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Frei Luís de Sousa Almeida Garret

 Personagens:
 Madalena
 Personagem nobre, representa a mulher romântica.
 Revela um comportamento emotivo, mostrando-se dominada
por sentimentos exacerbados (amor-paixão).
 a vulnerabilidade;
 os temores;
 a paixão.

 Manuel de Sousa Coutinho


 Personagem nobre, representa o escritor romântico.
 Revela um comportamento racional, embora se deixe dominar
pelos sentimentos face à situação da filha.
 o desprendimento em relação aos bens materiais;
 a força de caráter;
 a determinação;
 o patriotismo e a coragem.

 Maria
 Personagem idealizada.
 Revela um comportamento simultaneamente de adulto e de
criança.
 a ternura, a meiguice;
 a perspicácia, a intuição;
 a inteligência;
 a cultura (gosto da leitura);
 o patriotismo (culto sebastianista);
 o dom da profecia;
 a doença (tuberculose).

 Telmo Pais
 O velho aio da família, mostra-se dividido entre o passado e o
presente.
 Tem um papel semelhante ao do coro das tragédias clássicas.
 a fidelidade;
 a honra e o dever;
 a dedicação a Maria;
 o sebastianismo;
 a crença em agouros;
o conflito interior.

 Frei Jorge
 Frade da Ordem dos Dominicanos, irmão de Manuel.
 Tem um papel semelhante ao do coro das tragédias clássicas.
 o equilíbrio;
 a serenidade e a prudência;
 a crença em Deus;
 o bom senso, o confidente, o conselheiro.

 D. João de Portugal Romeiro


 Personagem nobre que representa o passado.
 o patriotismo;
 a severidade e inflexibilidade;
 o arrependimento;
 a infelicidade;
 a solidão.

 Sebastianismo
 Crença nacional que surgiu após desaparecimento do rei D.
Sebastião na batalha de Alcácer Quibir.
 Esperança no regresso de D. Sebastião para devolver a
independência e a liberdade a
Portugal.
 Convicção de que D. Sebastião era uma espécie de Messias que
devolveria a Portugal a honra e a glória do passado.

 Em Frei Luís de Sousa, o Sebastianismo está


presente:
 nas falas de Telmo e Maria;
 no regresso do Romeiro, associação negativa, uma vez que
provoca a destruição da harmonia familiar e mesmo a morte (de
Maria):
 D. João de Portugal aparece como um anti mito;
 Necessidade de abandonar uma crença que, em vez de ser
impulsionadora da mudança, conduz à estagnação e
apatia.

 Tempo
 Alusões constantes a sexta-feira:
 Visão de Manuel de Sousa Coutinho pela primeira vez.
 Data da batalha de Alcácer Quibir.
 Casamento de D. Madalena com Manuel de Sousa Coutinho.

 Referências ao fim de tarde e à noite:


 O tempo está carregado de fatalismo, tornando-se um elemento
trágico.

 Espaço
 Ato Primeiro
o palácio de Manuel de Sousa Coutinho
o (espaço acolhedor e luminoso).
 Ato Segundo
o palácio de D. João de Portugal
o (espaço austero e sombrio).
 Ato Terceiro
o parte baixa do palácio de D. João de Portugal/Igreja
de S. Paulo dos Domínicos de Almada.
o (espaço reduzido e despojado).

 Ato Primeiro:
 Exposição:
 «Cenas I a IV»
 Informação sobre as personagens e o contexto em
que vivem.
 Conflito:
 «Cenas V a VIII»
 Notícia da vinda dos governadores.
 Decisão de Manuel de Sousa em incendiar a casa de
família.
 «Cenas IX a XII»
 O incêndio e a saída de casa.

 Ato Segundo
 «Cenas I a III»
 Informações sobre os acontecimentos após o
incêndio.
 «Cenas IV a VIII»
 Ida a Lisboa de Manuel de Sousa, Maria e Telmo.
 «Cenas IX a XV»
 Chegada do Romeiro e revelação da sua identidade.
 Ato Terceiro
 «Cena I»
 Informações sobre a decisão tomada por Manuel de
Sousa e D. Madalena.
 «Cenas II a IX»
 Encontro de Telmo com o Romeiro e despedida dos
cônjuges.
 Desenlace:
 «Cenas X a XII»
 Cerimónia religiosa e morte de Maria.
 Presságios:
 Pressentimentos de Madalena (de que a paz e a felicidade
familiar possam estar em perigo) tornam-se gradualmente numa
realidade;
 O incêndio do palácio com o retrato de Manuel de Sousa a arder;
 O medo da "sexta-feira" pressentida como dia aziago;
 O "Ninguém" do Romeiro.

