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Os Maias

A complexidade dos espaços


Santa olávia

 Explica a simbologia da “grande riqueza” da quinta com o efeito que produzia em Afonso da Maia.
Afonso da Maia praticava o culto das águas, a àgua constituia para Afonso a “grande riqueza” da quinta de santa olávia, uma vez
que esta estava por toda a parte em diversas formas como; nascentes, repuxos e cascatas. Esta assume uma forte carga
simbólica para Afonso, representa a vida, a longevidade a pureza e a fertlidade o que acaba por conferir a Afonso dureza para o
desgate da vida, acalmando-o e auxiliando-o a ultrapassar a sua maior dor- a morte de Pedro.
Santa olávia representa para a família dos Maias, principalmente para Afonso, um lugar de refúgio e de paz, uma propriedade
ligada á ruralidade que ainda não foi corrompida pela cidade nem pela sociedade e permite o contacto direto com o efeito
balsâmico característico da natureza.
O ramalhete

 Explica o constraste que assenta a apresentação do ramalhete no primeiro parágrafo.


O contraste é encontrado entre simbologia no nome da casa e o seu estado e forma real. O nome Ramalhete remete-nos a um
espaço natural, pitoresco e “fresco” que facilmente associamos a uma casa campestre inserida num lugar bucólica, no entanto, a
realidade era que a casa estava abandonada, era sombria e imponente assemelhando-se a “uma residência eclesiástica” e tinha
apenas um lugarejo pequeno onde se encontrava o jardim domado pelas ervas bravas, ou seja era uma casa em ruínas cujo
nome foi dado baseado num revestimento de azulejos que continha representado um ramo de girassóis atado por uma fita.

 Como é que a descrição do quintal do Ramalhete, abandonado, é pressagiadora da tragédia que se abaterá sobre a
família Maia.
O abandono do quintal é um aspeto pressagiador devido á forte simbologia que este acarreta. “...um pobre quintal inculto...” , aqui é
evidente a degradação que a família maia irá sofrer, o seu estado desleixado e ruinoso é um mau prenúncio para a família, além
disso “ um cipreste, um cedro...” árvores frondosas e imponente, no entanto, têm um significado funesto e fúnebre e podem-se
assemelhar a dois companheiros que apesar de tudo envelhecem juntos lado a lado ( Carlos da Maia, João da Ega), é também de
salientar a “cascatazinha seca”, esta não tem água representando a ausência de vida e que está intimamente ligada ao fim de
Afonso da Maia, uma vez que este prestava culto à àgua, retirando dela a força para viver. A estátua de mármore que engrece a
um canto de Vénus Citureia, poderá ser símbolo do desejo e da carnação que serão motivo da tragédia que se abaterá sobre a
família.

 Comprova que o ramalhete remodelado é um reflexo da personalidade de Carlos e da relação que este estabelece com o
avô.
O ramalhete remodelado continha diversas obras de arte, muitas vindas do estrangeiro, e estava bem decorado com certa
exuberância e riqueza, isto reflete a personalidade de carlos uma vez que representa o seu bom gosto, nomeadamente pela arte,
o seu espírito viajado e claramente as suas posses monetárias pois aquilo custava uma imensa fortuna. É possível deduzir que
Carlos e Afonso mantinham uma relação de proximidade e de cumplicidade pois Carlos importou-se com a questão de
disponibilizar uma área no Ramalhete (o escritório) para o avô, e decorá-la finamente de forma a que este se sentisse confortável
e bem.

 Porque é que o quintal do Ramalhete mesmo após a remodelação, apesar de sugerir luz e vida, continua a associado a
melancolia?
Na descrição do quintalejo, através do recurso a sensações visuais e auditivas, o narrador transmite ideias de luminosidade e de
melancolia ao mesmo tempo. Por um lado, o girassóis perfilados ao pé dos degraus, a abundância de água, e toda a remodelação
davam um aspeto luminoso e agradável ao jardim, no entanto o cipreste e o cedro continuavam a simbolizar a morte, e a
restauração da voluptuosa Vénus Citereia poderia ser uma prenúncio da chegada de Maria Eduarda, que se assemelhava
também a uma deusa, contudo será a causa da degradação da família Maia, devido à relação de incesto que manterá com Carlos
da Maia. O ar melancólico é conferido pela cascatazinha, que caía gota a gota na bacia de mármore, este som parecendo um
choro triste, indicava a passagem do tempo e o destino a que a família estava marcada.

 Relaciona a morte de Afonso da maia com a simbologia dos elementos naturais que o rodeavem
Afonso da Maia encontrava-se tombado, sob os ramos do cedro, árvore fúnebre representante da morte, além disso o sol de
inverno, mostra-nos a altura do ano que se encontrava, um tempo frio, melancólco simbolizando o fim. O narrador refere-se á
anteriormente denominada “cascatazinha” como cascata, pois agora esta é a primeira que faz o “luto” de afonso, e o narrador
trata-a agora com respeito, além disso, esta “punha o seu choro lento” demonstrando o sofrimento por parte das águas.
Afonso morre ouvindo o som destas, algo que ele a vida toda prestou culto e retirou forças.

