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Os maias

Episódios da vida romântica.


1. Representação dos sentimentos da paixão- diversificação da intriga amorosa.
Os amores de Pedro da Maia

 O que desencadeou a paixão de Pedro da Maia?


A paixão de Pedro foi desencadeada com apenas um vislumbre, efetivamente o que lhe provocou interesse foi a aparência de
Maria Monforte, uma mulher com uma beleza que era quase rara de se observar e que a Pedro não parecia ser deste mundo (“ o
xale cingia pareceu a pedro nesse instante alguma coisa de imortal superior à Terra”). A sua beleza era tão estonteante e
sobrenatural a Pedro que esta é descrita como a mulher ideal, inantígivel que lhe causou imediata perturbação e arrebatamento. (“
uma dessas paixões que assaltam uma existência”)

 De que forma a caracterização de Maria Monforte mostra domínio sobre o Pedro da Maia
Maria é descrita como uma mulher ideal, de uma beleza sobrenatural (“ coisa de imortal e superior á Terra”), que com apenas
uma troca de olhares conseguiu com que pedro de apaixonasse perdidamente de uma forma quase que desmedida. A sua
aparência era diferente da imagem tradicional da mulher portuguesa, é descrita como uma mulher alva, loira e com um olhar
fulminante que rapidamente desperta um violento interesse.

 De que modo se manifesta o violento interesse de pedro?


Pedro da Maia, autêntica personagem romântica rapidamente evidencia uma paixão obsessiva por Maria Monforte “ dessas
paixões que assaltam uma existência...”, este aspeto torna-se explícito ao longo do excerto, inciando com a troca de olhares fatal
causa do violento e avassalador interesse, evidenciado na inquietação de Pedro pela demora do Alencar ao fornecer informações
sobre “a negreira”, e pelo seu avanço quase que imediato de a namorar “à antiga” escrevendo-lhe cartas com 6 páginas todos os
dias, completamente dominado pelo êxtase e pela obsessão.

 Explica a aparente contradição entre as atitudes de Pedro nos serões de Arroios e a afirmação do narrador “ sem sentir
ciúmes”
O narrador recorre á ironia para caracterizar o estado de espírito de Pedro da Maia, apesar da personagem não admitir que
possuía esses sentimentos, e por isso eça utiliza essa afirmação, este mostrava-se de uma forma evidente perturbado e
desconfortável com a atenção masculina que Maria recebia, sentindo raiva (“um desejo violento desacudir da sala esses
homens”); tristeza (“ em toda a sua alma um torpel de cousas dolorosas e sem nome”); o que acabam por conjuntamento culminar
numa crise de ciúmes que Pedro teve a um canto de um determinado serão.

 Ìndicios de tragédia no 5º parágrafo.


O parágrafo inicia com “uma sombria tarde de dezembro...”, o mês e a estação do ano que estava em vigor- o inverno,
representam a finidade e consequentemente a morte, isto porque dezembro acaba por ser o último mês do ano e o Inverno
apesar de também ser a última estação representa a obscuridade, a falta de vida, o frio e a lividez dos corpos algo que acaba
como funcionar como um mau prenúncio. Além disso é descrito que Pedro trazia na sua face “um olhar de loucura”, este já estava
a ser alvo da desolação e da insanidade que lhe levarão a tirar a sua própria vida.
A descrição do real e o papel das sensações.
A descrição do real

 Uma das principais e mais relevantes características da escrita queirosiana é sem dúvida o formato exímio das suas
descrições, estas desempenham um papel importante no romance uma vez que personalizam a ação e as personagens,
e acabam por incutir no leitor uma certa sensação de realidade.
 A descrição de espaços, personagens e comportamentos dão a sensação que são resultado da percepção visual do
autor devido ao facto de estas se assemelharem a autênticas fotografias, é simulado que tudo é o que é descrito está a
ser diretamente observado pelo narrador.
 Aqui domina a técnica da verosimilhança, ou seja da descrição do objeto-alvo tal e qual como este se apresenta, o que
assenta nos príncipios do Realismo da análise social, e da representação desta.
 Por vezes a descrição é impressionista, ou seja além de descrever o objeto-alvo com nitidez, este aprofunda-se ainda
mais na sua observação realçando aspetos como a impressão da cor, do recorte, da luminosidade e da textura.
O papel das sensações
 Conferem dinamismo descritivo e vivacidade à narrativa
 Tornam a descrição do real mais sugestiva, apelando ao uso dos sentidos
 Permite a descrição não só dos espaço e das personagens mas do ambiente que os envolve
 Transportam o narrador para o espaço da narrativa para o pé das personagens através dos sentidos.

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