linha onipresente em seu espaçamento de todos os

pontos
a todos os outros, a fim de instituir a Idéia. ’’
—Ste´phane Mallarmé´, Música e Letras

‘‘ Um contorno circular e seguro de uma curva que

enlaça, delicados entrelaçamentos como mato, ou


construção feita de ângulos e linhas retas - não importa,
o desenho é sempre o que vem primeiro, o que se supõe
que
brotam do nada. ’’
—Jean-Christophe Bailly, The Infinite Studio

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IDEIA
‘‘ Forma visível ’’ (à qual se pode adicionar que ‘‘ visível

’’
é o principal registro de referência da forma, porque esse
registro mantém a forma em primeiro plano, distinta e
em
desta forma "formada". Em contraste, e de acordo com
outro
distinção, o desenho [dessin] abre a forma para sua
própria formação). Na verdade, as traduções mais
recentes de Platão substituem por ‘‘ Forma ’’ a mais
tradicional ‘‘ Idéia ’’ ‘‘ Inteligível ’
a forma '' não tira nada do campo do visível; isto
exige apenas que essa visibilidade se adapte, não à
percepção imediata e interessada das coisas, mas ao
julgamento e fim [vise´e] de seu sentido e verdade.
Assim como o
forma visível da mesa nos apresenta seu uso e recursos
[disponibilite´] como móveis, seja para comer, escrever
ou subir, então a ‘‘ ideia ’’ da mesa (tabula
rasa, tabuada de multiplicação, tablatura) carrega o
sentido de um
acessibilidade geral para. . . propriamente dito, em outras
palavras,
a forma de uma superfície na qual as coisas estão
dispostas, o
forma como a forma vem à luz [mise en evidencia] e a
presença (para
sentar à mesa, colocar algo na mesa, o
mesa de negociação, o Santo Altar [la Sainte Table]). 5
Este
a forma dá sentido ou verdade à '' mesa ''. Deve-se,
portanto,
entender que '' sentido ou verdade '' (empregados aqui
como equivalentes) estão longe de constituir
simplesmente a '' inteligibilidade ''
do sensato. Ao mesmo tempo, essa inteligibilidade nada
mais é do que uma compreensão mais intensa e exigente
de
a própria propriedade sensata. Ou ainda, em distinguir
esses dois termos, pode-se dizer que a verdade é o ponto
ou momento de interrupção do movimento e abertura
de bom senso. Interrompido, suspenso, o desenho /
projeto de
sentido [le sens en son dess (e) in] revela de uma vez o
seu traçado
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IDEIA
[trace´] (sua substância ou porte) e a verdade, que não é
sua conclusão, mas, ao contrário, sua própria
interrupção.
É por esta razão que logo no início a palavra desenho
levou
em, se não for exatamente o significado, então o valor
associado
com um esboço ou um estudo. Em A Arte da Pintura,
Roger
de Piles tem um capítulo ‘‘ Dos designs ’’, que começa:
‘‘ The
Os designs, dos quais pretendemos falar aqui, são os
Pensamentos que os pintores comumente expressam no
papel em
a fim de executar a Obra que estão planejando. Alguém
deveria
número entre os desenhos os estudos feitos pelo Grande
Mestres, em outras palavras, as partes que eles
desenharam
Natureza, como cabeças, mãos, pés e figuras inteiras,
cortinas, animais, árvores, plantas, flores e, finalmente,
tudo o que entra na composição de uma pintura
[Quadro]. Porque se alguém o considera um bom design
em relação a uma pintura para a qual é a ideia, ou em
relação a alguma parte para a qual é um estudo, sempre
merece a atenção do Curioso. ’’ 6
(Matéria - para lembrar uma palavra que permanece
inseparável de
‘‘ Forma ’’ - é o nome da resistência da forma à sua

deformação. Não é um "conteúdo" sem forma que a


forma vem para moldar
ou modelo, mas sim a espessura, textura e força de
formar-se. Voltaremos a esta reivindicação mais tarde, a
fim de
entender como a cor e o desenho não são tão exteriores
para
uns aos outros como se poderia pensar, mesmo que
permaneçam irredutíveis e insubstituíveis.)
Sketchbook 2
‘‘ Com carvão, ele marcou na parede as idéias de

coisas como elas vieram à mente; é habitual para afiados


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IDEIA
e mentes imaginativas para acumular pensamentos sobre
pensamentos sobre o mesmo assunto. ’’
—Chantelou, Diário do Cavaliere Bernini's

Visita a frança
‘‘ Desenho [dessein], que significa a meta, objetivo,

fim e objetivo da ação. Mas também significa um


projeto,
plano, ou retrato de algumas figuras, o contorno de um
apartamento
superfície de pintura ou relevo que se deseja criar: a
palavra comum entre pintores, fabricantes de estátuas e
outros artesãos que desenham ou esboçam. ’’
—Antoine de Laval, Desenhos de Nobre

e profissões públicas
‘‘ Sobre a diferença entre literatura e pintura com
em relação ao efeito que pode ser produzido pelo bruto
esboço de um pensamento; em outras palavras, na
impossibilidade,
na literatura, de fazer um esboço que irá transmitir uma
ideia para a mente, e da força com a qual um
ideia pode ser expressa no esboço do pintor, ou em
seu primeiro rascunho. A música deve ser como a
literatura, e eu acho
que essa diferença entre o desenho e as outras artes
vem do fato de que, neste último, as idéias são
desenvolvidas em sucessão, ao passo que toda a
impressão de um
a composição pictórica pode ser resumida em três ou
quatro
linhas.
. . . na pintura, uma indicação fina, ou um esboço
infundido
com grande sentimento, pode ser igual em expressão ao
produção mais acabada. ’’
—Euge`ne Delacroix, Journal

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IDEIA
‘‘ O que é chamado de ‘bom desenho’ é onde nada

pode ser alterado sem destruir esta vida interior,


independentemente de este desenho contradizer a
anatomia
ou botânica ou qualquer outra ciência. ''
—Wassily Kandinsky, On the Spiritual in Art

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