 Justifica a pertinência da referência ao cipreste e ao cedro no último capítulo do romance.


O último capítulo remete á amizade de Carlos da Maia e de Ega, que apesar de terem levado um vida diletante, recheada de
infotúnios da vida e terem atravessado longos períodos de sofrimento, este mantiveram-se sempre lado a lado dando forças um
ao outro, “o ciprestre e o cedro envelheciam juntos, como dois amigos num ermo..”; é uma analogia a estes dois companheiros,
que passado tanto tempo, continuavam dois velhos amigos.

A toca

 Clarifica o valor simbólico associado ao nome Toca


A toca no seu significado literal é o local onde animais vivem e serve de refúgio a certos predadores, funcionado como um
esconderijo, no entanto, na obra este nome apresenta uma forte simbologia. Maria Eduarda e Carlos da maia, viviam o seus
amores nessa casa denominada de “Toca”, estes eram irmãos sem nenhum ter conhecimento disso, tendo em conta que o
incesto é um ato animalesco, torna o nome da casa correspondente à essência daquela relação. Além disso, funcionava como
uma espécie de esconderijo da sociedade portuguesa uma vez que Maria era uma mulher supostamente casada, e o adultério
macharia a honra de ambos, o casal opta por viver escondido da realidade e do julgamento, naquela casa campestre, longe do
epicentro da vida social de lisboa.

 Explica de que forma a sensação cromática dominante no quarto se afigura a um índicio trágico.
No quarto sobressaía a cor amarela. A cor amarela, uma cor quente, símbolo do arrebatamento e da paixão, enchia o quarto de
um luxo extravagante, esta cor pode ser associada ao outono, devido ás tonalidades de amarelos predominantes nesta estação.
O outono encontra-se entre o verão e o inverno, o que se poderá associar a um período de grande felicidade, que corresponderá
ao ninho de amor de Carlos da Maia e de Maria que será construído na quela casa (verão), no entanto, simbolizada a chegada
eminente do Inverno, que representa a tristeza a melancolia, a frieza e o desfecho trágico daquele amor
Espaços e o valor simbólico e emotivo.
A representação de espaços sociais e a crítica de costumes
O jantar no Hotel Central

 Caracteriza segundo o texto a literatura naturalista/realista explicitando a relação que estabelece com o “crime da
Mouraria”
A literatura naturalista/realista caracteriza-se essencialmente pela anatomia do caráter, em que o objeto de estudo é as sociedade
e as instituições e a representação destas tal e qual como são na realidade, sem quaisquer tipo de adereços, é marcada pela
crítica incisiva de tudo o que é corrosivo na sociedade e essa crítica apenas pode ser formulada após a observação e análise da
mesma, é a corrente que se opõe ao romantismo, corrente virada para o sentimentalismo e individualismo que enaltece e
romantiza aspetos certas vezes imorais como por exemplo o caso do adultério. O crime da Mouraria é o tema introdutor para a
discussão destas duas correntes literárias, devido á sua brutalidade leva carlos a sugerir que se deveria fazer um romance em
que analisava esta sociedade de “fadistas, de faias..”, o que leva a que Alencar repudie o realismo denominando-o de
“excremento”.

 Explica a opinião que poeta Alencar tem desta corrente literária


Alencar foi um poeta romantista que teve êxito, esta corrente encontrava-se em declínio em Portugal devido ao surgimento de
ideias realistas, é então uma personagem que se sentre frustrada pelo seu insucesso atual e culpabiliza e descarrega esse
fracasso no naturalismo, acreditando ser essa a causa da sua ruína mostrando ter aversão a “essa literatura latrinária”. Classifica-
a como excremento, e assume uma posição extremista de ultra-romântico na discussão que se vai desenrolar, no entanto acaba
por ser incoerente sendo o único argumento contra o realismo o facto de este retratar de temas imorais, ou seja, mostrar e
analisar a podridão social. Este achava

 Indica o tema da conversa no segundo tema do jantar, referindo a atitude de Ega e de Cohen.
O segundo tema que o jantar trata são as finanças, Cohen iniciador da discussão, era um homem entendido em economia visto
que era diretor do banco Nacional, este admite que Portugal estava muito perto de ir para a bancarrota e que seria muito fácil em
2 ou 3 anos fazer falir o país. Este achava que a única forma de evitar dívidas e a falência era uma revolução baseada em
reformas. Por outro lado, Ega achava que o país ja não se salvava com reformas mas com uma invasão espanhola, este através
desta afirmação quis explicitar a incapacidade portuguesa de se governar e de gerir as receitas e que só acordaria da sua inércia
com guerra, o Portugal velho deve ser enterrado através da instauração da républica, formando-se um novo Portugal sério e
inteligente.

 Analisa o valor expressivo dos advérbios “alegremente” e “lindamente”


O uso dos advérbios é feito de uma forma irónica, visto que nenhum país vai de forma alegre para a bancarrota, Cohen apenas
quer acentuar o facto de Portugal nada fazer para impedir esse avanço que até parecia que este estava feliz por se encontrar
nessa posição

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