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De que forma a caracterização de Maria Monforte mostra domínio sobre o Pedro da Maia
Maria é descrita como uma mulher ideal, de uma beleza sobrenatural (“ coisa de imortal e superior á Terra”), que com apenas
uma troca de olhares conseguiu com que pedro de apaixonasse perdidamente de uma forma quase que desmedida. A sua
aparência era diferente da imagem tradicional da mulher portuguesa, é descrita como uma mulher alva, loira e com um olhar
fulminante que rapidamente desperta um violento interesse.
Explica a aparente contradição entre as atitudes de Pedro nos serões de Arroios e a afirmação do narrador “ sem sentir
ciúmes”
O narrador recorre á ironia para caracterizar o estado de espírito de Pedro da Maia, apesar da personagem não admitir que
possuía esses sentimentos, e por isso eça utiliza essa afirmação, este mostrava-se de uma forma evidente perturbado e
desconfortável com a atenção masculina que Maria recebia, sentindo raiva (“um desejo violento desacudir da sala esses
homens”); tristeza (“ em toda a sua alma um torpel de cousas dolorosas e sem nome”); o que acabam por conjuntamento culminar
numa crise de ciúmes que Pedro teve a um canto de um determinado serão.
Uma das principais e mais relevantes características da escrita queirosiana é sem dúvida o formato exímio das suas
descrições, estas desempenham um papel importante no romance uma vez que personalizam a ação e as personagens,
e acabam por incutir no leitor uma certa sensação de realidade.
A descrição de espaços, personagens e comportamentos dão a sensação que são resultado da percepção visual do
autor devido ao facto de estas se assemelharem a autênticas fotografias, é simulado que tudo é o que é descrito está a
ser diretamente observado pelo narrador.
Aqui domina a técnica da verosimilhança, ou seja da descrição do objeto-alvo tal e qual como este se apresenta, o que
assenta nos príncipios do Realismo da análise social, e da representação desta.
Por vezes a descrição é impressionista, ou seja além de descrever o objeto-alvo com nitidez, este aprofunda-se ainda
mais na sua observação realçando aspetos como a impressão da cor, do recorte, da luminosidade e da textura.
O papel das sensações
Conferem dinamismo descritivo e vivacidade à narrativa
Tornam a descrição do real mais sugestiva, apelando ao uso dos sentidos
Permite a descrição não só dos espaço e das personagens mas do ambiente que os envolve
Transportam o narrador para o espaço da narrativa para o pé das personagens através dos sentidos.