Você está na página 1de 6

POESIA DOS

HETERÓNIMOS, Fernando
Pessoa
Síntese de conteúdos

Alberto Caeiro
 Mestre de Fernando Pessoa e dos restantes heterónimos

 Considerado o poeta da Natureza

 A sua relação harmoniosa com a Natureza e a sua identificação com os elementos naturais
assume um valor essencial na sua poesia.

 Revela-se um poeta pagão pela sua crença na Natureza. Assume uma atitude panteísta de
divinização das coisas naturais.

 Recusa o pensamento metafísico (rejeição do que ultrapassa a apreensão imediata do real) –


aprendeu a não pensar. Pratica a filosofia do não filosofar.

 Ao anular o pensamento metafísico e ao voltar-se para a visão total perante o mundo, elimina a
dor de pensar que afeta Pessoa ortónimo.

 Poeta sensacionista – sobrevalorização das sensações no conhecimento do mundo - dá primazia à


visão. Realismo sensorial.

 Poeta da simplicidade, da clareza total, da inocência e da constante novidade das coisas, do


presente, do concreto, do imediato – é aí que as coisas se apresentam como são.

 Constrói uma doutrina orientada para a objetividade, contemplação dos objetos originais, para o
conhecimento intuitivo da Natureza.

 Inocência e constante novidade das coisas – pasmo existencial

 Antítese de Fernando Pessoa ortónimo: elimina a dor de pensar, isto é, ao não intelectualizar as
sensações Caeiro consegue encontrar a tranquilidade que o eu criador nunca conseguiu alcançar.

11º ano Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett Margarida Cunha


Linguagem e estilo
 Linguagem simples e objetiva

 Vocabulário e imagens do campo lexical da natureza

 Prosaísmo na linguagem

 Versos longos

 Irregularidade estrófica e métrica

 Ausência de rima (versos brancos)

 Tom coloquial

 Naturalidade sintática (predomínio da coordenação)

 Simplicidade estilística (comparações, metáforas, anáforas e paralelismos)

 Recurso habitual ao presente do indicativo

 Pontuação expressiva

Ricardo Reis
Epicurismo
 Procura pela felicidade relativa alcançada pela indiferença à perturbação

 Busca do estado de ataraxia (tranquilidade sem qualquer perturbação)

 Fuga às sensações extremas (felicidade extrema e dor/tristeza extremas)

 Indiferença face à morte

 “Carpe Diem” como meio para atingir a felicidade

11º ano Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett Margarida Cunha


Estoicismo
 A felicidade vem da aceitação dos poderes do destino/Fado

 Recusa de sentimentos exacerbados – procurar o estado de apatia.

 Atitude de abdicação e resignação.

Características de Ricardo Reis:


 Poeta clássico da serenidade epicurista que aceita, com calma lucidez, a relatividade e a
fugacidade de todas as coisas.

 Poeta contemplativo – vê intelectualmente a realidade -, que procura a serenidade, livre de


afetos e de tudo o que possa perturbar o seu espírito.

 Para Ricardo Reis, é necessário saber apreciar, muito consciente e tranquilamente, o prazer das
coisas, sem qualquer esforço ou preocupação. É preciso viver a vida em conformidade com as
leis do destino – Fado.

 Poeta paganista que crê nos deuses antigos da mitologia greco-latina.

 Aceita o destino com naturalidade, considerando que os deuses estão acima do homem por uma
questão de grau, mas que acima dos deuses se encontra o Fado, a que tudo se submete.

 Poeta moralista – transmite conselhos sobre a forma de encarar a vida

Linguagem e estilo
 Estilo trabalhado e rigoroso

 Regularidade estrófica e métrica – ode (predomínio de versos hexassilábicos e decassilábicos)

 Linguagem culta e alatinada (arcaísmos e vocabulário erudito)

 Complexidade sintática – anástrofes (inversão da ordem sintática habitual numa frase)

 Tom moralista (vocativo, modos imperativo e conjuntivo, frases declarativas)

 Tom coloquial (presença de um interlocutor)

 Uso frequente da primeira pessoa do plural

 Predomínio da subordinação

11º ano Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett Margarida Cunha


Álvaro de Campos
1ª fase - Decadentista
Exprime o tédio, o enfado, a náusea, o cansaço e a necessidade de novas sensações

 A atmosfera de uma vida passiva dependente de estupefacientes.

 O ópio como refúgio – evasão através de estupefacientes.

 A falta de objetivos na vida

 A busca de novas sensações.

 A monotonia em oposição ao divertimento.

 A resignação, sem energia nem alegria.

 A frustração.

 O apelo a deus para que termine com tudo

Poemas:

“O opiário”

2ª fase – Futurista e Sensacionista


Caracteriza-se pela exaltação da energia, de “todas as dinâmicas”, da velocidade e da força

 A celebração do triunfo da máquina e da civilização moderna

 A beleza da força e da máquina por oposição à beleza tradicionalmente moderna

 A sensação como realidade da vida e base de toda a arte

 O excesso violento de sensações

Poemas:

“Ode Triunfal”

11º ano Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett Margarida Cunha


“Ode Marítima”
“Exaltação a Walt Whitman”

3ª fase – Abúlica e Intimista


Perante a incapacidade das realizações, regressam o abatimento, a abulia que lhe provocam
cansaço.

 Frustração e angústia

 Tédio existencial

 Desalento, cansaço e abulia

 Solidão e isolamento

 Dificuldade de socialização

 Desajuste face à realidade e ao presente

 Dor de pensar

 Tom introspetivo e pessimista

Poemas

“Lisbon Revisited”
“Aniversário”
“Tabacaria”
[...]

Nostalgia de infância
 Infância como símbolo de pureza, de inconsciência e de felicidade.

 Consciência da perda irrecuperável do tempo da meninice

Imaginário épico
 Exaltação do moderno

 Apoteose da civilização

 Celebração e elogio do progresso e da técnica

11º ano Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett Margarida Cunha


Linguagem e estilo
 Irregularidade estrófica e métrica

 Estilo intenso e repetitivo

 Ritmo rápido

 Linguagem exuberante (empréstimos, neologismos onomatopeias, ...)

 Riqueza estilística, associada aos excessos do conteúdo.

 Pontuação emotiva

11º ano Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett Margarida Cunha

Você também pode gostar