 Primeiro ato
 decorre no palácio de D. Manuel de Sousa Coutinho
o O ambiente leve e exótico revela o estado de
espírito da família (feliz no geral);
 Inicia-se um ato com um excerto d’Os Lusíadas, mas
precisamente o excerto de Inês de Castro, em que afirma que o
amor cega e condena a alma ao sofrimento; este excerto é lido
por D. Madalena de Vilhena, mulher de Manuel de Sousa
Coutinho;
 Telmo, o fiel escudeiro da família, entra em cena e ambos
discutem sobre Maria, filha de D. Madalena e Manuel de
Sousa Coutinho; - Os medos de D. Madalena em relação ao
regresso do ex-marido (D. João de Portugal, que nunca
regressou da batalha de Alcácer-Quibir) refletem-se na
proteção da sua filha em relação ao Sebastianismo (se D.
Sebastião voltasse, o seu ex-marido também podia), um tema na
altura muito discutido;
 Maria é considerada muito frágil (doente; possui tuberculose
não diagnosticada), e Telmo, que já fora escudeiro de D. João,
incentiva-a a acreditar no Sebastianismo, o que ela abraça
fortemente apesar do o desaprovar sua mãe;
 Por fim chega com D. Manuel, um cavaleiro da nobreza, que
informa as personagens da necessidade de movimentação
daquela casa, porque os “governantes” (na altura Portugal
estava sob o domínio espanhol) viriam e desejavam instalar-se
em sua casa;
 O ato acaba com D. Manuel a incendiar a sua própria casa,
como símbolo de patriotismo, incendiando também um
retrato seu (simboliza o início da destruição da família),
movendo-se a família para o palácio de D. João de Portugal
(apesar dos agouros de D. Madalena).

 Segundo Ato
 decorre no palácio de D. João de Portugal
o O ambiente fechado, sem janelas, com os quadros
grandes das figuras de D. João, Camões e D.
Sebastião revelam uma presença indesejada e uma
família mais abatida (algo está para vir);
 D. Madalena apresenta-se muito fraca; com a chegada de D. Manuel
(que teve de fugir devido à afronta aos governantes) e a
indicação de que estes o tinham perdoado, D. Madalena fica mais
descansada, mas ao saber por Frei Jorge, um frei do convento dos
Domínicos, que este terá que partir para Lisboa para se apresentar,
fica de novo desassossegada;
 D. Manuel parte para Lisboa na companhia de Maria e Telmo,
deixando em casa D. Madalena e Frei Jorge;
 Aparece um Romeiro que não se quer identificar ao princípio,
mas dá indícios de ser D. João de Portugal, que voltaria
exatamente 21 anos depois da batalha de Alcácer-Quibir
(7 para procurar o corpo + 14 casamento de D. Madalena e
D. Manuel);
 Terceiro Ato
 decorre na parte baixa do palácio de D. João de
Portugal
o Um ambiente muito fechado, representando a falta
de saída da família que, caso o romeiro fosse D.
João, estaria perante um casamento (D. Madalena
e D. Manuel) e uma filha (D. Maria) ilegítimos (a
morte era a única forma de “divórcio”);

 O Romeiro encontra-se a sós com Telmo (que, entretanto, volta


com Maria e D. Manuel) e este imediatamente reconhece o antigo
amo, mas a sua lealdade não é certa (entre D. João e Maria, a sua
nova ama apesar de ter criado ambos); o Romeiro pede-lhe que
minta por ele, que diga que é um impostor, que salve a família
(momento em que a audiência acredita que possa haver salvação);
 Telmo vai pedir conselhos a Frei Jorge, que lhe diz que, se tem a
certeza ser D. João, a verdade não deve ser escondida (mostra uma
faceta obediente e inflexível desta personagem)
 Por fim, não tendo outra salvação, Maria morre de desgosto (de ser
filha ilegítima; de tuberculose) e os pais (D. Madalena e D.
Manuel) vão para um convento (a religião como consolação),
tornando-se D. Manuel, Frei Luís de Sousa.
Frei Luís de Sousa
Sexta-Feira:
Madalena:
casa-se com D. João
Conhece D. Manuel
Batalha de Alcácer Quibir
Madalena casa-se com D. João…. Passado um ano ocorre a batalha
de Alcácer Quibir… Na batalha, D. João desaparece. Madalena fica
durante 7 anos à procura de informações de D. João, mas não
consegue saber de nada. Após 7 anos de procura, acaba por desistir.
Casa-se com D. Manuel e têm uma filha chamada Maria. 14 anos
depois do casamento…21 anos depois da batalha aparece João de
Portugal disfarçado de Romeiro.

Número 7 – Ciclo Lunar, representa o descanso no fim da criação.


Número 3 – Criação, representa o círculo perfeito, exprime o percurso
de vida: Nascimento, crescimento, morte.
Número 13 – Azar. Maria vive apenas 13 anos.

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